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Financeira dos
Clubes de Futebol
Brasileiros | 2018
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2017 | Nada de novo debaixo do Sol
Assim como o Sol se levanta e se põe, se levantando novamente no mesmo lugar; assim como o vento que sopra de um lado a
outro, dá voltas mas segue sempre seu curso, o futebol brasileiro não trouxe nada de novo em 2017. Mas esta falta de novidade
vem coberta por um manto de ilusionismo, que tenta nos fazer crer que há algo de bom. Mas não há nada de novo debaixo do Sol.
Tudo que vemos já existiu há muito tempo e vemos a cada ciclo.
Em 2016 vimos que o comportamento dos dirigentes de futebol é conhecido e se repete: mais dinheiro, mais gastos, nenhuma
preocupação com o futuro, o que vale é hoje. Em 2017 seguimos esta jornada, nos repetindo e andando em círculos.
Apesar das receitas crescerem, mesmo as recorrentes, ainda assim a origem desse crescimento veio de forma concentrada. Não
houve melhor desempenho da indústria do futebol mas sim de alguns players deste jogo. Seja na Venda de Atletas, na Publicidade
ou na Bilheteria, apenas alguns poucos foram responsáveis pelo crescimento. Estratégias individuais, objetivos específicos
catapultando os dados consolidados e trazendo uma ideia equivocada de que houve evolução. Palmeiras, Flamengo, São Paulo e
Grêmio se destacam.
Enquanto isso os custos e despesas continuaram crescendo e ocupando o salto de receitas. Investimentos gerais não mudaram
muito, nem as Dívidas. Mais receitas usadas para pagar as contas correntes, mas deixando as dívidas de lado, sem fazer reservas
para os dias mais difíceis que virão. Afinal, o Profut começará a vencer, as regras de distribuição de Direitos de TV mudarão, e isso
vai pressionar o fluxo de caixa dos clubes em 2019.
Mas a sensação é de que analisar o futebol brasileiro, com algumas raras exceções – que também são as de sempre – parece
como correr atrás do vento. Como está estruturado, o que é torto não pode ser endireitado, o que está faltando não pode ser
contado.
Por mais que se faça um esforço na tentativa de encontrar novidades e ar fresco, percebemos analisando os dados de 2017 que o
que foi voltou a ser, o que aconteceu agora ocorrerá de novo em seguida. Ainda dependeremos de vender atletas para fechar
nossas contas, e isto significa perder potenciais estrelas e destaques para nos reforçar com incertezas. Sem contar que
desestruturamos nossos times, e isto se traduz na tradicional imprevisibilidade do nosso campeonato, que muitos enxergam como
competitividade.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
2017 | Nada de novo debaixo do Sol
São dois anos de crescimento de receitas, por motivos diferentes, e ainda assim a estrutura do futebol foi incapaz de se organizar
de maneira estrutural. Ninguém se lembra do que se viveu no passado, não há recordações do que já aconteceu, e então tudo se
repete.
Não se trata de uma avaliação alarmista. Da mesma forma que nos repetimos, ao menos não nos deterioramos. Apenas não
aproveitamos mais uma oportunidade em lapidar o que é bruto e transformar em joia.
Os desafios a partir de 2018 serão grandes, e em 2019 a realidade será outra. Os Direitos de TV, que hoje são pagos em grande
parte ao longo do ano terão 30% pagos apenas ao final do campeonato, de acordo com a classificação final. Ou seja, o fluxo de
caixa dos clubes vai apertar. O Profut começa a vencer e vemos que muitos não terão capacidade de pagá-lo sem pressionar ainda
mais as finanças.
Então, remetemos novamente ao Rei Salomão, ao dizer que “se esforçou ao máximo para compreender a sabedoria, bem como a
loucura e a insensatez; contudo, aprendeu que isto também é correr atrás do vento”. E percebemos que sem uma mudança real e
estruturada, o futebol brasileiro será sempre assim: idas-e-vindas, para tudo permanecer como sempre.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Disclaimer
Este é um trabalho feito pelos profissionais da Área de Crédito do Itaú BBA, baseado exclusivamente em informações públicas e
sem que tivéssemos qualquer contato com os clubes para explorar eventuais dúvidas e aprofundar algumas questões.
O objetivo é meramente informativo e tentamos apresentar aos Torcedores a visão de uma equipe técnica e multiclubística
sobre a condição financeira do Futebol Brasileiro e seus Clubes.
Vale ressaltar que apesar de alguns clubes apresentarem balanços bastante detalhados e esclarecedores, há uma enorme
dificuldade em ter a mesma qualidade em todos os balanços, o que torna limitada nossa ação. E mesmo para clubes que
disponibilizam informações estruturadas, ainda restam dúvidas relevantes.
Por conta disso, podemos afirmar que o material reflete a realidade “pública” de cada clube, e nossas avaliações são feitas com
base em hipóteses técnicas, apenas. Por isso, quando falamos em “atrasos”, isto reflete uma avaliação técnica das
movimentações contábeis, baseado nos dados disponíveis. Trata-se de hipótese técnica e são suposições, apenas, e justificam o
fechamento do fluxo de caixa do período.
Não temos também qualquer contato com Patrocinadores, Federações, Parceiros, de forma que nossas avaliações consideram
informações publicadas pela Imprensa como única fonte externa aos Balanços, inclusive entrevistas e matérias feitas com
Dirigentes.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sumário
1. Introdução 2 2. Clubes | Análise Individual 49
1.1 | 2016 | Nada de novo debaixo do Sol 3 2.1 | Alguns Conceitos Básicos 50
1.2 | Disclaimer 5 2.2 | América MG 51
1.3 | Nossos Critérios 7 2.3 | Atlético MG 57
1.4 | Receitas 10 2.4 | Atlético PR 63
1.5 | Receitas Operacionais 11 2.5 | Avaí 69
1.6 | Receitas | Tratamento a Valor Presente 12 2.6 | Bahia 75
1.7 | Receitas | TV, sempre ela 13 2.7 | Botafogo 81
2,8 | Ceará 87
1.8 | Receitas | Crescimento 14
2.8 | Chapecoense 93
1,9 | Receitas | Recorrente 15
2.9 | Corinthians 99
1.10 | Receitas| Direitos de TV 16
2.10 | Coritiba 107
1.11 | Receitas | Direitos Federativos 17
2.11 | Criciúma 113
1.12 | Receitas | Direitos Federativos 18
2.12 | Cruzeiro 119
1.13 | Receitas | Publicidade 19
2.13 | Figueirense 125
1.14 | Publicidade | Concentração 20 2.14| Flamengo 131
1.15| Publicidade | Detalhe por Clube 21 2.15 | Fluminense 137
1.16 | Publicidade no Mundo 22 2.16 | Goiás 143
1.17 | Receitas | Bilheteria e Sócio Torcedor 23 2.17 | Grêmio 149
1.18 | Receita da Bilheteria | Por Clube 24 2.18 | Internacional 155
1.19 | Sócio Torcedor | Relevância 25 2.19 | Paraná Clube 161
1.20 | Receitas | Concentração 26 2.20| Palmeiras 168
1.21 | Concentração | Top 5 faz diferença 27 2.21| Ponte Preta 174
1.22 | Custos, Despesas e EBITDA 28 2.22 | Santos 180
1.23 | EBITDA | Efeito Palmeiras e Flamengo 30 2.23 | São Paulo 186
1.24 | Comportamento do EBITDA Recorrente 31 2.24 | Sport 193
1.25 | Investimentos 32 2.25 | Vasco da Gama 199
1.26 | Investimentos | Categorias de Base 33 2.26 | Vitória 205
1.27 | Investimentos | Origem do Dinheiro 35
1.28 | Dívidas 37
3. Avaliação de Desempenho | Gráfico 211
1.29 | Dívidas | So far. so good 38 4. Avaliação de Desempenho | Brasileirão 221
1.30 | Dívidas | Alavancagem 39
1,31 | Profut | É possível pagá-lo? 40 4. Correlações entre Títulos e Finanças 228
1.32 | Dívidas: resumindo 41
1.33 | Fluxo de Caixa Livre 42
5. Atualização: 2017 vs hoje 236
1.34 | Gastos Totais 43 6. Futebol no Brasil x Europa 242
1.35 | Geração de Caixa Livre 44 7. Conclusões 247
1.36 | Fluxo de Caixa Livre por Clube 45
1.37 | Fluxo de Caixa: a chave da análise 46 8. Escalação 249
9. Referência 251
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Nossos Critérios | Deixando as regras claras
Antes de iniciarmos a partida é importante deixarmos claro quais as regras do jogo. Se a regra é clara, não há discussão. Para isso
o primeiro passo é ajustar os balanços e torná-los comparáveis. lembrando sempre que os critérios de Contabilização e os Critérios
de Análise Econômico-Financeira não são e nem precisam ser os mesmos. Análise é justamente a maneira de interpretar os
conceitos contábeis. E esta explicação faz toda a diferença entre tabular dados e analisar.
RECEITAS | As Receitas Totais consideram tudo que é Operacional, ou seja, tudo que foi gerado no dia-a-dia do Clube e que tem
recorrência direta. Entretanto, fazemos uma segunda derivada, que é utilizar o conceito de Receita Recorrente, onde excluímos a
Venda de Atletas, pois apesar de ser operacional, é muito errática, e para fins de gestão deveria ser desconsiderada nos
orçamentos. Nas análises deste ano nos deparamos com algumas receitas que não são operacionais, como Perdão de Dívida e
Abatimento de Impostos. Estas e outras com mesma características foram deduzidas das Receitas Totais e Recorrentes. Outro
ajuste que fazemos nas receitas está relacionado à Venda de Atletas. Sempre que houver terceiro com parte do direito econômico
e comissão de negociação, deduzimos estes valores das Receitas com Venda de Atletas, justamente para apresentarmos o valor
que acaba no caixa do clube. Na prática a parte que pertence ao terceiro não é de propriedade do clube e só transita pelo
demonstrativo de resultados por determinação da FIFA. A as comissões também não são recursos do clube. Para fins de Geração
de Caixa esta alteração não tem impacto, mas para quem gosta de rankings isto mudo um tanto as relações.
LUVAS DE TV | São comuns, de certa forma Operacional, pois estão atreladas ao principal contrato dos clubes, mas não é
recorrente. Portanto, para fins de análise, consideramos como Não Operacional, o que as exclui do EBITDA.
AJUSTES DE MOVIMENTAÇÕES SEM EFEITO NO CAIXA | No balanço dos clubes há muitas movimentações que são
meramente contábeis, como o lançamento de Provisões para Contingências e correção de Impostos Parcelados/Profut. Fazemos
os ajustes e excluímos tanto das Despesas/Receitas Operacionais como das Receitas/Despesas Financeiras e lançamos para
Resultado Não Operacional.
GERAÇÃO DE CAIXA (EBITDA) | Usamos a expressão EBITDA (Earnings Before Interest, Depreciation and Amortization) par
definir o valor que sobra para o clube após pagar seus custos e despesas correntes. É o que se chama de Geração de Caixa, pois
após comprar matéria-prima, transformá-la e vendê-la, é quanto esta atividade de transformação gerou de valor. Na prática do
futebol, é quanto sobra de dinheiro para o clube pagar suas dívidas e fazer investimentos.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Nossos Critérios | Deixando as regras claras
DÍVIDAS | Este é um item que costuma divergir do que outros analistas fazem. Conceitualmente restringimos a análise das Dívidas
aos 3 grupos que mais afetam o fluxo de caixa de um clube. Na prática, são as Dívidas que podem levar o Clube a dificuldades.
São elas: BANCÁRIAS: Dívidas com Bancos e Pessoas Físicas que cobram taxas similares; OPERACIONAIS: São os
Fornecedores, cujo maior parte vem de valores a pagar a Clubes pela aquisição de Atletas e Despesas Provisionadas, que são as
parcelas de salários e Encargos Sociais e Tributários a serem pagas no mês; IMPOSTOS: são os valores devidos de Impostos
tanto de curto prazo (parcelas que vencem no ano) como de longo prazo, equacionados ou não no Profut, e as Provisões para
Contingência de curto e longo prazos, visto que são potenciais problemas no futuro. Na conta de DÍVIDA TOTAL, excluímos
apenas a parcela de Disponibilidades (Caixa), pois os demais Ativos, por mais líquidos que possam ser, conceitualmente ainda
podem deixar de ser recebidos, enquanto a Dívida necessariamente deve ser paga. Mesmo a FIFA determinando sanções duras
contra clubes que não fazem seus pagamentos de aquisições de atletas de outros clubes, ainda assim optamos por não usar esta
conta deduzindo das Dívidas. Inclusive, o conceito mais comum de Dívida Líquida utilizado pelo mercado de capitais utiliza apenas
as contas de Bancos e Caixa, e varia conforme a indústria. O uso de todos os Ativos e Passivos, exceto Permanente traz para a
conta de dívida uma série de itens que nem sempre tem efeito caixa e são meros registros contábeis. Logo, a análise e segregação
entre o que impacta o caixa e o que não impacta nos dá uma visão mais realista de quanto os clubes devem.
INVESTIMENTOS | No balanço o Direito de Imagem está junto do valor dos Atletas o Direito de Imagem. Quando está informado,
excluímos do Permanente e lançamos no Realizável a Longo Prazo.
NCG (Necessidade de Capital de Giro) | São os financiamentos operacionais, e geralmente num clube de futebol eles “ajustam” as
receitas e os investimentos. Primeiro vamos pensar no impacto no caso das Receitas com Vendas de Atletas. Muitas vezes as
vendas são pagas à prazo. Pense no seguinte cenário: um atleta é vendido por 10, mas o valor será pago em 2 anos, sendo 5
agora e 5 no ano que vem. Nas receitas aparecerá 10 como venda de atletas, mas no fluxo de caixa aparecerá “-5”, que é uma
dedução da receita, pois o valor só entrará no caixa no próximo ano. No caso dos Investimentos em Compras de Atletas a ideia é a
mesma. O clube compra um atleta por 10 para ser pago em duas vezes, uma já e outra no ano seguinte. No fluxo de caixa
aparecerá “-10” como investimento (é uma saída de dinheiro do caixa do clube), mas na NCG aparecerá 5, que é a parcela a ser
paga no ano seguinte. Ou seja, o clube gastou efetivamente apenas 5 no ano, da mesma forma que entrou apenas 5 no caixa no
caso da venda. Isto é importante para ajustar e entender a dinâmica do fluxo de caixa dos clubes.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Nossos Critérios | Deixando as regras claras
BOA NOTÍCIA | Para 2018 os clubes deverão adotar um padrão único que foi desenvolvido pela APFUT – Autoridade Pública de
Governança do Futebol – em conjunto com especialistas contábeis e o Conselho federal de Contabilidade. Isto não reduzirá os
ajustes necessários para transformarmos um Demonstrativo Financeiro numa Análise Financeira, mas vai possibilitar melhor
compreensão dos números dos clubes.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 10
Receitas Operacionais
Evolução das Receitas Brutas Totais* | R$ milhões Evolução das Receitas Brutas Recorrentes** | R$ milhões
* Refere-se aos 27 clubes da análise ** Exclui as Receitas oriundas da venda de Direitos Econômicos de Atletas
De maneira geral 2017 foi um bom ano em termos de Receitas. Tanto as Totais, que incluem Venda de Atletas como
as Recorrentes, que excluem essas vendas, tiveram crescimento relevante, de 17% e 11% respectivamente.
Considerando um ano em que o PIB cresceu 1% e a inflação (IPCA) foi de 2,95%, estes valores são realmente
positivos. A partir das próximas páginas vamos detalhar este número bruto e verificar como ele foi formado, o que nos
dará uma visão mais clara sobre a consistência dele.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Tratamento a Valor Presente
Evolução das Receitas Brutas Totais* | R$ milhões Evolução das Receitas Brutas Recorrentes** | R$ milhões
* Refere-se aos 27 clubes da análise ** Exclui as Receitas oriundas da venda de Direitos Econômicos de Atletas
Como sempre ressaltamos, a análise de qualquer série histórica relacionada a finanças requer tratamento considerando impactos
inflacionários, especialmente num país como o Brasil, que a despeito da forte redução após o Plano Real ainda é suscetível a movimentos de
elevação de preços vez ou outra. Nesta página observamos a evolução das Receitas Totais e Recorrentes tanto em termos nominais como
em termos reais (corrigidas pelo IPCA).
Primeiro aspecto positivo é que ambas as receitas cresceram acima da inflação pelo segundo ano consecutivo. Ou seja, de forma agregada a
indústria do futebol teve desempenho acima da média da economia como um todo.
Nas Receitas Totais o crescimento real foi de 13,3% enquanto nas Receitas Recorrentes este crescimento foi de 7,5%. Aqui já temos um
primeiro sinal: a venda de Atletas teve desempenho superior às demais linhas de receitas. Se tomarmos os anos de 2015 e 2016 vemos que
as duas formas de apurarmos receitas caminharam praticamente da mesma forma, o que mostra que o conjunto evoluiu de forma equivalente,
Em 2017, diferentemente, as Vendas de Atletas foram importante impulso ao crescimento. Mas é importante não perdermos de vista que a
despeito disso, as receitas se comportaram bem quando analisadas de forma agregada.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | TV, sempre ela.
Breakdown das Receitas Totais por Origem
+55%
O detalhe da receita chamada de Outros é que sua
+21%
composição é bastante heterogênea, e vai de prêmios
recebidos por conquistas a receitas patrimoniais. Ou seja,
+9% muito difícil de avaliar sua estrutura, mas positivamente o
comportamento tem sido de crescimento contínuo.
+11%
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Crescimento em diversas frentes
Breakdown das Receitas Totais por Origem
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Detalhes das Receitas Recorrentes
Evolução das Receitas Brutas Recorrentes | R$ milhões Breakdown das Receitas Recorrentes
* Refere-se aos 27 clubes da análise ** Exclui as Receitas oriundas da venda de Direitos Econômicos de Atletas
Aqui vamos iniciar analisando o comportamento das Receitas que são mais facilmente administráveis, as chamadas
Recorrentes. Analisaremos as Vendas de Atletas em outro momento. Reforçando o que sempre comentamos, estas
são as receitas em cima das quais os clubes tem alguma gestão e podem ser usadas para montar orçamentos
factíveis. É um equívoco comum dos clubes incluir venda de atletas nos orçamentos, como se fosse previsível esta
realização. Sem contar que deixa os clubes em situação mais delicada de negociação, à medida em que os
compradores sabem da necessidade dos vendedores.
Nos gráficos acima temos a evolução das Receitas Recorrentes agregadas da amostra em termos nominais e reais
(ajustadas pela inflação). Note que após 3 anos de estabilidade (2013, 2014 e 2015) houve início de uma
recuperação, com crescimentos robustos em 2016 (13%) por conta do aumento na receita com Direitos de TV e em
2017 (7%) baseado fortemente em Publicidade e Propaganda e Bilheteria/Sócio Torcedor, conforme mostra o gráfico
de Breakdown das Receitas Recorrentes. Neste gráfico temos a variação anual das receitas por origem, onde é
possível observar a dimensão das variações. Note também que em 2017 todas as receitas foram positivas, conforme
já apontado, mas aqui a dimensão fica bastante clara.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Direitos de TV
Receita com Direitos de TV Evolução das Receitas | Nominal x Real
R$ milhões
A maior parte das receitas dos clubes brasileiros vem das vendas de Direitos de TV. Antes de avaliar a movimentação é importante salientar que estas receitas
são a soma das receitas de todos os campeonatos disputados ao longo do ano. Ou seja, é importante estar claro que não se trata apenas do Campeonato
Brasileiro. Aqui estão o Estadual, Copa do Brasil, Libertadores, Sulamericana e Brasileiro, que se divide entre TV Aberta, TV Paga e Pay-Per-View.
Naturalmente que a maior das receitas é a do Campeonato Brasileiro, estimada a partir de matérias divulgadas pela imprensa em algo como R$ 1,1 bilhão, o que
dá pouco mais da metade de todas as receitas com Direitos de TV. É só uma estimativa. Mas veja que as grandes variações são observadas justamente quando
os contratos do Campeonato Brasileiro são renovados, o que mostra a importância deste campeonato na divisão geral.
Entretanto, vemos dois picos claros, em 2012 e 2016, quando o novo modelo entrou em vigor e quando foi reajustado, ainda baseado no contrato original. Como
nos demais anos houve apenas correção inflacionária, isto significa que outros campeonatos e a maior adesão ao pay-per-view ajudaram a impulsionar esta
receita.
Mas a partir de 2019 haverá uma mudança importante na distribuição das receitas de TV Aberta. Se hoje elas são negociadas individualmente com cada clube, a
partir de 2019 serão distribuídas considerando o seguinte: 40%¨de forma igualitária entre os 20 clubes da Série A; 30% em função do desempenho no
campeonato (classificação, onde o campeão recebe mais); 30% pela presença ao vivo na TV (haverá equilíbrio de transmissões baseadas nas audiências
históricas e tamanho das torcidas) . Além de equilibrar as receitas, haverá uma mudança no fluxo de caixa. Hoje os clubes recebem o valor anual distribuído ao
longo do ano. A partir de 2019 os 30% de distribuição por desempenho serão pagos apenas ao final do campeonato, em Dezembro. Ou seja, os clubes perderão
parte do caixa que utilizam ao longo do campeonato, determinando que a gestão financeira seja ainda mais robusta e atenta.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Venda de Direitos Federativos
Evolução da Receita Anual | Reais x Dólares Efeito do Câmbio
R$ milhões
moeda forte, desvalorizações cambiais são aliadas dos clubes de futebol, pois
os mesmos Euros significam mais Reais. Comparativo | 2017 x Mediana do Clube
Houve aumento de 72% nas receitas em Dólares, o que significou 59% a mais
em Reais. Número realmente impressionante, o maior da série e
possivelmente o maior da história do futebol brasileiro.
Destaque de vendas novamente foi o São Paulo, que pelo segundo ano
consegue valores substancialmente acima de sua mediana. O Flamengo foi
destaque em 2017 por conta da venda de Vinícius Jr, e sua mediana é
bastante baixa porque não vinha sendo prática do clube realizar vendas de
atletas para os demais, exceto o Corinthians que teve em 2017 sua mediana,
os demais venderam bem acima.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Venda de Direitos Federativos
12 Maiores Vendedores | Acumulado 2010-2017
Em R$ milhões
Temos aqui o acumulado em dois períodos: de 2010 a 2016 e depois de 2010 a 2017, e que mostra não apenas quem são os
grandes vendedores de atletas, mas também como eles se comportaram em 2017.
O São Paulo continua sendo o maior vendedor de atletas do Brasil, e em 2017 ampliou a “vantagem” em relação ao Corinthians,
que permanece na segunda posição. Na sequência a novidade é que o Santos passou o Internacional, assim como Atlético Mineiro
ultrapassou o Cruzeiro. Além disso, um pouco mais adiante aparece o Flamengo, que não fazia parte da lista anteriormente.
Aqui não se trata de um ranking, e muito menos algo para celebrar. A venda de atletas se tornou parte do negócio, de maneira
equivocada. Cobre buracos no lugar de servir de fonte de recursos para novos investimentos. Esportivamente empobrece a
qualidade do espetáculo, pois os clubes vendem atletas que estão bem e são obrigados a contratar outros que são apostas,
demandam tempo de adaptação. No lugar de pensar este gráfico como um ranking, os clubes deveriam avaliar se esta é uma
prática efetiva ou apenas uma forma de enxugar gelo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Publicidade
Receitas em alta...
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Publicidade: efeito concentrado
Variação Anual
Em R$ milhões
Nem tudo que reluz é ouro, nos lembra um velho dito popular. O crescimento de 31% nas Receitas com Publicidade, que representaram mais R$ 154 milhões
no dado consolidado, não foram exatamente uma mudança de visão sobre a indústria do futebol. Na prática o que observamos foi um aumento absolutamente
concentrado em 4 clubes, com outros 3 clubes se beneficiando em menor escala. Para os demais 18 clubes não houve incremento significativo e alguns até
perderam receita.
Palmeiras, Flamengo, São Paulo e Grêmio puxaram a fila e representaram 66% do aumento, ou R$ 101 milhões. Na sequência Santos, Corinthians e Botafogo
responderam por outros 21%, ou R$ 33 milhões. Juntos esses 7 clubes abocanharam novos R$ 134 milhões em receitas com publicidade. E isto, convenhamos,
não chega a ser um movimento estruturado, e sim ações pontuais com estes clubes. Vamos tentar entendê-las.
No Palmeiras, que investiu R$ 161 milhões na aquisição de atletas em 2017 os R$ 40 milhões adicionais vieram da Crefisa para ajudar nas contratações. Isto
representou 26% de todo o aumento observado nas receitas com publicidade. No caso do Flamengo houve efetivo aumento nas receitas, com agregação de
novos patrocinadores, o mesmo observado com o São Paulo e Grêmio. No caso do clube paulista a situação se reverteu de forma impressionante, uma vez que
no início do ano o clube havia perdido patrocínio master. O Grêmio surfou bem a onda do bom desempenho esportivo e da presença no Mundial.
Santos, Corinthians e Botafogo tiveram desempenho acima da média – o crescimento médio foi de R$ 6 milhões por clube – e trabalharam bem num cenário
adverso. Os demais 18 clubes não obtiveram o mesmo sucesso, reforçando o que foi dito inicialmente: não tivemos um incremento na indústria, mas sim
movimentos pontuais.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Publicidade | Detalhe por Clube
Flamengo e Corinthians recorrentes; Palmeiras crescendo de forma desproporcional
Em 2017 vimos a repetição dos Top 5 com
Palmeiras, Corinthians, Flamengo, São Paulo e
Grêmio. Isto mostra que, de fato, estes 5 clubes
acabam se destacando em termos de
exposição, guardada a devida ressalva em
relação ao Palmeiras.
Receita de Publicidade por Torcedor | R$/Torcedor/Ano Entretanto, observamos também que Grêmio e
Botafogo conseguem valores que estão
proporcionalmente próximos aos do Palmeiras,
lastreados nos bons desempenhos e exposições
em 2017.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Publicidade | Brasil e Mundo
Tamanho do Mercado Publicitário Mercado Publicitário / PIB
Receita das Ligas/Clubes com Publicidade Receita de Publicidade do Futebol / Investimento Publicitário no País
Milhões de €
Comparando o que se investe em Publicidade no Futebol Brasileiro com ligas européias observamos que estamos muito aquém em termos de
valores recebidos. Apesar do mercado publicitário brasileiro ser muito grande, maior que os europeus, o que é destinado ao futebol é uma
pequena fração. Houve um aumento em 2017, mas ainda mantendo o Brasil numa posição inferior aos demais. Veja que se chegássemos ao
percentual observado na França nossa receita com publicidade saltaria para algo como R$ 3,9 bilhões anuais.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Bilheteria e Sócio Torcedor
Evolução das Receitas... ...e sua composição, em valores nominais.
R$ milhões
Público do Campeonato Brasileiro
As receitas com Bilheteria e Sócio Torcedor apresentaram crescimento importante em
2017: foram 22% em termos nominais e 18% em termos reais. Mais uma vez os Sócios
Torcedores representaram a maior parte dessas receitas. Vale lembrar que nessa
conta não incluímos as receitas com Bilheteria do Corinthians, pois estas estão
vinculadas às dívidas de seu estádio.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receita de Bilheteria | De onde veio o aumento
R$ milhões
Valores em R$ milhões
Assim como fizemos nas receitas com publicidade, vamos apurar de onde veio o aumento nas receitas com Bilheteria/Sócio Torcedor.
Novamente, precisamos avaliar se trata-se de um aumento generalizado ou apenas em alguns nomes. No gráfico acima temos uma escala
começando de quem teve o maior acréscimo para quem teve a maior queda.
O aumento total foi de R$ 128 milhões, sendo que as seis maiores variações representam 96% deste valor, uma vez que parte relevante dos
clubes teve queda de receitas. No caso do Flamengo o fato de jogar 3 finais e atuar boa parte do Campeonato Brasileiro num estádio menor,
conseguindo cobrar valores médios bem cima da média do campeonato, explica este crescimento. No Corinthians este número reflete a
parcela de sócios torcedores que não converteram suas mensalidades em ingresso. Ser Campeão Brasileiro ajudou a crescer este número.
O mesmo vale para o Grêmio e sua Libertadores. Já Palmeiras, Santos e Botafogo disputaram vários campeonatos, inclusive Libertadores, e
isto ajuda a crescer Bilheteria e Sócio Torcedor.
Na ponta oposta vemos Internacional (jogando Série B), São Paulo (chamando torcedor para lutar contra a Série B) e Atlético Mineiro
(desempenho bem inferior a 2016) com quedas relevantes.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sócio Torcedor | Relevância
Aqui temos a relevância do Sócio Torcedor dentro das receitas com Bilheteria. Não houve grande alteração em relação aos anos
anteriores. Vemos, entretanto, que a grande maioria dos clubes se utiliza desta prática para garantir receitas, antecipando o fluxo de
caixa dos jogos.
Infelizmente alguns clubes não deixaram claro seus dados de sócios torcedores, por isso apresentam 100% de bilheteria, ou mesmo
não apresentaram informações detalhadas de bilheteria e não possuem informação.
Também cabe uma explicação sobre o conceito: não sabemos ao certo como os clubes apresentam a informação acima. Por exemplo,
não sabemos dizer se os sócios torcedores que converteram sua mensalidade em ingressos aparecem na lista acima como Sócios
Torcedores ou como Bilheteria. Se estiverem dentro de Bilheteria esta conta é ainda mais favorável aos programas. Trabalhamos tão
somente com o dado apresentado, mas fica a dúvida.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receitas | Concentração
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Concentração | Top 5 faz diferença
Clubes com as 5 Maiores Receitas do Futebol Brasileiro por ano
Na tabela acima temos a relação do Top 5 nos últimos 8 anos, comparando com os clubes que foram campeões brasileiros e da
Copa do Brasil.
Uma informação importante: o Fluminense campeão de 2010 e 2012 tinha parte de seu elenco custeado por um patrocinador e
estes valores não entravam no balanço do clube, distorcendo a informação de receita. É possível inferir que se os custos salarias
daqueles times fossem contabilizados como receitas de patrocínio o Fluminense estaria no Top 5.
O desempenho dos clubes mostra que é importante fazer parte do Top 5, pois isso traz uma vantagem competitiva. Desde 2014
o Campeão Brasileiro faz parte desse grupo. Naturalmente, em alguns casos o efeito pode ser contínuo, como mostra o Cruzeiro,
pois o título de 2013 o levou ao Top 5 em 2014, mantendo-se lá em 2015.
E esta relação mostra algo incontestável, que é a concentração financeira em 4 clubes. Em toda a série apresentada temos São
Paulo, Corinthians e Flamengo no Top 5, e desde 2015 vemos a presença robusta do Palmeiras. É um quarteto que se forma e
tem boas chances de se consolidar nesta posição nos próximos anos.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Custos,
Despesas
ea
Geração
de Caixa
(EBITDA)
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 28
Custos, Despesas e o EBITDA | Recorrentes em Queda
Analisando sob o ponto-de-vista consolidado, o desempenho de
custos e despesas foi bastante positivo em 2017. O crescimento
observado de 8% ficou abaixo da variação das receitas totais, o que
EBITDA
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
EBITDA| O Efeito de Flamengo e Palmeiras
EBITDA Total Palmeiras e Flamengo nas Receitas e EBITDA Totais
R$ milhões
R$ Milhões
Naturalmente, vamos repetir o exercício do ano passado e fazer as contas excluindo os dois clubes de melhor
desempenho da amostra, que são Flamengo e Palmeiras. Fazemos isto porque o desempenho deles é tão superior aos
demais que acabam por distorcer a amostra.
No primeiro gráfico vemos a relevância desses clubes na construção do EBITDA consolidado. Note que em 2015 eles
representaram 39% do EBITDA total, caíram para 33% em 2016 e voltaram a 38% em 2017.
Quando analisamos separadamente em termos de Receitas e Geração de Caixa (EBITDA), Palmeiras e Flamengo
representaram 22% das Receitas Totais em 2017, e 38% de Geração de Caixa, sendo que o Flamengo representou
praticamente ¼ de toda a geração de caixa do futebol brasileiro no ano passado.
Estes números comprovam a força financeira dos dois clubes, que os colocam em posição de destaque no confronto fora
de campo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Comportamento do EBITDA Recorrente | 2016/2017
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Investimentos
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 32
Investimentos
Investimentos contidos… ...e as categorias de base perdem espaço.
R$ milhões
Os Investimentos Totais permaneceram estáveis em 2017, mesmo com o crescimento expressivo da geração de caixa total. Isto fez com que a
participação dos Investimentos na geração de caixa fosse reduzida de 110% em 2016 para 80% em 2017. Isto significa claramente que parte da
geração foi revertida para outras finalidades, como pagar dívidas, por exemplo.
Trata-se de uma mudança importante, que já havia sido vista em 2015. O que ocorre é que quando os clubes se veem com mais recursos em
mãos, como por exemplo em 2016 quando receberam valores expressivos de luvas pela renovação dos contratos de TV, aplicam boa parte para
investir. Efetivamente, a ação de 2017 foi positiva, mas precisa ser consistente.
Do total investido vemos que a estrutura vem recebendo menos recursos, assim como as Categorias de Base, e os valores tem sido direcionados
à Formação de Elenco profissional, com contratação de atletas já formados. Perceba que os investimentos em base são erráticos, e da mesma
forma que já atingiram 19% do total de investimentos em 2011, usualmente apresenta número em níveis próximos aos atuais.
A realidade do futebol brasileiro coloca em questão os investimentos em base, à medida em que os atletas saem cada vez mais cedo e são
substituídos por atletas já formados. Muitos desses atletas jovens possuem larga participação de terceiros em seus direitos, de forma que o clube
se transforma num mero incubador. O ciclo de formação, aproveitamento e venda está cada vez mais curto, a despeito de mais trazer mais valor
quando há venda. Ou seja, os mais jovens são mais caros, mas pouco atuam pelo clube formador.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Investimentos | Categoria de Base
2017
Reavaliamos nossa maneira de apresentar os Investimentos em Categoria de Base, adicionando à conta a parte dos
Custos que não é transferida para o Ativo Intangível. Ou seja, custos correntes que não são ativados. Infelizmente,
esta é mais uma informação difícil de ser apurada em todos os clubes, por que muitos não apresentam em detalhe o
que foi gasto corrente de base, lançando junto com os gastos correntes dos profissionais. Apenas 14 clubes da
amostra apresentaram estas informações. Desta forma, vemos que o que foi aportado na Base é maior que os valores
diretos, que estão demonstrados no fluxo de caixa dos clubes. Há uma parte de “investimentos na base” que são
custos diretos e, portanto, consomem EBITDA.
Assim, o número de 2017 salta de R$ 114,5 milhões para R$ 168,6 milhões, e certamente é maior que este, pois,
como dissemos há pouco, alguns clubes não detalham estes custos.
É um alento, pois vemos mais recursos direcionados ao tema, fundamental para a sustentabilidade do futuro dos
clubes.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Fontes do Investimento
Investimentos | De onde vem o dinheiro
R$ milhões
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Dívidas
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 36
Dívidas
Evolução
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Dívidas Bancárias
Dívidas | So far, so good
R$ milhões
Dívidas Operacionais
R$ milhões
R$ milhões
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Dívidas | Alavancagem
Relação com o EBITDA Dívida Bancária / EBITDA Recorrente
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
PROFUT | É possível pagá-lo?
Hipótese Dá. Para Poucos.
Leitura
Exemplo: Botafogo = 0,90 => a geração de caixa cobre 90% da
*Usamos como referência consumo de até 50% do EBITDA
parcela integral do Profut.
como sendo aceitável.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Dívidas | Resumindo...
As Dívidas não chegam a ser um problema incontornável, mas precisam ser tratadas com mais atenção. Os clubes
perderam uma oportunidade de ouro de se organizarem, reduzirem passivos e pensarem no fluxo de caixa futuro, ao
não utilizarem a geração de caixa e as Luvas. As Dívidas Bancárias são aceitáveis para alguns, mas elevadas para
a maioria. Os Impostos estão alongados, mas como o volume é grande, é preciso preservar o fluxo de caixa para
pagá-los. E as Operacionais, especialmente Fornecedores, representam obrigação de hoje jogada para ser paga
amanhã. A conta chega. E os Clubes não entenderam, ou não querem entender.
Estabilidade, num ano em que houve mais uma vez geração de caixa relevante extraordinária, agora com venda de
atletas, é ruim. Insistimos: a conta vai chegar para a maioria.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Exercício de
Fluxo de Caixa
Livre | Porque
não Sobra
Dinheiro
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 42
Gastos Totais e Fluxo de Caixa Livre
O que é?
As análises econômico-financeiras são instrumentos flexíveis de avaliação, baseados em estruturas rígidas, os demonstrativos financeiros. E são flexíveis porque
devemos adotar variações e novas possibilidades dependendo da indústria que estamos acompanhando. No caso da Indústria do Futebol, temos buscado aplicar
conceitos simplificados, utilizados para outras Indústrias, especialmente as do Setor de Serviços.
Ocorre que nesses anos de relatório percebemos que algumas avaliações apresentadas não abarcaram todas as variáveis de um Clube de Futebol no que diz
respeito à análise do Fluxo de Caixa. Buscando o aprimoramento da avaliação passaremos a trabalhar com o conceito de Fluxo de Caixa Livre, adaptado à
realidade do Futebol.
O Fluxo de Caixa Livre inclui em sua composição algumas despesas que são tratadas usualmente como Investimentos, bem como outras que são mandatórias
mas costumam ficar fora do radar, como as Despesas Financeiras e o Pagamento de Impostos Parcelados. Nesse caso, é fundamental passarmos a inclui-lo na
conta, uma vez que a maioria dos clubes terá obrigações oriundas do Profut.
Num Clube de Futebol, os Investimentos em Categorias de Base e na Formação de Elenco (contratação de atletas) é praticamente mandatório, e contribui de
forma significativa no aperto de caixa apresentado por eles ao longo do ano. Muitos clubes gastam a folga de caixa no início do ano e isto causará problemas de
liquidez, que por sua vez geram atrasos de salários e impostos.
Resumidamente, o Fluxo de Caixa Livre será o resultado da soma entre Receitas Líquidas, Custos e Despesas, Investimentos em Base, Aquisição de Atletas e
Despesas Financeiras. A partir de 2019, quando o Profut entrará em pagamento integral, incluiremos o pagamento dessa dívida na conta.
Valores Proporção
R$ milhões
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Geração de Caixa Livre
Fluxo de Caixa Livre com Receita Total Fluxo de Caixa Livre com Receita Recorrente
R$ milhões R$ milhões
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Fluxo de Caixa Livre por Clube
R$ milhões
O Flamengo melhorou o que já era muito bom. Alguns clubes reverteram situação negativa de 2016, como Cruzeiro,
Botafogo, Fluminense e Grêmio. São Paulo e Corinthians melhoraram desempenho fraco de 2016.
Do lado oposto vemos Santos, Palmeiras, Figueirense e Sport inferiores a 2016, enquanto o Internacional permaneceu
numa situação bastante ruim.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Fluxo de
Caixa: a
chave da
análise
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 46
Exemplo: C.R. Flamengo
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Exemplo: C.R. Flamengo
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clubes |
Análises
Individuais
Ao avaliar os Balanços e Demonstrativos de Resultados dos Clubes nos deparamos com algumas repetições de ações e comportamentos que entendemos
merecer uma breve introdução, pois facilitará o entendimento.
O primeiro aspecto que merece destaque é o que chamamos “Clube Regional”. Não há demérito nisso. Fazemos esta identificação pois notamos que há
características econômico-financeiras que permeiam alguns clubes. Quando separamos estes clubes percebemos que tratam-se de times com menor
alcance de torcida, normalmente de Estados menores em termos econômicos e que por isso mesmo se notabilizam por ter Receitas menores e erráticas, ao
mesmo tempo em que possuem condição econômico-financeira mais equilibrada, atuando dentro de suas possibilidades, sem dívidas, mas com poucos
investimentos.
Um movimento que percebemos nos fluxos de caixa dos clubes está associado aos Recursos oriundos das Cotas de TV. Em geral, quando um clube não faz
adiantamentos, as receitas com Cotas de TV são a única entrada de caixa deste assunto. Entretanto, repete-se com frequência o uso dos Adiantamentos
dessas Cotas para fechar o caixa, de forma que na variação de NCG (Necessidade de Capital de Giro) vemos entradas de recursos por conta desses
adiantamentos. Neste ano observamos que esta conta apresenta saída de caixa. Acreditamos que esta movimentação seja o reflexo dos Adiantamentos
recebidos no passado. Ou seja, seria uma espécie de redutor da Receita de TV. Veremos isto em vários clubes.
Há também o que chamamos de Fontes Operacionais de Financiamento. Será muito comum vermos entradas de caixa na NCG fruto do aumento da conta
Fornecedores, que em geral é pagamento parcelado da aquisição de atletas. A contrapartida dessa conta é o Investimento em Formação de Elenco, pois o
clube fez a aquisição mas ainda não pagou. Ou seja, em algum momento terá que pagar e a efetiva saída de caixa se consumará. Problema empurrado para
o futuro.
Outro aspecto que precisa ser avaliado é o da Geração de Caixa (EBITDA) e dos Investimentos. Entendemos que há um equívoco na forma como os Clubes,
amparados pelo código contábil, classificam os custos com Categorias de Base e Investimentos em Atleta. Ao serem considerados como Investimentos, não
transitam por Resultado. Desta forma, não compõem o EBITDA, o que muitas vezes da a sensação de que o clube está gerando muito caixa, quando na
verdade parte relevante desse caixa já foi utilizado na manutenção de atividades das Categorias de Base ou mesmo na contratação de Atletas. Assim, a
análise fria leva ao erro de acreditar numa eventual Geração de Caixa, que na prática não houve, pois parte desses gastos são recorrentes e necessários
para a performance do clube.
E para finalizar precisamos relembrar que estes balanços apresentam algumas contabilizações que entendemos precisarem de ajustes, e por isso fazemos
reclassificações de contas. Esta é a base de nossa análise: reclassificar as contas para que haja coerência e possibilidade de comparação. Isto significa fazer
exclusões, mudanças de linhas e muito das nossas conclusões está baseado nas movimentações contábeis e avaliação dessas.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
América Futebol Clube
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
América Futebol Clube
Composição das Receitas
R$ 24 MM
Custos do Futebol
Jogar a Série A é ótimo, veja que em 2016 o clube obteve O clube não mudou sua política de gastos com futebol,
geração positiva em todas as linhas. Em 2017 a venda de mantendo os valores inalterados em 2016 e 2017. Explica
atletas ajudou a manter a geração de caixa total positiva, a pior geração de 2017.
pois o recorrente foi negativo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
América Futebol Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Baseado no conceito de Custo Total, que inclui Custos e Despesas diretos, investimentos em elenco e base
e despesas financeiras, vemos que os valores de 2017 foram inferiores a 2016, e se próximos aos de 2015,
refletindo o fato do clube atuar na Série B.
Estes números, associados aso pontos obtidos, nos levam ao Índice de Eficiência, que em 2015 e 2017 foi
praticamente igual, e cujo resultado acabou positivo justamente pelo retorno à Série A nesses dois anos.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
América Futebol Clube
Efeito Iô-Iô
O América é um clube de menor poderio financeiro e sofre os efeitos de ir-e-vir da Série A para a
Série B. Isto muda completamente a gestão financeira, pois o nível de receitas é menor, e o clube
precisa estar pronto a se ajustar em termos de custos e investimentos para estas situações.
O América faz o trabalho correto e trabalha um ano de cada vez. Depende muito de uma boa gestão
esportiva para se manter por mais tempo na Série A, o que lhe ajudaria a ter maior robustez
financeira.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
América Futebol Clube
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube Atlético Mineiro
Composição das Receitas
R$ 154 MM
Custos do Futebol
Ano bastante bom para o clube. Mesmo com menos receitas, Custos com futebol cresceram, o que indica que houve
custos ficaram estáveis e a composição foi, teoricamente, redução em outras linhas. Bom posicionamento em relação
mais forte em receitas recorrentes, vide aumento na geração ás receitas recorrentes, abaixo de 60% que é um número
de caixa recorrente. bastante bom.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube Atlético Mineiro
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Redução de Custos Totais, puxada pela redução nos investimentos em formação de elenco, enquanto
Custos e despesas permaneceram estáveis e apesar do aumento relevante de despesas financeiras.
Aplicados aos pontos conquistados, o Índice de Eficiência de 2017 ficou praticamente estável em relação a
2016, e com bom desempenho esportivo, o colocando na zona mais qualificada,
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube Atlético Mineiro
O Atlético Mineiro é um clube que vive de altos e baixos financeiros. A situação geral é
desconfortável há algum tempo, mas o clube se vale de uma capacidade incomum em levantar
dinheiro no mercado financeiro para bancar seus sucessivos excessos, especialmente em
aquisições de atletas e consequentemente gastos na operação.
Em 2017 vimos um clube com redução de receitas, custos relativamente estáveis, mas que se viu
na necessidade de vender atletas e reduzir investimentos. Depois de algum tempo passou um ano
sem tanto brilho em campo mas com as contas mais estabilizadas. Ainda há muito a fazer para
atingir o equilíbrio. A dívida é elevada, os custos financeiros consomem boa parte do que o clube
gera de caixa, e isto reduz a capacidade de investimentos e pressiona a estrutura.
É fato que a estrutura vem evoluindo, com as receitas recorrentes crescendo consistentemente,
com os custos mais controlados, mas é pouco, pois a distância para o equilíbrio é longa.
É preciso mais. O clube se prepara para entrar numa empreitada que tem mais atrapalhado que
ajudado os clubes, que é construir seu estádio.
2017 viu a sangria apenas estancar. Mas pode ser o sinal da mudança.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube Atlético Mineiro
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube Atlético Paranaense
Composição das Receitas
R$ 105 MM
Custos do Futebol
O desempenho em 2017 foi levemente inferior a 2016,
Os custos diretos com o futebol vem crescendo
mostrando certa estabilidade de gestão. A geração de caixa
nominalmente, mas estáveis em relação às receitas
recorrente foi positiva pelo segundo ano, mas pode ser
recorrentes, o que é bastante positivo,
pouco para os desafios a seguir.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube Atlético Paranaense
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Os custos operacionais cresceram muito em 2016 e se mantiveram elevados em 2017. O maior responsável
foi o crescimento dos custos e despesas diretos, que cresceram consistentemente nesses dois anos. As
demais componentes não oscilaram tanto.
No Índice de Eficiência o que vemos foi um crescimento do custo por ponto, mas sem resultado esportivo
efetivo, diferente do que vimos em 2016.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube Atlético Paranaense
A situação geral do Atlético Paranaense está longe do confortável. A despeito de excelente estrutura,
com centro de treinamento e estádio modernos, boa gestão das categorias de base, o desempenho
esportivo tem sido apenas razoável e as pressões financeiras estão crescendo.
O time tem equilíbrio operacional compatível com seu porte, mas a elevada dívida do estádio gera
uma necessidade de sobra de caixa muito grande. Ainda há os títulos de potencial construtivo*
cedido pela Prefeitura de Curitiba a ser utilizado para ajudar neste pagamento, mas ainda assim é
necessário vender e encontrar demanda para eles. Sem isso sobra pouco das receitas para pagar
custos financeiros e dívida, e ainda manter elenco competitivo.
Há uma dúvida real sobre como o Atlético Paranaense sairá desta situação. A conferir.
* Títulos cedidos ao clube que servem para aumentar potencial construtivo de obras na cidade de Curitiba. O comprador tem
direito a construir área acima da lei de construção urbana e o Atlético tem cerca de R$ 160 milhões de títulos como estes para
ser vendido a incorporadores.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube Atlético Paranaense
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Avaí Futebol Clube
Composição das Receitas
R$ 31 MM
Custos do Futebol
Em 2017 vimos ótimo desempenho do clube, com geração Veja que apesar do aumento nos custos diretos do futebol
de caixa positiva depois de anos no vermelho. O esses ficaram bem abaixo das receitas, diferente dos anos
crescimento de receitas foi utilizado de maneira comedida. anteriores, onde o custo do futebol ficou estruturalmente
acima das receitas.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Avaí Futebol Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Os custos operacionais cresceram para atender às demandas de atuar na Série A. Ainda assim, o Índice de
Eficiência de 2017 foi melhor que o de 2015, anos em que tiveram os mesmo desempenho ruim, retornando à
Série A. naturalmente que em 2016 o custo por ponto foi menor por jogar a Série B, e o acesso colocou o
clube num quadrante melhor.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Avaí Futebol Clube
Não há como fugir à realidade de ser um clube regional: o objetivo é subir à Série A e
permanecer lá. O Avaí disputou em 2017 mas não se sustentou.
O ponto positivo foi ter se organizado de maneira a usar o aumento das receitas com TV para
manter a estrutura equilibrada.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Avaí Futebol Clube
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Esporte Clube Bahia
Composição das Receitas
R$ 69 MM
Custos do Futebol
Negativamente o clube apresentou custos crescendo acima Receitas de Futebol crescendo ano após ano, mas
das receitas líquidas (+25% dos custos contra +20% das especialmente nos dois últimos ficaram praticamente
receitas líquidas). Resultado foi geração de caixa negativa, estáveis em relação às receitas recorrentes, o que é
e falaremos mais do efeito na próxima página. positivo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Esporte Clube Bahia
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Os custos totais continuarem crescendo, baseados no aumento dos custos e despesas diretos, uma vez que
demais linhas de custos apresentaram queda.
O reflexo se dá no aumento dos custos por ponto ganho, que veio junto com um pior desempenho
esportivo, após dois anos de custos mais baixos e melhor desempenho.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Esporte Clube Bahia
Sinal de alerta
O Bahia vinha de gestões equilibradas, mas em 2017 vimos uma mudança de tendência. Aumento
nos custos, aumento na dívida bancária, desempenho esportivo aquém do investimento geral.
Expectativa de que tenha sido um comportamento pontual e que o clube volte a manter os pés-no-
chão e o equilíbrio de gestão.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Esporte Clube Bahia
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Botafogo de Futebol e Regatas
Composição das Receitas
R$ 102 MM
Custos do Futebol
O aumento dos custos foi comportado e na comparação com
Quarto ano seguido com bom desempenho. Clube trabalha
as receitas ficou abaixo de 2016 (70% contra 54%). Gestão
equilibrado, gerando caixa e dentro de suas possibilidades.
pés-no-chão.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Botafogo de Futebol e Regatas
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Os custos totais continuam crescendo, ainda que acompanhando as receitas. Para servir os desafios que se
aproximam o clube precisará de mais austeridade.
O reflexo se dá no Índice de Eficiência, que em 2017 foi pior e sem bom desempenho esportivo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Botafogo de Futebol e Regatas
Nadando contra a corrente
Inegável o esforço da diretoria do Botafogo para colocar o clube nos trilhos. Gestão equilibrada,
controlada, buscando alternativas esportivas dentro da possibilidades financeiras. Programa de
Sócio Torcedor crescendo, e uma ginástica enorme para atravessar a correnteza.
Mas o futuro se aproxima e fica cada vez mais difícil imaginar como o clube fará para se livrar das
dificuldades e da pressão de caixa que se avizinha.
Quanto mais de esforço, sem ajuda externa de investidor, será necessário para equilibrar a vida?
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Botafogo de Futebol e Regatas
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Ceará Sporting Club
Composição das Receitas
R$ 21 MM
Custos do Futebol
Desempenho deficitária nos últimos 3 anos, com custos Os custos diretos do futebol cresceram em 2017, mas
acima das receitas. proporcionalmente às receitas foi inferior a 2016.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Ceará Sporting Club
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Fluxo de caixa muito justo, que dependeu Dívida nominalmente baixa, concentrada
de luvas da TV para fechar as contas em em impostos parcelados. Mas como não
2016 e 2017. gera caixa, depende de eventos externos
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 para reduzí-la.
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Ceará Sporting Club
Evolução dos Custos Operacionais Índice de Eficiência
Custos operacionais cresceram o que deve ter contribuído para levar o time à Série A em 2018.
O Índice de Eficiência foi bem, com baixo custo por ponto conquistado e bom desempenho esportivo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Ceará Sporting Club
Um dia de cada vez
O Ceará é um clube regional, que tem disputado a Série B por muito tempo e retornou agora para
disputar a Série A. Os números modestos refletem isso, e em 2018 devemos ver dados diferentes.
Com mais receitas.
O que temos até agora será totalmente diferente ano que vem. Resta saber o que o clube fará com o
aumento de receitas. É sempre um dilema: gastar mais e tentar permanecer, ou gastar o necessário
e trabalhar com folga? Claro, o melhor é trabalhar com eficiência. Vamos ver como o Vovô se sairá.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Ceará Sporting Club
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Associação Chapecoense de Futebol
Composição das Receitas
R$ 61 MM
Custos do Futebol
Além de manter o equilíbrio o clube foi além e melhorou
Custos diretos do futebol cresceram, mas ficaram estáveis
substancialmente o desempenho, com excelente geração de
em relação ás receitas recorrentes, o que foi bastante bom.
caixa.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Associação Chapecoense de Futebol
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Com o crescimento das receitas e a necessidade de formar novo elenco o clube apresentou forte
crescimento nos custos totais.
O Índice de Eficiência ficou mais elevado em 2017 mas com bom desempenho esportivo, quando comparado
a 2016, que teve mesmo desempenho mas custo por ponto menor.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Associação Chapecoense de Futebol
Fênix
Se alguém duvidada da capacidade da Chape, pode esquecer: veio para ficar, com cuidado na
gestão esportiva e financeira.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Associação Chapecoense de Futebol
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Club Corinthians Paulista
Composição das Receitas
R$ 189 MM
Custos do Futebol
Custos diretos do Futebol cresceram nominalmente mas em relação
Desempenho estável em 2017, mas melhorando em termos às receitas apresentaram redução, de 69% para 64% O problema é
de Geração de caixa recorrente. Mas a melhora pode ser que o Futebol representa 75% dos custos e despesas totais. Ou
insuficiente para fazer frente às necessidades do clube. seja, há R$ 60 milhões aplicados em outras atividades do clube.
100
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Club Corinthians Paulista
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Social x Futebol
Os custos totais caíram bastante em 2017, especialmente com a redução de investimentos, seja em elenco
como na base.
O resultado do Índice de Eficiência foi um clube campeão gastando menos que em 2015 (também campeão)
e que em 2016, quando nem chegou à Libertadores. O esportivo bem feito.
103
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Club Corinthians Paulista
Na corda bamba
O Corinthians foi campeão brasileiro duas vezes nos últimos 3 anos. É um exemplo de boa gestão
esportiva, montando elencos equilibrados e funcionais com pouco dinheiro. Pouco dinheiro? Não é
bem assim. Mas com menos dinheiro que seu potencial. Na verdade, o clube gasta R$ 60 milhões
em outras atividades que não o futebol, seja outros esportes, seja o social. Além disso, sem as
receitas de Bilheteria o clube perde potencialmente algo como R$ 70 milhões em receitas. E como
gasta muito e tem receitas limitadas, precisa de adiantamentos e até deixou de fazer aportes no
estádio. Ou seja, está trabalhando com todas as estratégias financeiras para fechar suas contas. E
claro, vendendo atletas consistentemente.
Até quando será possível sem que isto impacte o esportivo? Esta é uma pergunta relevante.
Há muito que enxugar, há muito que organizar para que as contas do dia-a-dia e o estádio sejam
pagos. Aliás, a dívida do estádio nem está aqui, pois fica num balanço que não temos acesso. A
realidade pode ser ainda mais dura.
104
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Club Corinthians Paulista
106
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Coritiba Foot Ball Club
107
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Coritiba Football Club
Composição das Receitas
R$ 70 MM
Custos do Futebol
O desempenho total foi bom, mas em termos recorrentes Os custos diretos do futebol cresceram acima da variação
foi bastante justos, com o detalhe que vem caindo ano a da receita recorrente em 2017, o que mostra maior pressão,
ano, se colocando numa rota difícil. acima de 2015.
108
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Coritiba Football Club
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Custos totais do futebol se mantiveram estáveis, mas quando analisamos sob a ótica do Índice de Eficiência
observamos que o Coritiba não vem com desempenhos esportivos animadores, culminando com o
rebaixamento em 2017, mesmo gastando mais por ponto conquistado. Ou, na verdade, acaba sendo um
reflexo da má campanha: gastou o mesmo nominalmente mas como conquistou menos pontos, mostrou a
ineficiência através do rebaixamento.
110
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Coritiba Football Club
Momento de Reciclar
O Coritiba vem trabalhando no limite do desempenho esportivo e financeiro. O clube oscila demais
nas receitas, mas vem apresentando custos crescentes no futebol. Não está funcionando.
É preciso uma gestão mais centrada no controle dos custos e foco no desempenho esportivo. Em
2017 vimos um clube que passou o ano bastante justo financeiramente e em 2018 terá menos
recursos com redução na receita de TV. Momento propício para reciclar as estruturas e voltar forte
como um campeão brasileiro.
111
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Coritiba Football Club
113
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Criciúma Esporte Clube
Composição das Receitas
R$ 17 MM
Custos do Futebol
Desempenho bastante ruim pelo terceiros ano seguido, O fato é que, a despeito da redução dos custos diretos
com geração negativa de caixa. de futebol, eles ainda representam muito das receitas
recorrentes, cada ano mais módicas.
114
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Criciúma Esporte Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Fluxo bastante frágil, que se sustenta pela ajuda de Positivamente trata-se de um clube sem dívidas
um patrono (Coligadas). relevantes.
115
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Criciúma Esporte Clube
Evolução dos Custos Operacionais Índice de Eficiência
Os custos totais do futebol estão em queda, mas vemos que em termos de eficiência o clube não
desempenha bem nos últimos 3 anos, atuando e permanecendo na Série B.
116
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Criciúma Esporte Clube
Não é um problema ser pequeno. O problema é não se aceitar pequeno e suas limitações. Não é o
caso do Criciúma, que atua dentro de suas possibilidades, sem loucuras em busca da Série A.
Isto é bom porque mais um ano e o clube se mantém sem dívidas, mas não chega a ser postulante
estruturado à divisão de elite. Estão onde estão e dão toda a pinta de que está bom assim.
O que fazer? Buscar melhorar a estrutura esportiva, com melhor formação de elenco de baixo custo,
dentro de suas possibilidades. É possível.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Criciúma Esporte Clube
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Cruzeiro Esporte Clube
Composição das Receitas
R$ 102 MM
Custos do Futebol
Desempenho bastante bom em 2017, com mais receitas e Custos do futebol apresentaram crescimento, mas abaixo
custos crescendo moderadamente. Assim o clube gerou do crescimento das receitas recorrentes, o que mostra um
caixa nas duas visões, total e recorrente, pelo segundo ano sinal claro de controle da gestão.
seguido.
120
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Cruzeiro Esporte Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Custos totais do futebol apresentaram queda, fortemente impactados pela redução nos investimentos.
Em termos de eficiência, vemos que após dois anos de custos elevados por ponto sem retorno em campo,
em 2017 ficaram estáveis em relação a 2016 mas com melhor desempenho esportivo.
122
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Cruzeiro Esporte Clube
Os sinais que o Cruzeiro apresenta são positivos: receitas recorrentes crescendo*, investimentos
comportados e redução de dívidas. Ainda assim foi campeão em 2017.
O risco é o clube já acreditar que está em ordem e retomar o processo de investimentos elevados e
aumento de custos. A situação do clube é aceitável, mas carece de atenção constante, especialmente
porque o histórico mostra que o perfil das gestões é investidor e “gastão”, o que já custou anos
difíceis, com brigas contra o rebaixamento e elencos discretos.
O que foi feito em 2016 e 2017 credencia o clube a mudar de patamar se seguir esta estratégia por
mais algum tempo. Estamos de olho.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Cruzeiro Esporte Clube
125
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Figueirense Futebol Clube
Composição das Receitas
R$ 27 MM
Custos do Futebol
A redução de receitas não veio acompanhada de um ajuste Os custos diretos do futebol foram bem menores, mas ainda
de custos, de maneira que o clube não gerou caixa, e assim elevados em relação ás receitas recorrentes.
apresentou déficit operacional. Comportamento ruim.
126
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Figueirense Futebol Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Com relação à eficiência, nosso índice aponta pequena melhora em relação a 2016, mas esportivamente sem
resultados.
128
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Figueirense Futebol Clube
O Figueirense é o primeiro clube da elite a ter donos e deixar de ser uma associação sem fins
lucrativos. Em 2017 um grupo arrendou a marca, os ativos e assumiu a gestão.
Ainda não dá para avaliar o desempenho, exceto apontar que passaram um pente fino sobre as
dívidas fiscais e registraram no balanço. Primeiro passo em direção á transparência.
Os números de 2017 dizem pouco, exceto que o clube não foi capaz de ajustar suas contas à
realidade da Série B, onde permanecem em 2018.
Esperamos este ano para avaliar como uma gestão realmente profissional pode lidar com o negócio
futebol no Brasil.
129
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Figueirense Futebol Clube
131
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube de Regatas do Flamengo
Composição das Receitas
R$ 314 MM
Custos do Futebol
Crescimento significativo de custos diretos do futebol, mas em linha
Manutenção do ótimo desempenho operacional, com com o crescimento das receitas recorrentes. Houve aumento de 60%
boa geração de caixa em termos totais e recorrentes. para 70% nessa relação. Mas é preciso atenção para que este
número não saia muito desse patamar.
132
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube de Regatas do Flamengo
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Em termos de eficiência o clube gastou mais por ponto conquistado, mas também conquistou mais que em
2015 e 2016. Veja que há uma crescente em termos de desempenho a partir de 2015, acompanhado de
aumento nos custos por ponto. Parece que uma coisa leva a outra.
134
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube de Regatas do Flamengo
Colhendo os frutos
Alguns dirão que os títulos não vieram. Mas o clube foi campeão estadual, participou de duas finais e
está na Libertadores de 2018. Como vemos na evolução do Índice de Eficiência, o Flamengo está
crescendo em desempenho. Neste momento é líder do Campeonato Brasileiro.
O desafio agora é ser capaz de vencer mais, manter a austeridade e não sucumbir ao desejo de
montar “ataques dos sonhos”.
135
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube de Regatas do Flamengo
137
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Fluminense Football Clube
Composição das Receitas
Geração de Caixa
R$ 28 MM
Custo do Futebol
Geração de Caixa (EBITDA)
R$ 116 MM
Custos do Futebol
O desempenho em termos totais foi positivo, por conta da O clube até conseguiu reduzir os custos diretos do futebol,
venda de atletas, mas de forma recorrente ainda continua caindo em termos nominais como proporcionais às receitas
negativa a geração de caixa. Ainda há muito a fazer para recorrentes. E se o EBITDA recorrente foi negativo significa
ajustar os custos. que há muitos outros custos e despesas a serem tratados.
138
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Fluminense Football Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
O clube fez parte dos ajustes, reduzindo os gastos totais com futebol, em todas as linhas.
Em termos de eficiência, nosso índice aponta que em 2017 o clube gastou menos por ponto conquistado,
sem contudo obter retorno esportivo. Mas é uma evolução, pois em 2015 e 2016 gastou mais e também não
venceu.
140
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Fluminense Football Clube
Cenário desafiador
O Fluminense passa por uma situação bastante delicada. O clube viveu após a saída de sua antiga
parceira a ilusão de que poderia se manter relevante. Manteve gastos mesmo com receitas limitadas.
que cresceram no tempo, mas de maneira discreta. O clube viveu de vender atletas para fechar suas
contas.
Mas a realidade é dura. Adiantamentos tomados em algum momento farão falta no futuro - o dinheiro
que você adianta hoje deixará de entrar no caixa amanhã - e o clube é obrigado a garantir uma
venda para receber a prazo, e os investimentos precisam ser reduzidos e isto enfraquece o elenco, e
as dívidas antes escondidas passam a “enfeiar” seu balanço. E quando tudo isso acontece ao mesmo
tempo, a gestão perde o chão.
O Fluminense está atrasado no processo de adequação financeira à realidade. Sai atrás, com pouca
margem de manobra. Precisará de transparência, comunicação eficiente com a torcida e muito
esforço.
141
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Fluminense Football Clube
143
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Goiás Esporte Clube
Composição das Receitas
R$ 43 MM
Custos do Futebol
Operacionalmente 2017 foi inferior a 2016 mas ainda Os custos diretos com atletas cresceram tanto
equilibrado. A atenção que o clube precisa ter em relação ao nominalmente quanto em relação às receitas recorrentes,
custo é para que não se perpetue este desempenho apenas numa rota que já vem se deteriorando desde 2016.
discreto.
144
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Goiás Esporte Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Observamos aumentos custos gerais, baseados nos custos e despesas diretos e nos investimentos em
formação de elenco.
No Índice de Eficiência vemos mais gastos por pontos conquistados, e desempenho esportivo semelhante a
2016. Gastou mais para conquistar o mesmo.
146
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Goiás Esporte Clube
Um certo comodismo
O Goiás é um clube historicamente bem gerido. Pouco endividado, boa gestão de custos e
despesas, investimentos certeiros. Tem passagens relevantes e longas pela Série A. Em 2017
manteve a boa gestão, simples e contida, o que garante a sustentabilidade do clube no tempo, típica
de quem sabe onde pode chegar.
Mas está indo aquém do que se espera. Vem convivendo com a Série B e conquistando o estadual.
Isto permite alguma tranquilidade, mas falta a um clube tão organizado o salto de qualidade dentro
de campo que o recolocará junto aos grandes. Exceto se este não for o objetivo, e seguindo assim
está tudo bem.
Precisa repetir dentro de campo a boa qualidade que se observa fora dele.
147
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Goiás Esporte Clube
149
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Grêmio de Foot-ball Portoalegrense
Composição das Receitas
R$ 188 MM
Custos do Futebol
Desempenho operacional do clube vem crescendo ano-a-ano, de Observamos um grande salto nos custos diretos do futebol,
forma consistente. Receitas bem e custos crescem um pouco acompanhando as receitas. Veja que a relação entre os custos
abaixo, permitindo geração de caixa recorrente nos 3 últimos com futebol e as receitas recorrentes foram menores em 2017 que
anos. em 2015 (71% contra 76%).
150
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Grêmio de Foot-ball Portoalegrense
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Vemos crescimento dos custos totais do futebol, especialmente nos custos diretos, enquanto investimentos
e despesas financeiras foram menores em 2017.
Analisando o Índice de Eficiência vemos que em 2017 o desempenho esportivo foi excelente com custo por
ponto abaixo do praticado em 2016, uma evolução.
152
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Grêmio de Foot-ball Portoalegrense
Um dos primeiros clubes a ter a figura de um CEO que atuava com certa independência da influência
política, o Grêmio iniciou o processo de reorganização das finanças em 2014, para a partir de 2015
operar com geração de caixa positiva. Controle de custos, formação de elenco dentro das
possibilidades, com muitos atletas da base ou “apostas” de baixo custo. Uma boa gestão esportiva
trabalha junto com a boa gestão financeira.
Dívidas equilibradas, investimentos feitos dentro das possibilidades, custos caminhando de acordo
com as receitas recorrentes. Parte importante da cartilha seguida, o que abriu caminho para a
chegada deste bom momento.
Ainda há o desafio do imbróglio da dívida do estádio, que não fica claro qual será a forma de
pagamento, mas aparentemente não tem envolvido caixa. Mas não é algo que no balanço parece
pacificado.
Vendo à distância, o que fica é uma sensação de que apenas o Grêmio pode se auto-sabotar.
153
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Grêmio de Foot-ball Portoalegrense
155
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Club Internacional
Composição das Receitas
R$ 182 MM
Custos do Futebol
Historicamente o clube não consegue gerar caixa de forma Diferente do que ocorre usualmente o Inter aumentou seus custos
recorrente. E nos últimos 4 anos apenas em 2015 conseguiu gerar diretos do futebol mesmo atuando na Série B, momento onde os
caixa considerando todas as receitas. Movimento muito ruim, clubes de maior expressão optam por se ajustar, cortar custos e
porque se falta no operacional significa que em algum lugar vai ter colocar a casa em ordem. Completamente contra o manual básico
que buscar. de gestão.
156
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Club Internacional
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Vimos os gastos totais saltarem R$ 29 milhões num ano em que o clube atuou na Série B. Com crescimento
de custos e despesas é possível que tenha optado por aumentar salários e trazer atletas por empréstimos ou
contratos curtos e não contratos longos, pois investimentos caíram.
O Índice de Eficiência aponta que o custo por ponta em 2017 ficou próximo a 2016, com a diferença que
voltou para a Série A. Ou seja, muito para tão pouco, como já havia sido muito para cair um ano antes.
158
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Club Internacional
Há algo de errado no reino Colorado. O esforço de solução será imenso, porque as dificuldades são
do tamanho do clube, muito grandes. Corte de custos, investimentos, foco na redução de dívidas e
soluções que equilibrem o fluxo de caixa. Sem aceitar esta dura realidade ficará difícil reverter o
quadro atual.
159
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Club Internacional
O Internacional republicou seus
balanços de 2015 e 2016. para fins
de análise histórica mantivemos
os dados originais, mas para fluxo
de caixa adotamos os números
republicados.
161
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sociedade Esportiva Palmeiras
Composição das Receitas
R$ 267 MM
Custos do Futebol
O equilíbrio vem desde 2013, mas a partir de 2015 inicia-se Vemos crescimento consistente dos custos diretos do
uma fase de sobras que contribuíram de forma fundamental futebol, mas positivamente eles se mantém em linha com as
no aumento dos investimentos em atletas. Situação bastante receitas recorrentes. Ou seja, crescem conforme crescem as
confortável. receitas, mantendo a saúde financeira do clube.
162
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sociedade Esportiva Palmeiras
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Se as receitas cresceram bastante os gastos gerais também atingiram marca impressionante: foram R$ 554
milhões em 2017, com forte participação dos investimentos em elenco.
No Índice de Eficiência vemos que o custo por ponto foi elevadíssimo e o desempenho esportivo inferior a
2015 e 2016, o que gerou certa frustração na torcida.
164
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Palmeiras | Exercício
Receitas Totais EBITDA Recorrente
Em R$ milhões
Sempre se questiona o quanto a Crefisa é fundamental para o Palmeiras. Naturalmente que os valores
aportados pela patrocinadora ao clube são importantíssimos na construção da fortaleza financeira do
Palmeiras. Mas é possível avaliar o grau de dependência.
Para isso fizemos o seguinte exercício: substituímos os valores aportados pela Crefisa como patrocínio por
algo mais próximo do que seria um valor de mercado parecido com seus pares. Para o exercício utilizamos
uma receita de 35% do valor pago pela Crefisa, conforme tabela abaixo. O que apuramos é que ainda assim o
Palmeiras manteria o nível de geração de caixa recorrente, mesmo com os custos inflados pela receita da
Crefisa. Assim, com algum ajuste de custo e corte de investimentos, o Palmeiras se manteria equilibrado.
165
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sociedade Esportiva Palmeiras
Extravagância alviverde
Na prática tudo vai bem. Mas pensando no todo é preciso ter atenção à extravagância. Este é um
risco inevitável para os clubes que se veem com muito dinheiro, que acabam gastando muito e nem
sempre da forma mais eficaz. Foi o que vimos em 2017. A gestão esportiva precisa estar atenta ao
“negócio esportivo”, ou seja, à escolha certa de treinador e suporte às suas ideias, montando elencos
compatíveis com elas.
Em 2017 o resultado esportivo foi inferior ao financeiro. Precisa buscar este equilíbrio.
166
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sociedade Esportiva Palmeiras
168
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Paraná Clube
Composição das Receitas
R$ 11 MM
Custos do Futebol
O clube conseguiu se aproveitar da receita maior e Os valores de custo direto do futebol são baixos para a
equilibrou o operacional após 2 anos, mesmo crescendo realidade brasileira, mas ainda assim cresceram bem em
os custos e despesas. 2017. Positivamente, quando analisados em relação à
receita recorrente vemos que ficaram bem comportados.
169
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Paraná Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Aumento dos gastos gerais do futebol, com aumento de investimentos na base e custos diretos do futebol.
No Índice de Eficiência o ano de 2017 foi excelente: redução nos custos por pontos – reflexo do bom
desempenho na Série B - e melhor desempenho esportivo. Bom ano.
171
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Paraná Clube
Não é um problema nem há demérito em ser pequeno. É uma constatação numérica. O Paraná
Clube faturou em 2017 menos de 5% do que faturaram Palmeiras e Flamengo. Não há condições
financeira de competir com estas equipes, nem com as que faturam acima de R$ 200 milhões, como
Internacional que também disputou a mesma Série B.
Nesse sentido, retornar à Série A é um grande feito, e permanecer nela será um desafio hercúleo.
Mesmo com um ótimo ano, financeiramente falando, o clube manteve dívidas elevadas e lhe restou
pouco para enquadrar suas finanças e dar estabilidade de gestão. Mas não há milagre. Há trabalho e
pés-no-chão. E se tiver esta postura pode conseguir se equilibrar no longo prazo.
172
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Paraná Clube
174
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Associação Atlética Ponte Preta
Composição das Receitas
R$ 39 MM
Custos do Futebol
O clube vive em eterno desequilíbrio operacional. Nos 5 Crescimento módico nos custos diretos com o futebol.
anos da amostra acima vemos que a geração de caixa Inclusive, quando comparados às receitas recorrentes eles
recorrente é negativa. Ou seja, precisa de aportes externos perdem relevância, o que é positivo.
para fechar suas contas.
175
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Associação Atlética Ponte Preta
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Os gastos gerais cresceram em 2017, basicamente pelo aumento dos custos diretos.
O Índice de Eficiência foi pior em 2017, com maiores custos por pontos e queda para a Série B.
177
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Associação Atlética Ponte Preta
Rachou
A Ponte Preta repetiu 2013 e voltou à Série B. A despeito de tradicionalmente fazer bons trabalhos e
alcançar desempenhos bastante acima de sua capacidade financeira, a linha que separa o bom
desempenho da queda é tênue. Não há muita margem de manobra financeira, então há forte
dependência do acerto esportivo. Quando não dá liga, há pouco a fazer.
Resta à Ponte Preta seguir seu ciclo habitual, onde cai, se ajusta e retorna, passando algum tempo
na Série A. Mas seria importante buscar maior equilíbrio financeiro, passando a gerar mais caixa e
depender menos de ações externas para fechar suas contas.
178
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Associação Atlética Ponte Preta
180
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Santos Futebol Clube
Composição das Receitas
R$ 147 MM
Custos do Futebol
Em 2017 observamos recuperação no desempenho Observamos salto de 2¨% nos custos diretos do futebol,
operacional, atingindo o break-even em termos de geração aumentando a participação em relação às receitas recorrentes,, de
de caixa recorrente. Ainda com forte dependência da venda 62% para 70%. Importante ressaltar este crescimento, pois coloca
de atletas, foco deveria ser equacionar custos e despesas. o clube no limite do equilíbrio.
181
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Santos Futebol Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Ainda paga impostos e sobram recursos para outras finalidades, Dívidas totais estáveis, com destaque para a redução
especialmente bancárias, onde vemos redução da dívida.
das bancárias. O aumento em impostos vem da
O detalhe é que estes financiamentos de aquisição significam correção do saldo de dívida alongado pelo Profut.
saídas de caixa nos próximos períodos, ou seja, empurrando a
gestão de fluxo de caixa para o ano seguinte.
182
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Santos Futebol Clube
Evolução dos Custos Operacionais Índice de Eficiência
Aumento substancial nos gastos gerais, puxado pelos investimentos e mesmo pelos custos diretos.
No Índice de Eficiência vemos 2017 melhor que 2016 em termos de custos por pontos, mas desempenho
esportivo menor.
183
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Santos Futebol Clube
Girando os pratos
Em 2017 o Santos repete em grande parte seu histórico recente: a operação isoladamente fica no
vermelho – ou no zero-a-zero como em 2017 – e qualquer sobra de recursos tem que vir
necessariamente da venda de atletas. Seja para reinvestir, seja para pagar dívidas, os atletas
vendidos acabam sendo fundamentais para o clube.
É a política do erro zero. Não há outra alternativa que não a venda de atletas todos os anos, naquela
prática que enche o caixa do clube momentaneamente, mas que como água em chapa quente, logo
seca.
O clube até tem conseguido elevar suas receitas recorrentes, mas não consegue controlar seus
custos de maneira a sobrar dinheiro. Pelo contrário, aumenta os custos seguidamente, tanto que os
custos diretos com futebol saíram de 50% das receitas recorrentes em 2015 para 72% em 2017. O
que significa dizer que as gestões sempre contam com a venda de atletas para garantir certo
equilíbrio.
No ano passado parte das vendas serviu para reduzir as dívidas bancárias, mas com investimentos
vultosos sobraram dívidas a pagar a clubes. Uma coisa compensou a outra.
O Santos precisa pensar de acordo com suas possibilidades. Gastar menos, ser mais austero. Ou em
algum momento não dará tempo de salvar os pratos.
184
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Santos Futebol Clube
186
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
São Paulo Futebol Clube
Composição das Receitas
R$ 210 MM
Custos do Futebol
Positivamente, depois de 3 anos sem geração de caixa recorrente o Os custos diretos do futebol cresceram. Apesar de vender muitos
clube em 2017 gerou caixa, assim como havia realizado em 2016. atletas também contratou muitos outros, possivelmente mais caros.
ainda assim, em menor montante. A venda de atletas impulsiona a A relação com as receitas recorrentes piorou um pouco (71% contra
geração de caixa total. 67%).
187
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
São Paulo Futebol Clube
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Gastos gerais cresceram com formação de elenco mas principalmente pelos custos diretos do futebol.
No Índice de Eficiência 2017 foi o segundo ano sem desempenho esportivo e com crescimento de custos
por ponto. Naturalmente, com desempenho fraco no Brasileiro e custos mais elevados, o índice piora.
189
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
São Paulo Futebol Clube
Eurodependência
O São Paulo é o clube brasileiro que mais faturou com venda de atletas nos últimos 7 anos. Ano
passado fez um volume astronômico de vendas, impulsionando suas receitas. Mas isto não tem
transformado o clube numa potência. Pelo contrário, a gestão baseada em compra-e-venda de
atletas apenas coloca o clube num risco absolutamente desnecessário.
Em 2017 tivemos movimentos positivos, como o aumento das receitas com Publicidade, mesmo
num ambiente econômico difícil. As vendas permitiram reduzir um pouco as dívidas bancárias. E é
isso.
O clube ainda depende operacionalmente da venda de atletas, numa espiral negativa, pois ao
vender muitos atletas precisa comprar outros tantos. Em geral quem sai é porque está bem e
ganha menos, enquanto os reforços são uma aposta e custam mais. Por isso vê seus custos
diretos crescendo. Num ano em que não conseguir vender atletas as contas simplesmente não
fecharão, pois o custo da base é elevado, o custo direto é alto, ainda há dívidas vencendo e seus
custos financeiros, e logo mais o Profut começa a vencer.
Mas o cenário com filtro mostra um clube com receitas elevadas e reduzindo dívidas, quando na
verdade usa mal essa receita e reduz dívidas e obrigações em menor escala do que poderia, sem
resolver o problema estrutural que obriga o clube a vender atletas todos os anos.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
São Paulo Futebol Clube
Receita Acumulada 2010-17 com venda de Atletas Média e Mediana de Venda de Atletas/Total
Desde 2012 as Receitas com Vendas de Atletas do São Paulo batem consistentemente as de Corinthians e Santos, outros dois clubes que se
beneficiam muito desse tipo de negociação. Percentualmente o Santos até ultrapassou ou ficou pouco acima em 2014 e 2016, mas quando
analisamos em termos de médias, mediana e valores totais, nota-se que o São Paulo se beneficia de forma relevante, posto que seus montantes
totais já são bem maiores que os do Santos.
Nos parece claro que a dependência que se tem de vendas de atletas é maior no Morumbi que em Vila Belmiro ou Itaquera, especialmente porque
mesmo após este montante elevadíssimo o São Paulo ainda não tem equilíbrio financeiro e continua dependendo da venda de atletas.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Clube do Recife
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Clube do Recife
Composição das Receitas
R$ 63 MM
Custos do Futebol
A despeito da menor receita clube ainda conseguiu gerar caixa, Custos diretos do cresceram modestamente em 2017 e em
abaixo de 2016, quando acreditamos haver luvas de renovação de relação às receitas ficou abaixo de 2015, ano de melhor
Direitos de TV embutidas. Desempenho melhor que nos anos comparabilidade. Ponto positivo.
anteriores, sem receitas extraordinárias.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Clube do Recife
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Custos Operacionais do futebol cresceram substancialmente em 2017 puxados pelo elevado valor de
investimentos.
No Índice de Eficiência vemos 2017 melhor que 2016, com custo por ponto mais baixo, e melhor
desempenho esportivo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Clube do Recife
Hipotecando o futuro
O ano de 2017 mostra um Sport Recife apostando alto nas contratações, mesmo sem dinheiro
suficiente.
Investiu bem mais que sua capacidade, mas de forma financiada. Ou seja, a conta virá nos próximos
anos, ou já neste ano, dependendo do prazo.
Não é exatamente a melhor estratégia financeira, pois coloca o futuro em risco, especialmente em
dívidas com clubes, pois a FIFA atuará contra atrasos. Não há detalhes sobre a estratégia pensada
para o fluxo de caixa dos próximos anos. Uma alternativa é a venda de atletas, e se for por este
caminho, mais um clube que vive deste tipo de receita.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Sport Clube do Recife
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube de Regatas Vasco da Gama
Composição das Receitas
R$ 103 MM
Custos do Futebol
Revisamos os dados de 2016 à luz das informações prestadas Custos diretos do futebol se mantiveram estáveis e queda
pelo clube em 2017, excluindo valores recebidos como luvas de
em relação às receitas recorrentes. Ajuste feito dentro do
renovação de Direitos de TV das receitas. Com esta visão, são
dois anos seguidos de desempenho muito fraco em termos de
possível.
geração de caixa recorrente.
200
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube de Regatas Vasco da Gama
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Os gastos gerais do futebol ficaram abaixo de 2016, com a redução dos custos diretos.
Com relação ao Índice de Eficiência vemos 2017 acima dos últimos anos com relação aos custos por pontos
conquistados, mas desempenho esportivo razoável.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube de Regatas Vasco da Gama
Nau à deriva
A situação do Vasco da Gama é realmente complicada. Receitas que não crescem, custos elevados
para seu perfil de receitas, números bastante difíceis de serem entendidos. Preciso de
financiamentos operacionais nas linhas trabalhistas (IRFF e INSS) para ajudar a fechar as contas de
2017, bem como tomar dinheiro em bancos.
Tão ruim como fechar 2017 em dificuldades é perceber que é preciso um grande esforço para tirar o
clube da situação.
Qual a solução? A mesma de sempre: vender atletas, cortas custos. A primeira todos fazem, mas a
segunda é sempre um caminho difícil.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Clube de Regatas Vasco da Gama
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Esporte Clube Vitória
Composição das Receitas
R$ 57 MM
Custos do Futebol
Se a Série B ajudou a melhorar o desempenho, a volta à O clube apresentou crescimento nos custos diretos com o
Série A apresentou 2 anos sem geração de caixa. Em 2017 futebol, atingindo índice de 86% das receitas recorrentes,
a geração de caixa (EBITDA) recorrente foi números muito elevado, o que força a necessidade da
substancialmente pior que a observada em 2016. venda de atletas.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Esporte Clube Vitória
Fluxo de Caixa Investimentos
Dívidas
Os gastos gerais aumentaram em 2017 impulsionados pelo aumento nos custos diretos.
O Índice de Eficiência ficou praticamente igual ao de 2016, com desempenho esportivo semelhante.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Esporte Clube Vitória
Quando se anda em círculos temos a sensação de passar sempre pelo mesmo lugar. Não é apenas
sensação, é fato. O Vitória de 2017 lembra bem esta situação. Parecia estar se ajustando, mas
surgiram dívidas fiscais do passado que acabaram consumindo a folga de caixa do clube.
Agora precisa trabalhar com mais segurança e parcimônia para garantir a estabilidade financeira.
Controle, austeridade, investimentos possíveis. Ao menos espera-se que os problemas estejam
todos mapeados. É o primeiro passo para estruturar um planejamento.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Esporte Clube Vitória
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 211
Conceito | Visão geral
Como medir a eficiência de uma equipe
O que é eficiência no Futebol? Muito provavelmente dirão os Torcedores e Analistas que são os Títulos! De certo modo, é verdade, afinal o
“lucro” de um clube deveria ser o título conquistado.
Mas a que preço chega esse título? Quanto vale o desempenho de um clube Campeão? Será possível chegar a conquistas gastando pouco?
Buscando respostas a essas e outras perguntas criamos um Índice de Eficiência do Futebol, que consiste em fazer um cruzamento entre
Desempenho Esportivo, tratado em duas dimensões, i) total de pontos obtidos no ano e ii) pontuação por colocação nos campeonatos
disputados e desempenho financeiro, tratado a partir dos Gastos Gerais, que como mostramos anteriormente, é a soma entre Custos,
Investimentos e Despesas Financeiras.
Isso tudo é plotado num gráfico e dependendo da posição do clube nesse gráfico chegamos ´visualmente ao Índice de Eficiência.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Os Grupos | Como definimos cada posição no gráfico
Os grupos levam em consideração a pontuação total das conquistas, ou seja, se um clube venceu o Estadual e fez 5
pontos, mas foi rebaixado na Série A e perdeu 15 pontos, então no ano seu resultado foi menos 10 pontos. Um título é
importante, mas vemos que a permanência na Série A traz mais retorno financeiro no longo prazo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Custo por Ponto Conquistado | R$ milhões / ponto
O Gráfico
Pontuação de Conquistas
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
O Gráfico
O desempenho do Flamengo também foi apenas razoável, porque se classificou para a Libertadores e foi campeão estadual
gastando R$ 3,47 milhões por ponto. Ainda assim é importante lembrar que o clube chegou a outras duas finais, que poderiam
ter transformado esta pontuação. Ficou no quase.
O Internacional só está nesta lista porque retornou à Séria A. Gastou bem mais que os outros clubes que obtiveram o mesmo
desempenho, o que mostra que nem sempre estar neste bloco do índice é sinal de sucesso.
215
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
O Gráfico
Pontuação de Conquistas
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
O Gráfico
Destaque também para o Paraná Clube, que retornou à Série A com gasto baixíssimo, o
menor entre os clubes da amostra, e praticamente 10 vezes menos que o Internacional, para o
mesmo desempenho.
Custo por Ponto Conquistado
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
O Gráfico
Dos clubes que Deixaram a Quem fez um Bom Trabalho foram novamente os clubes
Desejar, o maior destaque regionais, cujo maior objetivo é se manter na Série A e vencer, e
negativo é o São Paulo, que se possível vencer o estadual.
pelo segundo ano
consecutivo tem gastos O Atlético Paranaense abdicou do torneio estadual, enquanto
elevadíssimos e nenhum para o Bahia a disputa local é binária, contra o Vitória.
desempenho esportivo
positivo. Para Criciúma e Figueirense as histórias são parecidas mas
distintas ao mesmo tempo. Ambos disputam um campeonato
Custo por Ponto Conquistado
Para o mesmo desempenho estadual duro, que ainda tem Chapecoense e Avaí, o que dificulta
esportivo o Fluminense e o o título. E em 2017 ambos disputaram a Série B. mas para o
Botafogo gastaram menos Criciúma à divisão mais importante do país é menos comum que
que a metade do clube para o Figueira, que além de não voltar ainda fez um campeonato
Pontuação de Conquistas
paulista, o que mostra que bem abaixo de seus desempenho usual, o que o coloca como a
efetivamente há algum decepção deste grupo.
equívoco na gestão
esportiva do São Paulo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
O Gráfico
Pontuação de Conquistas
Entre os três o destaque negativo é o Coritiba, que gastou o maior
valor por ponto
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Análise do Índice de Eficiência Financeira
Comparamos os Gastos por Ponto em 2016 e 2017. Note que a maior parte dos Clubes gastou mais por ponto
conquistado, com exceção de Cruzeiro, Fluminense, Avaí e Criciúma.
Destaque: os 4 maiores custo por pontos de 2017 aumentaram demais os valores em relação a 2016, sendo que
apenas o Flamengo alcançou um título. Outro que aumentou seu custo consideravelmente foi o Botafogo, para jogar a
Libertadores.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Avaliação de
Desempenho
| Histórico do
Campeonato
Brasileiro
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 221
O que faz um Campeão?
222
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
O Imprevisível Brasileirão
A primeira sensação ao olhar este gráfico é a de caos instalado. Não é possível avaliar de forma clara nenhum tendência. Os clubes
oscilam de forma impressionante, o que geralmente transforma o Campeonato Brasileiro em competitivo, na visão da crítica
especializada.
Mas temos uma visão um pouco diferente. Na verdade o Campeonato Brasileiro é “imprevisível”, o que é diferente de “competitivo”.
É bastante simplista e cômodo anunciar no começo de cada campeonato que temos o mais competitivo entre os campeonatos
nacionais. Na prática, como os clubes mudam de elenco consideravelmente entre um ano e outro, ao longo do campeonato e como há
aspectos de gestão que geram times fortes mesmo sem estrutura financeira compatível, a ideia de competitividade é só uma falta de
possibilidade de avaliação da força individual de cada clube.
No período analisado apenas em 2009 houve realmente uma disputa até as rodadas finais. Em todos os outros anos foi praxe que os
poucos líderes do primeiro turno chegassem ao final do campeonato com chance de título e, com pouca variação, o campeonato
terminasse com 3 ou 4 rodadas de antecedência. Competitivo? Não. Imprevisível.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Desempenho no Campeonato Brasileiro
224
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Quem são os melhores?
5 Melhores Desempenhos
Reduzimos a amostra para os 5 melhores
desempenhos históricos, a partir de uma média de
desempenho, formado a partir da colocação em cada
competição.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Comparando com os Europeus
Brasil Itália
Inglaterra Alemanha
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Comparando com os Europeus
Brasil Espanha
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Correlações
entre Títulos
e Finanças
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Custos & Despesas
Em R$ milhões
Comparamos Custos e Despesas totais com o clube campeão de cada ano. O resultado foi que em apenas 3 anos o de maior custo conseguiu o
título. Lembrando que no caso do Fluminense a maior parte dos custos estava fora do balanço, na conta da então patrocinadora, o que dificulta a
análise dos anos em que foi campeão. Ainda que fosse o maior custo daqueles anos, isto aumentaria para 5 o número de anos com match. Mas
em 2014 o Cruzeiro chegou perto de ter o maior gasto gastou 89% do valor do campeão). Ou seja, ficou perto e teve conquistas. Ampliando um
pouco o range e indo além do maior, dá para dizer que ter custos e despesas elevadas é um caminho para as conquistas. E, veja, não significa
ter receita compatível com os custos, isto é outro tema.
230
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Investimento em Atletas
Em R$ milhões
Comparamos Investimentos em formação de elenco profissional com o clube campeão de cada ano. O resultado foi que em
apenas 2 anos o de maior investimento conseguiu o título. Lembrando que no caso do Fluminense a maior parte dos investimentos
estava fora do balanço, na conta da então patrocinadora. Ainda que fosse o maior investimento daqueles anos isto aumentaria para
4 o número de anos com match. Logo, não é preponderante gastar mais, pois os demais campeões não tiveram investimentos tão
relevantes. Entretanto, outros 3 campeões (incluindo um ano do Fluminense) gastaram mais que a mediana da amostra, o que
indica que geralmente há um investimento mínimo para reforçar elenco que contribui para as conquistas.
231
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receita Total
Em R$ milhões
Comparamos Receitas totais com o clube campeão de cada ano. O resultado foi que em apenas 2 anos o de maior receita
conseguiu o título. Neste caso o Fluminense não interfere na conta, de forma que claramente mais dinheiro não traz felicidade,
porque talvez seja mal gasto. Entretanto, por outros 3 anos o campeão teve receitas acima da mediana da amostra, sendo que em
dois deles representou pelo menos 10% do total das receitas da mesma amostra. Ou seja, estar acima da mediana éum bom
caminho.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Receita Recorrente
Em R$ milhões
Comparamos Receita Recorrente com o clube campeão de cada ano. O resultado foi que novamente em apenas 2 anos
o de maior receita conseguiu o título. Em outros 3 anos os campeões tiveram receitas recorrentes pouco acima da
mediana, mas nada muito destacado. O fato é que a receita cotidiana não garante sucesso esportivo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Geração de Caixa (EBITDA) Recorrente
Em R$ milhões
No caso da geração de caixa (EBITDA) não há qualquer relação entre vencer e ter boa geração. Pelo contrário, uma vez que em 7
dos 10 anos os clubes não chegaram nem a gerar caixa, o que mostra que acabam gastando mais do que arrecadam e geralmente
dependem de vender atletas para fechar as contas. Ao mesmo tempo, nos dois últimos anos o campeão gerou caixa, o que pode
ser uma bem vinda mudança de postura.
234
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
E então...
...a conclusão que se chega é justamente a de que no Brasil as finanças não explicam necessariamente
o resultado, ao menos quando analisamos o melhor em cada critério.
Ao mesmo tempo, há indícios de que alguns comportamentos dão mais oportunidade de conquista.
Especialmente os relacionados aos gastos, que na amostra estão representados por Custos & Despesas
e Investimentos em elenco profissional.
Fazer mais que o comum, representado pela mediana, é quase uma necessidade. Ou seja, pagar
salários mais elevados e gastar mais montando times pode ser um caminho. O problema é que estes
gastos nem sempre estão relacionados com a capacidade desses clubes de fazê-los. Ou seja, gasta-se
sem receita equivalente.
Quando analisamos as receitas e especialmente a geração de caixa (EBITDA) recorrente vemos que
quem mais gasta e vence nem sempre tem receita para isso ou tem equilíbrio financeiro.
Mas há um caminho, pois os últimos campeões já conseguem gerar caixa de forma recorrente.
Enfim, estas relações mostram e justificam a ideia de que o campeonato brasileiro é apenas imprevisível
e não necessariamente equilibrado.
235
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Atualização
Os números de
2017 explicam
desempenho
de 2018 até
agora?
236
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 236
O ano foi passando
Afinal, a forma como o clube termina um ano deveria indicar sua capacidade de
montar um bom elenco, reforçar o time ou ter que vender atletas
desesperadamente. Muitos deveriam iniciar corte de custos, outros poderiam se
aproveitar das boas receitas.
237
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Posição ao final de Agosto/18
Considerando o que foi apresentado nas análises, podemos admitir que existem 3 clubes equilibrados no
Brasil: Flamengo, Grêmio e Palmeiras, considerando o que chamamos de “times nacionais”, dado que há
times regionais bem organizados e equilibrados, como Chapecoense e Sport.
Depois temos um segundo grupo, formado por clubes que não estão longo do equilíbrio, listados em
amarelo e aqui representados por Bahia, Santos e São Paulo. Na sequência, entre os campeões e bem
classificados temos os clubes em dificuldade iminente e com desequilibrados, anotados em laranja. Ao
final, os clubes assinalados em vermelho e que se encontram em grande dificuldade e levarão mais tempo
para se organizarem.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Posição ao final de Agosto/18
O mapa de cores mostra algumas situações bastante claras. Os Estaduais, torneios de tiro mais curto e ainda em início de
temporada, são dominados por clubes em situação mais difícil. Na lista em análise apenas o Grêmio foi campeão.
No campeonato mais longo, onde planejamento e equilíbrio financeiro fazem alguma diferença, dos 6 primeiros colocados ao
final do 1º turno, os 3 equilibrados estavam entre eles, e o líder era um clube próximo ao equilíbrio. Curiosamente, e
refletindo a ideia de que o futebol brasileiro é imprevisível, um clube em dificuldades era o vice-líder, mostrando que alguma
organização e sorte na montagem do elenco acabam dando resultado.
Enquanto isso, nos torneios eliminatórios, vemos os clubes equilibrados avançando. E temos que considerar que na Copa do
Brasil Flamengo e Grêmio se enfrentaram, nas quartas-de-final, de forma que o sorteio direcionou que um dos 3 equilibrados
ficassem de fora da semifinal. Na Libertadores...
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Análise de longo prazo: 2012-2018
Para analisar os efeitos da melhoria na gestão tomamos os período a partir de 2012, ano em que houve a mudança mais significativa em
termos de receitas dos clubes, com o aumento no contrato de direitos de TV. Entre 2012 e 2017 utilizamos a posição final do Campeonato
Brasileiro, e para 2018 a posição de final de 1º turno do mesmo campeonato.
Pois bem, tomando como base o fato de que Flamengo, Grêmio e Palmeiras são os clubes com melhor desempenho financeiro entre os
chamados “grandes”, veja a evolução desses times no tempo.
No Grêmio o clube contratou seu primeiro CEO de mercado em Janeiro de 2015, trabalhou bem no ano, escorregou em 2016 e agora em
2017 e 2018, já consolidado, apresenta bons resultados, sem contar as conquistas em outros torneiros.
No Palmeiras o resultado da gestão Paulo Nobre observa-se a partir de 2015. Em 2014 o clube retorna da Série B, quase [e rebaixado
novamente, e a partir de 2016 passa a fazer parte do topo da tabela de forma consistente.
O Flamengo iniciou suas reestruturação em 2013, e penou na parte de baixo da tabela até 2015. Em 2016, já saneado, o clube passa a
frequentar a parte mais alta da tabela. Não é à toa que os 3 clubes estão entre os 6 melhores de 2017 e 2018, colocação que os classifica
para a Libertadores. Mantendo este comportamento, naturalmente chegarão ao título mais vezes.
240
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
O equilíbrio financeiro vai se mostrando eficiente
Curioso observar que os clubes que conquistam Estaduais são, em sua maioria, equipes
desequilibradas ou mesmo em dificuldades. Podem haver inúmeras explicações e
justificativas, como por exemplo o fato de saberem que este é o único campeonato onde
realmente podem competir em pé-de-igualdade, pois está no início da temporada e os
clubes mais organizados estão se estruturando para as competições mais longas.
Eles também conseguem avançar nos campeonatos eliminatórios, e para isso ainda
contam com a sorte no encadeamento das chaves.
Mas vai ficando claro que equilíbrio financeiro leva os clubes mais longe nos campeonatos
mais longos e nos mais importantes. Podem até não vencê-los, mas estão mais
preparados para irem mais longe. E quanto mais tempo mantiverem este equilíbrio
enquanto os adversários patinam, mais se destacarão.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Futebol no
Brasil
x
Futebol na
Europa
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 242
Brasil x Europa | Relação Receita x PIB de cada País
O objetivo é fazer uma comparação que fuja do erro comum que é comparar Receitas em Reais convertidas em Euros
com Receitas originadas em Euros.
Naturalmente que a capacidade de geração de Receitas dos Clubes Europeus será sempre maior que a dos
Brasileiros, pois as Economias são mais fortes e há uma questão cambial que distorce a relação.
Ao utilizarmos a comparação entre Receita e PIB do País, que é onde os clubes geram a maior parte de suas receitas,
com contratos de TV e Bilheteria, passamos a encontrar a relevância do Clube na Economia do País. Desta forma
podemos verificar quem consegue de fato extrair mais Receitas de sua Economia-Mãe.
A conta é bastante simples: dividimos a Receita da temporada pelo PIB médio dos anos em que questão. Por
exemplo, para a Temporada 2015/2016 utilizamos a Receitas dividida pelo PIB Médio entre 2015 e 2016. Como
mencionado, isto dá uma dimensão sobre a relevância dessa Receita em relação ao que o País produziu no mesmo
período.
Real Madrid e Barcelona mostram quão fortes são, visto que suas receitas frente ao PIB Espanhol são
substancialmente maiores que a dos pares Europeus. Neste ano, o destaque será o Benfica, pois teve uma receita
importante realizada num País cujo PIB é substancialmente inferior aos demais, que é Portugal.
Ao mesmo tempo, os Clubes Brasileiros se colocam em posições razoáveis dentro do cenário Mundial. Obviamente
que jamais competiremos com esses clubes na busca por algum atleta, mas podemos ver que alguns clubes atingem
níveis mundiais de Receitas.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Distância aumentou
2016/2017 | Receita Nominal 2016/2017 | Ranking por % PIB Local
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Dificilmente atingiremos patamares mais elevados
A competição entre Brasileiros e Europeus é muito difícil, em função da moeda, do poder de compra do torcedor e do volume de dinheiro que gira
nos mercados.
Fizemos o seguinte exercício: considerando a relação Receita/PIB dos clubes Europeus e aplicando-as ao PIB Brasileiro de 2017 (R$ 6,6 Tri),
qual seria a Receita que o clube Brasileiro teria no ano? Qual o tamanho do crescimento em relação à receita do Flamengo, maior do País em
2017?
Veja que para atingir 10ª relação Receita/PIB, que pertenceu ao Bayern Munich, de 0,0184%, a maior Receita do Brasil deveria ser de R$ 1,2
bilhão, ou duas vezes maior que a auferida pelo Flamengo em 2017. Isto é bastante difícil, e esta dificuldade ajuda a explicar o porquê da
distância entre o Futebol Europeu e o Brasileiro. Por mais esforços aplicados para aumento das Receitas do clubes Brasileiros, um crescimento
dessa magnitude leva tanto tempo para ocorrer que o torna improvável, ao menos a curto e médio prazos.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Comportamento das Receitas por Origem
Comparativo por Origem de Receita | 2016
A primeira diferença foi notar que os Europeus não consideram Venda de Atletas no Operacional, então para os Brasileiros criamos uma quarta
categoria, para abarcar esta origem.
Os gigantes apresentam maior equilíbrio entre Receitas Comerciais e de TV, mas na comparação com outros clubes do mesmo País. Veja o
Bayern, Barcelona e Real Madrid. De certa forma, os Alemães são assim, uma vez que as Receitas com TV são distribuídas de maneira mais
equilibrada. Agora, Barcelona e Real Madrid são mais equilibrados por conta da TV ou a TV retribuiu a maior exposição?
Na Inglaterra, quanto menor o clube, mais dependente da TV, enquanto fica claro que o PSG é um clube de dono, que aporta recursos via
Receitas Comerciais.
No Brasil, a venda de Atletas é um componente importante, mas diferentemente dos Europeus, que trabalham com Receitas mais estáveis, os
Brasileiros ficam à mercê da demanda dos co-irmãos do Velho Mundo.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Conclusões
247
Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018 247
Conclusão | A parte que falta
Ao longo deste relatório vimos que o futebol brasileiro se mexe para não sair do lugar.
Aumenta as receitas aqui, usa os recursos para pagar umas contas ali. No total parece melhorar, mas
olhando com lupa vemos que alguns poucos se movimentaram na direção certa.
Enquanto isso os clubes europeus ocupam mais espaço no imaginário dos torcedores, a qualidade do
nosso jogo não se desenvolve, e sem uma evolução clara, vivemos no acaso, e a ilusão de que este
acaso se traduz em competitividade. “Todos podem ser campeões”.
Mas esta é uma falácia, porque o acaso, a imprevisibilidade é fruto da falta e não do que sobra. Falta
gestão, visão corporativa, controle e planejamento. Os clubes precisam se fortalecer para poder
manter em casa times mais fortes, que possam melhorar a qualidade do jogo. E assim trazer mais
receitas, e isto significar real competitividade.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Escalação
Treinador
Cesar Grafietti
Comissão Técnica
Pasquale Di Caterina
Leandro Antunes
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018
Referências
Balanços e dados econômico-financeiros dos Clubes Brasileiros foram obtidos através da imprensa e dos sites oficiais dos clubes e
Federações locais de Futebol.
Dados Econômicos dos Países foram obtidos junto ao site do Banco Mundial e FMI.
Dados dos Clubes Europeus foram obtidos junto aos estudos Football Money League, produzido pela Deloitte.
Dados econômico-financeiros dos clubes da Argentina, Colômbia, Chile e México foram obtidos através da imprensa, dos sites
oficiais dos clubes e da SVS Chilena.
Dados da UEFA Champion’s League foram obtidos através de report preparado pela UEFA e disponibilizado em seu site. Dados da
Libertadores da America foram obtidos através da imprensa.
Informações sobre Contratos de Televisionamento foram obtidas junto à imprensa, através de diversas matérias e fontes.
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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2018