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Porquê me converti ao catolicismo


12-17 minutos

Porquê me converti ao catolicismo

G. K. Chesterton

Embora eu seja católico há apenas alguns anos, sei que o


problema "por quê sou católico" é muito diferente do problema "por
quê me converti ao catolicismo". Tantas coisas motivaram minha
conversão e tantas outras continuam surgindo depois... Todas elas
se colocam em evidência apenas quando a primeira nos dá o
empurrão que conduz à própria conversão.

Todas são também tão numerosas e tão diferentes umas das


outras que, no final das contas, o motivo originário e primordial
pode chegar a parecer quase insignificante e secundário. A
"confirmação" da fé — vale dizer, seu fortalecimento e afirmação —
pode vir, tanto no sentido real como no sentido ritual, depois da
conversão. O convertido não costuma recordar mais tarde de que
modo aquelas razões se sucediam umas após as outras. Pois
breve, muito breve, este sem número de motivos chega a se fundir
em uma só e única razão.

Existe entre os homens uma curiosa espécie de agnósticos, ávidos


esquadrinhadores da arte, que averiguam com sumo cuidado tudo
o que em uma catedral é antigo e tudo o que nela é novo. Os
católicos, ao contrário, outorgam mais importância ao fato de se a

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catedral foi construída para voltar a servir como o que é, quer dizer,
como catedral.

Uma catedral! A ela se parece todo o edifício da minha fé; desta


minha fé que é grande demais para uma descrição detalhada; e da
que, com grande esforço, posso determinar as idades de suas
diversas pedras. Apesar de tudo, estou seguro de que a primeira
coisa que me atraiu ao catolicismo, era algo que, no fundo, deveria
ter me afastado dele. Estou convencido de que vários católicos
devem seus primeiros passos a Roma à amabilidade do defunto
senhor Kensit.

O senhor Kensit, um pequeno livreiro da City, conhecido como


protestante fanático, organizou em 1.898 um bando que,
sistematicamente, assaltava as igrejas ritualistas e perturbava
seriamente os ofícios. O senhor Kensit morreu em 1.902 por causa
das feridas recebidas em um desses assaltos. Logo a opinião
pública se voltou contra ele, classificando como "Kensitite Press"
os piores panfletos anti-religiosos publicados na Inglaterra contra
Roma, panfletos carentes de todo o são juízo e de toda a boa
vontade.

Lembro-me especialmente agora destes dois casos: Alguns


autores sérios lançavam graves acusações contra o catolicismo e,
curiosamente, o que eles condenavam me pareceu algo precioso e
desejável.

No primeiro caso — acredito que se tratava de Horton e Hocking —


mencionavam com estremecido pavor, uma terrível blasfêmia
sobre a Santíssima Virgem de um místico católico que escrevia:
"Todas as criaturas devem tudo a Deus; mas a Ela, até mesmo
Deus deve algum agradecimento." Isto me sobressaltou como um

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som de trombeta e me disse quase em voz alta: "Que


maravilhosamente dito!" Parecia com se o inimaginável fato da
Encarnação pudesse com dificuldade encontrar expressão melhor
e mais clara que a sugerida por aquele místico, sempre que
soubesse entendê-la.

No segundo caso, alguém do jornal Daily News (então eu mesmo


ainda era alguém do Daily News) como exemplo típico do
"formulismo morto" dos ofícios católicos, citou o seguinte: Um bispo
francês havia se dirigido a alguns soldados e operários cujo
cansaço físico lhes tornava dura a assistência na Missa, dizendo-
lhes que Deus se contentaria apenas com sua presença, e que
lhes perdoaria sem dúvida seu cansaço e sua distração. Então eu
disse outra vez a mim mesmo: "Que sensata é essa gente! Se
alguém corresse dez léguas por mim, eu estaria muito agradecido,
também, que dormisse em seguida em minha presença".

Junto com estes dois exemplos, poderia citar ainda muitos outros
procedentes daquela primeira época em que os incertos indícios
de minha fé católica se nutriram quase com exclusividade de
publicações anti-católicas.

Tenho uma clara lembrança o que veio em seguida a estes


indícios: É algo do qual me dou tanto mais conta quanto mais
desejaria que não tivesse ocorrido. Comecei a marchar para o
catolicismo muito antes de conhecer aquelas duas pessoas
excelentíssimas a quem, a este respeito, devo e agradeço tanto:
Ao reverendo Padre John O'Connor de Bradford e ao senhor
Hilaire Belloc; mas o fiz sob a influência de meu acostumado
liberalismo político; o fiz até na toca do Daily News.

Este primeiro empurrão, depois de dever-se a Deus, deve-se à

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história e à atitude do povo irlandês, apesar de que não haja em


mim uma só gota de sangue irlandês.

Estive apenas duas vezes na Irlanda e não tenho nem interesses


ali, nem sei grande coisa do país. Mas isso não me impediu de
reconhecer que a união existente entre os diferentes partidos da
Irlanda, deve-se no fundo a uma realidade religiosa, e que é por
esta realidade que todo o meu interesse se concentrava nesse
aspecto da política liberal.

Fui descobrindo cada vez com maior nitidez, conhecendo pela


história e por minhas próprias experiências como, durante longo
tempo, se perseguiu por motivos inexplicáveis a um povo cristão, e
continua o odiando. Reconheci então que não podia ser de outra
maneira, porque esses cristãos eram profundos e incômodos como
aqueles que Nero atirou aos leões.

Creio que estas minhas revelações pessoais evidenciam com


claridade a razão de meu catolicismo, razão que logo foi se
fortificando. Poderia acrescentar agora como continuei
reconhecendo depois, que a todos os grandes impérios, uma vez
que se afastavam de Roma, passava-lhes exatamente o mesmo
que a todos aqueles seres que desprezavam as leis ou a natureza:
Tinham um leve êxito momentâneo, mas logo experimentavam a
sensação de estar enlaçados por um nó, em uma situação da qual
eles mesmos não podiam se libertar. Na Prússia há tão pouca
perspectiva para o prussianismo, como em Manchester para o
individualismo manchesteriano.

Todos sabem que a um velho povoado agrário, arraigado na fé e


nas tradições de seus antepassados, espera-lhe um futuro maior,
ou pelo menos mais simples e mais direto que aos povos que não

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têm por base a tradição e a fé. Se este conceito se aplicasse a


uma autobiografia, seria muito mais fácil escrevê-la do que se
fosse esquadrinhar suas diversas evoluções, mas o sistema seria
egoísta. Eu prefiro escolher outro método para explicar breve, mas
completamente o conteúdo essencial de minha convicção: Não é
por falta de material que faço assim, mas pela dificuldade em
escolher o mais apropriado entre todo esse vasto material.
Entretanto tratarei insinuar um ou dois pontos que me causaram
uma especial impressão.

Há no mundo milhares de modos de misticismo capazes de


enlouquecer o homem. Mas há uma só maneira entre todas de
colocar o homem em um estado normal. É certo que a humanidade
jamais pôde viver um longo tempo sem misticismo. Até os
primeiros sons agudos da voz gelada de Voltaire encontraram eco
em Cagliostro.

Agora a superstição e a credulidade voltaram a expandir-se com


tanta e vertiginosa rapidez, que dentro em pouco o católico e o
agnóstico se encontrarão lado a lado. Os católicos serão os únicos
que, com razão, poderão chamar-se racionalistas. O próprio culto
idolátrico pelo mistério começou com a decadência da Roma pagã,
apesar dos intermezzos de um Lucrécio, ou de um Lucano.

Não é natural ser materialista e tampouco sê-lo, dá uma impressão


de naturalidade. Tampouco é natural contentar-se unicamente com
a natureza. O homem, pelo contrário, é místico. Nascido como
místico, morre também como místico, principalmente se em vida foi
um agnóstico. Enquanto que todas as sociedades humanas
consideram a inclinação ao misticismo como algo extraordinário,
tenho que objetar, entretanto, que uma só sociedade entre elas, o
catolicismo, leva em conta as coisas cotidianas. Todas as outras as

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deixam de lado e as menosprezam.

Um célebre autor publicou, mais uma vez, uma novela sobre a


contraposição que existe entre o convento e a família (The Cloister
and the hearth). Naquele tempo, há cincoenta anos, era realmente
possível na Inglaterra imaginar uma contradição entre essas duas
coisas. Hoje, a assim chamada contradição, chega a ser quase um
estreito parentesco. Aqueles que em outro tempo exigiam aos
gritos a extinção dos conventos, destroem hoje sem dissimulação a
família. Este é um dos tantos fatos que testemunham a seguinte
verdade: Na religião católica, os votos e as profissões mais altas e
"menos razoáveis" — por assim dizer — são, entretanto, os que
protegem as melhores coisas da vida diária.

Muitos sinais místicos sacudiram o mundo. Mas uma só revolução


mística o conservou: O santo está ao lado do superior, é o melhor
amigo do bom. Toda a outra aparente revelação se desvia por fim a
uma ou outra filosofia indigna da humanidade; a simplificações
destrutoras; ao pessimismo, ao otimismo, ao fatalismo, a nada, e
outra vez, ao nada; ao nonsense, à insensatez.

É certo que todas as religiões contêm algo bom. Mas o bom, a


quinta-essência do bom, a humildade, o amor e o fervoroso
agradecimento "realmente existente" para com Deus, não se
encontram entre elas. Por mais que as penetremos, por mais
respeito que lhes demonstremos, com maior claridade ainda
reconhecemos também isto: No mais profundo delas, há algo
diferente do puramente bom; há, às vezes, dúvidas metafísicas
sobre a matéria; às vezes, havia nelas a voz forte da natureza;
outras — e isto no melhor dos casos — existe um medo da Lei e
do Senhor.

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Se exageramos tudo isto, nasce nas religiões uma deformação que


chega até ao diabolismo. Só podem ser suportadas enquanto se
mantiver razoáveis e comedidas.

Enquanto estiverem tranqüilas, podem chegar a ser estimadas,


como aconteceu com o protestantismo vitoriano. Pelo contrário, a
mais alta exaltação pela Santíssima Virgem, ou a mais estranha
imitação de São Francisco de Assis, seguiriam sendo, em sua
quinta-essência, uma coisa sadia e sólida. Ninguém negará por
isso seu humanismo, nem desprezará o seu próximo. O que é
bom, jamais poderá chegar a ser bom demais. Esta é uma das
características do catolicismo que me parece singular e ao mesmo
tempo universal. Esta outra a segue:

Somente a Igreja Católica pode salvar o homem da destrutiva e


humilhante escravidão de ser filho de seu tempo. Outro dia,
Bernard Shaw expressou o nostálgico desejo de que todos os
homens vivessem trezentos anos em civilizações mais felizes. Tal
frase nos demonstra como os santarrões só desejavam — como
eles mesmos dizem — reformas práticas e objetivas.

Agora bem — e isto se diz com facilidade — mas estou


absolutamente convencido do seguinte: Se Bernard Shaw tivesse
vivido durante os últimos trezentos anos, teria se convertido há
muito tempo ao catolicismo. Teria compreendido que o mundo gira
sempre com a mesma órbita e que pouco se pode confiar em seu,
assim chamado, progresso. Teria visto também como a Igreja foi
sacrificada por uma superstição bíblica, e a Bíblia por uma
superstição darwinista. E um dos primeiros a combater estes feitos
tivesse sido ele. Seja como for, Bernard Shaw desejava para cada
um uma experiência de trezentos anos. E os católicos, muito ao
contrário de todos os outros homens, têm uma experiência de

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dezenove séculos. Uma pessoa que se converte ao catolicismo,


chega, pois, a ter de repente dois mil anos.

Isto significa, se o presenciamos ainda mais, que uma pessoa, ao


se converter, cresce e se eleva ao pleno humanismo. Julga as
coisas do modo como elas comovem a humanidade, e a todos os
países e em todos os tempos; e não somente segundo as últimas
notícias dos jornais. Se um homem moderno diz que sua religião é
o espiritualismo ou o socialismo, esse homem vive integramente no
mundo mais moderno possível, quer dizer, no mundo dos partidos.

O socialismo é a reação contra o capitalismo, contra a insana


acumulação de riquezas na própria nação. Sua política seria de
todo diversa se fosse vivida em Esparta ou no Tibet. O
espiritualismo não atrairia tampouco a atenção se não estivesse
em contradição deslumbrante com o material estendido em todas
as partes. Tampouco teria tanto poder se os valores sobrenaturais
fossem mais reconhecidos.

Jamais a superstição tem revolucionado tanto o mundo como


agora. Só depois que toda uma geração declarou dogmaticamente,
e de uma vez por todas, a impossibilidade de que haja espíritos,
a mesma geração deixou-se assustar por um pobre pequeno
espírito. Estas superstições são invenções de seu tempo, poderia
se dizer em sua desculpa. Já faz muito, entretanto, que a Igreja
Católica tenha aprovado não ser ela uma invenção de seu tempo:
É a obra de seu Criador, e continua sendo capaz de viver o mesmo
em sua velhice como em sua primeira juventude; e seus inimigos,
no mais profundo de suas almas, perderam já a esperança de vê-la
morrer algum dia.

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