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Nação
As pessoas, em razão dos traços comuns que possam apresentar (raça, descendência,
língua, cultura), cultivam por vezes um sentimento de pertinência ao grupo resultante
da confluência dos mesmos caracteres unificadores.
É bem de ver que o conceito de nação extravasa os limites do jurídico, recebendo uma
significação mais política. Pertence, isto sim, à área sociológica.
É a sociologia que procura explicar os fenômenos relativos às nações, o que não quer
dizer que não interfiram elas na vida do Estado.
Pelo contrário, são em grande parte responsáveis pela sua formação e pela
manutenção de sua coesão.
"A definição do Estado como nação politicamente organizada não é admissível. Uma
nação pode eventualmente formar um Estado, mas o Estado não precisa nunca de uma
nação para se estabelecer.
A nação nasce do instinto, constrói-se naturalmente com os elos que formam uma
família e famílias, tendo a origem comum por principal elemento". Pederneiras, Raul.
Direito internacional, cit., p. 95.
Por vezes a nação antecede ao Estado. Nos tempos modernos, temos o exemplo do
povo judeu, que, constituído secularmente em nação, só se estabilizou com a criação
do Estado de Israel (1948).
Em outros casos, o Estado precede a nação. São exemplos desse fenômeno muitos dos
atuais Estados africanos saídos da situação de ex-colônias européias.
É que esta representa um vínculo jurídico que designa quais são as pessoas que fazem
parte da sociedade política estatal.
É certo que em termos práticos esses critérios não costumam variar além de dois
fundamentais: O do jus sanguinis e o jus soli.
jus soli - consiste em considerar nacional todo aquele que nasce no território do
Estado.
BRASIL
Os nascidos em território brasileiro, embora de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país, sendo assim, nascer em território brasileiro significa
nascer em qualquer parte do nosso domínio. Por exemplo: são brasileiros os nascidos
em navio de guerra brasileiro, onde quer que se encontre.
Há exceção ao princípio do jus soli quanto aos filhos de estrangeiro ou estrangeira - que
esteja a serviço de seu país (aqui aplica-se o jus sanguini)
Os nascidos fora do território nacional, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço do Brasil. Outra exceção ao jus soli (aqui também
aplica-se o jus sanguinis)
V - da carreira diplomática;
BINACIONALIDADE
Como a nacionalidade é unilateralmente concedida, é dizer, cada Estado
individualmente dita a legislação por força da qual se confere a alguém a condição de
nacional.
Resultam daí alguns inconvenientes, tais como pessoas com dupla nacionalidade, ou
melhor, binacionais (p. ex., filho de pais oriundos de país que adote o jus sanguinis
nascido em Estado que adote o jus souli).
Entende-se, por tanto, por binacional a pessoa que possui mais de uma
nacionalidade ao mesmo tempo.
APATRÍDA
Por apátrida deve-se entender pessoa que não possui pátria. Tal situação é
manifestamente indesejável, pois ela priva o indivíduo de filiação a qualquer Estado e,
em conseqüência, da tutela jurídica que lhe resultaria da nacionalidade.
São, portanto, nacionais de um Estado aqueles que o seu direito define como tais. É
uma situação jurídica e não uma mera situação de fato.