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31/03/2019 A grande pioneira da pesquisa ufológica no Brasil

ENTREVISTA

A grande pioneira da pesquisa


ufológica no Brasil
Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga | Edição 146 | Outubro de 2008

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Irene Granchi nasceu na Alemanha, em


26 de novembro de 1913, mas teve
formação inglesa. Também estudou e
morou em Milão e, logo depois de se
casar com o italiano Marco Granchi, veio
para o Brasil. Naturalizada brasileira
“desde os tempos de Getúlio Vargas”,
como diz, teve sua vida de pacata dona-
de-casa completamente mudada numa
tarde de julho de 1947, quando viu, pela
primeira vez, um disco voador metálico
em formato de tampa de panela pairando
sobre o sítio em que morava no município
de Vassouras, interior do Rio de Janeiro.
Desde então, se deu conta de que não
teria paz enquanto não soubesse tudo a
respeito do que acabara de presenciar.

O início da carreira desta que é a primeira


ufóloga brasileira e respeitadíssima na
área em todo o mundo é o retrato da
garra, da força de vontade e do esforço, sem se importar com os riscos que recebeu e o
cansaço que a acometia em suas investigações ufológicas. Carregando um gravador de
15 kg numa mão e dezenas de outros apetrechos na outra, subia e descia morros do
Rio de Janeiro atrás de UFOs e suas testemunhas. O resultado de tanta atividade
garantiu a Irene o incontestável mérito de ser a grande pioneira da Ufologia Brasileira.
Poliglota, a nossa “representante de saias” foi aos poucos conquistando prestígio
internacional. Desde os primórdios da Era Moderna dos Discos Voadores, conviveu com
ufólogos como Joseph Allen Hynek, Jim e Coral Lorenzen, Gordon Creighton, Olavo
Fontes e tantos outros com os quais manteve íntimo relacionamento e troca de
informações, o que proporcionou boa soma de conhecimentos passados à Comunidade
Ufológica Brasileira.

Vi um disco voador pela primeira vez em julho de 1947, em Vassouras, Rio de Janeiro.
Como naquele tempo não se falava em UFOs e eu era bastante racional, comecei a
indagar aquilo. E pensei: não vou ter paz enquanto não me dedicar de corpo e alma ao
estudo destes objetos

Na noite de 17 de agosto de 1968, Irene retornava para sua casa, depois de ter visitado
um amigo no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, quando avistou um UFO pela segunda
vez. Era por volta das 21h15 e, enquanto esperava o ônibus, o objeto fez um show para
ela. Toda sua família, incluindo o marido, foram testemunhas de avistamentos ufológicos
ao longo de suas vidas. Para Irene, há uma “propensão inata” para que uma
determinada família seja visada pelos UFOs, no que concorda sua filha, a artista
plástica carioca Chica Granchi. Ambas são integrantes da Revista UFO desde sua
criação. Irene é presidente de honra do Conselho Editorial da publicação e Chica é
consultora.

Em 1978, em parceria com a Hunos Editorial, Irene lançou a revista OVNI Documento, o
primeiro veículo brasileiro inteiramente dedicado à Ufologia, antecessora direta da UFO.

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A publicação, no entanto, durou apenas dois anos e teve somente oito edições,
fechando as portas e enlutando a Ufologia Brasileira. Foi devido a isso que surgiu a
Revista UFO, tendo em Irene uma fonte de inspiração direta e constante. A OVNI
Documento tinha um corpo de colaboradores de peso, que incluía nomes como o citado
Hynek, Silvio Lago, Flávio Pereira, Fernando Cleto Nunes Pereira [Veja seção Diálogo
Aberto da UFO 132], Mário Martins Ribeiro, Bob Pratt, Bill Chalker, Décio Estrela Maia,
Húlvio Brant Aleixo [Veja seção Diálogo Aberto da UFO 138] e o general Alfredo Moacyr
Uchôa. Entretanto, a união de esforços em prol da excelência não foi suficiente para
driblar a falta de patrocínio, de recursos e as sucessivas crises econômicas, obrigando
Irene a encerrar precocemente suas atividades. Hoje, as edições da OVNI Documento
são avidamente disputadas em sebos e zelosamente preservadas por colecionadores.

Em 1988, a ufóloga dirigiu o documentário sonoro Contatos Imediatos ao Vivo,


roteirizado por Luiz Carlos Maciel, narrado por Alfredo Canthé e editado pela empresa
produtora Serapis Bey, do Rio de Janeiro. No lado A da fita cassete havia um pequeno
histórico sobre os discos voadores, com depoimentos de ufólogos e testemunhas,
incluindo um trecho citando o então secretário-geral da Organização das Nações Unidas
(ONU) Kurt Waldheim. Batalhadora incansável, Irene participou como conferencista em
dezenas de eventos, simpósios e congressos. O Centro de Investigações Sobre a
Natureza dos Extraterrestres (CISNE), fundado por ela em 1982, realizou mais de 12
concorridos encontros, entre eles aquele que foi, sem dúvida, o maior acontecimento de
sua carreira e, talvez, um dos mais profissionais conclaves de pesquisadores já
ocorridos no Brasil, o IV Congresso Internacional de Ufologia (CIUFO), realizado no Rio
de Janeiro, de 03 a 06 de setembro de 1986. Entre seus convidados estavam os
maiores nomes da Ufologia da época. O evento foi um marco e uma das grandes
contribuições da ufóloga à “causa dos UFOs”, como costuma dizer.

crédito: James Neff


\"Irene
Irene Granchi viu um disco voador na propriedade da família, no interior do Rio de
Janeiro, em 1947. O objeto apresentou-se em plena luz do dia
Aos 80 e tantos anos, Irene ainda mantinha o mesmo ritmo de trabalho de quando
começou a pesquisar os UFOs a fundo, em 1954. E, a julgar pelo cenário de seu
apartamento na Rua das Palmeiras, no bairro Botafogo, repleto de livros sobre Ufologia
em vários idiomas e de pastas bem arrumadas contendo recortes de jornais e revistas,
ela estava longe de parar. Em complemento ao material escrito, Irene guardava ainda
dezenas de depoimentos colhidos por ela de pessoas que mantiveram contatos com os
seres extraterrestres ou que testemunharam de alguma forma a presença de discos
voadores. “Esse material para mim vale ouro e foi graças a ele que escrevi um livro mais
dirigido a estrangeiros”. Ela se refere à obra UFOs: Brazilian Cases Histories [Horus
House Press, 1995], que relata casos ocorridos no país no período de 1950 a 1975. O
livro é tradução de UFOs e Abduções no Brasil [Novo Milênio], lançado aqui em 1992.

Hoje com 94 anos, Irene Granchi está completamente inativa na Ufologia. Há cinco anos
foi acometida de grave diabetes, com seqüelas visíveis. Sua memória está
imensamente prejudicada, assim como sua visão e audição. Mesmo assim, em março, a
grande “matriarca da Ufologia Brasileira” recebeu seus “afilhados” Marco Antonio Petit,
Rafael Cury e A. J. Gevaerd, e com muito esforço os reconheceu e os saudou, num
momento de grande emoção [Veja depoimento na seção Mensagem do Editor da UFO
144]. Há alguns anos, a ufóloga concedeu esta entrevista exclusiva a Cláudio Tsuyoshi
Suenaga e Pablo Villarrubia Mauso, em que fala de maneira franca sobre o início de sua
carreira, suas primeiras dificuldades, suas primeiras conquistas, os pesquisadores que
conheceu, os casos que estudou, e sobre a situação da Ufologia no Brasil e em todo o
mundo.

Como surgiu seu interesse pelos UFOs? Foi quando vi um disco voador pela primeira
vez, em julho de 1947. Naquele tempo, eu e minha família morávamos em um sítio em
Vassouras, interior do Rio de Janeiro. Eram mais ou menos 15h30 quando fui à horta
colher alface para o jantar e vi um objeto aparecer no horizonte, se aproximando até a
altura dos eucaliptos. Tinha um brilho impressionante, era metálico e possuía uns
círculos desenhados, como uma tampa de panela. Eu era dona-de-casa na época, por
isso a comparação. Como naquele tempo não se falava em discos voadores e eu era
bastante racional, até mesmo cartesiana, comecei a indagar o que seria aquele
estranho objeto que se movia lentamente em movimento oscilatório acima e ao longo da
estrada de ferro local. De repente, apareceram algumas idéias esquisitas na minha
cabeça, que naquele tempo eu não sabia o que eram, mas hoje sei que eram

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mensagens telepáticas. A primeira delas foi: “Esse é um objeto manufaturado”. A


segunda: “Mas não foi manufaturado aqui na Terra”. E a terceira: “Você não vai ter paz
enquanto não se dedicar de corpo e alma ao estudo destes objetos”. Vários
pensamentos vieram à minha cabeça no momento, mas o que mais permaneceu foi o
de que jamais conseguiria descansar enquanto não soubesse o máximo sobre o que
acabava de ver. E aqui estou, mais de cinco décadas depois, ainda nesta procura.

Quais as maiores dificuldades que a senhora enfrentou para levar adiante a


pesquisa ufológica? A falta de tempo e de recursos é a maior delas. Estou sempre
recebendo visitas, sempre fazendo pesquisas e mantendo intercâmbio com outros
pesquisadores. Mas, infelizmente, não sou uma pessoa abastada e sequer posso
manter empregada fixa. Então, eu mesma sou obrigada a cozinhar, a ir ao
supermercado, ao banco etc, o que me consome um tempo estúpido e me impede de
produzir ainda mais pesquisas ufológicas.

Suponho que o início de sua “carreira” de ufóloga deve ter sido difícil. Mas, no
princípio, em meio às primeiras dificuldades, a senhora não teve desejo de
abandonar a tarefa?Difícil, só se for com respeito à falta de tempo ou de dinheiro,
como disse. Uns 10 anos após começar minha “carreira”, já morando no Rio, eu
lecionava inglês na Cultura Inglesa e me sobravam pouquíssimas horas, nos sábados e
domingos, para me dedicar à Ufologia. Financeiramente, a dificuldade estava no volume
da despesa que tinha com correspondência, principalmente para o exterior, além da
impossibilidade de me locomover para investigar casos ocorridos longe de onde
morava. Como não tínhamos carro, precisava ir de ônibus, sozinha, pesquisar aparições
em lugares muito distantes, a três ou quatro horas de viagem do Rio. Uma vez, em
Paulo de Frontim, no interior do estado. Lá, até o vice-prefeito já havia visto UFOs e eu
me hospedei em sua fazenda, podendo também observar o fenômeno. Era uma
pequena estrela que se movia lentamente. Em minhas pesquisas, o difícil era subir e
descer morros a pé, atrás de testemunhas de UFOs e locais de pouso. Tinha que
carregar gravador – e era daqueles grandes –, livros, revistas, máquina fotográfica etc,
tudo para poder efetuar minhas investigações. Mas isso já é dos anos 70 para cá. De
qualquer forma, ninguém achava graça daquilo. Eu era sempre bem recebida e
acolhida. E apesar de todas as dificuldades, porém, nunca desejei abandonar o
trabalho, mesmo tendo sido taxada de louca por meus próprios colegas na Cultura
Inglesa, que me chamavam de “maga voadora”, do inglês flying sorcerer, cuja pronúncia
é muito parecida com flying saucer, que significa disco voador. Mas, se meus colegas
professores gozavam, já meus alunos gostavam e me respeitavam bastante. Muitos
chegaram a aprender sobre Ufologia.

Quando a senhora começou suas pesquisas, entrevistas com testemunhas e


levantamentos no campo, não houve restrição ao fato de ser mulher? Na verdade,
iniciei inocentemente, sem saber que estava fazendo pesquisa. Por causa de minha
própria experiência com UFOs, comecei a interrogar todo mundo por perto. Descobri,
por exemplo, que nossa lavadeira, uma portuguesa que também era nossa vizinha,
tinha ouvido um estranho barulho e, ao se dirigir para o quintal, viu um objeto “igual
àquele que a senhora descreveu”, disse-me uma vez. Muitas pessoas haviam visto
UFOs: minha família, o mecânico da oficina próxima, os empregados das fazendas da
região. Um destes observou um UFO e chegou a dizer que pensou ser “o avião do
Juscelino [Kubitschek]. Não sabe? O avião dele é redondo”. Mais tarde conheci o doutor
Paulo Coelho Neto, um estudioso que começou a escrever livros sobre o assunto, já
falecido. Ele morava em Vassouras também, e era um verdadeiro pioneiro da Ufologia.
Mas, quanto ao fato de eu ser mulher, foi algo que não me atingiu no sentido de crítica.
Nunca senti qualquer restrição por isso, acho que por ter sido um pouco independente,
por ter recebido educação européia, pois só vim para o Brasil depois de casada.
Contudo, creio que fui a primeira ou uma das primeiras mulheres a se ocupar com os
discos voadores seriamente.

O Bühler dizia que eu era espiã norte-americana e eu ficava indignada cada vez que
ouvia isso. Se tivesse sido, ou ainda fosse espiã, estaria rica. Vivo da pensão do meu
marido e de minha aposentadoria de professora da Cultura Inglesa. Também falam que
eu fui perseguida pelo regime militar, mas isso nunca aconteceu

Pesquisar Ufologia deve ter trazido algumas dores de cabeça, não? Qual foi a
maior que a senhora já teve? A mais prolongada foi a incompreensão de minha

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família. Meu falecido marido tinha ciúmes do tempo que eu dedicava à Ufologia, e que
tinha que sacrificar o dele. Seu ciúme era até justificável, admito. Meus três filhos,
embora acreditassem em UFOs, enjoavam de me ouvir falar tanto no assunto. Fora de
casa, também havia alguns problemas, como sorrisinhos mofos, críticas etc, tudo
movido por pura ignorância e temor que muitas pessoas tinham do assunto. Por outro
lado, muitas vezes tive a preciosa ajuda dos associados do CISNE [Sua entidade,
chamada Centro de Investigação Sobre a Natureza dos Extraterrestres], mas ainda
assim o trabalho maior é comigo mesma. Para manter minha correspondência, por
exemplo, até faltava a compromissos, entre eles até os de dona-de-casa. Desculpe o
desabafo! Acho que muitos de meus colegas pelo Brasil afora têm problemas parecidos.
Publicamente, até que não tenho muito do que me queixar. Mas apesar disso, morro de
medo cada vez que tenho que falar em público, e até hoje este sentimento de temor me
acompanha quando tenho que fazer alguma conferência. Por isso agradeço aos meus
alunos e ao público que as assiste, por serem tão generosos comigo.

crédito: Arquivo UFO


\"O
O general Alfredo Moacyr Uchôa, outro pioneiro da Ufologia Brasileira, de que Irene
Granchi foi contemporânea
Da mesma forma que surgiram os problemas, a senhora teve algum benefício
pessoal pesquisando Ufologia, ou mesmo benefício material? Veja,
profissionalmente, sempre me mantive como professora, estando agora aposentada.
Dentro da pesquisa ufológica, a única coisa que posso dizer, relativa a finanças, é que
jamais tive perdas financeiras nos muitos congressos de Ufologia que já organizei
através do CISNE. Mas também não tive lucros, a não ser o suficiente para cobrir
despesas básicas, como telefone, correspondências etc. Nunca tive vantagens ou
benefícios materiais com Ufologia, mas tive e tenho benefícios de outros tipos: as
amizades que consegui através destes anos todos, os momentos felizes que passei
com meus associados e até com testemunhas de observações de UFOs etc. Tudo
contribuiu para que eu me apegasse ainda mais à Ufologia. Mas hoje as coisas não
estão fáceis! Pesquisar discos voadores se tornou algo bem mais difícil, pois é preciso
ter realmente coragem. Isso é o que posso dizer aos que pretendem entrar neste
“barco” também. É como o desabrochar de uma flor. Poder contemplar o crescente
interesse que o mundo vai adquirindo pelo nosso assunto, o assunto do milênio.

A senhora acha justo o ufólogo auferir algum tipo de proveito ou lucro com suas
atividades? Não estamos falando em fazer dinheiro à custa dos UFOs, mas em
receber remuneração por trabalho prestado. Claro que sim. Neste mundo, não
vivemos de ar! Precisamos ter recursos para viver. Porém, não concordo que se faça da
Ufologia um meio de vida, pelo menos não por enquanto, porque isso pode pôr em risco
a honestidade e a autenticidade do trabalho. Para sermos específicos, acho muito certo
remunerar o ufólogo que verdadeiramente contribui com a pesquisa ufológica,
realizando cursos ou conferências, escrevendo artigos para revistas ou jornais e, desta
maneira, representam algum lucro para quem encomenda suas atividades. Ai deve
haver remuneração, pois o ufólogo despende seu tempo útil para realizar tais atividades,
enquanto poderia estar ganhando a vida com outros tipos de trabalho. Mas quando a
Ufologia for tratada em universidades, quando for reconhecida como ciência, aí a coisa
pode mudar de figura e poderá haver aqueles que viverão dela. Mas não no momento,
em minha opinião.

A revista OVNI Documento, que a senhora editou, foi a primeira sobre Ufologia no
Brasil? Foi. E foi ela que inspirou o A. J. Gevaerd a criar a Revista UFO, que já existe
há tantos anos e de cujo Conselho Editorial sou a presidenta de honra, ao lado do meu
colega paulista Flávio Pereira.

Como nasceu o Centro de Investigação Sobre a Natureza dos Extraterrestres? Em


1982, quando o médico e ufólogo Max Berezovski, então presidente da Associação de
Pesquisas Exológicas (APEX), de São Paulo, interrompeu as atividades de seu grupo,
eu me ofereci para continuar com a APEX aqui no Rio, mas ele se recusou. Foi assim
que decidi fundar uma entidade própria, o CISNE. Depois, tive poucos contatos com o
Max, embora continuemos amigos.

crédito: Alberto Romero


\"Para

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Para a entrevistada, um dos principais casos ufológicos brasileiros foi a captura de ETs
em Varginha
Seu apartamento é decorado com pinturas de discos voadores. Quem pintou
esses quadros? Um pintor primitivista que expõe e vende seus trabalhos na Praça
General Osório, onde aos domingos é realizada uma feira hippie. Esses quadros eu
comprei para servirem de capa para a edição norte-americana de meu livro UFOs e
Abduções no Brasil.

Quem a senhora acha que teve papel fundamental no desenvolvimento da


Ufologia até onde estamos? E quem tem este papel nos dias de hoje? Vários, mas
em âmbito mundial, o nome mais conhecido é o do astrofísico Joseph Allen Hynek,
fundador do Center for UFO Studies [Centro de Estudos de UFOs, CUFOS], um dos
mais conhecidos nos Estados Unidos. Hynek viajava o mundo inteiro proferindo
conferências e apresentando suas pesquisas. No Brasil, onde esteve três vezes, chegou
a se apresentar no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. Isso foi em 1975, e
os jornais deram enorme destaque, porque senadores e deputados federais o ouviram e
o aplaudiram intensamente. Outro nome conhecido é o do francês René Foueré, que
dirigiu a revista Phénomènes Spatiaux, altamente qualificada e teor de elevadíssimo
nível. Também da França tivemos Aimée Michel, matemático e autor que descobriu a
ortotenia, um levantamento que pressupõe um sistema de vôo de UFOs em linhas
geométricas, descoberto a partir das linhas entre as cidades francesas de Bayonne e
Vichy. Da abreviação das iniciais dela que vem a expressão Corredor Bavic. Dos
Estados Unidos tínhamos ainda o casal Jim e Coral Lorenzen, que durante 32 anos
ininterruptos publicaram o The APRO Bulletin, e ditado pela mais antiga organização
ufológica do mundo, a Aerial Phenomena Research Organization [Organização de
Pesquisas de Fenômenos Aéreos, APRO], com representantes em todo o mundo, hoje
extinta. Eu a representei no Brasil. Todos os citados, infelizmente, já faleceram, mas
deram sua enorme contribuição à pesquisa ufológica.

A senhora tem mais algum nome para nos dar? Sim, vários. Da Espanha tivemos o
Antonio Ribera, autor de vários livros, entre eles Seqüestrados pelos Extraterrestres e
Um Caso Perfeito. Era um grande pesquisador e uma grande pessoa também. Ainda da
França temos dois outros grandes ufológicos, o Jimmy Guieu, escritor e pesquisador há
50 anos, e Jacques Vallée, matemático, astrofísico e conferencista que agora trabalha
na NASA. Agora, apesar de todos estes nomes, não creio que haja alguém que
preencha o espaço deixado com o falecimento do doutor Hynek. Ainda assim, numa
outra linha, o major Colman VonKeviczky, já falecido, foi um forte candidato. Com sua
insistência em alertar os governos do mundo sobre o perigo de uma confrontação entre
terrestres e extraterrestres, VonKeviczky, que já veio ao Brasil uma vez, era conhecido
mundialmente. Pensando bem, nesta relação eu incluiria também todos os que editaram
revistas sobre Ufologia. E pela dedicação e até teimosia que tem demonstrado em
continuar seu trabalho neste campo tão difícil, citaria o Gevaerd, que há mais de duas
décadas edita a UFO com determinação e arrojo. Também não poderia deixar de falar
do Ademar Eugênio de Mello, também falecido, que em suas longas e brilhantes
conferências apresentou os mistérios do passado em conexão com a Ufologia.

O ufólogo e médico Walter Karl Bühler [Presidente da extinta Sociedade Brasileira


de Estudos de Discos Voadores, SBEDV, já falecido] dizia que a senhora era espiã
norte-americana... Fico indignada cada vez que ouço falar isso. Se tivesse sido, ou
ainda fosse, estaria rica. Vivo da pensão do meu marido e de minha aposentadoria de
professora da Cultura Inglesa. É só com esse dinheiro que eu sobrevivo. Também falam
que eu fui perseguida pelo regime militar, durante a Ditadura, mas isso nunca
aconteceu.

Fale-nos um pouco sobre o ufólogo e jornalista norte-americano Bob Pratt, com


quem a senhora mantinha forte intercâmbio. O Bob Pratt trabalhava no jornal
National Inquirer, e nesta função veio ao Brasil em várias oportunidades para pesquisar
UFOs, principalmente na Amazônia e no Nordeste. Eu citei alguns casos que ele
investigou em meu livro, o que o agradou bastante. Pesquisamos alguns episódios
juntos, como o Caso Hermínio e Bianca Reis. A aventura deles começou em 1976,
numa noite de janeiro, quando viajavam de carro do Rio de Janeiro para Belo Horizonte.
Era muito tarde e a visão do que lhes pareceu um balão luminoso no céu os fez parar o
veículo, e daí fora, seqüestrados com carro e tudo para dentro da espaçonave. Lá
dentro, Hermínio e Bianca, ele um ex-pastor das Testemunhas de Jeová e ela uma

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dona-de-casa, foram recebidos por um ser alto e belo, chamado Karran. Era um
extraterrestre que se tornou amigo do casal. Aquele foi o primeiro de uma série de
encontros que tiveram com o tal ser. Mas o assunto se tornou delicado quando Hermínio
divulgou detalhes impressionantes sobre discussões de caráter teológico que mantivera
com o Karran, chegando a fazer profundas declarações sobre a origem da vida na Terra.

Quem nega o Caso Barra da Tijuca é de uma geração mal informada e que fica no diz
que diz. Eu sei que as análises computadorizadas mostraram várias discrepâncias,
entre elas a posição do objeto e do Sol em relação à paisagem, mas eu acredito mais
na pessoa que fotografou, o Keffel, do que nas análises posteriores

A senhora considera este caso verídico? Sim, não tenho nenhuma dúvida disso. Um
ano depois que aconteceu, fui procurá-los aqui em Madureira, subúrbio do Rio, onde
moravam, e depois os trouxe à minha casa para estudá-los melhor. Entretanto, a fama
subiu-lhes à cabeça e posteriormente eles passaram a inventar muitos fatos.
Manifestaram aquilo que se convencionou chamar de “síndrome do contatado”. Há
alguns anos, a Bianca chegou a dar um curso em Brasília cobrando mil dólares por
pessoa. Ela se separou do marido e se casou com um rapaz muito simpático, muito
bonzinho, bem diferente do Hermínio.

crédito: Arquivo UFO


\"Uma
Uma das fotos de Ed Keffel, feitas na Barra da Tijuca, que a entrevistada considera
legítimas, mesmo contra seus colegas da Ufologia Brasileira, que consideram o caso
uma fraude
Eles falavam que os ETs na nave usavam capacetes com fios, para uma espécie
de tradução entre o idioma deles e o nosso. Isso não soa um tanto arcaico ou
esdrúxulo para a senhora? Não. Os capacetes faziam parte do equipamento de
tradução. Os pesquisadores que disseram que aquilo era muito primário, pois achavam
que fios não se coadunavam com uma tecnologia tão avançada, se esqueceram de que
não estamos sendo visitados por uma única raça de ETs, mas por pelo menos 60 raças
diferentes. Portanto, alguns são mais adiantados em certos aspectos e atrasados em
outros.

A senhora pesquisou um caso ocorrido em 1930, 17 anos antes do início da Era


Moderna dos Discos Voadores. É o Caso Rute Veiga, que viu um objeto com dois
“olhos” e “pernas”. Fale-nos sobre ele. Foi um caso bem interessante. O capim ou o
gramado sobre o qual o UFO pairou se tornou cinza. A Rute disse que o objeto
lembrava um monstro. Quando ele apareceu, o marido, pensando que era um
assaltante, foi pegar a espingarda, enquanto ela se ajoelhou na cama para observar
pela janela o que era aquilo. Ela então gritou, espantada: “É um monstro!” O objeto
atravessava o campo devagar, bem defronte à casa dela, onde, do outro lado, havia
uma queda d’água. O artefato ia até lá e voltava, fazendo isso várias vezes. Não sei se
ela ainda está viva, pois perdi contato não só com ela mas com todos de sua família, da
qual vários membros também tiveram experiências ufológicas.

Em 07 de maio de 1952, o fotógrafo Ed Keffel e o repórter João Martins, da revista


O Cruzeiro, fotografaram um disco voador na Barra Tijuca, inaugurando a Ufologia
no Brasil. Alguns dias depois, oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) tentaram
reproduzir as fotos atirando tampas de panelas para o ar. Jornalistas estrangeiros
ouviram de pescadores o boato de que estavam jogando falsos discos para o ar.
O médico e ufólogo Olavo Fontes mandou as fotos para a APRO, nos Estados
Unidos, e o Relatório Condon, de 1969, não as considerou verdadeiras.
Posteriormente, os ufólogos Carlos Alberto Reis e Claudeir Covo [Co-editor da
Revista UFO] concluíram que as fotos foram fraudadas. Quais as considerações
que a senhora faz hoje do Caso Barra Tijuca? Eu conheci a fundo o João Martins. Já
o Keffel, um alemão daqueles antigos, não cheguei a conhecer tão profundamente. Ele
tinha feito inovações técnicas que todos os fotógrafos do mundo vinham adotando.
Portanto, são duas pessoas de confiabilidade total. Eu tenho uma declaração deles,
escrita à mão e assinada por ambos, e ainda passada em cartório, confirmando que
fotografaram mesmo um disco voador na Barra da Tijuca. Em 1971, fui aos Estados
Unidos participar de um simpósio da APRO, no Arizona, e lá colocaram em dúvida o
caso. Assim que retornei, exigi essa declaração de veracidade deles. Quanto aos

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militares que jogaram os pratos no ar, constataram que não era possível reproduzir as
fotos tal como haviam sido obtidas. Quem nega o caso é de uma geração mal informada
que fica no diz que diz. Eu sei que as análises computadorizadas mostraram várias
discrepâncias, entre elas a posição do objeto e do Sol em relação à paisagem, mas eu
acredito mais na pessoa que fotografou, no caso o Keffel, do que nas análises
posteriores. Porque a técnica é muito falha.

Em seu livro UFOs e Abduções no Brasil, a senhora diz que um médico e sua
esposa haviam visto o disco voador da Barra da Tijuca, em 07 de maio daquele
ano, mesmo dia em que as fotos foram feitas, mas que haviam se calado. Por
quê? Eu não conheci pessoalmente esse médico. Só falei com ele pelo telefone e ele
me enviou uma carta relatando que na época estava querendo entrar para a Marinha e
tinha uma namorada. Naquele tempo, um sujeito que saía com a namorada, não sendo
noiva, e a levava para um lugar deserto na Barra da Tijuca, era mal visto. Então ele não
quis declarar em público o que eles viram, com receio da família da moça.

crédito: Arquivo Bob Pratt


\"O
O jornalista norte-americana Bob Pratt, com quem a entrevistada pesquisou alguns
casos brasileiros
Um dos casos mais curiosos que a senhora pesquisou é o da tampa de caneta
Parker furada, que ocorreu entre 1952 e 1954. No seu livro, a senhora conta que o
Senhor E viu um UFO defronte a garagem da casa onde ele morava. Um mês
depois, ele estava no centro da cidade quando foi fitado por um homem com
chapéu e capa de chuva escura, e seus olhos não tinham canais lacrimais. O
Senhor E pegou um táxi para o bairro de Botafogo e, quando lá chegou, o homem
estava lá fitando-o novamente. Em outra noite encontrou-se com o mesmo
personagem e sentiu algo ferir seu rosto e queimá-lo. Nisso, o Senhor E deixou a
caneta Parker cair no chão e, no dia seguinte, encontrou sua tampa com um furo.
Como a senhora chegou a esse caso? Eu estava dando uma palestra num colégio
jesuíta aqui no Rio e na platéia havia uns 500 estudantes e o ufólogo Fernando Cleto
Nunes Pereira. Em certo momento, acho que no fim da palestra, um amigo do Senhor E
veio a mim e me contou a história, entregando-me a tampa furada da caneta Parker, que
guardo até hoje. O Senhor E morava no centro da cidade e, movido por um impulso,
resolveu dar uma volta nos arredores, encontrando-se com o homem de chapéu e capa
de chuva. Pela ordem, primeiro ele se encontrou com esse homem embaixo de chuva,
no centro da cidade. Aí passou um amigo e deu carona para ele. O Senhor E fez um
retrato falado desse homem para mim. Aí, quando desceu do carro, o Senhor E viu a
pessoa na frente dele de novo. Como é que ela tinha ido parar lá se instantes atrás
estava no centro da cidade? Não teria dado tempo. Alguns dias depois, o Senhor E
estava fazendo os preparativos para o aniversário da filha, quando viu um disco voador
passando no céu e, no susto, deixou a ferramenta com que trabalhava cair da mão dele.
Dias depois é que ele teve o impulso de sair para a rua. Pegou o carro e foi na direção
da praia do Leblon, que naquele tempo era deserta. A certa altura ele parou o carro e
aquele ser apareceu de novo. Desta vez, conversaram sobre muitos assuntos, entre
eles astronomia. Como nessa época ele era comerciante, tinha o costume de andar com
uma caneta na orelha. E quando o estranho homem foi embora, o Senhor E encontrou
no chão do carro a caneta dele com a tampa furada.

Interessante. Falemos agora de outro fato. A senhora referenda o caso do suposto


contatado suíço Eduard “Billy” Meier? Ainda não cheguei a uma conclusão definitiva
para tomar uma posição favorável ou contrária ao Meier. Não vou cometer os mesmos
erros que outros pesquisadores cometeram no passado. O George Adamski, por
exemplo, que já foi ridicularizado, hoje é aceito. Só o tempo vai dizer.

Em 14 de dezembro de 1954, a população de Campinas (SP) assistiu às manobras


de três discos voadores. Um deles, amparado pelos outros dois, oscilava
bruscamente e emitia sons mecânicos distorcidos. Antes de desaparecerem no
meio das nuvens, o que apresentava defeitos descarregou de sua parte inferior
um líquido prateado. Telhados, ruas, calçadas e até mesmo as roupas que
secavam nos varais ficaram salpicados com o material que ia se solidificando
conforme esfriava. O químico Risvaldo Maffei, que fez os primeiros exames,
revelou que se tratava em grande parte de estanho [90%], misturado a outros
metais, sendo, portanto, “o mais puro estanho jamais achado na Terra”. De

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31/03/2019 A grande pioneira da pesquisa ufológica no Brasil

acordo com Maffei, àquela época, em nenhum lugar do nosso planeta, uma
concentração tão alta como aquela, com pureza tão perfeita, poderia ser obtida. A
senhora pesquisou este caso? Eu estive em Campinas com uma equipe da Nippon
TV Network, do Japão, e entrevistei uma senhora que na época tinha uns 12 anos de
idade. Ela ouviu o estrondo e viu o disco caindo. Ela saiu com o irmão dela à noite e
encontrou diversos fragmentos no chão. O irmão não deixou que ela os recolhesse
temendo que fossem “coisas de terroristas”. Na manhã seguinte ou naquela mesma
noite chegou a Aeronáutica e tirou tudo que havia lá, inclusive pedaços grandes do
disco, e levou para São José dos Campos (SP). Essa última parte eu soube através da
filha da dona Maria Augusta Rodrigues, cujo tio era general naquela cidade.

Vamos tratar de mais alguns casos específicos da Ufologia Brasileira. Quais as


ponderações que a senhora faz sobre o Caso Máscaras de Chumbo? O
parapsicólogo Silvio Lago, que investigou o episódio, era um grande amigo meu. Para
ele, a morte dos dois técnicos em eletrônica não passou de algo natural ou de um
assassinato. Ele não quis encarar o lado ufológico do caso, e acho que falhou nisso. Eu
considero o caso ufológico.

A senhora conheceu o Tiago Machado, que foi ferido na perna pelo tripulante de
um UFO que pousou na cidade de Pirassununga em 1969? Quando o caso
aconteceu, ele foi chamado pela antiga TV Tupi, e foi quando eu o conheci
pessoalmente. Um dos meus filhos foi junto. Tinha uns militares lá, que fizeram com que
o Tiago arregaçasse a calça para mostrar a ferida supostamente feita pelos ETs. Eu e
meu filho vimos o ferimento na perna do Tiago.

O maranhense Antonio Alves Ferreira desenvolveu poderes paranormais de uma


maneira incrível após sua abdução. Eu tinha uma coleção de talheres entortados
mentalmente por ele. Os fenômenos eram espontâneos e ele os produzia sem querer.
Um dia alguém começou a dizer que aquilo era uma energia negativa, mas nada
indicava que fosse mesmo

E sobre o Caso Itaperuna, protagonizado pelo Paulo Caetano Silveira, que a


senhora investigou, o que pode nos dizer? O Paulo Caetano foi abduzido pela
primeira vez em 22 de setembro de 1971, quando tiraram amostras do sangue dele na
nave. Em decorrência disso, ele sofreu graves distúrbios. E disse que conseguiu
fotografar os UFOs que o abduziram. Mas não soube se ele continuou tendo contatos
depois disso, pois nunca mais pude voltar a Itaperuna. De qualquer forma, conservo a
gravação da entrevista que fiz com ele, bem como com a dona do hotel em Itaperuna, a
moça que viu o UFO à noite, bem no horário da novela. Todos os hóspedes do hotel
também viram.

crédito: Arquivo UFO


\"O
O médico e ufólogo paulista Max Berezovski [E] e o ufólogo húngaro naturalizado norte-
americano Colman VonKeviczky, já falecido. Ambos compartilharam informações com
Irene Granchi
Em 26 de julho de 1972, um público de mais de cinco mil pessoas testemunhou o
sobrevôo de UFOs sobre o Estádio Godofredo Cruz, em Campos de Goytacazes,
no norte do Rio de Janeiro, durante o jogo entre os times do Sapucaia e do
Americano. A senhora pesquisou o caso? Eu falei com o chefe de polícia local e o
subprefeito na época, que era diretor do time de futebol lá de Goytacazes. Eles me
descreveram isso. Depois falei com um juiz, que confirmou o fato, pois estava assistindo
ao jogo. A metade dos torcedores viu os objetos. O mais interessante é que, naquela
noite, a dona Augusta Rodrigues, que era ufóloga e tinha uma propriedade próxima da
cidade, viu várias formações de discos no céu. O motorista dela e o sobrinho também
viram, além de outras pessoas.

Um dos casos mais famosos que a senhora investigou é o da pianista Luli


Oswald, abduzida na noite de 15 de outubro de 1979, quando viajava de carro,
guiado por um amigo de seus filhos, com destino a Saquarema, no litoral norte do
Rio de Janeiro. Fale-nos dele. A Luli era minha amiga, já faleceu. Ela era membro
honorário do CISNE. O rapaz que a acompanhava na ocasião da abdução era um
estudante, filho de dentista, amigo dos filhos da Luli. Eu entrevistei os dois, ele e a Luli,
na casa do filho do cineasta e diretor de novelas Carlos Manga, apenas dois ou três dias

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depois de ter acontecido aquilo com eles. O fato é legítimo e muito interessante. A Luli
ficou muito impressionada com o seqüestro e com a ação daqueles alienígenas.

Outro personagem interessante da Ufologia Brasileira é o suposto contatado


maranhense Antonio Alves Ferreira. A senhora confirma que ele desenvolveu
poderes paranormais após sua alegada abdução? Sim, ele desenvolveu os poderes
paranormais de uma maneira incrível. Eu tinha uma coleção de talheres entortados
mentalmente por ele. Na época em que os fenômenos começaram a acontecer, ele veio
ao Rio de Janeiro a meu convite para participar de um evento que organizei. Eu morava
em um apartamento que tinha uma varanda e por causa dos meus netos, que eram
pequenos, mandei fazer grades para evitar que caíssem. O Antonio foi à varanda junto
com o Júnior, e daí a pouco voltou de lá correndo e dizendo: “Ah, dona Irene, me
desculpe, olha o que eu fiz”. Ele havia entortado uma das barras da varanda só com o
olhar. Os fenômenos eram espontâneos e ele os produzia sem querer. Em determinado
momento alguém começou a dizer que aquilo era uma energia negativa, e que,
portanto, não devia ficar em casa com todos aqueles talheres entortados. Assim,
recomendaram que eu doasse tudo ao Instituto de Parapsicologia do Rio de Janeiro
(IPRJ), que os colocou numa vitrine junto com outras coisas. E não é que o IPRJ foi
assaltado e roubaram todo o material?!

crédito: Arquivo UFO


\"Uma
Uma das fotos do suposto contatado suíço Eduard “Billy” Meier
A senhora ainda mantém contatos com o Ferreira? Não. Ele morava lá em São Luís,
no Maranhão, mas depois se mudou para Brasília e nunca mais o vi. Tenho várias fitas
gravadas por ele, supostamente falando com os extraterrestres que o contatavam volta
e meia. Às vezes ele aparece falando em português, ou melhor, faz as perguntas em
português, mas não traduz as respostas que são deixadas na gravação pelos ETs. Uma
funcionária da Embaixada da França, em Brasília, mandou traduzir certas palavras e
encontrou muitas contradições. Ele é uma pessoa difícil, como a maioria dos abduzidos,
pois são pessoas que mudaram de personalidade. A maioria ou a quase totalidade dos
abduzidos acaba desenvolvendo poderes paranormais.

Qual a diferença entre seqüestro e abdução? Quando uma pessoa humana leva
outra consigo contra a vontade, trata-se mesmo de um seqüestro, o que tem acontecido
muito ultimamente. Mas quando um ser extraterreno faz o mesmo com um terreno, aí é
o que chamamos de abdução. E feliz do ser humano que embarcar num disco voador,
mesmo sem querer ir.

Fala-se que membros de determinadas famílias são abduzidas geração após


geração. Por que isso ocorre? Ao longo de minhas pesquisas encontrei muitas
famílias cujos membros vêm sendo abduzidos há décadas. Isso ocorre realmente.
Penso que os ETs estão conduzindo estudos genéticos e averiguando quais seriam os
graus de intuição e conexão de cada membro de determinada família.

Qual foi o caso que mais a impressionou, ocorrido na Ufologia Brasileira? Foi o
caso do Antonio Villas Boas, ocorrido em São Francisco de Salles (MG), em 1957. E por
vários motivos. Primeiro, e mais significativo, porque foi um dos casos iniciais de
abdução para fins genéticos. Segundo, por ter sido pesquisado pelo médico e ufólogo
Olavo Fontes, cuja seriedade e integridade estão acima de qualquer dúvida. E, também,
por eu ter conhecido o próprio Antonio Villas Boas pessoalmente, assim como sua
esposa, Regina. Quando eu o conheci, ele estava indignado com a publicidade
sensacionalista espalhada por Flávio Cavalcanti através de seu programa, e estava
bastante cioso em preservar sua privacidade e de sua família, agora como advogado
conhecido. Você se lembra do que aconteceu com ele, não? Ele estava arando o campo
da fazenda de seu pai – ele tinha uma parte nela –, à noite, quando pousou um UFO do
qual saíram uns pequenos seres e o pegaram e levaram à força para dentro do objeto.
Lá o despiram e o deixaram sozinho. Daí um tempo aproximou-se uma mulher de corpo
belíssimo, mas com estranhas feições e que não falava, apenas grunhia. Fizeram sexo
e Antonio achava que só conseguiu, apesar do pavor, porque seus raptores lhe
passaram um líquido oleoso, talvez afrodisíaco, pelo corpo, antes do ato. Mas seu caso
foi muito deturpado pela imprensa. Por exemplo, ele não era semi-analfabeto na
ocasião. Seu caso é impressionante e verídico, mesmo porque o doutor Fontes chegou

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a constatar, em exame clínico, sinais de que a vítima havia sido exposta à radiação:
tinha duas manchas redondas em cada lado do queixo etc.

Sendo uma das ufólogas mais bem informadas da atualidade, qual o caso
ufológico ocorrido no exterior que a senhora reputaria como de maior significado
para a humanidade? Isso é difícil de responder. Mas, se considerarmos o lado político
da questão, excluindo-se o caso do resgate de corpos de ETs e destroços de UFOs
pelas autoridades norte-americanas, acho que a ocorrência ufológica de maior
importância é a de Bentwaters, na Inglaterra. Naquela região há uma base militar dos
Estados Unidos, situada bem dentro da floresta de Rendlesham, onde um UFO pousou
duas vezes no final de 1980. De seu interior saíram tripulantes e houve até
comunicação entre eles e o comandante da base, isso sob a presença das tropas lá
sediadas. Essa ocorrência é totalmente verídica e notável, porém, e naturalmente, foi
abafada. Os soldados foram proibidos de falar no assunto, os aldeões que vivem
próximos do local e viram tudo também foram ameaçados etc.

E como o Caso Bentwaters veio à tona? Foi graças ao esforço de três pesquisadoras
inglesas, jornalistas, que conseguiram fazer com que a imprensa norte-americana
pressionasse o comandante da base a torná-lo público. O vice-comandante daquela
instalação militar era o tenente-coronel Charles Halt e ele foi obrigado a se pronunciar,
confirmando o pouso da nave. Mas nada falou sobre os tripulantes do UFO e a conversa
mantida entre eles e o comandante. Talvez com alguma razão. Imaginem uma base
norte-americana, dentro da Inglaterra, recebendo emissários de uma terceira potência,
extraterrestre? Como divulgar algo assim? Todo mundo deveria ficar sabendo disso, o
mundo inteiro! Mas nada! Ninguém disse nada sobre isso, e depois ainda me
perguntam: “Por que os extraterrestres não contatam de uma vez as autoridades
mundiais?”

A senhora esteve em Varginha imediatamente após a revelação da captura de ETs


naquela cidade, em 20 de janeiro de 1996. O que encontrou lá? Fui a primeira
ufóloga a ir lá, e fui inclusive para prestar solidariedade ao meu amigo Ubirajara Franco
Rodrigues [Na época, co-editor da Revista UFO], que é um ótimo pesquisador, mas que
se achava totalmente circundado por desconfianças, mentiras e pelo silêncio das
autoridades. E as que resolviam contar alguma coisa não queriam se identificar e
pediam segredo. Quando eram procuradas por outras pessoas, negavam tudo. Diante
disso ele estava ficando desesperado, e com toda a razão. Fui lá com a minha filha,
com um membro do CISNE, uma senhora que é curadora do Museu Nacional de Belas
Artes, e um amigo dela.

As provas não dependem propriamente dos ufólogos, e sim desses seres que nos
visitam há tanto tempo, e que são muito superiores a nós. Eles só vão se deixar
conhecer quando quiserem e permitirem. Há um plano de evolução do homem, uma
estratégia superior. Só quando os homens estiverem prontos é que eles anunciarão
abertamente suas presenças

Em sua opinião, qual seria a origem dos seres capturados em Varginha? Poderiam
ser extraterrestres, mas também poderiam ser intraterrestre. Pelo aspecto, por todo o
conjunto, se aproximam mais de intraterrestres. As meninas disseram que eles estavam
sujos, cheios de lama. Devo esclarecer que não sou partidária da teoria da Terra Oca, e
quando digo intraterrestre não me refiro a um mundo interior com mares, florestas e um
sol central, como falam por aí, mas a cidades subterrâneas em cavidades debaixo da
terra. Também devo dizer que acredito firmemente na veracidade do caso, porque o
Ubirajara é um colega honestíssimo, incapaz de dizer uma mentira ou coisa assim. Além
disso, as fontes que lhe passaram as informações são confiáveis, embora queiram
permanecer em sigilo.

crédito: Alfred Barnnet


\"O
O Caso Rendlesham é um dos mais significantes da casuística mundial. O evento
aconteceu durante quatro dias, em dezembro de 1980, onde alta incidência foi
registrada, culminando no pouso de uma nave
O que a senhora vê de mais positivo e de mais negativo na Ufologia
Brasileira? Mais positivo é o que o Brasil é um país jovem, na Era de Aquário, e terá
todos os meios para se desenvolver rapidamente no setor. Ainda mais com tantas
ocorrências ufológicas de todos os tipos, que aqui acontecem e despertam o interesse

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individual de todos, fazendo as pessoas procurarem respostas para o Fenômeno UFO.


E os ufólogos se sentem motivados com isso. Agora, de negativo, acho que está a
ambição pessoal de cada um, acima da procura pela verdade. Primeiramente, devemos
estar à procura das respostas, que são por si só tremendamente difíceis de serem
obtidas, e depois deve vir o resto. Acho que devemos praticar mais a pesquisa de
campo, que é a base de novos conhecimentos. Sem dados, é ocioso especular, e uso
deste pensamento para transmitir uma opinião ou, mais do que isso, um conselho para
os jovens ufólogos brasileiros: comecem a pesquisar os casos ao seu redor, coletando o
máximo possível de informações. Enviem-nas a organizações de pesquisas ou se filiem
a elas, mas evitem apenas escrever a essas organizações pedindo isso e aquilo.
Quantos pedidos recebo de livros, de fotos, de relatórios, de material enfim para
fundarem seus grupos?! É impossível atender a todos. Vamos coletivamente sintonizar
nossas energias e nossas vibrações para o bem comum, procurando juntos descobrir
mais sobre o fenômeno. É preciso conhecê-lo a fundo e, ao mesmo tempo, estarmos
sintonizados com a natureza, com o universo. É essa a chave para chegarmos até
nossos visitantes.

Com relação a Ufologia praticada no exterior, como se encontra a nossa? Há


progressos ou está parada? No sentido da divulgação do assunto e do número de
pessoas conscientes do Fenômeno UFO, houve, sem dúvidas, muitos progressos nos
últimos anos. Mas nem sempre a quantidade da informação divulgada está à altura dos
acontecimentos. A imprensa procura sensacionalismo, mas os fatos da Ufologia já são
sensacionais por si mesmos, às vezes muito mais do que a imprensa procura. Só que
ela parece preferir ficções e fantasias, que parecem dar muito menos trabalho e mais
resultados. É obrigação nossa, dos pesquisadores brasileiros, então, esclarecer a
imprensa. Aqui está a Revista UFO, contribuindo positivamente para que isso aconteça.
Na própria “Ufologia dos ufólogos”, algo como os bastidores desta área, houve certo
progresso, que poderia ter sido maior se eles tivessem primeiramente se preocupado
com a execução de boas pesquisas de campo, e se tivessem devorado um maior
número de livros sobre o assunto para somente depois começarem a tecer suas
especulações. Na maioria das vezes ocorre exatamente o inverso! Há no Brasil pouca
leitura, acho que principalmente devido às barreiras lingüísticas. E os nossos editores,
então? Jogo sobre eles boa parte da responsabilidade da falta de informação no setor.
Mas estamos caminhando e, futuramente, os grupos ufológicos nacionais estarão mais
coesos, quando acabadas as disputas internas. Hoje, a bem da verdade, já posso
enumerar alguns pesquisadores e organizações que merecem nossos elogios por
estarem trabalhando assiduamente, apesar de tantas dificuldades.

A senhora acha que, em termos mundiais, tem havido melhora no nível de


entendimento da questão ufológica, ou que possa ainda haver a possibilidade do
assunto deixar seu rótulo de segurança nacional? Disso não há a menor dúvida.
Basta observar a abertura dada ao assunto na Rússia e na China, países onde até há
pouco tempo Ufologia era tabu ou “coisa de norte-americano”. Em certos países da
Europa, por causa da excessiva industrialização e materialismo, a restrição ao assunto
ainda vigora, mas no mais, a situação parece se igualar à nossa. Porém, devemos dizer
que mesmo no Brasil a aceitação dos UFOs não é tão grande como se supõe. Por um
lado, parte da população insiste em atribuir a eles a manifestação mera e simples de
forças ocultas. São essas pessoas que ainda duvidam que o homem foi à Lua. E, por
outro lado, temos a “barra pesada” dos pseudo-intelectuais, dos muitos bem sucedidos
na vida material, que pretendem aplicar as mesmas regras em tudo o que acontece ao
seu redor, como donos da verdade. Isso sem falar em certas camadas de cientistas que,
uns por simples analfabetismo científico, outros por medo de perderem seus empregos,
negam tudo! Sem a mínima investigação ou consideração, negam o Fenômeno UFO por
negar. Por sorte nossa, entretanto, também temos no mundo inteiro cientistas
trabalhando a favor da questão ufológica. Especialistas renomados pesquisam o
problema sem preconceitos, e alguns até holisticamente. Minha esperança repousa
nestes e no esforço conjunto dos abnegados pesquisadores, que durante décadas
trabalham nesta área, sem pensar em lucro e procurando meramente a verdade.
Segurança nacional? Sobre isso só digo que o fruto, quando madura, cai.

crédito: Julius Matthews


\"Para
Para a entrevistada, a espécie humana ainda precisa evoluir para viver um contato
definitivo

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A Ufologia Brasileira não anda tendendo demais para o misticismo? Sim, mas não
é um misticismo banal, e sim superior. Isso tem que ser altamente respeitado, uma vez
que é o único caminho para se entender toda a complexidade da questão ufológica. Há
quem diga que, sendo muitas vezes vista como uma questão de fé, haveria o risco de a
Ufologia se tornar uma religião. Talvez, mas não uma religião dentro dos parâmetros
institucionais, e sim do tipo universalista, que busca conhecer a essência de Deus, dos
seres superiores, daqueles que paulatinamente vêm ensinando os homens há milênios.
Mas isso significa que devemos abandonar o lado científico.

A senhora nunca perdeu o interesse ou desanimou em continuar seu trabalho?


Nem mesmo quando deve ter concluído que, após tantos anos de pesquisas, os
UFOs não iriam mesmo descer para nos contatar oficialmente? Não por tal motivo,
de qualquer forma, pois nunca achei que os UFOs fossem descer em data fixa. O que
tinha certeza era de que esta era minha missão, e eu a estava cumprindo, apareçam ou
não UFOs em massa.

Quando a Ufologia irá conseguir finalmente as provas definitivas da existência


dos extraterrestres? As provas não dependem propriamente dos ufólogos, e sim
desses seres que são muito superiores a nós. Assim sendo, eles só vão se deixar
conhecer quando eles próprios quiserem e permitirem. Há um plano de evolução do
homem, uma estratégia superior. Só quando os homens estiverem prontos é que eles
anunciarão abertamente suas presenças.

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