EDIÇÃO 50 ANOS DA ABECIP Para a maioria dos países, é inegável a relevância que as operações de crédito imobiliário têm, tanto em termos econômicos quanto em relação aos impactos sociais.Isso porque, dado o expressivo valor de um imóvel, poucos são aqueles que têm disponibilidade para adquiri-lo apenas com recursos próprios.
O crédito imobiliário exerce o importante papel de, numa ponta,
fomentar a produção de imóveis e, assim, possibilitar a geração de emprego e renda via fortalecimento do setor da indústria da construção civil. E por outro, viabilizar o acesso das famílias a uma moradia digna.
Dessa forma, ao mesmo tempo em que gera impactos positivos na
economia, o crédito imobiliário contribui para o desenvolvimento social por meio do combate ao déficit habitacional, tanto em termos quantitativos como em termos qualitativos. A estabilidade econômica vigente a partir do segundo semestre de 1994, conjugada com importantes avanços nos MARCOS REGULATÓRIOS, possibilitou a retomada do crédito imobiliário. MARCOS REGULATÓRIOS 1 Destacamos a criação da ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS IMÓVEIS, instituída em 1997 pela Lei 9.514 adotada pelo mercado em larga escala a partir de 2001,sendo hoje a principal garantia utilizada nas operações de crédito imobiliário. Essa garantia foi instituída como solução para a insegurança jurídica, predominante em função da fragilização da garantia hipotecária no País.
A segurança jurídica no mercado de crédito imobiliário é representada
pelo binômio: segurança na concessão do crédito, ou seja, a certeza da validade e eficácia dos contratos e da segurança na recuperação do crédito, isto é, a certeza de exequibilidade das garantias reais no caso de inadimplência do devedor. O segundo grande marco regulatório ocorreu em 2004, por meio da Lei 10.931, que criou o Patrimônio de Afetação e o deposito incontroverso, que consiste na segregação patrimonial de bens do incorporador para uma atividade específica, com o intuito de assegurar a continuidade e a entrega das unidades em construção aos futuros adquirentes, mesmo em caso de falência ou insolvência do incorporador.
Trouxe maior segurança para os compradores de imóveis em fase de
obra,salvaguardando os direitos de compradores de imóveis na planta em relação ao chamado “efeito Encol” (em alusão a uma grande construtora que faliu nos anos 90 dando enormes prejuízos aos adquirentes) e também para mitigar riscos para as instituições financeiras, haja vista que, na eventualidade da destituição do incorporador, a administração da incorporação passa a ser feita por comissão de representantes dos adquirentes ou, se for construção financiada, “por empresa ou profissional indicado pela instituição fornecedora dos recursos para a obra, devendo ser ouvida, neste último caso, a comissão de representantes dos adquirentes”. DEPÓSITO INCONTROVERSO 2 No caso do Incontroverso, este passou a ser um importante instrumento de combate à inadimplência, pois a Lei 10.931/2004, em seus artigos 49 e 50, regulamentou a forma de adimplemento das obrigações do devedor nas demandas que tenham por objeto os contratos de compra e venda de imóveis com pagamento parcelado. Para tanto, foi determinado que “a parcela não controvertida da obrigação continue sendo paga e que a parcela controvertida seja depositada, mecanismo semelhante ao da ação de consignação em pagamento, em que se faculta ao credor o levantamento da parcela não controvertida da dívida e a manutenção da parcela controvertida em depósito”. Até então, era comum que o devedor, para evitar a execução de sua dívida, ingressasse em juízo contestando os valores que lhe eram cobrados e, uma vez concedida a medida liminar, o devedor se eximia de fazer quaisquer pagamentos enquanto a ação não tivesse seu desfecho final. Em muitos casos, além de não pagar as prestações do financiamento, também não pagava as taxas condominiais e os tributos incidentes sobre o imóvel. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 3 Outro marco relevante em termos de mitigação do risco jurídico nas operações de crédito imobiliário foi a regulamentação dos Sistemas de Amortização e da Capitalização Mensal de Juros, ambos estabelecidos por meio da Lei 11.977/2009. Até então, alegar a ocorrência de anatocismo e/ ou a ilegalidade da Tabela Price ou mesmo de qualquer outro sistema de amortização, era o mecanismo mais utilizado por devedores inadimplentes com o objetivo de postergar o processo de execução da dívida. CONCENTRAÇÃO NA MATRÍCULA 4 Merece também destaque, na linha da mitigação dos riscos jurídicos, a Concentração de Atos na Matrícula do Imóvel, criada pela Lei 13.097/2015. O objetivo é reunir na matrícula do imóvel todos os eventuais riscos jurídicos a ele relativos, resultando em transparência e mitigação de riscos, principalmente para os compradores de imóveis e agentes financeiros do crédito imobiliário. Além desses ganhos, trará simplificação e celeridade para a concessão dos financiamentos habitacionais. RESULTADOS: MITIGAÇÃO DE RISCOS – O princípio da segurança jurídica é um dos pilares sobre os quais se assenta o estado de direito, sendo inquestionável que a insegurança jurídica tem custo elevado para os agentes econômicos, que é repassado para a sociedade, em geral, via preço ou, pior do que isso, via retração das atividades econômicas e consequente atraso para o País.
A insegurança jurídica eleva os custos das transações e desestimula os
investimentos e a aplicação do capital disponível. Nesse contexto, é essencial a previsibilidade do direito para que o mercado possa fluir e usufruir toda a sua potencialidade. Não se espera a eliminação de riscos, presentes em todo tipo de atividade econômica e operações comerciais – e imanente ao regime de mercado. Numa verdadeira economia de mercado, investidores e empresários quase sempre decidem num ambiente de risco e incerteza e, assim, avaliam o potencial dos possíveis retornos. Nesse contexto, a segurança jurídica se insere nas operações de crédito imobiliário como variável de altíssimo peso para o funcionamento do negócio, sendo altamente desejado por todos os players do mercado imobiliário. Quem Somos Criado em 1995, o IBRAFI é resultado do trabalho da ABECIP – Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, de mais de quatro décadas, na formação e capacitação de profissionais no setor do financiamento imobiliário. Com ampla tradição em ensino, já formou milhares de pessoas e contribuiu para o aprimoramento do segmento e o crescimento do crédito imobiliário no País.
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