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Processo: Sequência de atos jurídicos, que são ordenados em fases sucessivas com
vistas a um objetivo, nomeadamente a resolução de um litígio. Que atos são estes
que entram nesta sequência do processo?
Num processo em tribunal, qual é o primeiro ato? Num processo cível, o primeiro
ato é a propositura da acção, seguindo-se depois todo um conjunto de atos que
culmina na decisão proferida pelo Juiz, podendo haver recurso ou outros meios de
resolução. (Incidentes processuais- quando algo não segue toda a linearidade do
processo normal).
Como é que vamos deinir cada um dos tipos de processo? Tendo em conta a
matéria.
1. A noção de negociação
A negociação pode ser deinida como um processo de RAL através do qual uma ou
ambas das partes modiicam as suas exigências até alcançarem um compromisso
aceitável para ambas. De acordo com esta deinição, somos todos negociadores. A
deinição de negociação aplica-se a qualquer meio de resolução de litígios não
2. Modelos de negociação
ser justo para todos. É a melhor forma de ultrapassar impasses baseados numa
postura agressiva ou defensiva das partes.
Deinição (art. 2.º LM): “forma de resolução alternativa de litígios, realizada por
entidades públicas ou privadas, através do qual duas ou mais partes em litígio
procuram voluntariamente alcançar um acordo com assistência de um mediador de
conlitos”.
A pepsi tem que provar que obteve aquela informação por outra via para efeitos
indemnizatórios por incumprimento da conidencialidade da mediação.
A mediação em Portugal
a) Noção
Mediação
trabalho do mediador na reabertura das pessoas aos diálogos, tentando que a sua
intervenção seja o menos visível possível, embora determinante. Quanto menos se
notar a presença do mediador no que diz respeito ao conteúdo do litígio, melhor
este seria. Já o modelo interventor pressupõe uma postura mais ativa do mediador,
não se limitando a trazer as partes ao diálogo, mas agindo também ao nível do
mérito da questão. Um dos pontos de discórdia é possibilidade de o mediador
apresentar propostas de acordo. Na mediação facilitadora tal não é admissível.
Quando a lei, o Estado ou os juristas se referem a mediação, estão a falar de
mediação facilitadora. Esta opção resulta da nova lei de mediação quando
determina como dever do mediador, no artigo 26º b) LM, que este se abstenha de
impor qualquer acordo aos mediados. Por esta razão, porque o sistema adquiriu ou
tem vindo a adquirir o conceito desta forma, parece-me melhor restringir a
mediação à mediação facilitadora, deixando de fora outros modelos mais
interventivos. A mediação praticada nos Julgados de Paz e nos sistemas públicos de
mediação obedece a este modelo, assim como a formação obrigatória a que os
mediadores estão sujeitos para poderem exercer a proissão de mediadores (Artigo
24º LM). Mediação será assim apenas o método de RAL em que o mediador auxilia
as partes a comunicarem, conduzindo-as ao caminho do acordo que entendam
como possível ou adequado. O mediador é essencialmente um facilitador, alguém
que coloca as partes no trilho seguro e não as deixa desviar dos seus reais
interesses. É a descoberta dos interesses que permite chegar a um acordo
verdadeiramente paciicador. Repare-se que esta restrição não é uma crítica aos
modelos mais interventivos de mediação. Pelo contrário, no entendimento de
Mariana França Gouveia parece que conforme as situações concretas em disputa
poderá fazer sentido que o mediador assuma uma postura de maior ingerência.
Estes outros modelos de mediação não deixam de ser bons, apenas constata que o
nosso sistema jurídico assumiu que não são mediação.
c) As convenções de mediação
d) A Mediabilidade
Uma questão diferente desta é a do âmbito dos litígios mediáveis. A diretiva, no seu
artigo 1º nº2, restringe os litígios mediáveis àqueles que respeitem a direitos
disponíveis. Inicialmente, a legislação portuguesa que a transpôs para o Código de
Processo Civil não incluiu qualquer restrição: o artigo 249º-A nº1 CPC admitia a
mediação de qualquer litígio. A mediação é, aliás, aplicável em domínios de clara
indisponibilidade como o Direito Penal ou o Direito da Família. Defendi, então,
que o critério da Mediabilidade se reconduzia ao da disponibilidade, visto
entender que se aplicava o critério estabelecido para a transação judicial no artigo
289º. Esta posição ica, porém, prejudicada com a alteração introduzida pela LM,
que regula expressamente esta matéria no artigo 11º. De acordo com este preceito,
são mediáveis os litígios de direito civil e comercial, deixando em aberto, portanto,
a possibilidade de mediação de conlitos de outras áreas que não tenham caráter
patrimonial. Assim acontece, por exemplo, com a mediação penal porque prevista
em lei especíica, a Lei nº20/2007 de 12 de junho; com a mediação familiar porque
prevista no artigo 1774º CC e no despacho que a regulamenta. Já a mediação
laboral está limitada, nos termos do protocolo que a criou, aos litígios relativos a
direitos disponíveis. Fora destes casos, e de outros previstos em legislação em
legislação extravagante, a mediação só pode ocorrer em litígios que respeitem a
interesses de natureza patrimonial. É este também, desde a LAV de 2011, o
critério da Arbitrabilidade, conforme o artigo 1º nº1 LAV. O critério da
patrimonialidade foi importado das leis de arbitragem suíça e alemã, visando
precisamente resolver as diiculdades de aplicação que o critério da disponibilidade
colocava. No fundo, no âmbito privado da disponibilidade (a liberdade) é o valor
regra e a circunstância de, em certos casos, ser necessário um reforço de proteção
individual (através de normas imperativas) nada tem a ver como modo como o
litígio se resolve. Este raciocínio é seguramente válido para a arbitragem onde os
árbitros decidem de acordo com o direito constituído, não havendo qualquer
intervenção da vontade das partes no conteúdo da decisão.
Ora, esse contrato estará limitado aos direitos que as partes podem dispor, ou seja,
aos direitos disponíveis. Desta linha de pensamento se retiraria que não podia
haver mediação em litígios representantes a direitos indisponíveis, na medida em
que o acordo das partes nenhum valor jurídico tem. Este raciocínio não é, porém,
correto.
9ºLM. Mas para além destas há outras formas de conferir força executiva a um
acordo obtido em mediação, de que tratarei mais à frente. Falaremos mais
separadamente de cada uma destas questões, homologação(1) e
executoriedade(2), começando pela primeira.
1) O juiz tem, primeiro, de veriicar a qualidade das partes para aferir se estas têm
capacidade e legitimidade para concluir o acordo, o que se analisa nos termos
gerais. Depois tem de examinar o objeto da transação, primeiro determinando se
pode ser transacionado e de seguida se tem idoneidade negocial.
Repare-se que o artigo 594º nº3 do CPC relativo à conciliação determina que o juiz
tenha em vista a solução de equidade mais adequada ao litígio.
Independentemente da noção de equidade que se adote, é seguro a solução a que
se chega hoje através da equidade não é idêntica extraída do direito positivo. Por
outro lado, a norma sobre transação na LAV, o artigo 41º, estabelece
posteriormente como limite a ordem pública, conceito que não inclui todas as
normas imperativas do nosso OJ, mas apenas aquelas que lhe são essenciais. Por
estas razões, o padrão de análise do juiz nunca pode ser senão o da ordem pública.
O juiz pode não saber se não estão a ser aplicadas normas imperativas porque não
é possível aplica-las não havendo uma versão factual determinada. Assim, em
conclusão, o juiz deve limitar-se a analisar se o conteúdo do acordo viola a ordem
pública, entendendo-se essa como o conjunto dos princípios fundamentais do nosso
OJ. Estabelece, por im, a LM que, caso haja recusa de homologação, o acordo não
produz efeitos e é devolvido às partes. Estas podem, num prazo de 10 dias renovar
o pedido de homologação, supridos os aspetos que implicaram a não homologação.
Esta disposição implica, assim que a decisão de não homologação tenha de ser
fundamentada.
f) Conidencialidade
É a própria CRP que determina que existem tribunais arbitrais e o poder jurisdicional
dos árbitros (artigo 209º nº2). Os poderes que são conferidos aos árbitros resultam
de um contrato.
Será mais barato? Em muitos casos torna-se mais caro esta arbitragem do que o
processo judicial. A opção à arbitragem seria a designação de outro foro. No
entanto, a arbitragem confere muito mais liberdades às partes, e em determinados
casos, muito mais cómodas. Regra supletiva é a de que não há recurso.
A teoria adoptada na deinição de arbitragem tem sido a teoria mista, que defende
que a arbitragem voluntária está a meio caminho entre o julgamento da autoridade
judicial e o contrato livremente consentido pelas partes: o árbitro julga, mas não
exerce as funções públicas de um juiz. A doutrina atual tem adotado esta última
tese, na media em que falamos de algo que tem, sem qualquer dúvida, um
fundamento contratual (a convenção de arbitragem), mas constitui uma atividade
jurisdicional e conduz a uma decisão com eicácia jurisdicional. Prova deste caráter
misto é a eicácia executiva da decisão arbitral, por um lado, e a limitação da
competência do tribunal arbitral, por outro, à convenção de arbitragem. Marca
ainda, desta qualidade jurisdicional são garantias que a lei da arbitragem voluntária
estabelece para o processo arbitral, um processo arbitral só será reconhecido com
todos os seus efeitos se cumprir as regras mínimas do processo justo. Como se
vem tornando habitual dizer, a arbitragem voluntária é contratual na sua
origem, privada na sua natureza e jurisdicional na sua função.
No que diz respeito à Arbitrabilidade dos litígios de consumo não tem sido
fonte de problemas em Portugal, até porque proliferam os centros de
arbitragem com esta competência. Mas aí, na maioria dos casos, o que tem
atribuído competência ao tribunal é a adesão unilateral e prévia do
consumidos. O que signiica que a existência e sucesso destes centros não
tem passado por cláusulas compromissórias celebradas com consumidores.
Por outro lado, tem sido reconhecida a possibilidade de convenção de
arbitragem não exclusiva, mesmo em litígios civis ou comerciais. Face a
estas considerações, Mariana França Gouveia considera que o mais
adequado face ao espírito da LCCG, embora não a sua letra, é admitir que a
convicção de arbitragem em cláusulas contratuais gerais com consumidores
não é exclusiva para o consumidor, ou seja, este poderá optar entre propor
acção no tribunal estadual ou no tribunal arbitral.
Nos termos do artigo 2º nº1 LAV, a convenção de arbitragem deve adotar
a forma escrita. A falta de forma escrita da convenção arbitral gera a sua
nulidade nos termos do artigo 3º LAV. Esta nulidade implica a
incompetência do tribunal arbitral para dirimir o litígio, pelo que é
fundamento de anulação de sentença arbitral -Artigo 46º nº3 a) i)
LAV. Importa perceber a razão de exigência de forma escrita, repare-se que
a convenção arbitral tem necessariamente forma escrita, mesmo que o
contrato a que diga respeito não esteja a ela sujeito e tenha inclusive, sido
celebrado oralmente. Mariana França Gouveia considera que as razões de
forma são várias, todas elas tendo importância e sendo suicientes para
justiicar a regra especial. Em primeiro lugar e evidentemente, a gravidade
dos efeitos da celebração de uma convenção de arbitragem. O direito
potestativo de constituição de tribunal arbitral implica a renúncia ao direito
de acção judicial, trata-se do efeito negativo do princípio da competência da
competência. A constituição imediata de um direito potestativo justiica a
maior exigência de forma. Parece, a Mariana França Gouveia, que a
exigência de forma se explica pela necessidade de clareza quanto á
existência, objeto e conteúdo da convenção. Embora a renúncia a parte do
direito de acção, que na sua totalidade é totalmente indisponível, seja
importante, julgo que a questão da segurança na existência e execução da
convenção é mais relevante para a existência da forma escrita. Assim, o que
interessa é que haja possibilidade de determinação quanto a estes aspetos
ainda que não seja inteiramente claro, como se alcançou essa clareza ou se
houve realmente adesão de ambas as partes à convenção. A precisão que a
nova LAV incorpora no seu artigo 2º nº3 vai justamente nesta direção. A falta
de forma escrita da convenção arbitral, gera a sua nulidade, nos termos do
artigo 3º da LAV. Esta nulidade implica a incompetência do tribunal arbitral
para dirimir o litígio, pelo que é fundamento de anulação da sentença
arbitral, de acordo com o artigo 46º nº3 a) i) LAV. Esta nulidade pode, porém,
ser sanada pela sua não invocação. Nos termos do artigo 18º nº4 LAV a
nulidade tem de ser invocada até à apresentação da defesa, icando depois
precludido o fundamento de anulação (46º nº4 LAV). A convenção de
arbitragem tem um conteúdo essencial ou obrigatório e um conteúdo
facultativo. O conteúdo essencial é determinado pela lei, como constante do
artigo 2º nº6 da LAV. O não cumprimento deste requisito gera a nulidade da
convenção de arbitragem. O necessário para esta determinação é mais, uma
vez, a segurança na atribuição de jurisdição do tribunal arbitral, pelo que
não se trata aqui de qualquer precisão do objeto da acção, mas tão só
identiicação da situação jurídica. O não cumprimento deste requisito gera a
nulidade da convenção (artigo 3º LAV)
A nulidade do contrato em que se insira uma convenção de arbitragem não
implica a nulidade desta. Esta é a regra geral da autonomia da convenção
arbitral face ao contrato onde ela está inserida e consta do artigo 18º nº3
LAV. Esta questão tem muita importância, pois impede a invocação da
nulidade do contrato como expediente de desaforamento do tribunal arbitral.
Isto não signiica que essa invalidade não possa ser alegada, assim como a
invalidade especíica da convenção de arbitragem. Mas, nestes casos, o
próprio tribunal arbitral tem competência para decidir sobre a sua
competência.
b) Arbitrabilidade
c) O Processo Arbitral
A LAV regula apenas alguns aspetos relativos ao processo arbitral. O Artigo 30º LAV
determina que as partes podem escolher a tramitação desde que o façam até à
aceitação do primeiro árbitro. O acordo pode consistir na criação de um processo
especíico ou na simples remissão para regulamentos de centros de arbitragem
institucionalizados, legislações nacionais ou quaisquer outros instrumentos
normativos. Na falta de elaboração pelas partes, as regras são determinadas pelos
árbitros que têm as mesmas opções: criação de regras próprias ou remissão para
regras pré-estabelecidas (artigo 30º nº3 LAV). A lei não estabelece em que
momento devem os árbitros criar as regras de tramitação processual, nem o modo
de o fazer. Tal omissão só nos pode levar a concluir que a competência processual
do tribunal arbitral é permanente, isto é, que subsiste durante toda a arbitragem.
Claro que é aconselhável a elaboração de regras num momento inicial, na primeira
reunião dos árbitros ou dos árbitros com as partes. Diicilmente se poderá
prosseguir o processo arbitral sem essas regras. A sua falta pode geral instabilidade
grave no processo arbitral, constituindo violação das regras processuais mínimas e,
logo, do princípio do processo equitativo. É, portanto, aconselhável que se elaborem
as regras de tramitação processual no momento inicial do processo, de preferência
na primeira oportunidade. Questão diferente desta é o modo de elaboração dessas
regras. A LAV atribui a competência aos árbitros, mas é também recomendável que
se procure a sua colaboração neste trabalho. Conseguir a sua cooperação e acordo
pode ser importante para afastar a posterior invocação de vícios geradores de
anulabilidade da sentença arbitral. A doutrina tem sugerido a marcação de uma
reunião preliminar entre os árbitros e as partes precisamente para a escolha e
elaboração das regras de tramitação processual. A escolha de regras do CPC é
contraditória com a natureza alternativa da arbitragem. Uma das vantagens deste
meio de resolução de RAL é, precisamente a possibilidade de criar regras
processuais lexíveis, quase casuísticas, que permitam um tratamento célere e
adequado do caso. Um dos dilemas do processo civil é ser uma forma rígida, onde
têm de caber todos os casos da vida, independentemente das suas diferentes
características. De acordo com o novo dever de gestão processual, hoje consagrado
no artigo 6º do CPC e o princípio da adequação formal, constante o artigo 547º do
mesmo código, o juiz, enquanto diretor do processo, tem o dever de adotar a
tramitação processual adequada à causa, adaptar o conteúdo e a forma dos atos
processuais ao im que visam atingir, garantir que não são praticados atos inúteis e
adotar os mecanismos de agilização processual previstos na lei. Este dever de
gestão processual estabelece um poder-dever que consiste na obrigação do juiz
fazer uma aplicação criteriosa das regras processuais. O juiz ica obrigado a uma
relexão crítica sobre toda a tramitação. Assim, o acento tónico nas regras
processuais arbitrais é a lexibilidade. É pressuposto que se procure o melhor
conjunto de regras processuais para o que se antecipa que venha a ser aquele
conlito, tendo em conta também os advogados que representam as partes e a sua
Nos termos dos artigos 202º são órgãos de soberania com competência para
administrar a justiça em nome do povo (nº1, nº2 e nº3);
Artigos 209º a 214º da CRP;
Tribunais Constitucional; tribunais judiciais, tribunais administrativos e
iscais, tribunais de contas, tribunais marítimos, tribunais arbitrais e julgados
de paz;
1.1 Tribunais de
Primeira Instância
(Comarca)
1. Supremo Tribunal de
Jusiça
1.2 Tribunais de
Segunda Instância
2. Supremo Tribunal (relação)
Categorias de Tribunais Administraivo e
(Arigo 209º CRP) demais tribunais
administraivos
3. Tribunal de Contas
Competência especializada;
Competência genérica;
Proximidade (principal novidade da reforma de 2016).
Juízos designam-se pela competência e pelo nome do município em que
estão instalados.
Central cível (valor > a € 50 000; central criminal (crimes mais graves); Local
criminal; Local de pequena criminalidade (crimes menos graves); Instrução
criminal; Família e menores; Trabalho; Comércio; Execução.
Podem ser criados juízos de competência especializada mista (haver um
juízo de competência cível, não se distinguindo entre o central cível e o local
cível)
Juízo local cível: processos de valor inferior a 50 mil euros.
Pode proceder-se à agregação de juízos.
Limites da competência:
1.Competência em
razão da Matéria
(Arigo 40º)
2. Competência em
razão do valor
(Arigo 41º)
Competência
3.Competência em
razão da hierarquia
4. Competência em
razão do território
1. Acções declarativas
1. Acções b)Acções de
Declaraivas Condenação
Acções Cíveis
2.Acções c)Acções
Execuivas Consituivas
Forma do Processo
2. Acções executivas:
1. Sentença condenatória
2. Documento exarados ou autenticados ou por outras entidades proissionais
com competência para tal, que importam constituição ou reconhecimento da
obrigação;
3. Títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos, desde que, neste caso, os
factos constitutivos da relação subjacente constem do próprio documento ou
sejam alegados no requerimento executivo.
4. Documentos a que, por disposição especial, seja atribuída força executiva;
Fim da execução:
Casos práticos:
1. Acção e Processo
A garantia da norma de direito civil que, como toda a norma jurídica requer a
possibilidade de ser imposta coativamente ser feita respeitar, postula a
recorribilidade aos tribunais para reintegrar as situações jurídicas afetadas pela sua
violação, prevenir violações ainda não consumadas ou exercer direitos potestativos
que não possam ser feitos valer extrajudicialmente. O recurso ao tribunal faz- se
mediante a propositura de uma acção. Por ela, o sujeito de direito privado, o autor,
deduz contra o outro, o réu um pedido, normalmente airmando-se como titular de
determinada situação jurídica para a qual requer a tutela do tribunal. Consoante o
tipo de pedido deduzido, a acção proposta diz-se declarativa ou executiva: é
declarativa quando o autor pede ao tribunal que declare a existência ou inexistência
de um direito ou de um facto jurídico (acção de simples apreciação), que condene o
réu na prestação de uma coisa ou de um facto a que o autor tem direito (acção de
condenação), ou que altere as situações jurídicas das partes em conformidade com
um direito potestativo do autor (acção constitutiva). É executiva quando visa a
reparação material de um direito violado, no pressuposto da sua existência.
1. Espécies de acções
que são exigidas aos outros processos, embora esperando que o tribunal resolva
sempre, de forma imparcial, e segundo a estrita observância das normas jurídicas
os conlitos de interesses, subordinando todos os interesses envolvidos à
salvaguarda ou defesa do interesse primordial que lhe cabe assegurar.
Estabelece o artigo 986º nº2 do CPC que, nos processos de jurisdição voluntária, o
tribunal pode investigar livremente os factos, coligir as provas, ordenar inquéritos e
recolher as informações convenientes, apenas sendo admitidas as provas que o juiz
considere necessárias. O princípio do inquisitório contrapõe-se ao principio
dispositivo. No primeiro caso, o poder de iniciativa e de direcção do processo cabe
ao juiz, o qual pode utilizar factos que ele próprio capte e descubra, sendo o
material de facto sobre o qual há de assentar a resolução, não só a que as partes
ofereçam, senão também o juiz conseguir trazer para o processo pela sua própria
atividade, disponde de um largo poder de iniciativa na colheita dos factos e nos
meios de prova. No segundo caso, são as partes que dispõem do processo. No
âmbito dos processos de jurisdição contenciosa, o juiz tem o dever de realizar ou de
ordenar, mesmo oiciosamente, todas as diligências necessárias ao apuramento da
verdade e á justa composição de litígio quanto aos factos de que lhe é lícito
conhecer; para este efeito, o juiz apenas pode conhecer os factos essenciais da
instrução da causa, os factos que sejam complemento ou concretização dos que as
partes tenham alegado e resultem da instrução da causa, desde que sobre eles
tenham tido a possibilidade de se pronunciar e os factos notórios e aqueles de que
o tribunal tem conhecimento pelo exercício das suas funções. Diversamente, no
âmbito dos processos de jurisdição voluntária, o tribunal não está dependente dos
facto direta ou indiretamente alegados pelas partes, seja qual for a função que os
mesmos desempenhem no processo, dispondo de ampla iniciativa probatória (989º
nº2 CPC). Esta prevalência do princípio inquisitório não signiica exclusividade pelo
que o mesmo deve ser complementado com o ónus de alegação da matéria de
facto e na fundamentação do pedido por parte dos sujeitos interessados, libertando
o tribunal da fundamentação exclusiva da matéria de facto alegada por estes e na
medida em que pode socorrer-se de factos que o juiz tenha apurado livremente.
Paralelamente ao reforço dos poderes de direção do processo por boa parte do juiz,
o princípio do inquisitório é também um dever de boa gestão processual, exigindo
ao juiz uma postura ativa na condução do mesmo processo, devendo diligenciar o
seu andamento célere, promovendo para tanto oiciosamente as diligências
adequadas ao normal desenvolvimento da lide e recusando o que for impertinente
ou dilatório, tudo com vista a alcançar uma justa composição do litígio em prazo
razoável. Nesta perspetiva, o princípio do inquisitório é um dos elementos de uma
lexibilidade processual, consagrada no princípio da adequação e no dever de
gestão processual. Existindo para colocar o processo civil ao serviço do cidadão.
Todavia, esta prevalência do principio do inquisitório na jurisdição voluntária é mais
evidente na iniciativa de recolha do material probatório e na amplitude do
conhecimento e da aplicação dos fundamentos de facto em que assentam as
questões submetidas à apreciação do órgão jurisdicional do que na condução ativa
do processo. Deste modo, o critério da prevalência do princípio do inquisitório
signiica que, comparativamente à jurisdição voluntária, na jurisdição contenciosa,
os poderes do juiz em matéria de instrução têm caráter subsidiário em confronto
com os poderes das partes, a quem sabe o impulso processual, a deinição exata e
concreta do litígio trazido a juízo, o oferecimento material de facto e as provas que
permitirão ao juiz conhecer o mérito da causa.
Estabelece o artigo 987º do CPC que, nas providências a tomar, o tribunal não está
sujeito a critérios de legalidade estrita, na medida em que deve adotar em cada
caso a solução que julgue mais conveniente e oportuna. Em regra, ao exercer a sua
atividade jurisdicional, o juiz deve aplicar aos factos o direito, julgando de acordo
com as normas jurídicas que se apliquem ao caso concreto. Esta adopção da
solução mais conveniente e oportuna que o julgador pode adotar nas providências a
tomar na jurisdição voluntária é usualmente qualiicada pela doutrina como
conigurando uma situação de prevalência da equidade sobre a legalidade estrita.
Em determinadas situações, os tribunais podem resolver a questão submetida à sua
apreciação segundo a equidade quando haja disposição legal que o permita,
quando haja acordo entre as partes e a relação jurídica não seja indisponível ou
quando as partes tenham previamente convencionado o recurso á equidade, nos
termos aplicáveis à cláusula compromissória. Deste modo, o julgamento pode
orientar-se em dois critérios diferentes: o critério da legalidade e o critério da
equidade. Enquanto que no primeiro caso o juiz tem de julgar aplicando aos factos
da causa direito constituído, ainda que em sua consciência, entenda que a
verdadeira justiça exigiria outra solução, seguindo outro critério. Esta julgamento de
acordo com a equidade não exige se oriente por conceitos abstratos de justiça, mas
sim a solução mais adequada ao caso concreto. Por ser turno, a expressão em casa
caso signiica que o julgador em vez de se orientar por conceitos abstratos de
humanidade e de justiça, deve olhar para o caso concreto e procurar descobrir a
solução mais conveniente para os interesses em causa. A decisão segundo critérios
de conveniência e de oportunidade não se resume à compatibilização do critério
geral e abstrato da lei vigente com a necessidade de uma justiça individualizadora.
Não existindo dois casos iguais, o julgador deve atender às circunstâncias objetivas
e subjetivas que a lei, geral e abstrata, não atende, recorrendo à equidade para
procurar a solução baseada na justiça do caso concreto, fazendo uso das regras da
boa prudência, do bom senso prático, da justa medida das coisas e da criteriosa
ponderação das realidades da vida. Nos procedimentos de jurisdição voluntária,
existem questões que devem ser resolvidas segundo critérios de estrita legalidade,
ainda que não estejamos perante questões relacionadas com os atos e formalidades
do processo ou com a idoneidade do meio processual. Embora a equidade se funde
também em razões de justiça concreta, mas de acordo com diretrizes jurídicas
dimanadas pelas normas positivas estritas, na jurisdição voluntária, o uso dos juízos
de conveniência e de oportunidade segundo um critério não normativo, está mais
próximo do conceito de discricionariedade. Na equidade, o julgador deve fazer
apelo aos critérios de adequação e de proporcionalidade à justa repartição dos
encargos e dos benefícios entre as partes, procurando procurar os interesses
globais. Ao aplicar os critérios de conveniência e da oportunidade na adopção de
uma solução em providências de jurisdição voluntária, o juiz não tem de estar
necessariamente sujeito aos critérios de adequação ou de proporcionalidade ou
proceder a uma justa repartição dos encargos e benefícios, especialmente quando
tenha que fazer prevalecer um interesse sobre os demais interesses em presença. O
juízo de conveniência implica que a solução adoptada satisfaça o interesse
prosseguido ao passo que o juízo de oportunidade implica que essa solução é
adoptada no momento adequado à satisfação da discricionariedade. Este critério de
prevalência da discricionariedade concede ao órgão jurisdicional uma certa margem
de liberdade de decisão perante o caso concreto quando possa por optar por uma
entre várias soluções possíveis. Ao fazer uso destes critérios, o julgador está
igualmente obrigado a fundamentar a sua decisão, explicando os motivos que
conduziram a essa margem de decisão, bem como à adopção de uma entre várias
das opções que considerou serem aplicáveis ao caso concreto. Em conclusão, na
jurisdição voluntária não estamos perante uma prevalência da equidade sobre a
legalidade, mas sim uma prevalência da discricionariedade judiciária sobre a
legalidade estrita.
Dispõe o artigo 988º do CPC que as resoluções podem ser alteradas, sem prejuízo
dos efeitos já produzidos, com fundamento em circunstâncias supervenientes que
justiiquem a alteração, dizem-se supervenientes tanto as circunstâncias ocorridas
posteriormente à decisão como as anteriores tanto as circunstâncias que não
tenham sido alegadas por ignorância como por outro motivo ponderoso. As decisões
ou resoluções proferidas nos processos de jurisdição voluntária não ganham, em
regra, a força de caso julgado, podendo ser alteradas desde que se modiiquem as
circunstâncias que determinaram essas decisões. Em sentido diverso, nos processos
de jurisdição contenciosa, depois de proferida a sentença, ica esgotado o poder
jurisdicional do juiz. No entanto, esta possibilidade de livre modiicabilidade das
decisões não é absoluta, já que o caso julgado forma-se nos mesmos termos em
que se formam nos processos de jurisdição contenciosa, mas aqui, não possui o
dom da irrevogabilidade na medida em que qualquer resolução pode ser livremente
alterada, embora haja transitado em julgado. Livremente alterada não signiica
alterada arbitrariamente, pois o tribunal tem de fundamentar a sua decisão e esta
instabilidade do caso julgado não vai até ao ponto de prejudicar os efeitos que
tenha produzido, a resolução anterior: esses efeitos subsistem. A nova resolução só
exerce a sua eicácia em relação ao futuro. Assim, este princípio da livre
modiicabilidade das resoluções não implica um menor valor, uma menor eicácia
de decisão, pois, na verdade, enquanto esta não for alterada nos termos e pela
forma processualmente adequada, a decisão impõe-se às partes, mas também a
terceiros afetados pela mesmo como até ao próprio tribunal. A avaliação das
circunstâncias supervenientes que podem justiicar uma alteração da decisão
anterior pressupõem necessariamente uma análise comparativa entre o estado
atual das coisas e aqueloutro que existia aquando do acordo ou da prolação da
decisão em vigor, apenas sendo possível concluir por uma alteração anormal e não
apenas uma mera evolução natural e previsível, obrigando o requerente a indicar a
factualidade que sustente essa alteração de circunstâncias e devendo fazê-lo de
forma concludente e inteligível. Contudo, a revogabilidade não pode constituir um
elemento caracterizador da jurisdição voluntária, uma vez que existem processos
não contenciosos que a não contemplam e atos ou processos de jurisdição
contenciosa que são revogáveis. Na verdade, esta regra deve ser restringida às
situações em que, pela sua própria natureza, admitem modiicações.
Estabelece o artigo 988º nº2 do CPC que das resoluções proferidas segundo
critérios de conveniência ou oportunidade não cabe recurso para o STJ. O supremo
tribunal de justiça é um tribunal de revista, e o fundamento especíico do recurso de
revista é a violação de lei substantiva ou processual pelo que que, não estando em
causa qualquer violação de lei substantiva ou adjetiva, nos casos em que as
resoluções tenham sido proferidas segundo critérios de conveniência ou de
oportunidade, não será admissível recurso para o Supremo Tribunal de Justiça.
Assim, a intervenção do Supremo Tribunal de Justiça nos processos de jurisdição
voluntária cinge-se à apreciação dos critérios normativos de estrita legalidade
subjacentes à decisão, de modo a veriicar se se encontram preenchidos os
pressupostos ou requisitos legalmente exigidos para o decretamento de certa
medida ou providência, em aspetos que não esgotem na formulação de um juízo
prudencial ou casuístico, iluminado por considerações de conveniência ou
oportunidade a propósito do caso concreto. Com efeito, a escolha das soluções mais
convenientes está intimamente ligada à apreciação da situação de facto em que os
interessados se encontram. Não tendo o STJ o poder de controlar a decisão sobre tal
situação, a lei restringiu a admissibilidade de recurso até à relação. A verdade,
todavia, é que esta limitação não implica a total exclusão da intervenção do STJ
nestes recursos, apenas a conina à apreciação das decisões recorridas enquanto
Muitos outros critério tem sido avançados para distinguir a jurisdição contenciosa
da jurisdição voluntária, designadamente a irrevogabilidade do caso julgado
perante a revogabilidade das decisões proferidas na jurisdição voluntária, o maior
ou menor formalismo dos procedimentos, o relevante papel conferido ao MP ou ao
juiz relativamente aos poderes inquisitórios, o caráter constitutivo da maioria dos
procedimentos de jurisdição voluntária, o interesse público ou social da jurisdição
contenciosa face ao interesse privado da jurisdição voluntária, o caráter preventivo
da jurisdição voluntária face ao caráter eminentemente repressivo da jurisdição
contenciosa. Esta heterogeneidade da jurisdição voluntária faz com que se possa
airmar que não existe só uma jurisdição voluntária, mas várias em que são
diversas as funções do juíz, diversos os seus poderes, as atividades que nele
exerce, os graus de estabilidade das decisões, os procedimentos. Por outro lado,
apesar do seu vasto campo de aplicação, a jurisdição voluntária é normalmente
considerada como misteriosa, desprovida de uma orientação cientíica própria,
difícil de entender, ignorada pela doutrina e para alguns, devido a essa falta de
deinição metodológica, uma criação artiicial do direito, o que o legislador poderia
facilmente eliminar do ordenamento jurídico. Ao incluir na competência dos
tribunais o julgamento de processos de jurisdição voluntária, o legislador pretendeu
que a prossecução de determinados interesses, em si mesmo de natureza privada,
mas cuja tutela é de interesse público, fosse iscalizada por entidades cujas
características são garantia de uma proteção adequada à natureza daqueles
interesses. Com essa inalidade, conferiu-lhes os poderes necessários para o efeito,
afastando, quando conveniente, certos princípios, conformadores do processo civil
em geral, que disciplinam a sua intervenção enquanto órgãos incumbidos de
resolver litígios que se desenrolam em partes iguais, perante as quais tem de
adotar uma posição de rigorosa imparcialidade. Assim, no domínio da jurisdição
voluntária, os tribunais podem investigar livremente os factos que entendam
necessários à decisão mais acertada, recolher as informações e as provas que
entendem como pertinentes, rejeitando as demais, proferindo decisões segundo
critérios de conveniência e oportunidade e, na generalidade dos casos, adaptar a
solução deinida à eventual evolução da situação de facto. Da própria natureza dos
procedimentos de jurisdição voluntária decorre a falta de rigidez da tramitação
processual, podendo o tribunal realizar atos ou formalidades não especiicamente
previstas ou omitindo aquelas que se revelem destituídos de interesse para o
exame ou decisão da causa. No entanto, se por um lado cabe às relações proferir a
última palavra quanto às medidas tomadas de acordo com critérios de conveniência
e oportunidade, por outro permite-se que a decisão assim que tenha sido proferida
possa ser modiicada de acordo com a evolução da situação de facto, em
afastamento da imutabilidade do caso julgado que, em regra, cabe ás decisões
judiciais transitadas que conheçam do mérito da causa. O objetivo, como facilmente
se alcança é o de possibilitar que, em cada momento, o interesse que a lei quer
proteger seja prosseguido da forma mais adequada. A existência de processos cuja
decisão é baseada na lexibilidade própria da conveniência e na oportunidade e que
não se adapta à rigidez da justiça e de normas gerais e abstratas, ainda que
contendo conceitos indeterminados, apelando ao bom senso do julgador e à
capacidade inventiva e ao talento improvisado do juiz, é uma realidade social
indubitável, especialmente no domínio das relações familiares, mas também
noutras relações em que estejam em causa interesses sociais relevantes como as
Julgados de Paz
judicial, previstos na CRP (209º nº2). A distinção dos tribunais comuns decorre de
diversos aspetos, devendo realçar-se a sua teleologia, o que tem depois
repercussão na sua forma de atuação e regime. Isto é, os julgados de paz praticam
uma justiça alternativa muito marcada pela proximidade e pela tentativa de,
através das fases de mediação e de conciliação alcançar uma solução por acordo.
Os julgados de paz são então, tribunais não judiciais ou mistos, tendo e, conta a sua
natureza obrigatória e os métodos que utilizam na resolução do conlito, procurando
sempre o acordo e afastando a concepção adversarial de litígio. A questão da
competência assume aqui papel importante. Desde a publicação da lei dos julgados
de paz se coloca a dúvida se a competência dos julgados de paz é ou não
obrigatória, isto é, se o autor é obrigado a propor a acção no julgado de paz quando
ele exista no concelho e tenha competência na matéria. O acórdão de
uniformização de jurisprudência de 24 de maio de 2007 decidiu no sentido da
alternatividade da competência dos julgados de paz. Os argumentos são vários,
desde a análise puramente normativa das regras aplicáveis até aos trabalhos
preparatórios da LJP, passando pela possibilidade de a acção inicialmente proposta
nos julgados de paz ser remetida aos tribunais judiciais. Este, aliás, parece ser o
argumento decisivo. Não faz sentido, de acordo com o acórdão, airmar que os
tribunais judiciais não têm competência para aquelas acções, se podem vir a tê-la
posteriormente, bastando que uma das partes deduza um incidente ou requeira a
prova pericial. O argumento deixou, porém, de fazer sentido face às as novas
redações, dadas pela lei 93/2013 de 31 de julho, ao artigo 41º, nos termos dos
quais o juiz de paz é competente para os incidentes processuais suscitados pelas
partes; e ao artigo 59º da LJP, nos termos do qual que a prova pericial é produzida
junto do tribunal judicial, mas o processo regressa depois ao juiz de paz. O acórdão
não foi tirado por unanimidade, tendo havido 3 votos contra esse sentido, um deles,
da Conselheira Maria dos Prazeres Beleza, deu lugar a voto de vencido. Nessa
declaração a conselheira rebate os argumentos da posição vencedora,
acrescentando uma ideia importante. Trata-se da circunstância de a alternatividade
ser unilateral, isto é, de caber ao autor escolher o julgado de paz ou o tribunal
comum, sendo obrigado o réu a segui-lo. Esta alternatividade unilateral é estranha
a qualquer meio de RAL, na medida em que estes procedimentos são por regra
voluntários, sendo exigida a adesão de ambas as partes. A solução consagrada pelo
acórdão de uniformização é difícil de entender, enquadrando-se mal no princípio da
igualdade das partes. Miguel Teixeira de Sousa rebateu, porém, este argumento,
fechando o ciclo: a voluntariedade é alargada ao réu, podendo este opor-se à
competência do julgado de paz onde a acção foi proposta. Embora defenda que os
julgados de paz não pertencem à jurisdição comum, inserindo-se numa outra,
diferente e própria, o autor entende que obrigar as partes a escolher uma justiça
alternativa é contraditório precisamente com a ideia própria da justiça de
proximidade oferecida por um julgado de paz. Miguel Teixeira de Sousa, entende,
por esta razão, que os julgados de paz terão apenas competência para a acção se
demandante e demandado concordarem nessa atribuição. Assim, numa acção
proposta num julgado de paz, o demandado poderá opor-se à submissão do seu
caso a essa jurisdição, impedindo, portanto, o julgado de decidir. Há uma clara
aproximação do regime dos julgados de paz à arbitragem, a jurisdição de paz passa
a ser uma jurisdição voluntária, dependendo para vontade consensual das partes.
Em coerência com o exposto, Miguel Teixeira de Sousa entende que as partes
podem celebrar um pacto de competência, atribuindo, nos termos do artigo 94º do
CPC, competência aos julgados de paz.
a) Princípios
b) Competência
Na matéria civil estão previstas algumas questões tratadas nos direitos reais
e no direito das obrigações; no entanto é importante tomar em consideração
a restrição prevista na alínea a) nº1 do artigo 9ºLJP que sofreu alteração com
a nova lei. Até 2013, não havia competência do julgado de paz para apreciar
e decidir acções destinadas a efetivar o cumprimento de obrigações
pecuniárias de que seja ou tenha sido credor uma pessoa coletiva. O im
desta restrição era para impedir a invasão dos julgados de paz pelos
chamados litigantes de massa.
A relação de Lisboa analisa em primeiro a questão da exclusividade ou
alternatividade da jurisdição de paz e só depois o problema interpretativo do
artigo 9º. Consagra uma nova interpretação da inalidade da norma em
questão, determinando que a norma não tem em vista afastar os grandes
litigantes, mas antes aqueles para quem não faz sentido a composição por
acordo. No entanto, Mariana França Gouveia não concorda com este
entendimento, reiterando novamente que a ratio legis do artigo 9º era, sem
qualquer dúvida, o afastamento dos litigantes de massa. Isto porque o
essencial da Justiça de Paz é a sua ilosoia de proximidade, algo impossível
de realizar se o número de processos for avalassador. Certo é, porém, que a
letra da lei acabou por excluir muito mais acções, na medida em que
abrange toda a litigância de comercial, seja ou não de massa. Nos dias em
que correm, toda a atividade económica, por mais pequena que seja, se
desenvolve através de uma sociedade comercial, e esta opção acabou por
signiicar uma exclusão importante e um algo injustiicada. Assim, a própria
justiça de paz foi, paulatina, mas irmemente, admitindo toda a litigância
comercial.
O Problema foi resolvido na nova redação do artigo 9º nº1 a) da LJP que
determina agora que os julgados de paz são competentes para as acções se
destinem a efetivar o cumprimento de obrigações com a excepção das que
tenham por objeto o cumprimento de obrigação pecuniária e digam respeito
a um contrato de adesão. Desaparece, portanto, qualquer referência à
pessoa coletiva, interessando tão só se a dívida decorre ou não de contrato
de adesão. Se decorrer, então o julgado de paz terá competência, se não
decorrer terá. Este critério é ainda adequado porque nos casos em que não
há contrato de adesão, terá havido uma negociação individual das
obrigações, o que faz presumir a conformidade da justiça de proximidade.
Em relação à matéria penal, a competência está prevista no nº2 da LJP,
incluindo apenas os pedidos de indemnização cível pelos crimes aí previstos
(ofensas corporais simples, difamação, injúrias, furto simples, dano simples).
O julgado de paz só tem competência para aceitar o pedido de indemnização
cível quando não haja sido apresentada participação criminal ou após a
desistência do mesmo. As matérias procuram claramente um determinado
tipo de litigância: conlitos entre pessoas singulares, disputas de
proximidade, problemas entre cidadãos. São estas, realmente as áreas de
litigância a que os julgados de paz melhor se ajustam, pela questão da
proximidade da justiça.
territorial do julgado de paz do domicílio do réu. Repare-se que estas regras têm
ainda a função de delimitar a jurisdição dos julgados de paz. Na medida em que
estes não têm cobertura nacional, a aplicação destas regras determinará se
acção pode ou não ser proposta num julgado de paz, conforme este esteja
instalado nesse conselho ou não. Por im, os julgados de paz têm, desde a
alteração de 2013 à lei nº 78/2001, competência cautelar. Esta competência
cautelar está dependente da competência material deinida nos artigos 9º e
seguintes da LJP. Os julgados de paz só podem, assim, decretar medidas
cautelares relativamente a litígios que caibam no seu ãmbito de competência.
c) Tramitação processual
Tribunais do Estado, aspeto que distingue os julgados de paz dos tribunais arbitrais,
mas que estão fora da organização judicial, tal como os tribunais arbitrais
Estão previstos na CRP no artigo 209º nº2 regido pela lei nº 78/2001 de 31
de Julho, apenas alterada uma vez;
Os julgados de paz não cobrem todo o território nacional;
Não existe nenhuma norma legal que determine a competência dos julgados de
paz, e por outro lado, a diiculdade que existe em enquadrar os julgados de paz na
organização judiciária.
Valor: € 15000; Matérias: art. 9.º da LJP (referência aos litigantes de massa);
Competência territorial (arts. 11.º a 14.º da LJP)
Critérios de atribuição de competência territorial e material dos JP
Injunção:
De acordo com José Lebre de Freitas3 o DL 269/98 contém disposições comuns aos
meios da acção declarativa especial e da injunção, após o que, em regime anexo,
disciplina separadamente um e outro. De entre as disposições comuns, sobressaem
as relativas à estipulação de domicílio que determina regimes de citação não
coincidentes. O processo de notiicação tira o seu nome da notiicação que nele é
feita ao devedor para que pague ou se oponha à pretensão do credor. No esquema
do DL 269/98, recebido o credor o requerimento de injunção, o secretário judicial
envia ao devedor uma carta, intimando-o em 15 dias, a pagar ao credor a quantia
certa ou a deduzir oposição à pretensão (12º/1 do regime anexo). A notiicação
interrompe a prescrição, esclarece o artigo 13/2 do regime anexo, embora já tal
resulte do artigo 323º/1 do CC (A notiicação é um ato judicial, ainda que feita num
processo não jurisdicional).
Caso o valor da acção seja muito reduzido, sendo frustrada a injunção do ponto de
vista da empresa, tomando em consideração a vida prática, muito poucas empresas
decidem enveredar para uma verdadeira acção judicial.
Notiicação por via postal registada, à qual segue a notiicação por via postal
simples com exclusão da notiicação por contacto pessoal ou editais (Artigo 12º nº1
a 7 do RA). A via postal simples surge como modalidade exclusiva quando existe
convenção de domicílio (12º-A do RA).
“Se o réu, citado pessoalmente, não contestar, o juiz, com valor de decisão
condenatória, limitar-se-á a conferir força executiva à petição, a não ser que
ocorram, de forma evidente, exceções dilatórias ou que o pedido seja
manifestamente improcedente” (art. 2.º); se ele não contestar, há uma
sentença automaticamente, sendo o réu condenado ao pagamento do valor
em dívida, por exemplo. A sentença constitui-se como título executivo;
Artigo 1º-A: artigo problemático – “o domicílio convencionado”. Problema
geral no processo civil: a citação. O que aqui se estabelece se houver um
domicílio convencionado no contrato, esse domicílio é o domicílio relevante
para efeito do processo. Se a pessoa pode ser citada nesse domicílio,
independentemente de o réu mudar ou não.
Tramitação subsequente simpliicada (arts. 4.º e 5.º)
Litisconsórcio: casos em que necessariamente tem de estar mais do que uma parte
na acção. Há casos em que não é possível propor a acção contra uma parte apenas,
sendo necessário propor a acção contra mais do que uma parte. (artigos 32º e 33º
do CPC).
Art. 2.º-2 do CPC: “A todo o direito, exceto quando a lei determine o contrário,
corresponde a ação adequada a fazê-lo reconhecer em juízo, a prevenir ou reparar a
violação dele e a realizá-lo coercivamente, bem como os procedimentos necessários
para acautelar o efeito útil da ação”. As providências e os procedimentos cautelares
não visam a composição deinitiva do litígio, tendo uma função instrumental face à
causa de pedir.
Espécies:
Este procedimento tem uma aplicação genérica, ou seja, só se irá aplicar quando
não se veriica a existência de um procedimento nominado especíico para o efeito
pretendido (362º nº3). A estrutura é simpliicada, sendo o procedimento de
natureza urgente (363º nº1). Há uma aplicação subsidiária aos procedimentos
cautelares nominados (376º nº1 do CPC); Se os prazos não forem cumpridos, não há
efeito preclusivo.
Exemplos:
Para que haja o decretamento: tem que existir a posse (1251º nº1), podendo ser
decretada por um possuidor em nome próprio ou alheio. Para que possa existir este
pedido, tem que existir esbulho. Outro requisito é a violência (nº2 do artigo 1261º);
Inversão do Contencioso
Artigo 373º CPC- Inversão do contencioso. Há muitas medidas cautelares que se são
formalmente medidas cautelares, são materialmente medidas deinitivas. Com este
regime procura-se evitar a utilização dos mesmos pressupostos de facto e de direito
por parte dos autores nas causas de pedir e nas medidas cautelares. Este princípio
acaba por ser uma excepção aos princípios da instrumentalidade/ acessoriedade
das medidas cautelares, bem como que uma airmação do princípio da gestão
processual. (Artigo 16º DL 108/2006). O objetivo deste regime é evitar que o
requerente volte a colocar uma acção principal com os mesmos pressupostos da
medida cautelar. Parte da doutrina determina que este artigo tem de ser
interpretado de um modo restritivo, na medida o juiz só o pode aplicar se pudesse
concluir se o caso pudesse ser resolvido pela medida cautelar.
369º nº2: o Juiz tem que ter os elementos necessários para tomar a decisão. E se
tem todos estes fundamentos, para quê estar a obrigá-lo a tomar uma decisão
provisória e uma deinitiva, quando pode fazer tudo de uma vez, através da igura
da inversão do contencioso.
b. Fases do processo:
1. Excessiva rigidez;
2. Ónus da preclusão da alegação dos factos;
3. Desconiança entre (em relação aos) operadores judiciários, em particular os
juízes.
Os temas da prova, que é uma novidade no código com a nova alteração, são os
temas controvertidos, ou seja, aqueles nos quais as partes não concordam.
(1)- Ariculados
(2)- Citação
Fase Inicial (3)- Revelia
(7)- Instrução : Prova Documental; Prova por Conissão; Prova Testemunhal e Prova Pericial
Fase Final-
Instrução
O que é um recurso5?
Meio de
impugnação de
uma decisão
Recurso
Decisão
principal meio de
reapreciada por um
impugnação de
tribunal
uma decisão
hierarquicamente
jurisdicional
superior
O que é um recurso?
5 No que diz respeito à matéria dos recursos, recomenda-se a leitura de partes do Manual “Recursos no
CPC” de Abrantes Geraldes.
Apesar disso, é sempre admissível recurso nos termos do nº2, do artigo 629.º
(sendo estes casos excecionais, na medida em que a regra geral é que só exista
recurso nos termos do n.º1).
Alçada de tribunal de primeira instância – 5000€ (as ações com valor inferior a
5000€, terão decisão deinitiva, não existindo recurso nesse caso).
Casos práticos
A ação não tem valor superior ao valor da alçada do tribunal, na medida em que
não é recorrível, no âmbito do artigo 629.º, sendo o valor da sucumbência de 4300€
(4500-200), vendo o valor da sucumbência superior a metade do valor da alçada,
apesar disso não é possível recorrer pelo facto dos critérios serem cumulativos.
Nos termos do artigo 633.º, caso ambas as partes forem vencidas, cada uma delas
pode recorrer da parte que lhes seja desfavorável. A parte pode recorrer através de
um recurso independente (que é independente do recurso da outra parte), ou
através de um recurso subordinado (possível de ser interposto em casos em que
não se aplica artigo 629.º, superando a sucumbência – casos em que uma parte
pode recorrer e a outra não por insuiciente de valor de sucumbência) que ica
dependente do recurso que foi interposto em primeiro lugar, neste âmbito o recurso
subordinado caducará se o primeiro recurso icar sem efeito por alguma razão.
Renúncia ao recurso
A renuncia ao recurso, nos termos do artigo 632.º é possível e licita, sendo que a
renuncia antecipada só é valida nos casos em que seja vontade de ambas as partes
do processo. Nos casos de aceitação da decisão, as partes perdem o direito de
recorrer, sendo a «aceitação da decisão» uma declaração negocial, podendo esta
ser expressa ou tacita, podendo ser tacita nas situações de cumprimento da
decisão (pagamento ser reservas – implica uma aceitação tacita da decisão, e por
isso a renuncia ao direito de recorrer).
Prazo:
Regra-geral:30 dias;
Processos Urgentes: 15 dias
Os recursos poderão subir de duas formas distintas, podendo a subida ser nos
próprios autos (artigos 645.º/1 e 675.º/1), sendo que o processo sobre todo, ou
poderá ser uma subida em separado (artigos 645.º/2 e 675.º/2), onde de todo o
processo, será apreciada apenas uma parte que poderá «subir» em separado, tendo
independência suiciente para tal, como é o exemplo da decisão de uma
providência cautelar na medida em que se poderá recorrer da decisão que
concedeu providência cautelar, subido de forma autónoma da ação principal (não
sendo necessário esperar pela decisão da ação principal para se recorrer da decisão
da providência cautelar).
a) Recurso de apelação
Para que os efeitos deixem de se produzir, é possível que seja exigida à parte a
prestação de caução, para que não seja colocada em causa a situação jurídica da
outra parte (ex. Réu tem que pagar 10000€, mesmo que exista recurso, o réu tem
de pagar o valor na mesma).
b) Recurso de revista
Recurso para o Supremo Tribunal de Justiça que apenas aprecia matéria de direito
(cf. Artigo 674.º), não sendo admitido recurso de revista de acórdão de relação que
conirma sem votos de vencidos a decisão do tribunal de primeira instância (regra
da dupla conforme – artigo 671.º/3), pois já existiram duas decisões no mesmo
sentido, não havendo fundamentação diferente, não será possível recorrer para o
Supremo Tribunal de Justiça, com exceção dos recursos de revista excecional que
são elencados no artigo 672.º. O sistema é de substituição, em contraposição de ao
sistema de cassação francês, sendo que a decisão proferida será deinitiva (artigo
682.º/1).
Recursos extraordinários
Se os autores causarem danos, como é que se irá resolver esta questão? Antes de
2008 não existia quadro legal que permitisse resolver este tipo de danos, passando
de uma lógica de irresponsabilidade para responsabilidade. (Lei nº67/2007 de 31 de
Dezembro).
de autores. O juiz não exerce apenas funções jurisdicionais. Como por exemplo nos
processos de jurisdição voluntária. Pelo exercício da função jurisdicional pode haver
erro judiciário. Isso foi corrigido através do recurso da decisão. A partida vai ser
possível excluir o erro. Caso não detete o erro pode surgir responsabilidade civil.
Existem poucos casos. Porque a magistratura se protege. ( erro grosseiro, erro que
nenhum juiz normal praticaria. A responsabilidade pela má administração de justiça
ganha assim mais relevo sobretudo quando é a última salvação garantida pelo
estado de direito democrático. Que danos são estes. Agente de execução queria
penhorar as coisas de A, mas acabou a penhorar as coisas de B. quem é que vai
indemnizar isso? Outro caso. Estava em causa a penhora de 3000 euros e o agente
de execução decidiu penhorar o recheio da casa. Viveram varios dias sem bens.
Podem ou não ser indemnizados. Um queixoso foi tratado pelo MP como arguido por
erro. Caso típico de danos. Processo que demora muito tempo. Artigo 12 27 Rosana
Castanho | 2016/2017 | FDUNL apresenta este caso como. Surge por causa dos
atrasos na justiça. E porque antes de ser tipiicado PT já tinha sido responsabilizado
várias vezes. Designadamente, é a palavra usada. Para o prof é uma clausula
aberta que pode ser preenchida com os danos causados vistos naqueles exemplos
anteriores. Pex MP recolhe provas através das escutas e o naqueles exemplos
anteriores. Pex MP recolhe provas através das escutas e o MP adultera a voz que
passa de feminina a masculina para incriminar alguém. Isto vai levar a uma
ilegalidade. Não haverá responsabilidade pelo incumprimento das legis artis. O
artigo 12 manda aplicar o regime da responsabilidade pela função administrativa.
Isto acontece porque na altura, não estava bem estudo o tema. Hoje me dia a
tendência é airmar que no âmbito dos tribunais não há uma função administrativa.
O bem jurídico aqui em causa é a tutela de direitos. Para o prof de iure condendo,
os requisitos a aplicar devem ser requisitos próprios e não aplicados por remissão
para o regime da função administrativa. Para ele o MF deve absorver a ilicitude e a
culpa. O mau funcionamento corresponderá a situações de infração ou violação da
tutela de direitos. Seria um conceito indeterminado. Mais danos mais nexo de
causalidade. Um conceito próprio desta matéria serão os danos em massa. Um
hacker invade um tribunal e decide publicar todos os processos e todos os dados
pessoais. São danos em massa. Estão em causa direitos fundamentais. O juiz
deverá ter uma especial atenção para ver se realmente estão em causa direitos
fundamentais. Quanto ao nexo da causalidade. Teoria da perda de chance, ou perda
de oportunidade processual. Está a decorrer um processo crime que demora muito
e não emite decisão não administrado a justiça. Prescrição do processo por razão
imputável ao estado. Isto pode ser admitido no estado de direito ? Não tendo
decisão não sabemos que ganhou ou perdeu. Como se determinam os danos.
Avalia-se a probabilidade de cada um deles ganhar e calcula-se com base nessa
probabilidade. Esta teoria é aplicada na responsabilidade civil dos advogados.
Advogado deixa prazo passar. Artigo 13. salvo regimes especiais( responsabilidade
pela prisão preventiva ilegal, condenações penais injustas, prevê-se a
responsabilidade por erro judiciário. Pode ter lugar em todos os ramos do direito.
Erro judiciário será a violação manifestamente grosseira de normas, ou erro de
facto, na apreciação da prova. Erro judiciário só poderá ser praticado pelo juiz
porque só ele pode praticar a função jurisdicional. Apesar do nº 13 há tribunais que
ainda aplicam a jurisprudência restrita antiga que diz que erro é só violações
grosseiras. Antes da ação de responsabilidade tem que haver uma ação prévia que
venha revogar a decisão errada. Faz-se através do recurso. Mas há matérias que
não são objeto de recurso. E portanto não pode haver ação prévia. Para o TC não
houve violação nenhuma. O TJUE. Caso esteja em causa direito da EU,a norma do
13 nº2 não se aplica. Artigo 14. responsabilidade civil dos magistrados. Também
respondem os atores da administração da justiça ? Distinção entre os princípios
fundamentais e outros princípios. Os primeiros são sobretudo os constitucionais e
encontram-se em todos os estados de direito. Há alguns princípios que caracterizam
o processo civil português mas que não são princípios fundamentais, ou seja
impostos pelo estado de direito democrático. Não há nenhuma ideia relativa a
justiça que o imponha. São decisões dos legisladores. São relevantes em
determinados contextos. O princípio da tutela jurisdicional efetiva é um princípio
fundamental. Vêm previsto artigo 20 de CRP. A todos é assegurado o acesso aos
tribunais. O nº 2 garante o direito a ter informação jurídica, ao acompanhamento
jurídico concreto ( com, e patrocínio judicial e acompanhar por uma advogado junto
de outras autoridades. O princípio geral vem no artigo 4. Quando menciona
processo equitativo ou due process of law. Todos tem direito à justiça, ao processo
equitativo. O prazo não é o único aspeto relevante no due process. Poderão haver
casos em que haja dúvidas sobre o princípio aplicável. O mais típico é que para
respeitar um determinado princípio outro não seja totalmente aplicável. Por
exemplo uma boa gestão processual pode implicar que o processo demore mais
tempo sem que isso viole o due process of law. Não se pretendem apenas decisões
rápidas. Principalmente devem ser boas. Até porque pode suscitar a paciicação
social. O artigo 10º da DUDH no artigo 10º também estabelece o princípio da
decisão equitativa. A CEDHC também consagra o princípio da tutela jurisdicional. A
tutela jurisdicional efetiva implica o direito de ação. Artigo 2 CPC. Direito de ação
declarativa, e executiva. Se tivermos o direito de ação declarativa não chega
porque a decisão não vai poder produzir os seus efeitos uteis. 28 Rosana Castanho |
2016/2017 | FDUNL Direito 52 nº3 reconhece a existência de um direito de ação
popular. Através da ação popular confere-se o direito ao particular quer diretamente
quer por associações de em nome de interesses que afetam toda a gente de
recorrer ao tribunal. Também vem previsto na lei 83/95 de 1 de agosto. Artigo 31.
ações para a tutela de interesses difusos. ( saúde pública, património cultural,
ambiente) particulares, associações, MP, Autarquias locais. Há várias regras que
tratam de saber quem está incluído ou excluído da ação. A regra é que todos estão
incluídos. Um dos problemas é que caso o réu vença e haja caso julgado nenhum
dos vencidos pode intentar uma ação com aquele fundamento. Estes são interesses
difusos, não há uma organização. Serão coletivos quando há uma comunidade
organizada.
Função
Administraiva
Funções do Função
Estado legislaiva
Função Judicial
Este artigo pressupõe uma ilicitude pelos danos causados, e a pergunta que se
coloca a seguir é “o que é a administração da justiça?”
Artigo 13º/2: só existe responsabilidade por erro judiciário se houver uma decisão
que revogue uma decisão errada. O que o legislador obriga é que haja uma acção
prévia a revogar esta decisão errada. No entanto, existem algumas matérias que
não há possibilidade de recurso, logo não há possibilidade de existência de uma
decisão que revogue aquela decisão errada.
5. Mandato Judicial
Forma;
Conteúdo;
Alcance
Não há uma ligação entre o artigo 51ºdo CPC e a insuiciência económica. São
situações distintas.
Informação jurídica
Protecção jurídica: Critérios objetivos constantes do artigo 8ºA (Lei n º34/2004).
2. As custas processuais
Regulamento das Custas Processuais – Aprovado em anexo ao Decreto-Lei
n.º 34/2008, de 26 de fevereiro (alterado pela última vez pela Lei n.º
42/2016, de 28 de dezembro)
Todos os processos estão sujeitos a custas, considerando-se como processo
autónomo cada ação, execução, incidente, procedimento cautelar ou
recurso, corram ou não por apenso, desde que o mesmo possa dar origem a
uma tributação própria;
A taxa de justiça é expressa com recurso à unidade de conta processual
(UC), a qual é atualizada de acordo com o indexante de apoios sociais (IAS)
Art. 5.º do RCP.
Regra geral: “A taxa de justiça corresponde ao montante devido pelo impulso
processual do interessado e é ixada em função do valor e complexidade da
causa de acordo com o presente Regulamento, aplicando-se, na falta de
disposição especial, os valores constantes da tabela i-A, que faz parte
integrante do presente Regulamento” (art. 6.º-1 do RCP)
Recusa da petição inicial pela secretaria – art. 558.º-f) do CPC. V. art. 560.º.
(Se o autor não pagar, tem 10 dias para poder apresentar nova petição,
contando a data da primeira petição no que diz respeito à prescrição)
Não pagamento pelo réu implica, após várias diligências no sentido de se
obter o pagamento, o desentranhamento da contestação (art. 570.º-6).
1. Economia de Processos
Nesta vertente, o princípio impõe que o número de acções propostas para
resolver o mesmo conlito seja o menor possível.
Exemplos:
2. Economia de atos
Sempre que possível, o litígio deve ser resolvido pelas próprias partes, poupando-se
recursos (tempo e trabalho dos tribunais);
As partes podem recorrer à mediação sem que haja alguma ameaça á prescrição de
algum direito constante do processo judicial. O artigo 533º/4 do CPC procura
incentivar a resolução à mediação: “ o autor que, podendo recorrer a estruturas de
resolução alternativa de litígios, opte pelo recurso ao processo judicial, suporta as
suas custas de parte independentemente do resultado da acção”;
B. Conciliação Judicial
Notas Finais:
É uma fase que pode, nalguns casos e se bem conduzida ser muito útil para a
prossecução do objetivo do processo civil, resolver o litígio das partes. Como
instituto pode contribuir para a melhoria da qualidade da justiça.
As competências para estes pactos estão constantes nos artigos 94º. Relativamente
às matérias em competência em razão do território, é permitida a realização de
pactos de jurisdição, sendo que no que respeito à matéria, hierarquia e valor da
causa não podem ser afastados por vontade das partes (artigo 94º). Num primeiro
momento, temos de identiicar qual é jurisdição (nacional) competente. Veriicando
isso, é preciso veriicar dentro dessa jurisdição(estadual), qual é o tribunal nacional
com jurisdição para dirimir esse litígio.
1. CPC de 1939:
Princípio do dispositivo: o andamento do processo dependia do impulso
das partes e não podia ser promovido pelo juíz. Eram as partes que tinham a
responsabilidade de propor a ação, mas mais do que isso, uma vez proposta
a acção, cabia às partes impulsionar o processo. Exemplo: a citação decorre
de acordo com determinadas regras. Quando havia diiculdade em citar o
réu, a secretaria deveria impulsionar a participação do autor, o que daria
origem a longas pausas no curso da relação jurídica-processual.
Princípio da legalidade das formas: o juíz não podia alterar as regras de
tramitação do processo nem o conteúdo ou a forma dos atos processuais.
6. Agilização e simpliicação:
Artigo 630º/2: Poder discricionário ou poder vinculado? A própria lei parece vir dizer
que independentemente da qualiicação, os despachos de gestão processual e de
adequação formal estão subtraídos à apreciação dos tribunais de recurso.
As principais questões?
A Discricionariedade da ação (Artigo 547º CPC- O juiz tem ou não o dever de atuar;
artigos 6º e artigo 547º)
2. Conceitos Indeterminados
3. Discricionariedade de Decisão:
Artigos 6º/1 e 547º: cabe ao juiz determinar o ato a praticar
(discricionariedade criativa);
Em outros casos, a lei limita o conteúdo da gestão processual (tentativa de
conciliação- artigo 594º).
Conclusão:
Se o juiz está vinculado a atuar, caso não geria o processo, a omissão de gestão
processual é recorrível quando o poder será vinculado, não o será quando o
poder será discricionário e aí atua consoante juízos de oportunidade e de
conveniência, se ao omitir o despacho se violar o processo equitativo, conduziria
a nulidade processual. A omissão tenderá a violar alguma dimensão do processo
equitativo. O professor Pinto Ferreira considera que a omissão estará sempre
associada a uma violação do processo equitativo, na medida em que se nega a
gestão processual e se violará o processo equitativo. Em caso de ilegalidade, o
juízo é cassatório, remetendo para a instância inferior, ordenado que decida
(mas não como decide).
Orientação para a decisão de mérito (decisão que aprecia o pedido) -decisão ativa
do juiz. O juiz deve convidar a parte a suprir a falta de patrocínio judiciário. Ou
outros pressupostos sanáveis.
A gestão processual incluir essas dimensões-1 o juiz é que tem o poder de andar
com o processo. Na economia (economia de atos e de processos).
Surge assim a gestão processual. No inicio não possuía todas as dimensões que
estão atualmente estabelecidas no artigo 6 do CPC. Primeiro havia. Agilização,
adequação, eiciência, adaptação. Falta a oiciosidade (atos sanáveis pelo juiz) e a
sua capacidade de dar andamento ao processo.
4 vertentes:
Gestão processual como macro princípio que abarca varias ideias fundamentais.
Este principio implica uma diferente abordagem das regras processuais pelo juiz. Se
antes tinha que assegurar o andamento célere e regular, agora exige-se uma
abordagem pro ativa. Um exemplo. Chegando aos autos informação que uma das
partes faleceu. Antes tinha que se pedir as partes uma certidão de óbito. Agora é
necessário que o próprio juiz consiga obter essa certidão de óbito.
Os poderes do juiz como poderes deveres, tornam a discussão sobre a sua natureza
inútil.
vai ser cassatório. Sendo discricionário. Só vai dizer que tem que proferir. Não
profere o de 2º instância.
Ónus de alegação dos factos que lhe são favorável . Facto de conhecimento
oicioso. Factos que são notórios, outros que o tribunal tenha conhecimento no
exercício das suas funções. Inquisitório é o contrário do dispositivo. É no seu
equilíbrio que se encontram as soluções para o processo cível.
Deinição de articulados
É possível voltar a propor uma ação com esse pedido. Não, se o pedido for idêntico.
É difícil saber se o pedido em causa já foi alvo de uma decisão ou se são factos
novos. Litispendência-exceção, signiica que o processo já está a correr. (mesmos
sujeitos, pedido e causa de pedir). O caso julgado é sempre relativamente a essas 3
dimensões. Pode haver exceção de caso julgado ou exceção de litispendência.
O pedido vai limitar fortemente os poderes que o juiz tem. Mesmo que o juiz
veriique que os danos são de 100000, só vai poder limitar no valor do pedido. E se
a sentença ultrapassar quantidade pedida. 615. é nula.
1. Pedidos alternativos -Artigo 553.º (art.º 468.º CPC 1961) Pedidos alternativos
É permitido fazer pedidos alternativos, com relação a direitos que por sua
natureza ou origem sejam alternativos, ou que possam resolver‐se em
alternativa
Quando a escolha da prestação pertença ao devedor, a circunstância de
não ser alternativo o pedido não obsta a que se proira uma condenação em
alternativa.
2. Pedidos subsidiários
Podem formular‐se pedidos subsidiários. Diz‐se subsidiário o pedido que é
apresentado ao tribunal para ser tomado em consideração somente no caso
de não proceder um pedido anterior.
A oposição entre os pedidos não impede que sejam deduzidos nos termos
do número anterior; mas obstam a isso as circunstâncias que impedem a
coligação de autores e réus. Quando o autor não tem a certeza. O segundo
pedido só é analisado se o primeiro não tiver sucesso. Para o autor não veja
o seu direito precludido.
3. Cumulação de pedidos
Pode o autor deduzir cumulativamente contra o mesmo réu, num só
processo, vários pedidos que sejam compatíveis, se não se veriicarem
as circunstâncias que impedem a coligação. Nos processos de divórcio
ou de separação sem consentimento do outro cônjuge é admissível a
dedução de pedido tendente à ixação do direito a alimentos. São
pretensões simultâneas.
O tribunal pode não admitir tal mudança. Exige-se que também as partes
cooperem.
Dever de esclarecimento;
Dever de lealdade;
Dever de proteção.
a) Dever de esclarecimento;
Vertente ativa:
Vertente passiva:
Dever de o juiz questionar as partes de modo a tornar claro ao juiz qual o sentido
que a parte pretende atribuir a certa alegação de facto ou de direito ou a um pedido
(art. 7.º, n. º2).
«Estaremos perante uma decisão surpresa quando ela comporte uma solução
jurídica que as partes não tinham obrigação de prever, quando não fosse exigível
que a parte interessada a houvesse perspetivado no processo, tomando
oportunamente posição sobre ela, ou, no mínimo e concedendo, quando a decisão
coloca a discussão jurídica num módulo ou plano diferente daquele em que a parte
o havia feito.»
b) Dever de lealdade;
2. Vertente positiva:
Dever genérico de todas as pessoas (as partes também, naturalmente)
colaborarem com a descoberta da verdade “respondendo ao que lhes for
perguntado, submetendo-se às inspeções necessárias, facultando o que for
requisitado e praticando os atos que forem determinados”: art. 417.º, n. º1;
concretizações particulares nos arts. 482.º, n. º1 (exame de reconhecimento
de letra) e 490.º, n. º1 (inspeção judicial);
Obrigações especíicas das partes colaborarem ativamente na descoberta
da verdade: arts. 429.º a 431.º (documentos em poder da parte contrária),
452.º, n. º1
c) Dever de proteção.
1. Vertente inquisitorial:
poder-dever de o juiz requer oiciosamente a produção de prova,
sempre que achar necessário:
411.º (dever genérico de inquisitoriedade), 436.º, n.º1 (documentos), 452.º,
nº1 (prova por conissão das partes), 466.º, n.º2, in ine (prova por
declarações de parte), 467.º, n.º1, 468.º, n.º1, al. a) e 487.º, n.º2 (prova
pericial), 490.º, n.º1 (inspeção judicial), 501.º, 516.º, n.º4 e 526.º, n.º1
(prova testemunhal);
2. Vertente assistencial:
7.º, n.º4: “Sempre que alguma das partes alegue justiicadamente
diiculdade séria em obter documento ou informação que condicione o eicaz
exercício de faculdade ou o cumprimento de ónus ou dever processual, deve
o juiz, sempre que possível, providenciar pela remoção do obstáculo”.
O dever de esclarecimento traduz-se em regras que têm
simultaneamente por inalidade assegurar o dever de proteção.
Todas as regras que visam o dever de esclarecimento visam também o dever
de proteção (na vertente assistencial), mas nem todas as regras que visam o
dever de proteção (nomeadamente na vertente inquisitorial) visam o dever
de esclarecimento.
Exemplos:
4. Consequências do incumprimento;
Se quem incumprir for uma parte, deverá ser condenada em multa: art.
542.º, n.º2, al. c);
Se a irregularidade inluir no exame ou decisão da causa, gera-se uma
nulidade processual: art. 195.º, n. º1);
Problema: as nulidades têm, em regra, que ser arguidas pelo interessado no prazo
de 10 dias desde o momento em que, depois de cometida a nulidade, a parte
interveio em algum ato no processo (arts. 199.º, n. º1 e 149.º, n. º1), mas a violação
de muitas (não todas) das regras decorrentes do princípio da cooperação só é
“descoberta” aquando da sentença. O Professor Teixeira de Sousa avança uma
solução: considerar que tal nulidade está “consumida” pela nulidade da sentença
por “excesso de pronúncia” (art. 615.º, n. º1, al. d) e n. º4);
O critério que devemos utilizar para determinar se o juiz foi imparcial no exercício
destes seus deveres é o seguinte:
Exemplo: o réu não alude à igura do abuso de direito nem alega quaisquer factos
do qual este possa resultar e o juiz convida as partes a discutirem esta questão e
alegar os eventuais factos respetivos.
O atual regime processual civil é orientado por interesses, por um lado, de natureza
privada (princípio do dispositivo) e, por outro, de natureza pública (cooperação e
economia processual);
Declarações de Parte:
2. Princípio do Contraditório
O princípio do contraditório visa conferir às partes a possibilidade de
inluenciar a decisão.
Indissociável do direito de defesa nas dimensões de conhecimento do
processo e de audição prévia;
Conhecimento do Processo:
Audição Prévia:
Fundamentos:
Providências Cautelares:
Acção Executiva
1. Forma sumária:
Regra: o executado não é citado antes da penhora (art. 855.º-3);
O contraditório é diferido para depois da penhora (art. 856.º-1).
Maior segurança dos títulos executivos abrangidos por esta forma
processual; valor reduzido da obrigação exequenda.
Factos
Contraditório Direito
Prova
a) Momento e forma:
Por escrito, na petição inicial e na contestação (arts. 552.º e 572.º);
A resposta a exceções é, por regra, oral e tem lugar em audiência.
a) Momento e forma:
Por escrito, na petição inicial e na contestação (arts. 552.º e 572.º);
Oralmente, na audiência inal (art. 604.º-3-e).
c) Limites:
Princípio dispositivo;
O conhecimento da questão dependa da sua invocação pelas partes
(prescrição; anulabilidade).
Apontamentos Rosana:
Em caso de exisir uma omissão – e nada a parte poder fazer, não poderá a parte recorrer
posteriormente.
Igualdade formal:
Ministério publico
a) Antes de 2013, partes representadas pelo MP inham estatuto processual próprio – ónus de
impugnação – dispensava-se em tomar os factos como admiidos, estas regras foram eliminadas
com a alteração em 2013.
Arigo 466.º no caso de uma parte requerer a «declaração de parte» e a outra parte não esiver
ressente: o juiz tem a possibilidade:
PRINCIPIO DO CONTRADITÓRIO
Principio do contraditório
1. Factos
2. Direito
3. Prova
Factos – por escrito, na petição inicial e na contestação (artigo 552.º + artigo 572.º).
O reu defender-se-á por impugnação ou por exceção (invocando determinada
exceção).
Razões de direito – alegações de direito são escritas, as partes têm o ónus de alegar
de direito. «Juria Novit Curia» - o tribunal conhece de direito, juiz não esta sujeito às
alegações de direito (artigo 5.º/3).
PRINCIPIO DO DISPOSITIVO
(Matéria de facto, pedido)
deve promover o contraditório, caso não o faça, podemos obter uma decisão
surpresa.
i. Prova Testemunhal;
ii. Prova pericial ou prova por inspeção;
iii. Vestígio intencional- registo da ocorrência ou não ocorrência em algum
suporte durável-prova por documentos.
“Na fundamentação da sentença, o juiz declara quais os factos que julga provados e
quais os que julga não provados, analisando criticamente as provas, indicando as
ilações tiradas dos factos instrumentais e especiicando os demais fundamentos
que foram decisivos para a sua convicção; o juiz toma ainda em consideração os
factos que estão admitidos por acordo, provados por documentos ou por conissão
reduzida a escrito, compatibilizando toda a matéria de facto adquirida e extraindo
dos factos apurados as presunções impostas pela lei ou por regras de
experiência”;
Conclusão: o que os meios de prova nos revelam diretamente não são os factos
essenciais/principais, mas antes e apenas os factos instrumentais; só
indiretamente, por meio de uma interferência, é que podemos concluir, ou não, dos
factos principais, logo, toda a prova é indireta.
6 De acordo com José Lebre de Freitas (página 165 e 172): às partes, e só a elas cabe alegar os factos
principais da causa, isto é, os que integram a causa de pedir e os que fundam as excepções. A alegação
de uns e outros é feita nos ariculados. Por outro lado, os factos instrumentais são os factos que não
carecem de alegação e por isso são oiciosamente considerados na decisão de facto. Ponto é que
resultem da instrução da causa. Diversamente dos factos principais, não consituem condicionantes
diretas da decisão. A sua função é antes, a de permiir aingir a prova dos factos principais.
Dadas as várias medidas da prova, qual deve ser à medida que deve estar
atingida para que se possa decidir com base na ocorrência de certo facto?
Com que critério devemos decidir qual é a medida aplicável?
Critério: diferença entre a gravidade de uma decisão condenatória (factos
principais considerados provados) e de uma decisão absolutória (factos
principais não considerados provados) se assumirmos que houve erro na
apreciação da prova (“erro judicial”), pois não podemos excluir essa
hipótese;
Quanto maior for essa diferença, maior deve ser a medida da prova para
assim se minimizar a probabilidade de erro judicial.
Segundo este critério a qualiicação dos factos depende da forma como as normas
estão escritas, ou seja, da forma como as normas, na sua literalidade, apresentam
os factos como constitutivos ou impeditivos.
Depois porque aquele critério é completamente formal, não visa atingir qualquer
inalidade materialmente valiosa ou justa, pois não é possível encontrar, na forma
como as normas estão redigidas ou no direito material, qualquer preocupação
relativa à distribuição do OP – este é o problema essencial.
Possibilidade de o juiz atribuir o ónus da prova à parte com maior facilidade relativa
de provar a versão dos factos que a favorece.
Outro exemplo:
Prova de que a intervenção médica (não) foi efetuada de acordo com as boas
práticas médicas em casos de negligência médica (responsabilidade contratual;
obrigação de meios);
1. Teoria das normas: Art. 798.º do CC: “o devedor que falta culposamente ao
cumprimento da obrigação torna-se responsável pelo prejuízo que causa ao
credor” – o incumprimento apresenta-se como facto constitutivo, logo o
paciente suporta o ónus da prova de que a intervenção não respeitou as
boas práticas;
2. Distribuição dinâmica: o médico tem o controlo do facto que se visa provar;
o médico praticou esse facto enquanto proissional – o médico suporta o
ónus da prova de que a intervenção respeitou as boas práticas;
Limitações:
Contudo, existem ainda alguns casos em que se podem ter em conta na decisão do
processo factos que não foram provados segundo o modelo da persuasão racional;
Exemplos:
O outro caso em que se podem ter em conta na decisão do processo factos que
não foram provados segundo o modelo da persuasão racional é o dos chamados
factos notórios (412.º, n. º1);
Trata-se de uma matéria muito estudada no âmbito do processo penal, onde o CPP a
regula expressamente (arts. 125.º e 126.º do CPP), tal como a CRP (art. 32.º, n. º8);
No processo civil não há regras diretamente aplicáveis que regulem esta questão,
pelo que se considera ser aplicável, por analogia, o regime do art. 32.º, n. º8 da CPR
à obtenção de provas no processo civil (Isabel Alexandre, Provas Ilícitas em
Processo Civil):
“São nulas todas as provas obtidas mediante tortura, coação, ofensa da integridade
física ou moral da pessoa, abusiva intromissão na vida privada, no domicílio, na
correspondência ou nas telecomunicações.”
De acordo com JOSÉ LEBRE DE FREITAS7, o julgador da matéria de facto deve ter o
contacto mais direto possível com as pessoas ou coisas que servem como fontes de
prova e estas, por sua vez, devem estar na relação mais direta possível com os
factos a provar. O primeiro enunciado postula que os atos de produção de prova
constituenda tenham lugar perante o tribunal ao qual compete apreciar a prova e
pronunciar-se, consequentemente, sobre os factos provados e não provados (artigos
607º números 3 e 4º), só se excetuando os casos em que a produção de prova deva
ter lugar em tribunal diferente do da causa por via de expedição de carta precatória
ou rogatória, aqueles em que haja lugar à produção antecipada de depoimento
perante juiz diverso do da causa (artigos 419º/420º nº2) e ainda aqueles em que a
natureza do meio probatório implique que a produção tenha lugar antes da
audiência, como é o caso da prova pericial. O segundo enunciado postula que,
quando esteja disponível uma fonte de prova que implique menos ilações no iter
probatório, a ela se deve recorrer, em vez de a uma outra mais distante do facto
fundamental a provar.
Apontamentos Rosana:
Atividade probatória:
1. A apreciação da prova pelo julgador.
Presunções:
1. Legais (presunções previstas na lei, na medida em que a lei estabelece quais
são os factos-base e os factos presumidos.
2. Judiciais – presunções que ocorrem no âmbito da apreciação dos meios de
prova, os factos-base são os factos instrumentais e s factos presumidos são
os factos principais.
Ónus da prova – artigo 342.º do Código Civil, cabe ao autor o ónus da prova dos
factos constitutivos do direito do autor. Cabendo ao reu o ónus dos factos
impeditivos, modiicativos e extintivos do direito do autor – que formam o conjunto
dos factos essenciais/principais.
Ónus da prova é atribuído à parte que tem maior facilidade em provar os factos.
1. Princípio da
Publicidade
Princípio da
transparência do
processo e das decisões
2. Princípio da
fundamentação das
decisões
1. Princípio da Publicidade
Arbitragem
E este princípio (30º/5) da LAV: “Os árbitros, as partes e, se for o caso, as entidades
que promovam, com carácter institucionalizado, a realização de arbitragens
voluntárias, têm o dever de guardar sigilo sobre todas as informações que
obtenham e documentos de que tomem conhecimento através do processo arbitral,
sem prejuízo do direito de as partes tornarem públicos os atos processuais
necessários à defesa dos seus direitos e do dever de comunicação ou revelação de
atos do processo às autoridades competentes, que seja imposto por lei”
Artigo 205º/1 das CRP: “As Decisões dos tribunais que não sejam de mero
expediente são fundamentadas na forma prevista na lei”
A protecção das partes contra o arbítrio do juiz e no sentido do controlo da
decisão, incluindo quando admitido, o recurso, enquanto meio de pôr em
causa a decisão junto de um tribunal hierarquicamente superior;
Prestígio da oferta da justiça, escrutinada pelo poder público e pela opinião
pública, legitimando o poder judicial.