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ISSN 2177-3548
[1] [2] [3] [4] Universidade Federal de São Carlos | Título abreviado: Emoções e comportamento simbólico | Endereço para correspondência:Rua Sete de
setembro, 2340, ap 52, Centro, São Carlos, São Paulo | Email: nanaggio@hotmail.com
* Os dois primeiros autores contaram com bolsa de pós-doutoramento do Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino - INCT-ECCE (FAPESP,
processo no 2008/57705-8 e CNPq, processo no 573972/2008-7). A terceira autora conta com
bolsa de pós-doutoramento (FAPESP, processo no 012/21425-7). O quarto autor conta com
bolsa produtividade do CNPq. Todos os autores são membros do INCT-ECCE.
Reproduzir, cuidar da prole, fugir de ameaças, aju- Izard, 1971). Alguns estudos demonstraram, por
dar os pares, atacar quando em perigo, defender exemplo, que é mais fácil identificar uma face ex-
território: estes são alguns exemplos de situações pressando raiva, em meio a faces expressando ale-
envolvendo emoções com as quais os ancestrais dos gria, do que o oposto (Esteves, Dimberg, & Öhman,
seres humanos tiveram que lidar mesmo antes do 1994; Hansen & Hansen, 1988; Öhman, Lundqvist,
desenvolvimento da cultura (Eisenberg & Miller, & Esteves, 2001). Esse tipo de resposta tem sido
1987; Ekman & Friesen, 1971; Hoffman, 2000; associada à importância evolutiva de reconhecer
Izard, 1971). As emoções sempre estiveram envol- prontamente situações de perigo.
vidas em comportamentos relacionados à preser- Identificar, de forma acurada, como um indivi-
vação e à reprodução da espécie, mas de que modo duo está se sentindo em uma determinada situação
esse tipo de comportamento teria dado origem a pode trazer benefícios tanto em relação a diminuir
adoração de imagens, ao medo de um gato preto ou a probabilidade de entrar em contato com uma situ-
a ambição por dinheiro? ção aversiva quanto em aumentar a probabilidade de
Questões acerca de como diferentes aspectos do entrar em contato com uma situação agradável. Um
ambiente adquirem significados arbitrários e espe- adolescente que pede dinheiro para a mãe quando
cíficos permanecem como enigmas intrigantes para esta chega do trabalho com uma expressão facial de
as ciências comportamentais e cognitivas (Tonneau, raiva e cansaço, por exemplo, provavelmente rece-
Abreu, & Cabrera, 2004). Considerando alguns au- berá uma resposta ríspida e, ainda, poderá ficar de
tores (Állan & Souza, 2009; Hauser, Chomsky, & castigo para pensar sobre a importância de econo-
Fitch, 2002; Tomasello & Call, 1997), pode-se afir- mizar dinheiro. Por outro lado, pedir dinheiro para
mar que a habilidade de produzir símbolos é um a mãe depois desta ter passado uma tarde prazerosa
grande diferencial na interação do ser humano em companhia da família aumenta a probabilida-
com seu ambiente. Neste artigo serão discutidos a de do pedido ser atendido e maximiza a chance de
importância do estudo das emoções e como o ser ganhar um “dinheirinho a mais”, como recompensa
humano aprende a responder emocionalmente a por ser um filho tão dedicado à família.
estímulos que, inicialmente, não têm relação direta Considerando tal exemplo, não é difícil en-
com eventos emocionais. tender a importância evolutiva das emoções. Mas,
voltando à questão apresentada no início do texto,
como estímulos previamente neutros podem ad-
O estudo das emoções quirir função de eliciar respostas emocionais? As
Apesar de ser um antigo alvo de investigações pesquisas sobre o condicionamento reflexo ajuda-
científicas, ainda não existe consenso sobre como ram a trazer algumas respostas a essa pergunta. No
definir o que é uma emoção e o quanto elas in- clássico experimento de Watson e Raynor (1920),
fluenciam no comportamento humano (Bradley & o emparelhamento sucessivo entre um rato branco
Lang, 2006). Alguns teóricos apontam que as emo- (estímulo neutro) e um som alto e repentino (estí-
ções têm papel crucial na resolução de problemas mulo aversivo) fez com que o pequeno Albert, um
adaptativos (Cosmides & Tooby, 1987; Tooby & bebê de nove meses de idade, passasse a apresentar
Cosmides, 1992). Outros propõem que as emoções respostas emocionais de medo diante do rato, mes-
exercem papel importante na chamada econômia mo quando o som aversivo não estava mais pre-
comportamental (Frank, 1988) ou, ainda, que de- sente. Os pesquisadores observaram, ainda, essas
terminadas emoções como, por exemplo, a culpa, mesmas reações diante de outros objetos brancos e
contribuem para o engajamento em comportamen- peludos semelhantes ao rato (até mesmo a máscara
tos que produzem consequências vantajosas a lon- de um Papai Noel evocava tais reações).
go prazo (Haselton & Ketelaar, 2005). No condicionamento clássico ou reflexo, quan-
É consenso, porém, que as emoções têm papel do um estímulo neutro é sistematicamente seguido
bastante relevante na sobrevivência e na adaptação pela apresentação de um estímulo incondiciona-
de nossa espécie ao ambiente (Eisenberg & Miller, do, ou seja, um estímulo que elicia uma resposta
1987; Ekman & Friesen, 1971; Hoffman, 2000; reflexa, o estímulo inicialmente neutro adquire as
o estímulo-modelo presente. Por exemplo, diante A transitividade é observada em respostas que de-
da palavra “medo” (estímulo modelo), o participan- monstrem a emergência de uma relação entre dois
te terá duas opções de escolha, a palavra “aranha” estímulos que não foram diretamente relacionados
e a palavra “maçã” (estímulos de comparação). A entre si mas foram relacionados a um terceiro (e.g.,
escolha de um dos comparações estabelecido, pelo dado AB e BC, se A1 então C1, para transitivida-
experimentador, como correto irá produzir uma de e se C1 então A1, para simetria da transitivida-
consequência potencialmente reforçadora. de). Somente observando-se respostas nos testes,
Esse tipo de relação, chamada de relação de consistentes com o previsto pelo treino realizado,
quatro termos (i.e., estímulo condicional, estímu- pode-se ter evidências suficientes para considerar
lo discriminativo, resposta e consequência), é que a emergência de relações de equivalência. São estas
estabelece o potencial para a emergência de classes evidências empíricas da emergência de relações,
de estímulos equivalentes. Ao aprenderem discri- demonstrando o caráter reflexivo, simétrico e tran-
minações condicionais que possuem um ou mais sitivo das relações condicionais ensinadas, que per-
elementos em comum, os indivíduos são capazes de mitem assegurar que os estímulos relacionados são
emitir não somente o comportamento diretamen- substituíveis entre si, de modo que eles podem ser
te ensinado, mas também novos comportamentos tomados como símbolos uns dos outros (de Rose
que emergem sem treinamento explícito (Sidman, & Bortoloti, 2007). Assim, poderíamos condicionar
1986). Essa característica de emergência das rela- um papagaio a bicar a letra “v” diante de um círculo
ções, seu caráter gerativo, assegura que não se tra- verde e também a vocalizar “verde” diante do mes-
tem apenas de pares associados, mas de relações mo círculo verde. Porém, o papagaio provavelmen-
potencialmente simbólicas. Os critérios necessários te não vocalizaria “verde” diante da letra “v”, pois
para considerar as relações entre estímulos como de esta resposta não foi condicionada a este estímulo1.
equivalência são análogos aos providos pela teoria Uma criança autista que aprendesse as mesmas per-
dos conjuntos para definir relações de equivalência, formances no decorrer de um treino de linguagem,
ou seja, se uma relação apresenta as propriedades provavelmente apresentaria as relações emergentes.
de reflexividade, simetria e transitividade, ela é uma Na verdade, o teste de relações emergentes pode-
relação de equivalência e os elementos relaciona- ria demonstrar o caráter simbólico dos estímulos
dos (estímulos) são substituíveis entre si (Sidman envolvidos, comprovando que o comportamento
& Tailby, 1982). da criança apresenta uma “compreensão” além do
Para o estabelecimento de classes de estímulos mero condicionamento apresentado pelo papagaio.
equivalentes é necessário, inicialmente, o ensino de, Como definido anteriormente, estímulos que
ao menos, dois conjuntos de relações condicionais apresentam relações simbólicas passam a ser tra-
com um elemento em comum (e.g., as relações AB tados como seu referente (Bates, 1979). Isso sig-
e BC, incluindo os estímulos A1, A2, B1, B2, C1 e nifica que estímulos previamente neutros passam
C2). Posteriormente, para comprovar a formação a compartilhar o mesmo significado de estímulos
destas classes, são realizados testes verificando as significativos com os quais mantêm relação. A esse
propriedades citadas. Estes testes são, tipicamen- processo dá-se o nome de transferência de função.
te, realizados sem o reforço diferencial de respos- Segundo Bortoloti e de Rose (2007), a transferên-
tas corretas, pois caso contrário não seria possível cia de funções representa a extensão dos efeitos
concluir que as relações são de fato emergentes: comportamentais de um determinado estímulo
elas poderiam estar sendo condicionadas na pró- para os outros membros da classe. A transferência
pria situação de teste pelo reforço ali fornecido. A de funções ocorre quando a função de um ou mais
propriedade de reflexividade é observada quando
há a escolha do estímulo de comparação fisica- 1 Dizemos “provavelmente” pois este experimento não foi
mente idêntico ao estímulo-modelo apresentado realizado. Porém, os dados disponíveis indicam que não hu-
manos têm muita dificuldade com relações emergentes e as
(e.g., se A1 então A1; se B2 então B2). A simetria exibem (quando as exibem) apenas em situações experimen-
é caracterizada por uma reversibilidade de funções tais extremamente favoráveis (e.g., Schusterman & Kastak,
de modelo e de comparação (e.g., se B1 então A1). 1993, Sidman et al., 1982).
sete intervalos que são ancoradas, em suas extre- Figura 2. Estímulo abstrato e conjunto de escalas do diferen-
midades, por dois adjetivos opostos (e.g., bonito- cial semântico.
-feio, alegre-triste, agradável-desagradável, etc.).
Para cada estímulo apresentado, o participante experimentais. A distância entre a avaliação feita
deve assinalar, em cada escala, quanto o estímulo pelo grupo experimental e a avaliação realizada
se aproxima de um dos dois adjetivos. Os intervalos pelo grupo controle em cada escala indica o grau
recebem valores numéricos entre -3 e +3 e cada um de transferência de função. Quanto mais próximos
destes valores indica a direção do polo escolhido os valores das avaliações feitas por ambos os gru-
(positivo ou negativo) e a distância em relação a pos em uma dada escala, maior é a transferência
ele, permitindo avaliar a qualidade e a intensidade de significado, indicando que o estímulo abstrato,
do significado do conceito apresentado. O intervalo inicialmente sem significado, adquiriu a função do
central de uma dada escala, por sua vez, equivale ao estímulo significativo após tornar-se equivalente a
ponto neutro, ou seja, indica que o conceito ava- este via treino de relações condicionais.
liado é igualmente relacionado aos dois adjetivos A medida quantitativa realizada por meio do
ou não possui relação com os adjetivos da escala. diferencial semântico permite mensurar e com-
No procedimento desenvolvido por Bortoloti e de parar, de forma fidedigna e acurada, o grau de
Rose (2007), o diferencial semântico é apresentado relacionamento entre os estímulos pertencentes a
em uma versão com treze escalas que foi validada uma mesma classe de estímulos equivalentes ou
no Brasil por Almeida, Bortoloti, Ferreira, Schelini pertencentes a diferentes classes. A Figura 3 apre-
e de Rose (2014). A Figura 2 ilustra um estímulo senta um resultado hipotético de transferência de
abstrato e o conjunto de escalas bipolares do dife- função para duas classes diferentes (classes forma-
rencial semântico, da forma como são usualmente das por dois conjuntos de estímulos abstratos con-
apresentados aos participantes. tendo apenas um estímulo significativo, sendo uma
A avaliação dos estímulos abstratos realizada face triste para uma classe e uma face alegre para
pelos participantes expostos ao treino de relações a outra classe). A figura apresenta a avaliação das
condicionais (grupo experimental) é comparada faces feitas por um grupo controle e avaliação de
à avaliação das faces (estímulos significativos) por um estímulo abstrato de cada uma das classes, feita
um grupo controle, ou seja, por um conjunto de por um grupo experimental, após a formação das
participantes que não é exposto aos procedimentos classes de equivalência. Em geral, os resultados tí-
picos nestes experimentos indicam que as avaliação ficativo (faces raivosas, alegres ou neutras), foi re-
dos estímulos abstratos pelo grupo tendem a seguir alizado um procedimento visando a reorganização
a mesma tendência da avaliação feita pelo grupo destas classes, ou seja, novas relações entre os estí-
controle para os estímulos significativos (as faces), mulos foram treinadas, estabelecendo novas classes
indicando a tranferência de função. de equivalência com os mesmos estímulos (e.g., um
Os estudos realizados com este procedimento estímulo originalmente equivalente a uma face ale-
vêm indicando, entretanto, que diferentes parâme- gre tornou-se, depois, equivalente a uma face raivo-
tros de treino podem ocasionar diferentes graus de sa). Os autores pretendiam investigar se, após essa
transferência de significado. Os resultados obtidos reorganização nas relações de equivalência, haveria
por Bortoloti e de Rose (2009), por exemplo, indi- mudança no significado estabelecido inicialmente.
caram que o emprego de uma tarefa de matching- Esta mudança foi medida observando-se as respos-
-to-sample com atraso para estabelecer as classes de tas no instrumento de diferencial semântico. O sig-
equivalência produz melhores resultados em ter- nificado que foi inicialmente atribuído às classes foi
mos de transferência de significado entre estímulos modificado e essas mudanças de significado foram
equivalentes do que tarefas de emparelhamento que mais robustas para um dos grupos que executou o
utilizam matching simultâneo. procedimento com matching com atraso.
Efeitos do matching com atraso na transferên- Estes estudos confirmaram que outra variável,
cia de função também foram encontrados por de a distância nodal, produz efeitos na transferência
Almeida e de Rose (no prelo). Após o estabeleci- de funções entre estímulos, como já havia sido in-
mento das classes de equivalência contendo cada dicado por Fields e colaboradores (e.g., Doran &
uma três estímulos abstratos e um estímulo signi- Fields, 2012). A distância nodal é a quantidade de
Estudantes universitários foram submetidos a um Uma possível explicação para a maior transfe-
treino de relações condicionais para estabelecer três rência de função da classe envolvendo as faces de
classes de equivalência (classe alegre, classe raivo- medo pode estar relacionada ao fato de que ex-
sa e classe neutra) e depois avaliaram os estímulos pressões de medo envolvem duas dimensões im-
abstratos equivalentes às faces via diferencial se- portantes em termos de avaliação de emoções: va-
mântico. Trinta dias após, os participantes foram lência negativa e alerta alto, gerando altos graus de
expostos novamente ao teste de equivalência e ao responsividade por parte do indivíduo. Balaban e
diferencial semântico. Os resultados mostraram Taussig (1994), por exemplo, encontraram evidên-
que um número maior de participantes atingiu cias de maior responsividade (reflex potentiation)
o critério de manutenção da classe alegre do que dos participantes para estímulos ilustrando cenas
da classe raivosa (11 e seis participantes, respecti- de medo do que para qualquer outro tipo de ima-
vamente) e que a transferência de significado foi gem com conteúdo desagradável.
maior na classe de equivalência envolvendo a face Os resultados aqui relatados tomados em con-
alegre, tanto no primeiro teste quanto no follow-up junto apresentam evidências bastante fortes de que
realizado 30 dias depois. Esses achados apontam o tipo de emoção empregada no procedimento
para a valência do estímulo significativo como va- influencia, de forma determinante, não apenas a
riável relevante não apenas para a transferência de transferência de significado entre estímulos equi-
função como também para a estabilidade das clas- valentes, mas também a formação e manutenção
ses de equivalência, ou seja, para a “memória” da de classes de equivalência. Em outras palavras, di-
relação simbólica. ferentes emoções parecem influenciar na maneira
De acordo com Bortoloti et al. (2013), este efei- como atribuímos significado a símbolos e no quan-
to tem sido consistente com alguns estudos que re- to esse significado se mantém ao longo do tempo.
latam respostas mais rápidas e intensas a faces ale- A capacidade de usar símbolos e sua inserção
gres (Batty & Taylor, 2003; Leppänen, Kauppinen, no cotidiano é tido por alguns teóricos como a ra-
Peltola, & Hetanen 2007), mas ao mesmo tempo, zão pela qual, dentre as espécies de hominídios,
inconsistente com alguns estudos que descre- apenas os humanos tenham sobrevivido (Tattersall,
vem respostas mais rápidas a expressões raivo- 2008). Isso atribui ao comportamento simbólico
sas (Esteves et al., 1994; Hansen & Hansen, 1988; um status importante na sobrevivência de espécie.
Öhman et al., 2001). As emoções também são entendidas como fatores
Considerando as evidências de que o tipo de importantes na preservação e reprodução da espé-
emoção empregada como estímulo significativo cie. A junção desses dois aspectos pode trazer con-
pode influenciar na transferência de função, Cortez tribuições para o entendimento de nossa evolução,
e de Rose (2014) investigaram o papel de diferen- assim como para a formação de nossa cultura. O
tes valências de faces expressando emoções sobre a presente artigo pretendeu realizar um diálogo in-
transferência de significado entre estímulos equiva- terdisciplinar entre a investigação do comporta-
lentes. Para tanto, foram empregadas, como estímu- mento simbólico por meio da análise experimental
los significativos, faces expressando tristeza e medo do comportamento, especificamente em relação a
e faces expressando alegria, que diferem acentuada- símbolos emocionais e os conhecimentos da psi-
mente entre si tanto em termos de valência como cologia evolutiva. Acredita-se que esse tipo de in-
em termos de alerta. Observou-se transferência de teração pode ajudar a avançar no entendimento
função entre os estímulos equivalentes para todas sobre esses importantes temas para ambas as áreas
as três classes formadas, porém, diferentemente dos de pesquisa.
estudos anteriormente descritos, verificou-se maior
transferência de função para as classes que utili-
zaram expressões de tristeza e medo (com maior
destaque para a classe que empregou expressões de
medo) do que para as classes de equivalência envol-
vendo expressões faciais alegres.
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Informações do Artigo
Histórico do artigo:
Submetido em: 27-04-2015
Primeira decisão editorial: 24-06-2015
Aceito em: 09-07-2015
Editor Associado: Edson M. Huziwara