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Procedimento Padrão de
Higiene Operacional
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Boas Práticas e
Procedimento Padrão de
Higiene Operacional
Brasília
2010
© 2010. SENAI – Departamento Nacional
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor.
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis
S677b
Sobral , Suellen Roso
Boas práticas e procedimento padrão de higiene operacional /
Suellen Roso Sobral, Carin Fernanda Fabrim . Brasília: SENAI/DN,
2010.
99 p. : il. color ; 30 cm .
Inclui bibliografias.
CDU 663/664
Caro aluno:
Bom estudo!
7
Plano de Estudos
Ementa
Segurança dos alimentos. Histórico e requisitos do
programa de BPF. Perigos que podem ser encontra-
dos nos alimentos. Deinição e classiicação de peri-
gos. Fatores que afetam a multiplicação de microrga-
nismos em alimentos. Doenças de origem alimentar
(DTOs). Doenças transmitidas por alimentos. Boas
práticas de fabricação, manipulação de alimentos e
procedimento padrão de higiene operacional. Proce-
dimento operacional padronizado. Legislação. Con-
dições de higiene das superfícies de contato.
Objetivos
Objetivo Geral
9
Objetivos Especíicos
10
Segurança dos
Alimentos 1
Objetivo de Aprendizagem
Ao inal desta unidade, você será capaz de
compreender os objetivos, os fundamentos
e o processo evolutivo da construção das
práticas de higiene, qualidade e segurança
na fabricação e manipulação de alimentos.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das
aulas seguintes:
Aula 1: Histórico
11
Para Iniciar
Os consumidores querem ter a garantia de que os alimentos que con-
somem estejam livres de contaminantes químicos, biológicos, físicos
ou de qualquer outra substância que prejudique a sua saúde. Em razão
disso, nos últimos anos, a busca pela segurança nos alimentos vem
crescendo de maneira considerável.
Aula 1:
Histórico
A partir da década de 1980, as indústrias de alimentos vêm redirecionando seus
sistemas de gestão da qualidade no sentido de torná-los cada vez mais preven-
tivos e menos corretivos. Essa tendência tem se fortalecido pela constatação de
que os sistemas tradicionais de inspeção e controle de qualidade não têm sido
capazes de garantir a inocuidade dos alimentos, bem como pela necessidade
cada vez maior de racionalizar recursos e aperfeiçoar processos. Além disso,
a crescente globalização dos mercados tem exigido das empresas a adoção
de sistemas equivalentes de controle reconhecidos internacionalmente (AB1A,
1993 apud BOARATTI, 2004).
12
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Unidade 1 13
Aula 2:
Requisitos do programa
de BPF
Os requisitos que fazem parte do programa de BPF para que os alimentos sejam
produzidos com segurança e qualidade estão apresentados na igura a seguir:
Codex Alimentarius 1
É um conjunto de padrões alimentares adotados internacionalmente e apre-
sentados de uma maneira uniforme. Os objetivos da publicação desses padrões
alimentares são proteger a saúde do consumidor e garantir práticas justas no
comércio de alimentos.
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Unidade 1 15
Aceitação total
Signiica que o país vai garantir que o produto em questão seja distribuído
livremente, de acordo com os padrões do Codex, dentro do território sob sua
jurisdição. O país vai garantir, também, que os produtos que não estejam de
acordo com os padrões não sejam distribuídos conforme o nome e a descrição
previstos no padrão.
Aceitação programada
Significa que o país indicará sua intenção de aceitar o padrão após um deter-
minado período de anos. Significa, também, que não vai impedir a distribui-
ção de produtos dentro de sua jurisdição, desde que atendam os requisitos
especificados pelo Codex.
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Unidade 1 17
GT-20 – Frutas e Hortaliças Frescas – MA
GT-21 – Cacau e Chocolate – Anvisa / MS
GT-22 – Resíduos de Medicamentos Veterinários em Alimentos – MA
GT-23 – Princípios Gerais – Inmetro
GT-24 – Rotulagem de Alimentos – Anvisa / MS
GT-25 – Regional para América Latina e Caribe – MRE
GT-26 – Importação e Exportação de Alimentos, Certiicação e Inspeção – Inmetro
GT-27 – Alimentos Derivados da Biotecnologia – MCT
GT-28 – Alimentação Animal – MA
Vigilância Sanitária
A Vigilância Sanitária tem como missão precípua a prevenção de agravos à saúde, a
ação reguladora da garantia da qualidade de produtos e serviços, que inclui a apro-
vação de normas e suas atualizações, bem como a iscalização de sua aplicação.
Colocando em Prática
Você chegou ao inal da primeira unidade, e é hora de mostrar o que você
realmente aprendeu. Acesse o AVA e realize as atividades propostas.
Relembrando
Na primeira unidade, você pôde observar que, por diversos fatores,
a indústria alimentícia vem se tornando cada vez mais preventiva e
assertiva. Nos últimos anos, a busca pela segurança nos alimentos vem
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Alongue-se
Que tal dar um tempo nos estudos e descansar um pouco? Não está
acreditando que isso faz parte do curso? Então, faça assim – encare esta
como mais uma tarefa: procure a espreguiçadeira mais próxima e tire
aquele cochilo. Volte somente quando estiver sentindo-se revigorado.
Unidade 1 19
Perigos que Podem
ser Encontrados
nos Alimentos
2
Objetivo de Aprendizagem
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das
aulas seguintes:
21
Para iniciar
Perigo é a presença inaceitável de contaminantes biológicos, químicos
ou físicos nas matérias-primas ou nos produtos semi-acabados ou aca-
bados e em não conformidade com o Padrão de Identidade e Qualidade
(PIQ) ou regulamento técnico estabelecido para cada produto (Mapa).
Aula 1:
Deinição e classiicação
de perigos
O Ministério do Meio Ambiente deine “perigo” como contaminação inaceitável
de natureza biológica, química ou física ou uma condição do produto que possa
causar dano à saúde ou à integridade do consumidor. Ainda de acordo com
esta deinição, são causas potenciais de danos inaceitáveis que possam tornar um
alimento impróprio ao consumo e afetar a saúde do consumidor, a perda da quali-
dade e da integridade econômica dos produtos. Perigo é a presença inaceitável de
contaminantes biológicos, químicos ou físicos nas matérias-primas ou nos produ-
tos semi-acabados ou acabados e em não conformidade com o Padrão de Identi-
dade e Qualidade (PIQ) ou regulamento técnico estabelecido para cada produto.
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Os microrganismos são seres formados de apenas uma célula e têm vida própria.
Alguns deles trazem prejuízos à saúde humana, podendo até levar à morte. Ou-
tros são benéicos e necessários, tanto na indústria de alimentos (produção de
alimentos e bebidas) como para proteger o intestino ou outras regiões do corpo.
Microrganismo patogênico
Pode causar danos à saúde das pessoas (bactérias patogênicas, bolores pro-
dutores de micotoxinas, vírus, protozoários etc.).
Unidade 2 23
prazo (agudos), como os produzidos por alimentos alergênicos.
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Bactérias
São organismos unicelulares.
Encontram-se na natureza.
Apresentam-se sob diferentes formas.
Têm rápida velocidade de multiplicação em condições adequadas.
Preferem alimentos ricos em proteínas: carnes, leite, ovos, peixes etc.
Algumas produzem toxinas, que são um tipo de veneno, ou seja, uma subs-
tância de efeito tóxico para o homem. Os esporos, por exemplo, são formas de
resistência de certas bactérias (gêneros Bacillus e Clostridium, principalmente).
Veja, na igura a seguir, como são formadas.
Unidade 2 25
Bioilme
Bioilmes são agrupamentos de microrganismos formados a partir de resíduos
de matéria orgânica presentes em superfícies sólidas, formando uma cápsula
polissacarídica que se adere às superfícies lisas (limo, corrosão etc.).
Curva de crescimento
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Fungos
Entre os fungos importantes para os alimentos, encontramos os seguintes:
1 Bolores ou mofos:
Figuras 6: Bolores
Unidade 2 27
Figura 7 : Mofos
2 Leveduras ou fermentos
Figura 8: Leveduras
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Vírus
Figura 9: Vírus
Unidade 2 29
Parasitos
Giardia Lamblia
Entamoeba histolytica
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Taenia solium
Fonte:
Teníase: cisticerco na carne de porco.
Cisticercose: ovos da tênia nas fezes do homem.
Contaminação:
Teníase: matéria prima contaminada com Cisticercus celulosae.
Cisticercose: ingestão dos ovos em horatliças não higienizadas, oriun-
das de hortas com fezes humanas. Autocontaminação.
Alimentos envolvidos:
Teníase: carne de porco mal cozida.
Cisticercose: verduras cruas e água contaminada.
Quadro clínico: infestação intestinal com forma adulta da tênia. Ocorre
nervosismo, insônia, fome, cólica abdominal, perda de peso, raras gastrente-
rites. Período de incubação de três a seis meses. A larva passa do intestino e
invade outros órgãos.
Características: o porco contamina-se ingerindo alimentos contaminados
com ovos da tênia, oriundos de fezes humanas, e desenvolve a cisticercose
suína, com os cisticercos disseminados pelo organismo. Em seguida, o ho-
mem ingere carne de porco mal cozida e desenvolve a teníase, com a forma
adulta da tênia no intestino, eliminando, constantemente, proglotes grávidas
com muitos ovos que se liberam no ambiente. Esses ovos podem ser inge-
ridos por auto infestação (coprofagia) ou por alimentos contaminados. No
intestino do homem, os ovos liberam larvas, que caem na circulação sanguí-
nea, alojam-se em órgãos como o cérebro e têm um tropismo para o tecido
nervoso, causando a cisticercose humana, de maior gravidade.
Unidade 2 31
Amebíase (Entamoeba histolytica)
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Aula 2:
Fatores que afetam
a multiplicação de
microrganismos em
alimentos
Fatores de crescimento microbiano – intrínsecos
Tem como características:
pH.
Atividade da água.
Potencial de óxido redução – redox.
Conteúdo de nutrientes.
Constituintes antimicrobianos.
Estruturas biológicas.
pH
Também chamado indicador ácido-base, é um composto químico adicionado
em pequenas quantidades a uma solução que permite saber se a solução é áci-
da, básica ou neutra. Esses corantes são dotados de propriedades halocrônicas,
que consistem na capacidade de mudar de coloração em função do pH do meio.
Unidade 2 33
Dada a subjetividade em determinar a mudança de cor, os indicadores de pH
não são aconselháveis para determinações precisas do valor do pH. Um medi-
dor de pH, denominado pHmetro, é frequentemente usado em aplicações nas
quais se necessita um maior rigor na determinação do pH da solução.
Tabela 1: Exemplo de Ph
pH Classe Exemplo
>4,5 Pouco ácidos Leite, carnes, pescado
<4,0 a 4,5> Ácidos Frutas e hortaliças
<4,0 Muito ácidos Sucos de frutas, refrigerantes
Microrganismos Aw
Item 1 Bactérias deteriorantes 0,90
Item 2 Leveduras deteriorantes 0,88
Item 3 Bolores deteriorantes 0,80
> 0,98 – carnes e pescados frescos, leite e outras bebidas, frutas e hortaliças
frescas, hortaliças em salmoura enlatadas e frutas em caldas.
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Unidade 1 35
Anaeróbios – requerem Eh negativo (ausência de O2). Exemplos: gêneros
Clostridium e Desulfotomaculum.
Facultativos – multiplicam-se em Eh positivo e negativo. Exemplos: levedu-
ras (fermentativas), enterobactérias e Bacillus.
Microaeróilos – multiplicam-se melhor em Eh baixo. Exemplo: bactérias láticas.
O potencial redox é um fator importante a ser usado na conservação dos ali-
mentos e também permite avaliar quais microrganismos vão se desenvolver em
determinados alimentos. Pode-se utilizar o processo de exaustão, embalagem
não permeável ao O2, submetidas a vácuo, atmosfera com gases inertes, are-
ação e carbonatação para controlar os microrganismos aeróbios. Tais recursos
são largamente usados para queijos, vegetais, produtos cárneos e outros, a im
de se evitarem os bolores supericiais.
Conteúdo de nutrientes
Os microrganismos variam quanto às suas exigências, quanto aos fatores de
multiplicação e quanto à capacidade de utilizar os diferentes substratos que
compõem os alimentos.
Constituintes anitimicrobianos
Ovo: possui lisozima (muramidase), que destrói a parede celular das bacté-
rias Gram positivas. No albúmen do ovo, encontra-se a avidina, uma subs-
tância com atividade inibitória sobre algumas bactérias e leveduras.
Amoras, ameixas e morangos: possuem ácido benzóico com atividade bac-
tericida e fungicida, sendo mais efetivo em pH de 2,5 a 4,5.
Cravo: contém eugenol, que atua contra bactérias (Bacillus, Staphylococcus
aureus, Aeromonas) e enterobactérias.
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Boas Práicas e Procedi e to
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Estruturas biológicas
Constituem uma barreira para o acesso dos microrganismos às partes perecíveis
de certos alimentos, ou seja, às partes que possuem nutrientes que permitam a
multiplicação dos microrganismos e que são “teoricamente” estéreis. Exemplos:
Cascas de sementes
Cascas de nozes
Casca de arroz
Pele e pelo de animais
Casca de película das frutas.
Temperatura
A temperatura é um dos fatores ambientais que mais afeta a viabilidade e a multi-
plicação microbiana. Apesar de a multiplicação microbiana ser possível numa faixa
de -8°C até +90°C, a temperatura ótima da maioria dos patógenos é de 35°C . A
temperatura afeta a duração da fase de latência (lag), a velocidade de multiplica-
ção, as necessidades nutritivas e a composição química e enzimática das células.
Unidade 2 37
Figura 11: Resistência térmica das fórmulas esporuladas
Temperatura (°C)
Grupo Mínima Ótima Máxima
Termóilos 40 a 45 55 a 75 60 a 90
Mesóilos 5 a 15 30 a 45 35 a 47
Psicróilos -5 a +5 12 a 15 15 a 20
Psicrotróicos -5 a +5 25 a 30 30 a 35
Fonte: ICMSF (1980)
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Composição da atmosfera
A composição gasosa do ambiente que envolve um alimento pode determi-
nar os tipos de microrganismos que nele poderão predominar. A presença de
oxigênio favorecerá a multiplicação de microrganismos aeróbios, enquanto sua
ausência causará predominância dos anaeróbios, embora haja bastante variação
na sensibilidade dos anaeróbios ao oxigênio.
Atmosferas contendo 10% de CO₂ são utilizadas, há muito tempo, para prolon-
gar o tempo de armazenamento de frutas, especialmente maçãs e peras. Embo-
ra o mecanismo desse processo não seja bem conhecido, acredita-se que o CO₂
aja por competição com o etileno, que é responsável pelo amadurecimento e
pela senescência das frutas. Atmosferas contendo CO₂ vêm sendo empregadas
também para prolongar o tempo de armazenamento de carnes vermelhas.
Atenção
Interações entre os fatores intrínsecos e extrínsecos para impedir
a multiplicação de microrganismos deterioradores e patogênicos,
melhorando a estabilidade e a qualidade de alimento.
Unidade 2 39
Conceito
Alteração da atividade da água e do pH do produto por meio da adição de sa-
carose (0 a 70%), ácido cítrico (0 a 3%) e da adição do conservador sorbato de
potássio, conservando o produto por 120 dias a 25⁰C com a adição de alguns
ingredientes em proporções variadas. Exemplo: 0,75% de ácido cítrico + 0,10%
de sorbato de potássio + 46% de sacarose + 0,22% de ácido cítrico + 0,06% de
sorbato de potássio.
Colocando em Prática
Você chegou ao inal da Unidade 2. É hora de mostrar o que você real-
mente aprendeu. Acesse o AVA e realize as atividades propostas.
Relembrando
Esta unidade começou deinindo “perigo” como contaminação inacei-
tável de natureza biológica, química ou física, que possa causar dano à
saúde ou à integridade do consumidor, segundo o Ministério do Meio
Ambiente. Apresentou três classiicações de perigo: microbiológico,
químico e físico, e falou sobre os microrganismos que podem conta-
minar os alimentos. Por dentro destas informações, por im, você pode
compreender os fatores que afetam a multiplicação de microrganismos
nos alimentos, denominados atores de crescimento microbiano intrín-
secos e extrínsecos. Revise-os brevemente a seguir:
Intrísecos
pH: também chamado indicador ácido-base, é um composto químico
que, adicionado em pequenas quantidades a uma solução, permite
saber se a solução é ácida, básica ou neutra.
Atividade da água (Aa ou Aw): a água presente em um alimento pode
estar na forma ligada ou não ligada. A relação entre o teor de água não
ligada ou disponível é denominada de atividade de água.
O potencial de redox de um ambiente é medido em milivolts (mV) e
pode ser afetado por uma série de compostos.
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Alongue-se
Chegou aquela hora tão esperada! Acomode-se no sofá, ouça uma
música suave, beba alguma coisa. Curta seu descanso e volte cheio de
disposição para continuar o curso.
Unidade 2 41
Doenças de
Origem Alimentar
(DTOs)
3
Objetivo de Aprendizagem
Ao inal desta unidade, você será capaz
de compreender e identiicar os principais
agentes responsáveis por transmitir doenças
e de agir de forma a preveni-las.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das
aulas seguintes:
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Para Iniciar
As doenças transmitidas por alimentos são decorrentes da falta de
diversos fatores, que podem estar relacionados entre si: manipulação
inadequada, deiciência na higienização de equipamentos, temperatu-
ras inadequadas, contaminação cruzada, falta de higiene pessoal etc.
Essas doenças, geralmente, são causadas por microrganismos: bacté-
rias, fungos, vírus e parasitas.
Aula 1:
Doenças transmitidas
por alimentos
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as Doenças de Origem Alimentar –
DTOs classiicam-se da seguinte forma:
Intoxicações químicas
Esses problemas ocorrem na cadeia produtiva de alimentos, onde poderão ocor-
rer falhas nas técnicas de plantio e transporte de produtos. Relacionam-se direta-
mente ao controle de qualidade da matéria prima, bem como ao atendimento de
legislações vigentes que estabelecem técnicas adequadas de manejo e plantio.
Intoxicações naturais
São ocasionadas pela presença de agentes naturalmente presentes nos alimen-
tos, que podem ser tóxicos ao nosso organismo. Nesse caso, técnicas adequa-
das de preparo, armazenamento e cocção são fundamentais para reduzir riscos
à saude dos consumidores.
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Unidade 3 45
Agentes causadores de DTAs
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, os agentes envolvidos
em DTAs de maior prevalência são: Salmonela sp.; enterotoxina estailococica, B.
cereus e C. perfrigens. Em caso de situações epidêmicas de cólera, é importante
destacar a ocorrência de V. Cholerae. A ocorrência das parasitoses intestinais
é alta; por outro lado; o estudo epidemiológico não é sistemático, apesar de a
maioria ter veiculação de origem alimentar. O mesmo ocorre por vírus entéricos.
Atenção
As bactérias sempre foram os agentes causais mais comuns na ocorrência
de DTA, mas estudos têm mostrado que a incidência de virose está
aumentando, o que se deve, diretamente, ao avanço no diagnóstico
laboratorial, bem como à emergência de novos vírus.
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Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Unidade 3 47
48
Infecção Alimentar
Período
Agente Fonte Contaminação Alimentos Sintomas de incu-
bação
Intestino
de homens
e animais,
matéria-pri-
Contaminação cru-
ma animal
zada (matéria-prima,
(carnes Aves, carnes, produtos de
utensílios, mãos), Diarreia, mal-estar e cólicas, 8 a 22
Salmonella sp e aves), ovos, leite cru, pimenta,
alimentos mal cozi- com ou sem febre. horas.
gema de cevada etc.
dos. Gema de ovo
ovos (con-
crua.
taminação
transovaria-
na), esterco
animal.
Contaminação
Intestino
cruzada por falha
do homem, Infecção intstinal com disente-
de higiene pesso-
água e hor- Produtos cárneos e lác- ria (fezes com muco e san-
Salmonella al, equipamentos e 7 a 28
taliças con- teos, verduras, mariscos, gue), febre, mal estar, cala-
typhi utensílios, dias.
taminadas ostras, pescados, saladas. frios, hipotensão, septicemia,
com matéria choque endotóxico e morte.
contaminação de
fecal.
esgoto (água).
Intestino
Infecção intestinal com disen-
do homem, Contaminação
teria (fezes com muco, pus e
água e hor- cruzada por falha
Verduras, carnes e produ- sangue), febre, vômito, cólica, 12 a 72
Shigella SP taliças con- de higiene pessoal
tos lácteos. mal estar. Pode causar sinto- horas.
taminadas na manipulação de
mas neurológicos pela produ-
por matéria alimentos.
Infecção Alimentar
Período
Agente Fonte Contaminação Alimentos Sintomas de incu-
bação
Água, Contato de alimen-
Infecção intestinal com diar-
animais tos prontos com
Yersinia ente- Leite, queijo, aves (mal reia, náusea, febre baixa, có- 12 a 72
selvagens, mãos, equipamen-
rocolitica passadas), água. lica, mal-estar, dor de cabeça. horas.
suínos, cães tos e utensílios mal
Pode causar linfadenite aguda.
e aves. higienizados.
Fezes do
homem 1. 12 a 72
Cruzada entre ali- horas
e animais Água, hortaliças, carnes,
mentos crus com 1. E.coli enteropatogênica e E.
de sangue aves, pescados, verduras,
Escherichia cozidos, utensílios coli enteroinvasiva – diarreia, 2. 12 a 72
quente, maionese, purê de batatas,
coli mal higienizados, vômito, febre, cólica, mal estar horas
água de massas frescas, lasanha e
mãos de manipula- e calafrios.
rios, lagos, sobremesas, farofas. 3. 8 a 72
dores.
nascente e horas
poços.
Quadro 2: Infecção Alimentar
Infecção Alimentar
Período
Agente Fonte Contaminação Alimentos Sintomas de incu-
bação
Contaminação cru-
Intestino de zada entre produtos
gado, suíno, crus e alimentos
Leite cru, água, hambúr- Diarreia, náusea, vômito, fe-
Campylobac- galinha, cozidos, equipa- 8 a 22
guer, fígado cru, carne de bre. Pode ter início semelhan-
ter jejuni pássaro mentos e utensílios horas.
frango. te a gripe.
selvagem, mal higienizados,
cordeiro. cocção inadequada
(carnes).
Intestino
do homem, Náusea, cólica, diarreia profu-
Contaminação cru-
fezes, água Água, leite de coco, pes- sa com aspecto de “água de
zada por utilização
Vibrio chole- com con- cados, frutos do mar crus coco” com cheiro de pescado;
de água contamina- 1 a 4 dias.
rae taminação e mal passados, peixe olheiras, dedos enrugados,
da, equipamentos,
fecal, mo- desidratado. hipotermia, hipotonia, suor
Infecção Alimentar
Período
Agente Fonte Contaminação Alimentos Sintomas de incu-
bação
Contaminação cru-
zada de frutos do
Vibrio parahe- Água do Peixes e moluscos crus ou Cólica, febre, diarreia profusa e 12 a 18
mar crus, equipa-
molyticus mar. mal cozidos. desidratação. horas.
mentos e utensílios
não desinfetados.
Mátrias-primas
Cólica, diarreia, febre, cala-
Solo, água, contaminadas
frios, dor de cabeça, mal estar,
esgoto, (leite, carnes, aves,
Leite e derivados lácteos, prostração, dores nas juntas e
Listeria mo- vegetais em pescados, frutas, Indetermi-
linguiça de peru, vegetais linfadenite.
nocitogenes putrefação, hortaliças, cama- nado
e embutidos. Doença letal para indivídu-
silagem, ra- rões, caranguejo) e
os com câncer, doença renal,
ção animal. ambiente de proces-
transplantados etc.
samento.
Fonte: Silva JR (2005)
Toxinfecção Alimentar
Período
Agente Fonte Contaminação Alimentos Sintomas de incu-
bação
Matéria-prima, car-
Solo (terra
nes e aves), material
e agua),
do solo (caixas de Carnes e aves assados
intestino
Clostridium papelão e caixotes). ou cozidos, feijão cozido, Diarreia e cólicas abdominais 8 a 22
do homem
perfringens Contaminação cru- legumes cozidos e molho sem febre horas
e animais,
zada entre produtos, de carne.
hortaliças e
equipamentos e
temperos.
utensílios.
Manipulador porta-
Fezes hu-
dor do vírus, falta de Mariscos, frutas e verduras
manas e Febre, mal estar, prostração,
Hepatite A higiene das mãos, cruas, saladas mistas de 10 a 50
água com anorexia, dor abdominal e
(vírus A) água contaminada vegetais com carnes, aves dias.
contamina- icterícia.
em verduras, legu- e peixes.
ção fecal.
mes e frutas.
Manipulador apre-
Fezes hu- sentando quadro de
Vírus entéri- Mariscos, frutas e verduras
manas e virose com as mãos Diarreia, vômito, febre, cólicas
co, Rotavírus cruas, saladas mistas de Indetermi-
água com contaminadas. Água abdominais, sintomas respira-
e Agente vegetais com carnes, aves nado.
contamina- contaminada em tórios.
Norwalk ou peixes.
ção fecal. frutas, verduras e
legumes.
Quadro 4: Agentes virais causadores de infecções alimentares
Fonte: Silva JR (2005)
Agentes parasitários causadores de infecções alimentares
Período
Agente Fonte Contaminação Alimentos Sintomas de incu-
bação
a) teníase:
cisticercos a) matéria-prima a) infestação intestinal com a) 3 a 6
a) carne de porco mal meses.
na carne de contaminada com tênia na forma adulta. Nervo-
cozida.
porco Cisticercus celulosae. sismo, insônia, fome, cólicas
abdominais, perda de peso,
Taenia solium
b) cisticer- b) ingestão de ovos raras gastrenterites.
cose: ovos em hortaliças conta-
b) verduras cruas e água
da tênia nas minadas por matéria b) larva passa o intestino e b) indeter-
contaminada.
fezes do fecal. migra para outros órgãos. minado.
homem.
Quadro 5: Agentes parasitários causadores de infecções alimentares
Fonte: Silva JR (2005)
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Os alimentos que se destinam ao consumo humano, por muitas vezes, são pre-
parados em ambientes contaminados por uma grande variedade de microrga-
nismos. Consequentemente, o consumidor está exposto à ingestão destes, que
podem manifestar doenças de origem alimentar.
O alimento, após seu preparo, deve estar com suas características sensoriais,
tais como, cor, odor, aspecto e sabor, sem alteração e, além disso, deve pro-
porcionar sua função nutricional, fornecendo ao corpo nutrientes adequados
à manutenção da saúde. Por outro lado, há condições em que o alimento se
apresenta aparentemente bom, com suas características normais, mas, após a
ingestão, ocasiona manifestações clínicas (sintomas) características de doenças
alimentares, e ica evidenciada sua contaminação.
Atenção
Unidade 3 59
Obtenção da curva epidêmica (gráico que apresenta a distribuição no
tempo do aparecimento dos sintomas iniciais em todos os acometidos).
Cálculo da frequência dos sintomas (número de doentes entrevistados
com a quantidade de sintomas observados).
Avaliação do quadro clínico.
Cálculo da taxa de ataque para cada alimento envolvido (número de pessoas
doentes que ingeriram um alimento especíico pelo número total de doentes).
No Brasil, os dados não são coniáveis, mas estima-se que haja cerca de 68 a 90
milhões de casos e de 350 a 6500 mortes anualmente. Isso gera, em média, um
gasto de U$ 350 milhões/ano.
60
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
agente, pois, de acordo com dados do Ministério da Saúde, 51% dos casos no-
tiicados possuem agente etiológico ignorado; 41,26% são causados por bacté-
rias, 6,67% por vírus, 0,48%por parasitas e 0,58% por agente químico.
matéria-prima contaminada;
manipulador infectado;
práticas inadequadas de manipulação;
higienização inadequada de equipamentos e utensílios;
recipientes tóxicos;
aditivos acidentais;
aditivos intencionais;
saneamento deiciente.
Unidade 3 61
Quadro 6: Principais fatores para a contaminação de alimentos em domicílios
Fonte: Fatores contribuintes associados aos surtos de DTAs (1978‒2000) – Paraná, 2003
Colocanto em Prática
Mais uma unidade de estudo, mais uma atividade a ser realizada no
AVA. Acesse e responda os exercícios.
Relembrando
Nesta unidade, você conheceu os conceitos de intoxicações químicas e
intoxicações naturais. Reveja:
62
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Alongue-se
Momento para relaxar e deixar os estudos de lado. Aproveite para
assistir um ilme, comer pipoca e divertir-se muito!
Unidade 3 63
Boas Práticas
de Fabricação,
Manipulação
de Alimentos e
4
Procedimento
Padrão de Higiene
Operacional
Objetivo de Aprendizagem
Ao inal desta unidade, você será capaz de
elaborar estratégias de ações que assegu-
rem a qualidade e a segurança dos produ-
tos, fundamentado nos procedimentos e
normas legais estabelecidas.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das
seguintes aulas:
65
Para Iniciar
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) compõem um conjunto de normas
empregadas em produtos, processos, serviços e ediicações, visando à
produção de alimentos seguros, isentos de perigos biológicos, quími-
cos e físicos, à saúde do consumidor.
Aula 1:
Boas práticas de
fabricação
A qualidade da matéria-prima, o layout dos equipamentos e das instalações físicas,
as condições higiênicas do ambiente, da manipulação e a saúde dos funcionários
são aspectos fundamentais para garantir a qualidade e a segurança dos alimentos.
66
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Treinamento
A aplicação desses treinamentos deve ser periódica, bem como suas revisões e
atualizações.
Os cabelos devem estar curtos e limpos e devem ser totalmente cobertos por
toucas ou redes apropriadas.
Unidade 4 67
Etapas para a higienização das mãos com sabonete líquido
68
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Uniforme e acessórios
Os uniformes devem ser de cor clara, sem bolsos acima da cintura, inteiriço
e com velcro no lugar de botões. Os bolsos, se necessários, devem também
ser fechados com velcro.
Os uniformes devem ser mantidos em bom estado e conservados limpos
(troca diária).
Os uniformes não devem ser usados fora da área do estabelecimento.
A lavagem dos uniformes deve ser feita, preferencialmente, por lavanderias
especializadas. Quando feita pelo próprio funcionário, este deve receber
orientação adequada.
A calça deve ser confeccionada com cintas ixas ou elástico, e a braguilha,
com zíper ou velcro.
Sendo necessário usar suéter, este deve estar completamente coberto
pelo uniforme.
O uso de avental plástico deve ser adotado sempre que a tarefa executada
provoque sujeiras rapidamente.
Os calçados devem ser de cor clara, confeccionados de borracha, não devem
possuir aberturas nas pontas ou calcanhares e suas ranhuras profundas não
devem ser maiores que 0,6 cm. Para trabalhar em lugares úmidos, devem ser
de proteção contra riscos de origem mecânica e impermeáveis (conforme Nor-
ma da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho). Em áreas de processamento
de produto seco, podem-se usar calçados adequados de couro e de cor escura.
Os calçados devem ser mantidos em boas condições e conservados limpos.
Não deve ser permitido o uso de alianças, anéis, brincos, colares, relógios,
pulseiras ou quaisquer outros adereços.
Óculos, quando usados, devem estar presos por um cordão que passe por
trás do pescoço para prevenir que se soltem e caiam sobre o produto.
Protetores auriculares, quando usados, devem estar atados entre si e presos
por um cordão que passe por trás do pescoço para prevenir que se soltem e
caiam sobre o produto.
As luvas, quando usadas para manipulação após etapa letal, devem ser de
material impermeável, descartáveis e mantidas limpas.
Unidade 4 69
Figura 13: Vestimenta correta
70
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Hábitos comportamentais
Unidade 4 71
Figura 16: Comportamento incorreto
Localização
72
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Edifícios e instalações
Para aprovação das plantas, os edifícios e instalações devem ter construção sóli-
da e sanitariamente adequada. Nenhum dos materiais usados na construção e na
manutenção deve transmitir qualquer substância indesejável ao alimento. Deve
ser levada em conta a existência de espaços suicientes para atender, de maneira
adequada, todas as operações. O desenho deve permitir uma limpeza adequada e
a devida inspeção quanto à garantia da qualidade higiênico-sanitária do alimento.
Unidade 4 73
Pisos
Paredes
Teto
Janelas
74
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Outras exigências
As portas devem ser de material não absorvente e de fácil limpeza;
As escadas, os elevadores de serviço, os monta-cargas e as estruturas auxilia-
res, como plataformas, escadas de mão e rampas, devem estar localizadas e
construídas com segurança e de modo a não ser fonte de contaminação direta
ou indireta dos alimentos, da matéria-prima e do material de embalagem, por
gotejamento ou condensação, e devem facilitar as operações de limpeza.
Os refeitórios, lavabos, vestiários e banheiro de limpeza do pessoal auxiliar
do estabelecimento devem estar completamente separados dos locais de
manipulação de alimentos e não devem permitir acesso direto e nem comu-
nicação com esses locais.
Os insumos, matérias-primas e produtos acabados devem estar localizados sobre
estrados e separados das paredes para permitir a correta higienização do local.
Deve-se evitar a utilização de materiais que não possam ser higienizados ou
desinfetados adequadamente, por exemplo, a madeira, a menos que a tec-
nologia utilizada faça seu uso imprescindível e que seu controle demonstre
que não se constitui em fonte de contaminação.
Unidade 4 75
Canaletas, quando necessárias, devem ser lisas, com revestimento que segue
o descrito para piso, e devem possuir cantos arredondados (raio mínimo de
5cm) para facilitar a limpeza e declive adequado (mínimo 2%).
Grades devem ser de aço inoxidável ou plástico adequado. Devem ser sifo-
nados, com declive mínimo de 1% a para o sifão.
Ralos devem permitir fácil higienização, devem ser sifonados e devem ser
dotados de mecanismo para fechamento.
Lavatórios devem seguir as mesmas regras de instalação descritas para lava-
tórios de sanitários.
A ventilação deve ser suiciente para garantir o conforto térmico e a ausên-
cia de gases, fumaça, condensação e fungos.
O luxo de ar deve seguir da área limpa para a área suja; no caso de áreas
climatizadas, o ar não deve incidir diretamente sobre os alimentos.
Sanitários e vestiários
76
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Saneamento:
Tratamento de resíduo (lixo)
Unidade 4 77
Sistema de esgoto
A água, tão necessária à vida, serve de veículo para a transmissão de uma variedade
de microrganismos que podem ser responsáveis pelas chamadas doenças de veicu-
lação hídrica, resultantes da ingestão de água contaminada para irrigação, pesca e
recreação. A água está ligada, também, à transmissão de algumas verminoses.
Água potável
78
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Atenção
Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 80% de todas as
doenças que afetam os países em desenvolvimento provêm de água de má
qualidade.
A água para produção de alimentos deve ser potável. Os limites tolerados estabe-
lecidos pela Portaria Nº 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde são:
Unidade 4 79
Figura 20: Procedimento de limpeza de reservatório
80
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Deve ser evitado, também, o uso de diferentes materiais para evitar o apare-
cimento de corrosão por contato.
Todos os equipamentos devem possuir desenho sanitário adequado, de
forma a facilitar as operações de limpeza e desinfecção, e o estabelecimento
deve adotar um programa de manutenção preventiva e calibração dos equi-
pamentos para garantir sua conservação e seu uso adequado.
Controle de pragas
Unidade 4 81
Aspectos gerais de produção
82
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Pré-preparo e preparo
A empresa deve possuir Manual de Boas Práticas de Fabricação, que deve ser a re-
produção iel da realidade da empresa e atualizado sempre que a indústria realizar
alterações em sua estrutura física ou tecnológica ou, pelo menos, uma vez ao ano.
Unidade 4 83
Aula 2:
Procedimento padrão
de higiene operacional e
procedimento operacional
padronizado
Classiicação do PPHO:
84
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
O Manual de Boas Práticas tem por objetivo descrever os procedimentos de BPF ado-
tados pela empresa e os aspectos gerais dos requisitos para a segurança do alimento.
higiene pessoal;
projetos e instalações;
fabricação;
limpeza e saniicação;
controle integrado de pragas;
controle de qualidade.
Unidade 4 85
Exemplos:
Informações especíicas:
86
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Informações especíicas:
higiene pessoal;
higiene das mãos: etapas, frequência e princípio ativo usado;
comportamento no trabalho;
controle da saúde dos manipuladores: especiicar os exames de saúde e a
periodicidade da execução;
controle diário das condições de saúde: especiicar as medidas adotadas no
caso da ocorrência de lesões nas mãos, enfermidades e outros problemas
que podem comprometer a segurança do alimento.
Unidade 4 87
Formatação dos POP
Cabeçalho
Procedimento Operacio- Código do POP:
nal Padronizado
Revisão:
Logotipo
Higienização de insta- Data:
lações, equipamentos e
móveis Página ____ de ____
Rodapé
Elaborado por: Veriicado por: Aprovado por:
Objetivo;
Documento de referência;
Campo de aplicação;
Deinições;
Responsabilidades;
Descrição do procedimento;
Monitoramento;
Registros;
Ações corretivas;
Veriicação;
Anexos;
Registro das alterações.
88
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Essa notiicação deverá conter a descrição do defeito detectado, além das infor-
mações técnicas que esclareçam os fatos e a descrição dos riscos que o produto
ou serviço apresenta, especiicando todas as suas implicações.
Atividades de Aprendizagem
Acesse o AVA para realizar as atividades propostas para esta unidade.
Se precisar pesquisar em sua apostila, sinta-se livre para isso.
Unidade 4 89
Relembrando
Nesta unidade, você estudou as Boas Práticas de Fabricação. Elas são
essenciais para controlar possíveis fontes de contaminação e para garantir
que o produto atenda às especiicações de identidade e qualidade da em-
presa. O programa de Boas Práticas de Fabricação envolve aspectos gerais,
como de recursos humanos, que abordam o treinamento dos funcionários,
as condições de saúde e higiene, uniformes e acessórios, entre outros.
Alongue-se
É hora de aquietar a mente e repousar. Procure relaxar e só volte aos
estudos quando estiver novamente com a cabeça fresca.
90
Legislação
5
Objetivo de Aprendizagem
Ao inal desta unidade, você estará apto a
executar ações e elaborar procedimentos
necessários para garantir a qualidade e a
segurança dos alimentos em todo seu pro-
cesso, dentro das normativas e legislações
que fundamentam as práticas estudadas
nas unidades anteriores.
Aulas
Acompanhe nesta unidade o estudo das
aulas seguintes:
91
Para iniciar
Todo o equipamento e as superfícies de trabalho devem ser dispostos
de maneira a apresentar as superfícies lisas e sem nichos. A iambreira,
se existir, deve estar sempre limpa e coberta por um pano quando não
estiver sendo utilizada. A legislação é clara, e todo o proissional deve
conhecê-la.
Aula 1:
Condições de higiene das
superfícies de contato
92
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
1 Etapas da higienização
2 Pré-lavagem
3 Lavagem
Remoção dos resíduos pelo uso de soluções detergentes com ou sem auxílio
de abrasivos.
4 Enxágue
5 Sanitização
Limpeza manual
Limpeza das superfícies pelo uso de esponjas e escovas (peças, utensílios, partes
de equipamentos):
Unidade 5 93
sanitização;
enxágue inal.
Limpeza por sistema mecanizado
94
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Atenção
A higiene pessoal dos manipuladores é de extrema importância. Para isso,
existem roupas protetoras, toucas, botas e luvas adequadas. Vale a pena
citar que o comportamento pessoal também é relevante e altamente
avaliado.
Aula 2 – Conheça a
legislação
Conheça a Legislação.
Unidade 5 95
Higienização de instalações, equipamentos, móveis e utensílios
Portaria nº 15, de 23 de agosto 1988 – Anvisa
Determina que o registro de produtos saneantes domissanitários com inalidade
antimicrobiana seja procedido de acordo com as normas regulamentares anexas à
Portaria.
Âmbito: federal.
Colocando em Prática
Você inalizou a última unidade desta apostila. Antes de encerrar seus
estudos, acesse o AVA e realize as atividades propostas. Depois, aven-
ture-se no Desaio e receba sua certiicação.
Relembrando
Nesta unidade, você observou que as informações sobre a higiene das
superfícies de contato que receberão o alimento são claras e diversas,
96
Boas Práicas e Procedi e to
Padrão de Higie e Operacio al
Alongue-se
Relaxar faz bem para a alma! Invista em algo prazeroso e deixe o sor-
riso aparecer. Quando estiver se sentindo pronto para outra, acesse o
AVA e realize o Desaio.
Desaio
Para fechar este curso com chave de ouro, você precisará passar por um desaio.
Unidade 5 97
Referências
99