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ENTREVISTA
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Vi um disco voador pela primeira vez em julho de 1947, em Vassouras, Rio de Janeiro.
Como naquele tempo não se falava em UFOs e eu era bastante racional, comecei a
indagar aquilo. E pensei: não vou ter paz enquanto não me dedicar de corpo e alma ao
estudo destes objetos
Na noite de 17 de agosto de 1968, Irene retornava para sua casa, depois de ter visitado
um amigo no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, quando avistou um UFO pela segunda
vez. Era por volta das 21h15 e, enquanto esperava o ônibus, o objeto fez um show para
ela. Toda sua família, incluindo o marido, foram testemunhas de avistamentos ufológicos
ao longo de suas vidas. Para Irene, há uma “propensão inata” para que uma
determinada família seja visada pelos UFOs, no que concorda sua filha, a artista
plástica carioca Chica Granchi. Ambas são integrantes da Revista UFO desde sua
criação. Irene é presidente de honra do Conselho Editorial da publicação e Chica é
consultora.
Em 1978, em parceria com a Hunos Editorial, Irene lançou a revista OVNI Documento, o
primeiro veículo brasileiro inteiramente dedicado à Ufologia, antecessora direta da UFO.
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A publicação, no entanto, durou apenas dois anos e teve somente oito edições,
fechando as portas e enlutando a Ufologia Brasileira. Foi devido a isso que surgiu a
Revista UFO, tendo em Irene uma fonte de inspiração direta e constante. A OVNI
Documento tinha um corpo de colaboradores de peso, que incluía nomes como o citado
Hynek, Silvio Lago, Flávio Pereira, Fernando Cleto Nunes Pereira [Veja seção Diálogo
Aberto da UFO 132], Mário Martins Ribeiro, Bob Pratt, Bill Chalker, Décio Estrela Maia,
Húlvio Brant Aleixo [Veja seção Diálogo Aberto da UFO 138] e o general Alfredo Moacyr
Uchôa. Entretanto, a união de esforços em prol da excelência não foi suficiente para
driblar a falta de patrocínio, de recursos e as sucessivas crises econômicas, obrigando
Irene a encerrar precocemente suas atividades. Hoje, as edições da OVNI Documento
são avidamente disputadas em sebos e zelosamente preservadas por colecionadores.
Hoje com 94 anos, Irene Granchi está completamente inativa na Ufologia. Há cinco anos
foi acometida de grave diabetes, com seqüelas visíveis. Sua memória está
imensamente prejudicada, assim como sua visão e audição. Mesmo assim, em março, a
grande “matriarca da Ufologia Brasileira” recebeu seus “afilhados” Marco Antonio Petit,
Rafael Cury e A. J. Gevaerd, e com muito esforço os reconheceu e os saudou, num
momento de grande emoção [Veja depoimento na seção Mensagem do Editor da UFO
144]. Há alguns anos, a ufóloga concedeu esta entrevista exclusiva a Cláudio Tsuyoshi
Suenaga e Pablo Villarrubia Mauso, em que fala de maneira franca sobre o início de sua
carreira, suas primeiras dificuldades, suas primeiras conquistas, os pesquisadores que
conheceu, os casos que estudou, e sobre a situação da Ufologia no Brasil e em todo o
mundo.
Como surgiu seu interesse pelos UFOs? Foi quando vi um disco voador pela primeira
vez, em julho de 1947. Naquele tempo, eu e minha família morávamos em um sítio em
Vassouras, interior do Rio de Janeiro. Eram mais ou menos 15h30 quando fui à horta
colher alface para o jantar e vi um objeto aparecer no horizonte, se aproximando até a
altura dos eucaliptos. Tinha um brilho impressionante, era metálico e possuía uns
círculos desenhados, como uma tampa de panela. Eu era dona-de-casa na época, por
isso a comparação. Como naquele tempo não se falava em discos voadores e eu era
bastante racional, até mesmo cartesiana, comecei a indagar o que seria aquele
estranho objeto que se movia lentamente em movimento oscilatório acima e ao longo da
estrada de ferro local. De repente, apareceram algumas idéias esquisitas na minha
cabeça, que naquele tempo eu não sabia o que eram, mas hoje sei que eram
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Suponho que o início de sua “carreira” de ufóloga deve ter sido difícil. Mas, no
princípio, em meio às primeiras dificuldades, a senhora não teve desejo de
abandonar a tarefa?Difícil, só se for com respeito à falta de tempo ou de dinheiro,
como disse. Uns 10 anos após começar minha “carreira”, já morando no Rio, eu
lecionava inglês na Cultura Inglesa e me sobravam pouquíssimas horas, nos sábados e
domingos, para me dedicar à Ufologia. Financeiramente, a dificuldade estava no volume
da despesa que tinha com correspondência, principalmente para o exterior, além da
impossibilidade de me locomover para investigar casos ocorridos longe de onde
morava. Como não tínhamos carro, precisava ir de ônibus, sozinha, pesquisar aparições
em lugares muito distantes, a três ou quatro horas de viagem do Rio. Uma vez, em
Paulo de Frontim, no interior do estado. Lá, até o vice-prefeito já havia visto UFOs e eu
me hospedei em sua fazenda, podendo também observar o fenômeno. Era uma
pequena estrela que se movia lentamente. Em minhas pesquisas, o difícil era subir e
descer morros a pé, atrás de testemunhas de UFOs e locais de pouso. Tinha que
carregar gravador – e era daqueles grandes –, livros, revistas, máquina fotográfica etc,
tudo para poder efetuar minhas investigações. Mas isso já é dos anos 70 para cá. De
qualquer forma, ninguém achava graça daquilo. Eu era sempre bem recebida e
acolhida. E apesar de todas as dificuldades, porém, nunca desejei abandonar o
trabalho, mesmo tendo sido taxada de louca por meus próprios colegas na Cultura
Inglesa, que me chamavam de “maga voadora”, do inglês flying sorcerer, cuja pronúncia
é muito parecida com flying saucer, que significa disco voador. Mas, se meus colegas
professores gozavam, já meus alunos gostavam e me respeitavam bastante. Muitos
chegaram a aprender sobre Ufologia.
O Bühler dizia que eu era espiã norte-americana e eu ficava indignada cada vez que
ouvia isso. Se tivesse sido, ou ainda fosse espiã, estaria rica. Vivo da pensão do meu
marido e de minha aposentadoria de professora da Cultura Inglesa. Também falam que
eu fui perseguida pelo regime militar, mas isso nunca aconteceu
Pesquisar Ufologia deve ter trazido algumas dores de cabeça, não? Qual foi a
maior que a senhora já teve? A mais prolongada foi a incompreensão de minha
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família. Meu falecido marido tinha ciúmes do tempo que eu dedicava à Ufologia, e que
tinha que sacrificar o dele. Seu ciúme era até justificável, admito. Meus três filhos,
embora acreditassem em UFOs, enjoavam de me ouvir falar tanto no assunto. Fora de
casa, também havia alguns problemas, como sorrisinhos mofos, críticas etc, tudo
movido por pura ignorância e temor que muitas pessoas tinham do assunto. Por outro
lado, muitas vezes tive a preciosa ajuda dos associados do CISNE [Sua entidade,
chamada Centro de Investigação Sobre a Natureza dos Extraterrestres], mas ainda
assim o trabalho maior é comigo mesma. Para manter minha correspondência, por
exemplo, até faltava a compromissos, entre eles até os de dona-de-casa. Desculpe o
desabafo! Acho que muitos de meus colegas pelo Brasil afora têm problemas parecidos.
Publicamente, até que não tenho muito do que me queixar. Mas apesar disso, morro de
medo cada vez que tenho que falar em público, e até hoje este sentimento de temor me
acompanha quando tenho que fazer alguma conferência. Por isso agradeço aos meus
alunos e ao público que as assiste, por serem tão generosos comigo.
A senhora acha justo o ufólogo auferir algum tipo de proveito ou lucro com suas
atividades? Não estamos falando em fazer dinheiro à custa dos UFOs, mas em
receber remuneração por trabalho prestado. Claro que sim. Neste mundo, não
vivemos de ar! Precisamos ter recursos para viver. Porém, não concordo que se faça da
Ufologia um meio de vida, pelo menos não por enquanto, porque isso pode pôr em risco
a honestidade e a autenticidade do trabalho. Para sermos específicos, acho muito certo
remunerar o ufólogo que verdadeiramente contribui com a pesquisa ufológica,
realizando cursos ou conferências, escrevendo artigos para revistas ou jornais e, desta
maneira, representam algum lucro para quem encomenda suas atividades. Ai deve
haver remuneração, pois o ufólogo despende seu tempo útil para realizar tais atividades,
enquanto poderia estar ganhando a vida com outros tipos de trabalho. Mas quando a
Ufologia for tratada em universidades, quando for reconhecida como ciência, aí a coisa
pode mudar de figura e poderá haver aqueles que viverão dela. Mas não no momento,
em minha opinião.
A revista OVNI Documento, que a senhora editou, foi a primeira sobre Ufologia no
Brasil? Foi. E foi ela que inspirou o A. J. Gevaerd a criar a Revista UFO, que já existe
há tantos anos e de cujo Conselho Editorial sou a presidenta de honra, ao lado do meu
colega paulista Flávio Pereira.
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Para a entrevistada, um dos principais casos ufológicos brasileiros foi a captura de ETs
em Varginha
Seu apartamento é decorado com pinturas de discos voadores. Quem pintou
esses quadros? Um pintor primitivista que expõe e vende seus trabalhos na Praça
General Osório, onde aos domingos é realizada uma feira hippie. Esses quadros eu
comprei para servirem de capa para a edição norte-americana de meu livro UFOs e
Abduções no Brasil.
A senhora tem mais algum nome para nos dar? Sim, vários. Da Espanha tivemos o
Antonio Ribera, autor de vários livros, entre eles Seqüestrados pelos Extraterrestres e
Um Caso Perfeito. Era um grande pesquisador e uma grande pessoa também. Ainda da
França temos dois outros grandes ufológicos, o Jimmy Guieu, escritor e pesquisador há
50 anos, e Jacques Vallée, matemático, astrofísico e conferencista que agora trabalha
na NASA. Agora, apesar de todos estes nomes, não creio que haja alguém que
preencha o espaço deixado com o falecimento do doutor Hynek. Ainda assim, numa
outra linha, o major Colman VonKeviczky, já falecido, foi um forte candidato. Com sua
insistência em alertar os governos do mundo sobre o perigo de uma confrontação entre
terrestres e extraterrestres, VonKeviczky, que já veio ao Brasil uma vez, era conhecido
mundialmente. Pensando bem, nesta relação eu incluiria também todos os que editaram
revistas sobre Ufologia. E pela dedicação e até teimosia que tem demonstrado em
continuar seu trabalho neste campo tão difícil, citaria o Gevaerd, que há mais de duas
décadas edita a UFO com determinação e arrojo. Também não poderia deixar de falar
do Ademar Eugênio de Mello, também falecido, que em suas longas e brilhantes
conferências apresentou os mistérios do passado em conexão com a Ufologia.
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dona-de-casa, foram recebidos por um ser alto e belo, chamado Karran. Era um
extraterrestre que se tornou amigo do casal. Aquele foi o primeiro de uma série de
encontros que tiveram com o tal ser. Mas o assunto se tornou delicado quando Hermínio
divulgou detalhes impressionantes sobre discussões de caráter teológico que mantivera
com o Karran, chegando a fazer profundas declarações sobre a origem da vida na Terra.
Quem nega o Caso Barra da Tijuca é de uma geração mal informada e que fica no diz
que diz. Eu sei que as análises computadorizadas mostraram várias discrepâncias,
entre elas a posição do objeto e do Sol em relação à paisagem, mas eu acredito mais
na pessoa que fotografou, o Keffel, do que nas análises posteriores
A senhora considera este caso verídico? Sim, não tenho nenhuma dúvida disso. Um
ano depois que aconteceu, fui procurá-los aqui em Madureira, subúrbio do Rio, onde
moravam, e depois os trouxe à minha casa para estudá-los melhor. Entretanto, a fama
subiu-lhes à cabeça e posteriormente eles passaram a inventar muitos fatos.
Manifestaram aquilo que se convencionou chamar de “síndrome do contatado”. Há
alguns anos, a Bianca chegou a dar um curso em Brasília cobrando mil dólares por
pessoa. Ela se separou do marido e se casou com um rapaz muito simpático, muito
bonzinho, bem diferente do Hermínio.
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militares que jogaram os pratos no ar, constataram que não era possível reproduzir as
fotos tal como haviam sido obtidas. Quem nega o caso é de uma geração mal informada
que fica no diz que diz. Eu sei que as análises computadorizadas mostraram várias
discrepâncias, entre elas a posição do objeto e do Sol em relação à paisagem, mas eu
acredito mais na pessoa que fotografou, no caso o Keffel, do que nas análises
posteriores. Porque a técnica é muito falha.
Em seu livro UFOs e Abduções no Brasil, a senhora diz que um médico e sua
esposa haviam visto o disco voador da Barra da Tijuca, em 07 de maio daquele
ano, mesmo dia em que as fotos foram feitas, mas que haviam se calado. Por
quê? Eu não conheci pessoalmente esse médico. Só falei com ele pelo telefone e ele
me enviou uma carta relatando que na época estava querendo entrar para a Marinha e
tinha uma namorada. Naquele tempo, um sujeito que saía com a namorada, não sendo
noiva, e a levava para um lugar deserto na Barra da Tijuca, era mal visto. Então ele não
quis declarar em público o que eles viram, com receio da família da moça.
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acordo com Maffei, àquela época, em nenhum lugar do nosso planeta, uma
concentração tão alta como aquela, com pureza tão perfeita, poderia ser obtida. A
senhora pesquisou este caso? Eu estive em Campinas com uma equipe da Nippon
TV Network, do Japão, e entrevistei uma senhora que na época tinha uns 12 anos de
idade. Ela ouviu o estrondo e viu o disco caindo. Ela saiu com o irmão dela à noite e
encontrou diversos fragmentos no chão. O irmão não deixou que ela os recolhesse
temendo que fossem “coisas de terroristas”. Na manhã seguinte ou naquela mesma
noite chegou a Aeronáutica e tirou tudo que havia lá, inclusive pedaços grandes do
disco, e levou para São José dos Campos (SP). Essa última parte eu soube através da
filha da dona Maria Augusta Rodrigues, cujo tio era general naquela cidade.
A senhora conheceu o Tiago Machado, que foi ferido na perna pelo tripulante de
um UFO que pousou na cidade de Pirassununga em 1969? Quando o caso
aconteceu, ele foi chamado pela antiga TV Tupi, e foi quando eu o conheci
pessoalmente. Um dos meus filhos foi junto. Tinha uns militares lá, que fizeram com que
o Tiago arregaçasse a calça para mostrar a ferida supostamente feita pelos ETs. Eu e
meu filho vimos o ferimento na perna do Tiago.
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depois de ter acontecido aquilo com eles. O fato é legítimo e muito interessante. A Luli
ficou muito impressionada com o seqüestro e com a ação daqueles alienígenas.
Qual a diferença entre seqüestro e abdução? Quando uma pessoa humana leva
outra consigo contra a vontade, trata-se mesmo de um seqüestro, o que tem acontecido
muito ultimamente. Mas quando um ser extraterreno faz o mesmo com um terreno, aí é
o que chamamos de abdução. E feliz do ser humano que embarcar num disco voador,
mesmo sem querer ir.
Qual foi o caso que mais a impressionou, ocorrido na Ufologia Brasileira? Foi o
caso do Antonio Villas Boas, ocorrido em São Francisco de Salles (MG), em 1957. E por
vários motivos. Primeiro, e mais significativo, porque foi um dos casos iniciais de
abdução para fins genéticos. Segundo, por ter sido pesquisado pelo médico e ufólogo
Olavo Fontes, cuja seriedade e integridade estão acima de qualquer dúvida. E, também,
por eu ter conhecido o próprio Antonio Villas Boas pessoalmente, assim como sua
esposa, Regina. Quando eu o conheci, ele estava indignado com a publicidade
sensacionalista espalhada por Flávio Cavalcanti através de seu programa, e estava
bastante cioso em preservar sua privacidade e de sua família, agora como advogado
conhecido. Você se lembra do que aconteceu com ele, não? Ele estava arando o campo
da fazenda de seu pai – ele tinha uma parte nela –, à noite, quando pousou um UFO do
qual saíram uns pequenos seres e o pegaram e levaram à força para dentro do objeto.
Lá o despiram e o deixaram sozinho. Daí um tempo aproximou-se uma mulher de corpo
belíssimo, mas com estranhas feições e que não falava, apenas grunhia. Fizeram sexo
e Antonio achava que só conseguiu, apesar do pavor, porque seus raptores lhe
passaram um líquido oleoso, talvez afrodisíaco, pelo corpo, antes do ato. Mas seu caso
foi muito deturpado pela imprensa. Por exemplo, ele não era semi-analfabeto na
ocasião. Seu caso é impressionante e verídico, mesmo porque o doutor Fontes chegou
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a constatar, em exame clínico, sinais de que a vítima havia sido exposta à radiação:
tinha duas manchas redondas em cada lado do queixo etc.
Sendo uma das ufólogas mais bem informadas da atualidade, qual o caso
ufológico ocorrido no exterior que a senhora reputaria como de maior significado
para a humanidade? Isso é difícil de responder. Mas, se considerarmos o lado político
da questão, excluindo-se o caso do resgate de corpos de ETs e destroços de UFOs
pelas autoridades norte-americanas, acho que a ocorrência ufológica de maior
importância é a de Bentwaters, na Inglaterra. Naquela região há uma base militar dos
Estados Unidos, situada bem dentro da floresta de Rendlesham, onde um UFO pousou
duas vezes no final de 1980. De seu interior saíram tripulantes e houve até
comunicação entre eles e o comandante da base, isso sob a presença das tropas lá
sediadas. Essa ocorrência é totalmente verídica e notável, porém, e naturalmente, foi
abafada. Os soldados foram proibidos de falar no assunto, os aldeões que vivem
próximos do local e viram tudo também foram ameaçados etc.
E como o Caso Bentwaters veio à tona? Foi graças ao esforço de três pesquisadoras
inglesas, jornalistas, que conseguiram fazer com que a imprensa norte-americana
pressionasse o comandante da base a torná-lo público. O vice-comandante daquela
instalação militar era o tenente-coronel Charles Halt e ele foi obrigado a se pronunciar,
confirmando o pouso da nave. Mas nada falou sobre os tripulantes do UFO e a conversa
mantida entre eles e o comandante. Talvez com alguma razão. Imaginem uma base
norte-americana, dentro da Inglaterra, recebendo emissários de uma terceira potência,
extraterrestre? Como divulgar algo assim? Todo mundo deveria ficar sabendo disso, o
mundo inteiro! Mas nada! Ninguém disse nada sobre isso, e depois ainda me
perguntam: “Por que os extraterrestres não contatam de uma vez as autoridades
mundiais?”
As provas não dependem propriamente dos ufólogos, e sim desses seres que nos
visitam há tanto tempo, e que são muito superiores a nós. Eles só vão se deixar
conhecer quando quiserem e permitirem. Há um plano de evolução do homem, uma
estratégia superior. Só quando os homens estiverem prontos é que eles anunciarão
abertamente suas presenças
Em sua opinião, qual seria a origem dos seres capturados em Varginha? Poderiam
ser extraterrestres, mas também poderiam ser intraterrestre. Pelo aspecto, por todo o
conjunto, se aproximam mais de intraterrestres. As meninas disseram que eles estavam
sujos, cheios de lama. Devo esclarecer que não sou partidária da teoria da Terra Oca, e
quando digo intraterrestre não me refiro a um mundo interior com mares, florestas e um
sol central, como falam por aí, mas a cidades subterrâneas em cavidades debaixo da
terra. Também devo dizer que acredito firmemente na veracidade do caso, porque o
Ubirajara é um colega honestíssimo, incapaz de dizer uma mentira ou coisa assim. Além
disso, as fontes que lhe passaram as informações são confiáveis, embora queiram
permanecer em sigilo.
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A Ufologia Brasileira não anda tendendo demais para o misticismo? Sim, mas não
é um misticismo banal, e sim superior. Isso tem que ser altamente respeitado, uma vez
que é o único caminho para se entender toda a complexidade da questão ufológica. Há
quem diga que, sendo muitas vezes vista como uma questão de fé, haveria o risco de a
Ufologia se tornar uma religião. Talvez, mas não uma religião dentro dos parâmetros
institucionais, e sim do tipo universalista, que busca conhecer a essência de Deus, dos
seres superiores, daqueles que paulatinamente vêm ensinando os homens há milênios.
Mas isso significa que devemos abandonar o lado científico.
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