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Mecânica Quântica
Rio de Janeiro
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Mecânica Quântica
(primeira versão)
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Prefácio
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8 Prefácio
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Prefácio 9
Mecânica Quântica
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10 Prefácio
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Sumário
Prefácio 7
11
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12 Sumário
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Sumário 13
Mecânica Quântica
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14 Sumário
9 Espalhamento 307
9.1 Amplitude de Espalhamento . . . . . . . . . . . . . . . . 308
9.2 Seção de Choque Diferencial . . . . . . . . . . . . . . . . 310
9.3 Método de Ondas Parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
9.4 Teorema Óptico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 321
9.5 Espalhamento Elástico e Inelástico . . . . . . . . . . . . 322
9.6 Espalhamento Ressonante . . . . . . . . . . . . . . . . . 325
9.7 Efeito Ramsauer-Townsend . . . . . . . . . . . . . . . . 327
9.8 Espalhamento - Função de Green . . . . . . . . . . . . . 328
9.9 Aproximação de Born . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331
9.10 Aproximação Eikonal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 335
9.11 Espalhamento de Partículas Idênticas . . . . . . . . . . 338
9.12 Comentários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 339
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Sumário 15
Referências 491
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16
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Capítulo 1
17
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8πν 2 hν
ρν = 3 hν
. (1.1)
c exp kT −1
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Ec = Eco − W = hν − W , (1.4)
8
Isaac Newton (1642–1727), matemático, físico e filósofo inglês.
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3. O elétron pode saltar de uma órbita para outra. Se ele "salta" es-
pontaneamente de uma órbita em que sua energia total é Ei para
uma outra órbita de energia menor Ef , a energia perdida é emi-
tida na forma de radiação, cuja freqüência é dada pela relação
ν = (Ei − Ef )/h.
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E = nhν ,
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h
L=n = n~ .
2π
Essas regras de quantização propiciaram por exemplo a obtenção,
pelo próprio Sommerfeld, da chamada constante de estrutura fina para
os espectros atômicos. Espectros atômicos de alta resolução mostravam
que algumas linhas eram na verdade duplas ou triplas, detalhes que
são conhecidos como estrutura fina dos espectros. Sommerfeld admitiu
a possibilidade de órbitas elípticas de diferentes excentricidades. Uti-
lizando expressões relativísticas, uma vez que em órbitas de alta excen-
tricidades os elétrons têm velocidades muito maiores ao passar próximo
ao núcleo, Sommerfeld obteve para a chamada constante de estrutura
fina 33 :
e2
α= .
~c
Embora a regra de quantização de Wilson-Sommerfeld fosse ainda
muito limitada (só é válida para sistemas com movimento periódico),
foi um avanço na compreensão dos sistemas físicos de pequenas dimen-
sões. Uma relação entre os resultados clássicos e os da teoria quântica
foi ainda introduzida por Bohr, por volta de 1923, segundo a qual "As
previsões da teoria quântica devem corresponder aos resultados das teo-
rias clássicas no limite de grandes números quânticos", conhecido como
Princípio de Correspondência.
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35
Jean Baptiste Joseph Fourier (1768–1830), matemático francês.
36
Conjuntos de quantidades físicas são denominados conjuntos completos de ob-
serváveis compatíveis. Um conjunto completo fornece uma descrição máxima do
sistema, e portanto, caracteriza um estado do sistema.
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ou seja, a relação de Heisenberg (1.12) pode ser vista como uma re-
gra de comutação entre as matrizes que representam a coordenada
espacial e o momentum de uma partícula,
X h
(qln pnl − pln qnl ) = i = i~
n
2π
ou ainda
(q p − p q)lk = i ~δlk ⇔ [q, p] = i ~ (1.14)
A regra de comutação entre as matrizes de coordenada espacial e de
momentum é a relação fundamental da Mecânica Quântica Matricial
e sua conexão entre a mecânica clássica e a quântica foi evidenciada por
Dirac 40 ao relacionar os comutadores aos parênteses de Poisson 41 .
De modo geral, qualquer grandeza periódica ~g(~p,~q) associada a um
oscilador harmônico pode ser escrita como
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Isso sugere que propriedades ondulatórias dos elétrons possam ser obser-
vadas em situações semelhantes àquelas em que os efeitos de difração e
interferência foram observados com uso de raios-X, ou seja em cristais.
Em 1927, essas idéias foram confirmadas em experimentos realizados
independentemente por Davisson 44 e Germer 45 nos Estados Unidos e
por G. Thomson 46 na Escócia 47 . Fazendo um feixe de elétrons acel-
erados incidir num mono cristal, observa-se uma distribuição angular
dos elétrons espalhados. Essa distribuição, só pode ser interpretada se
pensarmos num processo de difração de Bragg, como a observada para
raios-X.
44
Clinton Joseph Davisson (1881–1958), físico americano.
45
Lester Halbert Germer (1896–1971), físico americano.
46
George Paget Thomson (1892–1987), físico inglês.
47
C. Davisson and L. H. Germer, Physical Review, 30, n. 6, 705–740 (1927);
C. Davisson and L. H. Germer, Nature, 119 n. 2998, 558–560 (1927); G. P. Thom-
son, Proceedings of the Royal Society of London, A117, 600–609 (1928).
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ψ 0 (~q) = ψ(~q) ei α
48
Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger (1887–1961), físico austríaco.
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onde d3 k representa o volume infinitesimal no espaço ~k: dkx dky dkz . Por
simplicidade faremos o estudo do pacote de onda em uma dimensão, no
caso em que as ondas se propagam paralelas ao eixo x. Assim, a função
de onda depende somente de x e t:
Z +∞
1
ψ(x, t) = φ(k)ei(kx−ωt) dk . (1.22)
(2π)1/2 −∞
Se escolhermos o instante inicial na origem t = 0, podemos escrever a
função de onda como:
Z +∞
1
ψ(x, 0) = φ(k)ei kx dk , (1.23)
(2π)1/2 −∞
e φ(k) é a transformada inversa da integral de Fourier para ψ(x, 0):
Z +∞
1
φ(k) = ψ(x, 0)e− i kx dx . (1.24)
(2π)1/2 −∞
Nos assumiremos que φ(k) é uma função real positiva e tenha uma
distribuição simétrica de k ao redor do valor médio k̄. Fazendo uma
mudança de variável u = k − k̄, escreveremos (1.23) como:
Z +∞
1 i k̄x
ψ(x, 0) = e φ(u + k̄)ei ux du . (1.25)
(2π)1/2 −∞
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e sua inversa
Z
ψ(~r, 0) e− i k ~r d3 r .
1 ~
φ(~k) = (1.28)
(2π)3/2
Se a função de onda descreve o movimento de uma partícula livre,
então pelo princípio da superposição cada componente da onda plana
contida em (1.27) propaga independentemente de todas as outras de
acordo com a descrição arbitrária, ' ei(k ~r−ωt) . Assim a função de onda
~
em um tempo t será
Z
φ(~k) ei(k ~r−ωt) d3 k .
1 ~
ψ(~r, t) = 3/2
(1.29)
(2π)
³ ´ ³ ´
− i ω̄t + ~k0 ∇
~ ~ ω̄t
~ ~ ω̄t, 0 .
ψ(~r, t) = e k 0 ψ ~r − ∇ k0
(1.32)
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ψ(~r, t) = ei S(~r,t)/~ .
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1.17 Comentários
Recomenda-se ao leitor, como pré-requisito e requisito paralelo, os livros
do Prof. Leite Lopes (1992) 54 e dos Profs. Caruso e Oguri (2006) 55 como
introdução e fundamentos à estrutura da matéria. Nesses livros o leitor
encontrará deduções detalhadas, claras e históricas da mecânica quân-
tica antiga de Planck, Einstein, Bohr, Wilson e Sommerfeld, e descrições
dos experimentos fundamentais. Ainda nesses livros poderão estudar a
mecânica matricial de Heisenberg, Born e Jordan, bem como a dedução
de Broglie e da equação de Schrödinger. Com relação a mecânica matri-
cial, também poderá ser feita a leitura do livro do Prof. Piza (2002) 56 ,
esse livro está numa forma moderna e excelente.
54
J. Leite Lopes, Estrutura quântica da matéria, (1992).
55
F. Caruso e V. Oguri, Física moderna, (2006).
56
A. F. R. de Toledo Piza, Mecânica quântica, (2002).
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1.17. Comentários 45
57
R. Feynman, The Feynman Lectures on Physics, (1963).
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46
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Capítulo 2
A Equação de Schrödinger e
Álgebra dos Operadores
47
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~2 2
~ω(k) = (k + ky2 + kz2 ) + V (x, y, z)
2µ x
que é a mesma energia total, em termos de relações de de Broglie.
Assim, comparando a energia total e a equação (2.1) podemos definir
os operadores diferenciais, para a energia total E e para o momentum
~p, da seguinte forma:
∂ ~ .
E → i~ , ~p → − i ~∇ (2.3)
∂t
Muitas vezes é conveniente escrever a equação de Schrödinger em
uma forma mais compacta. Isso pode ser feito utilizando o operador H
~2 2
H=− ∇ + V (~r) , (2.4)
2µ
chamado operador hamiltoniano, para reescrever a equação de Schrö-
dinger da seguinte forma:
∂
Hψ(~r, t) = i ~ ψ(~r, t) . (2.5)
∂t
A função de onda ψ é uma função complexa. Isso impede que ela
seja observada ou medida diretamente, como acontece com funções de
onda clássicas. O fato de ψ ser uma função complexa é uma condição
inibidora para atribuir-lhe qualquer interpretação física real. A fim de
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obtém-se
∂|ψ|2 i~ ~ ³ ~ ∗ ´
=− ∇ ψ ∇ψ − ψ ∗ ∇ψ
~ . (2.9)
∂t 2µ
Assim, definimos uma nova quantidade física
³ ´
~J(~r, t) = i ~ ψ ∇ψ
~ ∗ − ψ ∗ ∇ψ
~ , (2.10)
2µ
~ = √ ~ √ i ~
ψ ∗ ∇ψ ρ ∇ ( ρ) + ρ∇S
~
e então podemos escrever o fluxo de probabilidade como:
~
~J = ρ∇S . (2.13)
µ
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Nós agora podemos ver que há mais informação para a função de onda
além do fato que |ψ|2 é a densidade de probabilidade; o gradiente da fase
S contém uma peça vital de informação. Da equação (2.13) podemos ver
que a variação espacial da fase S da função de onda caracteriza o fluxo
de probabilidade, quanto mais intensa a fase, mais intenso o fluxo. A
direção do fluxo ~J em um ponto ~r é visto como a normal da superfície.
Fica evidente que
~ = ~p ,
∇S
~
mas geralmente podemos interpretar ∇S/µ como um tipo de veloci-
dade,
~
∇S
~v = ,
µ
e a equação de continuidade poderá ser escrita na forma
∂ρ ~
+ ∇ (ρ ~v) , (2.14)
∂t
como na dinâmica dos fluidos.
A equação de movimento, utilizando e equação de Schrödinger
dependente do tempo, é
" #
~ r, t)]2
∂S(~r, t) [∇S(~ ~ 2 ∇2 ρ
~2 (∇ρ)
+ +V + − =0 (2.15)
∂t 2µ 4µ 2ρ ρ
ou √
~ r, t)]2
∂S(~r, t) [∇S(~ ~2 ∇2 ρ
+ +V − √ =0 (2.16)
∂t 2µ 2µ ρ
onde novamente temos a equação de Hamilton-Jacobi para a dinâmica
da partícula, a o último termo que contém o potencial quântico adi-
cionado a energia potencial convencional V .
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∂ ~2
i ~ ϕ(~r) Φ(t) = − Φ(t) ∇2 ϕ(~r) + V (~r) ϕ(~r)Φ(t) (2.22)
∂t 2µ
1 ∂ ~2 1
i~ Φ(t) = − ∇2 ϕ(~r) + V (~r) . (2.23)
Φ(t) ∂t 2µ ϕ(~r)
∂
i~ Φ(t) = E Φ(t) ,
· ∂t
¸
~2 2
− ∇ + V (~r) ϕ(~r) = E ϕ(~r) .
2µ
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∂ i i ∗
~ ~J(~r, t) ,
ρ(~r, t) = − (E − E ∗ ) ϕ∗ (~r)ϕ(~r) e− ~ (E−E )t = −∇
∂t ~
integrando essa equação no volume V e utilizando o teorema da di-
vergência, temos
Z Z
(E − E ∗ )
i ∗
ϕ∗ (~r)ϕ(~r) e− ~ (E−E )t d3 r = − i ~ ~ ~J(~r, t) d3 r
∇
V IV
= − i ~ ~J(~r, t) n̂ d2 r .
S
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Lembrando que
Z I
∂ ~J(~r, t) n̂ d2 r = 0
ρ(~r, t) d3 r = − i ~
V ∂t S
obtém-se Z
i ∗ )t
∗
(E − E ) ϕ∗ (~r)ϕ(~r) e− ~ (E−E d3 r = 0 .
V
R i ∗
Como V ϕ∗ (~r)ϕ(~r) e− ~ (E−E )t d3 r > 0, se ϕ(~r) não identicamente
nula, conseqüentemente temos E = E ∗ , o que mostra que a energia E
é uma quantidade real. O fato de a energia E ser real nos garante que
a função Φ(t) seja puramente oscilatória. Com isso, podemos observar
que as funções ϕ(~r) e Φ(t) diferem por um fator de fase que depende
do tempo.
As autofunções da equação de Schrödinger correspondem aos es-
tados estacionários de Bohr, se o estado inicial, ψ(~r, 0), é um dado
auto-estado ϕE de energia,
ψ(~r, 0) = ϕE (~r)
a solução da equação de Schrödinger, ψ(~r, t), para um instante t qual-
quer, será dada por
i
ψ(~r, t) = ϕE (~r) e− ~ Et .
Assim, as densidades de probabilidades associadas às soluções que
evoluem de um auto-estado de energia não dependem do tempo,
ρ(~r) = ϕ∗E (~r) ϕE (~r) .
Portanto, os auto-estados de energia de uma partícula em um campo
conservativo são também chamados de estados estacionários.
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~2 £ ∗ 2 ¤
− ϕl ∇ ϕn − ϕn ∇2 ϕ∗l = (En − El ) ϕ∗l ϕn
2µ
ou seja
~2 ~ h ∗ ~ i
− ∇ ϕl ∇ϕn − ϕn ∇ϕ
~ ∗ = (En − El ) ϕ∗ ϕn .
l l
2µ
Integrando em todo o espaço,
Z h i Z
2µ
∇ ϕl ∇ϕn − ϕn ∇ϕl d r =
~ ∗~ ~ ∗ 3
(El − En ) ϕ∗l ϕn d3 r
V ~ V
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e− ~ ~p ~r V (~r) = V (i ~∇
~ ~p ) e− ~ ~p ~r ,
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~ ~p . Substituindo
onde ~r aparece como um operador diferencial ~r → i ~∇
a equação acima em (2.39), executando a integral, teremos a solução
com o auxilio da função delta de Dirac, e o resultado final será uma
equação diferencial parcial em espaço de momentum:
∂φ(~p, t) p2 ~ ~p ) φ(~p, t)
i~ = φ(~p, t) + V (i ~∇ (2.40)
∂t 2µ
da transformada de Fourier
Z
1 i
ψ(x) = φ(p) e ~ px dp ,
(2π~)1/2
e Z
f (x0 ) δ(x − x0 ) dx0 = f (x) .
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Sabemos que
Z
hxi = ψ ∗ (x) x ψ(x) dx
Z Z Z
1 i i 0
= φ∗ (p) e− ~ px dp dx x φ(p0 ) e ~ p x dp0 .
2π~
d
u = φ(p0 ) → du = φ(p0 ) dp0
dp0
e Z
i 0 i 0 i 0
px 0
dv = x e ~ dp → v= x e ~ p x dp0 = − i ~ e ~ p x ,
assim
Z h i+∞ Z
i 0 i 0 d i 0
x φ(p0 ) e ~ p x dp0 = − i ~ φ(p0 ) e ~ p x + i~ φ(p0 ) e ~ p x dp0 .
−∞ dp0
Então,
Z Z Z
1 i 0 d
hxi = e ~ (p −p)x dx φ∗ (p) i ~ φ(p0 ) dp0 dp
2π~ dp0
Z Z
d
= φ∗ (p) i ~ φ(p0 ) δ(p0 − p) dp0 dp
dp0
Z
d
= φ∗ (p) i ~ φ(p) dp .
dp
~ ~p .
~r → i ~ ∇ (2.43)
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2.8 Operadores
Seja F uma quantidade física que caracteriza o estado de um sistema
quântico. Os valores que uma dada quantidade física pode assumir são
chamados de autovalores. O conjunto dos autovalores é o espectro.
Na mecânica clássica as quantidades físicas são contínuas. Porém na
mecânica quântica, não necessariamente. Pode haver espectros dis-
cretos ou espectros contínuos. Vamos supor, para simplificar, que o
espectro de F seja discreto. Os autovalores de F serão denotados por
fn , (n = 0, 1, 2, ). A função de onda do sistema, no estado em que
F tem o valores fn , será denotada por ψn . Essas funções são chamadas
autofunções de F. Assim,
Fψn = fn ψn . (2.49)
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2.8. Operadores 63
Fψn = fn ψn
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Mas
µZ ¶∗ Z
¡ ∗ ¢∗
ψ ∗ F ψ d3 r = ψ (F ψ) d3 r
Z
= ψ (F∗ ψ ∗ ) d3 r
Z
= ψ F∗ ψ ∗ d3 r , (2.52)
F = (Ft )∗ .
4 ∂ ∂ψ
Por exemplo, seja F = − i ∂x . Então, dado uma ψ qualquer, temos Fψ = − i ∂x
.
¡ ¢∗ ∗
O operador F deve ser tal que F∗ ψ ∗ = − i ∂ψ
∗
∂x
= i ∂ψ
∂x
. Logo, F∗ = i ∂x
∂
.
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2.8. Operadores 65
logo
µZ ¶∗ Z Z
∗ ∗ 3
hFi = ψ Fψd r = ψ F∗ ψ ∗ d3 r = ψ ∗ (Ft )∗ ψ d3 r .
Mas à !∗
X X
hF∗ i = fn∗ |cn |2 = fn |cn |2 = hFi∗ .
n n
Ou seja, Z Z
∗ † 3
ψ F ψd r= ψ ∗ (Ft )∗ ψ d3 r .
F = F†
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e Z Z
∗ 3 ∗
ψm Fψn d r = fn ψm ψn d3 r . (2.56)
Mas
Z Z
¡ t ¢∗
ψn F∗ ψm
∗
d3 r = ∗
ψm F ψn d3 r
Z
∗ †
= ψm F ψn d3 r
Z
∗
= ψm Fψn d3 r .
i i
i i
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2.8. Operadores 67
F + F† F − F†
F= +i . (2.60)
2 2
Prova.
Z Z
∗ † 3
ψ (FG) ψ d r = (FGψ)∗ ψ d3 r
Z
= (Gψ)∗ F† ψ d3 r
Z
= ψ ∗ G† F† ψ d3 r
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Fψn = fn ψn
Gψn = gn ψn
e, portanto,
(F + G)ψn = (fn + gn )ψn .
Esse resultado pode ser generalizado para funções de onda quaisquer,
assim:
(F + G)ψ = Fψ + Gψ .
Neste caso, tem-se
Z Z Z
hF+Gi = ψ (F+G)ψ d r = ψ Fψ d r+ ψ ∗ Gψ d3 r = hFi+hGi
∗ 3 ∗ 3
(FG)ψ = F(Gψ) .
e
GFψn = G(Fψn ) = Gfn ψn = fn Gψn = fn gn ψn .
Logo, para as autofunções simultâneas, temos
(FG − GF)ψn = 0
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FG − GF = 0 .
e X
(FG − GF)ψ = cn (FG − GF)ψn = 0
n
[F, G] ≡ FG − GF
é diferente de zero.
d dF
hFi = h i (2.62)
dt dt
Explicitando, devemos ter
Z
d d
hFi = ψ ∗ Fψ d3 r
dt dt
Z Z Z
∗ ∂F 3 ∂ψ ∗ ∂ψ 3
= ψ ψd r+ Fψ d r + ψ ∗ F
3
d r (2.63)
∂t ∂t ∂t
e usando a equação de Schrödinger,
∂ψ ∗ i
= H∗ ψ ∗
∂t ~
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∂ψ i
= − Hψ .
∂t ~
Substituindo esses resultados em (2.63), temos 6
Z Z Z
d ∗ ∂F 3 i ∗ ∗ 3 i
hFi = ψ ψd r+ (H ψ )Fψ d r − ψ ∗ F(Hψ) d3 r
dt ∂t ~ ~
(2.64)
usando o fato de que H ser hermitiano, temos
Z Z
(H ψ )Fψ d r = ψ ∗ HFψ d3 r
∗ ∗ 3
(2.65)
e, conseqüentemente,
Z µ ¶
d ∗ ∂F i i
hFi = ψ + HF − FH ψ d3 r . (2.66)
dt ∂t ~ ~
Como, por definição,
Z
d dF
hFi = ψ∗h iψ d3 r
dt dt
temos que:
dF ∂F i
= + (HF − FH) . (2.67)
dt ∂t ~
Como dissemos, a maioria dos casos são aqueles em que ∂F ∂t = 0, onde
dissemos que o operador não tem dependência explícita no tempo. Nesse
caso,
dF i
= (HF − FH) . (2.68)
dt ~
As equações (2.67) e (2.68) são as equações de movimento de Heisen-
berg para os casos em que F é explicitamente dependente do tempo e
não explicitamente dependente do tempo, respectivamente.
6
O termo que contém a derivada parcial do operador só existe quando a expressão
do operador contém parâmetros que dependam do tempo. Por exemplo, se tiver-
mos uma partícula livre de massa variável, seu hamiltoniano seria
~2
H=− ∇2
2µ(t)
e sua derivada seria
∂H ~2 dµ 2
= ∇
∂t 2µ2 (t) dt
Mas, na grande maioria dos casos estudados esse termo é inexistente.
i i
i i
i i
dH i
= [H, H] = 0 , (2.69)
dt ~
d
e dt hHi = 0. A quantidade física associada ao operador hamiltoniano é
a energia. Logo, a energia se conserva 7 .
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ou seja
Z
d
h~ri = ~J d3 r .
dt
³ ´
Usando ~J = 2µ
i~ ~ ∗ − ψ ∗ ∇ψ
ψ ∇ψ ~ e integrando por partes, obteremos
finalmente Z
d ³ ´
µ h~ri = ψ ∗ − i ~∇ ~ ψ d3 r = h~pi . (2.71)
dt
Agora faremos a derivada da expressão do valor médio do momen-
tum em relação ao tempo,
·Z µ ¶ Z µ ∗¶³ ´ ¸
d ∗~ ∂ψ 3 ∂ψ ~ 3
h~pi = − i ~ ψ ∇ d r+ ∇ψ d r
dt ∂t ∂t
Z h
~2 ¡ ¢ ¡ ¢³ ´i
= ψ∗∇~ ∇2 ψ − ∇2 ψ ∗ ∇ψ ~ d3 r +
2µ
Z h ³ ´i
+ ~ (V ψ) + V ψ ∗ ∇ψ
−ψ ∗ ∇ ~ d3 r (2.72)
10
George Green (1793–1841), matemático inglês.
O teorema de Green para as funções continuas e diferenciáveis, φ e ψ, é dado por:
Z I h i
(φ∇2 ψ − ψ∇2 φ) d3 r = ~ − ψ ∇φ
φ∇ψ ~ d~S
V S
i i
i i
i i
que para uma grande superfície, a integral é nula. Para resolver a se-
gunda integral, teremos que integrar por partes duas vezes no termo
ψ ∗ , logo
Z ³ ´
d ~ ~ i = h~Fi .
h~pi = − ψ ∗ ∇V ψ d3 r = −h∇V (2.73)
dt
∂ψ
i~ = Hψ
∂t
com
~2 2
H=− ∇ + V (~r)
2µ
será
d ∂F
i~ hFi = hFH − HFi + i ~h i. (2.74)
dt ∂t
Essa formula é de muita importância para mecânica quântica, e já dis-
cutimos anteriormente seu significado.
d
i~ h~r ~pi = h[~r ~p, H]i ,
dt
Mecânica Quântica
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1
[h~r ~pit=τ − h~r ~pit=0 ] = 2hT i − h~r ∇V
~ i = 2hT i + h~r ~Fi
τ
Se o valor esperado dessa expressão tende a finito quando τ → ∞, o
lado que contém 2hT i − h~r ∇V
~ i → 0, assim
2hT i = h~r ∇V
~ i = −h~r ~Fi . (2.76)
2hT i = h~r ∇V
~ i = −h~r ~Fi . (2.77)
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[A, B] = AB − BA ; (2.78)
{A, B} = AB + BA . (2.79)
logo,
[x, px ] = i ~ . (2.80)
O mesmo vale para as componentes y e z. Assim,
[A, B] + [B, A] = 0
[A, A] = 0
[A, B + C] = [A, B] + [A, C]
[A + B, C] = [A, C] + [B, C] (2.82)
[AB, C] = A[B, C] + [A, C]B
[A, BC] = [A, B]C + B[A, C]
[A, [B, C]] + [C, [A, B]] + [B, [C, A]] = 0
Mecânica Quântica
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dF
= AF(λ) − F(λ)A = [A, F(λ)]
dλ · ¸
d2 F dF
= A, = [A, [A, F(λ)]]
dλ2 dλ
λ2 λ3
eλA Be−λA = B + λ[A, B] + [A, [A, B]] + [A, [A, [A, B]]] + . . .
2! 3!
(2.85)
e quando λ = 1, temos a série de Lie 14 :
1 1
eA Be−A = B + [A, B] + [A, [A, B]] + [A, [A, [A, B]]] + . . .
2! 3!
Se as variáveis dinâmicas A e B satisfazem a condição [A, B] = γB,
onde γ é um número, a equação acima reduz à
eA Be−A = eγ B . (2.86)
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d
G(α) = AeαA eαB + eαA BeαB
dα
= AeαA eαB + eαA Be−αA eαA eαB
£ ¤
= A + eαA Be−αA G(α)
d
G(α) = [A + B + α[A, B]]G(α) ,
dα
o que nos permite escrever:
dG(α)
= [A + B + α[A, B]] dα .
G(α)
Mecânica Quântica
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ψ 0 (~r) = Uψ(~r)
φ0 (~r) = Uφ(~r)
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Então,
Z Z
ψ 0∗ φ0 d3 r = [Uψ]∗ Uφ d3 r
Z Z
= ψ ∗ U† Uφ d3 r = ψ ∗ φ d3 r
∂ px
Tx = − i = . (2.92)
∂x ~
Mecânica Quântica
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ψ 0 (~r) = ei
~
p ~r
~ ψ(~r) . (2.94)
D~r = ei
~
p ~r
~
. (2.95)
2.15 Comentários
Para esse capítulo, recomenda-se ao leitor, uma leitura paralela do clás-
sico livro do Prof. Eugen Merzbacher (1998) 16 , nesse livro poderá en-
contrar um trabalho muito bom sobre a equação de Schrödinger e a
interpretação probabilística. Com relação ao estudo dos operadores, de-
verá ser feita a leitura do magnífico livro dos Profs. Landau e Lifshitz
(1989) 17 .
16
E. Merzbacher, Quantum mechanics, (1998).
17
L. D. Landau and E. M. Lifshitz, Quantum mechanics, (1989).
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Capítulo 3
Aplicações da Equação de
Schrödinger
½
1 se i = j,
δij =
0 se i =
6 j.
81
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onde f (x) é uma função arbitrária bem estudada. Desde que f (x) possa
ser alterada sem afetar o valor de f (x0 ), fica claro que δ(x, x0 ) = 0 para
todos os valores de x, exceto quando x = x0 , i.e., estão muito próximos.
Pela definição (3.2), δ(x, x0 ) e δ(x + a, x0 + a) são equivalentes, onde a
é arbitrário. Se ajustamos a = −x0 , δ(x, x0 ) depende somente de x − x0 .
Assim escrevemos
½
0 0 1 se x = x0 ,
δ(x, x ) = δ(x − x ) = (3.3)
0 se x 6= x0 ;
e Z ½
+∞
0 f (x0 ) se x = x0 ,
δ(x − x ) f (x) dx = (3.4)
−∞ 0 6 x0 .
se x =
Em particular, se x0 = 0, teremos
Z +∞
f (0) = δ(x0 ) f (x0 ) dx0 (3.5)
−∞
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3. Se a 6= b
1
δ ((x − a)(x − b)) = [δ(x − a) + δ(x − b)].
|a − b|
4. Se A ⊂ R então
Z ½
0 −f 0 (a) se a ∈ A
δ (x − a) f (x) dx =
A 0 se a ∈
6 A
Mecânica Quântica
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e Z +∞
1 1 ei ωx
η(x) = + P dω . (3.13)
2 2π i −∞ ω
Mecânica Quântica
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d2
ϕI (x) = −kI2 ϕI (x)
dx2
cuja solução geral é
d2 2µ(E − V0 )
2
ϕII (x) = − ϕII (x)
dx ~2
2 = 2µ(E−V0 )
definindo a quantidade kII ~2
, teremos
d2 2
ϕII (x) = −kII ϕII (x)
dx2
cuja solução geral é
Mecânica Quântica
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ϕI (x = 0) = ϕII (x = 0)
A + B = C, (3.21)
e
d d
ϕI (x = 0) = ϕII (x = 0)
dx dx
kI
i kI A − i kI B = i kII C ⇒ C = (A − B). (3.22)
kII
Das equações (3.21) e (3.22), podemos determinar a razão
B kI − kII
= , (3.23)
A kI + kII
substituindo em (3.21), temos
C 2kI
= . (3.24)
A kI + kII
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~kI
Jref (x) = − |B|2 , (3.28)
µ
e
~kII
Jtrs (x) = |C|2 . (3.29)
µ
Com esses resultados podemos calcular os coeficientes de reflexão e
de transmissão da partícula pelo potencial degrau (barreira de po-
tencial). Esses coeficientes são definidos por:
¯ ¯
¯ Jref (x) ¯
R=¯ ¯ ¯, (3.30)
Jinc (x) ¯
e ¯ ¯
¯ Jtrs (x) ¯
T = ¯¯ ¯. (3.31)
Jinc (x) ¯
Então, das equações (3.27), (2.28) e (2.29), teremos
(kI − kII )2
R= , (3.32)
(kI + kII )2
e
4kI kII
T = . (3.33)
(kI + kII )2
Note que R + T = 1. Os coeficientes de reflexão e transmissão podem
ainda ser escritos em termos de E e V0 :
q 2
V0
1− 1− E E
R=1−T = q para >1
1+ 1− V0 V0
E
e
E
R = 1 − T = 1 para ≤ 1.
V0
Note também que a reflexão ocorre da mesma maneira quando a
partícula vem de uma região com potencial constante e "cai" numa
região de potencial menor (ou nulo). O fenômeno de reflexão descrito
acima é devido basicamente à passagem abrupta da partícula de um
potencial para outro. Este tipo de reflexão já era conhecido na óptica,
Mecânica Quântica
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d2
ϕII (x) = κ2 ϕII (x) (3.35)
dx2
cuja solução é
ϕII (x) = Ce−κx + Deκx
Para que ϕII (x) seja uma função finita quando x → +∞, devemos ter
D = 0, e a equação acima será
A+B =C
i(A − B) = −κC
ou
B i kI + κ
= = ei α (α : real) (3.37a)
A i kI − κ
C 2kI
= = 1 + ei α . (3.37b)
A i kI − κ
Substituindo esses valores em (3.34) e (3.36), obteremos
α
³ α´
ϕI (x) = 2Aei 2 cos kI x − para x < 0 (3.38a)
³ ´ 2
α α −κx
ϕII (x) = 2Aei 2 cos e para x > 0 (3.38b)
2
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pois nesse caso, ϕII (x) é uma função real. O coeficiente de reflexão R
será
¯ ¯ ¯ ¯
¯ Jref ¯ ¯ B ¯2
R=¯ ¯ ¯=¯ ¯ =1
Jinc ¯ ¯ A ¯
Um resultado que concorda com o caso clássico de uma partícula ser
totalmente refletida pela barreira de potencial.
Para x > 0, a probabilidade decresce de acordo com e−2κx . Nesta
região, temos E < V0 e portanto a energia cinética seria negativa. Clas-
sicamente esta é uma região proibida para as partículas. Do ponto de
vista quântico, pode-se encontrar a partícula nessa região, porém esta
não poderá permanecer nessa região pelo fato de que o coeficiente de
transmissão ser nulo e o coeficiente de reflexão ser igual a unidade. A
penetração da partícula na região proibida (por intervalos de tempo
muito pequenos) é possível devido o princípio da incerteza. Durante
um pequeno intervalo de tempo, a energia pode não se conservar. A
profundidade da penetração também é muito pequena e pode ser carac-
terizada pela distância em que a probabilidade cai para cerca da metade
de seu valor em x = 0, correspondendo a uma penetração estimada pelo
princípio da incerteza ∆x∆p > ~, isso implica que a penetração é da
ordem de
1 ~
∆x ' = p .
κ 2µ(V0 − E)
i kI + κ
= ei α .
i kI − κ
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pelo fato de
µ ¶
2 ε2 2 ε2
cosh 2κa + senh 2κa = 1 + 1 + senh2 2κa
4 4
teremos
η2
senh2 2κa
R= ³4 ´ (3.48)
2
1 + 1 + ε4 senh2 2κa
F
E a amplitude de transmissão A é dado por
F e−2 i ka
= (3.49)
A cosh 2κa + i2ε senh 2κa
Mecânica Quântica
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µ ¶
1 ik
C=F 1− e(κ+i k)a (3.52a)
2 κ
µ ¶
1 ik
D=F 1+ e(−κ+i k)a . (3.52b)
2 κ
C ∝ e−κa+i ka
D ∝ e−3κa+i ka
⇒ Ce−κx |x=a ∝ e−2κa ∝ Deκx |x=a .
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i=1
2 Pn √
= e− ~ i=1 2µ(V (xi )−E) dx
R √
− ~2 ab 2µ(V −E) dx
Ln→∞ ⇒ e (3.53)
Mecânica Quântica
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Zze2
V (r)|r=10−14 = ' 30 × 106 eV
r
Como para distâncias menores que o raio nuclear esta partícula
alfa está ligada ao núcleo, e sabendo-se que sua energia total é 5
MeV, para escapar, ela deve sofrer o efeito túnel com a barreira de
altura máxima de 30 MeV. Embora não seja uma barreira de altura
constante como a que estudamos, o problema pode ser resolvido
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Mecânica Quântica
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4k 2 β 2
T =1−R= .
4k 2 β 2 + (β 2 − k 2 )2 sen2 2βa
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Caso 1 - −V0 < E < 0: Nesse caso, onde E < 0 é a energia total
da partícula, temos estados ligados. No caso clássico, a partícula não
pode atingir as regiões x < −a e x > a. De fato, sua energia total é
E = 12 µv 2 + V (x), ou seja, 12 µv 2 = E − V (x). Nas regiões mencionadas
temos V (x) = 0, o que daria 12 µv 2 = E. Mas E < 0, o que daria uma
energia cinética negativa, portanto impossível 8 .
Na região −a < x < a não há problema, pois teríamos
1 2
µv = E + v0
2
e é possível ter energia cinética positiva mesmo com E < 0.
A equação de Schrödinger para as regiões I e III, i.e.x < −a e
x > a respectivamente, é
~2 d2
− ϕ(x) = Eϕ(x)
2µ dx2
d2 2µE 2µ|E|
2
ϕ(x) = − 2 ϕ(x) = ϕ(x)
dx ~ ~2
1
p
fazendo κ = ~ 2µ|E| temos
d2
ϕ(x) = κ2 ϕ(x)
dx2
cuja solução geral é
ϕ(x) = A0 e−κx + Aeκx para x < −a . (3.54)
e
ϕ(x) = Ce−κx + C 0 eκx para x > a. (3.55)
Para x > a o termo em eκx é inadequado, pois daria uma probabilidade
de localização da partícula tendendo a infinito para x → ∞. Logo, temos
que tomar C 0 = 0. Assim,
ϕ(x) = Ce−κx para x > a. (3.56)
8
O leitor poderia se surpreender com a idéia de que uma partícula possa ter energia
negativa, mas essa é uma situação bastante comum. Considere a "partícula" Terra,
em seu movimento em redor da "partícula" Sol. A energia total da Terra é neg-
ativa! De fato, precisamos realizar trabalho para levá-la ao "infinito" (livrá-la da
ação do Sol) e deixá-la por lá, em repouso, i.e., com energia total zero. Logo,
fornecemos energia à Terra para levá-la a um estado de energia zero. Sua energia
inicial era, portanto, menor do que zero!
Mecânica Quântica
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e em x = −a
C qB cos qa − qB 0 sen qa
− = (3.62)
A qB cos qa + qB 0 sen qa
ou
C tB 0 − B
= . (3.63)
A tB 0 + B
Combinando (3.61) e (3.63), teremos
C tB + B 0 tB 0 − B
= 0
= . (3.64)
A −tB + B tB 0 + B
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(t2 + 1)BB 0 = 0 .
B sen qa = Ce−κa
qB cos qa = −κCeκa .
ξ 2 + η 2 = q 2 a2 + κ2 a2 = a2 (q 2 + κ2 )
ou
2µ
ξ 2 + η2 = V0 a2 . (3.67)
~2
9
Uma equação algébrica tem a forma de um polinômio igualado a zero.
Mecânica Quântica
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introduzindo as variáveis ξ = qa e η = κa
η
tan ξ =
ξ
com r
2µa2
η= V0 − ξ 2
~2
de maneira que a equação que determina os autovalores da energia é
dado por r
1 2µa2
tan ξ = V0 − ξ 2 . (3.73)
ξ ~2
Seja r
1 2µa2 2 =
1p
f (ξ) = V0 − ξ A − ξ2
ξ ~2 ξ
novamente temos a solução gráfica, como mostra a Fig. 3.8
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Mecânica Quântica
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~2 λ2
E=− ,
8µ
e o correspondente auto-estado é
λ
ϕ(x) = Ae− 2 |x| .
V (x + a) = V (x) (3.86)
Mecânica Quântica
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logo,
[Da , H] ϕ(x) = 0
como ϕ(x) é arbitrário podemos concluir que os operadores Da e H
comutam. É conveniente diagonalizar simultaneamente H e Da e os
auto-estados de H neste caso são chamados de estados de Bloch 10 .
A equação de autovalores para Da é dada por
ϕk (x) = e− i kx ϕ(x) ,
10
Felix Bloch (1905–1983), engenheiro e físico suíço-americano.
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ϕ(x) = ei kx ϕk (x)
ϕ(x = N a) = ϕ(x = 0)
= Dna ϕ(x = 0) = ei N ka ϕ(x = 0) .
Logo,
2πj
k= para j = 0, ±1, ±2, · · · , ±(N − 1) . (3.89)
Na
Mecânica Quântica
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~2 d2
− ϕ(x) + v0 δ(x) ϕ(x) = E ϕ(x) . (3.92)
2µ dx2
2µv0
qA − e− i ka q [A cos qa − B sen qa] = B. (3.95)
~2
A partir das duas últimas expressões podemos obter a equação que
determina q para um dado valor de k
µv0 a sen qa
cos ka = cos qa + . (3.96)
~2 qa
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~2 d2 1
− 2
ϕ(x) + µω 2 x2 ϕ(x) = E ϕ(x) , (3.98)
2µ dx 2
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Mecânica Quântica
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O teste da razão
aj+2 2
lim = lim = 0
j→∞ aj j→∞ j
hP (ξ) = a0 + a2 ξ 2 + a4 ξ 4 + · · ·
hI (ξ) = a1 ξ + a3 ξ 3 + a5 ξ 5 + · · ·
15
Charles Hermite (1822–1901), matemático francês.
16
Ferdinand Georg Frobenius (1849–1917), matemático alemão.
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n n!
a0 ≡ (−1) 2 ¡ n ¢
2 !
e
n n!
Hn (ξ) = (−1) 2 ¡ n ¢ hP (ξ)
2 !
Mecânica Quântica
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H0 (ξ) = 1
H1 (ξ) = 2ξ
H2 (ξ) = −2 + 4ξ 2
H3 (ξ) = −12ξ + 8ξ 3
H4 (ξ) = 12 − 48ξ 2 16ξ 4
H5 (ξ) = 120ξ − 160ξ 3 + 32ξ 5 .
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Mecânica Quântica
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por conseguinte,
2 dn −ξ2
Hn (ξ) = (−1)n eξ e , (3.113)
dξ n
que é a fórmula de Rodrigues 17 para os polinômios de Hermite.
Podemos usar a formula de Rodrigues para calcular a normalização:
Z +∞ Z +∞
−ξ 2 2 dn 2
e [Hn (ξ)] dξ = Hn (ξ)(−1)n n e−ξ dξ
−∞ −∞ dξ
¯+∞
n d n−1 ¯
−ξ 2 ¯
= (−1) Hn (ξ) n−1 e ¯
dξ −∞
Z +∞
dH n (ξ) dn−1 −ξ2
+ (−1)n−1 e dξ
−∞ dξ dξ n−1
Essa relação pode ser entendida para uma relação geral de ortogonali-
dade Z +∞
2 √
e−ξ Hl (ξ)Hn (ξ) dξ = 2n n! π δln . (3.115)
−∞
Dessa maneira, as autofunções de energia normalizadas do oscilador
harmônico são dadas por
µ ¶1 ³ ´1
1 2 µω 4 − ξ2
ϕn (ξ) = n
e 2 Hn (ξ) , (3.116)
2 n! π~
ou em função de x
µ ¶1 ³ ´1 µr ¶
1 2 µω 4 − µω x µω
ϕn (x) = n
e 2~ Hn x . (3.117)
2 n! π~ ~
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∂ ~2 ∂ 2 µω 2 2
i~ ψ(x, t) = − ψ(x, t) + x ψ(x, t) (3.118)
∂t 2µ ∂x2 2
Logo,
∞ X
X ∞ Z +∞
hxi = c∗n ck e i(n−k)ωt
ϕ∗n (x) x ϕk (x) dx (3.122)
n=0 k=0 −∞
Mecânica Quântica
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n+k 1 1
³ µω ´ 1
2
xnk = 2− 2 (n!)− 2 (k!)− 2
~π
µr ¶ µr ¶
Z ∞
µω 2
− ~ x µω µω
× e Hn x x Hk x dx
−∞ ~ ~
s Z ∞
~ − n+k − 1
− 1
− 1 2
= 2 2 (n!) 2 (k!) 2 π 2 Hn (ξ)Hk (ξ)ξe−ξ dξ
µω −∞
e naturalmente
Z ∞
2 √
Hn (ξ)Hk (ξ)ξe−ξ dξ = π2n−1 n! [δk,n−1 + 2(n + 1)δk,n+1 ]
−∞
Assim, s "r #
r
~ n n+1
xn,k = δk,n−1 + δk,n+1 (3.123)
µω 2 2
e usando a notação convencional de matriz
√
√0 1 √0 0
s
~
1 0
√ 2 √0
(x) =
2µω
0 2 √0 3 (3.124)
0 0 3 0
A maioria dos elementos dessa matriz são nulos, e temos uma matriz
real simétrica.
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Capítulo 4
Aproximação WKB
~ r, t)]2 √
∂S(~r, t) [∇S(~ ~2 ∇2 ρ
+ +V − √ =0 (4.1)
∂t 2µ 2µ ρ
1
Gregor Wentzel (1898–1978), físico teuto-suíço.
2
Hendrik Anthony Kramers (1894–1952), físico holandês.
3
Léon Nicolas Brillouin (1889–1969), físico francês.
4
G. Wentzel, Zeitschrift für Physik, 38, 518–529 (1926); H. A. Kramers, Zeitschrift
für Physik, 39, 828–840 (1926); L. Brillouin, Comptes Rendus de l’Academie des
Sciences, 183, 24–26 (1926).
5
Sir Harold Jeffreys (1891–1989), matemático, estatístico, geofísico e astrônomo
inglês.
H. Jeffreys, Proceedings of the London Mathematical Society, 23, 428–436 (1923).
123
i i
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λ2 (x) d2 A(x)
¿ (2π)2
A(x) dx2
dS(x)
Da equação (4.5), parte imaginária, temos A(x) em termos de dx
como
µ ¶ 1
dS(x) − 2
A(x) = C
dx
onde C é uma constante relacionada com a normalização da função de
onda. Note que essa relação é exata. Usando a expressão aproximada
no regime semiclássico obtida para S(x) temos
r · Z x ¸
λ(x) i dx0
ψ(x, t) ' C+0 exp − Et + 2π i 0
2π ~ x0 λ(x )
r · Z x ¸
0 λ(x) i dx0
+ C− exp − Et − 2π i 0
(4.6)
2π ~ x0 λ(x )
onde a dependência com S(x0 ) foi incluída nas constantes C±0 . A de-
terminação dessas constantes depende das condições impostas sobre
ψ(x, t).
Dessa expressão podemos ver facilmente: tendo em vista que λ(x)
é inversamente proporcional à raiz quadrada da energia cinética local,
a densidade de probabilidade resulta ser inversamente proporcional a
velocidade local. Por outro lado, S(x) é a fase acumulada medindo dis-
tâncias em unidades de comprimento de onda local λ(x). Essa fase pode
ser vista como uma extensão da fase da função de onda de uma partícula
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onde
2π~
`(x) = p
2µ[V (x) − E]
com a aproximação correspondente para a função de onda
r r
(<) (<) `(x) 2π Rxx `(x
dx0
0 (<) `(x) −2π Rxx `(x
dx0
0)
ϕE (x) ' C+ e 0 ) + C
− e 0 . (4.14)
2π 2π
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onde ½
λ(x) para E > V (x)
L(x) =
− i `(x) para E < V (x)
As amplitudes corrigidas pelos efeitos de ordem ~2 , de fato, tem a forma
µ ¶− 1
dS0 (x) 2 dS2 (x)
2
AE (x) ' C +~
dx dx
µ ¶− 1 " µ ¶µ ¶ #
dS0 (x) 2 ~2 dS2 (x) dS0 (x) −1
'C 1−
dx 2 dx dx
" µ ¶µ ¶ #
~2 dS2 (x) dS0 (x) −1
= A0 (x) 1 − (4.16)
2 dx dx
Mecânica Quântica
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|~S2 (x)| ¿ 1
e ¯ µ ¯
¯ ~2 dS (x) ¶ µ dS (x) ¶−1 ¯
¯ 2 0 ¯
¯ ¯¿1
¯2 dx dx ¯
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resulta a condição
¯ µ ¶ ¯
1 ¯¯ d2 L(x) 1 dL(x) 2 ¯¯
¯L(x) − ¯¿1
32π 2 ¯ dx2 2 dx ¯
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d2 ϕE 2µF0
+ 2 (x − x0 )ϕE = 0
dx2 ~
³ ´1
2µF0 3
introduzindo a variável y = ~2
(x − x0 ) teremos
d2 ϕE
+ yϕE = 0 (4.18)
dy 2
onde ϕE é tratada como uma função de y. Essa equação pode ser re-
solvida exatamente. Antes de resolvermos a equação acima, veremos o
seguinte: as soluções da equação diferencial de Airy 9 dada por
d2 ψ
− yψ = 0
dy 2
1 1 1
Ai(y) ∼
= π − 2 y − 4 e−ζ
2
1 1
∼
Bi(y) = π − 2 y − 4 eζ
onde
2 3
ζ = |y| 2
3
e para valores grandes e negativo de y, temos
1 1
³ π´
Ai(y) ∼= π − 2 |y|− 4 cos ζ −
1 1
³ 4 π´
Bi(y) ∼ − −
= −π 2 |y| 4 sen ζ −
4
Note que a equação (4.18) tem um sinal positivo quando comparado com
a equação diferencial de Airy, o que nos leva para argumentos negativos.
Quando temos argumentos negativos, as funções de Airy podem por ser
9
George Biddell Airy (1801–1892), matemático e astrônomo inglês.
10
Para um estudo das funções de Airy, ver Abramowitz and Stegun, Handbook of
mathematical functions, (1965).
Mecânica Quântica
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· ¸
1√ 2 3 2 3
Ai(−y) = y J 1 ( y 2 ) + J− 1 ( y 2 )
3 3 3 3 3
· ¸
1√ 2 3 2 3
Bi(−y) = y J− 1 ( y ) − J 1 ( y )
2 2
3 3 3 3 3
c 1 2 3 7
ϕE (y → −∞) → (−y)− 4 e− 3 (−y) 2 + O(−y − 4 )
2
e µ ¶
− 14 2 3 π 7
ϕE (y → +∞) → cy sen y2 + + O(y − 4 )
3 4
onde c é um fator multiplicativo global, a ser determinado pela nor-
malização da função ϕE (y). Utilizando a aproximação linear para o
potencial,
µ ¶ 13
2π~ 2π~ ~2 1
λ(x) = p 'p = 2π y− 2
2µ[E − V (x)] 2µ(x − x0 )F0 2µF0
de modo que
Z x Z x−x0
dx 1 2 3
2π = dy y − 2 = y 2
x0 λ(x) 0 3
11
Friedrich Wilhelm Bessel (1784–1846), matemático e astrônomo alemão.
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(>) (>) c0
C+ = −C− =
2i
Desse modo, o prolongamento para a região classicamente permitida
da função de onda da aproximação WKB que envolve a exponencial
decrescente na região classicamente proibida (ou vice-versa) deve ser
feito segundo a prescrição
x ¿ x0 x À x0
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x ¿ x0 x À x0
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x ¿ x0 x À x0
q ³ R ´ q R dx0
x dx0 2π xx
ϕE = c λ(x)
2π cos 2π x 0 λ(x0 ) + π
4 ↔ ϕE = c `(x)
2π e 0 `(x0 )
(4.22)
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ou seja
r · Z x2 ¸
0 λ(x) dx0 π
c sen 2π +
2π x λ(x0 ) 4
r · Z x2 µ Z x2 ¶¸
λ(x) dx0 π dx0 π
=c sen 2π 0
+ − 2π +
2π x1 λ(x ) 2 x λ(x0 ) 4
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ou ainda como I µ ¶
0 0 1
p(x )dx = n + h
2
onde a integração se estende sobre um período completo do movimento
clássico da partícula. Essa condição reproduz a condição de quantização
usada por Bohr na velha teoria quântica, ver (1.6), exceto pela presença
do fator h2 devido a energia de ponto zero. O inteiro n pode ser inter-
pretado como o número de zeros da função de onda, e a fase (−1)n em
(4.25) tem em conta o fato de que as caudas decrescentes da função de
onda nas regiões classicamente proibidas têm fases opostas quando se
ligam a soluções oscilatórias com um número ímpar de zeros na região
classicamente permitida, ver Fig. 4.6, onde mostra o comportamento
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4.6 Comentários
Com relação a aproximação WKB, o melhor texto que encontrei e re-
comendo, um dia talvez conseguirei faze-lo tão bem, está no excelente
livro do Prof. Piza (2002) 17 , esse trabalho está numa forma moderna, lu-
cida e elegantemente escrita. Ainda recomendo ao leitor uma leitura par-
alela dos livros do Prof. Merzbacher (1998) 18 e do Prof. Wolney Filho
(2002) 19 , que apresentam um bom trabalho da aproximação WKB.
Solicita-se ao leitor que estude fortemente as funções especiais us-
adas em física, como as funções de Airy e funções cilíndricas de Bessel.
Uma excelente discussão sobre essas funções poderá ser encontrada nos
livros do Prof. Arfken (1970) 20 , além do livro de Morse e Feshbach
(1953) 21 .
17
A. F. R. de Toledo Piza, Mecânica quântica, (2002).
18
E. Merzbacher, Quantum mechanics, (1998).
19
W. Wolney Filho, Mecânica quântica, (2002).
20
G. Arfken, Mathematical methods for physicist, (1970).
21
P. M. Morse and H. Feshbach, Methods of theoretical physics, (1953).
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146
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Capítulo 5
Formalismo da Mecânica
Quântica
147
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~F = −∇V ~ µs ~B)
~ = ∇(~ ∂Bz
⇒ Fz = (µs )z
∂z
Na configuração do experimento, os átomos podiam ser desviados para
cima ou para baixo, caso tivessem spin.
Classicamente espera-se uma distribuição contínua, porém o exper-
imento apresentou uma distribuição com dois picos, um para cima (up)
com Sz = ~2 no estado |+i e outro para baixo (down) com Sz = − ~2
no estado |−i. Em mecânica quântica podemos escrever as relações de
auto-estado e autovalores,
~
Sz |+i = + |+i
2
~
Sz |−i = − |−i
2
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1
|+ix = √ [|+i + |−i] (5.1a)
2
1
|−ix = √ [|+i − |−i] (5.1b)
2
e teremos
1
|±iy = √ [|+i ± i |−i] . (5.2)
2
Uma excelente discussão desses experimentos poderá ser aprofun-
dada no excelente Feynman lectures on physics 8 .
Mecânica Quântica
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2. Associativa
3. Comutativa
|ϕi + |ψi = |ψi + |ϕi (5.5)
5. Para todo vetor ket |ϕi existe um outro ket | − ϕi tal que
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Em geral
A|ϕi 6= c|ϕi
onde c é complexo. Mas em analogia com os autovetores da álgebra
linear, existem os autokets do operador A, onde
Mecânica Quântica
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h®|ϕi = 0 (5.15)
4. Para cada ha| podemos ter h−a| através de h−a|ϕi = −ha|ϕi, tal
que
ha| + h−a| = h®| (5.16)
|ϕi ↔ hϕ|
|ϕi + |ψi ↔ hϕ| + hψ|
c|ϕi ↔ c∗ hϕ| não chϕ|
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a última parte da equação acima vem de (5.18a), se diz que |ϕi e |ψi
são ortogonais. E ainda podemos explicitamente normalizar um ket |ϕ̃i
por
1
|ϕi = p |ϕ̃i (5.20)
hϕ̃|ϕ̃i
p
onde hϕ̃|ϕ̃i é a norma de |ϕ̃i.
Cabe nesse momento uma nota final. Um espaço vetorial complexo,
de dimensão infinita, munido de um produto escalar que define, em
particular, a norma dos vetores que o constituem, é chamado espaço de
Hilbert quando dotado ainda da propriedade adicional de completeza.
Essa propriedade consiste em que toda sequência infinita de vetores
{|ϕi i}, i = 1, 2, · · · , tal que
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(hϕ|) A = hϕ|A
e o produto resulta em outro vetor bra. Note que A|ϕi e hϕ|A em geral
não são uma correspondência dual. O correspondente dual nesse caso
é
A|ϕi ↔ hϕ|A† . (5.28)
Naturalmente o operador A† é o operador adjunto hermitiano, ou
simplesmente operador adjunto, de A. O operador A é hermitiano se
A = A† . (5.29)
A = |ψihϕ| (5.32)
então
A† = |ϕihψ| (5.33)
Outra importante ilustração, é quando temos o operador A entre
dois kets |ϕi e |ψi, o produto escalar será:
Mecânica Quântica
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2. (A + B)† = A† + B† , pois
3. (AB)† = B† A† , de fato,
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O conjunto {|ϕi i}, constitui uma base. Assim, qualquer ket |ψi poderá
ser escrito como uma combinação linear da base,
X
|ψi = ci |ϕi i . (5.40)
i
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i i
para um conjunto contínuo, hwα |wα i não existe. Os autokets com es-
pectro contínuo tem norma infinita, dimensão infinita. Muito dos re-
sultados derivados de espaço vetorial de dimensão finita obtidos com
espectro discreto podem ser generalizado a espectro contínuo.
Um conjunto de kets, discreto {|ui i}, ou contínuo {|wα i}, con-
stituem uma base para qualquer ket, se podemos escreve-lo como
X Z
|ψi = ci |ui i ⇔ |ψi = c(α)|wα i dα (5.47)
i
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ou seja
X
hϕ|ψi = hϕ|ui ihui |ψi = b∗i ci . (5.54)
i
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¡ ¢
Adj(Aij ) = Cof(Aji ) = (−1)i+j |aji | ;
ci = hui |ψi
Aij = hui |A|uj i
teremos
X
Aij ci = λ ci
j
X
[Aij − λδij ] cj = 0 (5.63)
j
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= hψ|A† |ϕi∗
X³ ´∗
= hψ|uj ihuj |A† |ui ihui |ψi ,
i,j
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em que identificamos
UU† = U† U = 1 . (5.67)
|ψ̃1 i = U|ψ1 i
|ψ̃2 i = U|ψ2 i (5.68)
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e a nova base {|ṽi i} é ortonormal. Para mostrar que é uma nova base,
vamos considerar o ket |ψi do espaço vetorial, tal que
X
U† |ψi = ci |vi i (5.72)
i
e X
|ψi = ci |ṽi i (5.74)
i
Essa equação expressa o fato de que o ket |ψi pode ser expandido em
termos dos vetores |ṽi i, no qual constituem uma base. Podemos concluir
desse resultado que: uma condição necessária par um operador U ser
unitário é que os vetores de uma base ortonormal do espaço vetorial,
transformada por U, constituem outra base ortonormal.
Matriz Unitária: Consideremos
e X
∗
Uki Ukj = δij (5.77)
k
onde temos uma matriz unitária.
Transformação Unitária de Operadores: Por definição, a trans-
formação à do operador A será o operador em que, na base {|ṽi i}, tem
os mesmos elementos da matriz do operador A na base {|vi i}
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U† ÃU = A (5.79)
à = UAU† (5.80)
U(ε) = 1 + εG + · · ·
e
U† (ε) = 1 + εG† + · · ·
temos
U(ε)U† (ε) = U† (ε)U(ε) = 1 + ε(G + G† )
Desde que U† (ε)U(ε) = 1, i.e., unitário, e desprezando termos de ordem
superior em ε, teremos
G + G† = 0 .
Essa equação expressa o fato de que o operador G é anti-hermitiano.
Assim, é conveniente que ajustamos F = i G, tal que
F − F† = 0 ⇒ F = F†
e finalmente
à − A = − i ε[F, A] . (5.83)
A variação do operador A através da transformação U é, em primeira
ordem em ε, proporcional ao comutador [F, A].
Mecânica Quântica
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|Aij − λδij | = 0
ou seja
|Ã − λ0 I0 | = |A − λI| .
Isto é, a equação secular é invariante sob a ação de uma transformação
unitária. De maneira análoga, podemos mostrar que o traço de uma
matriz é também invariante sob a ação de uma transformação unitária.
Prova.
X
tr(X) = hai |X|ai i
i
XXX
= hai |bj ihbj |X|bk ihbk |ai i
i j k
XXX
= hbk |ai ihai |bj ihbj |X|bk i
i j k
XX
= hbk |bj ihbj |X|bk i
j k
X
= hbj |X|bj i (5.84)
j
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e
hABi = hϕ|AB|ϕi . (5.87)
O ket |ϕi é um autovetor normalizado e a e b são os autovalores dos
operadores A e B respectivamente, ambos pertencentes ao mesmo ket
|ϕi, i.e.:
A|ϕi = a|ϕi (5.88)
e
B|ϕi = b|ϕi . (5.89)
Utilizando esses resultados em (5.86) e (5.87), teremos
e
hABi = bhϕ|A|ϕi = bahϕ|ϕi = ba . (5.91)
Se a e b são apenas números ordinários, eles se comutam. Sendo assim, a
ordem em que esses operadores atuam em |ϕi, não altera o resultado fi-
nal. Fisicamente, isso significa que o estado de um sistema quântico, que
seja simultaneamente auto-estado de dois operadores diferentes, não é
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[A, B] = AB − BA = i C , (5.93)
∆A = A − hAi (5.95a)
∆B = B − hBi (5.95b)
Visto que os valores esperados são apenas números, torna-se fácil mostrar
a relação de comutação para ∆A e ∆B
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ou
h(A† − i B † )(A + i B)i ≥ 0
pois
(i B)† = − i B † .
obtém-se para
2λhB 2 i + ihAB − BAi = 0
ou seja
i hAB − BAi
λ=− .
2 hB 2 i
Então, substituindo em (5.97), teremos
1
hA2 i hB 2 i ≥ − hAB − BAi2 (5.98)
4
O valor médio dos quadrados dos desvios, chamamos de flutuações, são
dados por
Logo, teremos
1
h(∆A)2 ih(∆B)2 i ≥ − hAB − BAi2
4
p p
Mas ∆A = h(∆A)2 i e ∆B = h(∆B)2 i. Lembrando que [A, B] =
AB − BA = i C, então
1
∆A ∆B ≥ hCi (5.100)
2
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T(dx)|ψi = |ψ 0 i . (5.111)
Então,
Z Z
0 0 0
T(dx)|ψi = T(dx) |x ihx |ψi dx = |x0 + dx0 ihx0 |ψi dx0 . (5.112)
que requer
T† (dx)T(dx) = 1 (5.115)
Podemos ver a vantagem do resultado de (5.113) de outro modo. De
(5.110) temos que
hx|T† (dx) = hx + dx| . (5.116)
Mas desde que o operador translação é unitário, T† (dx) = −T(dx), logo
Entretanto,
hx|T(dx)|ψi = hx − dx|ψi = ψ(x − dx) (5.118)
como já havíamos obtido.
Se dx for apenas um deslocamento infinitesimal, podemos expandir
a função ψ em série de Taylor, em torno do ponto (x), do seguinte modo:
∂
|ψ 0 (x)i ∼
= |ψ(x)i + dx |ψ(x)i = (1 + i dxTx ) |ψ(x)i , (5.119)
∂x
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∂ px
Tx = − i = . (5.120)
∂x ~
Logo
i
T(dx) = 1 − px dx (5.121)
~
que opera o posição dando
[~p, T(d~x)] = 0
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Aqui, o estado ket para um estado físico arbitrário, pode ser expandido
em termos de {|pi} da mesma forma que anteriormente fazíamos a ex-
pansão em {|xi}, como:
Z ∞
|φi = |pihp|φi dp (5.125)
−∞
Então,
Z
0
hp |pi = hp0 |xihx|pi dx
Z ∞
i 0
∗
=N N e ~ (p−p )x dx
−∞
= |N | (2π~)δ(p − p0 )
2
(5.130)
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Logo, N = √1 e
2π~
1 i
hx|pi = √ e ~ px (5.131)
2π~
Finalmente podemos escrever em espaço de momentum e espaço de
posição as relações, usando um ket |αi:
Z
hp|αi = hp|xihx|αi dx (5.132a)
Z
hx|αi = hx|pihp|αi dp (5.132b)
ou em funções de onda:
Z
1 i
φα (p) = √ e− ~ px ψα (x) dx (5.133a)
2π~ Z
1 i
ψα (x) = √ e ~ px φα (p) dp (5.133b)
2π~
Essas equações mostram que hp|αi e hx|αi formam um par de transfor-
mada de Fourier.
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~
Sx = [|+ih−| + |−ih+|] (5.145a)
2
~
Sy = [− i |+ih−| + i |−ih+|] (5.145b)
2
que nos leva à
µ ¶ µ ¶
~ 0 1 ~ 0 −i
Sx = , Sy = . (5.146)
2 1 0 2 i 0
~S2 = S 2 + S 2 + S 2 (5.149)
x y z
para i = 1, 2, 3.
Preparação dos Estados |±ix , |±iy e |±iu : Na análise realizada
nos três experimentos sequenciais de Stern-Gerlach tiramos algumas
15
O grupo que satisfaz essa relação de comutação é conhecido como grupo não
abeliano.
16
Tullio Levi-Civita (1873–1941), matemático italiano.
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1
|y h±|+ix | = |y h±|−ix | = √ , (5.160)
2
o que não é nenhuma surpresa devido a invariância do sistema físico
sob uma rotação. Substituindo (5.156) e (5.158) em (5.160), obteremos
1 ¯¯ ¯
¯ 1
¯1 ± ei(δ1 −δ2 ) ¯ = √ (5.161)
2 2
na qual é satisfeita somente se
π π
δ2 − δ1 = ou − . (5.162)
2 2
Isto mostra que os elementos das matrizes Sx e Sy não podem ser todos
reais. Se os elementos da matriz Sx são reais, os elementos da matriz Sy
serão puramente imaginários, e vice-versa. Por conveniência tomaremos
os elementos da matriz Sx reais e fixaremos δ1 = 0; se nossa escolha
fosse δ1 = π, o eixo x positivo estaria orientado em direção oposta. A
segunda fase δ2 poderá ser − π2 ou π2 . O fato é que ainda temos uma
ambigüidade. Podemos escolher o sistema de coordenadas que obedeça
as rotações usando a regra da mão direita. Assim, temos que δ2 = π2 é
nossa melhor escolha. Com isso teremos
1 1
|±ix = √ |+i ± √ |−i (5.163)
2 2
~
Sx = [|+ih−| + |−ih+|] (5.164)
2
e
1 i
|±iy = √ |+i ± √ |−i (5.165)
2 2
~
Sy = [− i |+ih−| + i |−ih+|] (5.166)
2
como havíamos mencionado anteriormente.
Para uma componente de ~S ao longo do vetor unitário û, caracter-
izado pelos ângulos polares θ e ϕ, ver Fig. 5.3, usaremos as expressões
para Sx , Sy e Sz na forma matricial, e então será fácil encontrar a
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5.9 Comentários
Para esse capítulo, recomenda-se ao leitor, uma leitura detalhada da
obra prima do Prof. Paul Dirac (1958) 17 , nesse livro o leitor encontrará
o mais detalhado trabalho sobre a notação bra e ket, além de ser um
dos mais importantes livros de mecânica quântica.
Um estudo paralelo poderá ser realizado com os livros dos Profs.
Cohen-Tannoudji et.al. (1977) 18 , Jun John Sakurai (1994) 19 , John Townsend
(1992) 20 e A. Messiah (1970) 21 , o livro do Prof. Messiah tem um tra-
balho muito profundo do ponto de vista do formalismo matemático da
mecânica quântica.
Uma excelente discussão sobre os experimentos sequenciais de Stern-
Gerlach poderá ser aprofundada no excelente Feynman lectures on physics 22 .
17
P. A. M. Dirac, The principles of quantum mechanics, (1958).
18
C. Cohen-Tannoudji, B. Diu and F. Laloë, Quantum mechanics, (1977).
19
J. J. Sakurai, Modern quantum mechanics, (1994).
20
J. S. Townsend, A modern approach to quantum mechanics, (1992).
21
A. Messiah, Quantum mechanics, (1970).
22
R. Feynman, et.al, The Feynman lectures on physics, (1963).
Mecânica Quântica
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188
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Capítulo 6
Dinâmica Quântica
189
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Em geral 2
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∂
i~ U(t, t0 ) = H U(t, t0 ) . (6.11)
∂t
Aplicando na equação acima o estado ket inicial |ψ(t0 )i, obteremos
∂
i~ U(t, t0 )|ψ(t0 )i = H U(t, t0 )|ψ(t0 )i (6.12)
∂t
e
∂
i~|ψ(t)i = H |ψ(t)i . (6.13)
∂t
Essa é a equação de Schrödinger usando o operador de evolução tem-
poral, U(t, t0 ). É a equação fundamental de movimento que determina
como os estados evoluem no tempo na mecânica quântica. Schrödinger
propôs essa equação em 1926, não envolvendo um ket mas sim uma
função de onda na representação espaço de posição 5 .
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
i i
i i
i i
U(t, t0 ) =
∞ µ
X ¶ Z Z t1 Z tn−1
−i n t
1+ dt1 dt2 · · · dtn H(t1 )H(t2 ) · · · H(tn ) ,
~ t0 t0 t0
n=1
(6.21)
E = hψ|H|ψi . (6.23)
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
mas, em t = 0
X
|ψ(0)i = |ϕn ihϕn |ψi
n
X
= cn |ϕn i (6.26)
n
e em t qualquer
i
|ψ(t)i = e− ~ Ht |ψ(0)i
X i
= |ϕn ihϕn |ψi e− ~ En t (6.27)
n
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
onde
i
U(t) = e− ~ Ht (6.35)
com o hamiltoniano H independente do tempo. Sabemos que o operador
de evolução temporal satisfaz a equação diferencial
∂
i~ U(t) = H U(t) . (6.36)
∂t
Assim, a variação temporal do valor esperado de um operador OS é
dado por
d i
hψ(t)|OS |ψ(t)i = hψ(t)|[H, OS ]|ψ(t)i (6.37)
dt ~
onde assumimos que o operador OS não depende explicitamente do
tempo, mas os kets variam com o tempo.
Representação de Heisenberg: Uma alternativa para a repre-
sentação de Schrödinger na descrição da evolução temporal é a rep-
resentação de Heisenberg. Nessa representação, os estados kets são
constantes no tempo
i
|ψH (t)i = U† (t)|ψ(t)i = e ~ Ht |ψ(t)i = |ψ(0)i (6.38)
i i
i i
i i
U† HU = H
d H i ∂
O = [H, OH ] + OH (6.43)
dt ~ ∂t
d H i
O = [H, OH ] (6.44)
dt ~
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
i i
i i
i i
Note que
d i i d
i~ |ψI (t)i = −H0 e ~ H0 t |ψ(t)i + e ~ H0 t i ~ |ψ(t)i
dt dt
i i
H t H t
= −H0 e ~ 0
|ψ(t)i + e ~ 0
(H0 + H1 )|ψ(t)i
i i i
= e ~ H0 t H1 |ψ(t)i = e ~ H0 t H1 e− ~ H0 t |ψI (t)i (6.51)
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
de (6.56) teremos
d I
i~ U (t) = HI UI (t) (6.58)
dt
que tem a solução formal dada por
Z t
I i
U (t) = 1 − dt0 HI (t0 )UI (t0 ) (6.59)
~ 0
Z " Z #
t t0
I i 0 I i 0 00 I 00 I 00
U (t) = 1 − dt H (t ) 1 − dt H (t )U (t )
~ 0 ~ 0
Z
i t 0 I 0
=1− dt H (t ) +
~ 0
µ ¶ Z Z t0
i 2 t 0 I 0
− dt H (t ) dt00 HI (t00 ) + · · · (6.60)
~ 0 0
i i
i i
i i
então,
i
|ψI (t)i = e ~ H0 t |ψ(t)i
i X i
= e ~ H0 t cn (t)e− ~ En t |ϕn i
n
X
= cn (t)|ϕn i (6.61)
n
e
ci (t) = hϕi |ψI (t)i (6.62)
As relações (6.60), (6.61) e (6.62) são importantes quando estudarmos a
teoria de perturbação dependente do tempo, e na dedução da regra
de ouro de Fermi 11 .
e~ ~ eB
H=− S B = − Sz (6.64)
µc µc
H = ωSz (6.65)
11
E. Fermi, Nuclear physics, (1950).
12
Joseph Larmor (1857–1942), físico e matemático irlandês.
13 2µB B
Também podemos escrever a freqüência de Larmor como ω = ~
, em que
µB = |e|~
2µc
é o magneton de Bohr.
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
i i
i i
i i
Logo,
ωt
|x h+|ψ(t)i|2 = cos2 (6.73)
2
note que esse valor de probabilidade é para spin up em x. Para o spin
down teremos
µ ¶ Ã − i ωt i ωt
!
1 1 e 2 e 2
x h−|ψ(t)i = √ h+| − √ h−| √ |+i + √ |−i
2 2 2 2
à i ωt !
1 ¡ ¢ 1 e− 2 ωt
= √ 1 −1 √ i ωt = − i sen (6.74)
2 2 e 2 2
e,
ωt
|x h−|ψ(t)i|2 = sen2 (6.75)
2
Assim, o valor esperado será
µ ¶ µ ¶
2ωt ~ 2 ωt ~
hSx i = cos + sen −
2 2 2 2
~
= cos ωt (6.76)
2
Similarmente, para os estados em y teremos:
1 + sen ωt
|y h+|ψ(t)i|2 = (6.77)
2
1 − sen ωt
|y h−|ψ(t)i|2 = (6.78)
2
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
e
~
hSy i =
sen ωt (6.79)
2
Todos esses resultados são consistentes com a precessão do spin
na forma anti-horária ao redor do eixo z, com período T = 2π ω . De
acordo com a nossa análise usando o operador de evolução temporal
(6.67) como um operador de rotação, é fácil observar que
d i
hSz i = hψ|[H, Sz ]|ψi (6.80)
dt ~
Pois podemos ver explicitamente que H comuta com Sz . Isso nos leva
dizer que Sz é uma constante de movimento. Por outro lado, Sx e Sy
variam no tempo. Logo, H não comuta com esses operadores.
Nota sobre o fator g: Para uma partícula com fator g = 2, o spin
precessa com a mesma freqüência que a freqüência de cíclotron da
partícula no campo magnético. O fator g, também é conhecido como
fator giromagnético. Em virtude das correções radiativas dadas pela
Eletrodinâmica Quântica, o elétron tem um fator g 6= 2 por uma pe-
quena quantidade da ordem de α = 1/137, α é a constante de estrutura
fina. Assim, podemos escrever
³ α ´
g =2 1+ + · · · = 2, 0023192
2π
ou
³g ´ 1α ³ α ´2 ³ α ´3
−1 = − 0, 328478 + 1, 195 + ···
2 2π π π
= (115.965, 54 ± 0, 33) × 10−8
Essa correção radiativa permite a determinação experimental do fator
(g/2 − 1) com grande precisão. Este fator é denominado de momento
magnético anômalo do elétron. Uma aplicação interessante da pre-
cessão do spin é a determinação do fator g para o muon (µ). A primeira
medida desse fator g para os muons foi realizada por Garwin 14 , Leder-
man 15 e Weinrich 16 , que obtiveram g = 2, 00 ± 0, 10 17 . Na final da dé-
cada de 1970, vários experimentos ocorridos no CERN 18 determinaram
14
Richard Lawrence Garwin (1928– ), físico americano.
15
Leon Max Lederman (1922– ), físico americano.
16
Marcel Weinrich (1927–2008), físico polonês-americano.
17
R. L. Garwin, L. M. Lederman and M. Weinrich, Physical Review, 105, 1415
(1957).
18
CERN - European Organization for Nuclear Research, Genebra, Suíça.
i i
i i
i i
µpróton ~B
H = −~
19
J. Bailey et al, Nuclear Physics, B150, 1 (1979).
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
Definindo as freqüências
gp µp BL gp µp BT
ΩL = e ΩT = (6.84)
2~ 2~
podemos reescrever (6.83) como um par de equações diferenciais
acopladas
∂a ¡ ¢
= i ΩT ei ωt b + ΩL a ,
∂t
(6.85)
∂b ¡ ¢
= i ΩT e− i ωt a − ΩL b .
∂t
Para resolvermos a equação acima, devemos procurar soluções da
seguinte forma
a = a0 ei ωa t b = b0 ei ωb t (6.86)
onde a0 , b0 , ωa e ωb são constantes. Substituindo essas relações em
(6.85) teremos
µ ¶µ ¶
(ωa − ΩL ) −ΩT e− i ϕt a0
− i ϕt =0 (6.87)
−ΩT e (ωb + ΩL ) b0
ωa = ωb + ω (6.88)
i i
i i
i i
ΩT ω
b(t) = − sen ω̄t e− i 2 t (6.94)
ω̄
Logo a probabilidade de transição para o estado de energia mais alta
é dada por
Ω2T
|b(t)|2 = ¡ ¢ sen2 ω̄t (6.95)
ω 2 2
ΩL − 2 + Ω T
que é conhecida como fórmula de Rabi 20 .
Note que essa probabilidade será máxima quando tivermos a con-
dição de ressonância ωres = 2ΩL , i.e., para
gp µp BL
ωres = (6.96)
~
e ainda, quando queremos aplicar esse cálculo para elétrons trocamos
os parâmetros do próton pelos parâmetros do elétron. Com isso é fácil
verificar que a freqüência de ressonância dos elétrons é muito diferente
20
Isidor Isaac Rabi (1898–1988), físico austro-húngaro americano .
Mecânica Quântica
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i i
i i
i i
i i
p2 µω 2 x2
H= + , (6.97)
2µ 2
[x, px ] = i ~ . (6.98)
22
Ver o excelente livro de P. Dirac, The principles of quantum mechanics, (1958)
e os artigos originais P. A. M. Dirac, Proceedings of the Royal Society of Lon-
don, A109, 642–653 (1926); P. A. M. Dirac, Proceedings of the Royal Society of
London, A114, 243–265 (1927).
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
não-hermitianos
rµ ¶
µω i
a= x+ p (6.99)
2~ µω
r µ ¶
† µω i
a = x− p (6.100)
2~ µω
conhecidos como operador de aniquilação e operador de criação,
respectivamente. Usando a relação de comutação (6.98), teremos
1
[a, a† ] = (− i[x, p] + i[p, x]) = 1 (6.101)
2~
Invertendo (6.99) e (6.100), obteremos
s
~ ³ ´
x= a + a† (6.102)
2µω
r
µω~ ³ †
´
p = −i a−a (6.103)
2
Logo, podemos escrever a hamiltoniana como
µ ¶
~ω ³ † †
´
† 1
H= a a + aa = ~ω a a + (6.104)
2 2
Nessa última equação usamos a relação de comutação (6.101). Para
encontrarmos os auto-estados de H é suficiente encontrarmos os auto-
estados de
N = a† a (6.105)
conhecido como operador número, no qual é hermitiano, pois
i i
i i
i i
Chamamos
a|ni = |ψi (6.109)
podemos escrever (6.108) como
Similarmente
[N, a† ] = a† (6.112)
Como resultado, nós temos
³ ´
N a† |ni = [N, a† ] + a† N |ni
= (n + 1)a† |ni (6.113)
indicando que
a† |ni = c+ |n + 1i (6.114)
Essas relações implicam que a† |ni é um autoket de N com autovalor
n+1. Então a† é um operador de criação ou operador de levantamento.
Similarmente
com
a|ni = c− |n − 1i (6.116)
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
a|nmin i = 0 (6.117)
Desde que |nmin i exista, requer que nmin = 0. Então podemos escrever
o autoket mínimo como |0i. Aplicando o operador de levantamento (ou
criação) n vezes, fica claro que n deve ser um inteiro positivo. Natural-
mente
N |ni = n|ni n = 0, 1, 2, 3, · · · (6.119)
Assim, os autovalores do operador número N são inteiros positivos.
Logo, os autovalores da hamiltoniana são determinados por
µ ¶ µ ¶
1 1
H|ni = ~ω N + |ni = ~ω n + |ni = En |ni (6.120)
2 2
Então, a energia do oscilador harmônico
µ ¶
1
En = n + ~ω n = 0, 1, 2, 3, · · ·
2
é quantizada, tomando valores discretos. No estado fundamental, n = 0,
o oscilador quântico tem energia
1
E0 = ~ω
2
Note que o espectro de energia tem um espaçamento uniforme entre
os níveis.
Elementos de Matriz dos operadores a† e a: Inicialmente ire-
mos determinar as constante c+ em (6.114) e c− em (6.116). Por exem-
plo, a equação bra correspondente a equação ket
a† |ni = c+ |n + 1i (6.121)
i i
i i
i i
é dada por
hn|a = c∗+ hn + 1| (6.122)
Do produto interno dessas equações, temos
a|ni = c− |n − 1i (6.125)
√
hn0 |a|ni = n δn0 ,n−1 (6.130)
Logo,
√0 0 0 0
1 0
√ 0 0
†
(a ) = 0 2 √0 0 (6.131)
0 0 3 0
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
e
√
0 1 √0 0
0
0 2 √0
(a) =
0 0 0 3 (6.132)
0 0 0 0
Como
s
~ ³ ´
x= a + a†
2µω
r
µω~ ³ ´
p=i −a + a†
2
Então,
√
√0 1 √0 0
s
~
1 0
√ 2 0
√
(x) = 0
2µω
2 √0 3 (6.135)
0 0 3 0
e
√
√0 − 1 √0 0
r 1
µω~ √0 − 2 √0
(p) = i
2
0
2 √ 0 − 3 (6.136)
0 0 3 0
como o esperado, essas matrizes são hermitianas, porém não são diag-
onais na representação N que estamos usando, claro que as matrizes x
e p assim como a e a† não comutam com N .
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
cuja solução é
µωx2
hx|0i = N e− 2~ (6.143)
Normalizando essa Gaussiana 25 , teremos
³ µω ´ 1 2
4 − µωx
hx|0i = e 2~ (6.144)
π~
Note que determinamos a função de onda do estado fundamental,
para determinar todas as autofunções de energia usaremos (6.137):
1
hx|ni = √ hx|(a† )n |0i
n!
µr ¶n µ ¶
1 µω ~ d n ³ µω ´ 14 − µωx2
=√ x− e 2~ (6.145)
n! 2~ µω dx π~
Essa equação é uma forma alternativa de obtermos as autofunções do
oscilador harmônico.
Podemos verificar que essas autofunções formam
q os polinômios de
µω
Hermite através da mudança de variável y = ~ x. Assim, a equação
(6.145) será
µ ¶
1 ³ µω ´ 41 d n − y2
hy|ni = √ y− e 2 (6.146)
2n n! π~ dy
Considerando o operador identidade
µ ¶ 2
− y2
2
d y d
e y− e2 =−
dy dy
µ ¶n 2
y 2
d y dn
e− 2 y − e 2 = (−1)n n
dy dy
o que simplifica o termo
µ ¶ µ ¶
d n − y2 − y2 y2 d n − y2
y− e 2 =e 2 e2 y− e 2
dy dy
µ ¶
2 2
− y2 y 2 − y2 d n y2 −y2
=e e e y− e2e
dy
y2 2 dn 2
= e− 2 ey (−1)n n e−y
dy
y2
= e− 2 Hn (y) (6.147)
25
Johann Carl Friedrich Gauss (1777–1855), matemático alemão.
i i
i i
i i
pois
2 dn −y2
Hn (y) = ey (−1)n e
dy n
são os polinômios de Hermite. Logo
1 ³ µω ´ 41 − y2
hy|ni = √ e 2 Hn (y) (6.148)
2n n! π~
como vimos na §3.8 do capítulo 3.
Propriedades estatísticas do oscilador quântico: Considerando
os operadores x e p, é fácil perceber por (6.133) e (6.134) que
hxi = hpi = 0 (6.149)
e ainda podemos expressar x2 e p2 pelas relações
2 ~ h 2 † 2 † †
i
x = a + (a ) + a a + aa (6.150)
2µω
e
~µω h 2 i
p2 = − a + (a† )2 − a† a − aa† (6.151)
2
Desse modo, quando procuramos determinar os valores esperados desses
dois operadores para um estado estacionário |ni do oscilador, os únicos
termos que dão contribuições não nulas são aqueles que envolvem os
produtos aa† e a† a. Os valores esperados serão expressos por
~
hx2 in = (2n + 1) (6.152)
2µω
e
~µω
hp2 in = (2n + 1) (6.153)
2
Com isso, no estado fundamental do oscilador, n = 0, temos
~ ~µω
hx2 i0 = , hp2 i0 = .
2µω 2
Segue-se que o valor esperado para a energia total do oscilador quântico,
no estado fundamental será
¿ 2À ¿ 2 2À
p µω x
hEi0 = +
2µ 0 2 0
~ω ~ω
= +
4 4
1
= ~ω
2
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
e
h(∆p)2 in = hp2 in − hpi2n (6.155)
como resultado,
· ¸1
£ ¤1 ~ 2
h∆xin = hx2 in − hxi2n 2 = (2n + 1)
2µω
e
· ¸1
£ 2
¤1 ~µω 2
h∆pin = hp in − hpi2n 2
= (2n + 1)
2
Para o estado fundamental, n = 0, teremos
· ¸1
~ 2
h∆xi0 =
2µω
e
· ¸1
~µω 2
h∆pi0 =
2
Essas duas relações podem ser usadas para obter a mínima incerteza
para a posição e para o momentum no estado fundamental do oscilador,
i.e.,
~
h∆xi0 h∆pi0 =
2
Para estados excitados do oscilador harmônico, n > 0, o produto acima
passa a ser µ ¶
1
h∆xin h∆pin = n + ~
2
mostrando que a relação de incerteza é sempre maior que aquela do
estado fundamental.
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
hx(t)in = hp(t)in = 0
pois
hn|x(0)|ni = hn|p(0)|ni = 0
são resultados que estão de acordo com aqueles obtidos para o caso do
estado fundamental do oscilador quântico.
i i
i i
i i
(a† )n
|ni = √ |0i (6.167)
n!
1
hn|αi = √ h0|an |αi
n!
αn
= √ h0|αi (6.168)
n!
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
X |α|2n
= |c0 |2
n
n!
2 |α|2
⇒ |c0 | e =1 (6.170)
pois
X |α|n
= e|α|
n
n!
onde obtemos
|α|2
c0 = e− 2
H|ni = En |ni
i i
i i
i i
temos
|α|2 X αn i
|α(t)i = e− 2 √ |ni e− ~ En t
n n!
|α|2 X αn
√ |ni e− ~ ~ω(n+ 2 )t
i 1
= e− 2
n n!
|α|2 X (α e− i ωt )n ω
= e− 2 √ |ni e− i 2 t (6.173)
n n!
α(t) = α e− i ωt (6.175)
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
e
µ ¶1
µ~ω 2
hpi = − i hα[α(t)] |a − a† |α[α(t)] i
2
µ ¶1
µ~ω 2
= −i (α(t) − α∗ (t))
2
1
= (2µ~ω) 2 =[α(t)]
1 £ ¤
= (2µ~ω) 2 = α e− i ωt (6.181)
∆H = ~ω |α|
µ ¶1
~ 2
∆x =
2µω
µ ¶1
µ~ω 2
∆p =
2
i i
i i
i i
~p2
H= + V (~r) . (6.183)
2µ
∂
i~ h~r|ψ(t)i = h~r|H|ψ(t)i . (6.186)
∂t
Mas sabemos que
¿ ¯ 2¯ À µ 2¶
¯ ~p ¯ ~
~r ¯¯ ¯¯ ψ(t) = − ∇2 h~r|ψ(t)i
2µ 2µ
e
h~r|V (~r)|ψ(t)i = V (~r) h~r|ψ(t)i
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
6.12 Comentários
Para esse capítulo, recomendo uma leitura detalhada em paralelo da
obra do Prof. Paul Dirac (1958) 28 . Um estudo poderá ser realizado com
os livros dos Profs. Cohen-Tannoudji et.al. (1977) 29 , Jun John Saku-
rai (1994) 30 , John Townsend (1992) 31 e A. Messiah (1970) 32 , o livro
28
P. A. M. Dirac, The principles of quantum mechanics, (1958).
29
C. Cohen-Tannoudji, B. Diu and F. Laloë, Quantum mechanics, (1977).
30
J. J. Sakurai, Modern quantum mechanics, (1994).
31
J. S. Townsend, A modern approach to quantum mechanics, (1992).
32
A. Messiah, Quantum mechanics, (1970).
i i
i i
i i
33
E. Merzbacher, Quantum mechanics, (1998).
34
W. Wolney Filho, Mecânica quântica, (2002).
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
228
i i
i i
i i
Capítulo 7
Propagadores e Integrais de
Caminho de Feynman
7.1 Propagadores
Vamos iniciar escrevendo a amplitude de transição hx0 , t0 |x0 , t0 i para
uma partícula que inicialmente encontra-se no estado |x0 , t0 i (em um
tempo t0 ) e evolui para a posição |x0 , t0 i (num tempo posterior t). No
capítulo anterior, quando introduzimos o operador de evolução tem-
poral, nós ajustamos nosso relógio no estado inicial da partícula em
t = 0, e então consideramos a evolução para o tempo t. Aqui, o tempo
1
P. A. M. Dirac, Physikalische Zeitschrift der Sowjetunion, 3, 64 (1933);
P. A. M. Dirac, Reviews of Modern Physics, 17, 195 (1945).
2
Richard Philips Feynman (1918–1988), físico americano.
3
R. P. Feynman: The Principle of Least Action in Quantum Mechanics,
Ph.D. Thesis, Princeton University, May (1942); R. P. Feynman, Reviews of Mod-
ern Physics, 20, 367 (1948).
229
i i
i i
i i
em (7.1), teremos
µ ¶
Z ∞ p2
− ~i (t0 −t0 )
hx0 , t0 |x0 , t0 i = dp hx0 |e
2µ
|pi hp|x0 i
−∞
µ ¶
Z ∞ p2
− ~i (t0 −t0 )
dp hx0 |pi hp|x0 i e
2µ
= (7.6)
−∞
i i
i i
i i
Usando
1 i
hx|pi = √ e ~ px (7.7)
2π~
vemos que
µ ¶
Z ∞ p2
1 i − ~i (t0 −t0 )
p(x0 −x0 )
hx0 , t0 |x0 , t0 i =
2µ
dp e ~ e (7.8)
2π~ −∞
Se tivermos Z ∞ 2
I(a, b) = dx e−ax +bx
−∞
podemos fazer
µ ¶2
b b2
ax2 − bx = a x − −
2a 4a
mudando de variável
b
x0 = x −
2a
teremos Z r
∞
b2 02 b2 π
I(a, b) = e 4a dx0 e−ax = e 4a .
−∞ a
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
mas X i
h~x0 |ψ(t)i = h~x0 |a0 iha0 |ψ(t0 )i e− ~ Ea0 (t−t0 ) (7.13)
a0
Note que Z
0
ha |ψ(t0 )i = d3~x0 ha0 |~x0 ih~x0 |ψ(t0 )i (7.14)
onde X i
K(~x00 , t;~x0 , t0 ) = h~x00 |a0 iha0 |~x0 i e− ~ Ea0 (t−t0 ) (7.16)
a0
i i
i i
i i
onde X
K(~x00 , t;~x0 , t0 ) = φa0 (~x00 ) e− i Ea0 t φ∗a0 (~x0 ) ei Ea0 t0
a0
Essas duas expressões podem ser escritas por intermédio de uma única
expressão, usando a função de Heaviside, definida em (3.11), i.e.
Z x ½
0 0 0 se x < 0,
η(x) = δ(x ) dx = (7.20)
−∞ 1 se x > 0.
6
Galileu Galilei (1564–1642), matemático e físico italiano.
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
Desse modo
X
K(~x00 , t;~x0 , t0 ) = φa0 (~x00 ) e− i Ea0 t φ∗a0 (~x0 ) ei Ea0 t0 η(t − t0 ) (7.21)
a0
i i
e− ~ H∆t = 1 − H∆t + O(∆t2 ) (7.23)
~
V (x)|xi = V (x)|xi
e
p|pi = p|pi .
i i
i i
i i
Desse modo,
Z ∞ · µ ¶ ¸
0 − ~i H∆t 0 i p2
hx |e |xi = dp hx |pihp| 1 − + V (x) ∆t |xi
−∞ ~ 2µ
Z ∞ · ¸
0 i
= dp hx |pihp| 1 − E∆t |xi (7.25)
−∞ ~
onde a energia total, E, é dada por
p2
E(p, x) = + V (x) (7.26)
2µ
Agora, com o uso da energia total, podemos fazer o inverso (7.23)
i i
1 − E∆t + O(∆t2 ) = e− ~ E∆t (7.27)
~
Então, a amplitude de transição (7.25) será
Z ∞
i i
hx0 |e− ~ H∆t |xi = dp hx0 |pihp|xi e− ~ E∆t
−∞
Z ∞
1 i 0 i
= dp e ~ p(x −x) e− ~ E∆t
2π~ −∞
ou
Z ∞ · µ ¶ ¸
1 i (x0 − x)
= dp exp p − E ∆t . (7.28)
2π~ −∞ ~ ∆t
Mecânica Quântica
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i i
Mecânica Quântica
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i i
i i
onde µ ¶2
1 dx 1
L(x, ẋ) = µ − V (x) = µẋ2 − V (x) (7.36)
2 dt 2
é a lagrangiana usual da mecânica clássica 8 .
Finalmente, é conveniente escrever as integrais de posição em uma
notação mais compacta
Z x0 Z Z ³ ´N
µ 2
D[x(t)] = lim dx1 · · · dxN −1 (7.37)
x0 N →∞ 2π i ~∆t
onde Z t0
S[x(t)] = dt L(x, ẋ) (7.39)
t0
i i
i i
i i
Z t0
¡ ¢
δS [xc (t)] , x0 , x0 ; t = δ dt L = 0 (7.41)
0
Mecânica Quântica
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i i
i i
i i
n ¯
1 X ∂ 2 S ¯¯
S(x1 · · · xn ) = S(x̄1 · · · x̄n ) + (x − x̄i )(x − x̄j ) + · · ·
2 ∂xi ∂xj ¯x̄i ,x̄j
i,j=1
(7.49)
Substituindo em (7.48), obteremos no expoente uma forma quadrática
nas variáveis yi = x − x̄i . Por uma transformação linear, podemos
diagonalizá-la e reduzir o resultado13 a um produto de integrais de
Fresnel. Obtém-se assim14
n
(2π~) 2 i iπ
K(~) = 1 e ~ S(x1 ··· xn )+ 4
ν
(7.50)
|det D| 2
onde D é a matriz ¯¯ 2 ¯¯
¯¯ ∂ S ¯¯
D = ¯¯¯¯ ¯¯ (7.51)
∂xi ∂xj ¯¯ x̄i ,x̄j
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
onde
¡ ¢
Scl = S [xc (t)] , x0 , x0 ; t
tem uma interpretação física muito simples, pois podemos notar que
φ(t0 ) representa precisamente o efeito das flutuações quânticas em
torno da trajetória clássica.
1 1
L(x, ẋ) = µẋ2 − µω 2 x2 (7.55)
2 2
da equação de Lagrange, temos
∂L d ∂L
− =0 ⇒ ẍ + ω 2 x = 0 (7.56)
∂x dt ∂ ẋ
cuja solução é dada por
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
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i i
i i
1. Se xN +1 = x0 = 0 temos
N
X +1 N ³
X ´
pj ∂¯(ε) xj = − ∂ (ε) pj xj
j=1 j=0
2. Se p0 = pN +1 e x0 = xN +1 temos
N
X +1 N
X +1 ³ ´
pj ∂¯(ε) xj = − ∂ (ε) pj xj
j=1 j=1
Para funções cujos pontos extremos se anulam, das relações acima ter-
emos
N
X +1 ³ ´2 N
X +1 ³ ´2 N
X
∂¯(ε) xj = ∂ (ε)
xj =− xj ∂ (ε) ∂¯(ε) xj (7.68)
j=1 j=1 j=0
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
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i i
i i
ou seja
[2 − 2 cos ωε] ≥ 0
Voltemos agora a solução da equação (7.64), podemos escrever essa
equação como
r N ·Z ∞ r ¸
N µ Y µ
φ (T ) = dan
2π i ~ε −∞ 2π i ~ε
n=1
N
Y ½ ¾
iµ¡ 2
¢ 2
× exp Ωn Ω̄n − ω an (7.76)
~2
n=1
2 1 h ³ πn ´i
Ωn Ω̄n − ω = 2 2 − 2 cos ε − ω2 (7.77)
ε T
do operador na exponencial do integrando da equação (7.76). Esse
poderá ser negativo para casos em que o intervalo de tempo (T = t − t0 )
seja suficientemente grande.
Primeiro, vamos considerar os autovalores inteiramente positivos. A
formula gaussiana nos dá
r N
µ Y 1
N
φ (T ) = q ¡ ¢ (7.78)
2π i ~ε ε2 Ωn Ω̄n − ω 2
n=1
εe
ω εω
sen =
2 2
o produto dos autovalores pode ser decomposto em resultados conheci-
dos para o fator de flutuação 15 . Assim,
N
à !
Y sen2 b 1 sen (2(N + 1)b)
1− 2 nπ = (7.79)
sen 2(N +1) sen 2b (N + 1)
n=1
15
Ver Gradshteyn and Ryshik, Table of integrals, series and products, (1980), for-
mula 1.391.1.
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
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i i
i i
1 1
L = µẋ2 − µω 2 x2 + J(t)x (7.85)
2 2
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
e teremos:
i ie
R i ie
R
Aµ dxµ Aµ dxµ
F(A) = e ~ S1 e+ ~c 1 + e ~ S2 e+ ~c 2
i i
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i i
Mecânica Quântica
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i i
isto é Z
∇ ~ d~S = 4πg
~ ×A (7.93)
26
George Gabriel Stokes (1819–1903), matemático e físico irlandês.
Mecânica Quântica
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i i
i i
isto é Z
∇ ~ d~S = 0
~ ×A (7.95)
~B(~r) = g ~r
r3
Esse potencial vetor tem uma linha de singularidades ao longo do semi-
eixo positivo z, onde θ = 0. Essa linha de singularidades é chamada de
linha de Dirac do monopolo.
Talvez a conseqüência mais importante da teoria dos monopolos
magnéticos seja a condição de quantização para a carga elétrica. Dirac
sugere que se existe monopolos magnéticos, esses poderiam ser descritos
estando na extremidade de um solenoide infinitamente fino carregando
o fluxo magnético igual aquele do monopolo. O solenoide tem compri-
mento semi-infinito partindo do monopolo e indo ao infinito ao longo
de um caminho arbitrário. O campo magnético produzido ao longo de
~ ×A
tal solenoide ∇ ~ é aquele produzido pelo monopolo ~Bmonopolo = g ~r3
r
mais o campo usual de um solenoide ~B0 , nesse caso infinitamente in-
tenso e contido dentro do solenoide, ver Fig. 7.4. Para observar somente
o campo do monopolo, devemos escrever
~Bmonopolo = ∇ ~ − ~B0
~ ×A
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
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i i
i i
2π~c ~c
e= n= n
4πg 2g
ge 1
= n~ (7.97)
c 2
c~ 137
g= = e (7.98)
2e 2
i i
i i
i i
7.9 Comentários
Para esse capítulo, recomendo uma leitura detalhada em paralelo do
livro de Feynman e Hibbs (1964) 31 . Um estudo sobre integrais de cam-
inho também poderá ser realizado com os livros de Jun John Sakurai
(1994) 32 , John Townsend (1992) 33 e Eugen Merzbacher (1998) 34 .
Uma excelente discussão sobre o efeito Aharonov-Bohm e monopolos
magnéticos poderá ser encontrado no livro do Prof. Jun John Sakurai
(1994).
31
R. P. Feynman and A. R. Hibbs, Quantum mechanics and path integrals, (1964).
32
J. J. Sakurai, Modern quantum mechanics, (1994).
33
J. S. Townsend, A modern approach to quantum mechanics, (1992).
34
E. Merzbacher, Quantum mechanics, (1998).
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
258
i i
i i
i i
Capítulo 8
Potenciais Centrais e
Momentum Angular
259
i i
i i
i i
representadas por
[xi , pj ] = i ~δij
[xi , xj ] = 0
[pi , pj ] = 0 .
i i
i i
i i
ou seja
[~L2 , ~L] = 0 (8.13)
Então, como as componentes de ~L comutam com ~L , esses operadores
2
2
Equivalentemente, uma rotação −δϕ sobre o sistema de eixos em relação ao qual
o sistema é referido.
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
podemos escrever
³ ´
ψ(~r + δ~r) = ψ(~r) + δ~ϕ ~r × ∇
~ ψ(~r)
h ³ ´i
= 1 + δ~ϕ ~r × ∇ ~ ψ(~r)
· ³ ´¸
i
= 1 + δ~ϕ ~r × (− i ~)∇ ~ ψ(~r) (8.15)
~
~
mas como ~p = − i ~∇
· ¸
i
ψ(~r + δ~r) = 1 + δ~ϕ (~r × ~p) ψ(~r) (8.16)
~
i
δf = − δ~ϕ ~Lf
~
Se essa função arbitrária for substituída por V (r)g, onde V (r) é a en-
ergia potencial para forças centrais e g uma outra função arbitrária,
obteremos pela rotação
ou
i i
− δ~ϕ ~L(V g) = − V δ~ϕ ~Lg
~ ~
i i
i i
i i
Desde que δ~ϕ é um vetor arbitrário e g(~r) uma função arbitrária, con-
cluímos que
~LV (r) − V (r)~L = 0 (8.18)
ou seja, o momentum angular comuta com a energia potencial para
forças centrais. Se mostrarmos que ~L comuta com a energia cinética,
então provaremos que ~L é uma constante de movimento.
∂
~r ~p = − i ~r
∂r
e conseqüentemente
2
~L2 = r2~p2 + ~2 r2 ∂ + 2~2 r ∂
∂r2 ∂r
ou µ ¶
~L2 = r2~p2 + ~2 ∂ r2 ∂ (8.20)
∂r ∂r
Desde que ~L e naturalmente ~L2 comutam com qualquer função ar-
bitrária de r, usaremos (8.20) para escrever a energia cinética
~L2 µ ¶
~p2 ~2 ∂ 2 ∂
T = = − r (8.21)
2µ 2µr2 2µr2 ∂r ∂r
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
qP
Á
r
θ
y
¡e
¡ e
¡ ϕe
¡ e
¡ e
¡ e
¡ e
x¡
¡
x = r sen θ cos ϕ
y = r sen θ sen ϕ
z = r cos θ
i i
i i
i i
onde
~ = r̂ ∂ + ϕ̂ 1
∇
∂
+ θ̂
1 ∂
(8.24)
∂r r sen θ ∂ϕ r ∂θ
Os versores do sistema de coordenadas esféricas estão relacionados com
os versores cartesianos usuais (ı̂, ̂, k̂) através de
µ ¶
∂ ∂
Lx = i ~ sen ϕ + cos ϕ cot θ (8.27a)
∂θ ∂ϕ
µ ¶
∂ ∂
Ly = i ~ − cos ϕ + sen ϕ cot θ (8.27b)
∂θ ∂ϕ
∂
Lz = − i ~ (8.27c)
∂ϕ
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
Φ(ϕ) = ei mϕ (8.33)
i i
i i
i i
L− = Lx − i Ly (8.37)
e
L+ = Lx + i Ly (8.38)
respectivamente.
Com o uso desse operadores podemos verificar certas propriedades.
Vamos considerar primeiramente
L+ L− = (Lx + i Ly )(Lx − i Ly )
= L2x + L2y − i Lx Ly + i Ly Lx
= L2x + L2y + i[Ly , Lx ]
= L2x + L2y + L2z + ~Lz − L2z
= ~L2 + ~Lz − L2 z (8.39)
Similarmente
L− L+ = ~L2 − ~Lz − L2z (8.40)
Assim,
[L+ , L− ] = 2~Lz (8.41)
[~L2 , L+ ] = 0 (8.44)
[~L2 , L− ] = 0 (8.45)
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
e
~L2 = L− L+ + ~Lz + L2 (8.47)
z
Mas
[Lz , L+ ] = ~L+ ⇒ L+ Lz = Lz L+ − ~L+
Portanto, da equação acima teremos
Essa equação nos diz que L+ |λmi é uma nova autofunção do operador
Lz , pertencendo ao autovalor (m + 1)~. Note que L+ é um operador de
levantamento. Aplicando novamente L+ na equação acima, teremos
e
~L2 Ln |λmi = λ~2 Ln |λmi (8.54)
+ +
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
o que implica lmin = lmax ou lmin = −(lmax + 1). Sendo l uma quanti-
dade positiva, descartamos a última condição, i.e., lmin = −(lmax + 1).
Então lmin = lmax = l e teremos
λ = l(l + 1) . (8.63)
l, l − 1, l − 2, l − 3, · · · , −l + 2, −l + 1, −l
com o ket |lmi associado às funções harmônicas esféricas Ylm (θ, ϕ).
i i
i i
i i
e
(Lz )l0 m0 ,lm = hl0 m0 |Lz |lmi = m~ δl0 l δm0 m (8.68)
Os elementos de matriz para os operadores de levantamento e abaixa-
mento, temos
então
∗
hlm|L− = hl m + 1|C+ ~
e
hlm|L− L+ |lmi = |C+ |2 ~2 hl m + 1|l m + 1i
Mas
e concluímos que
similarmente
|C− |2 = (l + m)(l − m + 1)
Com esses resultados, teremos
p
(L+ )l0 m0 ,lm = hl0 m0 |L+ |lmi = (l − m)(l + m + 1)~ δl0 l δm0 m+1
(8.71)
e
p
(L− )l0 m0 ,lm = hl0 m0 |L− |lmi = (l + m)(l − m + 1)~ δl0 l δm0 m−1
(8.72)
que não são diagonais.
Das relações (8.37) e (8.38), temos os operadores Lx e Ly dados por
1
Lx = (L+ + L− ) (8.73)
2
e
1
Ly = (L+ − L− ) (8.74)
2i
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
Então
(Lx )l0 m0 ,lm = hl0 m0 |Lx |lmi
~ hp
= δl 0 l (l − m)(l + m + 1)~ δm0 m+1
2 i
p
+ (l + m)(l − m + 1)~ δm0 m−1 (8.75)
e
(Ly )l0 m0 ,lm = hl0 m0 |Ly |lmi
~ hp
= δl 0 l (l − m)(l + m + 1)~ δm0 m+1
2i i
p
− (l + m)(l − m + 1)~ δm0 m−1 (8.76)
onde, os elementos não nulos das matrizes de (Lx )l0 m0 ,lm e (Ly )l0 m0 ,lm
estão diretamente acima e diretamente abaixo da diagonal: (Lx )l0 m0 ,lm
é uma matriz simétrica e real, enquanto (Ly )l0 m0 ,lm é uma matriz
anti-simétrica e puramente imaginária.
i i
i i
i i
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
i i
i i
i i
P0 (x) = 1, P1 (x) = x
Mecânica Quântica
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i i
i i
dm Pl (x)
Plm (x) = (1 − x2 )m/2
dxm
1 dl+m
= l (1 − x2 )m/2 l+m (x2 − 1)l (8.91)
2 l! dx
são definidas para m ≤ l inteiros positivos. A equação acima é uma
generalização da fórmula de Rodrigues, e deduzimos que
· m ¸
d 2 dPl (x) m2
(1 − x ) − P m (x) + l(l + 1)Plm (x) = 0 (8.92)
dx dx 1 − x2 l
(l − m)! m
Pl−m (x) = (−1)m P (x) (8.93)
(l + m)! l
i i
i i
i i
mas Z 2π
0
e− i(m−m )ϕ dϕ = 2πδmm0
0
isso implica
s
2l + 1 (l − m)!
Alm =
4π (l + m)!
∞
X l
X
[Ylm (θ0 , ϕ0 )]∗ Ylm (θ, ϕ) = δ(ϕ − ϕ0 ) δ(cos θ − cos θ0 ) (8.98)
l=0 m=−l
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
i i
i i
i i
Logo
1
|cl |2 = Il (8.104)
2π
sendo Z Z
π +1
2l
Il = sen θdθ(sen θ) = du(1 − u2 )l
0 −1
onde usamos uma nova variável u = cos θ. A integral Il é facilmente
calculada pela recorrência
Z +1 Z +1
Il = du(1 − u2 )(1 − u2 )l−1 = Il−1 − du u2 (1 − u2 )l−1
−1 −1
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
Essa relação nos diz que se Ylm é normalizada, então Ylm±1 também o é.
Assim, para obter Ylm (θ, ϕ) de Yll (θ, ϕ), usaremos o operador L− dado
em (8.100) e a expressão (8.109). Devemos então aplicar (l − m) vezes
o operador L− em Yll (θ, ϕ). Logo,
o que implica
s µ ¶l−m
(l + m)! L−
Ylm (θ, ϕ) = Yll (θ, ϕ) (8.111)
(2l)!(l − m)! ~
L− Yl−l (θ, ϕ) = 0
i i
i i
i i
e imediatamente achamos
r
1 (2l + 1)! − i lϕ
Yl−l (θ, ϕ) = l e (sen θ)l (8.113)
2 l! 4π
Devemos então aplicar (l + m) vezes o operador L+ em Yl−l (θ, ϕ). Us-
ando as relações (8.113) e (8.108) (com n = l e p = l + m), obteremos
s
m (−1)l+m 2l + 1 (l − m)! i mϕ m dl+m
Yl (θ, ϕ) = e (sen θ) (sen θ)2l
2l l! 4π (l + m)! d(cos θ)l+m
(8.114)
Relações de Recorrência: Algumas das mais importantes expan-
sões de funções angulares em termos de harmônicos esféricos estão lis-
tadas abaixo.
s
(l + m + 1)(l − m + 1) m
cos θ Ylm (θ, ϕ) = Yl+1
(2l + 1)(2l + 3)
s
(l + m)(l − m) m
+ Y (8.115)
(2l + 1)(2l − 1) l−1
s
iϕ m (l + m + 1)(l + m + 2) m+1
sen θ e Yl (θ, ϕ) = − Yl+1
(2l + 1)(2l + 3)
s
(l − m)(l − m − 1) m+1
+ Yl−1 (8.116)
(2l + 1)(2l − 1)
s
(l − m + 1)(l − m + 2) m−1
sen θ e− i ϕ Ylm (θ, ϕ) = Yl+1
(2l + 1)(2l + 3)
s
(l + m)(l + m − 1) m−1
− Yl−1 (8.117)
(2l + 1)(2l − 1)
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
0
qP
Á
~r0 ©
*
qP
©
©
θ0 γ © ©©
~r
©©©
© θ©
©
XXX
y
¡e XXX
¡ϕ e XXX
¡ e XXX
ϕ 0
¡ e
¡ e
¡ e
¡ e
x¡
¡
l
4π X m 0 0 ∗
Pl (cos γ) = [Yl (θ , ϕ )] Ylm (θ, ϕ) (8.118)
2l + 1
m=−l
∞
X l
X
[Ylm (θ0 , ϕ0 )]∗ Ylm (θ, ϕ) = δ(r̂, r̂ 0 ) (8.120)
l=0 m=−l
i i
i i
i i
[Lk , Lj ] = i ~εkjn Ln
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
~p2
H= + V (r)
2µ
H ψ ≡ [T + V (r)] ψ = E ψ
i i
i i
i i
u(r) = r RE (r)
l(l + 1)~2
Vef (r) = V (r) +
2µr2
Note que esse potencial efetivo também aparece naturalmente em Mecâ-
nica Clássica! Devido ao significado de r, esse problema unidimensional
possui a peculiaridade de estar definido apenas para r > 0. O termo
l(l+1)~2
2µr2
que aparece no potencial efetivo é algumas vezes chamado de
potencial centrífugo desde que represente o potencial cujo gradiente
negativo seja a força centrífuga.
Da autofunção geral ψ = RE Ylm vimos que
H RE = E RE
~L2 Y m = l(l + 1)~2 Y m
l l
Lz Ylm = m~ Ylm
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
l(l + 1)
Uef r (r) = U (r) +
r2
Assim, a equação radial será
d2 u £ 2 ¤
2
+ k − Uef r (r) u = 0 (8.128)
dr
e quando u = rRE → 0 no limite r → 0 a função radial RE (r) será
finita na origem.
Nosso próximo passo é um estudo nas vizinhanças da origem, o
potencial reduzido U (r) assume a forma
i i
i i
i i
Nessa expressão, λ0 deve ter uma dimensão correta para que U (r) possa
representar corretamente o potencial reduzido, e ν deve ser inteiro, sat-
isfazendo a condição ν > −1, para que u(r) = 0 seja satisfeita. Estab-
elecida as condições, a solução para equação radial (8.128) poderá ser
expressa pela série de Frobenius
∞
X
u(r) = rs aj r j , com a0 6= 0 . (8.130)
j=0
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
i i
i i
i i
definidas por:
³ π ´1/2
jl (x) = Jl+1/2 (x)
³ 2x ´
π 1/2
nl (x) = Nl+1/2 (x) (8.138)
³ π ´1/22x£ ¤
(1,2)
hl (x) = Jl+1/2 (x) ± iNl+1/2 (x)
2x
no qual associado com a expansão em série
³ x ´v X
∞
(−1)j ³ x ´2j
Jν (x) =
2 j!Γ(j + ν + 1) 2
j=0
³ x ´−v X
∞
(−1)j ³ x ´2j
J−ν (x) =
2 j!Γ(j − ν + 1) 2
j=0
e
Jν (x) cos (νπ) − J−ν (x)
Nν (x) =
sen (νπ)
são dadas por 10
µ¶
1 d l ³ sen x ´
l
jl (x) = (−x)
x dx x
µ ¶l ³ (8.139)
1 d cos x´
nl (x) = (−x)l
x dx x
Em bons livros de métodos de física-matemática, podemos encontrar os
primeiros valores de l.
Tendo assumido x = kr, devemos ter o controle quando r → 0 e
r → ∞, na qual associamos às propriedades assintóticas das funções
de Bessel e de Neumann. Para valores do argumento x ¿ max[1, l] a
função esférica de Bessel se torna finita11
µ ¶
xl x2
jl (x) = 1− + O(x4 ) (8.140)
(2l + 1)!! 2(2l + 3)
entretanto a função esférica de Neumann diverge
µ ¶
(2l − 1)!! x2 4
nl (x) = 1− + O(x ) (8.141)
xl+1 2(1 − 2l)
10
Para esse trabalho matemático ver o excelente Morse and Feshbach, Methods of
theoretical physics, (1953).
11
Novamente usamos a notação: (2l + 1)!! ≡ (2l + 1)(2l − 1)(2l − 3) · · · (5)(3)(1).
Mecânica Quântica
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as ondas esféricas ψklm (r, θ, ϕ) = Ajl (kr)Ylm (θ, ϕ), formam um con-
junto completo, qualquer função função arbitrária pode ser formada
por uma combinação linear de qualquer uma delas. De um modo par-
ticular, temos que ei k ~r pode ser expandida em termos dessas ondas
~
esféricas. Assim,
ei k ~r =
∞ X
X l
~
Alm jl (kr)Ylm (θ, ϕ) (8.148)
l=0 m=−l
Mecânica Quântica
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e
d h l+1
1 i
gl−1 (x) = x gl (x) (8.155)
xl+1 dx
sendo gl (x) a combinação linear das funções jl (x) e nl (x),
Visto que as funções esféricas de Bessel, jl (x), são regulares para todos
os valores de x, e as funções esféricas de Neumann, nl (x), não são regu-
lares na origem, implica em B = 0. Com isso, podemos usar as equações
(8.154)-(8.156) para obter a relação
µ ¶ µ ¶
Al i Al−1 Al i Al+1
l − jl−1 (x) = (l + 1) + jl+1 (x)
2l + 1 2l − 1 2l + 1 2l + 3
(8.157)
Para que essas relações sejam satisfeitas para quaisquer valores de x, é
necessário e suficiente que as expressões entre parênteses sejam nulas.
Logo,
Al i Al−1
= (8.158)
2l + 1 2l − 1
Assim,
Al = (2l + 1) il A0 (8.159)
12
Ver o texto de G. Arfken, Mathematical methods for physicists, (1970).
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∞ X
X l
i ~k ~r ∗ ~
e = 4π il jl (kr)Ylm (k)Ylm (~r) (8.162)
l=0 m=−l
Mecânica Quântica
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2 2
onde o autovalor da hamiltoniana dado por E = ~2µk . Para r > a temos
que REl = 0 já que o potencial é infinito nesta região.
Tendo em vista que essa é a mesma equação de uma partícula livre,
sabemos que a solução geral do problema é
~2
E= αn l (8.165)
2µa2 r
A Tab. 8.1 fornece αnr l para alguns pares (nr , l), enquanto que os
níveis mais baixos do espectro são mostrados na Fig. 8.3, onde valor de
l está indicado sobre as linhas.
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l \ nr 1 2 3 4
0 π 2π 2π 4π
1 4,493 7,725 10,904 14,066
2 5,764 9,095 12,323
3 6,988 10,417 13,698
Ze2
V (r) = −
r
1 1 1
= + ,
µ M m
Mecânica Quântica
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ρ = 2κr
o raio de Bohr
~2
a0 = = 0, 529 × 10−10 m
µe2
e
Z
ξ=
κa0
Assim, em termos dessas quantidades poderemos escrever (8.168) na
forma µ ¶
d2 u l(l + 1) ξ 1
− u+ − u=0 (8.169)
dρ2 ρ2 ρ 4
Visando simplificar essa equação, vamos verificar o comportamento
assintótico da solução nos limites ρ → 0 e ρ → ∞. No limite ρ → 0,
podemos desprezar os dois últimos termos da equação (8.169), resul-
tando em
d2 u l(l + 1) ∼
− u=0 (8.170)
dρ2 ρ2
onde podemos ver que para pequenos valores de ρ0 s, o comportamento
das soluções é o mesmo encontrado quando estudamos o problema das
partículas livres, i.e.,
ρ−l ou ρl+1 (8.171)
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d2 u 1 ∼
− u=0 (8.172)
dρ2 4
cuja soluções são ρ ρ
e− 2 e e2 (8.173)
Verificando as condições de contorno sobre u, i.e., em u(0) = 0 e
u(∞) = 0, em conjunto com esses comportamentos assintóticos, sug-
erem que façamos a seguinte transformação
ρ
u = ρl+1 e− 2 χ(ρ) (8.174)
d2 χ dχ
ρ 2
+ (2l + 2 − ρ) − (l + 1 − ξ)χ = 0 . (8.175)
dρ dρ
Para encontrar a solução dessa equação diferencial utilizaremos o método
de Frobenius 15 e expressando χ(ρ) em termos da série
∞
X
χ(ρ) = ak ρk (8.176)
k=0
k+l+1−ξ
ak+1 = ak (8.177)
(k + 1)(k + 2l + 2)
Mecânica Quântica
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L1 (ρ) = 1 − ρ
µ ¶
ρ2
L2 (ρ) = 2! 1 − 2ρ +
2
L00 = 1
L01 = 1 − ρ
L02 = 2 − 4ρ + ρ2
L10 = 1
L11 = 4 − 2ρ
L12 = 18 − 18ρ + 3ρ2
L20 = 2
L21 = 18 − 6ρ
L22 = 144 − 96ρ + 12ρ2
L30 = 6
L31 = 96 − 24ρ
L32 = 1200 − 600ρ + 60ρ2
Mecânica Quântica
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µZ 2 e4 Z2
En = − = −13, 6 eV (8.190)
2~2 n2 n2
A equação acima mostra que a energia do elétron nas proximidades
do núcleo forma um espectro discreto, confirmando a quantização da
energia. Contudo, na solução da equação de Schrödinger para o átomo
de hidrogênio, a quantização da energia aparece de maneira natural,
sem a necessidade da introdução de nenhum postulado, tal como fez
Bohr na velha teoria quântica. O estado fundamental possui n = 1 e
l = 0, com uma energia de aproximadamente −13.6 eV para o átomo
de hidrogênio.
Mais explicitamente, as funções de onda radial para os estados de
menor energia são
µ ¶3
Z 2
− Zr
R10 (r) = 2 e a
0
a0
µ ¶3 µ ¶
Z 2 Zr − Zr
R20 (r) = 2 1− e 2a0
2a0 2a0
µ ¶1 µ ¶3 µ ¶
1 2 Z 2 Zr − Zr
R21 (r) = e 2a0
3 2a0 a0
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Hψ = Eψ
Lz ψ = m~ψ
Hψ 0 = Eψ 0
Lz ψ 0 = (m + 1)~ψ 0
uma vez que L+ comuta com H e não comuta com Lz . A primeira dessas
equações diz que ψ 0 é um auto-estado de H com o mesmo autovalor E
que ψ. Por outro lado, a segunda equação implica que ψ 0 6= ψ uma vez
que esses são estados associados a diferentes autovalores de Lz ! Logo, os
níveis de energia E são degenerados! Ou seja, a degenerescência dos au-
tovalores de H tem sua origem na existência de operadores hermitianos
que comutam com H mas não comutam entre si. Os auto-estados de-
generados com uma dada função ψ podem ser obtidos atuando-se sobre
essas funções ψ com uma combinação dos operadores não diagonaliza-
dos simultaneamente com o operador H.
Na vida real o átomo de hidrogênio é bem mais complexo, devido
ao núcleo atômico não ser pontual e a devido a existência de correções
relativística para a hamiltoniana H. Contudo essas modificações são
pequenas e os resultados aqui obtidos oferecem uma boa descrição desse
sistema.
Equação de Kummer e Solução: A equação hipergeométrica
confluente, ou equação de Kummer 19 é dada por
d2 u du
x 2
+ (c − x) − au = 0 (8.194)
dx dx
onde a e c são constantes. A solução geral dessa equação é
Mecânica Quântica
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(2n)! 1 2
H2n (x) = (−1)n 1 F1 (−n, ; x ) (8.199)
n! 2
e
(2n + 1)! 3
H2n+1 (x) = (−1)n 2x 1 F1 (−n, ; x2 ) (8.200)
n! 2
Para usarmos no átomo de hidrogênio, estudemos a equação (8.175)
para a função de onda radial utilizando as funções hipergeométricas con-
fluentes. Tendo em vista que esta é a equação de Kummer, sua solução
geral será dada por
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8.11 Comentários
Para esse capítulo, recomendo uma leitura em paralelo dos livros do
Prof. Merzbacher (1998) 20 e do Prof. Wolney Filho (2002) 21 .
Um estudo aprofundado do momentum angular poderá ser realizado
com os livros dos Profs. Cohen-Tannoudji et.al. (1977) 22 , Jun John
Sakurai (1994) 23 e A. Messiah (1970) 24 .
Recomenda-se fortemente um estudo das funções especiais usadas
em física. Uma excelente discussão sobre as funções especiais poderá ser
encontrada nos livros do Prof. Merzbacher (1998) e Arfken (1970) 25 ,
além do magnifico livro de Morse e Feshbach (1953) 26 .
20
E. Merzbacher, Quantum mechanics, (1998).
21
W. Wolney Filho, Mecânica quântica, (2002).
22
C. Cohen-Tannoudji, B. Diu and F. Laloë, Quantum mechanics, (1977).
23
J. J. Sakurai, Modern quantum mechanics, (1994).
24
A. Messiah, Quantum mechanics, (1970).
25
G. Arfken, Mathematical methods for physicist, (1970).
26
P. M. Morse and H. Feshbach, Methods of theoretical physics, (1953).
Mecânica Quântica
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306
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Capítulo 9
Espalhamento
307
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ψ → ei k ~r + f (θ, ϕ)
~ ei kr
(9.2)
r
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F = |~Jinc | (9.9)
e
Nesp = ~Jesp r̂ r2 ∆Ω (9.10)
onde ~Jinc e ~Jesp são as densidades corrente de probabilidade incidente
e espalhada obtida substituindo-se ψ em (9.8) por ψinc e ψesp , respec-
tivamente. Logo, teremos que a corrente incidente é dada por
³ ´
~Jinc = i ~ ei kz ∇e
~ − i kz − e− i kz ∇e
~ i kz
2µ
~k
= ẑ (9.11)
µ
14
Aqui estamos desprezando a interferência entre a onda incidente e a onda espal-
hada.
Mecânica Quântica
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ei kr
ψ(~r)r→∞ → ei kz + f (θ, ϕ)
r
Com essa consideração, torna-se possível obter uma expressão para am-
plitude de espalhamento: uma série com um número infinito de termos,
i i
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em que cada termo contribui para f (θ, ϕ) através de uma onda parcial,
caracterizada por um momentum angular particular. Para partículas
incidentes de baixa energia, os primeiros termos da série aproximam-
se da função de amplitude de espalhamento f (θ, ϕ). A vantagem desse
método é que ele é capaz de fornecer uma boa aproximação para as
partículas incidentes com baixa energia.
Quando o potencial V (r) responsável pelo espalhamento é esferica-
mente simétrico, o momentum angular é uma quantidade conservada
visto que comuta com a hamiltoniana. Portanto, auto-estados corre-
spondendo a diferentes valores do momentum angular são espalhados
independentemente, sendo conveniente trabalhar-se na base em que o
momentum angular é diagonal. No que segue escreveremos os auto-
estados da hamiltoniana na forma ulr(r) Ylm , o permite reduzir o prob-
lema de autovalores de H à seguinte equação radial
· ¸
~2 d2 ul l(l + 1)~2
− + + V (r) ul = E ul (9.16)
2µ dr2 2µr2
onde E é o autovalor associado a este auto-estado. No limite r → ∞
essa equação toma a forma
~2 d2 ul ∼
− = E ul (9.17)
2µ dr2
onde assumimos que V (r) tende a zero suficientemente rápido nesse
limite. A solução geral dessa equação é
µ ¶
∼ lπ
ul (r) = Al sen kr − + δl (9.18)
2
2 2
onde E = ~2µk , e Al e δl são constantes. Uma vez que Al é uma constante
multiplicativa, já que esse é um problema de autovalores, podemos de-
terminar o parâmetro real δl (denominado deslocamento de fase)
impondo apenas uma condição de contorno, a qual deve ser ul (0) = 0.
Lembre-se que essa condição de contorno foi motivada no capítulo an-
terior e que a sua justificativa não envolvia que a função de onda fosse
normalizável.
Um fato importante acerca de (9.18) é que esse comportamento
acarreta que o auto-estado da hamiltoniana ψ = url Ylm não satisfaz a
condição de contorno de espalhamento dada em (9.2)! Isso ocorre porque
a função seno em (9.18) contém uma onda espalhada (ei kr ) bem como
Mecânica Quântica
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uma onda incidente (e− i kr ). Logo, essa solução descreve uma onda inci-
dente de momentum angular bem definido que é espalhada pelo poten-
cial V . Nesse caso a onda espalhada possui o mesmo momentum angular
da onda incidente, uma vez que o momentum angular é conservado.
Tendo em vista que os auto-estados com energia E são degenerados,
é natural fazer uma superposição linear desses auto-estados, visando
que essa obedeça a condição de contorno desse problema (9.2) 15 . Logo,
escrevemos
∞ X
X l
ul (r)
ψ= Clm Ylm (θϕ) (9.19)
kr
l=0 m=−l
onde desejamos obter os coeficientes Clm de modo que (9.2) seja satis-
feita. Uma vez que o potencial é central e que ψinc = ei kz , temos que ψ
não depende de ϕ, por causa da simetria de rotação em torno do eixo z
que esse processo tem. Logo, Clm = 0 para m 6= 0, o que nos conduz a
∞
X ul (r)
ψ= Bl (2l + 1) il Pl (cos θ) (9.20)
kr
l=0
Lembrando que 16
∞
X
ei kz = ei kr cos θ = (2l + 1) il jl (kr) Pl (cos θ) (9.21)
l=0
15
Lembre-se que a superposição de autovetores com o mesmo autovalor também é
um autovetor.
16
Essa relação possui uma interpretação simples: uma partícula livre em um auto-
estado da energia e momentum linear (lado esquerdo) está sendo expresso em
termos de auto-estados da energia e momentum angular (lado direito).
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o que resultará
∞
4π X
σ= 2 (2l + 1) sen2 δl (9.27)
k
l=0
onde utilizamos
Z 0
2
Pl2 (cos θ) d(cos θ) = . (9.28)
π 2l + 1
Antes de passar a resolução de alguns exemplos, é importante ressaltar
os seguintes pontos:
Mecânica Quântica
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gular máximo que uma partícula pode ter para ser espalhada é
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A equação radial
µ ¶
~2 d2 l(l + 1)~2
− (rRl ) + + V (r) Rl = E Rl (9.34)
2µr dr2 2µr2
1 d2 2 l(l + 1)
(rRl ) + k 0 Rl − Rl = 0 (9.35)
r dr2 r2
e para r > a, será
1 d2 l(l + 1)
2
(rRl ) + k 2 Rl − Rl = 0 (9.36)
r dr r2
relações
Al jl (k 0 a) = Cl jl (ka) + Dl nl (ka) (9.38)
i i
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e
Al k 0 jl0 (k 0 a) = Cl kjl0 (ka) + Dl kn0l (ka) (9.39)
onde a linha (0 ) que aparece nas funções especiais, representa a derivada
com respeito ao argumento dessa função. Definindo a quantidade
Rl (a) jl (k 0 a)
aγl (k) ≡ = (9.40)
dRl (a) k 0 jl0 (k 0 a)
dr
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4π
σ= =f (0) (9.54)
k
onde =f (0) é a parte imaginária da amplitude de espalhamento com θ =
0. Essa relação é conhecida como teorema óptico, ou relação Bohr-
Peierls-Placzek 17 . Esse teorema reflete o fato de que o espalhamento
para frente, na direção do feixe incidente, interfere com o próprio feixe
incidente, reduzindo o número de partículas espalhadas na direção de
incidência. Esse fenômeno tem alguma alguma analogia com a sombra
produzida atrás de um disco opaco quando o feixe de luz incide sobre
ele.
Uma análise cuidadosa do processo de espalhamento irá permitir
mostrarmos que a relação (9.54) é geral, valendo até para situações em
que o potencial não é central, ou seja, quando a amplitude de espal-
hamento f depende também do ângulo azimutal ϕ.
|e− i kr |2 = 1 (9.56)
onde Sl ≡ 1 + al .
17
Rudolf Ernst Peierls (1907–1995), físico anglo-germânico.
George Placzek (1905–1955), físico tchecoslovaco.
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Sl = e2 i δl (9.59)
Mecânica Quântica
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e também
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com
4π
σl = (2l + 1) sen2 δl (9.70)
k2
onde está explicito a contribuição de cada uma das ondas parciais. Note
que a contribuição máxima que a onda parcial l pode dar ocorre para
sen2 δl = 1, ou seja, quando δl (k) = ± π2 . Quando temos a ocorrência de
σl máximo chamamos de espalhamento ressonante para uma dada
energia.
Existindo o espalhamento ressonante para a onda parcial l com uma
energia ER , podemos obter uma expressão aproximada para a seção
de choque como uma função da energia. Nosso ponto de partida será
δl (ER ) = ± π2 , o que implica em cot δl (ER ) = 0. Portanto, expandindo
cot δl (E) em série de Taylor em torno de ER temos que
¯
d ¯
cot δl (E) = cot δl ER + (E − ER ) cot δl (E)¯¯ + ···
dE E=ER
2
' − (E − ER ) (9.71)
Γ
onde definimos a largura Γ como
¯
2 d ¯
− = cot δl (E)¯¯
Γ dE E=ER
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Γ 2
4π 4
σl (E) ' 2 (2l + 1) Γ2
(9.72)
k (E − ER )2 + 4
d2 u0 £ 2 ¤
2
+ k − αδ(r − a) u0 = 0 (9.74)
dr
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Z 0
i kz µ 3 0 ei k|~x−~x |
ψ(~x) = e − d ~x V (~x0 ) ψ(~x0 ) (9.94)
2π~2 |~x − ~x0 |
p ~x ~x0
|~x − ~x0 | = ~x2 + ~x0 2 − 2~x ~x0 ' |~x| − (9.95)
|~x|
i i
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onde definimos ~k = |~
k~x
x| . Portanto, as escolhas para a função G e ψ0 foram
acertadas, já que ψ satisfaz (9.2). Além disso, dessa última expressão
também inferimos que
Z
d3~x0 e− i k ~x V (~x0 ) ψ(~x0 )
µ ~ 0
f (θ, ϕ) = − 2
(9.97)
2π~
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dσ µZ12 Z22 e4
= ¡ ¢ (9.107)
dΩ 4p4 sen4 2θ
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obteremos que
2µZ 0 e2
fB = − (Z − F (~q)) (9.113)
~2~q2
onde o fator de forma atômico F (~q) nada mais é do que a transfor-
mada de Fourier de ρ,
Z
F (~q) = d3~r e− i~q ~r ρ(~r) (9.114)
i i
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Mecânica Quântica
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então, a forma de uma onda plana para (9.116) será reproduzida nesse
limite de potencila nulo. A equação (9.118) poderá ser escrita como
Z "r #
S z
2µ p
= kz + k 2 − 2 V ( b2 + z 0 2 ) − k dz 0
~ −∞ ~
Z z p
µ
= kz − 2 V ( b2 + z 0 2 ) dz 0 (9.120)
~ k −∞
A equação (9.121) não nos fornece a forma assintótica correta para uma
onda incidente mais a onda esférica espalhada,
ei k ~x + f (θ)
~ ei kr
r
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para calcular f (θ, ϕ), mas se usarmos ψ + (~x) da equação (9.121) no lugar
ψ(~x0 ) da relação acima, teremos o que chamamos de aproximação
eikonal para a amplitude de espalhamento
Z p
3 0 − i ~k0 ~x0
b2 + z 0 2 ) ei k ~x
µ ~ 0
f (θ, ϕ) = − d x e V (
2π~2
" Z z0 #
iµ p
2 00
× exp − 2 V ( b2 + z 00 ) dz (9.122)
~ k −∞
(~k − ~k0 ) ~x0 = (~k − ~k0 ) (~b + z 0 ẑ) ' −~k0 ~b (9.123)
Mecânica Quântica
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onde Z ∞ p
µ
∆(b) ≡ − V ( b2 + z 2 ) dz (9.127)
2k~2 −∞
Na relação (9.127), fixamos o parâmetro de impacto b e integramos
ao longo de z, como mostra Fig. 9.5.¤ Na relação (9.126), não haverá
£ 2ai ∆(b)
nenhuma contribuição de e − 1 se b for maior do que o campo
de ação do potencial V . Finalmente, mais uma vez devemos lembrar
que a aproximação eikonal é válida somente para pequenos valores do
ângulo θ de espalhamento.
ei k ~x + e− i k ~x + [f (θ) + f (π − θ)]
~ ~ ei kr
(9.128)
r
onde ~x = ~x1 − ~x2 é o vetor posição relativo das partículas 1 e 2. O
resultado da seção de choque diferencial será,
dσ
= |f (θ) + f (π − θ)|2
dΩ
= |f (θ)|2 + |f (π − θ)|2 + 2<[f (θ)f ∗ (π − θ)] (9.129)
A seção de choque terá um valor máximo quando existir uma interfer-
ência construtiva em θ = π2 ,
µ ¶ ¯ ³ π ´¯2
dσ ¯ ¯
= 4 ¯f ¯ (9.130)
dΩ π 2
2
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9.12 Comentários
Para esse capítulo, recomendo uma leitura em paralelo dos livros do
Prof. Merzbacher (1998) 28 e do Prof. Wolney Filho (2002) 29 .
28
E. Merzbacher, Quantum mechanics, (1998).
29
W. Wolney Filho, Mecânica quântica, (2002).
Mecânica Quântica
i i
i i
i i
30
C. Cohen-Tannoudji, B. Diu and F. Laloë, Quantum mechanics, (1977).
31
J. J. Sakurai, Modern quantum mechanics, (1994).
32
A. Messiah, Quantum mechanics, (1970).
33
K. Gottfried, Quantum mechanics, (1966).
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Capítulo 10
Rotações o Operadores
Tensoriais
341
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|ψiR = D(R)|ψi
onde |ψi e |ψiR são os kets original e o que sofreu a rotação, respectiva-
mente 3 . Note que a matriz ortogonal 3×3, R atua em uma matriz coluna
de três componentes de um vetor clássico, enquanto o operador D(R)
atua no estado vetor ket. A matriz D(R) depende da dimensão N de
um ket particular. Para N = 2, apropriado para descrever um sistema
de partículas com spin 21 sem nenhum outro grau de liberdade, D(R)
será representado por uma matriz 2 × 2; para um sistema de partículas
de spin 1, a representação apropriada será uma matriz 3 × 3.
Para construir o operador de rotação D(R), iremos examinar suas
propriedades sob uma rotação infinitesimal. Primeiramente, vamos recor-
rer à analogia com a translação espacial e a evolução temporal. Os op-
eradores infinitesimais apropriados podem ser escritos por
Uε = 1 − i Gε
H
G→ , ε → dt
~
onde o gerador da evolução temporal e a hamiltoniana H cujo autovalor
é a energia do sistema E.
Em mecânica clássica, o momentum angular é o gerador da rotação.
Assim, em mecânica quântica definimos o operador momentum angular
3
O símbolo D vem do alemão Drehung, o que significa rotação
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2. Fechamento:
3. Inversa:
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4. Associatividade:
δϕ2 Jz δϕ2
[Jx , Jy ] 2
=i + O(δϕ3 )
~ ~
(10.9)
[Jx , Jy ] = i ~Jz
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~J = ~L ⊗ 1 + 1 ⊗ ~S
1
10.2 Sistema de Spin 2 e Rotações Finitas
O menor número, N , de dimensões na qual as relações de comutação do
momentum angular são realizadas, é quando temos N = 2, i.e., quando
temos um sistema de partículas de spin 21 . Os operadores de spin são
definidos por
~
Sx = (|+ih−| + |−ih+|)
2
~
Sy = i (−|+ih−| + |−ih+|) (10.11)
2
~
Sz = (|+ih+| − |−ih−|)
2
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onde
|e|B
ω= (10.25)
µe c
O operador de evolução temporal com base nessa hamiltoniana será
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U(t, 0) = e− ~ Ht = e− ~ Sz ωt (10.26)
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Após t = 2π
ω , i.e. ϕ = 2π, o spin retorna para sua posição original.
Esse conjunto de equações (10.27a)-(10.27c) é muito importante
para o estudo da precessão dos muons, similar ao elétron, mas com
massa 210µe . Conhecendo o momento magnético dos muons, 2µe~µ c , pode-
mos obter sua freqüência angular de precessão. Esse conjunto de equa-
ções podem ser e são, de fato, verificadas experimentalmente 6 .
Agora veremos a evolução temporal do próprio estado ket. Assu-
mindo que em t = 0 temos
|ψi = |+ih+|ψi + |−ih−|ψi
após um determinado tempo t, teremos
ωt ωt
|ψ(t)i = e− i 2 |+ih+|ψi + e+ i 2 |−ih−|ψi
Essa expressão adquire um sinal menos quando t = 2π ω , e temos que
esperar até t = 4π ω para que o ket volte ao seu estado original, i.e.,
como mesmo sinal. Assim, temos que o período para o ket voltar a
posição original é duas vezes maior que o período da precessão do spin.
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~ ~
h±|Sj |+i ≡ (σj )±,+ , h±|Sj |−i ≡ (σj )±,− (10.32)
2 2
Assim, o valor esperado dos operadores Sj em termos de χ e σj são
XX
hSj i = hψ|Sj |ψi = hψ|a0 iha0 |Sj |a00 iha00 |ψi
a0 a00
~ †
= χ σj χ (10.33)
2
onde a0 = +, − e a00 = +, −. Logo, usando explicitamente (10.11) e
(10.32), podemos escrever as matrizes de Pauli como
µ ¶ µ ¶ µ ¶
0 1 0 −i 1 0
σ1 = σ2 = σ3 = (10.34)
1 0 i 0 0 −1
σi2 = I (10.35)
σi σj + σj σi = 0 para i 6= j (10.36)
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~σ × ~σ = 2 i ~σ (10.39)
σ1 σ2 = −σ2 σ1 = i σ3 (10.40)
σ1 σ2 σ3 = i I (10.41)
σi† = σi (10.42)
det(σi ) = −1 (10.43)
tr(σi ) = 0 (10.44)
tr(σi σj ) = 2δij (10.45)
Ainda temos,
(~σ ~a)(~σ ~b) = ~a ~b + i ~σ (~a × ~b) (10.47)
Prova.
X X
(~σ ~a)(~σ ~b) = σj aj σk bk
j k
X X µ1 1
¶
= {σj , σk } + [σj , σk ] aj bk
2 2
j k
XX
= (δik + i εjkl σl ) aj bk
j k
= ~a ~b + i ~σ (~a × ~b)
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D(n̂, ϕ) = e− ~ S n̂ϕ
i~
= e− 2 ~σ n̂ϕ
i
ϕ ϕ
= I cos − i ~σ n̂ sen
2 2
cos ϕ2 − i nz sen ϕ2 (− i nx − ny ) sen ϕ2
= (10.48)
ϕ ϕ ϕ
(− i nx + ny ) sen 2 cos 2 + i nz sen 2
Da mesma forma que e− ~ S n̂ϕ atua em |ψi, a matriz e− 2 ~σ n̂ϕ atua nas
i~ i
χ → e− 2 ~σ n̂ϕ χ
i
(10.49)
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1. ortogonalidade
MMT = 1
(M1 M2 )(M1 M2 )T = M1 M2 M2T M1T = 1
2. associatividade
3. identidade
M 1=1M =M
4. inversa
M M −1 = M −1 M = 1
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tr(~σ ) = 0
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Da condição |a|2 + |b|2 = 1 temos que a21 + a22 + b21 + b22 = 1. Então,
½µ ¶
a1 + i a2 b1 + i b2
SU (2) :=
−b1 + i b2 a1 − i a2
ª
onde (a1 , a2 , b1 , b2 ) ∈ R4 com a21 + a22 + b21 + b22 = 1 .
(10.53)
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U = I cos θ + i n̂ ~σ sen θ
onde
µ ¶
n̂ ~σ ≡ n1 σ1 + n2 σ2 + n3 σ3 =
n3 n1 − i n2
n1 + i n2 −n3
Assim
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0 0 1 0 0 −i 0 0 0
λ4 = 0 0 0 λ5 = 0 0 0 λ6 = 0 0 1
1 0 0 i 0 0 0 1 0
0 0 0 1 0 0
1
λ7 = 0 0 − i λ8 = √ 0 1 0
0 i 0 3 0 0 −2
Note que todas as matrizes λi são auto-adjuntas e de traço zero, for-
mando uma base no espaço das matrizes complexas auto-adjuntas e de
traço nulo! As mesmas são normalizadas de modo que tr(λa λb ) = 2δab .
A álgebra de Lie para o grupo SU (3) pode ser expressa para as
matrizes de Gell-Mann da seguinte forma:
8
X
[λa , λb ] = 2 i fabc λc
c=1
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³ 0
´ ³ 0
´−1
Jz00 = e− i βJy e− i αJz Jz e− i βJy e− i αJz
= e− i αJz e− i βJy Jz ei βJy ei αJz
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Prova. Seja a equação (10.54) escrita por R(α, β, γ) = Rz 0 (γ)Ry0 (β)Rz (α)
e também observamos as relações Ry0 (β) = Rz (α)Ry (β)R−1z (α) e Rz 0 (γ) =
Ry0 (β)Rz (γ)R−1
y 0 (β). Usando as relações acima, podemos reescrever (10.54).
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Obteremos
Portanto
R(α, β, γ) = Rz (α)Ry (β)Rz (γ)
e naturalmente Portanto
onde
djm,m0 (β) = hj, m|e− i βJy |j, m0 i (10.57)
Explicitamente, a forma matricial de Dj (α, β, γ) será dada por
i αj i γj
e 0 ··· 0 e 0 ··· 0
0 ei α(j−1) · · · 0 0 ei γ(j−1) · · · 0
j
.. .. . . .. d (β) .. .. . . ..
. . . . . . . .
0 0 · · · e− i αj 0 0 · · · e− i γj
Finalmente, faremos uma aplicação desse conjunto de operações
σ
para partículas de spin 12 . Calculando dj (β) para j = 12 e jy = 2y ,
teremos
∞
X µ ¶n
1
− i β2 σy 1 β
d (β) = e
2 = − i σy
n! 2
n=1
β β
= I cos − i σy sen
2 2
µ ¶
cos β2 sen β2
=
− sen β2 cos β2
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Para J± , teremos
p
hj 0 , m0 |Jpm |j, mi = (j ∓ m)(j ± m + 1) ~ δj 0 j δm0 m±1 (10.61)
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obteremos (m = 1, 0, −1 e m0 = 1, 0, −1)
√ 0 −i 0
2
Jy(j=1) = ~ i 0 − i (10.67)
2
0 i 0
i
Fazendo uma expansão em série de Taylor da expressão e− ~ Jy β . Difer-
(j=1) 2 (j=1)
ente do caso em que j = 12 , [Jy ] é independente de 1 e Jy .
Entretanto,
à !
(j=1) 3 (j=1)
Jy Jy
=
~ ~
Conseqüentemente, para j = 1, podemos fazer
µ ¶2 µ ¶
− ~i Jy β Jy Jy
e →1− (1 − cos β) − i sen β (10.68)
~ ~
e explicitamente, teremos
1
√1 1
2 (1 + cos β) − 2 sen β 2 (1 − cos β)
− √12 sen β
d1 (β) = √12 sen β cos β (10.69)
1 1 1
2 (1 − cos β) sen β 2 (1 + cos β)
√
2
já visto anteriormente.
Sabemos que a solução para os auto-estados do momentum angular
orbital está dada pelos harmônicos esféricos. Porém podemos determi-
nar as matrizes de rotação para os harmônicos esféricos. usando a idéia
dos ângulos de Euler:
1. Primeiro, iremos rodar em torno do eixo y por um ângulo θ,
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e multiplicando os dois lados da equação acima pelo bra hl, m|, teremos
X
l
hl, m|n̂i = Dm,m 0 (α = ϕ, β = θ, γ = 0)hl, m|ẑi (10.70)
m
∗
onde hl, m|ẑi representa o harmônico esférico Ylm (θ, ϕ) resolvido em
θ = 0 e com qualquer ϕ indeterminado. Em θ = 0, temos Ylm → 0 para
m 6= 0. Então, em m = 0 e θ = 0, teremos
∗
hl, m|n̂i = Ylm (θ = 0, ϕ indeterminado)δm0
r
(2l + 1)
= Pl (cos θ)|cos θ=1 δm0
r 4π
(2l + 1)
= δm0 (10.71)
4π
aqui |ẑi é um autoket de Lz com autovalor nulo.
Retornando a (10.70), teremos
r
m∗ (2l + 1) l
Yl (θ, ϕ) = Dm0 ,0 (α = ϕ, β = θ, γ = 0)
4π
ou
s
4π ¯
l ∗ ¯
Dm,0 (α = ϕ, β = θ, γ = 0) = Ylm (θ, ϕ)¯
(2l + 1) θ=β,ϕ=α
m0
l
onde Dm 0 ,m (α, β, γ) é a nossa rotação descrita pelos ângulos de Euler.
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~J = ~L + ~S ≡ ~L ⊗ IS + Ir ⊗ ~S (10.73)
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1
Jz |l, l, +i = (Lz + Sz )|l, l, +i = ~(l + )|l, l, +i
2
3
~J2 |l, l, +i = ~2 (l(l + 1) + + 2l )|l, l, +i = ~2 (l + 1 )(l + 3 )|l, l, +i
1
4 2 2 2
normalizando, teremos
r r
1 1 2l 1
|l + , l − , li = |l, l − 1, +i + |l, l, −i (10.78)
2 2 2l + 1 2l + 1
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e
[Si , Sj ] = i ~εijk Sk (10.84)
para o operador spin total.
Os autovalores dos operadores de spin são:
³ ´2
~S2 = ~S1 + ~S2 : s(s + 1)~2
Sz = S1z + S2z : m~
S1z : m1 ~
S2z : m2 ~ (10.85)
|s = 1, m = 1i = | + +i (10.87a)
1
|s = 1, m = 0i = √ (| + −i + | − +i) (10.87b)
2
|s = 1, m = −1i = | − −i (10.87c)
1
|s = 0, m = 0i = √ (| + −i − | − +i) (10.87d)
2
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S− ≡ S1− + S2−
= (S1x − i S1y ) + (S2x − i S2y ) (10.88)
podemos escrever
como
sµ ¶µ ¶
p 1 1 1 1
(1 + 1)(1 − 1 + 1)|s = 1, m = 0i = + − + 1 | − +i
2 2 2 2
sµ ¶µ ¶
1 1 1 1
+ + − + 1 | + −i
2 2 2 2
(10.90)
Conseqüentemente,
[~J, ~S] = 0 (10.93)
14
Rudolf Friedrich Alfred Clebsch (1833–1872), matemático alemão.
Paul Albert Gordon (1837–1912), matemático alemão.
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Entretanto
[~J1 , ~J2 ] = 0 (10.95)
entre qualquer par de operadores em diferentes subespaço.
O operador de rotação infinitesimal que afeta os dois subespaço, da
partícula 1 e da partícula 2, será
µ ¶ µ ¶
i~ i~ i ³~ ´
1 − J1 n̂δϕ ⊗ 1 − J2 n̂δϕ = 1 − J1 ⊗ I + I ⊗ ~J2 n̂δϕ
~ ~ ~
(10.96)
o que nos leva ao operador momentum angular total
ou simplesmente
~J = ~J1 + ~J2 . (10.98)
Usando a idéia de rotação em um ângulo finito, (10.96) ficará
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HSO = υ(r)~L ~S
1 1 dV (r) 1 Ze2
υ(r) = 2 2
=
2µ c r dr 2µ2 c2 r3
e V (r) é o potencial de Coulomb
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onde temos XX
|j1 j2 ; m1 m2 ihj1 j2 ; m1 m2 | = 1 (10.109)
m1 m2
|j1 − j2 | ≤ j ≤ j1 + j2
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N = (2j1 + 1)(2j2 + 1)
jX
1 +j2
N= (2j + 1)
j=j1 −j2
1
= [{2(j1 − j2 ) + 1} + {2(j1 + j2 ) + 1}] (2j2 + 1)
2
= (2j1 + 1)(2j2 + 1) (10.113)
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ou
p
2j hj1 , j − j1 − 1|j, j − 1i
p
= (j2 − j + j1 + 1)(j2 + j − j1 ) hj1 , j − j1 |j, ji (10.115)
−j2 ≤ j − j1 ≤ j2
Logo,
j1 − j2 ≤ j ≤ j1 + j2
e
j2 − j1 ≤ j ≤ j1 + j2
Assim, teremos a condição triangular
|j1 − j2 | ≤ j ≤ j1 + j2 (10.117)
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ou inversamente
X
hj1 j2 ; m1 m2 |j1 j2 ; jmihj1 j2 ; m01 m02 |j1 j2 ; jmi = δm1 m01 δm2 m02
jm
(10.120)
Uma das mais importantes relações de simetria para os coeficientes
de Clebsch-Gordon estão sumarizadas pela equação abaixo:
hj1 j2 ; m1 m2 |j1 j2 ; jmi = (−1)j−j1 −j2 hj2 j1 ; m2 m1 |j2 j1 ; jmi
= hj2 j1 ; −m2 , −m1 |j2 j1 ; j, −mi (10.121)
Alguns autores as vezes usam notações diferentes para os coeficientes
de Clebsch-Gordon. Eles podem escrever esses coeficientes em termos
de 3 − j símbolo de Wigner, no qual encontramos ocasionalmente na
literatura.
µ ¶
j1 −j2 +m
p j1 j2 j
hj1 j2 ; m1 m2 |j1 j2 ; jmi = (−1) 2j + 1
m1 m2 −m
(10.122)
Os coeficientes em (10.122) foram primeiramente calculados por Wigner
em 1931 19 e suas propriedades de simetrias foram primeiramente derivadas
por Racah em 1942 20 .
19
E. P. Wigner, Gruppentheorie, (1931).
20
Giulio (Yoel) Racah (1909–1965), matemático e físico italiano-israelita.
G. Racah, Physical Review, 62, 438–462 (1942).
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¯ s
¿ À 1
¯ 1
1 1 1
j1 , ; m − , ¯j1 , ; j1 ± , m = ± j1 ± m +
1 2
2 2 2 ¯ 2 2 2j1 + 1
(10.123)
¯ s
¿ À 1
1 1 1 ¯ 1 j1 ∓ m +
j1 , ; m + , − ¯j1 , ; j1 ± 1 , m = 2
2 2 2 ¯ 2 2 2j1 + 1
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j1 + j2 , de tal forma que o produto Dj1 (R) ⊗ Dj2 (R) tem sua represen-
tação matricial dada por
(j +j )
D 1 2 0
D(j1 +j2 −1)
Dj1 ⊗ Dj2 → .. (10.125)
.
0 D|j1 −j2 |
Dj1 ⊗ Dj2 = D(j1 +j2 ) ⊕ D(j1 +j2 −1) ⊕ · · · ⊕ D|j1 −j2 | . (10.126)
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Desde que
~ 0 i ê0 = hAx ie0 + hAy ie0 + hAz ie0
hψ 0 |A|ψ x y z
= hψ |A ê |ψ i
0 ~ 0 0
e
~
hψ|A|ψi ê = hψ0|URA
~ êU† |ψ 0 i
R
teremos
~ † ê = A
UR AU ~ ê0 (10.133)
R
Substituindo (10.132) em (10.133), obteremos
X
UR Aj U†R = Ai Rij (10.134)
i
i i
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ou
h i k
X
n̂ ~J, Tqk = Tqk hkq 0 |n̂ ~J|kqi
0
(10.137)
q 0 =−k
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usando as relações
X
U†R |αjmi = j ∗
|αjmiDmµ (R)
µ
e X 0
j
hα0 j 0 m0 |UR = Dm 0 0 0
0 µ0 (R)hα j m |
µ0
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temos
X j 0 q
0 0 0 j ∗
Dm 0 µ0 (R)hα j m |Tk |αjmiDmµ (R)
µµ0
k
X 0
= hα0 j 0 m0 |Tqk |αjmi Dqq
k
0 (R)
q 0 =−k
(10.141)
j1 j2
XXX
Dm 1m
0 (R)Dm m0 (R) =
2
hj1 j2 ; m1 m2 |j1 j2 ; jmi
1 2
j m m0
j
× hj1 j2 ; m01 m02 |j1 j2 ; jm0 i Dmm0 (R)
provando o teorema.
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é dada por
1
ψ(~r1 ,~r2 ) = ϕ1 (~r1 )ϕ2 (~r2 ) √ [|+i1 |−i2 − |−i1 |+i2 ] (10.143)
2
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onde ϕ1 (~r1 ) e ϕ2 (~r2 ) são funções de pacote de onda que não se so-
brepõem e |±i1 e |±i2 são auto-funções do operador spin Sn̂1 e Sn̂2 na
direção n̂ das partícula 1 e 2 respectivamente.
O estado descrito na relação (10.143) se refere ao sistema formado
pelas partículas 1 e 2. Suponhamos que ao efetuar uma medida de spin
na partícula 1, mediante um aparato Stern-Gerlach com o campo mag-
nético na direção n̂, obtemos o resultado de spin up (ao longo de n̂).
Nesse caso, de acordo com a teoria quântica, a função de onda dada
pela expressão (10.143) se reduz (colapso da função de onda) a:
1 £ ¤
ψ(~r1 ,~r2 ) = ϕ1 (~r1 )ϕ2 (~r2 ) √ |+i01 |−i02 − |−i01 |+i02 (10.145)
2
Nesse caso devemos atribuir o estado |−i02 para o átomo 2 que não foi
medido. Efetuando diferentes medidas no átomo 1 estaremos obtendo
estados diferentes para o átomo 2.
Feitas essas colocações e a fim de compreendermos o argumento EPR
vamos definir as seguintes proposições:
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ψ 1 θ ψ 1 θ
P++ = sen2 P+− = cos2
2 2 2 2
(10.148)
ψ 1 θ ψ 1 θ
P−+ = cos2 P−− = sen2
2 2 2 2
onde o primeiro subscrito indica se o resultado da medida na partícula
1 é +1 ou -1, e o segundo subscrito é análogo para a partícula 2 e n̂1
e n̂2 são as direções ao longo das quais o spin é medido. Com essas
probabilidades construímos o valor esperado do resultado das medidas,
definido por
ψ ψ ψ ψ
E ψ (n̂1 , n̂2 ) = P++ − P+− − P−+ + P−− (10.149)
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10.11 Comentários
Para esse capítulo, recomenda-se ao leitor, uma leitura detalhada dos ex-
celentes trabalhos encontrados nos livros de Jun John Sakurai (1994) 33 ,
A. Messiah (1970) 34 e L. Landau (1989) 35 , o livro do Prof. Sakurai é
muito profundo e detalhado, enquanto o livro do Prof. Messiah tem um
trabalho rigoroso e profundo do ponto de vista do formalismo matemá-
tico da mecânica quântica, já o livro do Prof. Landau é uma clássico da
literatura, muito profundo e elegante.
Um trabalho clássico em teoria de grupo aplicado em mecânica
quântica poderá ser encontrado nos livros dos Profs. E. P. Wigner
(1931) 36 e M. E. Rose (1957) 37 . O livro de E. P. Wigner, tem seus
trabalhos originais e é referência em todos os bons livros de mecânica
quântica que desenvolve rotações e operações tensoriais.
33
J. J. Sakurai, Modern quantum mechanics, (1994).
34
A. Messiah, Quantum mechanics, (1970).
35
L. D. Landau and E. M. Lifshitz, Quantum mechanics, (1989).
36
E. P. Wigner, Gruppentheorie, (1931).
37
M. E. Rose, Elementary theory of angular momentum, (1957).
i i
i i
i i
Capítulo 11
Matriz Densidade
397
i i
i i
i i
Essa relação caracteriza um estado ket cujo spin está apontado para
alguma direção definida. No caso de uma direção n̂, que tem ângulos
polar e azimutal, β e α, respectivamente, temos
³ ´
c+ cos β2
= ³ ´
c− ei α sen β2
β β
|+iu = cos |+i + sen ei α |−i
2 2
Vamos agora introduzir o conceito de população fracionária, ou
peso de probabilidade. Em nosso exemplo realizado no experimento
de Stern-Gerlach, temos 50% de spin up |+i e 50% de spin down
|−i. Então dizemos que temos um conjunto, ensemble completamente
randônico,
w+ = 0, 5 w− = 0, 5
onde w+ e w− são os pesos para para spin up e spin down, respecti-
vamente.
Pra um ensemble completamente randônico, o feixe de partículas
se diz não-polarizado, pois não há uma direção de spin que seja priv-
ilegiada. Quando temos um ensemble puro, o feixe se diz polarizado,
um exemplo e quando bloqueamos o feixe |−i do experimento de Stern-
Gerlach e temos somente o feixe |+i. Ainda podemos ter um ensemble
misto, quando por exemplo existe uma mistura de 70% de spin up
|+i e 30% de spin down |−i, nesse caso também se diz que o feixe é
parcialmente polarizado.
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1
John von Neumann (Neumann János Lajos) (1903–1957), matemático
húngaro-americano.
2
J. von Neumann, Gött. Nachr., (1927)
3
Lev Davidovich Landau (1908–1968), físico russo-soviético.
4
Mencionado na literatura pelo próprio Landau em L. D. Landau, Zeits. für Physik,
45, (1927).
Mecânica Quântica
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Mecânica Quântica
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P P
Visto que k |ak (t)|2 = 1, o resultado N i=1 wi = 1 é uma conse-
qüência direta de tr(ρ) = 1 e vice-versa. Por definição, temos que os
pesos estatísticos wi são quantidades reais e positivas, i.e.,
wi∗ = wi e wi ≥ 0
tr(ρ)2 ≤ 1 (11.16)
ρkk ≥ 0 (11.18)
0 ≤ ρkk ≤ 1 (11.19)
i i
i i
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do qual obteremos
tr(ρ)2 ≤ 1
wi = δki (11.21)
que é o operador de projeção para o estado |ki. Para esse estado puro,
teremos
Mecânica Quântica
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O estado puro mais geral que podemos construir nesse espaço e uma
combinação linear desses dois kets. Assim, escreveremos
µ ¶
a1
|χi = a1 |+i + a2 |−i = (11.28)
a2
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1
|±ix = √ (|+i ± |−i)
2
Logo, a matriz densidade desse caso será
1
± 12
1 1 . 2
ρ = |±ix x h±| = √ (|+i ± |−i) √ (h+| ± h−|) =
2 2 ±1 1
2 2
(11.34)
Ainda nesse exemplo, se tivermos um conjunto de mistura incoerente
como um feixe formado por 50% up Sx + e 50% down Sx −. Então, a
matriz densidade será dada por
1 1 1 1
− 12 2 0
1 2 2 1 2 =
ρ= + (11.35)
2 1 1 2 1 1 1
2 2 − 2 2 0 2
Assim, teremos
tr(ρSx ) = tr(ρSy ) = tr(ρSz ) = 0 (11.36)
o que nos leva h i
~S = 0 (11.37)
Isso é perfeitamente razoável já que temos um feixe completamente
aleatório de partículas de spin- 12 , ou seja, não existe uma direção priv-
ilegiada para o spin.
Última Observação: Podemos ainda considerar que o feixe de
partículas de spin- 12 tenha sido preparado de tal forma que teremos
N+ partículas em um estado puro |χ+ i e N− partículas em um estado
puro |χ− i. Com essas condições, os pesos estatísticos wi serão dados
por
N+ N−
w+ = e w− = (11.38)
N+ + N− N+ + N−
Assim, o operador densidade será dado por
ρ = w+ |χ+ ihχ+ | + w− |χ− ihχ− | (11.39)
i i
i i
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com os kets |χ+ i e |χ− i, podendo ser expressos como uma combinação
linear dos kets de base {|±i},
(±) (±)
|χ± i = a1 |+i + a2 |−i (11.40)
Fazendo a+ − − +
1 = a2 = 1 e a1 = a2 = 0, a matriz densidade tomará a
forma N
µ ¶ +
0
w+ 0 N+ +N−
ρ= = (11.42)
0 w− N−
0 N+ +N−
Mecânica Quântica
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P
Usando |ψ(t)i = n an (t)|ϕn i, teremos
X d X
i~ an (t)|ϕn i = an (t)H|ϕn i (11.45)
n
dt n
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Introduzindo a notação
χi (t) ≡ hφi |χ(t)i
teremos
|χ(t)i = χ1 (t)|φ1 i + χ2 (t)|φ2 i (11.78)
A equação de Schrödinger será
∂
i~ |χ(t)i = H|χ(t)i = χ1 (t)H|φ1 i + χ2 (t)H|φ2 i (11.79)
∂t
e, tomando os produtos escalares com |φi i,
∂
i~ hφ1 |χ(t)i = χ1 (t)hφ1 |H|φ1 i + χ2 (t)hφ1 |H|φ2 i (11.80)
∂t
∂
i ~ hφ2 |χ(t)i = χ1 (t)hφ2 |H|φ1 i + χ2 (t)hφ2 |H|φ2 i (11.81)
∂t
Usando Hij = hφi |H|φj i, teremos
∂χ1
i~= H11 χ1 + H12 χ2 (11.82)
∂t
∂χ2
i~ = H21 χ1 + H22 χ2 (11.83)
∂t
Para estados estacionários, H12 = H21 = 0. Logo, os elementos de
matriz H21 e H12 são os que promovem as transições entre os estados.
De fato, seja |φ1 i um dos estados da base.
i
|φ1 (t)i = e− ~ Ht |φ1 i
|φ1 i ³ i i
´
= E2 e− ~ E1 t − E1 e− ~ E2 t
E2 − E1
H|φ1 i ³ − i E2 t i
´
+ e ~ − e− ~ E1 t (11.84)
E2 − E1
Então calculando a probabilidade de que, em algum t, o sistema se
encontre em |φ2 i, teremos essa amplitude dada por
H21 ³ − i E2 t i
´
hφ2 |φ1 (t)i = e ~ − e− ~ E1 t (11.85)
E2 − E1
Claro que se H21 = 0 não haverá transição de estado. A probabilidade
obtida na expressão (11.85) claramente exibe um termo de interferência
em adição a soma das duas exponenciais. Tal decaimento não exponen-
cial tem sido observado em espectroscopia atômica e no estudo dos
mésons K neutro, K 0 .
Mecânica Quântica
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11.5 Polarização
Na discussão do sistema de dois níveis, caracterizamos os estados em
termos das componentes de dois spinores. Nessa seção iremos considerar
alguns outros métodos para especificar um estado. Vamos considerar o
spinor, com γ1 , γ2 reais:
µ ¶ µ ¶
a1 |a1 |ei γ1
|χi = = (11.86)
a2 |a2 |ei γ1
podemos afirmar com certeza que |χi e ei α |χi, com α real e arbitrário,
representam o mesmo estado.
Assim usando a forma elegante de representar um estado ket, temos
operador densidade ρ dado por
µ ¶
|a1 |2 a1 a∗2
ρ= . (11.88)
a2 a∗1 |a2 |2
1 ~ ~σ )
ρ = (I + P (11.89)
2
onde Px , Py e Pz são três números reais dados por
Px = 2 <(a∗1 a2 )
Py = 2 =(a∗1 a2 ) (11.90)
Pz = |a1 |2 − |a2 |2
i i
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Sabemos que
ρ|χi = |χi
e pela equação (11.89), podemos afirmar que o spinor é um auto-spinor
da matriz P~ ~σ :
P~ ~σ |χi = |χi (11.92)
Com isso, o vetor unitário P~ é dito legitimamente como o vetor apon-
~ é conhecido como vetor
tado na direção do spin da partícula. O vetor P
polarização do estado.
~σ × ~σ = 2 i ~σ
Mecânica Quântica
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teremos
~
dP dh~σ i 1 1
= = h~σ H − H~σ i = ~ ~σ − A
h~σ A ~ ~σ~σ i
dt dt i~ 2i~
1 ~ 1~
= hA × (~σ × ~σ )i = A × h~σ i (11.95)
2i~ ~
ou
dP~
~ =A~ ×P~ (11.96)
dt
Essa equação e de tal forma como a simples equação de movimento da
mecânica clássica para o pião girando. Desde que
~2
dP ~ P)
d(P ~ ~ ³ ´
= ~ dP = 2 P
= 2P ~ A~ ×P
~ =0 (11.97)
dt dt dt ~
~ permanece com seu comprimento constante. Isso é meramente
o vetor P
um modo alternativo de dizer que a normalização de |χi é conservada
~ é um vetor constante, da expressão (11.96)
durante o movimento. Se A
~
implica que P precessa ao redor de A ~ com uma velocidade angular
constante
~
A
ω
~A = . (11.98)
~
Exemplo: Se uma partícula de spin- 12 , em que podemos desprezar
os outros graus de liberdade exceto o spin, está na presença de um
campo magnético constante ~B, a hamiltoniana poderá ser escrita na
forma
~
H = −~µs ~B = −γ ~σ ~B
2
~ é dado por
A quantidade γ é a razão giromagnética, e o vetor A
~ = −~γ ~B
A
~
dP ~ × ~B
= γP (11.99)
dt
ou
dh~σ i
= γh~σ i × ~B (11.100)
dt
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σx α = β, σx β = α .
i kr
Através dessa operação a onda incidente ei kz α muda para ei kz β e e r
é invariante. Em termos de coordenadas esféricas, Px tem o efeito de
transformar ϕ em π − ϕ. Assim,
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Conseqüentemente,
µ ¶
g(θ) h(θ)e− i ϕ
S= = g(θ)I + i h(θ) (σy cos ϕ − σx sen ϕ)
−h(θ)ei ϕ g(θ)
(11.107)
o versor n̂(− sen ϕ, cos ϕ, 0) é normal ao plano de espalhamento. Logo,
a matriz de espalhamento terá a forma
S = g(θ)I + i h(θ)n̂ ~σ (11.108)
As funções g(θ) e h(θ) podem ser determinadas somente pela solução
da equação de Schrödinger.
Conhecida a matriz S, é fácil calcular a intensidade do feixe para
uma dada direção. Se a equação (11.104) é a forma assintótica da função
de onda, então por uma generalização, a seção de choque diferencial será
dada por
dσ
= (Sχinc )† Sχinc = χ†inc S † Sχinc (11.109)
dΩ
que é análoga à |f (θ)|2 para as partículas sem spin. Se a matriz densi-
dade ρinc descreve o estado de polarização do feixe incidente, a relação
acima poderá ser escrita na forma
dσ
= tr(ρinc S † S) (11.110)
dΩ
Usando (11.108) para a matriz de espalhamento e
1³ ~ 0 ~σ
´
ρinc = I +P
2
para a matriz densidade do feixe incidente, a seção de choque diferencial
será dada por
µ ¶
dσ ¡ 2 ¢ g ∗ h − gh∗ ~
= |g| + |h| 2
1+i 2 P0 n̂ (11.111)
dΩ |g| + |h|2
A relação acima mostra que a intensidade de espalhamento depende do
ângulo azimutal como
I = a(θ) + b(θ) cos ϕ
que está de acordo com a distribuição angular para o espalhamento
de partículas de spin- 12 . Desse modo, temos uma assimetria de mão-
direita/mão-esquerda no espalhamento de feixes polarizados como con-
seqüência direta do spin da partícula.
Mecânica Quântica
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Por termos
|a01 · · · a0N i = |a01 i|a02 i · · · |a0N i
o operador densidade será
N
Y X
ρ= ρi com ρi = |a0i iwi (a0i )ha0i | (11.113)
i=1 a0i
σ = −tr(ρ ln ρ) (11.114)
i i
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σ=0 (11.117)
S = kσ (11.118)
S = −k tr(ρ ln ρ) (11.119)
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δS = 0 (11.121)
e X
δ(trρ) = δρkk = 0 (11.124)
k
A
Pconstante γ poderá ser eliminada usando a condição de normalização
k ρkk = 1, e nosso resultado final será
e−βEk
ρkk = PN (11.127)
−βEl
l=1 e
i i
i i
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independente de k.
Podemos ainda reconhecer o denominador da expressão (11.127)
como sendo a função partição
N
X
Z= e−βEk (11.129)
k=1
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11.9 Comentários
Para esse capítulo, recomenda-se ao leitor, uma leitura paralela dos clás-
sicos livros dos Prof. Eugen Merzbacher (1998) 10 e Jun John Sakurai
(1994) 11 , nesses livros poderão encontrar um excelente trabalho sobre
a matriz densidade e suas aplicações. Um outro excelente trabalho en-
volvendo matriz de operadores densidade será encontrado na leitura de
um dos autores (Landau) do assunto no do magnífico livro dos Profs.
Landau e Lifshitz (1989) 12 .
10
E. Merzbacher, Quantum mechanics, (1998).
11
J. J. Sakurai, Modern quantum mechanics, (1994).
12
L. D. Landau and E. M. Lifshitz, Quantum mechanics, (1989).
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426
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Capítulo 12
Simetrias e Leis de
Conservação
então teremos
∂L
=0 (12.2)
∂qi
1
Ver H. Goldstein, Classical mechanics, (1980)
2
Amalie Emmy Noether (1882–1935), matemática alemã.
427
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|ψ 0 i = U|ψi (12.5a)
0 †
hψ | = hψ|U (12.5b)
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teremos
d
hGi = 0 . (12.12)
dt
Então G é uma constante de movimento.
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o que implica em
∂
Ut = eτ ∂t (12.17)
Comparando essa expressão com a relação (12.10) e considerando ε =
− τ~ , teremos
∂
G = i~ (12.18)
∂t
∂
Mas da equação de Schrödinger, a expressão i ~ ∂t é denominada oper-
ador energia E, i.e.:
∂
E → i~ (12.19)
∂t
Assim, usando a equação (12.12), teremos
d
hEi = 0 . (12.20)
dt
Logo, a relação acima nos mostra que se a hamiltoniana do sistema é
invariante por uma translação temporal, a energia é conservada, i.e.,
temos a lei de conservação da energia.
i i
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~
G = − i ~∇ (12.24)
~ é denominada
Mas da equação de Schrödinger, a expressão − i ~∇
operador momentum linear ~p, i.e.:
~
~p → − i ~∇ (12.25)
U~φ = eφ (~r×∇)
~ ~
(12.29)
~φ
Comparando a relação acima com (12.10) e considerando ε = ~, teremos
~
G = − i ~ ~r × ∇ (12.30)
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= hψ 0 |P|ψi (12.36)
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[P, H] = 0 (12.41)
unl (~r)
ψnlm (−~r) = cnl Ylm (π − θ, ϕ + π) (12.42)
r
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Mas,
ei m(ϕ+π) = (−1)m ei mϕ
e
Pl (cos (π − θ)) = Pl (− cos θ) = Pl (−ξ) = (−1)l Pl (ξ)
logo
Plm (π − θ) = (−1)l−m Plm (θ)
Portanto
Ylm (π − θ, ϕ + π) = (−1)l Ylm (θ, ϕ) (12.43)
que mostra, de fato,
devido
~L = ~r × ~p (12.46)
e tanto ~r quanto ~p têm paridade ímpar. Entretanto, para mostrar que
essa propriedade também é aplicada para o spin, será melhor usar o
fato de que ~J é o gerador da rotação. Para matrizes ortogonais 3 × 3,
teremos
Rparidade Rrot. = Rrot. Rparidade (12.47)
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ψ = ψs + ψp
¯ À Ãr ¯ À r ¯ À!
¯1 1 2 ¯1 1 1 ¯1 1
= as Y00 ¯¯ , + ap Y11 ¯¯ , − − Y10 ¯¯ ,
2 2 3 2 2 3 2 2
¯ ® ¯ ®
onde ¯ 12 , 12 e ¯ 21 , − 21 são respectivamente as funções de onda de spin
do próton para m = ± 12 , as e ap são respectivamente as amplitudes
q
das ondas s e p. Fazendo as corretas substituições de 23 Y11 = − sen θ,
q
1
3 Y10 = cos θ e Y00 = 1, teremos
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onde
2<(as a∗p )
α=
|as |2 + |ap |2
Note que a distribuição angular é similar a discutida em §11.7. Aqui
essa distribuição angular é quando temos Λ polarizado, no sistema de
repouso de Λ, p e π − movem-se em direções opostas. A distribuição an-
gular de p ou π − é ∝ 1 + αP cos θ, sendo θ o ângulo entre a direção do
p ou π − e a direção do vetor polarização de Λ. Experimentalmente foi
possível medir a polarização de Λ na ordem de αP = 0, 7 usando essas
relações 8 , ou seja, comprovamos que ambos os valores de l são permiti-
dos, i.e., a paridade tem contribuição conservada e não conservada para
o decaimento fraco Λ → p + π − .
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Logo,
ψ(x) = ei α ψ(−x) = e2 i α ψ(x) (12.57)
e portanto e2 i α = 1, que implica em α = nπ. Assim, em conseqüência,
½
ψ(−x) = ψ(x) par
(12.58)
ψ(−x) = −ψ(x) impar
9
Estaremos usando, sem mencionar mais, os seguintes fatos: no caso de um sistema
unidimensional confinado, i.e., impedido de alcançar o infinito, a função de onda
poderá ser tomada como real, e os níveis de energia não são degenerados.
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ou seja
Z ∞
2µ 1
(ψ1 ψ00 − ψ0 ψ10 )∞
0 = (E1 − E0 ) √ dx ψ0 [ψ0 (x) + ψ0 (−x)]
~2 2 0
Z ∞
2µ 1
≈ 2 (E1 − E0 ) √ dx ψ02
~ 2 0
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~2
E2 − E0 = ψ0 (0)ψ00 (0) (12.66)
µ
2~2
E2 − E1 = ψ0 (0)ψ00 (0) (12.67)
µ
f (−x) = f (x)
df (x)
Consideremos agora a função dx
. Trocando x por −x,
df (x) df (−x)
→−
dx dx
Logo
df (−x) df (x)
=−
dx dx
ou seja, se f é par, f 0 é ímpar.
i i
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i i
poderá ser excitada de muitos modos: poderá ser posta a girar, por ex-
emplo, em torno de um eixo passando pelo nitrogênio e perpendicular
à base oposta, que é um eixo de simetria, ou poderá também excitar-se
seus muitos modos normais de vibração. Aqui vamos considerar uma
transição que é particularmente interessante porque não pode existir
classicamente. Na física clássica, as duas configurações exibidas acima
só podem se transformar uma na outra por rotação da molécula. Na
mecânica quântica, porém, o nitrogênio pode sofrer um tunelamento
para o outro lado, uma transição que não pode existir classicamente.
Como problema análogo, considere o poço duplo simétrico mostrado
na Fig. 12.3. Para energias com E0 > Vm , classicamente, o problema se
reduz a um único poço. Ou seja, para energia inferiores a Vm , classi-
camente, temos dois poços independentes. Se o potencial for simétrico,
teremos os mesmos níveis de energia de um lado e do outro lado da
barreira.
Na mecânica quântica, porém, existe o tunelamento entre os dois
poços. Em conseqüência disso, os níveis de energia individuais dos poços
deixarão de existir, e aparecerão níveis do poço duplo. As posições up e
down para o átomo de nitrogênio N na molécula de amônia são análo-
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ou
0
rA (t) = rA (−t) (12.70)
A velocidade muda de sinal quando temos uma inversão temporal
0 (t0 )
drA
0 drA (t) dt
ṙA (t0 ) = = = −ṙA (−t) (12.71)
dt0 dt dt0
Com isso, a lagrangiana será invariante em relação a inversão temporal
se ela também for função par em ṙA (t), i.e., se:
e
~p0 = T−1~pT = −~p (12.76)
onde o operador de inversão temporal T deve mudar i em − i, caso
contrário teríamos
~p0 = ~p
20
G. Racah, Nuovo Cimento, 14, (1937).
Mecânica Quântica
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Ω0 ≡ K−1 ΩK = Ω∗ (12.77)
É claro que aqui não temos uma operação linear, pois supondo Ω =
c1 Ω1 + c2 Ω2 , onde c1 e c2 são números complexos, então
Se faço,
T=K (12.79)
teremos então,
~
~p0 = K−1~pK = K−1 (− i ~∇)K ~ = −~p
= i ~∇ (12.80)
[xi , pj ] = i ~δij
[xi , pj ] = − i ~δij
i i
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i i
T = UK (12.84)
Note que
K2 = I
K−1 = K .
∂
TH|ψ(t)i = − i ~ T|ψ(t)i (12.88)
∂t
isto é
¡ ¢ ∂
UH∗ U−1 U|ψ(t)i∗ = − i ~ U|ψ(t)i∗ (12.89)
∂t
Assim, se houver um outro operador M tal que
[M,~r] = 0
xk |~r, ms i = xk |~r, ms i
M|~r, ms i = ms |~r, ms i
Mecânica Quântica
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Assim
XZ
d3~r0 h~r, ms |UH∗ |~r0 , m0s i ψm
∗
r0 , t)
0 (~
s
m0s
XZ ∂ ∗
= −i~ d3~r0 h~r, ms |U|~r0 , m0s i ψ 0 (~r0 , t)
∂t ms
m0s
ou
X Z
d3~r0 d3~r00 h~r, ms |UH∗ U−1 |~r00 , m00s ih~r00 , m00s |U|~r0 , m0s i ψm
∗
r0 , t)
0 (~
s
m0s m00
s
XZ ∂ ∗
= −i~ d3~r0 h~r, ms |U|~r0 , m0s i ψ 0 (~r0 , t)
∂t ms
m0s
(12.91)
sabendo que
µ 2 ¶
0 ~ 2
h~r, ms |H|~r , m0s i = − ∇ + V (~r) δ 3 (~r −~r0 )δms m0s
2µ
~2 2
H=− ∇ + V (~r) = H∗
2µ
UH∗ U−1 = H
i i
i i
i i
isto é
XZ XZ ∂
d3~r0 H|~r0 , m0s i ψm
∗
r0 , t) = i ~
0 (~ d3~r0 |~r0 , m0s i ψ ∗ 0 (~r0 , t)
s ∂(−t) ms
m0s m0s
(12.92)
que é a equação de Schrödinger para a reversão temporal. Note que as
equações (12.90) e (12.92) são invariantes, i.e., estão ligadas ao princípio
de invariância, e as leis que se servem para (12.90) servem também para
(12.92).
Sistemas com Spin: A transformação anti-unitária do operador
associado ao momentum angular orbital, análogo ao clássico, é dada
por
T†~LT = T† (~r × ~p)T = ~r × (−~p) = −~L
consistente com a transformação do momentum angular clássico sob
inversão temporal. No caso de um sistema envolvendo partículas com
spin, precisamos, por consistência, que o operador associado ao spin
tenha o mesmo comportamento sob inversão temporal ao do operador
associado ao momentum angular orbital, i.e.,
T†~ST = −~S
Essa relação deve de fato ser observada como uma condição adicional a
ser satisfeita pelo operador anti-unitário T. Assim ela garante o formal-
ismo geral para o momentum angular total ~J = ~L + ~S. No caso de ser
usada a representação de Schrödinger, e para partículas de spin- 21 com
operadores escritos na forma das matrizes de Pauli ~σ ≡ {σx , σy , σz }
teremos
~S = ~ ~σ
2
mas como T = UK já definido anteriormente, U é um operador unitário
agindo sobre as componentes do spin, desse modo, tendo as matrizes
de Pauli σx e σz reais e σy puramente imaginária, teremos
Mecânica Quântica
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U† σx U = −σx K† σy U = σy U† σz U = −σz
12.8 Comentários
Para esse capítulo, recomenda-se ao leitor, uma leitura paralela dos
livros dos Prof. Piza (2002) 21 e Jun John Sakurai (1994) 22 , nesses livros
poderão encontrar um excelente trabalho sobre simetria, leis de conser-
vação, além de excelente discussão a respeito de paridade e inversão
temporal. Um outro excelente trabalho sobre simetria, paridade e in-
versão temporal será encontrado na leitura do livro do Prof. Messiah
(1970) 23 .
21
A. F. R. de Toledo Piza, Mecânica Quântica, (2002).
22
J. J. Sakurai, Modern quantum mechanics, (1994).
23
A. Messiah, Quantum mechanics, (1970).
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Capítulo 13
449
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450
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Capítulo 14
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452
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Capítulo 15
Teoria Formal do
Espalhamento
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Capítulo 16
Partículas Idênticas
Até esse ponto estudamos sistemas que contém apenas uma partícula.
Todavia, um grande número de sistemas reais apresenta mais de uma
partícula e muitas dessas são iguais. Por exemplo, um átomo de hélio
apresenta dois elétrons e um núcleo, enquanto que uma molécula de
hidrogênio possui dois elétrons e dois prótons. Nesse capítulo vamos
analisar as consequências de um sistema quântico possuir partículas
idênticas. Uma diferença grande entre sistemas clássicos e quânticos
apresentando partículas idênticas é que classicamente estas são distin-
guíveis ao passo que o mesmo não ocorre no contexto quântico. Essas
observações se devem as descobertas de Dirac e Heisenberg em 1926 1 .
Ainda nesse capítulo faremos um breve estudo da segunda quantização
para sistemas de partículas constituídos de bósons e férmions.
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ψ(ξ1 , ξ2 ) = ei α ψ(ξ2 , ξ1 )
ψ(ξ1 , ξ2 ) = ±ψ(ξ2 , ξ1 ) .
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2
Satyendra Nash Bose (1894–1974), físico hindu.
3
E. Fermi, Rend. Lincei, 3, 145-149 (1926).
4
P. A. M. Dirac, Proceedings of the Royal Society, Series A 112, 661-677 (1926).
5
S. N. Bose, Zeitschrift für Physik, 26, 178 (1924).
6
A. Einstein, Sitzungsberichte der Preussischen Akademie der Wissenschaften, 1,
3 (1925).
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N!
N1 !N2 ! · · ·
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1 1
S= (1 + P12 ) e A= (1 − P12 ) (16.7)
2 2
tal que
A+S =1
A = A† = A2 , S = S † = S 2, e AS = SA = 0 .
i.e., são autovetores de P12 com autovalores ±1, ou seja, são estados
respectivamente anti-simétricos e simétricos com relação à troca das
duas partículas idênticas. Assim, se aplicamos A ou S em um estado
ψ arbitrário, seu estado resultante é necessariamente anti-simétrico ou
simétrico.
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χS (1) = α1 α2
1
χS (0) = √ (α1 β2 + α2 β1 ) (16.13)
2
χS (−1) = β1 β2
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Z
= dx1 ua (x1 )∗ x21 ua (x1 ) ≡ hx2 ia (16.16)
onde Z
hxia(b) = dx u∗a(b) (x) x ua(b) (x)
1
ψ(x1 , x2 ) = √ [ua (x1 )ub (x2 ) ± ua (x2 )ub (x1 )] (16.20)
2
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o que conduz a
1
hx21 i = [hx2 ia + hx2 ib ] (16.22)
2
Analogamente podemos obter que
1
hx22 i = [hx2 ia + hx2 ib ] (16.23)
2
onde definimos Z
hxiab = dx u∗a x x ub (x)
ou seja
h(x1 − x2 )2 i = h(x1 − x2 )2 idist ∓ 2|hxiab |2 (16.26)
Esse resultado é muito interessante pois mostra que um efeito cin-
emático, que é a simetrização da função de onda, pode modificar a
distribuição espacial das partículas. Funções de onda simétricas fazem
com que as partículas tendam a ficar mais próximas em média do que
no caso de funções de onda anti-simétricas já que a última equação nos
permite concluir que
h(x1 − x2 )2 iS ≤ h(x1 − x2 )2 iA
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das razões que nos motivou aplicar o mesmo raciocínio para outros áto-
mos. Analogamente ao que fizemos no caso do átomo de hélio, vamos
inicialmente desprezar a interação entre os elétrons na relação
N
X
H= H0 (j) + HI
j=1
H0 un = En un
|nlmi ≡ nL
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Z Elemento Configuração
2
1 H (1s) S1/2
2 He (1s)2 1
S0
2
3 Li (He)(2s) S1/2
4 Be (He)(2s)2 1
S0
5 B (He)(2s)2 (2p) 2
P1/2
6 C (He)(2s)2 (2p)2 3
P0
7 N (He)(2s)2 (2p)3 4
S3/2
8 O (He)(2s)2 (2p)4 3
P2
9 F (He)(2s)2 (2p)5 2
P3/2
10 Ne (He)(2s)2 (2p)6 1
S0
2
11 Na (Ne)(3s) S1/2
12 Mg (Ne)(3s)2 1
S0
13 Al (Ne)(3s)2 (3p) 2
P1/2
14 Si (Ne)(3s)2 (3p)2 3
P0
15 P (Ne)(3s)2 (3p)3 4
S3/2
16 S (Ne)(3s)2 (3p)4 3
P2
17 Cl (Ne)(3s)2 (3p)5 2
P3/2
18 Ar (Ne)(3s)2 (3p)6 1
S0
2
19 K (Ar)(4s) S1/2
20 Ca (Ar)(4s)2 1
S0
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1 é o elemento de matriz
aqui fik
Z
1
fik = ψi∗ (ξ) f 1 ψk (ξ) dξ (16.37)
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1 X ¡ 2 ¢ik † †
F2 = f lm ai ak am al (16.49)
2
i,k,l,m
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onde Z Z
¡ 2 ¢ik
f lm = ψi∗ (ξ1 )ψk∗ (ξ2 ) f 2 ψl (ξ1 )ψm (ξ2 ) dξ1 dξ2
~2 ~ 2
H1a = − ∇ (16.51)
2µ a
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17
Chamamos P a atenção sobre analogia entre as expressões (16.55) e o desenvolvi-
mento ψ = an ψn de uma função de onda arbitrária em certo sistema completo
de funções. Aqui ocorre como se fizéssemos a quantização novamente. A isso se
deve o nome do método da segunda quantização.
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ou seja, cada termo dessa soma é o operador número das partículas que
se encontram no i-ésimo estado, que de acordo com (16.43), seus valores
próprios são iguais aos números de ocupação Ni , cuja soma nos dará o
número total de partículas do sistema
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16.10 Comentários
Para esse capítulo, nossa principal referência foi o livro dos profs. Lan-
dau e Lifshitz (1989) 18 , também recomenda-se ao leitor, uma leitura dos
livros dos Prof. Piza (2002) 19 e Jun John Sakurai (1994) 20 . No livro do
Landau iremos encontrar um excelente trabalho sobre partículas idên-
ticas, modelo atômico e tabela periódica. Um outro excelente trabalho
será encontrado na leitura do livro do Prof. Messiah (1970) 21 .
18
L. D. Landau and E. M. Lifshitz, Quantum mechanics, (1989).
19
A. F. R. de Toledo Piza, Mecânica Quântica, (2002).
20
J. J. Sakurai, Modern quantum mechanics, (1994).
21
A. Messiah, Quantum mechanics, (1970).
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Sobre o Autor
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Lista de Figuras
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Referências
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Referências 493
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Índice Remissivo
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– de cor, 360
– de sabor, 360
tensor
– de Levi-Civita, 182, 260
– esférico, 385
teorema
– da adição, 281, 293
– de Bloch, 111
– de Ehrenfest, 73, 417
– de Green, 72
– de Wigner-Eckart, 383, 386
– dos resíduos, 329
– virial, 74, 218
teorema óptico, 322
teoria
– da radiação, 472
– de colisões, 307
traço, 170, 401
transformação
– de dualidade, 252
– unitária, 167
transformada de Fourier, 328
translação, 176
– infinitesimal, 176
tunelamento quântico, 92, 95, 138
valor
– esperado, 58, 159, 171, 193
– próprio, 477
– principal de Cauchy, 84
variável independente, 474
variável oculta, 391, 394
vetor
– bra, 154, 225
– ket, 152, 225, 343
– axial, 435
– polar, 435
– polarização, 415
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