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A falta de digitalização das revistas referentes à década de 70 tornou-se um empecilho

para que o grupo realizasse uma análise mais profunda desse período. No site da USP
encontram-se disponíveis somente as duas edições de 1978 e uma edição de 1979. A partir
da inspeção dessas edições percebe-se uma manutenção de temáticas indigenistas com
amplo foco para discussões sobre parentesco, mitologia, simbologia e medicina. Dentro
desse mesmo campo também encontram-se artigos sobre casos de violência e relações
sociopolíticas entre índios e não-índios. Os artigos da edição de 1979 “A situação atual
dos índios Tenetehara” (Edson Soares Diniz, Laís M. Cardia) e “Os Índios e a pecuária
nas fazendas de gado do Piauí colonial” (Luiz R. B. Mott) exemplificam tal questão.

O primeiro nos trará uma análise territorial e econômica-social dos povos indígenas
Tenetehara-Guajajara – grupo que convive com o homem branco há mais de três séculos.
Diante da leitura do artigo, percebe-se uma questão amplamente debatida durante o curso
de Antropologia Brasileira: a forte presença da tutela exercida pelos antropólogos sobre
esses povos. Também encontra-se evidente um discurso afirmador do processo de
aculturação sofrido pelos indígenas. Discurso este que se aproxima daquele apresentado
por Melville Herkovits em seu texto "Pesquisas etnológicas na Bahia" (1943), onde, assim
como o índio, o negro também estaria exposto a essa aculturação. Por outro lado, o
segundo artigo, de autoria de Luiz R. B. Mott, nos trás uma perspectiva histórica dessa
violenta relação entre índios e fazendeiros. A expansão agropecuária que direcionava-se
para o estado do Piauí nos trás importantes análises para a compreensão desse tema que
encontra-se em destaque devido aos atuais processos políticos ocorridos no país.

As edições publicadas durante os anos 80 podem ser organizadas em dois grupos: o


primeiro, agrupando as revistas de 1980 a 1982, já o segundo, as revistas de 1983 e 1986.
Apesar de apresentar diversidade de temas em discussão, pode-se dizer que o primeiro
conjunto de edições é caracterizado pela manutenção dos debates a respeito de temáticas
indigenistas presentes na década anterior. A luta pela demarcação de terras, o processo de
aculturação e a análise de simbolismos dos povos indígenas são alguns dos temas que se
encontram em predominância. É interessante notar o emprego do termo “tribo” em dois
dos textos publicados no ano de 1980: “Os grupos tribais do território de Roraima” de
Orlando Silva Sampaio e “Possibilidade e aplicação do critério de forma no estudo de
contatos intertribais, pelo exame da técnica de remate e pintura de cestos” de Berta G.
Ribeiro. O uso desse vocábulo reflete uma perspectiva evolucionista das sociedades.
Artigos acerca da negritude e de povos/religiões afrobrasileiras irão, de maneira
gradativa, ganhar espaço a cada nova edição publicada. O aumento de discussões sobre
imigração estrangeira no Brasil também é perceptível com o passar dos anos. Sendo
assim, o segundo grupo, referente as edições de 1983 e 1986, é caracterizado pela
acentuação desses últimos temas evidenciados: tanto as questões sobre negritude quanto
as de imigração no Brasil. Sobre esta última, podemos perceber isto a partir da análise da
edição publicada em 1986, onde é predominante artigos que discutam as problemáticas
referentes aos processos de imigração no Brasil, principalmente ao processo ocorrido na
região Sul do país e seus efeitos sociológicos e educacionais. “Holandeses no Brasil e nos
Estados Unidos: uma visão comparativa” de Sonia M. Bibe-Luyte e “O perfil ideológico
da “Escola Estrangeira” em Santa Catarina” de Neide Almeida Fiori, são alguns dos
artigos presentes nesta edição. Já na edição de 1983 - apesar do indigenismo sempre
presente no debate antropológico brasileiro - o tema da negritude desponta-se em uma
parcela considerável dos artigos publicados. Acreditamos que o intenso crescimento das
favelas brasileiras ocorrido a partir dessa década tenha exercido inflûencia sobre a escolha
de se colocar essa temática em debate.

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