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XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE

INTERFERÊNCIA DO REGIME PLUVIAL NA EFICIÊNCIA DOS


SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA

Leonardo Rosa Andrade1; Adelena Gonçalves Maia2 & Paulo Sérgio Lucio3

RESUMO – A eficiência do sistema de aproveitamento de água de chuva é função principalmente


do tamanho da cisterna, da área de telhado responsável pela captação da água, da demanda a ser
atendida e do regime pluvial da região. O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir a
interferência do regime pluvial em diferentes localidades do RN, na eficiência dos sistemas de
aproveitamento da água de chuva. Foram calculadas as eficiências das cisternas para quatro
localidades, através do balanço hídrico diário das cisternas; considerando uma demanda de 100
l.dia-1, cisternas de 1, 5, 10 e 20 m³ e áreas de telhado de 50, 100, 150 e 200 m2. Concluiu-se que
existe uma interferência relevante do regime pluvial na eficiência das cisternas, esta relevância é
mais acentuada para menores tamanhos de cisterna. Quanto às características do regime pluvial, a
precipitação média anual é uma característica que se destaque na determinação da eficiência do
sistema, mas a concentração temporal desta precipitação é outra característica relevante nesta
eficiência. Para regiões com menor precipitação anual e maior concentração desta precipitação o
aumento do tamanho de cisterna torna-se mais relevante no ganho de eficiência, já para regiões com
regime pluvial oposto este ganho é menos expressivo.

ABSTRACT– The efficiency of rainwater harvesting system is related with the rainwater tank size,
roof area, water demand and regional rainfall patterns. The aim of this paper is to present and
discuss the interference of rainfall patterns in the efficiency of rainwater systems. The efficiencies
of rainwater tank of four locations were calculated by water balance; considering a demand of 100
l.dia-1, tanks of 1, 5, 10 and 20 m³ and roof areas of 50, 100, 150 and 200 m2. It was concluded that
there is a significant interference from rainfalls regimes in tank efficiencies, this relevance is more
pronounced for smaller tank sizes. Regarding the characteristics of rainfalls, the average annual
rainfall is a feature that stands in determining the system efficiency, but the rainfall temporal
concentration is another important feature in this efficiency. To regions with lower annual rainfall
and higher concentration of rainfall increased tank size becomes more relevant in efficiency gains,
as for regions with opposite rainfalls this gain is less expressive.

Palavras-Chave – No mínimo duas e no máximo três, em Português, alinhado à esquerda fonte


Times New Roman, corpo 12. A entrelinha será de espaçamento simples

1Professor do da UNESC ( Faculdades Integradas de Cacoal), Rua dos Esportes, 1.038. CEP 78.976-215 - Bairro: INCRA, Cacoal – RO;
leo.r.andrade@gmail.com
2 Professora Adjunta do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). UFRN/CT/LARHISA, Cx.
Postal 1524 , Campus Universitário Lagoa Nova, CEP: 59072-970, Natal – RN; adelenam@gmail.com
3 Professor Associado do Departamento de Estatística da UFRN. UFRN/CCET/PPGCC. Cx. Postal 1524 , Campus Universitário Lagoa Nova, CEP:
59072-970, Natal – RN: pslucio@ccet.ufrn.br

XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 1


1 INTRODUÇÃO

O crescimento econômico e populacional observado nos últimos anos no Brasil fez aumentar
a pressão sobre os recursos hídricos, provocando situações de escassez de água ou de conflitos de
uso, principalmente nos grandes centros urbanos e nos polos agropecuários mecanizados (ANA,
2002), onde a água se constitui num fator limitante para o desenvolvimento urbano, industrial e
agrícola (ANA, 2005).
A utilização de fontes alternativas de água é de suma importância para a gestão dos recursos
hídricos, sendo o aproveitamento de água de chuva uma das medidas adotadas para conservação
deste recurso, não só para o uso doméstico, mas também para o uso industrial (KHASTAGIR e
JAYASURIYA, 2010; PALLA et al., 2012). Logo, uma nova abordagem para a gestão da água em
áreas urbanas deve necessariamente levar em conta a água de chuva como fonte potencial para o
abastecimento.
O nordeste brasileiro é normalmente associado à escassez de água, o que torna necessário
cada vez mais a utilização de variadas fontes de água para promover o equilíbrio entre a demanda e
a oferta de água para o abastecimento. Por conta disso, temos que o semiárido potiguar tem
explorado ao longo dos anos, a utilização das cisternas, principalmente nos estabelecimentos rurais.
No entanto, o uso da água da chuva tem grande potencial de economia de água de abastecimento
público nas áreas urbanas, e tem ganhado cada vez mais espaço na arquitetura sustentável, podendo
ser incentivada pelo poder público.
A eficiência do sistema de aproveitamento de água de chuva é função principalmente do
tamanho da cisterna, da área de telhado responsável pela captação da água, da demanda a ser
atendida e do regime pluvial da região. A grande variabilidade do regime pluvial no estado do Rio
Grande do Norte (RN) faz com que cisternas com mesmo tamanho e mesma área de telhado
atendam de forma diferenciada às demandas por água de chuva. Sendo assim, o objetivo deste
trabalho é apresentar e discutir a interferência do regime pluvial em diferentes localidades do RN,
na eficiência das cisternas.

2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Área de Estudo

As seguintes localidades do Rio Grande do Norte foram estudadas: Natal, Santa Maria,
Coronel Ezequiel e Triunfo Potiguar, estas localidades fora escolhidas por cada uma delas fazer
parte de uma das 4 áreas com regime pluvial homogêneo identificada em Araújo et al. (2015). Neste
trabalho para identificação das áreas homogêneas foram usadas como variáveis a precipitação
média anual e os índices: Grau de Concentração de Precipitação (Precipitation Concentration
Degree - PCD) e o Período de Concentração de Precipitação (Precipitation Concentration Period -
PCP), descritos em Xie et al. (2005). Para a determinação das áreas homogêneas foi utilizado o
método de agrupamento k-means. A diferença do regime pluvial das localidades pode ser observada
na Tabela 1, onde são apresentados os valores da precipitação anual e do PCD, variáveis que podem
interferir na eficiência da cisterna em atender às demandas.

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Tabela 1 . Dados de precipitação anual e PCD.
Localidade Prec. Anual (mm) PCD
Natal 1.698,90 0,52
Santa Maria 678,20 0,50
Coronel Ezequiel 676,40 0,61
Triunfo Potiguar 798,40 0,66

Quanto maior o valor PCD, maior é a concentração da precipitação ao longo do ano, podendo
o seu valor variar de 0 a 1. A distribuição espacial da precipitação média anual no estado, bem
como a localização das localidades estudadas, podem ser visualizadas através da figura 1.

Figura 1 – Localização das estações pluviométricas e distribuição da precipitação média anual.

2.2 Balanço hídrico

A análise de comportamento das cisternas nos permite verificar o quão confiável é o sistema
no atendimento das demandas, e isto é feito baseado num modelo de balanço hídrico. Foi adotado
neste trabalho o modelo Supply After Spillage (YAS). De acordo com Mitchell (2007), este modelo
é oferece uma estimativa com mais precisão. Este modelo realiza o balanço de massa do
reservatório seguindo as Equações 1 e 2:

= min
+ (1)

+ −
= min

(2)

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Onde Yt é o volume que supriu a demanda no final do intervalo de tempo t; Vt-1 é o volume
armazenado, no final do tempo t-1; Vt é o volume armazenado no final do intervalo de tempo t
(tempo corrente); It é a água escoada a partir do telhado para o reservatório no intervalo de tempo t;
Dt a demanda total de água no intervalo tempo t; C é a capacidade de armazenamento da cisterna.
As simulações foram realizadas com intervalos de tempo diários e a evaporação da água no
reservatório não foi considerada.
As simulações foram realizadas para uma demanda de 100 l.dia-1, para os tamanhos de
cisterna de 1, 5, 10 e 20 m³ e áreas de telhado de 50, 100, 150 e 200 m2. O coeficiente de
escoamento superficial (C) adotado neste estudo foi de 0,85. O first-flush considerado foi de 1 mm.
O comportamento dos reservatórios frente ao atendimento das demandas foi analisado através
da eficiência (Fewkes, 1999), conforme a Equação 3.


E=∑ x100% (3)

Onde E é a eficiência do sistema em atender a demanda (em %); Yt é o volume que supriu a
demanda no final do intervalo de tempo t; Dt a demanda total de água requerida no intervalo de
tempo t; T é tempo total (em dias) da série estudada.
As simulações foram feitas com dados diários de precipitação, cedidos pela Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). As séries históricas abrangem 48
anos, que cobre o período de 1963 a 2010 para cada localidade estudada.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A fim de se estudar a interferência das eficiências das quatro localidades em função do


tamanho da cisterna adotado os resultados (figura 2) foram agrupados considerando as diferentes
áreas de telhado.

120 120

100 100

80 80
Eficiência (%)

Eficiência (%)

60 60

40
40 Natal
Natal
Santa Maria Santa Maria
20
Coronel Ezequiel 20 Coronel Ezequiel
Triunfo Potiguar Triunfo Potiguar
0
0 5 10 15 20 0
Tamanho Cisterna ( m3)
0 5 10 15 20
(a)
(a) Tamanho Cisterna ( m3) (b)
(b)

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120 120

100 100

80 80

Eficiência (%)
Eficiência (%)

60 60

40 40
Natal Natal
Santa Maria Santa Maria
20 Coronel Ezequiel 20
Coronel Ezequiel
Triunfo Potiguar
Triunfo Potiguar
0 0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
Tamanho Cisterna ( m3) (c)
(c) Tamanho Cisterna ( m3) (d)
(d)
Figura 2 – Eficiência de cisternas em função o tamanho de cisternas para as áreas de
captação de (a) 50 m2, (b) 100 m2, (c) 150 m2 e (d) 200 m2.
.
Observa-se que a partir de áreas de captação acima de 50 m2, a diferença das eficiências das
localidades estudadas diminui com o aumento do tamanho da cisterna. Logo, o regime pluvial tem
maior relevância na eficiência do sistema para cisternas menores. Natal obteve as maiores
eficiências por ser a localidades com maior precipitação anual e uma das menores concentrações
desta precipitação ao longo do ano (Tabela1). Dentre as outra três localidades, Triunfo Potiguar
apresenta maior precipitação anual, e para as áreas de telhado acima que 50 m2 e cisternas maiores
que 1 m3, apresentou os piores resultados de eficiência, isto se deve à maior concentração da sua
precipitação (PCD = 0,66).
A figura 3 apresenta a variação da eficiência para as cidades de Natal e Triunfo Potiguar,
considerando as diferentes áreas de telhado e volumes de cisterna simulados.

120 120

100 100

80 80
Eficiência (%)
Eficiência (%)

60 60
Área de Telhado Área de Telhado
40 40
50 m2 50 m2
100 m2 100 m2
20 150 m2 20 150 m2
200 m2 200 m2
0 0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
(a) (b)
Tamanho da cisterna (m3) Tamanho da cisterna (m3)
Figura 3 – Eficiência de cisternas em Natal (a) e em Triunfo Potiguar (b) em função o tamanho de
cisternas e das áreas de captação.

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Em Natal, houve pouca diferença de eficiência para as áreas de telhado acima de 100 m2, o
que se tornou mais evidente para os maiores volumes de cisterna. Em Triunfo Potiguar, também se
observou uma menor diferença de eficiência para áreas acima de 100 m2, no entanto o volume da
cisterna não acentuou esta diferença.
Os menores valores de eficiência observados foram de aproximadamente 35%, no entanto
para cisternas de 1 m3, consideradas improváveis de serem implementadas. Para cisternas com
volume mínimo de 5 m3, os valores de eficiência alcançados fores superiores a 50%, considerado
um valor elevado principalmente se a cisterna for instalada como fonte alternativa de água.

4 CONCLUSÕES

Existe uma interferência relevante do regime pluvial na eficiência de sistemas de


aproveitamento de água de chuva. Esta relevância é mais acentuada para menores tamanhos de
cisterna. Quanto às características do regime pluvial, a precipitação média anual é uma
característica que se destaque na determinação da eficiência do sistema, mas a concentração desta
precipitação ao longo do ano é outra característica relevante nesta eficiência.
Para regiões com menor precipitação anual e maior concentração desta precipitação o
aumento do tamanho de cisterna torna-se mais relevante no ganho de eficiência, já para regiões com
regime pluvial oposto este ganho é menos expressivo.

BIBLIOGRAFIA

ANA – Agência Nacional de Águas. A Evolução da Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil /
The Evolution of Water Resources Management in Brazil. Brasília; ANA, 2002.

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ANA, 2005.

ARAÚJO, J. M.S.; MAIA, A. G.; NEVES, J. A. Uso dos índices PCP e PCD na determinação de
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139, 2015.

FEWKES, A. Modelling the performance of Rainwater collection systems: towards a generalised


approach. Urban Water, v.1, p.323-333, 1999.

KHASTAGIR, A.; JAYASURIYA, N. Optimal sizing of rain water tanks for domestic water
conservation. Journal of Hydrology, v.381, p.181-188, 2010.

MITCHELL, V. G. How important is the selection of computational analysis method to the


accuracy of rainwater tank behaviour modelling? Hydrological Processes, v.21, p.2850-2861,
2007.

PALLA, A.; GNECCO, I.; LANZA, L. G.; BARBERA, P. L. Performance analysis of domestic
rainwater harvesting systems under various European climate zones. Resources, Conservation and
Recycling, v.62, p.71-80, 2012.

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XIE, Z. Q.; DU, Y.; JIANG, A. J.; DING, Y. G. Climatic trends of different intensity heavy
precipitation events concentration in China. Journal of Geographical Sciences, 15: 459–465,
2005.

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