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Resumo: O presente projeto de pesquisa aborda questões relativas a saúde/doença mental no
CAPS de Viçosa. O questionamento central desta pesquisa é conhecer as representações
sociais acerca da loucura, manifestas entre agentes de saúde, pacientes e familiares. O
problema proposto estabelece relações entre as semelhanças e diferenças de representações de
pacientes e de profissionais da saúde, enquanto detentoras de estigmais no tratamento da
doença. Utiliza- se como metodologia a análise de conteúdo, observação participante, grupos
focais e entrevistas.
Palavras-Chave: CAPS. DOENÇA MENTAL. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
1. Introdução
A saúde e a doença mental são consideradas estados concreto e desiguais de cada indivíduo,
classe social ou população. Essas são determinadas pelas condições as quais os indivíduos se
encontram. Essa verificação ratifica em distintas populações por que essa condição não se
encontra organizada de forma homogênea entre as classes. A condição de vida sendo uma
categoria de estudo a nível teórico/prático é reduzido ao nível empírico a partir de uma realidade
objetiva e concreta, onde indivíduos nela agem, consequentemente pensam, refletem,
interpretam e explicam o que vivem. Dessa forma, a saúde e a sua negação (a doença mental)
enquanto episódio integrantes do universo da vida social tem sido interpretado de forma
diferenciada conforme determinadas situações sociais.
A Organização Mundial da Saúde conceitua a saúde como: “estado de mais complexo bem-
estar físico, mental e não apenas a ausência de enfermidade. ” (OMS, 1993). Este conceito
passou então a ter um valor de comunidade do que individual a saúde não é individual visto que
nenhum indivíduo se senti (bem) quando em seu momento de doença estiver isolado sofrem em
comunidade e esta reflete em seu funcionamento o sofrimento de muitos, portanto a saúde é um
valor coletivo. A representação social da doença é construída a partir das experiências com
enfermidade tais expressões (doenças) têm que ser organizadas em uma totalidade de sentidos
dando assim, os significados a ela.
A doença mental está presente em todas as fases da sociedade no meio urbano e no meio
rural, o cuidado com a doença mental é um objeto complexo e multifacetado que engloba uma
pluralidade de aspecto teórico-metodológico. A OMS afirma que não existe uma definição
oficial de saúde doença mental por haver diferenças culturais, percepção subjetiva e teorias
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correlacionadas alteram e interpretam o modo como saúde e doença mental é definida. De
acordo com a OMS a saúde mental pode ser compreendida como:
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Tal desinstitucionalização tem o intuito, como mencionado anteriormente, de criar
serviços substitutivos ao modelo manicomial. Esta reforma teve como principio a busca da
reinserção dos pacientes em tratamento manicomial voltarem ao convívio social. É nesse
contexto que se cria os primeiros Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no Brasil, mais
especificamente na cidade de São Paulo em 1987, descobrindo assim uma nova
forma/metodologia de cuidar/ressocializar os pacientes em tratamento mental.
O CAPS é considerado um programa estratégico para a mudança de modelo de atenção
em saúde mental e apontam proposições que vão ao encontro dos conceitos da reabilitação
psicossocial. Este centro de saúde psicosocial visa reintegrar pessoas com transtornos mentais
no espaço social, ressaltando que também é dever da atenção primária (PSFs) reintegrar os
usuários com transtornos mentais.
Tal instituição dispõe de serviços multidisciplinares, que envolve diversos
serviços, muitos deles fora do campo da saúde. A finalidade destes pofissionais e do próprio
CAPS é desenvolver ao máximo as habilidades dos usuários com recursos existentes na
comunidade e até mesmo fora dela, corroborando para que todos participem desse processo de
reabilitação social.
A Politica Nacional de Saúde Mental, lançada pelo Ministéio da Sáude em 2001,
propõe uma prática humanizadora nas práticas do atendimento a usuários que necessitam da
atenção básica para tramanteos de transtornos mentais. O fundamental nesse processo nesse
processo de humanização é a atuação dos PSF, pois indo diretamente no seio famiulair, tais
profissionais conseguem ajuizar/estabelecer formas de tratamentos que leve em consideração
todo processo social do sujeito assistido, tomando conhecimento das representações sociais
que envolve este usuário. (Ministério da Saúde, 2009).
Nesse projeto de pesquisa parte da problemática de como são construídas e analisadas as
representações sociais sobre saúde e doença mental entre os agentes de saúde em contato com
a população de Viçosa, que são atendidos no CAPS. Esses usuários podem se encontrar em
várias condições de vida que intervém e organiza suas próprias relações com processo de
saúde doença mental.
Para construir esse projeto de pesquisa sobre as representações sociais encontradas no
CAPs de Viçosa/Minas Gerais é necessário voltar o olhar para diversos fatores e aspectos,
fazendo com que não aborde apenas a categoria doença, mas as representações da cura, suas
peculiaridades e a visão do que está doente e como agem nesse processo de cura ou controle.
A pesquisa almeja investigar qual a relação, ou seja, como se representam e reconstrói as
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representações sociais sobre saúde e doença mental entre agentes de saúde em contato com os
usuários do CAPS.
2. Justificativa
Essa proposta aparece nos poucos estudos que tem interpretado a problemática da
saúde/doença mental no meio rural. Há a necessidade de conhecer as condições de vida e da
saúde mental da população rural, sua importância vem do fato que boas condições de saúde há
uma implicação das condições de (sobre) vivência da população rural. Apontar as
especificidades nesse cenário pode ser uma ação estratégica para não abandonar a população
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rural as margens de serviço oferecido como dignidade. Essa argumentação justifica a
importância de direcionar estudos acadêmicos para que haja uma reforma da condição de vida
da população rural. Portanto, permite elaborar um saber competente que proporcionam vincular
a cultura das populações rurais.
3.Revisão de Literatura.
Valores sociais no ambiente rural, seu ethos, bem como seu modo de entender e
categorizar fenômenos da realidade, são expressões e sua visão de mundo. A saúde e a doença
são condições de adaptação à normalidade do ambiente, são valores que classificam a norma
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social -o normal- e seus desvios –loucura-. É importante ressaltar que ao estabelecer relações
sobre a cultura a processos inconscientes, a identidade e a vinculações consciente. LÉVI-
STRAUSS (2003, p 17, 18), assegura que: “cada sociedade possui forma de distúrbios mentais,
e que estes, tanto como as formas normais, são a função de uma ordem coletiva que a própria
exceção não deixa indiferente”, o autor ainda adverte: “a sanidade do espírito individual implica
participação na vida social, assim como a recusa a prestar-se a ela (mas ainda segundo
modalidades que ela impõe) corresponde ao aparecimento dos distúrbios mentais.” (LÉVI-
STRAUSS, 2003, p 20)
Dessa forma, SOUZA (1999), elucida que: ser doente não é apenas uma condição biológica
ou psicologicamente da, mas com produto constituído com base nas definições e reações dos
outros. ” Contudo, o entendimento dos significados e implicações dos processos da Saúde
Mental e até a compreensão da importância da participação da comunidade é entender e
conviver com a doença mental em seu meio.
4. Hipóteses.
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O problema a ser investigado orienta e indica a metodologia de investigação e o método
significa o caminho percorrido pelo pesquisador no desenvolvimento de seu objetivo de
pesquisa. Como passo inicial, recorrerei ao auxílio de dos moradores da localidade, para já ir
tomando conhecimento de histórias peculiares relativas ao contexto da loucura. Nesse aspecto,
para mensurar como o processo saúde-doença mental se caracteriza pelo contexto social
relacionando as condições de vida dos moradores de uma comunidade rural com múltiplas
determinações econômicas e sociais que rege está sociedade, será necessário delimitar uma
abordagem metodológica para resgatar o fenômeno social rural como um todo que possibilita
maior interação entre pesquisador e o grupo pesquisado.
CÂNDIDO (2001), afirma que para os estudos sobre o meio rural por conceber de diversas
saberes em particular o sociólogo e o antropológico, cuja áreas do saber permite melhor
compreender esses aspectos da ruralidade. Como ferramenta de pesquisa será utilizado a
observação participante, coleta de depoimentos e uso do caderno de campo, visando alcançar o
maior conjunto das representações sociais sobre saúde/doença mental, será usado inicialmente
a observação participante no PSF de Airões, em seguida será feita a entrevista com familiares
de usuários utilizando de questionários abertos e fechados e grupos focais com os profissionais
atuantes no PSF. Será feita a pesquisa documental dos registros sobre os pacientes
(prontuários), será garantido o sigilo dos nomes omitindo de forma total dados confidenciais
dos pacientes que são atendidos e que possui o. CID10. Análise buscará referências, expressões
e termos que remete a forma de manifestações da loucura ou da melhora com tratamento, essas
expressões serão analisadas de forma a identificar a construção do conceito de loucura por parte
dos pacientes e seus companheiros. Essa análise documental será com critérios de categorização
semântica; a categorização ajudara a relacionar termos e expressões associadas às
representações de saúde/doença mental podendo inferir nos valores culturais do grupo o saber
popular dos usuários e o científico dos profissionais.
Análise documental dos prontuários permitidos coletar informações que são apontamentos
das representações contidas nas anotações no médico nesse processo de análise poderá surgir
locuções depoimentos que remeterá ao tema dessa pesquisa saúde e doença mental no contexto
rural. As representações sociais sobre saúde e doença mental pode ser associada aos fatos
sociais na concepção de DURKHEIM (1966, p.3,12): " maneiras de agir, pensar e de sentir,
exteriores aos indivíduos”. Delimita o método qualitativo como abordagem dessa pesquisa, pois
ela se dedica aos estudos do processo e não apenas os resultados. Os estudos qualitativos
enfatizam a perspectiva dos investigadores, justifica-se a escolha dessa metodologia pela
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própria natureza dessa pesquisa que se baseia em dados obtidos mediante a visão de mundo e
das diferentes formas do real, próprias de cada sujeito.
6. Cronograma.
MES/ETAPAS Mar/18 Abr/ Mai/18 Jun/18 Jul/18 Ago/18 Set/18 Out/18 Nov/18 Dez/18 Jan/18
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Escolha do tema X
Levantamento X X X X X X X
bibliográfico
Elaboração do Pré- X X
Projeto
Entrega do Pré- X
Projeto
Pesquisa de X X X
Campo
Organização dos X
Resultados
Análise dos Dados X X
Redação do X X
Projeto
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Revisão e Redação X
Final
Entrega e X
Apresentação do
Projeto
7. Referências Bibliográficas
AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde.DAPE. Coordenação Geral de
Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento
apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental : 15 anos
depois de Caracas. OPAS. Brasília, pp. 07-16, 2005.
SÁ. Celso P de. Núcleo central das representações sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.