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Seminário Maior de Cristo Rei

Academia Pio XII

Huambo, 2012
FICHA TÉCNICA

SUPERVISÃO
Pe. Dr. Firmino David
Pe. José Gonçalves dos Santos
Pe. Adriano do Rosário Kesongo

DIRECÇÃO
Américo Osvaldo Ukwesunga
João Sambovo Inácio
Zeferino Kapewa Ngandu
Pessoa Vitangui Tchisingui
Domingos Tendende Chimbandongo

ARRANJO TÉCNICO
J. B. Mwenho Dumba
Joaquim Costa S. Hombo
Domingos Tendende Chimbandongo

REDACÇÃO
Zeferino Kapewa Ngandu
Pessoa Vitangui Tchisingui

ILUSTRAÇÃO
Joaquim Costa S. Hombo
J. B. Mwenho Dumba

CAPA
J. B. Mwenho Dumba
Joaquim Costa S. Hombo

IMPRESSÃO
Academia Pio XII

DISTRIBUIÇÃO
Comissão de Cultura

PROPRIETÁRIO
Seminário Maior de Cristo Rei
C.P. 274***Tel (2412) 220128
HUAMBO-ANGOLA
Seminário Maior de Cristo Rei
Academia Pio XII

Huambo,2012
Editorial

Gravi est fidem fallĕre (é grave faltar a palavra)

- Socorro, preciso de um discurso, é


urgente!

Para as pessoas que se encontram nessa situação,


recomendamos que consultem este opúsculo: «Modelos de
discursos», e escolher o modelo que precisa. Há discursos para
quase todas as ocasiões. Podeis, inclusive, solicitar ajuda.
Modelos disponíveis: discursos de aniversário, de homenagem,
de recepção, de casamento, de despedida dos alunos por ocasião
do fim do curso, elogio fúnebre e discursos de agradecimento.
Queremos sublinhar que os discursos contidos neste esboço não
são os melhores, mas podem ser úteis em situação de
emergência. Todavia, para que seja agradável e aplaudido pela
plateia, o discurso deve obedecer às seguintes regras:

Mantenha-o curto – um discurso não precisa ser longo


para criar impacto.
Elimine formalidades desnecessárias – é cansativa a adjectivação
excessiva.

Tenha um objectivo – se for falar por falar, é melhor ficar


calado.
Toque o coração das pessoas – um discurso é diferente de
uma palestra, em que você tem que ser técnico. No discurso você
não precisa seguir argumentos lógicos, mas sim cativantes.

Pense grande – o seu discurso sempre pode usar como


referência temas actuais e de grande importância para sua
plateia.

Fale para todos – lembre que você está falando para


pessoas que pensam de formas diversificadas e vivem de formas
diferentes. Não se limite apenas a um grupo semelhante ao seu.

Faça as pessoas visualizarem – use palavras fortes e que


exemplifiquem o que está falando; isso vai prender a atenção de
todos.

Cite frases famosas – existem boas frases para dar mais


ênfase ao que você está dizendo. Uma boa opção para pesquisar
são «os modelos de discursos», aí você encontra diversas
citações famosas para serem usadas.

Faça uma boa revisão – para ter certeza de que seu


discurso é realmente bom, é necessário que ele seja escrito e
aperfeiçoado.
Termine com uma frase de impacto – quando terminar um
discurso com uma boa frase, as pessoas irão lembrar-se dele e
talvez até repeti-la depois.

Academia Pio XII deseja a todos os leitores bom proveito e


sucessos nas ocasiões em que tiverdes de actuar para fazer o uso
da palavra!
O Presidente da Academia: Américo
Osvaldo Ukwesunga
Apresentação

Fabricando fit faber (“é fazendo que se aprende”).

Com este ditado latino, temos a imensa alegria de


fazer sair ao público este breve e simples subsídio que,
acreditamos, pode servir de apoio para as mais diversas
ocasiões, àqueles que forem chamados para proferir um
discurso ou algumas palavras.

A história conheceu grandes homens: Virgílio, Pe.


António Vieira, Camilo Castelo Branco, Fernando
Namora… Estes e outros ali chegaram graças a um
trabalho aturado, à constância, à humildade e
simplicidade, buscando sempre mais a perfeição.

O presente trabalho não deve ser visto como uma


receita a ser seguida à “risca”. Ele aparece como uma
tentativa de iluminar, ajudar quem tem o gosto de
mergulhar no campo da retórica.

Bem-haja!

Pe. Agostinho Ekongo


1. Discurso de aniversários natalícios

I Modelo
Excelentíssimo Sr…!
Inolvidáveis Convidados!
Prezado Aniversariante
Minhas Senhoras e meus Senhores!

A noite descaía límpida sobre a vastidão da terra e na vasta


cúpula do céu penachos de nuvens alvejavam imóveis e em contra
partida um grito de vida acabava de surgir sobre o mundo humano.
Nasceu um ente, existente, vivente e inteligente substantivado por
(N).
Prezados convidados, o fenómeno vida, ao longo da história
da Filosofia, fez sempre parte da dialéctica noética do homem. As
respostas à questão nunca foram unânimes. Porém, como definir é
delimitar sob uma certa perspectiva, ela continua um mistério.
No emaranhado progresso filosófico, alguns definiram a vida
como a capacidade de realizar um esforço. Apesar destas
definições, queremos dizer que a linguagem filosófica e a
linguagem científica não bastam para dizer tudo o que é a vida,
porquanto ela não se resolve em fórmulas científicas, nem sequer
com as experiências cientificamente alcançadas. Ela é obra do
Transcendente e Criador, Deus. Ao falar do fenómeno vida, Santo
Agostinho resvala quase que num cepticismo pragmático e
exclama: «que grande mistério é o homem!» Blaise Pascal, não
hesita em resolvê-la em companhia com o homem. Por isso, assim
diz em sua obra «Pensamentos»: «o homem é um ser em relação ao
nada, um nada em relação ao Absoluto e alguma coisa entre o nada
e o Infinito».

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Indagando para o pensamento africano, encontramos uma
concepção pragmática da vida. Assim, para nós Africanos, a vida é
essencialmente a Relação. Relação com os pais por meio do cordão
umbilical e com os outros, por meio da família extensa.
Querido aniversariante, permita que, por delegação de meus
colegas, dirija-te algumas palavras: Tendes sido um modelo de pai.
Tua vida de luta e esforço em prol do bem-estar da nossa
Comunidade nós a testemunhamos a cada instante que passa. O
carinho e o desvelo que nos dedicais nos nossos problemas, nas
conferências, Missas e não só, ecoam nas nossas almas e nos
nossos corações e seríamos ingratos manifestos se não o
confessássemos alto e em boa tonalidade.
Entretanto, não é com estas palavras que queremos
testemunhar o nosso afecto e a nossa admiração. Será pois pelos
nossos actos e pela nossa conduta que provaremos que realmente
soubemos aproveitar teus exemplos de pai zeloso e bom mestre na
sala de aulas, nas missas, conferências e não só, fazer justa tanta
afeição que nos dispensais.
Querido aniversariante, quero dizer que ser maduro na vida
tem mais a ver com as experiências que se têm na vida e o que você
aprende com elas, do que com quantos anos de vida que você pode
celebrar. Por isso, faça das experiências da vida um crescimento
vital e uma maturidade no desempenho das suas funções
Sacerdotais e não só, porque o tempo não é algo que possa voltar
para trás. Aprenda que só com os outros podes realizar-te, por isso
faça muitos amigos e não precisarás mudá-los se compreenderes
que eles mudam. As circunstâncias e os ambientes têm influência
sobre nós mas nós somos responsáveis por nós mesmos. É com
estes conselhos de Shakespeare Wilham que queremos brindar o
vosso aniversário.

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A terminar, te pedimos Senhor Padre que agradeças, primeiro
a Deus, Mentor Tutor e causa primeira da tua existência, depois a
teus pais embora já falecidos, aos quais estás ligado por meio do
cordão umbilical, eles que são os intermediários de Deus ao trazer-
te sobre a face da terra.
É pois à tua saúde, querido pai, que ora brindamos e pedimos
a Deus que te dê saúde que tanto precisas e te cumule com suas
bênçãos, prolongando seus dias de vida, a nós tão calorosos e
necessários.
PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
MUITAS FELICIDADES!!!...
Por Pessoa Vitangui

II Modelo
Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr…!
Inesquecíveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

Foi num dia como hoje, num local preciso e numa hora
exacta, quando o sol nascia tracejando raios tímidos, mais
confortantes na magia de uma manhã cinzenta e difusa, momento
de rara emotividade que as terras do… viram nascer um ente
vivente e inteligente que responde pelo substantivo de …
Talvez não seria a pessoa indicada para espelhar termos que
traduzam plenamente as emoções que evadem as almas de todos
aqui presentes, mas movido por força interior, e por delegação dos
meus (minhas) … eis-me aqui para, com sentimentos de elevada
estima, dizer-vos uma palavra que, talvez, não venha satisfazer este
auditório cheio de expectativas.
Quando se trata de um aniversário, não é mais do que o
substantivo vida que se encontra em questão. Assim como definir é
determinar, é limitar o ser da coisa, eu digo que a vida não pode ser
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definida, tudo porque defini-la seria como que delimitar a
existência do vivente.
Muitos filósofos, teólogos, cientistas e políticos disseram
muitas coisas sobre a vida, mas eu, longe, de me deitar na mesma
esteira, digo apenas que a vida é um acervo de aconteceres, muitas
vezes contrários aos nossos sonhos, desígnios e desilusões.
Portanto, caro aniversariante, viva cada momento como a
única oportunidade que tens para fazer o bem no meio das outras
pessoas, para que quando o futuro virar passado, tenhas a felicidade
de curvar o olhar para traz e sentir a saudade de lá voltar, porque
para o africano bantu a vida é essencialmente uma relação.
Como conselho, apenas digo-te: faça tudo e evita tudo; tudo
para o bem e nada para o mal; porque é sempre bom começar bem
para se sentir na flor-da-pele a felicidade na hora de terminar.
A terminar, peço-te que agradeças primeiramente a Deus
artífice, manancial e plenitude da vida, e depois aos seus
progenitores, que te transmitiram tudo quanto você é neste
momento tão singular. Parabéns e muitos parabéns são o que vos
desejo.
PARABÉNS! MUITAS FELICIDADES!!!...
Por BorgesTchivala

III Modelo
Excelentíssimos Srs…!
Caros Convidados!
Prezados Presentes!
Ínclito Aniversariante!

Eis-me aqui de modo humilde e singelo, para dirigir-vos uma


palavra de apreço neste dia deveras alegre e eufórico não só para ti
mas para todos nós.

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No alvorecer e no escarlate do sol nascente, ao mundo
acabava de chegar um ser vivente, inteligente e contingente de
nome (…).
Egrégio aniversariante, digo-te que este é um dia singular e
incomparável do teu peregrinar existencial, onde da tua alma
transborda imensas e incomensuráveis alegrias. Desde o momento
da tua vinda a este mundo, abriu-se o caminho oportuno para seres
um incansável atleta em busca de uma causa, a de dar significado à
tua evanescente e enigmática existência.
Todo aniversário encafua no seu íntimo o substantivo
enigmático vida que foi e tem vindo a ser um dos maiores
problemas e mola impulsionadora de grandes e acesos debates no
arsenal filosófico e teológico pois, segundo o filósofo J. H. Rush, a
vida deve ser concebida como mudança, desenvolvimento e
actividade contínuas; e no dizer de E. I. Asimov, a vida é a
capacidade de fazer um esforço, e por sua vez, Nietzsche, assere
que a vida é um subir, um crescer, um devir ininterrupto. Portanto,
nesta dicotomia problemática de dar resolução á definição de vida,
digo-te que a vida: “é todo este estribo sustentador da nossa
existência, é todo este galardão que Deus nos concedeu”.
Portanto neste mundo onde cada um não é tudo, mas quer
tudo, onde há vitória e fracassos, onde há alegrias e tristezas, onde
as intenções dos homens se medem com os seus actos, onde tudo
caminha de modo ímpar, quero unicamente dizer-te que diante dos
fracassos, tristezas, insucessos, desespero e humilhações não te
desmoralizes, não cogiteis que o mundo acabou para ti, ao contrário
transforma-o em humor para fertilizar os teus caminhos e os teus
métodos, a fim de veres os espinhos e o deserto dos teus problemas
ultrapassados na íntegra.
Neste dueto emaranhado de interesses, sê perseverante, firme,
corajoso e esteja cônscio de que tudo se realiza a seu devido tempo,

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fazendo jus ao adágio kwanhama, segundo o qual “ouwa
iyaumonikwa no kapala kayela”, isto é, «tudo que hás-de fazer, há-
de te exigir esforço e suor». Mas com efeito não quererás fazer
tudo duma vez, mas com a sabedoria inglesa quero unicamente
dizer-te: “litle by litle the bird make his nidle”, para dizer que: com
um só pauzinho, diariamente o pássaro constrói o seu próprio
ninho.
Sem mais de longas, digo apenas que não exaure em ti neste
triz, o dom de agradecer a Deus manancial e urdidor da vida, aos
teus progenitores que graças a eles estás entre nós e a todos que
achas lídimo endereçar o vosso preito agradecimento.
PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
MUITAS FELICIDADES!!!...
Por Berlamino Hisimongula

IV Modelo
Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr…!
Inolvidáveis Convidados!
Caríssimos Presentes!

Não sou um exímio arquitecto de retórica mas tenho como


fonte de inspiração a vossa existência. Foi no encalhamento dos
raios ultra violetas, e sobretudo no culminar de mais um dia, isto é,
ao pôr do astro magnum em relação ao cosmo com a sua
característica que lhe é peculiar, acolhedor, iluminador e carinhoso,
o cosmo via nascer um ente, bípede, inteligente, pensante e vivente,
que sendo unido na adversidade responde com o substantivo
próprio de (…).
Dilectíssimo aniversariante, a questão vida tem sido
motivos de fortes interrogações, desde os filósofos clássicos
medievos, modernos e contemporâneos. Mas sobre este assunto as
repostas não têm sido convergentes, pelo que, se para os filósofos a
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resposta relativamente a este quesito é um pouco mais clara, para
os cientistas a questão vida é mais gritante e gigante. Neste sentido,
para Baptista Mondim é um amontoado bem organizado de células,
enquanto para John Mbiti é essencialmente uma relação. Tanto é
assim que viver é sonhar com uma gota de realidade e realizar gota
deste sonho. Pois, dizia Epicuro ser feliz é contentar-se com o
pouco quando o muito não é bastante. Entrementes, o essencial
para a felicidade é a nossa condição íntima, e destas somos os
senhores.
Benquisto aniversariante, como vosso irmão (amigo), tenho
apenas a dizer-te: a nossa existência não vem do acaso como dizia
Voltaire «o acaso não existe», o que nós chamamos de acaso é o
efeito de uma causa que nós já conhecemos.
Dizia Santo Anselmo: se existimos devemos agradecer em
primeiro lugar ao Ser Maior, em relação à qual nada se pode
pensar; isto é, a Deus como arquitecto da vida; em segundo lugar,
aos teus progenitores que um dia se amaram e se uniram, e como
causa e efeito deste amor sincero e honesto temos o ensejo de
conviver convosco.
Por isso, ainda te faço lembrar que cada homem é mortal e
cada vida chega sempre a um fim; com isso quero unicamente te
dizer que o tempo é breve, a felicidade é urgente e a sorte ou
oportunidade nunca bate duas vezes a porta. Portanto, aproveite
todos os momentos da tua vida, pois, nesta sociedade os homens
choram, o mundo sofre, a natureza geme e o homem torna-se fera
para outro, o mundo fica inabitado e a natureza refulge a sua
rebeldia e tudo parece ilusão, apontando para o desespero.
Entrelinhas, no dizer de Talmude: saiba ser forte, libertando-te das
paixões; seja sábio, aprendendo de todos com amor; seja honroso,
tratando todos com dignidade. E saiba também, que as linhas
mestras para a nossa vida devem ser traçadas e alinhavadas por nós,

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e não deves depender dos terceiros, pondo-te no lugar de mero
observador. Porém, procura ir ao encontro dos teus sonhos; o
tempo não espera por ninguém. Ponha as tuas qualidades ao serviço
dos teus irmãos e recorda-te que não somos auto-suficientes; tenha
em conta a brevidade da vida, pois, um poeta inspirado ensinava
que: “a vida é um combate que os fracos abate e os fortes exalta”.
A terminar, faça alguém feliz e seja feliz… parabéns e muitos
parabéns é o que te desejo neste teu aniversário natalício.
Por Horácio Tchitunda

V Modelo
Amabilíssimos Srs…, pais do nosso aniversariante!
Dilectos Convivas!
Presado Aniversariante!

A dizer a verdade, fiquei acabrunhado quando um dos


membros da família dirigiu-se a mim, dizendo que teria tecido
algumas palavras, aquando da grande celebração do mistério vida.
Mas por ser um privilégio não vacilei, preferindo fazê-lo já agora,
antes que a autoridade competente diga o contrário.
Foi na província do Huambo, mais concretamente no
município de…… que aos…. dias do mês de….do ano Y, que no
jardim da vida brotou mais uma flor humana, que responde pela
graça de ….
O termo vida exprime um conceito abstracto e formal tomado
do verbo viver. Viver é um conjunto de actos que caracterizam os
seres vivos. O que existe na verdade não é a vida, mas os seres
vivos. Afirmamos assim, porque já desde os tempos longínquos,
tanto a Filosofia quanto a Ciência procuraram dar uma definição
clara em relação a mesma. Mesmo assim, o que temos agora são
apenas pareceres. Assim, dizem alguns que ela é uma existência

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activa ou efectiva de animais ou das plantas, enquanto outros
afirmam que é o movimento da matéria no estado de organização.
Mas o que vem a ser ela? Maturidade de pensamento? Solidez?
Sentido do dever? Fadigas? Ao lado destes quesitos, recorremos a
concepção africana. O Bantu define a vida como «essencialmente
relação. A vida princípio e fim de todo o criado tem uma causa
primeira, Deus, que é o princípio formador e informador de todos
os seres». É pois nesta definição que lhe quero remeter, esperando
que reconheça Deus como Princípio e Fim de todas as coisas e,
consequentemente, viver como Ele ordena, amar. Amando
compreenderás muitas coisas e verás então que o fio de ouro da tua
vida continua luminoso como é, mais do que antes.
Como bebé, convido-lhe a viver o presente, tendo o passado
como referência, e o futuro como programa por se realizar. É deste
modo que a vida desta terra é verdadeiramente vivida, porquanto de
contrário, se leva, na maior parte das vezes, uma existência
superficial, numa atmosfera de ilusões, de sonhos, de qualquer
coisa para a qual sempre se tende e talvez nunca se realize.
Sem mais me alongar, gostava de lhe convidar que como
estudante, agarre-te com entusiasmo em todas as possibilidades que
te são oferecidas através das aulas, do estudo e do convívio, para te
conheceres melhor, conheceres a experiencia dos outros e
cresceres. E se no dizer de Sto. Agostinho «o homem é um grande
mistério», então, tente por intermédio desta comunidade e não só,
desvendar o mistério que tu és.
FELIZ ANIVERSÁRIO!
Por Joaquim Costa S. Hombo

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VI Modelo
Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr…!
Inolvidáveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

Escolhido por esta magnífica comunidade, eis-me aqui para


tecer algumas palavras, em nome da mesma comunidade, e por
ocasião de mais uma risonha primavera do nosso irmão (N).
Pena é que não sei bem como me expressar, mas sei que
tenho de dizer alguma coisa!
Caro aniversariante, há na vida momentos em que as
circunstâncias nos impulsionam a parar, a reflectir ao sabor de uma
atmosfera colorida e adocicada por abraços enternecidos, pelo
chilrear de beijos, gargalhadas cristalinas e todos à volta de uma
mesa arranjada a primor, enfim, por uma atmosfera que espelha
tudo quanto ao invocar-se pode trazer aos lábios um sorriso, ao
coração uma lembrança querida, aos olhos uma lágrima que queima
e consola. Mas o fazemos nesta hora de forma muito simples e
profunda ao sabor da nossa mesa modéstia, com abraços afectuosos
e calorosos com que esta família te vai cobrir dentro de alguns
instantes, pois, como nos augurou a madre Teresa de Calcutá, «o
importante não é o que se dá mas o amor com que se dá».
Caro aniversariante, celebrar um aniversário natalício
constitui também um momento oportuno para fazer uma
reminiscência do teu passado para, a partir daí, prospectar o futuro
com coragem e entusiasmo, para crescer cada vez mais e melhor,
cônscio de que a vida não é uma questão de tudo ou nada mas de
cada vez mais e melhor.
É a vida que me faz estar aqui e agora! E então, o que se
oferece dizer sobre tal fenómeno tão grande quanto misterioso?

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É que filósofos e cientistas tentaram defini-la e certamente
muito bem. É o caso de J. Monod que a definiu como sendo a
capacidade de reagir aos estímulos externos. A mim, porém,
importa, neste momento, concebê-la não no seu sentido descritivo
conceitual, mas no seu sentido mais profundo, sob o aspecto da
incomensurabilidade do seu valor. Neste sentido, os teólogos foram
mais profundos e perspicazes, pois, conceberam-na como um dom
e dádiva de Deus. A vida é, como disse a madre Teresa de Calcutá,
uma beleza que deve ser admirada, um tesouro que deve ser
conservado, um mistério que deve ser aprofundado; enfim, como
disse K. Pope, a vida é incomensurável porque tem o valor de tudo
o que é raro. Por isso, tens muitos motivos para te admirares,
ficares grato e maravilhar-te; aliás, muito bem o disse A.
Schopenhauer, que excepto o homem, nenhum ser se maravilha por
existir.
Pois então, maravilha-te pelo dom da vida; e acima de tudo
agradeça a Deus que te chamou à existência e ao convívio fraterno
desta família/comunidade. Agradeça-O pois ele é o autor e guia da
tua vida e permitiu que também tu usufruísses deste grande dom – a
vida – e permitiu fazer jus à celebração de mais uma risonha
primavera. Agradeça aos teus progenitores que não recearam em te
acolher e cuidar. Agradeça a todos os teus amigos e todos os que
directa ou indirectamente contribuíram e contribuem para o teu
crescimento e prosperidade, já que na linguagem de Gusdorf,
existimos apenas na reciprocidade com os outros; e na de Mounier,
os outros fazem-nos ser e crescer.
E mais! Quando o teu coração se encontrar ferido recupera a
alegria, pois, além de que o «valor de um homem não se mede
apenas pelos êxitos, mas também pala maneira como assume os
seus próprios fracassos e dificuldades», como afirmou o Dr. Biot,
ainda subsistirão motivos de alegria: os teus parentes, amigos e

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colegas representam as doçuras postas por Deus ao lado das coisas
amargas.
Aprende a ser feliz contigo e de ti! Aprende a ser feliz com as
flores de felicidade que Deus não cessa de nos oferecer… Aprende
a ser feliz da alegria que espalhares à tua volta! E se por vezes, no
curso da tua existência algumas criaturas te fizerem saltar as
lágrimas, outras encontrarás que te vão enxugá-las, te beijarão os
olhos e te acalentarão. Ama e serás amado; sorri e encontrarás
alegria. E mais que tudo, eleva o teu coração para Deus que te criou
e Se fez homem para a tua salvação.
MUITOS PARABÉNS! E LONGOS ANOS DE VIDA
Por Zeferino Kapewa Ngandu

VII Modelo
Excelentíssimo Sr.…!
Excelentíssima Sra.…!
Digníssima Família…!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

Hoje o sol está mais radiante, as flores reforçaram o seu vigor


e os inocentes aplaudem sem cessar por uma única razão: nasceu
Excelência / Excelentíssimo / Caríssimo / prezado irmão
(a)………………………
Numa altura em que tudo parecia completo, numa altura em
que tudo parecia acabado, e numa altura em que nada parecia a
faltar… o mundo rejubila e agradece por mais um dom de Deus,
que preparou este dia tão grande e por isso especial.
Nascer é passar a existência; e existir é aparecer no meio
daqueles que te/lhe querem como nós; não só fisicamente, mas
sobretudo por aquilo que bem sabe(s) fazer: Com o teu/seu carinho,
dar aos outros o sentido de viver.

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Certamente, como dizia Augusto Cury, a vida não é só
sucesso e ânsia de plenitude; ela é também fracasso e rejeição.
Contudo, tu/vós estás destinado a ser “um” com Deus e com isso
ser totalmente divinizado.
Este dia tão lampejante e colorido nas nossas vidas, projecta
– sem dúvidas-, a grandeza da pessoa que és/sois. Assim, não
te/vos consideramos uma flor; porque a flor depois do meio-dia
murcha e se torna lixo. Não te/vos consideramos uma lâmpada;
pois que a lâmpada depois se cansa e funde. Não te/vos
consideramos uma poesia; porque na poesia há muita fantasia. A
quê te/vos compararemos? Tu/vós és/sois um dom de Deus.
Nasceste(s) para tomar parte deste mundo e nele deixar os rastos de
esperança, para que todos digam: afinal vale a pena viver!
Excelência/ Excelentíssimo/Caríssimo/prezado irmão
(a)………………………, neste dia repleto de significado para nós,
queremos em uníssono contigo/convosco louvar a Deus que nos
brindou com o teu/vosso nascimento. Não temos ouro nem prata,
mas te/lhe damos o nosso afecto e te/lhe garantimos que nunca nos
afastaremos de si/ti, porque merece(s) ser amado(a).
Que nossa existência te/lhe seja útil nos momentos difíceis e
de intempéries.
As bênçãos divinas te/lhe assistam no teu/seu itinerário
profissional/académico/vocacional/sacerdotal/episcopal e que todas
as alegrias do mundo sejam tuas / suas.
PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
MUITAS FELICIDADES!!!...
Por Clementino Jamba dos Santos

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VIII Modelo
Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr…!
Inolvidáveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

Permitam, em nome desta Comunidade e em nome destes


irmãos que te rodeiam, dirigir-vos singelas palavras que tentem
exprimir aquilo que nos vai na alma e colorir um pouco mais o dia
do vosso aniversário natalício.
A questão sobre a vida, não obstante aos vários contributos
que se colhem um pouco por todos os lados, de um ao outro
extremo do mundo, de um ao outro extremo do saber humano e, em
todas as gerações, permanece sempre aberta a toda e qualquer
especulação, quer pela insatisfação das respostas até aqui dadas,
quer pela perenidade do problema, o certo é que ela continua um
desafio à existência humana.
Algumas mentes cansadas declararam-na um problema sem
solução, sobre o qual ninguém mais deve perder tempo. Mas outros
permanecem optimistas e a identificam com um mistério sobre o
qual vamos sabendo pouco a pouco e aos poucos. Paralelamente ao
problema da vida, está o do seu sentido, o qual divide os homens
entre pessimistas e optimistas, entre hedonistas e eudaimonistas.
Entrementes, deve valer-vos o conselho de Aristóteles, segundo o
qual “o homem virtuoso escolhe sempre o meio-termo”, porque
segundo ele “in medio virtus stat”.
Ao celebrardes mais um aniversário natalício, queremos vos
pedir que não vos deixeis levar simplesmente pela lógica da
natureza: nascer, crescer, multiplicar-se e morrer; preocupai-vos
antes em fazer escolhas responsáveis, porque no dizer do Pe. João
G. Neto, “a responsabilidade é a capacidade que alguém demonstra
ao responder pelos próprios actos e prever os efeitos do próprio
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comportamento”. E esta responsabilidade se nos impõe como
necessidade para construir os valores que favorecem a nossa vida e
remedeiam os males que nos atormentam. E vós podeis cultivar
esta responsabilidade. Podeis sonhar alto e alimentar vossos
sonhos, porque, segundo L. Feuerbach “os sonhos fazem parte
integrante da história do homem, movem as nossas forças e
condessam as nossas derradeiras esperanças.
Assim como o céu não é patrimônio de qualquer religião em
particular, assim também o sucesso não pertence a um homem
particular, mas é patrimônio da humanidade e basta cada um
empenhar-se por atingi-lo. Lembre-se das palavras de Albert
Einestein: “sucesso antes do trabalho é só no dicionário” e das
palavras de Karl Marx: “lucro sem trabalho é alienação”.
Continuai a sonhar sempre alto e com sentido de
responsabilidade e procurai viver sempre bem com todos que se
apresentam ao vosso convívio, porque sois o homo viator, um
peregrino a caminho do Além, concretamente na Ilha dos Beatos,
onde vos pedirão contas sobre vós, pedirão contas sobre o que
fizestes com virtude.
Rendei eternas graças a Deus, a vossos pais, familiares,
amigos e benfeitores; à direcção do Seminário, sempre empenhada
na vossa formação humana e sacerdotal e a todos quanto vos
acompanham neste nobre ideal, o Sacerdócio Ministerial.
PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
MUITAS FELICIDADES!!!...

Por Pessoa Vitangui

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IX Modelo
Excelentíssimo Sr…!
Distintos Convidados!
Cavalheiras e Cavalheiros!
Caro Aniversariante!

Coube-me por delegação, a grande tarefa e responsabilidade


de hoje, aqui, agora e nesta comunidade, dirigir algumas palavras
ao nosso irmão que mais uma vez nos brinda com mais uma
risonha primavera, e que por sinal é para nós mais um dia de festa e
de agradecimento pelo dom da vida; dia este, em que vos dirijimos
algumas palavras, embora não encontramos dentes suficientes nem
palavras ‘brilhantes’ que consigam traduzir os sentimentos que
ecoam e invadem a nossa alma neste momento.
A noite cobria com a sua nuvem escura a região sideral do
dia e a aurora despontava sobre o universo. Neste emaranhado de
acontecimentos surgia um grito vital, que responde pela graça de
(N).
Talvez seria inconveniente falar da vida neste momento,
porque me sinto incapaz e pequeno demais para a definir, aliás,
sobre ela muitos autores e não só já falaram e apresentaram
definições ricas. Mas nós sem nos colocarmos indiferentes e
alheios diante deste grande fenómeno e dom e sem medo de errar,
vamos dar um parecer à volta da mesma. “A vida é um dom
gratuito que recebemos de Deus e nos é transmitido por intermédio
dos nossos Pais que foram colaboradores fiéis de Deus na obra da
Criação”; é a flor mais bela (complexa e frágil), que o amor
construiu, a mais nobre riqueza herdada de nossos pais: complexa
porque no seu todo ninguém a definiu; e frágil, porque qualquer um
a pode destruir (mas não a pode construir).

22
Por vezes, esta vida é concebida como um processo em
curso, do qual os seres vivos são uma parte; ou o espaço de tempo
entre a concepção e a morte de um organismo; mas a vida é
sobretudo aquilo que faz com que um ser vivo esteja vivo; por isso,
vive-se apenas uma vez, não tem experiência. E esta vida, caro
aniversariante, tem quatro sentidos: amar, lutar, sofrer e vencer.
Ama a Deus e tudo o que Ele criou; sofra pelas boas novas; lute
pelos seus alvos e vença as tentações de Satanás; e a comemoração
dum aniversário natalício é a mais alta oportunidade para revirar o
transacto, corrigi-lo e desenhar um futuro auspicioso e ditoso.
Porém, aproveite o dia de hoje para fazeres um balanço da tua vida:
repense os seus erros, relembre os seus acertos, perdoe-se pelos
fracassos e orgulhe-se de suas vitórias. Entenda que erros, acertos,
fracassos e vitórias fazem parte da história da tua vida, singular,
única e irrepetível. Por conseguinte, esta vida só tem sentido
quando em nós há tranquilidade, harmonia e solidariedade com os
outros. Viva o presente sorrindo, esquecendo todas as mágoas da
vida projectando um futuro melhor, sem te esqueceres de que «a
lenha que te vai acolher na velhice deves buscá-la ou prepará-la
agora» (Pe. Java).
Quantas vezes nós pensamos em desistir, deixar de lado o
ideal e os sonhos, quantas vezes sentimos solidão, mesmo cercados
de pessoas… Quantas vezes aquela lágrima teima em cair,
justamente na hora em que precisamos parecer fortes! E a gente
insiste em prosseguir, em acreditar, em transformar aquilo que está
bem dentro de nós, tudo no fim dá certo. Pois, nada deves temer, sê
forte, porque o mesmo Deus que te chamou à existência por meio
da vida é o mesmo Deus que saberá conduzir-te até à plenitude da
sua realização.
A terminar, saiba, pois caro aniversariante, que não temos
muita coisa para te dar, mas o amor, o carinho, a amizade e o

23
apreço que constantemente recebemos, transformam-nos sempre e
tornam-nos capazes de fazer alguma coisa. Por isso, aceite tudo o
que temos e somos embora seja insignificante. Agradeça, pois, em
primeiro lugar a Deus, autor e mentor da nossa (tua) existência, aos
teus pais, de cujo amor tu és fruto que existe entre eles, isto porque
se hoje falamos da tua existência, devemos antes falar deles por
tudo quanto fazem para o teu bem-estar e crescimento físico e não
só; e a todos aqueles, aquelas, que somente te querem o bem que
fazem parte do teu mundo que cada dia que passa te querem ver a
marcares passos longos e firmes até atingires o teu ideal.
Que Deus Todo-Poderoso, manancial da nossa existência, te
autorize felizes e longos anos de vida…
MUITOS PARABÉNS!
Cassoma, Júlio Camuele

1.1- Bodas de Prata

Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr…!


Inolvidáveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

In novíssima hora angariaverunt me non ad Crucem Domini


portandam, sicut Simionem Cirenis, sed ad memoriam annis vitae
eius loquendum. Fui angariado, à última hora, não para levar a
Cruz, como Simão de Cirene, mas para falar em nome do grupo,
aqui e agora, dos momentos paradisíacos da nossa trajectória vital,
agora já em Bodas de Prata.
Πολλά τά δεινά κουδεν ξωή δεινότερον πέλλεɩ. Há muitas
coisas espantosas, mas nada há mais espantoso do que a vida, (dizia
Sófocles).
Datas há na história, que são e constituem afectiva e
efectivamente balizas e marcos de referência obrigatória na vida da
24
pessoa humana. Na verdade, o dia de hoje é para nós um ponto, um
marco, uma baliza histórica e de referência obrigatória. Esta data
despertou em nós faúlha de incitamento para modesta e
humildemente falar sobre a nossa trajectória existencial ou vital,
enquanto peregrinamos neste globo terráqueo. Mas é sempre difícil
e arriscadamente melindroso falar de nós próprios ou do que
intimamente nos orgulha, já a escrita nos preveniu que, “elogio na
própria boca é vitupério.
Acerca do problema vida, homens de todos os ramos do saber
humano e mais credenciados debateram entre Teólogos e Filósofos,
entre cientistas e sábios, entre optimistas e pessimistas. O debate é
controverso e quase interminável até aos nossos dias. Então, que
coisa é a vida? É ela um conceito abstracto que não se concretiza
senão nos actos do vivente? Um movimento imanente de auto-
aperfeiçoamento, como sustentam os cientistas? É ela um areópago
de angústias e desesperos como sustentam os pessimistas? A vida é
uma festa, como sustentam os optimistas filhos de Epicuro?
Estas e tantas outras questões esperam por uma clarificação,
mas a vida é questão em aberto e sobretudo de respostas pessoais.
Não há respostas objectivas nem fórmulas universais, apenas
atitudes, e estas podem ser: Teológicas ou filosóficas, científicas ou
sapienciais, pessimistas ou optimistas, de resignação ou revolta, de
combate ou de abdicação; o que chamamos de pluralismos de
perspectivas, pois, ela não é um problema matemático nem lógico;
ela é sim um mistério.
Martin Heiddeger, e Nikós Kazantzakis afirmam que «vimos
de um negro abismo, acabamos num abismo negro e chamamos
vida ao luminoso intervalo». Pietro Prini, olhando para a brevidade
da vida, assemelha-a a um discurso feito só de conjunções
copulativas, aliás, o velho Salmista assim se explica: “os nossos
anos dissiparam-se como um sopro. Setenta anos é o total da nossa

25
vida, os mais fortes chegam aos oitenta (80). A maior parte deles,
são sofrimentos e vaidade, porque o tempo passa depressa e
desaparecemos” (Sl. 89, 9-10). Talvez possamos dizer como o
velho salmista, dos vinte e cinco anos que celebramos, que estamos
a celebrar e que vamos celebrando, entretanto, não queremos nem
recordar, muito menos amargurar a vida daqueles que partilham a
vizinhança com a casa dos setenta e dos oitenta anos. Mas o sentido
profundo da vida está no binómio: doçura – amargura, pois, na
sagacidade folclórica Umbundu, a vida é como um Jindungo,
amarga e é ao mesmo tempo saboroso: “V´eti, v´okulula
kw´olondungu omo v´okupepa kwavyo; vilula, polé,
v´otchimanda vipwamo”.
Que diremos dos vinte e cinco anos? Que a maior parte deles
dedicamo-los a Deus? Talvez sim, aliás, diz Santa Chantal: “o
tempo não me pertence, consagrei-o a Deus; perdê-lo é uma
injustiça». Debaixo destas paredes do Cristo Rei, aprendemos não
só a ciência como também a obediência, que é a manifestação da
humildade.
Cada um de nós tem na sua vida páginas que não conhece e
que foram escritas pelos méritos dos outros; por isso, agradecemos
primeiramente a Deus, Autor e Protector da nossa vida, aos nossos
pais que nos harmonizaram na fé e na razão, e por serem eles
também o canal pelo qual Deus deu-nos a vida. Aos Reverendos
Senhores Padres, que com bondade e paciência, têm aguentado a
fúria dos nossos erros no cumprimento do Regulamento e com
inusitado espírito de incrível audácia de Profeta, têm sido pacientes
em nos formar em prol e defesa da Grei do Senhor; às Reverendas
Irmãs que consomem dia e noite suas energias em prol da mesma
Grei; a todos os colegas Teólogos e filósofos, a nossa eterna
gratidão…

26
A todos os convidados, benfeitores e benfeitoras que nos
acalentam neste dia e nesta noite singular, o nosso sincero
agradecimento.
Que Maria Santíssima nos proteja a nós e a todos vós!
Obrigado.
Por Pessoa Vitangui e Alberto Fuloca

2- Aniversário Sacerdotal

Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr…!


Inolvidáveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

No redopio e na voragem do tempo, a história vai paulatina


e incomparavelmente tecendo a sua trama entre luzes e sombras
com altos e baixos na vida das pessoas e nos acontecimentos.
Não somos de forma alguma homens de ciência, nem
observadores, nem experimentadores e muito menos arquitectos de
palavras para descrever o que nos ocorre no âmago do nosso ser.
Entrementes, não poderíamos nos calar neste momento tão
significativo em que celebrais o vosso aniversário sacerdotal.
O sacerdote é como um brilho que se erradia, como uma
harmonia triunfal e cuja grandeza se exprime para além dos
espaços temporais. É uma vida feita de muitos sacrifícios e lutas,
numa dicotomia entre o cumprimento integral daquilo que é a vida
consagrada e as várias pressões sociais. Falar de aniversário
sacerdotal, é falar certamente de um balanço cronológico e
consequentemente de actividades desempenhadas por vós, no
itinerário desta missão, pois, não há tempo sem eventos, e
certamente são os eventos que nos ajudam a balancear o que já foi
27
feito e reflectir no que há de se fazer. Deste fuste, o que é preciso
compreender, é que na vida as maiores alegrias não vêm de fora
mas da consciência do nosso próprio ser, e do que somos para Deus
e para o mundo.
Não nos fazendo de amnésicos, permita-nos também por
estas palavras, dirigir-vos os nossos profundos e singelos votos de
gratidão por tudo quanto tendes vindo a desempenhar, para a
evangelização dos povos, pois, os conhecimentos que de vós temos
aurido estão presentes em nós e nos tornam maduros, e nossos
corações transbordam de tanta emoção que as palavras tornam-se
incapazes de traduzi-las.
É por estas demonstrações do nosso senso que vos
queremos transmitir o nosso calor e nosso afecto, pois, se a
natureza no-lo permitisse, tê-lo-íamos feito num surripiar repelente
com as aves do céu. Pois, vós tendes sido pai, mestre e exemplo de
uma vida de fé e de santidade. Por isso, reflecti no que haveis de
fazer doravante no ministério a que vos comprometestes. Sede
forte, corajoso e decidido nas curvas e contra curvas da vida e na
sombra do desespero, pois, sois temperados e guiados pelo Espírito
Santo, que está sobre vós, aquele que vos ungiu para anunciar o
reino aos pobres.
Que a Santíssima Virgem Maria continue a cuidar de vós
em todas as circunstâncias da vida, enquanto peregrinos rumo ao
Pai.
Parabéns e muitos parabéns são o que vos desejamos neste
vosso aniversário sacerdotal.
PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
MUITAS FELICIDADES!!!...
Por Chimbandongo e Katwangunda

28
2.1 - Recepção de um Padre Neo-Ordenado

Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr…!


Inolvidáveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

“Exultate justi in Domino, rectos decet collaudatio” “exultai


ó justos no Senhor os rectos de coração devem louva-Lo”.
Monótonos com a aclamação do salmista, irrompemos
nossas vozes exultantes, neste momento em que nossos corações
tilintam e desnublam a incomensurável alegria agradecida que
palpita no mais íntimo do nosso ser, pelo ministério sacerdotal que
vos foi confiado. Eis-vos de volta ao rincão natal com os louros da
vitória a cingir-vos a fronte. Para tudo há um tempo - dizia
Qohelete – e um tempo para cada coisa debaixo do céu: «tempo
para lamentar e tempo para dançar, tempo para evitar o abraço e
tempo para abraçar, tempo para chorar e tempo para rir» (Ecle.3,1-
7).
É neste ambivaler do tempo em Qohelete, que nós juntamos
nossas vozes dizendo: grande é o júbilo que sentimos ao ver-vos,
depois de terdes combatido o bom combate, durante anos de muitas
lutas na seara árdua da ciência. Para nós, constitui motivo de
encorajamento de que afinal tudo o que tem começo também tem
fim.
O caminho que escolheste é, sem dúvidas, trabalhoso e
ingrato. Não obstante, reiteramos as célebres palavras do poeta e
filosófo indiano Mahatma Gandi que dizia: «eu dormia e sonhava
que a vida era toda alegria, acordei e verifiquei que a vida consistia
toda em servir e comecei então a servir». É efectivamente nas
dificuldades, nos sofrimentos, nos sacrifícios e nas ondas lacrimais,
29
que sereis o anjo da guarda deste santo povo de Deus, que espera
que venhais a ensinar-lhes os rudimentos da palavra de Deus,
guiando-os aos paços ainda temerosos da virtude.
Porém, no vosso apostolado, meditai nas palavras do
catequista Cura d’Ars: «um homem é bem forte para convencer e
persuadir os seus irmãos quando se vê que ele pratica o que
ensina». Entrementes, aceitai pois os nossos mais singelos
parabéns! Que Deus, tutor e mentor das nossas vidas, vos encha de
bênçãos e que, por intercessão da Virgem Maria e de todos os
Santos, tenhais êxitos na vossa vida sacerdotal.
PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
MUITAS FELICIDADES!!!...
Chimbandongo e Katwangunda

3- Recepção de uma Irmã (Madre)

A rítmica irreversível e propulsora do dinamismo crono-


cósmico traz-nos o dia de hoje como mais um kairós para
rendermos louvores e darmos graças a Deus pela sua infinita
sabedoria e misericórdia, com que nos envolve a cada passo do
nosso existir.
Reverenda irmã, o dia alvoreceu jucundo e sorridente na
expectativa de vos ver chegar. Com a vossa presença é ainda mais
reconfortante a nossa disposição que tudo leva a não esconder a
alegria e o sorriso; não aquele sorriso como diz Júlio Dinis: céptico,
forçado, desconsolador e que é mil vezes pior que o chorar; mas
aquele sorriso cordial, natural e proporcionador de saúde.
Cremos que vossa história de vida consagrada não se mede
“simplesmente pela quantidade de anos acumulados, mas pelo
carinho com que exerceis este ministério sagrado”. Até porque as
luzes do vosso espírito culto unem-se ao calor do vosso bondoso
coração e a fama de vossa abnegação ecoa até nós.
30
Bem compreendemos quão árduo é o vosso ministério e de
quantos sacrifícios e incompreensões vossa vida é semeada. Mas
bem certos estamos de que estes sacrifícios ser-vos-ão
recompensados, não com recompensas materiais, mas com alegrias
inefáveis que tilintarão vossa alma e constituirão o melhor dos
vossos galardões.
Reverenda Irmã, a vossa jovial presença é reconfortante,
porquanto é prefiguração duma comunhão viva e ardente. Com
efeito, são coisas pequenas da vida que parecem insignificantes
mas são como os lírios e rosas dos campos que, embora simples e
humildes em si mesmos, fazem sorrir o oceano e locupletam os ares
de suavíssimos perfumes.
BEM VINDA!!!
Por Chimbandongo
4- Discursos de Casamento

I Modelo
Prezados noivos…!
Imponentes Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

Do amanhecer ao entardecer, do cruzamento de cada


caminho e de cada olhar nasceu a paixão entre N. e N. e desta
paixão que os encobria, floresceu o amor dentro dos seus corações.
E deste amor que falava no mais íntimo do ser de cada um nasceu o
desejo de se unir para sempre, e a consequente formação de uma
nova família.
Prezados noivos, nesta hora solene que delibera e
testemunha vossa união, saúdo-vos cordialmente, desejando-vos
que esta data demarque o dia mais solene e decisivo de vossas
vidas. Pois, pelos laços matrimoniais, acabastes de vos unir, a fim

31
de iniciar uma nova vida onde os vossos corações pulsarão em
uníssono, para que da união de dois afectos sinceros e eternos brote
a seiva da vida.
Prezados noivos, pelo matrimónio que vós acabastes de
contrair, ascendestes da categoria de filhos de vossos pais para pais
dos vossos filhos onde sereis responsáveis de vós próprios, onde
um procurará a sua felicidade no outro. Antes deveis saber que,
segundo o autor francês Follerau: a única palavra suficientemente
grande para se conseguir a felicidade «é a recusa ao desejo de ser
feliz sozinho». A partir de hoje, cada um de vós deverá sentir-se
um verdadeiro companheiro do outro, e a presença de cada um de
vós dê verdadeira tranquilidade.
Por isso, saiba, querido esposo, que a partir de hoje esta é a
alegria do teu sorriso e doçura da vitória de todas as batalhas que te
apresentarão no teu dia-a-dia. Lembra-te que, se um dia entre as
várias garotas (pequenas ou grandes, loiras ou morenas, negras ou
brancas, mentirosas ou sinceras) escolheste Nome: ………… por
decisão e por vontade própria; desde hoje ela passa a ser imagem
de tua mãe, que ontem como bebé te mantinha no seu colo e no seu
peito, descansando como um pássaro que sossegado descansa no
ninho de sua mãe. E este ninho, querido esposo, é para te dar calor
quando houver frio, te proteger dos perigos, te dar alegria nos
momentos de tristeza, e bem como te iluminar e te dar horizontes
de ideias, se por encruzilhadas de ideias te perderes! Querida
esposa, se ontem entre variadíssimos rapazes (altos ou baixos,
magros ou fortes, débeis ou robustos, vaidosos ou simples, sinceros
ou mentirosos) escolheste Nome:………… por decisão e por
vontade própria, desde hoje ele passa a ser imagem de seu pai, que
ontem te cuidou, te protegeu como se estivesses nas asas de uma
ave que com tanto carinho cuida das suas crias. A partir de hoje
tomará conta da tua protecção, será a nova asa para te esconderes

32
dos perigos, luz para iluminar os teus passos, segurança e guarda
fiel para te livrar de todas as afrontas, dificuldades e angústia da
vida.
Com isso, prezados noivos, cada um será uma metade para
completar o outro tal como dizem os latinos: “manus manus lavat”
(uma mão lava a outra), pois, com isto, sois auxílio de um ao outro.
Contudo, ficai sabendo que numa vida conjugal existe
incongruências, mas como diz o velho ditado Umbundu:
“vilisungwe havyo l’okuliseka”, isto é, «o desentendimento é
próprio dos que juntos caminham». Por isso, aconselho-vos que o
entendimento e o respeito mútuo sejam a tónica dominante no
vosso relacionamento, porque segundo o dito Umbundu“olondjele
vyukulu vyasumbiwa tupu l’umbombe vikwatiwa”, para dizer que
«com sobriedade e delicadeza tudo se consegue, pois, com o sorriso
nos lábios e amor no coração vencereis todos os obstáculos da vida.
Faço-vos votos de que o vosso amor e a vossa esperança se
concretizem na mais doce das realidades. Feliz casamento e sede
felizes para todo sempre.
PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
MUITAS FELICIDADES!!!...
Por Adriano Katwangunda

II Modelo
Prezados noivos…!
Portentosos Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

Acho-me diante de vós para, em poucas palavras, poder


traduzir o regozijo que ecoa vossa alma, pela união matrimonial ora
estabelecida por vós, pela qual, constituindo uma só carne, vos
projectais na constituição de um lar, queira Deus, pela sua graça,
que vos seja coeso pelo amor que vos aconchega um do outro.
33
Quero acreditar que num primeiro momento do vosso encontro
vossos olhares entrecruzaram-se apaixonadamente, e, decerto, cada
um vivenciou dentro de si mesmo uma efervescência caótica de
sentimentos. Confirmai então sempre vosso amor, fazendo aquele
primeiro e belo encontro um vade mecum (vai comigo), quer dizer,
em cada dia que nascer cada um exprima o seu amor ao outro como
se estivesse a reiterar o primeiro sentimento de amor e amizade que
determinou vossa união naquele primeiro momento.
Conjuro-vos, prezados noivos, que o matrimónio é real e
originariamente uma instituição divina e não meramente humana.
Isto é, é o próprio Deus que o instituiu ao dar existência aos nossos
primeiros pais. Por isso, vos deparais diante de uma realidade
bastante compromissória perante o Criador e perante a sociedade.
Perante Deus, porque sela convosco uma aliança, isto é, estabelece
um pacto abençoando-vos para, como seus cooperadores, dardes
continuidade na sua bela e admirável obra da criação; perante a
sociedade porque assim vos tornais num berço, elemento basilar da
sociedade, gerando bons filhos para ela, moral, cívica e cristãmente
bem-educados. Que eles sejam continuadores do vosso amor em
intimidade verdadeira e não fictícia. Pela fidelidade, virtude que
deve florir na vossa alma, tereis confiança um pelo outro e assim
sabereis discernir os obstáculos que possam minar vossa relação,
que deve ser-vos inquebrantável.
Vosso itinerário matrimonial decorrerá ao sabor de doçuras e
amarguras. Aliás, toda uma vida, como vocação, nunca é um mar
de rosas. Por isso, as dificuldades por que haveis de passar serão o
termómetro que medirá a temperatura e a pulsação do amor que vos
une. O perdão, a humildade, a compreensão sejam a ponte sobre a
qual cada um possa caminhar indo ao encontro do outro para
reparar os passos que um de vós tenha mal andado em ofensa quer
corporal quer moral contra o outro. Este gesto virtuoso é-vos

34
imperioso na medida em que, de maneira nenhuma, deveis
contradizer vossos compromissos matrimoniais que formulastes e
honrastes diante de Deus, na pessoa do sacerdote, ministro sagrado,
e diante do auditório leigo, até então assistente desta efeméride.
Também, prezados noivos, conjuro-vos que a erradicação da
delinquência em qualquer sociedade é responsabilidade que
impende primordialmente à família, enquanto alicerce da
sociedade. Quer isto dizer que, não deveis em circunstância
nenhuma relativizar a educação dos vossos filhos. Que uma boa
educação deva-lhes ser devida por vós, para serem modelos desta
sociedade que essencialmente, muitas vezes, se apresenta
depravada. Sabei, portanto, que a depravação da sociedade
encontra maioritariamente sua causa no seio familiar. Um filho não
e/ou mal-educado é um transgressor de valores sociais, humanos
que se gera para e na sociedade. Entretanto, se sois adversos à
desordem, exorto-vos a que vos dediqueis em tempo oportuno
educar vossos filhos, que são também da sociedade como seus
presentes, sanando neles comportamentos adversos à ordem moral
e cívica, em ordem à edificação de um mundo mais humano.
Formai pela amizade, pelo espírito de compreensão mútua, pelas
afinidades um ser único. A terminar exorto-vos também a que
sejais homens de oração com a qual firmes na fé estareis em
diálogo com Deus Criador e assim Ele derramará sobre vós graças
abundantes e seu Espírito Santo vos protegerá e há-de amparar-vos
quando vos achardes em dificuldades.
Desejo-vos felicidades neste itinerário matrimonial, e Deus,
Autor de tantas maravilhas, cumule-vos de bênçãos abundantes e
seu Espírito Santo vos assista agora e sempre.
PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
MUITAS FELICIDADES!!!...
Por Henrique H. Cassiati

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III Modelo
Prezados noivos!
Inolvidáveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

O que Deus uniu, o homem não o separe (Mat.19,6)


Caríssimos noivos, hoje é um dia muito especial para vós e
para todos nós que testemunhamos o vosso enlace matrimonial.
Não há outro sinal de amor que vós podíeis dar um ao outro, senão
o de vos entregardes mutuamente no casamento.
Hoje vos tornastes dois vasos fundidos que dão uma única
flor. Cada um de vós seja um sinal de esperança para o outro e
sustentáculo nos momentos de crise. A partir de hoje, abristes um
novo modo de existir e de encarar a vida. Estais agradáveis à vista
de todos os presentes e esta beleza deve repercutir-se também na
vossa vida quotidiana, amando-vos mutuamente; aliás, dizia
Leonardo Boff: «A mulher foi tirada da costela do homem: não dos
pés, para lhe ser escrava, nem da cabeça para lhe ser superiora; mas
sim, do lado para lhe ser companheira, com ela conviver e não
viver».
Caríssimo noivo: um grande sábio da humanidade, Augusto
Cury dizia: sem as mulheres, os nossos céus não teriam estrelas, as
nossas manhãs não teriam orvalho e a nossa primavera não teria
flor. A alma masculina não possuiria sensibilidade, a nossa
inteligência não teria sabedoria e a nossa emoção não teria poesia.
E tu, caríssima noiva: a partir de hoje, Deus te deu um príncipe em
forma de vaso, para com ele enfrentares a vida. Cuide bem dele.
Continue alegre e paciente para com ele. As tuas lágrimas devem
servir apenas de homenagem do encanto indecifrável do teu
querido que contigo convive neste palco misterioso da terra.
MUITAS FELICIDADES!!!...
Por Clementino Jamba dos Santos
36
5- Discurso de despedida e de agradecimento dos
alunos por ocasião do fim de curso

I Modelo
Excelentíssimo Sr. Dr.…, Director / Reitor da Universidade…!
Excelentíssimo Sr. Dr.…, Decano da Faculdade…!
Excelentíssimos Professores!
Ínclitos Colegas!
Estimados Convidados!
Minhas Senhoras e Meus Senhores!

Permitam-me dirigir uma palavra amiga ao corpo docente


desta magnífica instituição, em nome do colectivo de finalistas do
curso… Neste dia tão importante para todos nós, nos parece
inevitável pôr em relevo que o aparato deslumbrante do que fostes
para nós sinal da vossa caridade e solidariedade clarividentes e
generosas nos enchem de tamanha alegria, pois o vosso gesto é
reconhecível como incenso que se eleva pelos ares do firmamento,
deixando-nos envoltos por uma odorenta atmosfera, na qual seria
absurdo nos mantivermos silenciosos e indiferentes.
Indignos gozadores dos benefícios frutos do vosso sacrifício
e abnegação, não imaginais como nos sentimos pobres de palavras
dignas, profundas e perspicazes para exprimirmos o que nos vai no
fundo do coração, para exprimirmos o nosso sentimento de gratidão
por todo o bem que nos fizestes, e de louvor a Deus que nos deu
esta graça de sermos vossos alunos para assim usufruirmos das
vossas experiências nas diversas cadeiras, nas quais sois
especialistas.
Engenhosos professores, para trás ficam as saudades, mais
um ano; mas estai certos de que os vossos ensinamentos não caíram
em terra infértil mas darão e continuarão a dar norte às nossas vidas

37
e que, de forma indelével, marcaram a sua página em nossas vidas
e que, decerto, nos vão ajudar a caminhar no campo da Sofia
(sabedoria).
Por outro lado, temos que reconhecer as nossas debilidades,
pois certamente, variadíssimas vezes não cumprimos dignamente
com os nossos deveres como estudantes. Por tudo, as nossas mais
lhanas desculpas. Que Deus derrame sobre nós copiosas bênçãos.
BEM HAJA! ATÉ UM DIA!!!
Por Frei Kassoma

II Modelo
Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr…!
Inolvidáveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

Visto que no desenrolar-se da história humana há referências


obrigatórias e a ingratidão faz do homem um ladrão, eis a turma
dos finalistas a marcar uma referência histórica e obrigatória no
serpentear do seu colectivo e individual momento. Trata-se de um
término de mais uma etapa de formação humana, espiritual,
académica e intelectual.
E, tratando-se do encerramento de um percurso formativo,
queríamos primeiramente dirigir o nosso profundo agradecimento a
Deus, que nos manteve ao longo da formação nas carteiras. À nossa
inesquecível direcção; aos nossos ilustres professores; aos
dedicados trabalhadores, aos distintos colegas, lá vai o nosso mais
incomparável gesto de gratidão por tudo quanto fizestes para o
nosso bem integral, ajudando-nos a distinguir a mão esquerda da
mão direita; aos nossos familiares, benfeitores, amigos… o nosso
muito obrigado.
A terminar, queremos, concatenadamente, pedir perdão do
que não fomos capazes de corresponder. Que Maria Santíssima,
38
nossa Mãe e Mãe da Igreja, interceda por todos nós, diante de seu
Filho.
BEM-HAJA! ATÉ UM DIA!!!
Por Job Sipopyeni.

Discurso de despedida
Coube-me endereçar-vos um palavreado, neste momento do
nosso adeus, a fim de, como intérprete dos meus coetâneos,
expressar-vos os nossos sentimentos para convosco. Destarte, se os
dias fossem rebobináveis, se o tempo fosse um recurso renovável,
se os homens tornassem ao ventre materno, talvez Qohélet não teria
espaço de um pronunciamento tão pontual e certo: «em tudo há um
momento e um tempo: tempo de se levantar e tempo de dançar; de
chegar e de se despedir; de plantar e de colher o que se plantou…»
(Ecle. 3,1-7). O ritmo concatenadamente ameno desta brisa
matinal, neste dia, rejuvenesce interessantemente o perfil dos
nossos desejos e pensamentos porque para nós hoje trata-se de
levantar os pés e dar mais um passo, tomar o pontiagudo escrevente
e rabiscar mais uma página no cadastro curricular desta sublime,
significante e inolvidável actividade pastoral no meio de vós. No
dizer de Louis Veuillot, há coisas que só os olhos que choram
podem ver, e o que os nossos olhos marejados de lágrimas
provocadas por vós entre amizades pactuadas, carinhos embalados,
lições aprendidas, conselhos ouvidos puderam enxergar, vem aqui
consignado netas nestas ladainhas de palavras de agradecimento e
de perdão. Desta feita, agradecemos primeiramente a Deus, Alfa e
Ômega, Princípio e Fim de tudo quanto é criação e que nos
permitiu abrir a boca neste dia feliz e neste lugar santo; aos nossos
presbíteros, pelo empenho abnegado e sem igual em prol do nosso
crescimento; e a todos vós (catequistas, conselho paroquial, irmãs e
irmãos…) por quem o sorriso, a alegria, a abertura, a fraternidade,
a cordialidade e o amor para com todos foram as qualidades e
39
virtudes das quais nos prodigalizastes, o nosso sincero, eterno e
sempiterno reconhecimento, porquanto, convosco, na linha de
servos inúteis, procuramos fazer alguma coisa para a salvação das
almas (salus animalum), pois ninguém, neste mundo, pode
materializar determinado escopo de tamanha e desmedida
importância sem o apoio e solidariedade dos outros e quem o
tentasse estaria a encaminhar-se voluntariamente para o fracasso…
que Deus vos recompense por todo o bem que fazeis!
BEM-HAJA E ATÉ UM DIA!!!
Por Abílio Henrique Lupenha

6- Recepção de um deputado eleito pela


circunscrição

Excelentíssimo Sr. Deputado!


Inolvidáveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

Não poderia haver dia de festa mais jubiloso do que este.


A notícia de vossa visita galvanizou o povo desta terra. E
aqui se acha ele, em massa, para vos recepcionar.
Soubestes, Senhor Deputado, defender os nossos interesses
na Câmara onde sois exímio representante deste povo que vos
elegeu, e vossa intervenção tem sido grandemente apreciada.
Pelas vossas qualidades de inteligência, de espírito e de
carácter, soubestes convencer vossos pares, da intimidade de vossas
intenções, no discutir na Câmara, as nossas necessidades.
Não fugistes ao mandato que vos foi outorgado, antes o
nobilitastes, pela serenidade e patriotismo de vossas atitudes.
Não fizestes da tribuna Parlamentar pelouro para derrotar
vossos adversários, nem pedestal para estátua da vaidade, antes

40
dela vos tendes servido para combater o combate pela justiça e pela
democracia.
A demagogia, que não perde vaza para semear nos quatro
ventos dos ditirambos bombásticos da propaganda fácil, não
encontrou um cultor na pessoa de Vª Excelência. Eis porque vosso
nome cada vez mais assiste maior projecção em nosso meio. O
povo bem que vos votou é bom julgador e sabe discernir onde se
acha o que trabalha pelos seus interesses.
Continuai nessa trilha, Sr. Deputado, e em breve ver-vos-emos
ocupando lugares sempre mais cimeiros na luta pela regeneração de
nossos costumes políticos e na defesa dos legítimos interesses do
povo.
Dentro de algum tempo, quando em comum com esta
multidão que ora me ouve atenta, tereis a ocasião de sentir que
minhas palavras traduzem frágil e palidamente os sentimentos que
lhe estuam na alma.
Aceitai, pois, Sr. Deputado, mais uma vez nossas calorosas
boas vindas.
Por Pessoa Vitangui Tchissingui

7- Recepção de um político local

Excelentíssimos Senhores…
Inolvidáveis Convidados!
Minhas Senhoras e meus Senhores!

Coube-me, presado conterrâneo, dirigir-vos a palavra nesta


hora em que após (longa ou breve) ausência, à terra pela qual com
tanto denodo vos bateis na arena política.
Vossa decidida vocação em prol da causa pública, tem feito
de vós, um chefe seguro, por cuja orientação nos curvamos, certos

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de que estamos trilhando o caminho certo. Reconhecemos que a
vossa luta é inspirada pelo desejo de servir e não o de ser servido.
Enquanto arte de governar o povo, a política é, sem dúvidas,
mais difícil das artes. Exige do político sério, qualidades “sui
generis”, incomuns, de coragem, abnegação e carácter. Entretanto,
não nos falecem essas qualidades. Esta prova está na ascendência
que sobre vós pesa, e que nós reconhecemos. E, hoje em dia, em
que os políticos são malsinados, o vosso nome se acha aureolado de
respeito e acalentamento. É que as intensões dos homens se medem
pelos seus actos. E os vossos dos quais resuma o impessoalíssimo e
desinteresse particular, são daqueles que convencem os cépticos,
atraindo-os para o vosso círculo.

8- Elogio fúnebre

I Modelo
É com profunda dor e consternação que nos chegou ao
ouvido a funesta notícia do passamento físico de nossa(o) … na(o)
passada(o) … pelo que sentimos uma espada de dor a trespassar
nossas almas, e estamos de rosto por terra e olhos inundados de
lágrimas ao recordarmos o quão é especial o amor de um(a) …
A história da salvação ensinou-nos que, afinal, o amor de
alguém, principalmente de um(a) … é insubstituível. Assim, na
vossa ausência, quem nos há-de acalentar nos momentos de
angústia? Quem mais nos há-de conduzir? Onde mais
encontraremos a vossa protecção de mãe/ pai/ irmão/ primo …?
Aquele vosso sorriso jovial quem mais no-lo concederá?
De facto, nada existe tão nobre e tão profundo neste mundo
como o amor de um(a) … A vossa partida deixa entre nós um vazio
enorme que só Deus saberá preencher.
A morte significa sempre uma despedida e separação. Ela é
certa mas aparece sempre em momentos incertos, parece ser o fim
42
de tudo mas para os cristãos, a morte não é a finitude ou o
aniquilamento total, mas o renascer para uma vida feliz, pois, tal
como não pode triunfar aquele que não batalhou, assim também
não pode ressuscitar aquele que não morreu.
Ficai sabendo pois, querido(a) …, que de sua boca ouvimos,
de sua vida aprendemos, os teus ensinamentos ficarão sempre
gravados no nosso ser, porque quem não vive para servir, não serve
para viver, isto o reconhecemos. Portanto, nesta hora de aflição e
de angústia, pedimos a Cristo, consolador dos aflitos, que tal como
na morte de Lázaro, da jovem de Nain e da filha de Jairo acorreu
compassivo a enxugar as lágrimas de seus parentes e amigos,
console também a quantos choram a morte da(o) mãe (pai), irmã
(irmão), tia(o) e amiga(o) …
Á família enlutada apenas uma palavra: nascer e crescer viver
e morrer fazem parte da grande lógica da vida; por isso, estamos
juntos. Que Deus, na sua infinita bondade, a restitua na outra vida,
por tudo o que fez pelos seus semelhantes, e que a sua alma mereça
uma morada na cidade celeste. Que sua alma descanse em paz.
Por Pascal, Thinguya & Leonardo

II Modelo
O tempo passa e arrasta consigo muitos acontecimentos.
Desde sempre, os homens e mulheres aceitaram a morte
como parte do ritmo natural da vida. Segundo S. António de Lisboa
«não há coisa mais certa do que a morte nem mais incerta que a
hora da morte! Quis Deus ocultar-nos a hora da morte para que
estejamos sempre preparados para ela».
Não é fácil nem cómodo falar em circunstâncias como esta. É
óbvio, é natural, é humano e é compreensível.
Faz hoje, precisamente, três dias desde que um terrificante
abalo sísmico atingiu, sem dó nem piedade, o nosso ambiente

43
familiar, social e eclesial dentro e fora dos umbrais desta cidade,
com o passamento físico da nossa irmã (N).
A nossa ente-querida, a nossa já saudosa irmã (N) foi-nos
arrebatada repentina e trágicamentemente. Entretanto, seus feitos,
seus ensinamentos, sua dedicação para nós, quando ainda
desempenhava audaz e tenazmente os encargos de… impingiram-
nos a suspender as nossas actividades para aqui e agora nos
juntarmos a esta moldura humana movida pela fé para juntos
testemunharmos a sua partida definitiva para o Pai celeste. Ela
trabalhou no…, cerca de … anos. Durante este tempo, o seu
empenho foi clarividente e incomensurável. Quem foi a (N) para
nós? Decerto, ela foi para nós uma mãe generosa, acolhedora,
disponível e atenta; soube, nos momentos íngremes da nossa
caminhada, acalentar-nos com os seus nobres conselhos e com as
suas palavras de coragem.
Neste epítome, é ponto assente, consenso universal que o
facto, na certeza, no seu enigma – mistério -- nos entristece a todos
e nos deixa deveras abatidos e acabrunhados; mas conforta-nos,
encoraja-nos a promessa divina da imortalidade da alma; e, por
conseguinte, na existência da continuidade da vida no além-túmulo,
até porque o próprio Cristo já o disse: «Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá» (Jo 11,
25).
Aos familiares, colegas, vizinhos e amigos, apenas uma
palavra: para os que crêem em Deus, a vida não acaba com morte
apenas se transforma! Ademais, cedo morre quem no céu é querido.
Conforta-nos ainda as palavras de Job: «Dominus dedit, Dominus
abstulit, sit nomen Domini benedictum»; o Senhor mo deu, o
Senhor mo tirou, bendito seja o Senhor para sempre (Job 1,21). Na
verdade, o Senhor no-la deu, o Senhor no-la tirou, bendito seja o
Senhor para sempre.

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Que a sua alma descanse em paz entre os esplendores da luz
perpétua!
Por Américo Osvaldo Ukwesunga

9- Agradecimento a um discurso que nos foi


proferido

Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr…!


Inolvidáveis convidados!
Minhas senhoras e meus senhores!

O sorriso que vejo estampado nos vossos lábios traduz bem


a alegria que invade a minha alma. Pois, segundo Aristóteles, a
felicidade é o coroamento da actividade bem-sucedida, e para
Thomas Hobbes, a felicidade consiste em amar, viver e ser justo.
Foi num dia como hoje em que o céu, ao se desligar da terra
resultou num pronome pessoal eu, e num substantivo próprio …
Não tenho outros motivos que me trazem aqui neste lugar do
aparecer, senão o fenómeno vida que hoje é definido
particularmente para mim. Digo que entre várias definições dadas
acerca da vida, Baptista Mondim procurou agrupá-las em quatro:
 A vida é criação directa de Deus
 Evolução segundo um plano estabelecido por Deus
 Geração espontânea
 A vida é obra do acaso
Mas entre tantas definições eu gostaria de seguir apenas duas:
 A vida é manifestar-se;
 A vida é relação.
Portanto, sigo estas duas, porque para mim as quatro
primeiras não consistem em definir a vida, mas sim dar origem à
mesma.

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Não quero aqui me alongar, pois, o tempo não espera por nós.
Apenas queria dizer que estou feliz por estar aqui convosco, porque
decerto, o eu sem o nós não tem sentido e o tu sem ele é nada.
A terminar, gostaria de agradecer a Deus, autor da vida e que
providencialmente me fez surgir no seio materno. Aos meus pais
… que estão cada passo da minha vida a acompanhar-me em todos
os momentos da vida que a partir deles, ocupo um espaço
equivalente a uma dimensão corporal neste mundo.
Ao meu orador apenas digo: farei presente em todos os
momentos da minha vida as tuas lindas e inteligentes palavras.
A todos vós penitencio-me por todas as faltas por mim
cometidas e curvo-me deveras agradecido, com o propósito de
nunca esquecer o que de mim tendes feito. O meu muito obrigado.
Por Domingos T. Chimbandongo

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Índice

1. Discurso de aniversários natalícios .............................................. 7


I Modelo........................................................................................... 7
II Modelo ......................................................................................... 9
III Modelo ...................................................................................... 10
IV Modelo ...................................................................................... 12
V Modelo ....................................................................................... 14
VI Modelo ...................................................................................... 16
VII Modelo .................................................................................... 18
VIII Modelo ................................................................................... 20
IX Modelo ...................................................................................... 22
1.1- Bodas de Prata ........................................................................ 24
2- Aniversário Sacerdotal .............................................................. 27
2.1 - Recepção de um Padre Neo-Ordenado .................................. 29
3- Recepção de uma Irmã (Madre) ................................................ 30
I Modelo......................................................................................... 31
II Modelo ....................................................................................... 33
III Modelo ...................................................................................... 36
5- Discurso de despedida e de agradecimento dos alunos por ocasião do
fim de curso ..................................................................................... 37
I Modelo......................................................................................... 37
II Modelo ....................................................................................... 38
Discurso de despedida ................................................................... 39
6- Recepção de um deputado eleito pela circunscrição ................. 40
7- Recepção de um político local................................................... 41
8- Elogio fúnebre ........................................................................... 42
I Modelo......................................................................................... 42
II Modelo ....................................................................................... 43
9- Agradecimento a um discurso que nos foi proferido ................ 45
Índice ............................................................................................. 47

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