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TUCURUÍ
2018
FRANCINETE LOPES BORGES
TUCURUÍ
2018
FRANCINETE LOPES BORGES
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Orientador (a)
Profº: Especialista Douglas Almeida de Oliveira
___________________________________________________
Examinador (a)
Profº
___________________________________________________________
Examinador(a)
Profº
This Course Conclusion Work deals with reading and writing practices at the Municipal
School of Elementary Teaching Professor Abel Chaves located in the municipality of
Baião-PA, aiming to expand the reading repertoire of students of the 4th year through
literacy activities, developed through the textual genre tirinha. This work was based on
a qualitative approach, used as a data construction tool; the survey of the children's
reading profile, followed by the development of reading circles and the textual
production with children, in the year 2018. The theoretical reference is centered in
studies of Kleiman (1995), Street (2014), Soares (2003) , Mortatti (2004), Cosson
(2011), Rojo (2009) and Bakhtin (2003), and the research signals to the following
conclusions: the textual genre tirinha is shown as an effective strategy to work on
reading and writing practices, , as well as fostering taste and practice for reading,
allows for exchanges and reflections about the written word and world experiences,
stimulating dialogue, as well as facilitating the appropriation of written culture, through
an action totally different from those in which children are accustomed to experiencing.
Key words: Formation of the reader. Literature. Textual genres, Genre Tirinha.
LISTA DE ILUSTRAÇÃO
1- INTRODUÇÃO................................................................................................................ 13
2- JUSTIFICATIVA/PROBLEMATIZAÇÃO......................................................................... 18
3- OBJETIVOS..................................................................................................................... 19
3.1-Objetivo geral....................................................................................................... 19
3.2-Objetivos específicos........................................................................................... 19
4- LETRAMENTO.................................................................................................................
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5- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................................... 26
6- RESULTADOS ............................................................................................................... 41
7- CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 44
8- REFERÊNCIAS................................................................................................................ 48
1- INTRODUÇÃO
O autor nos faz refletir que o processo de letramento no qual ler e escrever não
deve ser imposto e sim cultivado, portanto, é importante que o sujeito deste processo
compreenda a escrita como uma “tarefa necessária e relevante para a vida”, e logo,
deve ser ensinada naturalmente, e “o melhor método é aquele em que as crianças
não aprendam a ler e escrever, mas sim descubram essas habilidades durante as
situações de comunicação que envolvem um letramento como práticas concretas, isto
é, produzidas culturalmente e historicamente, por meio de práticas letradas. E sendo
os letramentos:
[...] práticas sociais, plurais e situadas, que combinam oralidade e escrita de
formas diferentes em eventos de natureza diferente, e cujos efeitos ou
conseqüências são condicionados pelo tipo de prática e pelas finalidades
específicas a que se destinam [...] letramentos são válidos como forma de
‘inclusão’ reflete os valores culturais e os hábitos lingüísticos dos grupos mais
poderosos no contexto social em que são praticados, e que a aquisição dos
letramentos dominantes por grupos subalternos pode constituir-se um
processo conflituoso [...] (BUZATO 2007, apud ROJO, 2009, p,101).
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2- JUSTIFICATIVA/PROBLEMATIZAÇÃO
3- OBJETIVOS
Segundo Rojo (2009), é possível que uma pessoa possa ser letrada, mesmo
não sendo alfabetizado, assim como, o fato de ser alfabetizada não faz uma pessoa
letrada. Diante disso, fica claro que o processo de letramento é decorrente de práticas
escolares e não escolares, que demandam o uso da escrita, contudo, existe a
necessidade de criar situações reais para que o processo de letramento seja
significativo.
O enfoque de letramento ideológico, segundo os PCNs (1998), “[...] é um
projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural que atribui à
escola a função e responsabilidade de contribuir para garantir a todos os alunos o
acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania. Essa
necessidade é tanto maior quanto menor for o grau de letramento das comunidades
em que vivem os alunos”. É preciso que se valorize a perspectiva dos múltiplos
letramentos, de maneira que o indivíduo se perceba como parte importante do
processo, assim como, sua posição dentro do “tabuleiro social”, de uma forma que
possibilite a construção de identidades fortes, capazes de romper com as exigências
pré-determinadas socialmente.
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E ainda que,
ensino.
Os textos são organizados dentro de um gênero, que se constituem como
enunciados concretos e únicos. Eles conservam marcas estáveis, que os identificam
ao longo da história e trazem diferenças determinadas pelos diferentes interlocutores,
pelo tempo e espaço únicos de cada uma das situações concretas. Neles podemos
observar traços próprios da linguagem oral e do regionalismo que marcam a fala dos
personagens, abordando assim a variação linguística que precisa sim ser estudada
em sala de aula. Na tirinha podemos trabalhar também a interpretação do texto, dando
destaque ao fato da observação da junção imagem e escrita na construção do sentido
do texto, pois se um desses fatores fosse retirado seria impossível entender a
mensagem do texto, mostrando a correção entre linguagem verbal e não verbal.
Dessa forma, as tirinhas, além de constituírem uma ótima opção para introduzir
os alunos no universo da leitura, por seu caráter humorístico e conteúdo sintetizado,
satisfazem os intuitos de se usar os gêneros textuais como norteadores do ensino de
língua. Além disso, a tirinha configura-se como instrumento eficaz para o trabalho com
interpretação textual e análise linguística, e principalmente a leitura, funcionando
como um instrumento orientação para o estudo de língua.
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5 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.
estarmos ali, e foi nesse momento que o trabalho começou a fluir e, percebi que os
alunos precisavam desse tempo de adaptação.
O processo metodológico aqui apresentado buscou fazer um relato detalhado
dos procedimentos realizados para resolver o problema exposto e a descrição dos
passos e técnicas utilizados na execução da pesquisa, a metodologia inicialmente foi
desenvolvida por meio de um diagnóstico que traçou o perfil leitor dos alunos com
dados coletados a partir de entrevistas do tipo estruturada. Os dados foram obtidos
no mês de junho de 2018, com 31 alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, vinte
meninos e onze meninas, que têm entre nove e treze anos de idade e apresentam
dificuldades no processo de apropriação do sistema de escrita alfabética, pois a
maioria ainda não domina plenamente as práticas de leitura e escrita. Para aguçar o
debate levantamos os seguintes questionamentos; quais as práticas de leitura
vivenciadas pelas crianças fora e dentro da escola? Considerando essas vivências,
como organizar o trabalho pedagógico de modo que as crianças ampliem seus
repertórios de leitura, atribuindo valor e significado ao ato de ler? De que forma as
tirinhas podem contribuir para as práticas de letramento das crianças que participaram
do projeto?
Guiada pelos questionamentos, iniciamos a metodologia por entrevistas
realizadas em sala de aula, quase todos imaginavam que era prova, então diziam:
__ Professora, passe logo a prova! Ou escreva logo!
Abaixo, seguem os dados da entrevista:
10%
sim Mãe
40%
30% Pai
Irmãos
Lê sozinho
100% 20%
28
Alfabeto
20% 20%
Livro didático Mãe
30%
literatura Pai
50%
Infantil
20% Jornal
30% 20% Irmão
Revista
10%
10% Literatura
10% Infantil
Alfabeto Livro de
Receita
Livro
80% Religioso
100%
Os dados dessa entrevista com alunos do 4ºano nos apresentam alguns indicadores:
Esse foi, portanto, nosso ponto de partida para a elaboração do projeto que
segue abaixo.
Grande parte dessas crianças não possuem livros de literatura infantil em casa
e nem tem o hábito de ler por prazer; a leitura é para elas obrigação, atividade escolar.
Fonte: Portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20673
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O gênero textual, carregam consigo uma grande riqueza, no que diz respeito à
formação do leitor, sendo que permite a este por meio da imaginação construir
conhecimento de si e da realidade em que está inserido, viajar por mundos
desconhecidos e experimentar sentimentos ainda não vividos, quando falamos do
gênero tirinha esse nos permite uma relação com personagens e fatos reproduzidos
nas mais diversas historinhas. Contudo, não podemos desvalorizar os demais textos
que as crianças têm acesso, pois, quanto maior for a diversidade de textos que as
crianças experimentam, maior será sua capacidade de utilizar a leitura e a escrita em
seu dia a dia, ampliando assim o seu nível de letramento, pois, a leitura não é uma
atividade natural, a criança precisa de alguém que facilite e medeie esse processo.
- Gêneros Textuais!
Respondi:
-Muito bem, Marcos!
A partir daí eles compreenderam o que tinha que ser observado e tudo fluiu,
expliquei que o projeto seria realizado por meio do gênero textual tirinha, mas para
compreensão deles, seria necessário estabelecer algumas regras para que as
atividades pudessem ocorrer de forma organizada e os objetivos da intervenção
fossem alcançados.
Regras:
No momento da explicação todos deveriam evitar conversas paralelas.
Os turnos de fala devem ser respeitados, assim como a opinião dos colegas.
Em alguns momentos foi preciso relembrar o combinado (outras vezes as
próprias crianças chamavam a atenção dos colegas).
Percebi que havia uma certa preocupação por parte de algumas crianças que
perguntavam:
- Em qual disciplina vamos escrever professora?
Respondi:
- A disciplina é de língua portuguesa, mas ainda não iremos escrever.
Então eles perguntaram:
- O que iremos fazer hoje professora?
Falei:
- Hoje iremos conhecer os diversos tipos de gêneros que usamos no nosso dia
a dia, como expliquei anteriormente, mas no momento não será preciso escrever.
Algumas crianças ficaram meio dispersas, parei um momento a atividade, para que
todos pudessem se concentrar e prestar atenção e assimilar o que estava sendo
repassado.
Depois, foram se familiarizando com a atividade e não houve dificuldade em
executá-la, tudo ocorreu como estabelecido, para a confecção dos Painéis (Murais)
dos Gêneros e o Mural com as tirinhas, foi feito um círculo, no meio do círculo coloquei
um TNT, onde foi exposto todos os materiais necessários para a construção desses
dois murais; foi preciso produção de dois murais, para que eles pudessem
compreender, que mediante a grande diversidade de gêneros existentes, todos fazem
parte do nosso cotidiano e fazemos bastante uso desses elementos.
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importância todo tipo de comunicação para o ser humano, pois através dela podemos
interagir com nosso semelhante.
Fontes: www.eraumavezbrasil.com.br/você-sabia-que-existem-diversos-tipos-de-balões/
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a ler e a escrever palavras e frases, já estamos “lendo”, bem ou mal, o mundo que
nos cerca”, (FREIRE, 2009. p. 71), o contexto da criança, principalmente na fase inicial
do processo de formação do leitor, não pode ser desprezado, no entanto, o professor
pode desenvolver no decorrer de suas aulas leituras em voz alta compartilhando com
todos, a linguagem escrita de forma oralizada e dessa maneira produzir eventos de
letramento que permitam à criança, que ainda não sabe ler convencionalmente, uma
relação com o ato de ler.
A princípio a atividade de sentar em círculo para ler, pode parecer simples, mas
essa prática é capaz de estimular atitudes leitoras até mesmo em alunos que
demonstravam resistência com a leitura, pois coletivamente vão construindo sentidos
para os textos que são compartilhados, o que acaba despertando um certo prazer com
o ato de ler, pois, “a literatura [...] fornece um suporte notável para despertar a
interioridade, colocar em movimento o pensamento, relançar a atividade de
simbolização, de construção de sentido, e incita trocas inéditas”, (PETIT, ano, p. 147).
O trabalho com gêneros textuais nos anos iniciais - mesmo que o aluno não
domine o sistema alfabético de escrita - precisa ser mediado de forma que ao final da
leitura a criança compreenda o texto lido, por isso, a importância de dialogar a respeito
do texto após sua leitura, para saber se a criança compreende do que o mesmo trata.
O aluno para isso tem que ter liberdade para expressar os sentimentos e, as
impressões que aquela leitura lhe permitiu vivenciar, levando-os sempre a relacionar
o texto trabalhado com a vida cotidiana e demais textos já lidos.
Para formarmos leitores precisamos saber apresentar os gêneros textuais às
crianças. Para se construir escritores precisamos fazer com que as crianças
escrevam, mas que essa escrita não aconteça mecanicamente e sim que elas
compreendam sua função social. A esse respeito Mello (2007, 21), diz que “[...] é
necessário que trabalhemos profundamente o desejo e o exercício da expressão por
meio de diferentes linguagens: a expressão oral por meio de relatos, poemas e
músicas, o desenho, a pintura, a colagem, o faz de conta [...]”, mas também por meio
de textos orais que o professor (a) irá registrando por escrito, com as próprias palavras
das crianças.
Os PCNs, defendem a ideia de que, “um leitor competente só pode constituir-
se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho
que deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente”,
(BRASIL, 1997, 41). Cada texto possui uma característica particular e objetivos que
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se diferem uns dos outros, por exemplo, existe texto que tem a função de nos fazer rir
(piada), outros que tem como função transmitir uma notícia (informativo), e outros
ainda, que nem percebemos como textos de tão rotineiros que são, no caso de rótulos
e calendários; é preciso que as crianças conheçam a variedade de textos para que os
compreendam, quando se defrontarem com eles.
Primeiro momento: novamente a sala foi organizada em círculo, e dando
continuidade no projeto, iniciei atividade instigando se alguém lembrava o que
havíamos trabalhado na aula anterior, alguns responderam:
- Foi sobre quadrinhos!
Outros disseram que não lembravam, então relembrei, que a aula anterior, foi
sobre o gênero textual tirinha, reforcei o conceito de tirinha e os vocábulos locais, pois
eles eram muitos importantes, deveriam ser usados na produção textual, esse reforço
foi necessário para que todos compreendessem o que estava sendo proposto, pois
no dia anterior, alguns alunos haviam faltado. Depois de relembrar o que havia
ocorrido no dia anterior, expliquei que iria fazer a leitura de algumas tirinhas da Turma
da Mônica e eles deveriam fazer a interpretação do texto oral a partir da leitura e das
imagens; mostrei primeiro a imagens dos textos e depois fiz a leitura.
Fonte: teachersimonenunes.blogspot.com/2013/09/faibraingles2012mulungu-tirinhas-em.html
O Wilson disse:
- Todos nós temos um anjo da guarda que cuida de nós né professora!
- Respondi que sim.
Quando perguntei por que o cebolinha ficou triste?
A Rita se antecipou e disse:
- Porque eles apanharam da Monica.
O Renato reforçou dizendo:
- O cebolinha pediu ajuda para o anjo, acabou que apanhou os dois!
- Eles se deram mal, a Mônica é muito valente e forte, eles não dão conta com
ela!
Na leitura da segunda tirinha, pergunto o que aconteceu?
Todos responderam:
- O cebolinha deixou a Monica falando sozinha!
Antes que eu perguntasse qual foi a reação da Monica, alguns alunos se anteciparam
e responderam:
- A Monica ficou furiosa com o cebolinha, mas ele estava enrascado para fazer
xixi, não podia fazer na frente dela ué!
Outros falaram:
- Mas ela queria que ele fizesse xixi lá mesmo, vê se pode!
O Vinícius pediu a fala e disse:
- A Mônica é muito braba, quando alguém contraria ela, ela mete porrada!
Saíram alguns comentários, eu que não faço xixi na frente nem da mamãe,
outros a mamãe as vezes quer me dá banho, mas eu digo que não sou mais criança.
- Porque as crianças iriam fazer o mesmo, e não é correto tomar banho no lixo.
Como todos queriam comentar sobre as características de cada personagem,
vendo que iriamos nos alongar muito, pedi que se organizassem em duplas para a
leitura dos dialetos para colarem no mural.
Para a produção do glossário das variantes linguísticas, as crianças foram
organizadas em duplas, a dinâmica funcionaria da seguinte forma, um escolhe uma
palavra e seu par terá que encontrar a tradução da palavra para colocá-la no mural.
Observei que algumas crianças tinham facilidades para ler as palavras, já outras
encontravam dificuldades para ler, as vezes eu lia, as vezes eram os próprios alunos
que liam, pois ficavam impaciente com a demora do colega, porque alguns alunos
ficavam soletrando pausadamente, devido a ansiedade eles acabavam lendo. No
momento da leitura das palavras, percebi que estavam muito entusiasmadas, pois
estavam ansiosas que chegassem a sua vez para lerem as palavras, alguns liam na
vez do outro, as vezes pedia para que aguardassem sua vez. Observei que foi o
momento, mas pertinente do projeto, pois mesmo diante de suas limitações todos
conseguiram ler alguma palavra.
Figura 8- Apresentando as tirinhas com balões em branco.
Fonte: https://www.gloogle.com.br
Após a construção dos painéis, mostrei várias imagens de tirinhas com balões
em branco para que eles elaborassem suas próprias tirinhas.
Depois da leitura das tirinhas, partimos para a produção textual, distribuir uma
tirinha com balões em brancos para cada aluno, e reforcei a produção fica a critério
de cada um, mas lembre-se de utilizar nosso dialeto.
As tirinhas distribuídas eram diversificas, é claro que algumas se repetiam;
percebi que alguns alunos estavam muito concentrados e compreenderam o que
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deveriam construir, de acordo com as imagens contidas na tirinha que estava sobre
sua posse; outras crianças encontraram muitas dificuldades no momento da produção
textual, pois a dificuldade não foi de compreensão, mas pelo fato de não dominarem
a escrita, tinham muitas ideias, mas não sabiam como escrever, nesse momento,
encontrei um pouco de dificuldades, pois todos queriam ajuda ao mesmo tempo; então
pedi que cada um pensasse no queria escrever, que eu ira escrever na lousa os textos,
cada um deveria aguarda a sua vez.
Percebi também que mesmo as crianças que dominam a leituras encontram
certas dificuldades em escrever algumas palavras muito complexas, as vezes surgiam
perguntas, ficavam em dúvidas com relação a escrita correta das palavras ...muitas
crianças escreveram BARÃU com U, em vez de BARÃO.
Observei que os colegas que tinham mais facilidade com a escrita, auxiliavam
as crianças que não detém a apropriação da escrita, o que contribuiu
significativamente; aqueles que tinham as tirinhas iguais ficaram juntos e alguns
construíram as mesmas histórias. Então perguntei:
-É correto escrevermos o texto de nossos colegas?
Todos responderam que não.
Diante disso eles mesmos apagaram os textos que haviam colados do colega,
elaboraram seus próprios textos. É claro que nem todos conseguiram, muitos não
fizeram como estabelecido, alguns escreveram apenas as palavras que havia no
mural, mas o importante é que mesmo diante das dificuldades todos a sua maneira
foram capazes de elaborar sua produção, dessa forma o objetivo proposto foi
alcançado.
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6. RESULTADOS
7- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho também foi de suma importância para o meu processo de ensino
aprendizagem, na qual, pude melhorar minhas praticas pedagógicas e aprofundar os
conhecimentos sobre os conceito de gêneros textuais, assim como, esse trabalho
proporciona uma abordagem qualitativa das práticas pedagógicas e se tornou também
uma referência para novos estudos e pesquisas no meio acadêmico como fonte de
estudo e contribuindo com nova práticas educacionais na área de linguagem que
possam ser referencial nos estudos sobre esse assunto.
Quando falamos de leitura no ambiente escolar, a primeira imagem que nos
vêm a memória é do livro didático ou de obras literárias, porém, precisamos refletir
sobre a possibilidade de se construir um leitor a partir de textos de diferentes gêneros,
sendo que esse ambiente é repleto de materiais escritos, como cartazes, textos
informativos, lista de frequência, placas de identificação nas salas de aula, entre
outros. Por isso a importância de trabalhar todas as formas de gêneros possíveis
desde os anos iniciais, haja vista, que quanto mais vivências proporcionarmos às
crianças, mais facilidade de falar e escrever elas terão e, aproveitar os materiais
escritos disponíveis dentro da escola pode contribuir muito para o aprendizado dos
alunos e para o próprio trabalho do professor.
Assim como os alunos desta pesquisa, muitos outros terão na escola o primeiro
contato com os livros, pois, diante da condição sócio-econômica dos alunos das
escolas públicas de nosso país, ter contato/ acesso com livros, jornais, revistas e
outros gêneros textuais é privilégio de poucos. Desse modo a escola, passa a ser o
lugar onde esses alunos deverão criar o gosto e a prática pela leitura, mediante a
práticas e eventos em que o ato de ler seja vivenciado permanentemente, cabendo
aos professores criar condições favoráveis para que a leitura se dê de forma
espontânea.
O trabalho com gêneros textuais diversos, evidencia a proposta de letramento,
sendo que a leitura só terá importância para a criança se o texto estiver de acordo
com a sua realidade. Portanto, desde os anos iniciais, é preciso considerar os níveis
de conhecimento prévio dos alunos, tornando-o capaz de interpretar diferentes textos
que circulam socialmente, de assumir a palavra e, como cidadão, de produzir textos
eficazes nas mais variadas situações.
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leitor, pois é um processo de reflexão que se inscreve em nós, nos toca e deixa marcas
e que está acima de todas as dificuldades que encontrei que não foram poucas.
O presente trabalho contribuiu de forma significativa para a reflexão de minha
prática pedagógica com relação à leitura, articulada com a escrita, na educação
infantil. Foi possível estabelecer um distanciamento da minha atuação em sala de aula
e, com isso, poder melhor ajustar e aprimorar meu trabalho, no intuito de, proporcionar
uma prática pedagógica mais qualificada para atender de forma mais adequada o
público infantil com o qual atuo. Nesse sentido, entendo que a qualificação profissional
é uma necessidade contínua e ininterrupta que não se esgota com a formação inicial.
Do mesmo modo compreendi que é mais significativo possibilitar às crianças
se apropriarem da função social da linguagem oral e escrita, do que empregar
atividades mecânicas, apropriação do sistema alfabético, visto que, esta é a finalidade
da Educação Infantil: promover a apropriação e reflexão acerca das práticas de leitura
e escrita como um direito da criança e dever da escola.
Agora eu sei que para fazermos a diferença como mediadores nesse processo
é necessário encararmos a realidade do aluno e da escola, pois sabemos, que em
muitos casos o letramento tem sido confundido com alfabetização. Além do que, o
professor precisa querer ser mediador, precisa criar estratégias, consolidar teorias,
precisa ver seu aluno como ele realmente é, um ser capaz de se desenvolver a partir
de seu conhecimento de mundo e demais conhecimentos que venha ter acesso.
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8 - REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.
COSSON, Rildo; SOUZA, Renata Junqueira de. Letramento Literário: uma proposta
para a sala de aula. In: Caderno de formação: formação de professores didática de
conteúdos/ Universidade Estadual Paulista. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v.
2. p. 101 – 107.
CRUZ, Maria Emília. O letramento acadêmico como prática social: novas abordagens.
Gestão e conhecimento. v. 4, n. 1, art. 1. Minas Gerais, Julho/Novembro, 2007. ISSN
1808-6594.
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PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva. Trad. Celina Olga de
Souza. São Paulo: 34, 2008.