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De tudo quanto possuo (7távxa óca Kxcó|j,ai), presente do indicativo intermediário/passivo deponente,
não perfeito intermediário/passivo KéKiri(j,ai (“eu possuo”). Ele dava o dízimo da sua renda, e não da
sua propriedade.
18.13. De longe11 (|a,aKpó08v saxéç), segundo particípio ativo perfeito de ícm]jii, intransitivo como
oxaGsíç acima. Mas não há ostentação, como com o fariseu no versículo 11. Ele estava a alguma
distância do fariseu, e não do santuário.
Nem ainda queria levantar os olhos ao céu”1* (oúk f|0sÀ£V ODÔé xouç ocp0aA,ja,oúç 87iápai siç xov
oúpavóv19). Duplas negações são aqui usadas com o imperfeito de 0sÀ,a>, “não queria nem mesmo
erguer, se recusava a erguer” (s7tápai, primeiro infinitivo ativo aoristo do verbo composto líquido, éxx-
aípco).
Mas batia no peito {aÚC éxuxxxsv20 xo axr|0oç aúxoü), imperfeito ativo de xíotxco, “continuava
ferindo ou batendo”. Os adoradores normalmente erguiam seus olhos para Deus.
Tem misericórdia de mim21 (Ráa0r|ií fxot), primeiro imperativo passivo aoristo de íXáaKopai,
encontrado também na lxx e em várias inscrições.22
Pecador23 (xco áfiapxw^co). O adjetivo articular é uma justaposição ao pronome jioi e assim requer o
artigo, embora não na tradução, “pecador”.24
18.14. Este (oúxoç): Este publicano desprezado é mencionado de modo desdenhoso no versículo 11,
como “este” (ouxoç) publicano.
E não aquele (rcap’ eiceívov25), em comparação com (colocado ao lado) daquele. Trata-se de um
idioma grego apropriado, depois do particípio perfeito passivo Ô8ÔiKaico|iévoç.
Porque (óxi). Esta máxima moral, Cristo já tinha usado em
14.11. Plummer pergunta, de modo pertinente: “Por que se supõe que Jesus não repetisse as suas
mensagens?”26
A primeira parte da oração do farizeu mostra quem ele é. Na segunda, o que ele realiza (as obras excedentes).
Excedia o jejum anula prescrito na Lei (Lv 16:29) com mais dois jejus semanais, de acordo com o costume
farisaico e no segundo e quinto dia da semana (terça e sexta). A lei prescrevia que se entregasse o dizimo do
produto da terra e dos rebanhos para o sustento dos levitas. O fariseu porém pagava o dizimo de todas as
receitas e para não correr o risco de consumir algo que não pagara o o dizmo, ele dava o dizimo de tudo o que
compraza. Excedendo o preceito da lei, ele dava o dzimo de todas as hortaliças, como hortelã, o endro e
cominho e da arruda. O fariseu agrade no começa de sua oração não apenas por “quem ele é”, mas também
pelo ele faz para Deus.
O publicano, que não possuía direitos honoríficos civis e era evitado por todas as pessoas de bem, não ousava
erguer os olhos ao céu. Erguer os olhos ao céu significava na pessoa que orava a postura em que a alma se
elevava para Deus. Em contrapartida o publicano baixa os olhos, porque se sente culpado perante Deus. O
motivo de não orar de olhos levantados é evidenciado também pelo fato de que golpeava o peito. O termo
grego aqui utilizado, typtein, é uma expressão forte e definida para uma contrição dolorosa e arrependida (Lc
23.48). Nessa contrição ele bate no peito, de olhos e cabeça abaixados. O publicano tampouco consegue
formular muitas palavras. Nem mesmo com asserções e promessas ele conseguiria obter quaisquer direitos. O
publicano tem consciência disso. Pode apenas render-se inteiramente às mãos de Deus. Com profunda dor ele
exclama: “Deus, tem misericórdia de mim, o pecador!” Nessa breve, porém, séria oração a ênfase recai sobre as
duas palavras “o pecador”. É desse modo que também se deve entender seu gemido. Ele não intercede em
favor de si no sentido de que, afinal, é um pecador como são também os demais, mas em favor de si como
alguém bem definido e especialmente sobrecarregado. Visa distinguir-se daqueles que não são pecadores na
mesma proporção como ele. Nesse sentido o artigo antes de “pecador”, ou seja “o” pecador”, e a brevidade da
oração correspondem à posição peculiar do orador que, acabrunhado, deseja isolar-se de todos os devotos e,
cabisbaixo, golpeia o peito com profunda dor.
Algumas idéias práticas acerca da parábola do fariseu e do publicano: Não será o coração de cada ser humano
por natureza um fariseu? Vê severamente os pecados de outras pessoas, porém olvida os próprios. O fariseu
deixou o templo da mesma maneira como havia entrado nele. Nada havia sido mudado dentro dele. É assim
que muitos permanecem, apesar de todas as orações, apesar de toda a leitura da palavra de Deus, sempre as
velhas pessoas não-quebrantadas, das quais Deus não se agrada. “Ele salva os homens de olhos baixos” (Jó
22.29 – TEB). Quem se curva ao pó será amorosamente atraído por Deus ao coração do Pai (Sl 51.19). “Das
ruínas Deus constrói templos.” “Deus somente consegue trabalhar com pessoas falidas” (von Rothkirch).
"Deus, sê
propício a mim – o pecador", como se não fosse meramente pecador, e
sim o pecador por excelência. Jesus disse: "E foi sua oração penitente,
Lucas 18:9-14
Orar silenciosamente “para si próprio” contrariava o costume de oração daquele tempo. Com base em 1Sm 1.13,
os escribas defendiam a exigência de que se orasse em tom de sussurro. Não era permitido orar em voz alta,
porque a reverência a Deus o proibia. A partir deste ponto entendemos Rm 8.15, onde Paulo usa o termo
kragomen devido à alegria pelo presente da graça da filiação divina, i. é, exclamando em voz alta “Abba, querido
Pai”.
11 A oração do fariseu começa com as palavras: “Deus, eu te agradeço!” Ele não perde nenhuma palavra para
agradecer a Deus pelo que este lhe fez ou lhe deu, e pelo que deve a ele, mas, falando imediatamente dos pecados
e vícios das demais pessoas que se encontram muito abaixo dele, faz na verdade uma autoprojeção de sua
religiosidade. O fariseu enaltece suas próprias obras meritórias. Começa a classificar a grande multidão dos
pecadores em grupos especiais. Ele próprio, que ao contrário das outras pessoas não se designa como pecador,
condena com muito desdém todos os demais, chamando-os de injustos, ladrões, adúlteros. A essa glorificação
geral ele acrescenta ainda uma comparação pessoal: “Ou também como esse publicano!” Olha com especial
desprezo para o publicano, a quem considerava injusto e ladrão.
A oração do fariseu mostrou inicialmente quem ele é. Na segunda parte de sua oração ele passa a destacar as
obras excedentes que ele realiza. Excedia o jejum anual prescrito na lei (cf. Lv 16.29ss) com mais dois jejuns
semanais, de acordo com o costume farisaico, no segundo e quinto dia da semana, ou seja, nas terças e sextas-
feiras. A lei prescrevia que se entregasse o dízimo do produto da terra e dos rebanhos para o sustento dos levitas
(Lv 27.30,32; Nm 18.21,24). O fariseu, porém, pagava o dízimo de todas as receitas. Para não correr o risco de
consumir algo de que não pagara o dízimo, ele dava o dízimo de tudo o que comprava, embora muitas vezes os
produtos agrícolas já tivessem sido tributados pelo produtor. Excedendo o preceito da lei, ele dava o dízimo de
todas as hortaliças, como a hortelã, o endro e o cominho (Mt 23.23) e da arruda (Lc 11.42). O fariseu agradece no
começo de sua oração não apenas por “quem ele é”, mas também pelo que ele faz para Deus.
O fariseu rasgou a mascara da sua própria espiritualidade.
O Publicano:
Não é sem razão que se descreve a atitude de oração do publicano. Fica parado ao longe, para que o fariseu
pudesse vê-lo e apontar para ele. Ao contrário do fariseu, que se projetou do grupo dos demais devotos, o coletor
de impostos permanece solitário no fundo. Lá um presunçoso destacar-se e projetar-se, aqui um temeroso
encolhimento.
O publicano, que não possuía direitos honoríficos civis e era evitado por todas as pessoas de bem, não ousava
erguer os olhos ao céu. Erguer os olhos ao céu significava na pessoa que orava a postura em que a alma se
elevava para Deus. Em contrapartida o publicano baixa os olhos, porque se sente culpado perante Deus. O
motivo de não orar de olhos levantados é evidenciado também pelo fato de que golpeava o peito. O termo grego
aqui utilizado, typtein, é uma expressão forte e definida para uma contrição dolorosa e arrependida (Lc 23.48).
Nessa contrição ele bate no peito, de olhos e cabeça abaixados. O publicano tampouco consegue formular muitas
palavras. Nem mesmo com asserções e promessas ele conseguiria obter quaisquer direitos. O publicano tem
consciência disso. Pode apenas render-se inteiramente às mãos de Deus. Com profunda dor ele exclama: “Deus,
tem misericórdia de mim, o pecador!” Nessa breve, porém, séria oração a ênfase recai sobre as duas palavras “o
pecador”. É desse modo que também se deve entender seu gemido. Ele não intercede em favor de si no sentido
de que, afinal, é um pecador como são também os demais, mas em favor de si como alguém bem definido e
especialmente sobrecarregado. Visa distinguir-se daqueles que não são pecadores na mesma proporção como ele.
Nesse sentido o artigo antes de “pecador”, ou seja “o” pecador”, e a brevidade da oração correspondem à posição
peculiar do orador que, acabrunhado, deseja isolar-se de todos os devotos e, cabisbaixo, golpeia o peito com
profunda dor. Segundo as
palavras do fariseu todos os humanos eram pecadores, somente ele era justo. Segundo a confissão do publicano,
porém, todos eram justos, e somente ele era o pecador. Ao expressar gratidão pela avaliação positiva que faz de
si mesmo, a oração do fariseu foi somente um enaltecimento de si mesmo. A breve e significativa confissão do
publicano, no entanto, era uma prece que subia das profundezas de um coração dilacerado pela dor. Ele, o
pecador, implorava a condescendência do favor divino, ao qual não tinha direito, pelo qual no entanto rogava
como livre dádiva da misericórdia divina.
Assim se encerra a narrativa no que diz respeito aos processos exteriormente constatáveis. Na realidade não seria
necessário mencionar a descida e o retorno para casa depois de proferida a oração. Porém, o fator decisivo desse
relato de voltar para casa não é o ato terreno, mas divino, que permanece oculto às evidências. Jesus assevera
inicialmente: “Digo-vos que este desceu para casa justificado!” O que o Senhor afirma significa inequivocamente
nesse contexto: Ele, o pecador, foi para casa na certeza de que Deus havia atendido sua oração por clemência.
O publicano está longe, não afastado. Está longe não porque se considera de alguma forma mais santo que os
outros presentes, mas porque se sente realmente o “pior dos pecadores”. Bate no peito. Um sinal de extrema
angústia, tristeza e dor. Era geralmente praticado pelas mulheres em situações de lamento, quase nunca por
homens. ...é se coração, em seu peito, a fonte de todos os seus maus pensamentos; por isso ele estava batendo
nele como evidência
Mas a sua gratidão para com Deus é pelas suas próprias virtudes e não pelas misericórdias de Deus
para com ele. Um dos rabinos oferece uma oração como esta, de gratidão, por ser um judeu e não um
gentio, um fariseu e não uma pessoa comum, e por ser um homem e não uma mulher.
Salmos 51:16,17