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1.
Improvisação atonal
2
Já sem existir
O meu imenso amor generoso e amarelo
Consinto-o no peito e sangro-o
Como se fosse o meu próprio sangue
O meu amor perdido
O meu amor volatilizado
O meu amor diluído
Como se eu tivesse morrido
E amar fosse já só uma suave recordação póstuma
O meu amor sangrando em mim
Olho-o e vejo que também não existe
Morreu comigo envolto em ranho e sangue
E a música a agonizar no meu fim
É uma dura cruz que eu arrasto lentamente
Antes de deixar crucificar-me nela.
Tema do fá#
silêncio…
Ficava sereno nos limites das tardes
A brisa do mar temperando o calor soalhão
As flores e as ervas secando em castanho de Verão
A solta labareda em que eu ardia e tu ardias e ardes.
3
Tema em 6/8 – Ré pentatónico / Mi mixolídio / Fá# eólico
4
«Cai a noite em Portugal» - instrumental
5
De que serve chorar por sofrer
Mesmo sofrer de que serve
Misto de um ser que o foi
Com um outro que o ser será
Nenhum que é
Não pode sofrer
Isto é certo é verdade
E não se pode desmentir
Certamente é poético
E não há nada a dizer.