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CEFAC

CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA


MOTRICIDADE ORAL

RESPIRAÇÃO BUCAL, SUAS CAUSAS E

CONSEQÜÊNCIAS

EMÍLIA JOSEFINA GUERRER

LONDRINA
2000
RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo compreender melhor as causas e

conseqüências da respiração bucal ou mista, visando assim facilitar e obter

resultados mais preciosos no tratamento dos pacientes.

A proposta é integrar as áreas médicas, odontológicas, fisioterápicas e

fonoaudilógicas para o sucesso do tratamento.

Verifica-se a necessidade da conscientização dos profissionais

envolvidos na reabilitação das causas e conseqüências do respirador bucal.

Neste estudo será: no caso de intervenção cirúrgica (adenoidectomia e outros) é

necessária a continuidade do tratamento com o encaminhamento para outros

profissionais.

Para um tratamento adequado e definitivo é importante saber a hora

exata de tratar, de encaminhar e para que área encaminhar, o que exige além da

qualificação profissional a integração multidisciplinar.


SUMMARY

This research has as objective understands the causes and

consequences of the breathing buccal or mixed better, seeking like this to

facilitate and to obtain more necessary results in the patients' treatment.

The proposal is to integrate the medical areas, odontológicas,

fisioterápicas and fonoaudilógicas for the success of the treatment.

The need of the professionals' understanding is verified involved in the

rehabilitation of the causes and consequences of the buccal breather. In this

study it will be: in the case of surgical intervention (adenoidectomia and other) it is

necessary the continuity of the treatment with the direction for other

professionals.

For an appropriate and definitive treatment it is important to know the

exact hour of treating, of directing and so that area to direct, what demands

besides the professional qualification the integration multidisciplinar.

1
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................1

1 RESPIRAÇÃO BUCAL..............................................................................................3

1.1 CAUSAS DA RESPIRAÇÃO BUCAL ............................................................7

2 CONSEQÜÊNCIAS DA RESPIRAÇÃO BUCAL ...................................................9

2.1 Respiração Bucal e suas Relações com o Crescimento Facial e


Oclusão Dental............................................................................................................9

2.2 ALTERAÇÕES NO ORGANISMO ...............................................................11

2.2.1 Alterações na Região Oro-Naso-Faringeana ...............................12

2.2.2 Alterações no Traçado do Eletroencefalograma .........................14

2.2.3 Postura Corporal...............................................................................15

2.2.4 Metabolismo Basal ...........................................................................16

2.3 TIPOS DE EXAMES E PROCEDIMENTOS...............................................16

2.3.1 Respiração.........................................................................................17

2.3.2 Exame radiológico............................................................................17

2.3.3 Exame fotográfico.............................................................................18

2.3.4 Moldagem ..........................................................................................18

2.4 Conseqüências da Respiração Bucal sobre os Dentes e a Face...........18

CONCLUSÃO ..................................................................................................................20

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................22

2
INTRODUÇÃO

Tem-se como objetivo principal, conhecer melhor as causas e

conseqüências para diagnosticar a respiração bucal ou mista, e ainda, conhecer

melhor a anatomia e fisiologia craniofacial, para perceber o que a respiração

bucal provoca de alteração no desenvolvimento do paciente facilitando certos

tratamentos, chegando-se a obter resultados mais precisos.

O tema proposto é relativamente atual e vê-se nesta pesquisa, a

oportunidade do conhecimento teórico das áreas afins para melhor integração e

tratamento do respirador bucal.

No entanto, o tema proposto envolve várias especialidades na

presença e tratamento nas causas e conseqüências da respiração bucal ou

mista. A importância desta investigação está no conhecimento das aéreas afins

(médica , ortodôntica e fonoaudiológica), para um trabalho em equipe. Desta

forma torna-se mais fácil observar ou diagnosticar as causas ou quem ficará

aguardando para dar continuidade no tratamento.

Contudo, pretende estudar-se a anatomia e fisiologia das vias aéreas

superiores, crescimento craniofacial, patologias causadoras da obstrução nasal e

hábitos orais, tais como: chupeta, sucção de dedo e outros. E conseqüentemente

1
o que acontece com a cavidade oral e arcada dentária com o crescimento ósseo

e muscular da criança que cultiva os costumes citados.

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1 RESPIRAÇÃO BUCAL

A medicina, principalmente na área da otorrinolaringologia, sempre

estudou o problema da respiração bucal. Mais recentemente, não só a medicina

como a odontologia, a fonoaudiologia e a fisioterapia se interessam e estudam

este problema sobre ópticas diversas.

Acredita-se que isto vem ocorrendo porque a simples mudanças de

hábito, isto é, parar de respirar pelo nariz e começar a respirar pela boca

(respiração bucal) ou pelo nariz e boca ao mesmo tempo (respiração mista),

ocasiona prejuízos ao ser humano. Alguns destes prejuízos são bastante

visíveis, como as assimetrias faciais e os problemas posturais, e outros menos

perceptíveis visualmente, como as alterações oclusais.

As queixas dos pacientes que são, ou que foram, respiradores bucais

nem sempre estão diretamente ligadas aos problemas respiratórios iniciais, mas

podem ser conseqüências destas alterações. Quando atende-se pacientes que

ainda são respiradores bucais, fica mais fácil identificar causa-efeito. Neste caso

deve eliminar-se ou atenuar a causa da queixa.

De acordo com CASTELLINO (1967), quando uma criança nasce, traz

consigo uma conformação craniofacial bem característica; o crescimento do

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crânio já está quase completo, o que não acontece com o da face, que somente

adquire velocidade a partir do nascimento, na dependência do funcionamento do

sistema estomatognático.

Contudo, este sistema começa a funcionar com a respiração e a

amamentação do recém-nascido, funções estas que proverão o organismo com

elementos nutritivos, imunológicos e também participante na formação do

psiquismo infantil, através do contato físico mãe-filho, relata HARLOW (1958).

No entanto, a mandíbula desempenha um papel importante dentro

deste sistema. Mas, antes observa-se, que ao nascer a criança a tem em uma

cistoriolação com o maxilar, isto é, a mandíbula está retraída. Esta posição não é

fortuita, mas deve-se vê-la como finalização de milhares de anos de evolução.

Para que se faça a sucção do leite, a criança deve prender o mamilo

entre os rebordos gengivais. Sem esta “apreensão mamilar” o leite não flui para a

boca. Dentro da teoria das Matrizes Funcionais de MOSS (1962, 1969), ao fazer

esta apreensão, a criança traz a mandíbula para a frente. Com este movimento,

os músculos pterigoideos externos, direito e esquerdo, fazem uma estimulação

dos côndilos mandibulares, levando-os ao crescimento. (PETROVIC , 1985)

Ainda de acordo com PETROVIC (1985), juntamente com a

estimulação da mandíbula, observa-se que toda a musculatura facial (região oro-

naso-faringeana), fica empenhada na mesma operação, levando a um

desenvolvimento harmônico da face.

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Durante essa operação, a criança faz uma respiração

predominantemente nasal. Esta respiração estimula os sensores da mucosa

nasal, filtra, aquece e umidifica o ar antes deste chegar aos pulmões e cumprir

sua função de hematose.

No entanto, ao passar pelas narinas, o ar, no fluxo e refluxo, produz

uma pressão que expande as vias aéreas superiores e faz a aeração das

cavidades pneumáticas paranasais.

A criança, que desde o nascimento tem este desempenho:

amamentação diretamente do seio materno, vedamento labial e respiração nasal,

deverá ter um desenvolvimento harmonioso da face.

Mas, em determinado momento da vida infantil, a criança pode

adquirir uma rinite alérgica, um gripe, ou sofrer traumatismo facial. Qualquer um

destes, ou ainda outros fatores, podem obstruir as vias aéreas superiores,

fazendo com que ela passe a respirar pela boca em detrimento das vias

normais. Este pequeno problema, respirar temporariamente pela boca, pode

tornar-se sério se não corrigido a tempo.

Assim, uma patologia corriqueira, como uma obstrução temporária das

vias aéreas superiores, pode levar a criança a tornar-se um “respirador bucal”,

que desvirtua o desenvolvimento normal, não só da face, mas produz alterações

morfo-funcionais em todo o organismo.

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Já conforme MARCHESAN (1993), enquanto ato primário, a

respiração exerce função vital. Posteriormente, mediante a aprendizagem, será

solicitada a participar da fonação.

Ainda conforme MARCHESAN (1993), a função respiratória normal se

faz por via nasal. Sua influência no desenvolvimento dos maxilares é grande

(principalmente com relação ao arco dentário superior), na postura da mandíbula,

na posição da língua e na situação do espaço rinofaríngeo.

Quando se constata, em um paciente, obstrução nasal por alterações

orgânicas locais (exemplo: hipertrofia da adenóide ou espessamento da mucosa,

devido a problemas alérgicos) ou desvio do septo nasal, a respiração apresenta-

se mista ou predominantemente bucal e este indivíduo possui freqüentemente

voz anasalada.

A respiração bucal interfere negativamente na postura adequada da

língua em repouso ou em ação.

Ainda de acordo com MARCHESAN (1993), freqüentemente se

observa respiração bucal ou mista associada à hipofunção dos músculos

elevadores de mandíbula; ao lábio superior curto e incompetente (dando ao

indivíduo o perfil típico de respirador bucal); à hipotonia da língua ou ainda como

hábito residual de resfriados e alergias.

Contudo MARCHESAN (1993), diz que o nariz não é simplesmente

um condutor passivo pelo qual o ar é captado da atmosfera e dirigido para dentro

da faringe. É um órgão altamente especializado que realiza três importantes

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funções respiratórias: umidificação, aquecimento do ar inspirado e proteção das

vias aéreas superiores.

1.1 Causas da Respiração Bucal

De acordo com WECKX et al (1998), qualquer obstáculo à passagem

do ar pelas vias aéreas superiores, seja por má formação, por inflamação da

mucosa nasal (rinite), por desvio do septo nasal ou por hipertrofia do anel de

Waldeyer, vai ocasionar obstrução nasal obrigando o paciente a respirar pela

boca, com todas as suas conseqüências nefastas, já que o homem nasceu para

respirar pelo nariz.

Conforme VAN DER LINDEN (1990), quando a respiração se inicia

após o nascimento, há uma via aérea adequada para a passagem do ar para os

pulmões. A passagem aérea é mantida aberta pelas atividades musculares da

língua, das paredes da faringe, e através da postura anterior da mandíbula.

Normalmente, os recém-nascidos são capazes de respirar pelas suas narinas,

embora a respiração bucal possa desenvolver-se anos depois, como uma reação

a algum tipo de obstrução nasal e/ou naso-faríngea.

Essa obstrução pode ser conseqüente de alergia, hipertrofia e

inflamação das tonsilas ou adenóides, desvio de septo nasal, dilatação das

conchas e hipertrofia da membrana da mucosa nasal. O aumento do tecido

adenoidiano da nasofaringe em crianças freqüentemente é responsável por

obstrução nasal. Este tecido está claramente presente depois de seis a dozes

meses de idade. Ele pode crescer consideravelmente e por volta dos dois a três

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anos de idade, aproximadamente, metade da nasofaringe pode estar ocupada

por este tecido. Normalmente, o tecido adenoidiano cresce mais. Antes de

alcançar a puberdade, ele começa a reduzir-se gradualmente.

Geralmente, o crescimento facial – especificamente o aumento na

distância entre a base craniana e o palato – é suficiente para preservar uma

passagem de ar adequada. Se desenvolver uma discrepância real, quer pelo

crescimento anormal nos tecidos adenoidianos, quer pela redução da quantidade

de crescimento na altura posterior da face, ou por uma combinação de ambos,

então a passagem pode tornar-se inadequada. Uma criança nestas

circunstâncias adquire respiração bucal com o fim de reduzir a dificuldade de

respiração normal.

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2 CONSEQÜÊNCIAS DA RESPIRAÇÃO BUCAL

2.1 Respiração Bucal e suas relações com o Crescimento Facial e

Oclusão Dental

De acordo com CORDEIRO (1994), os efeitos da respiração bucal no

desenvolvimento da má oclusão dental tem sido muito discutidos na literatura

odontológica. A respiração bucal altera o crescimento e desenvolvimento normal

da face e oclusão dos dentes, em função do desequilíbrio que ela provoca nas

relações entre os três sistemas de tecidos: muscular, ósseo e dental.

Quando a boca é mantida constantemente aberta, os músculos

responsáveis pelos movimentos verticais da mandíbula exercem uma força sobre

este osso, deslocando-o para trás no ato de inspirar o ar.

Com o tempo, este mecanismo pode alterar a posição da mandíbula e

dos dentes inferiores que assumem uma relação distal quando comparados com

a oclusão normal. A língua não é mantida em contato com o palato devido à

posição baixa da mandíbula e os dentes superiores ficam desprovidos de seu

suporte muscular.

Assim sendo, há um desequilíbrio entre as forças musculares internas

e externas que atuam na cavidade bucal e a pressão lateral que o bucinador

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exerce sobre o arco maxilar é responsável pela sua contração. O lábio superior é

curto, hipoativo e modifica muito pouco a posição dos incisivos superiores. O

lábio inferior apoia-se entre os incisivos superiores e inferiores e torna-se um

fator que alerta a posição desses dentes, projetando os superiores e

movimentando os inferiores lingualmente, sobretudo durante o processo de

deglutição. (CORDEIRO, 1994)

Por outro lado, as alterações no padrão esquelético da face são

evidentes nas crianças que respiram pela boca. Relações angulares da base

anterior do crânio com os planos palatal, oclusal e mandibular são maiores nos

respiradores bucais. A altura total anterior da face e a altura facial anterior

superior são significativamente maiores.

A maxila e mandíbula são mais retrognáticas e o ângulo goníano é

mais aberto. A altura total posterior da face é reduzida e o crescimento vertical

da face é predominante.

SOOD e VERMA (1966), resumiram as crenças predominantes entre

os dentistas sobre a relação causal entre a maloclusão e a respiração bucal:

1- os incisivos superiores se projetam e se afastam uns dos outros,

devido à perda dos efeitos de moldagem dos lábios quando

fechados;

2- o arco superior é estreitado, devido à perda o efeito de moldagem

da língua;

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3- a maxila assume a forma de um V, devido à contração dos

segmentos bucais e à protrusão dos dentes anteriores.

HANSON et al (1988), afirma que é comum acontecer desvios nos

estudos que envolvem seres humanos. Os resultados das pesquisas que

relacionam respiração bucal com a oclusão são inconsistentes. Uma das maiores

razões para esta inconsistência é a subjetividade de se determinar se um

paciente respira predominantemente pela boca ou pelo nariz. Na realidade, a

maioria das pessoas respira predominantemente de uma ou de outra forma e os

métodos para se estabelecer o grau de predominância da forma de respiração

são subjetivos, sendo raramente considerados.

2.2 Alterações no Organismo

De acordo com ENLOW (1982), a correção precoce da respiração

bucal, antes dos seis anos de idade, pode levar a regressões espontâneas

destas deformidades. Quanto mais tardio, maior a probabilidade de ter que

associar tratamento ortodôntico e terapia fonoaudiológica. Além da necessidade

de se tratar a síndrome da face alongada com visão multidisciplinar, dirigida para

as peculiaridades individuais de cada paciente, é necessário aceitar que nem

sempre a idéia de um resultado ideal coincide com resultado obtido pelo padrão

individual.

Conforme HANSON et al (1988), basicamente, qualquer obstrução na

passagem aérea nasal pode causar a respiração oral. Este hábito não é

resultado de indolência. Em alguns pacientes, os músculos antigravitacionais da

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língua, maxila e mandíbula não se desenvolveram adequadamente, de modo que

sua tonicidade de repouso não corresponde à necessária atividade para executar

a tarefa de manter a elevação normal e permitir o fechamento dos lábios sem

esforço. Estes pacientes podem continuar a respirar pelo nariz, mesmo estando

com a boca entreaberta. No entanto, ocorrendo ou não respiração bucal, tanto a

dentição como a deglutição são afetadas.

2.2.1 Alterações na Região Oro-Naso-Faringeana

Narinas: perdem volume e elasticidade pelo desuso.

Nasofaringe: proliferação de adenóides devido a falta de ventilação.

Conforme BENCH (1995), as fossas nasais são o início da árvore

respiratória. Estão divididas pelo septo nasal, que é formado por uma estrutura

osteocartilaginosa. A porção mais externa do nariz é chamada de narina, e a

mais interna, que está em contato com a rinofaringe, é chamada de coanas.

A parede externa ou lateral é composta de três saliências

osteomucosas, denominadas cornetos. Os cornetos se inserem na parede

lateral, em sentido anteroposterior de tamanho decrescente de baixo para cima,

e possuem uma extremidade posterior ou cauda e uma porção intermediária ou

corpo. Os espaços existentes entre eles são denominados meatos. O meato

mais importante é o médio, pois ali drenam os seios frontal, maxilar e etmóide

anterior; no meato superior drenam os seios esfenóide e etmóide posterior; e no

meato inferior desemboca o canal lacrimonasal.

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Ainda de acordo com o mesmo autor, as fossas nasais são cobertas

por uma mucosa denominada pituitária, muito vascularizada, tendo no seu

interior verdadeiros lagos venosos onde, principalmente a nível de cornetos,

sofrem alterações de ingurgitamento (alergias, resfriados).

É revestida na superfície por uma camada epitelial, com estrutura

histológica cilíndrica ciliada vibrátil.

As fossas nasais são importantes na fisiologia respiratória, tendo as

funções de filtragem ou purificação, o aquecimento, a umidificação do ar

inspirado e a olfação.

Cavidade bucal: estreitamento do maxilar, devido ao estiramento da

musculatura peri-bucal (a boca está sempre aberta para coletar ar), o

palato torna-se profundo e ogival, pois não existe a ação da língua e a

pressão do ar nas narinas. As gengivas sangram com facilidade, por

estarem expostas constantemente e há um acúmulo de placa

bacteriana, devido ao excesso de muco aderido aos dentes.

Respiração: o ar, ao entrar diretamente pela boca, sem a ação das

narinas; de filtragem, aquecimento e umidificação, é ingerido, isto

mesmo, é “ingerido”, pois parte dele é deglutido e vai para o sistema

digestivo. A outra parte consegue chegar aos pulmões, mas como

chega “frio” e “sujo”, provoca complicações pulmonares e a hematose

fica reduzida.

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Maxilar e Mandíbula: hipodesenvolvimento devido à musculatura estar

estirada e a direção das exigências funcionais musculares estarem

alteradas.

Dentição: devido ao hipodesenvolvimento do maxilar e da mandíbula,

há um espaço menor para a irrupção dentária adequada no tempo e

no espaço. Com isto ficam alterados os movimentos telcológicos

dentários normais.

Ouvidos: é freqüente a obstrução das Trompas de Eustáquio por

secreção e falta de aeração das vias respiratórias, ocasionando

alterações timpânicas.

2.2.2 Alterações no Traçado do Eletroencefalograma

De acordo com DAL PONT (1973), o EEG (Eletroencefalograma)

normal é feito com um teste de hiperventilação, no qual o paciente é obrigado a

fazer uma respiração rápida e com volume de ar bem grande pela boca, durante

3 minutos.

O respirador bucal como já tem uma deficiência de ar no seu dia-a-dia,

ao ser forçado a um exercício contínuo de hiperventilação o seu cérebro entra

em alcalose muito rapidamente, originando um traçado inadequado, podendo

apresentar pontas, que traduzem, à interpretação do profissional, uma doença

que muitas vezes a criança não tem, pois quem analisa o EEG geralmente não

vê o paciente e mesmo que o visse, teria que estar alertado para este problema.

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2.2.3 Postura Corporal

Conforme ELOW (1982), menciona como é a postura corporal da

criança que tem respiração bucal:

Cabeça: a criança respirador bucal, para conseguir respirar melhor,

flete o pescoço para frente, retificando o trajeto das vias respiratórias,

fazendo o ar chegar mais rápido da boca aos pulmões.

Pescoço e tórax: ao fletir o pescoço para frente, toda a musculatura do

pescoço e cintura escapular fica comprometida. Com esta posição

anômala, a coluna cervical fica retificada, perdendo a sinuosidade

natural. Num encadeamento, as omoplatas ficam elevadas e a região

anterior do tórax fica deprimida. Num encadeamento, as omoplatas

ficam elevadas e a região anterior do tórax fica deprimida. Com todo

este comprometimento muscular, a criança passa a fazer uma

respiração mais rápida e curta, criando uma deficiência de

oxigenação. Neste processo, a ação do diafragma é pequena,

levando-o ao relaxamento, o mesmo acontecendo com o músculo

reto-abdominal, que associado a ingestão constante de ar, leva a

criança respiradora bucal a ter uma “barriguinha”.

Membros Superiores e Inferiores: com todo este comprometimento

muscular, a postura dos braços e pernas também fica comprometida,

pois, para equilibrar o corpo, que tende a ir para a frente e para baixo,

ela cria compensações que afetam o equilíbrio geral do corpo. Como

exemplo, observamos uma criança respiradora bucal ao correr. Se ela

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tropeçar e cair, fatalmente baterá com o rosto no chão, pois, os braços

estão para trás, mantendo o equilíbrio corporal.

2.2.4 Metabolismo Basal

Desde a mastigação até a exoneração do bolo fecal, encontra-se

alterações, menciona ELOW (1982). A mastigação é, praticamente, só vertical,

não fazendo movimentos de lateralidade e, por conseguinte não conseguindo

macerar folhagens, fibras e outros alimentos que requeiram a ação de

maceração. Com isto, é difícil encontrar-se uma criança respiradora bucal que

goste de folhagens e fibras. Em geral, alimenta-se mal e pouco, porque ao

deglutir o bolo alimentar tem que competir com a respiração, que também é

bucal.

A absorção dos alimentos a nível intestinal é prejudicada pela

ausência de celulose, que prejudica a exorterição do bolo fecal.

2.3 Tipos de Exames e Procedimentos

De acordo com SIMÕES (1985), o miologista orofacial deve ser

treinado para determinar, depois de receber o histórico do caso e examinar a

cavidade oral, se há necessidade de encaminhamento do paciente a um médico

para uma avaliação mais completa. Se ele concluir que o hábito pode ser apenas

funcional, deverá ajudar o paciente a eliminá-lo, numa primeira etapa do

tratamento da deglutição atípica. Se não, será necessário encaminhá-lo a um

otorrinolaringologista ou alergista. A maioria dos pacientes que respiram

habitualmente pela boca podem atualmente ser tratados com sucesso através da

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cirurgia, medicação ou medidas de dessensibilização. Sendo ou não necessário

o tratamento médico, o paciente consegue desenvolver mais efetivamente a

respiração nasal com a ajuda de um terapeuta.

Na maior parte dos casos, os pacientes são levados ao Ortopedista

Funcional dos Maxilares devido a alguma anomalia visível na arcada dentária.

2.3.1 Respiração

ELOW (1982), menciona que testa-se a forma de respiração

colocando-se um espelho ao nível das narinas, primeiro num orifício, depois no

outro. Com este teste simples, obtêm-se a principal característica do respirador

bucal, se a respiração é nasal ou bucal.

2.3.2 Exame radiológico

SIMÕES (1985), relata que neste exame, obtêm-se os seguintes

dados do paciente:

a) perfil mole da face;

b) trajeto das vias aéreas superiores (presença ou não de adenóides

ou outras anomalias);

c) crescimento e desenvolvimento dos ossos;

d) número e forma dos elementos dentários (verifica-se agenesias);

e) presença de doenças, tais como tumores ósseos.

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2.3.3 Exame fotográfico

ELOW (1982) é registrado fotograficamente a boca, cabeça (de frente

e perfil), corpo inteiro (frente e perfil). Com este procedimento, obtêm-se uma

imagem de toda a criança, com a qual pode verificar-se todos os sinais descritos.

2.3.4 Moldagem

Segundo SIMÕES (1985) é feito uma moldagem das arcadas

dentárias e reprodução em gesso para fazer-se um estudo dos vários índices de

crescimento das arcadas e das posições dentárias.

2.4 Conseqüências da Respiração Bucal sobre os Dentes e a Face

Para SOUCHARD (1989) a respiração bucal pode trazer alterações na

arcada dentária e até mesmo no crescimento da face.

Ainda conforme o mesmo autor, quando a criança nasce, respira pelo

nariz, porém algumas interferências como alergias, adenóide, hipertrofia das

amígdalas, rinites, bronquites... podem inverter a situação e a criança passa a

usar a boca para respirar, piorando a qualidade do ar até aos pulmões.

Por sua vez, a língua toma-se uma posição diferente na tentativa de

fazer o papel do nariz (limpar, umidificar e aquecer o ar), porém esse

posicionamento pode causar prejuízos como:

• língua com ponta baixa e a base alta estimula o crescimento da

maxila (osso maxilar) e inibe o da mandíbula.

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• língua totalmente rebaixada estimula o crescimento da mandíbula.

• língua entre os dentes leva a uma abertura entre as arcadas

(mordida aberta anterior).

Segundo SOUCHARD (1989), crianças abaixo de 3 anos, com

respiração bucal em decorrência de adenóide e/ou hipertrofia de amígdalas,

submetidas à cirurgia geralmente restabelecem a respiração nasal, não havendo

necessidade de tratamento fonoaudiológico. De 3 a 8 anos podem ou não

readquirir a respiração correta, e acima de 8 anos permanece a respiração bucal

havendo necessidade de tratamento fonoaudiológico.

Ainda de acordo com SOUCHARD (1989), deve lembrar-se que a

respiração bucal pode estar associada a uma certa flacidez dos músculos da

mastigação responsáveis pela elevação da mandíbula. Portanto, a terapia consta

da aprendizagem do uso do nariz e do fortalecimento da musculatura bucal.

Aspecto facial: a face da criança respiradora bucal é reportada na

literatura médica RECAMIER (1985), como a Síndrome da Face Longa, que se

caracteriza pela boca aberta, olhar embaçado, lábios com tônus inadequado,

sendo que o lábio superior é curto e o inferior evertido e geralmente maior que o

superior. O aspecto geral é de uma criança abobalhada, distraída e ausente.

Os pais e profissionais como o otorrinolaringologista, o pediatra, o

dentista... devem estar atentos à necessidade de tratamento respiratório para

promover a respiração correta e um crescimento harmonioso da face.

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CONCLUSÃO

Pode-se perceber através da pesquisa teórica, que o estudo é

fundamental para poder avaliar, diagnosticar, reabilitar e entender o motivo que

levou às alterações encontradas no respirador bucal. Também foi possível

perceber a importância das áreas afins partilhar deste conhecimento para

direcionar o paciente dando condições de uma reabilitação ideal e satisfatória.

Contudo, é necessário enfatizar que os mamíferos, inclusive o

homem, respirem de modo preferencial pelo nariz. A criança que respira

habitualmente pela boca, desenvolve freqüentemente um cortejo de adaptações

posturais e alterações de função, que podem modificar o padrão de crescimento

normal do maciço facial. Daí, a importância dos profissionais de saúde no

diagnóstico clínico e etiológico do respirador bucal.

Importante ter também em mente a necessidade de um tratamento

multidisciplinar, por exemplo, freqüentemente após um tratamento cirúrgico

(amigdalectomia, adenoidectomia, tubinectomia), é necessário complementar

com métodos ortopédicos (expansão do maxilar), mioterapia orofacial e

exercícios respiratórios. Freqüentemente, também faz-se primordial um

tratamento ortodôntico para corrigir má oclusão residual ou irregularidades

dentárias.

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A correta respiração e a correta postura são dois hábitos intimamente

ligados.

No que diz respeito à respiração, convém ter sempre presente que, na

respiração correta, o ar deve ser aspirado e expirado unicamente pelo nariz.

Na respiração nasal, o ar penetra nos pulmões filtrado e aquecido. No

processo respiratório normal, o ar absorve a temperatura do corpo antes de

atingir os pulmões. Por isso, esse tipo de respiração é mais eficiente e saudável,

principalmente nos climas frios.

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BIBLIOGRAFIA

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