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Mateus 16:18 nos Padres da Igreja

INTRODUÇÃO

Segundo as declarações oficiais do Magistério Católico, o consenso dos Padres é


um critério fundamental na correcta interpretação das Escrituras. Isto está
documentado em muitas declarações; limito-me a citar duas que são
representativas:

Além disso, para reprimir os engenhos petulantes, [o Sacrossanto Concílio] decreta


que ninguém, apoiado na sua prudência, seja ousado a interpretar a Sagrada
Escritura, em matérias de fé e costumes, que pertencem à edificação da doutrina
cristã, retorcendo a Sagrada Escritura conforme o próprio sentir, contra aquele
sentido, que sustentou e sustenta a Santa Madre Igreja, a quem compete julgar
sobre o verdadeiro sentido e interpretação das Escrituras Santas, ou
também contra o unânime sentir dos Padres, mesmo quando tais
interpretações não tiverem de sair à luz em tempo algum.

Concílio de Trento, Sessão IV de 8 de Abril de 1546 (Denzinger # 786; negrito


acrescentado)

A ninguém é lícito interpretar a própria Escritura contra este sentido nem contra o
sentir unânime dos Padres.."

Concílio Vaticano I, 1870 (Denzinger # 1788).

Por outro lado, é sabido que Mateus 16:18 é um texto crucial na justificação bíblica
dos dogmas que estabelecem o bispo de Roma como Cabeça visível da Igreja.

No entanto, os textos patrísticos que pude recopilar não mostram um consenso


unânime dos Padres neste sentido, de maneira nenhuma.

Encontrei textos de 30 Padres da Igreja, que expressam 40 opiniões sobre o texto


em questão; a diferença nos números de autores e no de opiniões se deve a que
alguns Padres, especialmente Jerónimo e Agostinho, expressam mais de uma
interpretação nos seus diferentes escritos.

A interpretação mais comum nos Padres é que a pedra sobre a qual é edificada
a Igreja não é Pedro pessoalmente, mas a fé ou confissão que faz Pedro.

Alinham-se nesta postura Ambrosiáster, Paulo de Constantinopla, Hilário de


Poitiers, Atanásio de Alexandria, Basílio o Grande, Gregório de Nissa, Ambrósio de
Milão, Dídimo o Cego, Epifánio de Salamis, João Crisóstomo, Paládio de
Helenópolis, Agostinho de Hipona, Cirilo de Alexandria, Isidoro de Pelúsio,
Teodoreto de Ciro e Basílio de Selêucia, um total de 16 Padres.

A isto podem acrescentar-se as interpretações que consideram "pedras" todos os


verdadeiros discípulos de Cristo porque eles confessam o mesmo que Pedro, e aqui
encontramos Orígenes, Ambrósio de Milão e Agostinho de Hipona, o que leva o total
a 20.

A segunda interpretação em frequência é a que considera a Pedra como o


próprio Cristo.
É defendida por Tertuliano de Cartago, Afraates o Sírio, Tiago de Nisbis, Eusébio de
Cesareia, João Crisóstomo, Jerónimo, Agostinho de Hipona, Cassiodoro, Isidoro de
Sevilha, Beda o Venerável e João de Damasco. Isto faz um total de 11 Padres.

Uma opinião minoritária diz que a Pedra são todos os Apóstolos (Jerónimo e
Isidoro de Sevilha). Outra, elaborada por Cipriano de Cartago, vê no episcopado
universal a pedra sobre a qual se fundamenta a Igreja.

Num dos seus polémicos escritos, Tertuliano de Cartago afirmou que Pedro e
somente ele, pessoalmente, é a pedra.

Não consegui encontrar a opinião de que Pedro e seus sucessores na


figura dos bispos de Roma sejam a pedra na literatura patrística antes de
finais do século IV.

Dois Padres de tal época que podem invocar-se a favor desta posição são Jerónimo
e Agostinho. No entanto, é interessante que o primeiro a expresse numa carta
dirigida precisamente ao bispo de Roma, e o segundo numa carta escrita a
propósito de uma ameaça de cisma.

Além disso, em outros de seus escritos, Jerónimo expressa que a Pedra é o próprio
Cristo, ou que se tratava de Pedro e dos demais Apóstolos.

Também Agostinho, nos seus Sermões e Exposições diz que:

(1) Pedro era a pedra como figura de toda a Igreja, ou seja que, na sua fé e
também na sua fraqueza, representava todos os que compõem o Corpo de Cristo
(Sermão 26)

(2) Que a pedra era Pedro, enquanto permanecesse na fé (Exp Salm 45:14)

(3) Que a pedra era a confissão de Pedro (Sermão 229P).

(4) Que a Pedra era o próprio Cristo (Exp Salm 61:3)

De modo que o ilustre bispo de Hipona e Doutor da Igreja não parece ter tido uma
interpretação única deste versículo.

Em suma, o único dos Padres que de maneira consistente sustenta que a pedra era
Pedro pessoalmente e seus sucessores na pessoa dos bispos de Roma,
é precisamente um bispo de Roma, Leão Magno, em meados do século V.

Portanto, parece difícil evitar a conclusão de que neste caso em particular, a


interpretação oficial católica não conta, nem de perto, com o consenso
unânime dos Padres.

A única razão que pode aduzir-se é que o Magistério hoje crê nela. Ou seja, deve
ser verdadeira, apenas porque Roma o diz e, como todos sabem, "ela não pode
equivocar-se".

Mateus 16:18 nos Padres dos séculos II e III

Tertuliano de Cartago (c. 160-220)

Se, por o Senhor ter dito a Pedro, «Sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja»,
«a ti eu te dei as chaves do reino celestial», ou «qualquer coisa que ligares ou
desligares na terra, será ligada ou desligada nos céus», tu portanto supores que o
poder de ligar e desligar derivou para ti, ou seja, para toda a Igreja semelhante a
Pedro, que tipo de homem és, subvertendo e mudando totalmente a intenção
manifesta do Senhor, conferindo (como foi a sua intenção) isto pessoalmente a
Pedro? «Sobre ti», diz, «eu edificarei a minha Igreja»; e «Eu te darei as chaves a
ti», não à Igreja; e «o que desligares ou ligares», não o que «eles desligarem ou
ligarem». Pois assim adicionalmente ensina o resultado. No próprio (Pedro) a Igreja
foi criada; isto é, através do próprio (Pedro); ele próprio testou a chave; tu vês
qual: «Homens de Israel, deixai que o que digo penetre nos vossos ouvidos: Jesus
Nazareno, homem destinado por Deus para vós», e assim. O próprio (Pedro),
portanto, foi o primeiro a abrir, no baptismo de Cristo, a entrada para o reino
celestial, no qual são desligados os pecados que estavam antes ligados; e aqueles
que não foram desligados são ligados, segundo a verdadeira salvação...

Sobre a Modéstia, 21 (ANF 4:99)

Outra vez, Ele muda o nome de Simão para Pedro ... Mas, porquê Pedro? Se fosse
pelo vigor da sua fé, havia muitos materiais sólidos que poderiam emprestar o seu
nome por causa da sua força. Foi porque Cristo era uma rocha e uma pedra? Pois
lemos que foi posto «como pedra de tropeço e rocha de escândalo».

Contra Marcião, IV, 13 (ANF 3:365)

Orígenes de Alexandria (c. 185-c.254)

E se nós também dissermos como Pedro, «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo»,
não como se carne e sangue no-lo tivesse revelado, mas pela luz do Pai nos céus
tendo resplandecido no nosso coração, nos tornamos um Pedro, e a nós nos
poderia dizer o Verbo, «Tu és Pedro», etc. Pois é uma pedra cada discípulo de
Cristo de quem beberam aqueles que beberam da pedra espiritual que os seguia, e
sobre cada pedra assim é edificada cada palavra da Igreja, e o governo de acordo
com ela; pois em cada um dos perfeitos, que têm a combinação de palavras e
actos e pensamentos que preenchem a bem-aventurança, é a Igreja edificada por
Deus.

Comentário sobre Mateus, 10 (ANF 10:456)

A promessa dada a Pedro não é restrita a ele, mas aplicável a todos os discípulos
como ele.

Mas se supões que sobre este Pedro somente toda a Igreja é edificada por Deus,
que dirias sobre João o filho do trovão ou de cada um dos Apóstolos? Atrever-nos-
emos, de outro modo, a dizer que contra Pedro em particular não prevalecerão as
portas do Hades, mas que prevalecerão contra os outros Apóstolos e os perfeitos?
Acaso o dito anterior, «as portas do Hades não prevalecerão contra ela», não se
sustém em relação a todos e no caso de cada um deles? E também o dito, «Sobre
esta pedra edificarei a minha Igreja?» São as chaves do reino dos céus dadas pelo
Senhor só a Pedro, e nenhum outro dos bem-aventurados as receberá? Mas se esta
promessa, «Eu te darei as chaves do reino dos céus» é comum aos outros, como
não o serão também todas as coisas de que anteriormente se falou, e as coisas que
estão subordinadas como tendo sido dirigidas a Pedro, ser comuns a eles? Pois
neste lugar estas palavras parecem ter sido dirigidas somente a Pedro ... Mas no
Evangelho de João, o salvador tendo dado aos discípulos o Espírito Santo soprando
sobre eles, disse, «Recebei o Espírito Santo»...

«Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo». E se alguém diz isto a Ele ... obterá as
coisas que foram faladas conforme a letra do Evangelho àquele Pedro, porém,
como o espírito do Evangelho ensina, a todo o que se torna tal como era Pedro.
Pois carregam o sobrenome de «pedra» todos os que são imitadores de Cristo, isto
é, da pedra espiritual que seguiu os que estavam sendo salvos, para que possam
beber dela na seca espiritual. Mas estes carregam o sobrenome da pedra tal como
o faz Cristo. Mas também como membros de Cristo que derivam o seu sobrenome
d`Ele eles são chamados cristãos, e da pedra, Pedros.

E também em relação aos Seus outros nomes, os aplicarás a modo de sobrenome


aos santos; e a todos os tais se lhes pode dizer a declaração de Jesus: «Tu és
Pedro», etc., até às palavras [não] «prevalecerão contra ela». Mas o que é «ela»?
É a pedra sobre a qual Cristo edifica a Igreja, ou é a própria Igreja? Pois a frase é
ambígua. Ou é como se a pedra e a Igreja fossem uma mesma coisa? Eu penso
que isto é o correcto; pois nem contra a pedra sobre a qual Cristo edifica a Igreja,
nem contra a Igreja, prevalecerão as portas do Hades...

Comentário sobre Mateus XII, 11 (ANF 10:456)

Cipriano de Cartago (c. 200- 258)

Nosso Senhor, cujos preceitos e admoestações devemos observar, descrevendo a


honra de um bispo e a ordem da Sua Igreja, fala no Evangelho, e diz a Pedro: «Eu
te digo, que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela. E te darei as chaves do reino do céu, e o
que ligares na terra, será ligado no céu, e o que desligares na terra, será desligado
no céu». Daí, através das mudanças de tempos e sucessões, a ordenação de bispos
e o plano da Igreja flui para diante; de modo que a Igreja está fundada sobre os
bispos, e cada acto da Igreja está controlado por estes mesmos governantes.

Epístolas 26:1 (ANF 5:305)

E o Senhor também no Evangelho, quando os discípulos o abandonaram enquanto


ele falava, voltando-se para os doze, disse «também vós vos ireis?»; então Pedro
lhe respondeu: «Senhor, para quem iremos? Tu tens a palavra da vida eterna; e
cremos, e estamos seguros, de que és o Filho do Deus vivo». Aqui fala Pedro, sobre
quem a Igreja havia de ser edificada, ensinando e mostrando no nome da Igreja,
que ainda que uma rebelde e arrogante multidão daqueles que não querem ouvir
nem obedecer possa afastar-se, ainda assim a Igreja não se afastará de Cristo; e
são a Igreja aqueles que formam um povo unido ao sacerdote, e o rebanho que
adere ao seu pastor.

Epístolas 68:8 (ANF 5:374)

O Senhor disse a Pedro: Digo-te (disse Ele) que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. E dar-
te-ei as chaves do reino do céu, e o que ligares na terra, será ligado no céu, e o
que desligares na terra, será desligado no céu (Mateus 16:18-19). A ele de novo,
depois da Sua ressurreição, lhe diz: Alimenta as minhas ovelhas. E embora a todos
os Apóstolos, depois da Sua ressurreição, tenha dado um igual poder, e diga,
"Como o meu Pai me enviou, assim também eu vos envio: Recebei o Espírito
Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a
quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos (João 20:21); - todavia, para manifestar
unidade, Ele por sua própria autoridade providenciou a origem dessa unidade, ao
começar de um. Certamente os outros Apóstolos também eram o que era Pedro,
dotados de um igual companheirismo de honra e poder; mas o começo procede da
unidade. Uma Igreja que, também, no Cântico dos Cânticos, o Espírito Santo
designa na pessoa de nosso Senhor, e diz: "Uma é a minha pomba, a minha
imaculada; ela é a única de sua mãe, eleita dela que a concebeu" (Cantares 9:6).
Sobre a unidade da Igreja 3-4 (ANF 5:672)

Mateus 16:18 nos Padres do século IV

Afraates o Sírio (princípios do século IV)

A fé ... é como um edifício que é edificado de muitas peças de artesanato e assim a


sua construção se levanta até ao topo. E sabei, meus amados, que nos
fundamentos do edifício são colocadas pedras, e assim descansando sobre pedras,
toda a construção se levanta até ser aperfeiçoada. Assim também a verdadeira
Pedra, nosso Senhor Jesus Cristo, é o fundamento de toda a fé. E sobre Ele, sobre
(esta) Pedra, se baseia a fé. E descansando sobre a fé toda a estrutura se levanta
até ser completada. Pois é o fundamento que constitui o princípio de todo o edifício.
Pois quando alguém é trazido para a fé, é colocado por ele sobre a Pedra, ou seja
nosso Senhor Jesus Cristo. E o Seu edifício não pode ser abalado pelas ondas, nem
danificado pelos ventos. Pelos embates da tormenta não cai, porque a sua
estrutura está levantada sobre a rocha da verdadeira Pedra. E quando chamei
Cristo a Pedra, não falei o meu próprio pensamento, mas os Profetas o chamaram
de antemão a Pedra.

E agora ouvi o respeitante à fé que se baseia sobre a Pedra, e o respeitante à


estrutura que se levanta sobre a Pedra ... Assim também que o homem que se
torna uma casa, sim, uma morada para Cristo, preste atenção ao que é necessário
para o serviço de Cristo, que se aloja nele, e com que coisas pode agradar-lhe. Pois
primeiro ele constrói o seu edifício sobre a Pedra, a qual é Cristo. Sobre Ele, sobre
a pedra, é edificada a fé ... Todas estas coisas demanda a fé que se baseia na
rocha da verdadeira Pedra, ou seja Cristo. E se porventura dissesses: «Se Cristo
está posto por fundamento, como é que Cristo também mora no edifício quando
este se completa?» Pois o bendito Apóstolo disse ambas as coisas. Pois disse: «Eu
como perito arquitecto pus o fundamento». E aí ele definiu o fundamento e o
tornou claro, pois disse como se segue: «Nenhum homem pode pôr outro
fundamento senão o que está posto, o qual é Cristo Jesus» ... E portanto se
cumpre aquela palavra, que Cristo mora nos homens, a saber, naqueles que crêem
n`Ele, e Ele é o fundamento sobre o qual se levanta todo o edifício.

Demonstrações Selectas, 1:2-6,13, 19

Tiago de Nisbis (princípios do século IV)

A fé é composta e compactada de muitas coisas. É como um edifício, porque é


construída e completada em muita esperança. Não ignoras que se põem grandes
pedras nos fundamentos de um edifício, e então tudo o que é edificado em cima
tem as pedras unidas entre si, e assim se levanta até que se completa a obra.
Assim, de toda a nossa fé, nosso Senhor Jesus Cristo é o firme e verdadeiro
fundamento; e sobre esta pedra é estabelecida a nossa fé. Portanto, quando
alguém chega à fé, é posto sobre uma pedra firme, a qual é o nosso Senhor Jesus
Cristo. E, quanto a chamar a Cristo uma pedra, não digo nada por mim mesmo,
pois os profetas o chamaram antes uma pedra.

Sermão 1, Sobre a Fé 1,13

Ambrosiáster (século IV)

Paulo escreve sobre as ordens eclesiásticas; aqui se ocupa dos fundamentos da


Igreja. Os profetas prepararam, os apóstolos estabeleceram os fundamentos. Pelo
que o Senhor diz a Pedro: «Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja», isto
é, sobre a confissão de fé católica estabelecerei em vida os fiéis.
Comentário sobre Efésios (PL 17:380)

Eusébio de Cesareia (c. 260-340)

Contudo, não cometerás qualquer erro do âmbito da verdade se supores que «o


mundo» é na realidade a Igreja de Deus, e que o seu «fundamento» é em primeiro
lugar, aquela inefavelmente sólida pedra sobre a qual está fundada, como diz a
Escritura: «Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela»; e em outro lado:«E a pedra era Cristo». Pois, como o
Apóstolo indica com estas palavras: «Ninguém pode pôr outro fundamento senão o
que está posto, o qual é Cristo Jesus». Então, também, depois do próprio Salvador,
podes rectamente julgar que os fundamentos da Igreja são as palavras dos
profetas e dos apóstolos, de acordo com a afirmação do Apóstolo: «Edificada sobre
o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a pedra
angular».

Comentário sobre os Salmos (PG 23:173, 176)

Paulo de Constantinopla (= Paulo de Emesa, m. 350)

Sobre esta fé a Igreja de Deus foi fundada. Com esta expectativa, sobre esta pedra
o Senhor Deus colocou os fundamentos da Igreja. Quando, então, o Senhor estava
indo para Jerusalém, perguntou aos discípulos, dizendo: «Quem dizem os homens
que é o Filho do homem?» Os apóstolos dizem: «Alguns que Elias, outros que
Jeremias, ou um dos profetas». E Ele diz, mas vós, isto é, meus eleitos, vós que
me seguistes por três anos, e vistes o meu poder, e milagres, e presenciastes eu
andando sobre o mar, que partilhastes a minha mesa, «Quem dizeis que eu sou?»
Instantaneamente, o Corifeu dos apóstolos, a boca dos discípulos, Pedro, «Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo».

Homilia sobre a Natividade

Hilário de Poitiers (c. 315-367)

Uma crença de que o Filho de Deus é Filho só de nome, e não em natureza, não é a
fé dos Evangelhos e dos Apóstolos ... por que motivo, eu pergunto, foi que o
bendito Simão Bar-Jonas confessou a Ele, Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo? ...
Se Ele era Filho por adopção, onde assenta a bem-aventurança da confissão de
Pedro, que ofereceu um tributo ao Filho para o qual, neste caso, Ele não tinha mais
direito que qualquer membro da comunidade dos santos? A fé do
Apóstolo penetrou numa região fechada ao raciocínio humano... E esta é a pedra
da confissão sobre a qual a Igreja é edificada ... que Cristo não deve ser somente
nomeado, mas crido, como Filho de Deus.

Sobre a Trindade, VI,36 (NPNF2 9:111)

Esta fé é aquela que é o fundamento da Igreja; através desta fé as portas do


inferno não podem prevalecer contra ela. Esta é a fé que tem as chaves do reino
dos céus. Qualquer coisa que esta fé desatar ou ligar na terra será desatada ou
ligada no céu ... A razão pela qual ele é bendito é que confessou o Filho de
Deus. Esta é a revelação do Pai, este é o fundamento da Igreja, esta é a segurança
da permanência dela. Daí que ela tem as chaves do reino dos céus, daí o juízo no
céu e o juízo na terra...

Sobre a Trindade, VI,37 (NPNF2 9:112)


Assim o nosso único inabalável fundamento, a nossa única bendita pedra de fé, é a
confissão da boca de Pedro, Tu és o Filho do Deus vivo. Sobre ela podemos basear
uma resposta a toda objecção com que o engenho pervertido ou a amarga traição
possam atacar a verdade.

Sobre a Trindade, II,23 (NPNF2 9: 58)

Atanásio de Alexandria (c. 297- 373)

Por isso devemos buscar antes de todas as coisas, se Ele é Filho, e sobre este
ponto esquadrinhar especialmente as Escrituras; pois foi isto, quando os apóstolos
foram interrogados, que Pedro respondeu, dizendo:
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo" ... esta é a verdade e o princípio soberano da
nossa fé ... E como Ele é um fundamento, e nós pedras edificadas sobre ele ... A
Igreja está firmemente estabelecida; está fundada sobre a pedra, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela ... E porque esta é a fé da Igreja, que eles de
alguma maneira entendam que o Senhor enviou os Apóstolos e lhes mandou fazer
disto o fundamento da Igreja.

Quatro Cartas a Serapião 1:28.

Basílio o Grande (330-379)

E a casa de Deus, situada nos cumes das montanhas, é a Igreja segundo a opinião
do Apóstolo. Pois ele diz que deve-se saber «como comportar-se na casa de Deus».
Ora, os fundamentos desta Igreja estão sobre as montanhas sagradas, uma vez
que está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas. Uma destas
montanhas era certamente Pedro, sobre cuja pedra o Senhor prometeu edificar a
sua Igreja. Verdadeiramente por certo e por maior direito são as almas sublimes e
elevadas, almas que se elevam acima das coisas terrenais, chamadas
«montanhas». A alma do bendito Pedro foi chamada uma alta pedra porque ele
tinha um forte apoio na fé e suportou constante e valentemente os golpes infligidos
pelas tentações. Todos, portanto, que adquiriram um entendimento da divindade –
por causa da amplitude da mente e das acções que procedem dela - são os cumes
das montanhas, e sobre eles é edificada a casa de Deus.

Comentário sobre o Profeta Isaías, 2:66 (PG 30:233)

Gregório de Nissa (c. 330-c. 395)

A calidez dos nossos louvores não se estende a Simão [Pedro] enquanto ele era um
pescador; antes se estende à sua firme fé, a qual é ao mesmo tempo o fundamento
de toda a Igreja.

Panegírico sobre Santo Estêvão (PG 46:733)

Ambrósio de Milão (c. 337-397)

A fé, pois, é o fundamento da Igreja, pois não foi dito da carne de Pedro (da sua
pessoa), mas da sua fé, que «as portas do Hades não prevaleceriam contra ela» ...
Faz um esforço, portanto, para ser uma pedra! Não procures a pedra fora de ti,
mas dentro de ti! A tua pedra é a tua obra, a tua pedra é a tua mente. Sobre esta
pedra é edificada a tua casa. A tua pedra é a tua fé, e a fé é o fundamento da
Igreja. Se fores uma pedra, estarás na Igreja, porque a Igreja está sobre uma
pedra. Se estiveres na Igreja as portas do inferno não prevalecerão contra ti.

Comentário sobre Lucas VI,98 (CSEL 32:4)


Dídimo o Cego (c. 318-398)

Quão poderosa é a fé de Pedro e a sua confissão de que Cristo é o Deus unigénito,


o Verbo, o verdadeiro Filho de Deus, e não meramente uma criatura. Embora ele
tenha visto a Deus sobre a terra vestido de carne e sangue, Pedro não duvidou,
pois estava disposto a receber o que «carne e sangue não te revelaram». Mais,
reconheceu o consubstancial e coeterno renovo de Deus, glorificando deste modo
aquela raiz incriada, aquela raiz sem começo, a qual lhe havia revelado a
verdade. Pedro creu que Cristo era uma mesma deidade com o Pai; e assim foi
chamado bendito por aquele que é só ele o bendito Senhor. Sobre esta pedra a
Igreja foi edificada, a Igreja à qual as portas do inferno –isto é, os argumentos dos
hereges - não vencerão.

Sobre a Trindade, I, I,30 (PG 39:416)

Epifánio de Salamis (c. 315-403)

Isto é, antes de tudo, porque ele confessou que «Cristo» é «o Filho do Deus vivo»,
e se lhe disse, «Sobre esta pedra da fé segura edificarei a minha Igreja» - pois ele
claramente confessou que Cristo é o verdadeiro Filho.

Panarion, II-III

João Crisóstomo (c. 347-407)

Portanto Ele acrescentou isto, «E eu digo-te, tu és Pedro, e sobre esta pedra


edificarei a minha Igreja; isto é, sobre a fé da sua confissão ... Pois Cristo não
acrescentou nada mais a Pedro, mas como se a sua fé fosse perfeita, disse,
que sobre esta confissão Ele edificaria a Igreja, porém no outro caso [João 1:49-
50] não fez nada parecido, mas o contrário ...

Homilias sobre o Evangelho de João XXI,1 (NPNF 14:73)

O seu significado [1 Cor 3:11] é este: Preguei a Cristo, vos entreguei o


fundamento. «Pois nenhum outro fundamento pode um homem pôr, senão aquele
que está posto». Sobre este então edifiquemos, e como um fundamento adiramos
a ele, como um ramo a uma vinha; e que não haja distância entre nós e Cristo.

Homilias sobre 1 Coríntios VIII, ver. 11 (NPNF 12:47)

Mateus 16:18 nos Padres do século V

Jerónimo (342-420)

Contudo, ainda que a tua grandeza me aterre, a tua amabilidade me atrai. Do


sacerdote demando o cuidado da vítima, do pastor a protecção devida às
ovelhas ... As minhas palavras são dirigidas ao sucessor do pescador, ao discípulo
da cruz. Assim como não sigo outro líder senão Cristo, não comungo com outro
senão com vossa bem-aventurança, isto é, com a cátedra de Pedro. Pois esta, eu
sei, é a pedra sobre a qual é edificada a Igreja! Esta é a única casa onde o cordeiro
pascal pode justamente ser comido. Esta é a arca de Noé, e quem não se encontrar
nela perecerá quando prevalecer o dilúvio.

Carta ao papa Dámaso, XV, 2 (NPNF2 6:18)


Se, então, o Apóstolo Pedro, sobre quem o Senhor fundou a Igreja, disse
expressamente que a profecia e a promessa do Senhor foram naquele momento e
ali cumpridas, como podemos reivindicar outro cumprimento para nós próprios?

Epístola a Marcela XLI, 2 (NPNF2 6:55)

Porém, dizes, a Igreja foi fundada sobre Pedro: ainda que em outro lado o mesmo
é atribuído a todos os Apóstolos, e eles recebem todos as chaves do reino do céu, e
a força da Igreja depende de todos eles por igual, mas um dentre os doze é
escolhido para que estando uma cabeça nomeada, não pudesse haver ocasião para
cisma. Mas por que não foi escolhido João, que era virgem? Foi prestada deferência
à idade, porque Pedro era o mais velho: alguém que era jovem, quase diria um
garoto, não podia ser posto sobre homens de idade avançada; e um bom mestre
que estava disposto a tirar toda a ocasião de contenda entre os seus discípulos ...
não deve pensar-se que daria motivo de inveja contra o jovem que tinha amado...
Pedro é um Apóstolo, e João é um Apóstolo; mas Pedro é somente um Apóstolo,
enquanto João é um Apóstolo, e um Evangelista, e um profeta. Um Apóstolo,
porque escreveu às Igrejas como mestre; um Evangelista, porque compôs um
Evangelho, coisa que nenhum outro dos Apóstolos, excepto Mateus, fez; um
profeta, porque viu na ilha de Patmos, onde tinha sido exilado pelo imperador
Domiciano como um mártir do Senhor, um Apocalipse contendo os ilimitados
mistérios do futuro... O escritor virgem expôs mistérios que não pôde expor o
casado, e para resumir brevemente tudo e mostrar quão grande foi o privilégio de
João, a Mãe virgem foi confiada pelo Senhor virgem ao discípulo virgem.

Contra Joviniano I, 26 (NPNF2 6:366)

O único fundamento que o arquitecto apostólico pôs é nosso Senhor Jesus Cristo.
Sobre este estável e firme fundamento, que foi depositado sobre terreno sólido, é
edificada a Igreja de Cristo ... Pois a Igreja foi fundada sobre uma pedra ... sobre
esta pedra o Senhor estabeleceu a sua Igreja; e o Apóstolo Pedro recebeu o seu
nome desta pedra (Mt 16,18) ... Ela, que com uma firme raiz está fundada sobre a
pedra, Cristo, a Igreja católica, é a única pomba; ela se ergue como a perfeita, e
perto da Sua mão direita, e nada sinistro tem nela ... A pedra é Cristo, que
concedeu aos seus apóstolos que eles também fossem chamados pedras, «Tu és
Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja».

Comentário sobre Mateus 7:25; Epístola 65:15; Sobre Amós VI,12-13

Paládio de Helenópolis (c. 365-425)

«Vós, porém, quem dizeis que eu sou?» Nem todos responderam, mas somente
Pedro, interpretando a mente de todos: «Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo». O
Salvador, aprovando a correcção desta resposta, falou, dizendo: «Tu és Pedro, e
sobre esta pedra» - isto é, sobre esta confissão - «edificarei a minha Igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela».

Diálogo sobre a vida de João Crisóstomo (PG 47:48)

Nilo de Ancira (m. 430)

Se, além disso, um homem do Senhor é significado, o primeiro a ser comparado


com o ouro seria Cefas, cujo nome é interpretado «pedra». Este é o mais alto dos
Apóstolos, Pedro, também chamado Cefas, que forneceu na sua confissão de fé o
fundamento para a edificação da Igreja.

Comentário sobre o Cântico dos Cânticos (PG 87 [ii]: 1693)


Agostinho de Hipona (354-430)

Pois se a sucessão linear de bispos for tomada em conta, com quanto mais certeza
e benefício para a Igreja podemos contar para trás até chegarmos ao próprio
Pedro, a quem, como transportando numa figura toda a Igreja, o Senhor disse:
«Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela»! O sucessor de Pedro foi Lino, e os seus sucessores numa
continuidade inquebrantada foram estes...

Epístola a Generoso, LIII,2 (NPNF2 12:298)

O Evangelho que acaba de ser lido … nos dá a entender que o mar é o mundo
presente, e o Apóstolo Pedro o tipo da única Igreja. Pois Pedro, primeiro na ordem
dos Apóstolos, e no amor de Cristo mais avançado, responde muitas vezes sozinho
por todo o resto. De novo, quando o Senhor Jesus Cristo perguntou, "Mas quem
dizeis vós que eu sou?" Pedro respondeu "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Um
deu a resposta por muitos, Unidade na multiplicidade. Então lhe disse o Senhor,
"Bendito és tu, Simão Bar-Jonas, porque carne e sangue não to revelou, mas meu
Pai que está no céu". Então acrescentou "E eu te digo a ti". Como se Ele tivesse
dito, "Porque tu mo disseste a mim, «és o Cristo, o Filho do Deus vivo», eu
também te digo «Tu és Pedro»". Pois antes ele era chamado Simão. Ora, este
nome de Pedro lhe foi dado pelo Senhor, e isso numa figura, que deveria significar
a Igreja. Pois vendo que Cristo é a Pedra (Petra), Pedro é o povo cristão. Pois a
pedra (Petra) é o nome original. Portanto, Pedro é chamado assim a partir da
pedra, não a pedra a partir de Pedro; como Cristo não é chamado Cristo a partir do
cristão, mas o cristão a partir de Cristo. "Portanto", disse, "tu és Pedro; e sobre
esta Pedra" que tu confessaste, sobre esta Pedra que reconheceste, dizendo "Tu és
o Cristo, o Filho do Deus vivo, edificarei a minha Igreja;" ou seja sobre Mim, o Filho
do Deus vivo, "edificarei a minha Igreja." Eu te edificarei a ti sobre mim, não a
mim sobre ti.

A seguir Agostinho trata do incidente registado uns poucos versículos mais à frente,
em Mateus 16:22ss, onde quando o Senhor anuncia a sua paixão, Pedro tenta
persuadi-lo, e Jesus lhe diz"Para trás de mim, Satanás, porque me serves de
tropeço". O bispo de Hipona prossegue:

Distingamos, vendo-nos a nós próprios neste membro da Igreja, o que é de Deus e


o que é nosso. Pois então não vacilaremos, então estaremos fundados sobre a
Pedra, então estaremos fixos e firmes contra os ventos, e tormentas, e correntes,
as tentações, quero dizer, deste mundo presente. No entanto vede este Pedro, que
era então nossa figura; ora confia, ora vacila; ora confessa o Imortal, ora teme que
Ele morra. Porquê? Porque a Igreja de Cristo tem tanto fracos como fortes ...
Quando Pedro disse "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo" representa os fortes; mas
quando vacila, e não admite que Cristo possa sofrer, ao temer a morte d`Ele, e não
reconhece a vida, ele representa os fracos da Igreja. Naquele único Apóstolo então,
ou seja, Pedro, na ordem dos Apóstolos primeiro e principal, em quem a Igreja
estava figurada, ambos os tipos estavam representados, ou seja, tanto os fortes
como os fracos; porque a Igreja não existe sem ambos.

Sermão 26.

Cristo, como vês, edificou a sua Igreja não sobre um homem mas sobre a confissão
de Pedro. Qual é a confissão de Pedro? «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo». Aqui
está a pedra para ti, aqui está o fundamento, aqui é onde a Igreja foi edificada, a
qual as portas do inframundo não podem conquistar.
Sermão 229P.1

Daí que Ele admoeste assim a Pedro quando este lhe deu mau conselho. Pois o
Senhor, quando estava prestes a sofrer pela nossa salvação, também anunciou o
que haveria de ocorrer relativamente a essa mesma Paixão; e Pedro diz, «Longe
esteja isto de Ti!, Deus não o permita!, Isto não acontecerá!» ... Mas o Senhor,
para fazer que não fosse à frente d`Ele, mas seguindo após Ele, diz, «Para trás de
mim, Satanás!» É por esta razão que disse «Satanás», porque estás pretendendo ir
à frente d`Ele, a quem deves seguir; mas se estiveres atrás, se o seguires a Ele,
não serás daqui em diante «Satanás». E daí? «Sobre esta Pedra edificarei a minha
Igreja».

Exposições sobre Salmos 40:24 (NPNF 8:127)

Mas imediatamente quando o Senhor começou a falar da Sua Paixão, ele temeu
que perecesse pela morte, enquanto nós próprios pereceríamos se Ele não
morresse; e disse: «Longe de ti, ó Senhor, esta coisa não há-de ser feita». E o
Senhor, àquele a quem pouco antes tinha dito, «Bendito és tu, e sobre esta Pedra
edificarei a minha Igreja», lhe disse, «Para trás de mim, Satanás, porque és uma
ofensa para mim». Por que então é «Satanás» aquele que pouco antes era
«bendito» e uma «Pedra»? «Porque não cuidas das coisas que são de Deus», disse
Ele, «mas sim das coisas que são do homem». Um pouco antes ele cuidava das
coisas que são de Deus: porque «não to revelou carne nem sangue, mas meu Pai
que está nos céus». Quando [Pedro estava] em Deus, louvou o seu discurso, não
Satanás mas Pedro, de petra; mas quando [estava] em si mesmo e desde a
enfermidade humana, o amor carnal do homem, o qual seria um impedimento para
a sua própria salvação, e a do resto, é chamado Satanás. Porquê? Porque pretendia
ir à frente do Senhor, e dar conselho terrenal ao Líder celestial... Tu dizes, «Longe
esteja» e tu dizes, «Ó Senhor»; certamente se Senhor é Ele, sabe o que faz, sabe
o que diz. Mas tu desejas guiar o teu Líder, ensinar o teu mestre, mandar no teu
Senhor, escolher por Deus: foste demasiado longe, retrocede...

Exposições sobre Salmos 56:14 (NPNF 8:222-223)

Se n`Ele formos tentados, n`Ele podemos vencer o diabo ... «Sobre a Pedra me
exaltaste». Agora, pois, aqui percebemos quem está clamando desde os confins da
terra. Tragamos à mente o Evangelho: «Sobre esta Pedra edificarei a minha
Igreja». Portanto clama desde os confins da terra Ela, que Ele tinha querido que
fosse edificada sobre uma Pedra. Mas para que a Igreja pudesse ser edificada sobre
a Pedra, quem foi feito tal Pedra? Escuta Paulo dizendo: «Mas a Pedra era Cristo».
Sobre Ele portanto fomos edificados. Por esta razão essa Pedra sobre a qual fomos
edificados, primeiro foi açoitada com ventos, inundações, chuvas, quando Cristo
estava sendo tentado pelo diabo. Vê sobre que firmeza Ele quis estabelecer-te.
Com razão a nossa voz não é em vão, mas é ouvida com atenção: pois em grande
esperança fomos firmados: «Sobre a Pedra me exaltaste».

Exposições sobre Salmos 61:3 (NPNF 8:249)

Cirilo de Alexandria (m. 444)

Mas por que dizemos que eles são «fundamentos da terra»? Pois Cristo é o
fundamento e a base inabalável de todas as coisas ... Mas os seguintes
fundamentos, aqueles mais próximos de nós, pode entender-se que são os
apóstolos e evangelistas, aquelas testemunhas oculares e ministros da Palavra que
foram levantados para o fortalecimento da fé. Pois quando reconhecemos que as
suas próprias tradições devem ser seguidas, servimos a uma fé que é verdadeira e
não se desvia de Cristo. Pois quando [Pedro] sábia e irrepreensivelmente confessou
a sua fé a Jesus dizendo, «Tu és Cristo, Filho do Deus vivo», Jesus disse ao divino
Pedro, «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja». Ora,
pela palavra «pedra» Jesus indicou, penso eu, a inamovível fé do discípulo...

Comentário sobre Isaías IV,2 (PG 70:940)

«E eu digo-te, tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas


do inferno não prevalecerão contra ela». O apodo, creio, chama a nada mais senão
à inabalável e mui firme fé do discípulo «uma pedra», sobre a qual a Igreja foi
fundada e feita firme e permanece continuamente inexpugnável mesmo em relação
às próprias portas do inferno.

Diálogo sobre a Trindade IV (PG 75:866)

Isidoro de Pelúsio (m. 450)

Cristo, que esquadrinha os corações, perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem
os homens que eu, o Filho do Homem, sou?». Não porque não soubesse as
diversas opiniões dos homens acerca de Ele próprio, mas estava desejoso de
ensinar a todos a mesma confissão que Pedro, inspirado por Ele, pôs como a base e
fundamento, sobre a qual o Senhor edificou a sua Igreja.

Epístola 253

Teodoreto de Ciro (c. 393- c. 458)

Que ninguém nesciamente suponha que o Cristo é qualquer outro senão o Filho
unigénito. Não nos imaginemos mais sábios que o dom do Espírito. Escutemos as
palavras do grande Pedro, «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo». Escutemos o
Senhor Cristo confirmando esta confissão, pois «Sobre esta pedra», diz, «edificarei
a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela». Portanto
também o sábio Paulo, excelentíssimo arquitecto das igrejas, não fixou outro
fundamento senão este. «Eu», diz, «como sábio arquitecto pus o fundamento, e
outro edifica sobre ele. Mas que cada um veja como edifica sobre ele. Pois nenhum
homem pode pôr outro fundamento senão o que está posto, o qual é Jesus Cristo».
... Portanto nosso Senhor Jesus Cristo permitiu ao primeiro dos apóstolos, cuja
confissão Ele tinha fixado como uma espécie de alicerce e fundamento da Igreja,
que vacilasse, e que o negasse, e então o levantou de novo ... Certamente ele está
chamando à fé piedosa e à confissão verdadeira uma «pedra». Pois quando o
Senhor perguntou aos seus discípulos quem dizia o povo que ele era, o bendito
Pedro falou, dizendo «Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo». Ao que o Senhor
respondeu: «Em verdade, em verdade te digo que és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela».

Epístola 146; 77; Comentário ao Cântico dos Cânticos, II,14. (NPNF2 3)

Basílio de Seleucia (m. cerca de 459)

Em obediência a língua de Pedro se pôs em movimento e apesar de ignorante da


doutrina, forneceu uma resposta: «Tu és Cristo, Filho do Deus vivo»... Ora Cristo
chamou a esta confissão uma pedra, e nomeou quem a confessou «Pedro»,
percebendo a alcunha como apropriada para o autor desta confissão. Pois esta é a
pedra solene da religião, esta é a base da salvação, esta é o muro da fé e o
fundamento da verdade: «Pois ninguém pode pôr outro fundamento senão o que
está posto, o qual é Cristo Jesus».

Oração XXV,4 (PG 85:297-298)


Leão I Magno (papa 440-461)

Nosso Senhor Jesus Cristo, Salvador da humanidade, instituiu a observância da


religião divina, a qual Ele quis que pela graça de Deus derramasse o seu brilho
sobre todas as nações e todos os povos de tal forma que a Verdade, que antes
estava confinada ao anúncio da Lei e dos Profetas, pudesse através do som da
trombeta dos Apóstolos sair para a salvação de todos os homens, como está
escrito: «Por toda a terra saiu o som deles, e as suas palavras até os confins do
mundo». Mas este sacramento misterioso o Senhor desejou que fosse a ocupação
de todos os Apóstolos, mas de tal forma que Ele pôs o cargo principal no bendito
Pedro, chefe de todos os Apóstolos; e dele como da Cabeça deseja que os seus
dons fluam para todo o corpo; de modo que qualquer um que se atreve a separar-
se da sólida pedra de Pedro possa entender que não tem parte nem porção no
mistério divino. Pois Ele desejou que aquele que tinha sido recebido em
companheirismo na Sua unidade indivisa que fosse nomeado como Ele próprio o
foi, quando disse: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja»;
para que a edificação do templo eterno pelo dom maravilhoso da graça de Deus
pudesse descansar sobre a sólida pedra de Pedro: fortalecendo a Sua Igreja tão
certamente que nem a precipitação humana poderá assaltá-la, nem as portas do
inferno poderão prevalecer contra ela. Mas esta santíssima firmeza da pedra,
levantada, como dissemos, pela mão edificadora de Deus, um homem tem de
desejar destrui-la em extrema impiedade quando tenta quebrar o poder dela,
favorecendo os seus próprios desejos, e não seguindo o que ele recebeu dos
antigos...

Epístola aos bispos da Província de Viena, X (NPNF2 12:8-9)

E quando eles registaram as várias opiniões de outras pessoas, Ele disse, «Mas
vós, quem dizeis que eu sou?» ... Perante isto o bendito Pedro, cuja confissão
divinamente inspirada estava destinada a beneficiar todas as nações, disse, «Tu és
Cristo, o Filho do Deus vivo». E não imerecidamente foi ele declarado bendito pelo
Senhor, tomando da pedra angular principal a solidez do poder que o seu nome
também expressa, ele, que, através da revelação do Pai, confessou-lhe ser ao
mesmo tempo Cristo e Filho de Deus...

Carta a Flaviano, XXVIII, 5 (NPNF2 12:41-42)

E se Eutiques tivesse crido isto inteligente e totalmente, nunca se teria retirado do


caminho desta Fé. Pois Pedro recebeu esta resposta do Senhor por sua confissão:
«Bendito és tu, Simão Bar-Jonas; pois carne e sangue não to revelou, mas meu Pai
que está no céu. E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha Igreja; e as portas do Hades não prevalecerão contra ela». Mas o que tanto
rejeita a confissão do bendito Pedro como contradiz o Evangelho de Cristo, está
muito longe da união com este edifício; pois se mostra a si mesmo como nunca
tendo tido nenhum zelo para entender a Verdade, e ter apenas a aparência vazia
de alta estima, que não adornou as cãs da velhice com algum juízo maduro do
coração.

Carta ao Sínodo de Éfeso XXXIII, 1 (NPNF2 12: 47)

Uma vez que, portanto, a Igreja universal tornou-se uma pedra (petra) através da
edificação da Pedra original, e o primeiro dos Apóstolos, o beatíssimo Pedro, ouviu
a voz do Senhor dizendo, «Tu és Pedro, e sobre esta pedra (petra) edificarei a
minha Igreja», quem é que se atreve a assaltar tal fortaleza inexpugnável, a não
ser o anticristo ou o diabo, que, permanecendo inconverso na sua impiedade, está
ansioso por semear mentiras mediante os vasos da ira que são apropriados para a
sua perfídia, enquanto sob o falso nome de diligência pretende estar em busca da
Verdade.

Carta a Leão César CLVI, 2 (NPNF2 12:100)

E do Seu governo e protecção eterna recebemos também o apoio da ajuda dos


Apóstolos, a qual certamente não cessa em sua operação; e a força do
fundamento, sobre o qual se levanta toda a superstrutura da Igreja, não se debilita
pelo peso do templo que descansa sobre ele. Pois a solidez daquela fé que foi
louvada no chefe dos Apóstolos é perpétua; e como permanece o que Pedro creu
em Cristo, assim permanece o que Cristo instituiu em Pedro. Pois quando, como se
leu na lição do Evangelho, o Senhor perguntou aos discípulos quem criam eles que
Ele era, entre as variadas opiniões sustentadas, e o bendito Pedro respondeu,
dizendo, «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo», o Senhor diz, «Bendito és tu,
Simão Bar-Jonas, porque carne e sangue não to revelou, mas meu Pai que está no
céu. E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as
portas do Hades não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos
céus. E o que ligares na terra, será ligado no céu; e o que desligares na terra, será
desligado também no céu».

A dispensação da Verdade portanto permanece, e o bendito Pedro perseverando na


força da Pedra, que ele recebeu, não abandonou o leme da Igreja, que ele tomou.
Pois ele foi ordenado antes do resto de tal forma a ser chamado a Pedra, a ser
pronunciado o Fundamento, a ser constituído o Porteiro do reino dos céus, a ser
colocado como Árbitro para ligar e desligar, cujos juízos reteriam a sua validade no
céu, por todos estes títulos místicos podemos conhecer a natureza da sua
associação com Cristo. E ainda hoje ele mais plena e efectivamente desempenha o
que lhe está confiado, e realiza cada parte da sua obrigação e encargo n`Ele e com
Ele, através de Quem foi glorificado. E assim, se qualquer coisa é rectamente feita
e rectamente decretada por nós, se qualquer coisa é ganha da misericórdia de
Deus por nossas súplicas diárias, é por sua obra e mérito cujo poder vive e cuja
autoridade prevalece na sua Sede. Pois isto, amadíssimos, foi ganho por aquela
confissão, a qual, inspirada no coração do Apóstolo por Deus o Pai, transcendeu
toda a incerteza das opiniões humanas, e foi dotada com a firmeza de uma pedra,
a qual nenhum assalto poderia abalar. Pois em toda a Igreja Pedro diariamente
diz: «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo», e toda a língua que confessa o Senhor
aceita a instrução que a sua voz transmite. Esta Fé conquista o diabo, e rompe as
ataduras dos seus prisioneiros. Arranca-nos desta terra e planta-nos no céu, e as
portas do Hades não podem prevalecer contra ela. Pois com tal solidez está dotada
por Deus que a depravação dos heréticos não pode danificá-la nem a incredulidade
dos gentios vencê-la.

Sermão III , 2-3 (NPNF2 12:117)

E justamente foi o bendito Apóstolo Pedro louvado por confessar esta união, que
quando o Senhor estava inquirindo o que conheciam d`Ele os discípulos,
rapidamente se antecipou ao resto e disse, «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo».
E isto certamente viu, não pela revelação de carne ou sangue, que poderiam ter
dificultado a sua visão interior, mas pelo próprio Espírito do Pai operando no seu
coração crente, para que em preparação para governar toda a Igreja ele pudesse
primeiro aprender o que haveria de ensinar, e para a solidificação da Fé, a qual
estava destinado a pregar, pudesse receber esta garantia, «Tu és Pedro, e sobre
esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela». Esta força, portanto, da Fé cristã, a qual, edificada sobre uma pedra
inexpugnável não teme as portas da morte, reconhece o único Senhor Jesus Cristo
como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, acreditando igualmente que ele é o
Filho da Virgem, que é o Criador da sua Mãe; nascido também no final dos tempos,
embora seja o Criador do tempo; Senhor de todo poder, e ainda assim mortal;
ignorante do pecado, e ainda assim sacrificado pelos pecadores à semelhança da
carne pecaminosa.

Sermão sobre a Paixão, XI Sermão LXII, 2 (NPNF2 12:174)

Mateus 16:18 nos séculos VI a IX

Cassiodoro (c. 485- c. 580)

«Não será abalada» diz-se acerca da Igreja à qual somente essa promessa foi
dada: «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do
Inferno não prevalecerão contra ela». Pois a Igreja não pode ser abalada porque se
sabe que foi fundada sobre a pedra mais sólida, a saber, Cristo o Senhor ... Deste
«fundamento», é inferido rectamente Cristo, que é uma pedra inabalável e uma
pedra inexpugnável. Acerca disto diz o Apóstolo: «Pois nenhum outro fundamento
pode algum homem pôr senão aquele que já está posto, o qual é Cristo Jesus».

Exposições sobre os Salmos 45:5 (PL 70:330)

Gregório I Magno (nascido c. 540; papa 590-604)

Mas uma vez que não é a minha causa, mas a de Deus, uma vez que as leis
piedosas, uma vez que os veneráveis sínodos, uma vez que os próprios
mandamentos de nosso Senhor Jesus Cristo são transtornados pela invenção de
uma certa orgulhosa e pomposa frase, que seja o piedosíssimo senhor a cortar o
lugar da chaga, e prenda o paciente remisso nas cadeias da augusta autoridade.
Pois ao atar estas coisas justamente alivias a república; e, enquanto cortas estas
coisas, provês o alargamento do teu reinado.

Pois a todos os que conhecem o Evangelho lhes é evidente que pela voz do Senhor
o cuidado de toda a Igreja foi confiado ao santo Apóstolo e Príncipe de todos os
Apóstolos, Pedro. Pois a ele se diz, «Pedro, amas-me? Apascenta as minhas
ovelhas». A ele é dito, «Eis que Satanás desejou peneirar-vos como trigo; e eu orei
por ti, Pedro, para que a tua fé não desfaleça. E tu, quando te converteres,
fortalece os teus irmãos». A ele se diz, «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei
a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as
chaves do reino do céu; e o que ligares na terra será também ligado no céu; e o
que desligares na terra, será desligado também no céu».

Eis que ele recebeu as chaves do reino celestial, e lhe é dado poder para ligar e
desligar, lhe é confiado o cuidado e a principalidade de toda a Igreja, e ainda assim
ele não é chamado o Apóstolo universal; enquanto o santíssimo homem, o meu
companheiro sacerdote João, pretende ser chamado bispo universal. Estou forçado
a gritar e dizer Oh tempos, oh costumes!

Eis que todas as coisas nas regiões da Europa são entregues ao poder dos
bárbaros, as cidades são destruídas, os campos arrasados, as províncias
despovoadas, nenhum lavrador habita a terra, os adoradores de ídolos prevalecem
e dominam para a matança dos fiéis, e ainda assim sacerdotes, que deveriam
chorar jazendo no chão e em cinzas, buscam para si nomes de vanglória, e se
gloriam em títulos novos e profanos.

Defendo eu a minha própria causa neste assunto, piedosíssimo senhor? Ressinto


que se me tenha feito mal a mim especialmente? Não, a causa de Deus
Omnipotente, a causa da Igreja universal.
Quem é este que, contra as ordenanças evangélicas, contra os decretos dos
cânones, ousa usurpar para si um novo nome? O teria se realmente por si mesmo
fosse, se pudesse ser sem nenhuma diminuição dos outros – ele que cobiça ser
universal.

E certamente sabemos que muitos sacerdotes da Igreja de Constantinopla caíram


na voragem da heresia ... Se então qualquer um nessa Igreja toma para si esse
nome, pelo qual se faz a cabeça de todo o bem, segue-se que a Igreja universal cai
do seu pedestal (o que não permita Deus) quando aquele que é chamado universal
cai. Mas longe dos corações cristãos esteja esse nome de blasfémia, no qual é
tirada a honra de todos os sacerdotes, no momento em que é loucamente arrogado
para si por um (só).

Certamente, em honra de Pedro, Príncipe dos Apóstolos, foi oferecido pelo


venerável sínodo de Calcedónia ao romano pontífice. Mas nenhum deles jamais
consentiu usar este nome de singularidade, para que, por algo que se dá
peculiarmente a um, os sacerdotes em geral não sejam privados da honra que lhes
é devida. Como é que então nós não buscamos a glória deste título mesmo quando
é oferecido, e outro ousa arrebatá-lo para si próprio embora não se lhe ofereça?

Epístola XX a Maurício César (NPNF 2 12:170-171)

Isidoro de Sevilha (c. 560-636)

Pedro transporta o carácter da Igreja, o qual tem o poder de perdoar pecados e de


levar os homens desde o Hades até o reino celestial ... Todos os Apóstolos também
transportam o tipo da Igreja inteira, uma vez que eles também receberam um
poder igual de perdoar pecados. Eles transportam também o carácter dos
patriarcas, os quais pela palavra da pregação espiritualmente engendraram o povo
de Deus em todo o mundo ...

Alegorias no Novo Testamento (PL 83:117-118)

O homem sábio que edificou a sua casa sobre a pedra significa o mestre fiel, que
estabeleceu os fundamentos da sua doutrina e vida sobre Cristo ... Além
disso, Cristo é chamado um «fundamento» porque a fé é estabelecida nele, e
porque a Igreja católica é edificada sobre ele.

Etimologias VII,2 (PL 82:267)

Beda o Venerável (c. 673-735)

Tu és Pedro e sobre esta pedra da qual tomaste o teu nome, ou seja, sobre mim
mesmo, edificarei a minha Igreja, sobre essa perfeição de fé que tu confessaste
edificarei a minha Igreja de cuja sociedade de confissão se alguém se desviar ainda
que em si mesmo pareça fazer grandes coisas, ele não pertence ao edifício da
minha Igreja. ... Metaforicamente é dito a ele que a Igreja há-de ser edificada
sobre esta pedra, ou seja, o Salvador que tu confessaste, que concedeu
participação ao fiel confessor do seu nome.

Homilias 23 (PL 94:260)

João de Damasco (c. 675-c. 749)

E Pedro, inflamado por um ardente zelo e incitado pelo Espírito Santo, replicou:
«Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo». Oh, bendita boca! Perfeitos, benditos lábios!
Oh, alma teológica! Mente preenchida por Deus e feita digna pela instrução divina!
Oh, divino órgão pelo qual Pedro falou! Justamente és bendito, Simão filho de
Jonas ... porque nem carne nem sangue nem mente humana, mas meu Pai no céu
revelou esta divina e misteriosa verdade a ti. Pois ninguém conhece o Filho, senão
aquele que é conhecido por ele ... Esta é a firme e inamovível fé sobre a qual,
como sobre a pedra cujo sobrenome carregas, a Igreja está fundada. Contra esta
as portas do inferno, as bocas dos hereges, as máquinas dos demónios – pois eles
haverão de atacar - não prevalecerão. Eles pegarão em armas mas não vencerão.

Homilia sobre a Transfiguração (PG 96:554-555)

Pascásio Radberto (c. 785-860)

Há uma resposta de todos sobre os quais a Igreja é fundada e contra os quais as


portas do inferno não prevalecerão ... Tão grande fé não surge excepto da
revelação de Deus o Pai e da inspiração do Espírito Santo de modo que qualquer
um que tenha fé, como uma pedra firme, é chamado Pedro ... Deve notar-se que
qualquer um dos fiéis é uma pedra na medida em que é um imitador de Cristo e é
luz na medida em que é iluminado pela luz e por isso a Igreja de Cristo está
fundada sobre esses na medida em que eles são fortalecidos por Cristo. De modo
que não só sobre Pedro mas sobre todos os Apóstolos e os sucessores dos
Apóstolos é edificada a Igreja de Deus. Mas estas montanhas são primeiro
edificadas sobre a montanha, Cristo, elevada acima de todas as montanhas e
colinas .... Esta é certamente a verdadeira e inviolável fé dada a Pedro por Deus o
Pai, a qual afirma que se não tivesse havido sempre um Filho não teria havido
sempre um Pai, fé sobre a qual a Igreja toda está fundada e permanece firme,
crendo que Deus é o Filho de Deus.

Comentário sobre Mateus (PL 120:561, 555-556)

Fernando Saraví

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