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APOSTILA

TEORIA MACROECONÔMICA
Ô II
ECO1217
Professores: Marcio Garcia e
Marcio Janot
1º S
Semestre
t d de 2010
Apresentação do curso

{ Conteúdo – complemento de Macro I, I


com ênfase em política
macroeconômica em duas etapas:
economia fechada e economia aberta;
{ Livros – espera
espera-se
se que, ao fim da
sequência Macro I e II, o conteúdo de
dois livros-texto ((Dornbusch & Fischer
e o Blanchard) esteja totalmente
coberto.
2
Regras
{ Monitorias – complemento natural das
aulas, conteúdo obrigatório; listas de
exercícios - (rafamattos23@gmail.com e
pedromaia.c@gmail.com)
{ Material didático – aulas preparadas em
ppt e listas de exercícios
{ Sistema de Aprovação – critério 4 de
avaliação de disciplinas
z Provas nos dias: 8/abril, 27/maio, 1/julho e
6/julho.

3
Referência básica – O.Blanchard, capítulo 6
A questão
tã chave
h d
da macroeconomia
i éé:
Oqque determina o nível do pproduto agregado
g g e
outras variáveis-chave, como inflação e desemprego?
1) Demanda Agregada
2) Produto Potencial
3) Determinantes de longo prazo da oferta agregada
Qual das três é a resposta correta?

4
Todas as três respostas estão corretas: cada uma para
um horizonte distinto.

No curto prazo
prazo, a demanda agregada determina os
movimentos do produto agregado.
No médio
N édi prazo, a ofertaf t agregada d predomina.
d i O
produto tende a oscilar em torno do produto potencial.
No longo prazo, predomina o produto potencial cujos
determinantes são o estoque de capital, a tecnologia e a
f
força d trabalho.
de t b lh

5
Nesta unidade, complementaremos o curso de Macro I, no
qual a ênfase era no curto p
q prazo,, ((IS-LM,, Oferta Agregada
g g
e Demanda Agregada) com o estudo dos determinantes do
produto no médio prazo.
Estes capítulos do Blanchard serão a referência:
Cap. 6: Mercado de Trabalho
Cap. 7: Modelo OA-DA - equilíbrio no mercado de
bens, no mercado financeiro e no mercado de
trabalho
Caps. 8 e 9: usam tal modelo para explicar diversas
questões de política macroeconômica, como a relação
entre o produto e inflação e o papel das políticas fiscais e
monetárias no curto e no médio prazo.

6
Capítulo 6
- Equilíbrio no mercado de trabalho
- Taxa natural de desemprego
p g
- Produto potencial
Quando usamos o modelo IS IS-LM
LM para determinar o
nível de produto, estamos pressupondo,
implicitamente,
p que as firmas p
q podem pproduzir o q
que
for demandado sem alterar o nível de preços.
No curto prazo isto é aceitável.
aceitável No médio prazo,
prazo
contudo, uma seqüencia de eventos altera o nível dos
preços
p ç ((inflação),
ç ) oqque afeta o p
produto agregado.
g g

7
A seqüência pode ser a seguinte:
- maior demanda requer aumento da produção,
produção a qual
requer um aumento no emprego;
- menor desemprego
d pressiona
i os salários
lá i para cima;
i
- maiores salários representam maiores custos de
produção, fazendo com que as firmas, ao tentarem
repassá-los, aumentem os preços dos produtos;
-preços maiores levam os trabalhadores a demandarem
maiores salários e assim por diante.

Vemos neste exemplo que, nessa ótica, o mercado de


trabalho representa um papel central no processo.
8
Demanda Produção Emprego Desemprego

Salários Preços Salários


... ...

9
Conceitos básicos do mercado de trabalho:
PIA ≡ população em idade ativa (exclui as crianças e os
velhos; razão de dependência).
IBGE (jan/2010) = 41,2
41 2 milhões (6 maiores regiões
metropolitanas)
PEA (Labor Force) ≡ parte da PIA que está empregada ou à
procura de emprego;
PNAD (2008) = 99,5
99 5 milhões (Todo o Brasil)
PME (jan/2010) = 23,3 milhões (6 maiores regiões
metropolitanas)
p )
Taxa de participação ≡ PEA ≡ 56,55% (jan/2010)
PIA
Taxa de desemprego ≡ no. de desempregados
PEA 10
Dependency Ratio
{ Definition
A measure of the portion of a population which is
composed of dependents (people who are too
young
y g or too old to work).
) The dependency
p y ratio
is equal to the number of individuals aged below
15 or above 64 divided by the number of
individuals aged 15 to 64, expressed as a
percentage.
t A rising
i i dependency
d d ratio
ti is
i a
concern in many countries that are facing an
aging population, since it becomes difficult for
pension and social security systems to provide for
a significantly older, non-working population.

11
Assim:
T
Taxa de
d desemprego
d = PEA - E = 1 - __E___
E
PEA PEA

- desligamentos - voluntários (quits)


- demissões (layoffs)

- duração do desemprego menor que 3 meses no


B
Brasil
il

-relação desemprego x nível de atividade


12
Taxa de Crescimento do PIB e Taxa de Desemprego
11 6,5

10 5,1

9 3,7
Desem prego (%)

B (%)
PIB
8 2,3

7 0,9

6 ‐0,5
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Taxa de Desemprego Crescimento PIB

Fonte : IBGE e BCB 13


MERCADO DE TRABALHO - BRASIL
Fluxos médios mensais, 1982-96

OCUPADOS
52 590 955
52.590.955
885.254 2.944.089

994.755 2.955.292

DESEMPREGADOS FORA DA PEA


1.043.963
1 345 105
1.345.105 36.338.160

1.014.663

Fonte: Neri M. et alli, “ Aspectos Dinâmicos do Desemprego e da Posição na Ocupação”, 14


Estudos Econômicos, vol.27, nº especial, pp. 137-159, 1997.
Fonte : IBGE 15
DETERMINAÇÃO DOS SALÁRIOS:
2 elementos comuns que permitem a criação de
uma teoria geral de determinação dos salários
1. Os trabalhadores recebem acima de seu salário de
reserva. A maior
i partet dos
d ttrabalhadores
b lh d recebe
b
um salário ao qual eles preferem estar empregados
a estarem desempregados
desempregados.

p
2. Os salários dependem do estado do mercado de
trabalho. Quanto menor a taxa de desemprego,
maior o salário que o trabalhador pode obter, menor
o risco que corre de ficar desempregado e maior a
dificuldade de reposição do trabalhador.

16
Como explicar tais fatos?
{ Com sindicatos fortes, é compreensível, que os
processos de negociação coletiva possam explorar os
efeitos da união dos trabalhadores para aumentar o
poder de barganha.
{ Mas mesmo sendo a negociação
g ç coletiva uma exceçãoç e
não a regra, os trabalhadores sempre têm algum poder
de barganha.

{ É do interesse das firmas pagarem mais do que o


mínimo aceitável. Por quê?

Vamos explorar essas duas explicações, uma de cada


vez.

17
Poder de Barganha
{ O poder de barganha do trabalhador depende de dois
fatores:
z Quão difícil (custoso) é para a firma repor alguém em seu
lugar;
g e
z Quão difícil (custoso) é para o trabalhador achar um novo
emprego.
Quão mais custoso for para firma substituir o trabalhador e
quão
ã maisi fá
fácilil ffor para o ttrabalhador
b lh d encontrar
t um novo
emprego, mais poder de barganha terá o trabalhador.
O custo de substituir o trabalhador depende da natureza do
t b lh (t
trabalho (trabalhadores
b lh d d
do M McDonald’s
D ld’ x b
bons economistas
i t
da PUC);
z O poder de barganha do trabalhador depende das
condições do mercado de trabalho trabalho. Quando este está mais
aquecido, mais difícil é para a empresa substituir o
trabalhador e mais fácil é para o trabalhador encontrar
outro emprego
emprego. Consequentemente
Consequentemente, maior será seu poder
de barganha.
18
SALÁRIO EFICIÊNCIA

Turnover é alto caso se pague apenas o salário de


reserva; pagar mais pode incentivar os bons
trabalhadores a ficarem e isso pode baixar a rotatividade
da mão-de-obra e aumentar a produtividade via redução
do “Shirking” e melhora da satisfação do trabalhador.
Ex: Henryy Ford mais do q
que dobrou os salários,,
conseguindo reduzir a taxa de rotatividade de 370% para
16% a.a. e a taxa de demissões de 62% para zero em
d i anos. A produtividade
dois d ti id d aumentou
t de d 30 a 50% no ano
do aumento e os lucros aumentaram.

19
SALÁRIO EFICIÊNCIA

{ A teoria de salário eficiência, tal como a de poder de


barganha,
g , ligam
g o salário à natureza do emprego
p g e
às condições do mercado de trabalho.
{ 1.O trabalhador q qualificado tem mais ppoder de
barganha.
{ 2. Menor desemprego
p g afeta p positivamente o
salário.
{ Vamos formalizar estas idéias.

20
Equação de determinação dos salários:
e
W = P .F(u,z) (6.1)

W = salário nominal,
e
P =nível
nível esperado de preços,
u = taxa de desemprego,
z = outros fatores (qualificação, seguro
desemprego,salário mínimo etc.)

dW/du <0 , dW/dz >0

21
DETERMINAÇÃO DE PREÇOS:

Para determinar os preços dados os salários, temos que olhar para


a função de produção: Y = A.N
- trabalho é o único fator de produção;
- a produtividade do trabalho é constante igual a A;
Si lifi
Simplificando
d ainda
i d mais:
i A=1
1.
Y=N (6.2)
(6.2) implica que o custo de produzir uma unidade adicional de
produto é o custo do salário, W . O custo marginal de produção é W.
Se considerarmos concorrência perfeita: P = CMg = W .
Mas geralmente os mercados não estão em concorrência perfeita,
assim: P = (1 + µ).W (6.3).
onde µ é o poder de mercado das empresas (mark-up).
22
DETERMINAÇÃO DE SALÁRIOS

A relação de determinação de salários vem da eq.


(6 1) substituindo o nível esperado de preços pelo nível
(6.1),
realizado de preços:
W = P.
P F(u-,,z+)
Dividindo ambos os lados pelo nível de preços,
W = F(u
( -,z+) (6.4)
(6 4)
P
Esta é a relação de determinação de salários (WS)
(WS).

23
DETERMINAÇÃO
à DE PREÇOS
Pela relação de determinação de preços:
P = (1 + µ ) (6.5)
W
Logo,
Logo
W = __1__ (6.6)
P ((1 + µ)

W/P

__1__ A
(1+µ)
PS

WS

24
Dois tipos de fatores provocam a mudança de salários e
preços de equilíbrio no modelo
{ Fatores que deslocam o salário eficiência,
são os fatores q
que deslocam a variável z:
mudanças de regras que alterem o custo de
busca por emprego – seguro desemprego,
maior informação.
informação

{ Fatores que deslocam o poder de mercado


das empresas, dado o nível de demanda:
legislação de proteção ao consumidor,
concorrência,
ê controles de preços e outros
fatores que desloquem a variável µ.

25
RESULTADO MACROECONÔMICO: SALÁRIO REAL DE
EQUILÍBRIO, EMPREGO E DESEMPREGO

{ Equilíbrio no mercado de trabalho requer que o salário


real implicado pela determinação de salários (WS)
seja igual ao implicado pela determinação dos preços
(PS).
F(un,z) = ___ 1___
(1 + µ)
A taxa un que resolve esta equação é a taxa de
desemprego de equilíbrio denominada taxa natural de
desemprego.
W/P

A PS

WS

26
Un U
{ Considere dois exemplos de como a relação de
determinação de salários (WS) e a relação de
d t
determinação
i ã de
d preços (PS) dependem
d d t t de
tanto d z
quanto de µ.
1
1. Aumento do seguro-desemprego
seguro desemprego (aumento em z, z
ou seja, nas variáveis que aumentam o poder de
barganha ou baixam o custo do desemprego para o
t b lh d )
trabalhador)
{ Aumenta o salário para um mesmo nível de preços
e desemprego
desemprego.
W/P

A A` PS

WS`

WS

Un Un’ U
27
2. Endurecimento da legislação anti-
truste:
z O poder de mercado diminui reduzindo o
mark up.
mark-up

W/P
_1_ A`
A PS`
1+μ’
A PS
_1_
1+μ
μ

WS

Un’ Un U

28
DO DESEMPREGO PARA O PRODUTO
{ Associada à taxa natural de desemprego está a taxa natural de
emprego, Nn:
u≡U=L–N=1–N
L L L
Rearranjando os termos,
N = L(1 – u) ⇒ Nn = L(1 – un)

E como trabalho é o único fator de p


produção
ç no
modelo, o nível natural de produto é:
Yn = Nn = L(1 – un)

Notem que tais taxas devem satisfazer a relação:


F( 1 – Yn, z) = ___ 1___ (6.8)
L (1 + µ))
29
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo

{ A curva de determinação de salários parece com


uma oferta de trabalho; à medida que aumenta o
nível de emprego, o salário real pago aos
trabalhadores também aumenta;

30
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ Entretanto, o salário correspondente a um
dado nível de emprego na curva de
fixação de salários é o resultado de um
processo de barganha entre trabalhadores
e firmas,
firmas ou produto da fixação unilateral
dos salários pelas firmas.

31
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ Já a comparação entre a curva de determinação de
preços com a demanda por trabalho é estranha.
{ A curva é horizontal,
horizontal não respondendo ao aumento
do salário real com a diminuição do emprego.
{ A razão é a hipótese simplificadora de retornos
constantes
t t na produção.
d ã C
Com rendimentos
di t
decrescentes, a curva de fixação de preços seria
decrescente. À medida que o emprego cresce, o
custo marginal de produzir também cresce,
cresce forçando
as firmas a aumentarem seus preços dado o salário
nominal. Em outras palavras, o salário real
implicado pela fixação de preços seria decrescente
com o aumento do emprego.

32
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ A demanda por trabalho padrão gera o
nível
e de emprego
e p ego contratado
co t atado pelas
pe as firmas
as
para um dado salário real.
{ Essa relação
ç é feita supondo
p q
que as
firmas estão em mercados competitivos
de bens e de trabalho, e, portanto,
tomam o salário e o nível de preços como
dados: F’(L)=W/P

33
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ Já a curva de fixação de preços
pressupõe
p p q
que as firmas têm algum
g
poder de mercado (concorrência
monopolista ao invés de concorrência
perfeita).
perfeita)
{ Fatores como o grau de competição no
mercado de bens afeta a relação de
fixação de preços através de sua
influência sobre o mark-up.p
{ Tais fatores inexistem na derivação da
demanda de trabalho padrão.

34
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ No arcabouço padrão de oferta e
demanda p por trabalho,, os
desempregados estão nessa situação
porque querem. Ao salário real vigente,
eles poderiam estar trabalhando se
quisessem.
{ Já no arcabouço de fixação de salários-
determinação de preços, o desemprego
épprovavelmente involuntário. Esta
característica Keynesiana parece
adequar-se melhor à realidade.

35
Conclusão
{ Mostramos como o equilíbrio no mercado
de ttrabalho
aba o determina
dete a a taxa
ta a de
desemprego de equilíbrio que, por sua
vez, determina o nivel de produto de
equilíbrio.
{ Então, para que serviu o curso de Macro 1
e o estudo do modelo IS-LM, que
mostrava que o produto era determinado
por fatores como política monetária,
monetária
política fiscal, etc?

36
Conclusão (continuação)
{ A equação de equilíbrio no mercado de
ttrabalho
aba o supõe que P=Pe.
{ Isso não necessariamente será verdade
no curto p
prazo. Contudo,, é improvável
p
que as expectativas estejam
sistematicamente erradas no médio
prazo.
{ Portanto, devemos esperar um retorno do
produto para o seu nível
í natural ao longo
do tempo.

37
Objetivo: explorar os efeitos da correção dos
preços sobre o nível de atividade

{ Fatores a serem explorados: surpresas para


e
cima do nível de preços (P-P )>0 fazem com
que haja, a curto prazo, mais emprego do que
seria justificado pelo salário real resultante do
estado da demanda por bens e por mão de
obra.
b

38
MODELO OA – DA:
JUNTANDO TODOS OS MERCADOS
{ Diferença entre a determinação do produto e do
emprego no curto prazo e no médio prazo resulta
em possíveis
í inconsistências
ê entre as variáveis.
á

{ Para podermos examinar a causa dessas


inconsistências e o que pode resultar das
correções, vamos agregar todos os mercados
at a és de duas
através d as relações:
elações
1) Oferta Agregada (OA): equilíbrio no
mercado de trabalho
2) Demanda Agregada (DA): equilíbrio nos
mercados de bens e de moeda (financeiro).

39
A OFERTA AGREGADA (OA)
{ A relação de oferta agregada captura o efeito do
nível de produto sobre o nível de preços. O
ponto de p
p partida de sua derivação
ç foi o equilíbrio
q no
mercado de trabalho.
{ Revendo a derivação da OA a partir da
determinação de salários e preços,
preços
W = Pe.F(u,z)
P = (1 + µ )W

Obtivemos P = Pe.(1 + µ ).F(u,z) (7.1)


O nível de preços é uma função do nível esperado
de preços e da taxa de desemprego (nível de
atividade), dados o mark-up e os fatores estruturais
que reduzem o custo do desemprego
q p g p para o
trabalhador.
40
A OFERTA AGREGADA (OA)
Para conveniência,
P iê i vamos trocar
t a taxa
t d
de
desemprego pelo nível de produto, seguindo a
relação:
u≡U= 1– N=1– Y
L L L
Assim, a relação de oferta agregada expressa
em termos de p produto é:
P = Pe.(1 + µ ).F(1 – Y/L , z) (7.2)

41
A OFERTA AGREGADA (OA)
Observe-se na equação acima que:
1) Pe ↑ ⇒ P↑ na mesma proporção.
Como funciona? Se as firmas e
trabalhadores (wage setters) esperam
preços maiores, o resultado é aumento de
salários nominais pretendidos. Este
reajuste por sua vez,
reajuste, vez leva a um aumento
de preços:
Pe ↑ ⇒ W ↑ ⇒ P↑

42
A OFERTA AGREGADA (OA)
2) Um aumento no produto requer um aumento no
nível de preços:
Y ↑⇒P↑

Como funciona?
Y ↑⇒N↑⇒u↓⇒W ↑⇒P↑
P
OA

Pe A

Yn Y

43
CARACTERÍSTICAS DA OA
{ É monotonicamente crescente (para um dado preço
esperado, um aumento de produto leva a um aumento
do nível de preços), ou seja, ∂P/ ∂ Y > 0.

{ Passa pelo ponto A, no qual Y = Yn e P = Pe. Portanto,


se não houver surpresa na realização dos preços
esperados P = Pe o emprego é compatível com o
esperados,
produto ao seu nível natural Yn..

Esta conclusão é consequência da definição de un taxa


de desemprego que prevalece quando P = Pe e da
definição de Yn como o produto correspondente a un.

44
CARACTERÍSTICAS DA OA
{ Tais características implicam que:

1) Quando Y > Yn ⇒ P > Pe : trata-se de um movimento


ao longo
l d curva de
da d oferta
f t agregada
d OA ou seja,
OA, j
reações da oferta a deslocamentos da demanda.
P

OA
P
Pe

Yn Y Y

2)) Um aumento em Pe desloca a curva OA: Pe↑⇒ OA↑


P OA`

Pe` OA

Pe

Yn Y 45
DEMANDA AGREGADA (DA)
{ A demanda agregada captura o efeito do nível de preços
no produto. É derivada, como foi visto em Macro I, a partir
do equilíbrio no mercado de bens e nos mercados
fi
financeiros:
i
z Mercado de Bens: IS → Y = C(Y – T) + I(Y,i) + G

z Mercado Financeiro: LM → M/P


/ = Y. L(( i )
LM`
i
LM
A`
i` A
i
IS

Y`
Y Y

A`
P
P` A
P DA

Y` Y Y 46
Lembrar:
{ Movimentos ao longo da curva de
demanda agregada refletem
refletem, assim,
assim
os efeitos contracionistas de
aumentos do nível geral de preços.
preços
A queda da liquidez real, ou seja
excesso de
d demanda
d d por moeda d
que contrai a LM, aumentando a
taxa de
d juros requeridad para
equilibrar, a cada nível de produto,
o mercado financeiro.
47
Fatores de deslocamento da curva de
DEMANDA AGREGADA (DA)
{ Exemplo: aumento do índice de confiança do
consumidor,, ou do investimento autônomo,, resultam
no deslocamento da curva IS para direita

LM`
i
i` A`
A
i IS’
IS

Y`
Y Y

A`
P A
DA

Y Y´ Y 48
Outro exemplo de deslocamento da DA
Uma operação contracionista de open-market.

LM`
i
i` A` LM
A
i

IS

Y`
Y Y

A`
P A
DA

Y Y´ Y 49
DEMANDA AGREGADA (DA)

A DA pode ser descrita algebricamente por:

Y = Y(( M, G, T))
P
com
∂Y / ∂(M/P) > 0,
0
∂Y/∂G > 0,
∂Y/∂T < 0.

50
PRODUTO DE EQUILÍBRIO NO CURTO PRAZO
{ Examinemos agora o efeito conjunto de oferta e
demanda agregada: A CURTO PRAZO, DADO Pe.
OA : P = Pe.(1 + µ ).F(1 –Y/L,
/ z))

DA : Y = Y(M/P,
Y(M/P G,G T)
{ Produto e o Nível de Preços de equilíbrio (ponto A):
mercados de bens, financeiro e trabalho em
equilíbrio.
í

P
OA

A
P DA
Pe B

Yn Y 51
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ No curto prazo, o produto pode diferir do produto
natural: Pe≠P.
≠P Nesse caso,
caso o salário real que estava por
trás dos contratos celebrados com salários nominais
pode não se realizar.
{ Mas o qque ocorre ao longo
g do tempo,
p , do curto para
p o
médio prazo?
{ Vamos supor que o produto esteja maior que o seu
nível natural e que as demais variáveis exógenas
permaneçam constantes.
t t
{ Para estudar a dinâmica de Y e P, precisamos analisar
como as expectativas se comportam. Pe pode variar ao
longo do tempo.
tempo Se o nível de preços do período
anterior não correspondeu à expectativa, este erro deve
ser levado em consideração ao se formular as
p
expectativas p
para o p
período corrente.

52
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Vamos pressupor que Pe = Pt-1. Logo, teremos:
{ Oferta Agregada
Pt = Pt-1 (1 + µ) F(1 – Yt, z)
L

{ Demanda Agregada

Yt = Y(M
Y(M, G,
G T)
Pt

53
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Supondo Y>Yn no período t. Sob nossa
hipótese
pótese sobre
sob e os preços,
p eços, Pet=Pt-1.
t-1 Então,
tão, no
o
ponto B, temos (Yn, Pt-1), e no ponto A, (Yt,
Pt).
{ No período t+1, a curva OA deve se
deslocar para cima, pois teremos o novo
nível Pet+1= Pt. A curva se desloca para
cima e atingimos os pontos B´ (Yn, Pet+1 =
Pt),
) e A (Yt+1, Pt+1).
)

54
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Observe que a demanda agregada não se desloca,
apenas há um deslocamento ao longo desta curva.
Como Pt+1 é maior que Pt e Yt+1 é menor que Yt, A

está mais próximo do produto natural.

P OA’
P OA

A’
Pt+1
Pt A B’
B
Pet+1 A
Pe
t B DA B DA

Yn Y Yn Y

55
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Mas o que ocorre entre t e t+1?
{ Como em t o produto está acima do nível natural, o
nível de preços está acima do esperado
esperado. No ano t+1,
t+1 o
preço esperado é maior, o que eleva o preço em t+1.
Um preço maior reduz o estoque de moeda real o que
aumenta o nível de juros e reduz a demanda por bens
em t+1.
{ Em t+2, ainda temos Y>Yn, assim, Pet+2=Pt+1. A OA se
desloca
des oca para
pa a cima
c a novamente,
o a e te, repetindo
epet do o mesmo
es o
processo descrito anteriormente.
{ Enquanto o produto corrente for maior que o natural, o
nível de p
preços
ç continua crescendo e o pproduto
continua decrescendo até que Y alcance Yn, e não haja
mais pressão sobre os preços.

56
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço

57
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Conclusão:

No curto prazo, o produto pode estar acima ou


abaixo do produto natural, mas no médio prazo, o
produto retorna para seu nível natural
natural. O ajuste é
feito via preços. Se o produto estiver acima do
natural, os preços aumentam até que o produto
alcance o nível natural.

58
Características do ajuste via OA

{ Dado que a variável de ajuste que vai fazer o


nível de emprego
p g se ajustar
j é o nível de
preços, a direção do ajuste será dada pelo
que acontece com o salário real no processo.
{ Se o emprego em A for maior do que o
natural, por exemplo, preços superiores fazem
cair o salário real
real, e assim diminuem a oferta
de emprego, deslocando a oferta global.

59
Até aqui vimos o arcabouço OA-DA que nos mostrou a dinâmica
diferenciada da economia no curto prazo e no médio prazo.
{ No curto prazo, o produto pode tanto estar acima quanto abaixo
de seu nível natural. Mudanças
ç em qqualquer
q das variáveis qque
entram na relação de oferta ou na relação de demanda
agregada levam a mudanças no produto e no nível de preços.

{ No médio prazo, entretanto, o produto tende a retornar para o


seu nível natural. Quando o produto está acima de seu nível
natural, o nível de preços aumenta. Preços maiores diminuem a
demanda e o produto.
produto Quando o produto se situa abaixo de seu
nível natural, os preços caem, aumentando a demanda e o
p
produto.

60
Vamos agora usar o modelo para investigar os
efeitos dinâmicos de mudanças causadas pelas
políticas macroeconômicas.

{ V
Veremos t ê políticas:
três líti

{ O
Operação
ã de
d Mercado
M d Aberto
Ab t

{ R d ã no déficit
Redução défi it fiscal
fi l

{ Aumento no preço do petróleo

61
EFEITOS DE UMA EXPANSÃO MONETÁRIA
{ Quais os efeitos no curto prazo e no médio prazo de um aumento no estoque nominal de
moeda de M para M’?
O AJUSTE DINÂMICO
Para um dado nível de preços Pt, o aumento em M eleva M/ Pt, levando a um aumento no
produto (Y). No curto prazo, a economia vai para o ponto A`, com produto e nível de preços
maiores.
e
No médio prazo, temos o efeito do produto sobre o nível esperado de preços. Vendo que P ↑,
os trabalhadores pedem W↑. Isto deflagra novos aumentos de P. Conquanto Y > Yn, este
processo continua. O equilíbrio no médio prazo é em A’’, com Y = Yn e Pt+j > Pto.
AS
AS’’
P A’’
AS’

A’

Pto •A
AD’ (M’
( > M))

AD
62
Yn Yt Y
EFEITOS DE UMA EXPANSÃO MONETÁRIA

{ Vejamos o que está ocorrendo com o modelo IS-LM subjacente:


P A’’
AS

A’

Pto •A AD’ (M’ > M)

AD
Yn Yt Y

i LM

A e A’’ LM’
i
LM’’
A’
it
B

Yn Yt Y
63
NEUTRALIDADE DA MOEDA
{ Em suma,
suma vimos que:
No curto prazo, uma expansão monetária leva a um aumento no produto, e a
um aumento no nível de preços. A repartição entre o efeito sobre preços e o
efeito sobre o produto dependerá da inclinação da curva AS (OA).
(OA) Quando se
estudou inicialmente o IS-LM, presumiu-se que os preços fossem fixos, isto é,
uma OA horizontal. Isto é uma simplificação, mas a evidência empírica indica
que o efeito inicial de ΔY em P é pequeno.
pequeno
{ À medida que o tempo passa, os preços aumentam e os efeitos da expansão
monetária sobre o produto e a taxa de juros desaparecem. No médio prazo, o
efeito da expansão monetária se reflete só em aumento dos preços.
preços Não há
qualquer efeito sobre o produto ou sobre a taxa de juros.
{ A ausência de efeitos de médio prazo sobre o produto ou juros de uma
variação de M é conhecida como a Neutralidade da moeda no médio prazo.
prazo
Portanto, para fins de política econômica, pode-se usar a política monetária
no curto prazo para, por exemplo, incentivar a economia. Não obstante, é
inócuo tentar manter a economia permanentemente super aquecida (Y > Yn)
via aumentos em M.
64
QUÃO DURADOUROS SÃO OS EFEITOS DE ΔM?

{ Uma forma de responder esta pergunta g é recorrer a ggrandes


modelos macroeconométricos que são usados para gerar previsões
e estudar efeitos de políticas alternativas.
{ A figura a seguir mostra o efeito de um aumento em 3% da oferta
monetária ao longo do tempo, no modelo construído por John
Taylor – Stanford University. O aumento da moeda ocorre durante 4
ti
trimestres
t (0.1%,
(0 1% 0.6%,
0 6% 1.2%
1 2% e 1.1%,
1 1% respectivamente).
ti t )
{ O produto cresce e atinge um pico após os 4 períodos. O preço vai
aumentando ao longo dos anos.anos Após 4 anos,
anos o preço aumentou
2.5% enquanto o produto retornou ao nível natural.

65
Expansão Monetária no Modelo Taylor

66
QUÃO DURADOUROS SÃO OS EFEITOS DE ΔM?

{ Esses modelos macroeconométricos requerem decisões sobre


diversas variáveis e inclusões de equações.
{ U método
Um ét d maisi simples
i l seria i olhar
lh para a resposta
t do
d produto
d t em
relação a mudanças na moeda, utilizando econometria (regressões).
{ Problema: A moeda ppode estar afetando o pproduto ou o pproduto ppode
estar afetando a política monetária.
{ Em seu trabalho, Mishkin separa os movimentos na oferta monetária
entre antecipados e não antecipados e observa a resposta do
produto em relação aos dois tipos de movimentos.
{ Apesar dos resultados serem diferentes , apresentam as mesmas
propriedades Ambos os exercícios confirmam que o efeito da política
propriedades.
monetária sobre o produto não pode ser sustentado no médio prazo.

67
Efeitos de uma expansão monetária de 1%
sobre
b o produto
d t (%)

Ti
Trimestres
t 0 2 4 6 12 16

Mudança Antecipada
1.3 1.9 1.8 1.3 0.7 -0.6
na moeda

Mudança não
antecipada na 2.0 2.3 2.2 2.0 0.5 -0.4
moeda

68
REDUÇÃO NO DÉFICIT FISCAL
{ Vimos o que ocorre com a Política Monetária (LM).( ) Vejamos agora o
efeito de uma contração na política fiscal (IS):
OA
P A
OA’
A’
A’’

DA

DA’ (G’ < G)

Yn Y

i
LM
LM’
A
i LM’’

B
it
A’ IS
IS’
69
Yt Yn Y
REDUÇÃO NO DÉFICIT FISCAL

{ Resumindo os efeitos da política fiscal:


( – T)) + I(Y,
Y = C(Y ( i)) + G

z No curto prazo, G↓ (mantendo M constante) leva a


Y↓ e talvez
Y↓, t l a I↓.
I↓

z No médio prazo,
prazo Y volta a Yn,
Yn e i cai
permanentemente. Desse modo, I aumenta
inequivocamente. Se considerássemos os efeitos
d longo
de l prazo,
G ↓ ⇒ I↑ e Y↑

70
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ Em 1973 o preço do petróleo subiu drasticamente. A formação da
OPEC fez com que a oferta de petróleo fosse reduzida aumentando
seu preço. Este preço quase triplicou entre 1970 e 1982 em relação
ao PPI. Mas, como se espera de um jogo de coalizão, as quotas de
pprodução
ç foram sendo abandonadas e a oferta de ppetróleo foi
crescendo causando uma redução no preço.
{ Observe que o petróleo não entra nem na oferta nem na demanda
agregada,
d já que pressupomos que o único
ú i fator
f t de
d produção
d ã éo
trabalho. Poderíamos incluir diretamente a energia como fator de
produção. Mas vale a pena manter o nosso modelo e considerar que
o choque do petróleo correspondeu a um aumento no mark-up, µ.

71
US$/barril

0,000
100,000
120,000
140,000
160,000

20,000
40,000
60,000
80,000
jan‐70
jan‐71
jan‐72
jan‐73
jan‐74
jan‐75
jan‐76
jan‐77
jan‐78

Fonte: Saint Louis FED


jan‐79
jan‐80
jan‐81
jan‐82
jan‐83
jan‐84
jan‐85
jan‐86

Spot Oil Price
Preços de Petróleo

jan‐87
jan‐88
jan‐89
jan‐90
jan‐91
jan‐92
jan‐93
jan‐94
jan‐95
Deflacionado

jan‐96
jan‐97
Petróleo Brent (US$/barril) ‐ Fim de Período

jan‐98
jan‐99
jan‐00
jan‐01
jan‐02
jan‐03
jan‐04
jan‐05
jan‐06
jan‐07
jan‐08
jan‐09
72

jan‐10
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ Do capítulo 6, tínhamos que o mercado de trabalho era dado pelo
gráfico abaixo. Um aumento no mark-up faz com que a curva de
salário real (determinação de preços) se desloque para baixo o que
aumenta a taxa de desemprego natural de equilíbrio.
W
P
A
PS


A
PS’

WS
un un´
73
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ O aumento da taxa de desemprego natural leva a uma queda do
produto natural, ou seja, o aumento do preço do petróleo leva a uma
queda do produto natural.
natural
{ Vamos então supor que inicialmente a economia está num ponto
como A tal que temos (Yn, Pt=Pt-1).
{ Um aumento no preço do petróleo leva a uma queda em Yn para
Yn´.
{ Pela oferta agregada, um aumento no markmark-up
up aumenta Pt para um
dado nível de Yt, ou seja, a oferta se desloca para cima, no curto
prazo.
Pt = Pt-1 (1 + µ) F(1 – Yt, z)
L

74
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ Após o aumento no preço do petróleo, a nova curva de oferta
passa pelo ponto B onde temos (Yn´, Pt-1). Assim, a nova oferta
é dada
d d por OA`
OA`.
{ No curto prazo a economia se desloca para A´. O aumento do
preço do petróleo aumenta os preços que as firmas cobram em
seus produtos, o que reduz a demanda e o produto.
{ Observe que a demanda não se desloca neste modelo. Vários
efeitos
f it poderiam
d i induzir
i d i um ddeslocamento
l t dda ddemanda,
d mas
vamos considerar que esses efeitos se cancelam.
{ Vale ressaltar que num choque de demanda negativo,
negativo
tínhamos como resultado um produto menor e um nível de
preços menor. Num choque de oferta, o produto é menor e o
preço é maior.
maior
75
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ Ao longo do tempo, no ponto A´ a economia ainda está acima de
Yn´, então os preços aumentam até que a economia alcance o
novo equilíbrio em A´´.
OA´´
OA`
OA

A´´


A
B A
Pt-1
DA

Yn´ Yn
76
Resumo

CURTO PPRAZO
CURTO  RAZO MÉDIO PPRAZO
RAZO
PRODUTO JUROS  PREÇOS PRODUTO  JUROS PREÇOS
EXPANSÃO MONETÁRIA AUMENTO REDUÇÃO AUMENTO SEM MUDANÇA SEM MUDANÇA AUMENTO
REDUÇÃO DDOO DDÉFIÉFICIT FFIISCAL REDUÇÃO REDUÇÃO REDUÇÃO SEM 
REDUÇÃO  SEMMUDANÇA
MUDANÇA REDUÇÃO REDUÇÃO
CHOQUEDODO PPREÇO
CHOQUE  PETRÓLEO REDUÇÃO AUMENTO AUMENTO REDUÇÃO AUMENTO AUMENTO
REÇO DODO PETRÓLEO

77
Choques e Mecanismos de Propagação
{ As flutuações do produto (às vezes
chamadas de ciclos econômicos) são
variações do produto em torno de sua
tendência.
{ A economia é constantemente afetada por
choques
h na oferta
f t agregada,
d na demanda
d d
agregada ou em ambas.
{ Cada choque tem efeitos dinâmicos sobre o
produto e seus componentes. Esses efeitos
são chamados de mecanismo de
propagação do choque.

78
Uma descrição do ciclo econômico neste
modelo
{ Expansão: suponhamos um choque de
demanda (expansão temporária de M, por
exemplo)
l ) – deslocamentos
d l d
de preços e
quantidades ao longo da curva de oferta,
aumento temporário de emprego, com
preços esperados constantes.
{ Propagação expansionista se esgota
quando
d os preços convergem d de volta
l para
o valor esperado (ancorado, por exemplo,
em uma tradição de estabilidade de
preços). Choques com média zero gerariam
oscilações em torno da taxa natural.

79
{ Tentativa de Recuperação do emprego via
política
po t ca monetária
o etá a expansionista.
e pa s o sta
{ Com preços esperados constantes, pode-
se explicar
p uma oscilação
ç da economia
em torno da taxa natural de desemprego.
Com preços esperados influenciados
pelos erros, pode-se gerar espiral de
salários e preços.

80
Com correção das expectativas
{ Como podem ser corrigidas?
{ Com mecanismos de correção a partir dos
erros passados (adaptativas).
{ Ap partir de p
projeções
j ç q
quanto aos efeitos
finais esperados das mudanças no
ambiente. Novas trajetórias de equilíbrio
podem
d resultar
l d
de expectativas que são
ã
formadas olhando-se para o futuro
( forward-looking )
(“forward-looking”)

81
Correções de expectativas
{ Correções de expectativas poderiam ocorrer,
por exemplo,
p p , como resultado da tentativa de
sustentação da expansão monetária, o que
converteria um choque temporário de
demanda em permanente.
permanente A curva de oferta
move-se para a esquerda, via correção de
expectativas,
p , a taxa natural a médio prazo
p
permanece constante (neutralidade da
moeda) e o nível de preços subiria de forma
permanente Salários e preços subiriam
permanente.
provocados pela tentativa de usar o estímulo
monetário ppara alterar a taxa natural de
desemprego.
82
Exemplos de choques
{ Efeitos de uma redução permanente do
déficit – deslocamento temporário
p recessivo
do produto, pela queda da demanda;
propagação expansionista da oferta global
por queda dos preços,
preços que permitem
aumento da oferta do emprego por
aumento dos salários reais.
{ Choques de oferta positivos – melhorias na
produtividade (modelar via quedas do
mark-up)

83
Tema: Curva de Phillips

Referência básica
(Capítulo 8 – O . Blanchard)
Curva de Phillips

O artigo de Phillips de 1958 identificou uma relação negativa entre


aumentos de salários e desemprego para a economia inglesa
através de uma longa série de dados (1861-1957).
Dois anos depois, Samuelson e Solow (1960) reaplicam o
exercício para os EUA, substituindo aumentos de salários por
taxa de inflação
f e batizam a relação de Curva
C de Phillips.

85
Curva de Phillips
A relação empírica deu a impressão de que os países podiam
escolher entre inflação e desemprego, ou seja, determinar sua
posição
i ã na curva. A CCurva dde Philli
Phillips seria
i um menu explorável
l á l
de alternativas para a política macroeconômica.
Em 1968, Milton Friedman e Edmond Phelps – crítica aos
fundamentos – “irracionalidade dos contratos nominais”,
dependência dos erros permanentes.
permanentes

86
Curva de Phillips
Depois dos choques do início dos anos 70, entretanto, a
“estagflação” pôs em cheque esta possibilidade de tradeoff, e reviveu
as críticas de Friedman e Phelps.
Phelps
Nova relação surge: o que pode ser escolhido é entre a taxa de
desemprego e a variação
ariação na taxa
ta a de inflação.
inflação Hoje em dia
dia, não se
acredita que um desemprego elevado leve a uma inflação baixa, mas
a uma redução na inflação.
Estudaremos a relação entre a Oferta Agregada e a Curva de Phillips
e de que forma as mutações na Curva de Phillips foram
compatibilizadas com o processo pelo qual pessoas e firmas formam
expectativas.
p

87
Da curva de Oferta à Curva de Phillips
Fazendo a álgebra, seja F(ut,z)= 1-αut+z então,
Pt=P
Pte(1+μ)(1 αut+z) =>> Pt /Pt-1
(1+μ)(1-αu t 1 = Pt /Pt-1
e
t 1 (1+μ)(1 αut+z)
(1+μ)(1-αu
Como Pt /Pt-1 = 1+ (Pt - Pt-1 )/Pt-1 =1+ πt , temos que
1 πt =(1+
1+ (1 πte )(1+μ)(1-αu (1 πt)/[(1+
)(1 )(1 t+z)) => (1+ )/[(1 πte )(1+μ)]=
)(1 )] 11-αut+z
Se πt, πte,μ não forem muito elevados, uma boa aproximação será
1+πt-πte-μ=1- αut +z => πt= πte + (μ+z)- αut (8.1)
Intuição:
ç Inflação
ç depende
p positivamente da inflação
p ç esperada
p e
negativamente do desemprego.
Dada a inflação
ç esperada,
p , qquanto maior o markupp escolhido ppelas firmas,, μ,
ou maior o valor de z, maior a inflação.
88
A Curva de Phillips Reconstruída

A novidade agora é que quanto maior o desemprego, menor a inflação,


d d a iinflação
dada fl ã esperada.d
Comparando as versões empíricas da Curva de Phillips:
A primeira versão refletia uma economia com inflação zero (na média) –
irreal nos dias de hoje.
Agentes que determinam os salários escolhem os salários nominais para o
ano seguinte (período contratual) tendo de prever a inflação do período
seguinte Assim,
seguinte. Assim como a média da inflação passada é zero, zero é razoável
supor: πte=0

89
Substituindo na eq.(8.1), obtém-se:
πt=(μ+z) -αut
Que é exatamente a relação que Phillips,
Phillips Samuelson e Solow encontraram
para o Reino Unido e para os EUA com os dados até a década de 50.
Intuição: Dados os preços esperados,
esperados os quais são tomados pelos
trabalhadores como iguais aos preços do ano passado, um baixo
desemprego leva a salários mais altos. Salários mais altos levam a preços
mais altos quando comparados aos preços do ano passado, isto é , elevam
a inflação.
E mecanismo
Este i é a espiral
i l de
d preços e salários.
lá i

90
Evolução da Curva de Phillips
modelando os fatos empíricos e a evolução da conjuntura
Década de 60 – a queda do desemprego provoca aumento de inflação.
Década de 70 – a relação
ç éqquebrada. Por q
quê?
ƒ A economia americana foi atingida duas vezes pelo aumento no
preço do petróleo. Ou seja, μ aumenta, o que implica P mais alto para
um dado nível de desemprego. Mas a razão principal não foi esta.
ƒ Os agentes responsáveis pela determinação dos salários (wage-
setters) empresários e trabalhadores—alteraram
setters)—empresários trabalhadores alteraram o processo de
formação de expectativas. Após 1960, a inflação fica
constantemente positiva e mais persistente, sugerindo que o
anterior
t i processo de d fformação
ã d de expectativas
t ti pudesse
d tter fi
ficado
d
obsoleto. A persistência da inflação promoveu uma mudança na
formação de expectativas.
ƒVejamos os gráficos das curvas de Phillips para diferentes períodos.
91
Inflação e Desemprego – 1949 - 1969

92
Inflação e Desemprego – 1970 - 1998

93
Curva de Phillips Aceleracionista
Suponha que as expectativas sejam formadas da seguinte forma:
πte=θπt-1
Quanto maior θ, maior efeito de πt-1 sobre πte.
No p
período estudado p por Samuelson e Solow,, tínhamos πte=0,, com θ bem
próximo de zero.
Com o aumento e a persistência da inflação, θ foi crescendo. Nos anos 70, a
evidência era de que θ=1.
Implicações do crescimento de θ: θ Substituindo
S bstit indo πte=θπ
θ t-1 na eq
equação
ação 8
8.1;
1
πt=θπt-1 + (μ+z) -αut
Com θ=0, obtemos a curva de Phillips original
Quando θ>0,
θ>0 a inflação não depende só de ut
Quando θ=1, a relação se torna:
πt - πt-1= (μ+z) -αut (8.4)
seja com θ=1,
Ou seja, θ=1 a taxa de desemprego afeta diretamente não a taxa de
inflação, mas, sim, a variação (1ª diferença) da taxa de inflação.
Desemprego elevado leva à inflação decrescente, não necessariamente
baixa, e desemprego baixo leva à inflação crescente, não
necessariamente
i t alta.
lt

94
Curva de Phillips Aceleracionista
(8 4) é conhecida como:
(8.4)
Curva de Phillips modificada, ou curva de Phillips com expectativas ou Curva
de Phillips Aceleracionista.
Aceleracionista
Vamos nos referir a (8.4) como a Curva de Phillips e a (8.2) como Curva de
Phillips original.
Em suma,
C
Curva de
d Phillips
Philli original: b πt caii
i i l ut sobe,
Curva de Phillips (modificada): ut sobe, (πt- πt-1) cai.
¾ Isso nos mostra o que ocorreu nos anos 70. Conforme θ aumentou de
tamanho, a relação entre inflação e desemprego desapareceu. A relação
relevante passou a ser entre o desemprego e a variação da inflação.
inflação
95
Variação na Inflação e Desemprego – 1970 - 1998

96
Curva de Phillips e Taxa Natural de Desemprego
Pela Curva de Phillips original,
original não existe uma taxa natural de desemprego.
desemprego
Qualquer desemprego poderia ser atingido se o país estivesse disposto a
assumir a inflação necessária, e poder-se-ia manter desemprego baixo
permanentemente.
A taxa natural de desemprego é definida como a taxa à qual Pt=Pte ou πt= πte.
U d isso
Usando i em (8) (8), ttem-se:
0=(μ+z) -αun , ou un =(μ+z)/α (8.6)
Se μ aumenta, un aumenta e se z aumenta, un aumenta.
Agora,
g , de ((8.6)) [(μ+z)/α=u
[(μ ) n] e substituindo em ((8.1),
), temos:
πt- πte = -α(ut-un) (8.7)
πt- πt-1= -α(u
( t-un) (8
(8.8)
8)
97
Curva de Phillips e Taxa natural de Desemprego
πt- πt-1= -α(ut-un) (8.8)

A equação 8.8 nos dá outra forma de pensar sobre a Curva de


Phillips. Agora, a variação na inflação depende da diferença
entre a taxa de desemprego e a taxa de desemprego natural.

{ Quando ut>un, inflação cai.

{ Quando ut<un, inflação sobe

{ Quando ut=un, inflação está estabilizada. Ou seja, a taxa natural


de desemprego pode ser vista também como a taxa de
d
desemprego que mantém fl ã constante (Non-
é a iinflação (N
accelerating inflation rate of unemployment - NAIRU).

98
Como calcular a NAIRU?

{ Qual a Taxa natural de desemprego nos


EUA
U desde 1970?
9 0
z Fazer πt= πt-1 e isolar un => un = 6% (linha de
regressão, ver gráfico slide 12).
- A evidência
ê sugere que a taxa de desemprego
necessária para manter a inflação constante é de
cerca de 6%.
- No entanto, a taxa média de desemprego entre
1995-2000 foi de 4,7% sem aumento da taxa de
i fl ã o que sugere que a NAIRU ao final
inflação, fi l da
d
década de 90 devia estar abaixo de 6%.

99
Observações
A relação entre desemprego e inflação varia entre países e ao
longo do tempo.
tempo
Por que as taxas naturais de desemprego variam entre países?
Dado a equação (8.6) un =(μ+z)/α, temos que a taxa natural de
desemprego depende das variáveis μ,zμ z e α que diferem entre
países.
Como un não é observado diretamente, mas, por hipótese, a
economia flutua em torno dela
dela, podemos estimar a taxa de
desemprego natural como uma taxa média de desemprego ao
longo de uma década.
Ex: Japão (2%) x EUA (6(6,1%)
1%) – dados a partir de 1960
1960.
No entanto, em 2000, o Japão teve uma taxa de desemprego de
4,7% contra 4% dos EUA. Isso deveu-se a uma recessão no
Japão com ut>un e vice versa nos EUA
EUA.
Qual o motivo para a taxa natural ser menor no Japão?
Basicamente, menores fluxos de desligamentos e contratações.

100
Variações da Nairu ao longo do tempo
{ Até agora consideramos (μ + z) como uma constante. O que
não é verdade na realidade, pois o poder de monopólio das
empresas, a estrutura
t t das
d negociações
i õ salariais
l i i e o sistema
i t
de seguro-desemprego tendem a mudar com o tempo,
alterando a taxa natural de desemprego (un).

{ Há ainda incertezas sobre os fatores que podem estar inclusos


em z e o efeito de cada fator sobre o desemprego natural.
i ã em μ implique,
P d ser que uma variação
Pode i li ttambém,

mudanças em z.
Ex: Quando μ sobe, nos modelos de negociação trabalhista,
os trabalhadores podem aceitar um corte de salário para evitar
o aumento da taxa de desemprego, reduzindo z de modo que
un fique inalterada.

101
Variações da Nairu ao longo do tempo
{ As variações
A i õ d de un são
ã difí
difíceis
i dde medir.
di P Por quê?
ê?
{ Porque un não é observado, apenas ut. No entanto,
podemos observar tendências a partir da
comparação da taxa média de desemprego ao longo
das décadas.
{ Ex: Nos EUA, a taxa de desemprego médio caiu na
década de 90 e em 2000 era de 4% quase sem
aumento da inflação
inflação. No entanto
entanto, em 2001 a taxa de
desemprego subiu e a previsão para 2002 era que
subiria ainda mais, ultrapassando 6%. Podemos
concluir
l i que a ttaxa natural
t l caiu i eddepois
i subiu?
bi ?
R: Não. Pois a economia americana entrou em
recessão em 2001/2
2001/2.
102
Como distinguir entre uma taxa de
desemprego alta de uma taxa natural alta?
R: Examinando a variação da inflação dada pela
q ç πt - πtt-11 = -α(u
equação ( t-un) ((8.8).
)
Se a inflação está em queda é sinal que o desemprego
real está acima do nível natural. Já se a inflação está
estável e o desemprego real está alto, isso indica
que a taxa natural está elevada.
Ex: União Européia – A curva de Phillips entre a
variação da inflação e a taxa de desemprego aponta
um aumento contínuo da taxa natural de
desemprego desde 1960.

103
Processo inflacionário e a Curva de Phillips
A regra de formação de expectativas pode mudar e também podem
ocorrer mudanças institucionais.

Quando a inflação está muito elevada


elevada, em geral
geral, sua variabilidade
aumenta. Os trabalhadores evitam contratos de trabalho que fixem
os salários por muito tempo. Nestes casos, os contratos são
firmados ppor um curto p
período de tempo
p e a indexação
ç dos salários
prevalece.

Essas mudanças
ç implicam
p aumento da resposta
p da inflação
ç ao
desemprego. Vamos ver isso remodelando nossa economia
supondo agora que haja 2 tipos de contratos de trabalho: Uma
proporção λ desses contratos tem salário nominal indexado (salário
nominal variam de acordo com o preço realizado no período) e uma
proporção 1- λ de salários não indexados (salários são baseados
nas expectativas de inflação).

104
Indexação dos salários

λ= proporção de contratos indexados.


πt= [λ πt+ (1- λ )πt-1]-α(ut-un)
S λ=00 voltamos
Se l a equação (8 (8.8).
8)
Para λ>0, temos:
πt- πt-1= -(α/(1-
(α/(1 λ))(ut-uun)

Quanto maior λ , maior o efeito do desemprego sobre a


inflação. Intuição: Com indexação, um desemprego menor
aumenta os salários não somente no próximo mas também
neste período.
período E assim,
assim maior o efeito sobre inflação
inflação.
Se λ tende a um, pequenas variações em ut causam grandes
variações em πt- πt-1

105
Tema: Efeitos
T Ef it dad P
Política
líti Monetária
M tá i sobre
b
Produto, Desemprego e Inflação

Referência básica
(Capítulo 9 – O . Blanchard)
Efeitos da Política Monetária sobre Produto,
Desemprego e Inflação
Motivação: Em outubro de 79, a inflação nos EUA andava perto de
14% ao ano,, qquando o FED decidiu reduzir o crescimento da
moeda para derrubar a inflação. Após 5 anos e também depois de
uma grande recessão, a inflação estava de volta a 4% a.a.
- Como ele conseguiu reduzir a inflação?
- Por que houve uma recessão?
Ou seja, queremos estudar os efeitos do crescimento monetário
na inflação e no nível de atividade.
atividade Esta é uma área de muita
pesquisa recente, tanto em teoria quanto em econometria.

107
Produto, Desemprego e Inflação
São três os blocos componentes do nosso arcabouço
teórico que nos permite pensar sobre as inter-relações
entre produto, desemprego e inflação, a saber:
Demanda Agregada: relaciona a taxa de crescimento
nominal da moeda ao crescimento do produto;
Lei de Okun: relaciona o crescimento do produto à
variação no desemprego;
Curva de Phillips: relaciona a taxa de desemprego à
variação
i ã na iinflação.
fl ã

108
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações no desemprego

Até aqui, por simplicidade, presumimos que:


Y = N ⇒ ΔY = ΔN
L = constante ⇒ ΔN = -ΔU
Vamos agora abandonar essas hipóteses excessivamente distantes
da realidade em favor de outra que a melhor descreve. Por que
as abandonar??
Porque implicam comportamentos diferente dos observados
Se Y=N, 1% de aumento de Y ⇒ 1% de aumento em N
Se ΔN= -ΔU ⇒ 1% de aumento N/L ⇒ 1% de queda em U.

109
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações
a ações noo desemprego
dese p ego
Seja gyt a taxa de crescimento do produto. Então, até agora temos que:
ut - ut-1 = -gyt (9.1)
Ou seja, se o produto cresce a 4%, por exemplo, o desemprego deve
cair
i 4%!
Na verdade, isso é uma aproximação, pois:
u =U/L = 1-N/L,
Com L=constante, Δu = ΔU/L = - ΔN/L = - (ΔN/N)(N/L)
Assim, se N/L = 0.95, então ΔN/N = 1% causa Δu = -0.95%.
O resultado acima só seria exato se N/L=1.
¾V. sabe a diferença entre um porcento e um ponto percentual?
110
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações
a ações noo desemprego
dese p ego

Empiricamente, nos EUA, temos:


ut – ut-1 = -0.4(gyt-3%) (9.2)
A equação
q ç ((9.2)) difere da equação
q ç ((9.1)) de duas formas:
1- A taxa de crescimento anual do produto tem que ser de pelo
menos 3% para impedir que a taxa de desemprego aumente. (por
9 1 bastava não haver crescimento negativo))
9.1
Isto ocorre devido a dois fatores:
1.1- A força de trabalho (PEA) nos EUA tem crescido a 1.7% ao
ano. Para manter uma taxa constante de desemprego, o emprego
precisa crescer à mesma taxa da força
p ç de trabalho,, 1.7% ao ano.

111
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações
a ações noo desemprego
dese p ego
1.2- Suponha também que a produtividade do trabalho (o produto por
trabalhador) esteja crescendo a 1.3% ao ano. Se o emprego crescer
a 1.7% e a produtividade crescer a 1.3%, o produto crescerá a 1.3%
+ 1.7% = 3%.
Em outras palavras, para manter u constante, gy tem que igualar a
3%. Nos EUA, a soma do crescimento da produtividade do trabalho
com o crescimento da PEA tem sido,, em média,, igual
g a 3% desde
1960. Esta é a razão pela qual o número 3% aparece na lei de
OKUN. Denominaremos de taxa de crescimento normal do produto
aquela necessária para manter uma taxa de desemprego constante.
constante

112
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações no desemprego
2- A segunda diferença entre a equações (9.2) e (9.1) está no
coeficiente que relaciona a diferença entre o crescimento do produto e
a taxa normal de crescimento com a variação do desemprego.
desemprego Em
(9.2) este coeficiente é de –0.4% em (9.2), em contraste com –1 em
(9.1).
Isto ocorre por 2 razões:
2.1- As firmas ajustam o emprego em menos do que um para um em
resposta a desvios na taxa de crescimento do produto. Por exemplo,
se gy está 1% acima do normal por um ano, a taxa de emprego
aumenta só em 0.6%. Isto ocorre p porque
q algumas
g funções não
dependem do nível de produção (depto. de contabilidade, por
exemplo). Outra razão é que firmas preferem horas-extras, para evitar
custos de treinamento (labor hoarding).

113
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações no desemprego
2.2- Um aumento na taxa de emprego não leva a um
decréscimo de um para um na taxa de desemprego. Mais
especificamente,
ifi t um aumento
t de
d 0.6%
0 6% na taxa
t d emprego leva
de l a
uma queda de somente 0.4% na taxa de desemprego.
A razão é um aumento na taxa de participação.
participação Quando o
emprego aumenta nem todas as vagas são preenchidas pelos
desempregados. Alguns vêm diretamente de fora da PEA. Outro
efeito é que à medida que o mercado de trabalho se aquece, aquece
trabalhadores que não estavam mais procurando emprego (portanto
fora da PEA) passam a fazê-lo, e passam a ser classificados como
d
desempregados.
d P ambos
Por b os motivos,
ti o desemprego
d caii menos do
d
que o aumento do produto. Nem todos os novos postos de trabalho
são ocupados pelos desempregados que já estavam no mercado.

114
Algebricamente, a Lei de Okun é:
ut – ut-1 β(gyt –g
t 1 = -β(g gcy) (9.3)

A inclinação (β) da lei de Okun reflete a organização interna das


firmas, bem como as restrições legais e sociais quanto a
demissões e contratações. A evidência internacional é :

1960-1980 1981-2003
País β β
EUA 0,39 0,39
Reino Unido 0,15
, 0,54
,
Alemanha 0,20 0,32
Japão 0,02 0,12

115
Lei de Okun:
Lei de Okun: Crescimento do produto e
ç
variações no desemprego
p g
ut - ut- 1 = - β( g yt - g y )

ƒ O crescimento do produto acima do normal


provoca uma redução da taxa de desemprego; o
crescimento do produto abaixo do normal leva a
um aumento da taxa de desemprego.
p g Esta é a lei
de Okun:

g yt > g y ⇒ ut < ut −1 g yt < g y ⇒ ut > ut −1

117
A Curva de Phillips: Desemprego e Mudança na Inflação

{ Na aula passada, derivamos a seguinte relação entre inflação,


inflação esperada e desemprego.
πt = πet - α(ut – un)
Supusemos, então, que πet ≈ πt-1 para os EUA. Com essa hipótese,
a relação entre inflação e desemprego passa a ser:
πt - πt-1 = - α(ut – un)
Onde:

ut < un ⇒ π t > π t −1
−1

ut > un ⇒ π t < π t − 1

118
A Relação de Demanda Agregada: Crescimento
Monetário, Inflação e Crescimento do Produto
Sabemos que: Y = Y(M/P, G , T) , com ∂Y/ ∂(M/P) >0, ∂Y/ ∂G>0 e
∂Y/∂T<0

Vamos agora, ignorar outros fatores que não a moeda e


p
adicionar indicadores de tempo:

Yt = γ.(Mt/Pt), onde γ > 0 (9.6)

Esta equação nos diz que um aumento em (M/P) causa um


aumento proporcional na demanda por bens e, por conseguinte,
no p
produto. Por trás deste efeito está o modelo IS-LM:
M/P ↑ ⇒ i↓ ⇒ I ↑ ⇒ Y ↑

119
Temos agora que transformar a equação (9.6) em uma
equação na qual apareça taxa de crescimento:

ln(Y
( t) = ln(γ)
(γ) + ln(M
( t) – ln(P
( t)
dln(Yt)/dt = d ln(γ)/dt + d ln(Mt)/dt - d ln(Pt)/dt
(dYt/dt)/Yt = (dMt/dt)/Mt – (dPt/dt)/Pt
gyt = gmt - πt

A taxa de crescimento do p
produto é igual
g à taxa de crescimento
nominal da moeda menos a taxa de inflação. Dado o crescimento
da moeda, a alta inflação leva a uma queda no estoque de
moeda real e a uma queda no produto. Onde:

g mt > π t ⇒ g yt > 0

g mt < π t ⇒ g yt < 0
120
O Médio Prazo

{ Agora que vimos as três relações entre inflação, desemprego e


produto, vamos utilizá
utilizá-las
las em conjunto para determinar os efeitos
do crescimento monetário em Y, u e π.

{ Lei de Okun
ut – ut-1 = -β (gyt – gcy)
{ Curva
C de Phillips
πt - πt-1 = - α (ut – un)
{ Demanda
D d A Agregada d
gyt = gmt - πt

121
O Médio Prazo

{ Qual o efeito de um decréscimo em gmt?


z Da
D Demanda
D d Agregada,
A d dada
d d a inflação,
i fl ã um gmt
menor implica queda em gyt.
z Da Lei de Okun: gyt ↓ ⇒ ut↑

z Da Curva de Phillips: ut↑⇒ π ↓

Então,o efeito inicial de uma redução no


crescimento da moeda é: diminuir o produto;
aumentar o desemprego; e diminuir a inflação.

122
O Médio Prazo
{ Mas o que ocorre depois disso?
O desemprego continua a aumentar?
O que acontece com a inflação?
O modo de responder a essas indagações é trabalhar com as
variáveis ao longo do tempo. Começaremos no médio prazo, que
é o nosso ponto final depois de toda a dinâmica, e depois, então,
voltaremos
o ta e os à ddinâmica
â ca eentre
t e o cu
curto
to e o médio
éd o p
prazo.
a o

Exercício: Pressuponha que o BC mantenha uma taxa constante


d crescimento
de i d moeda,
da d gcm. Quais
Q i serão
ã os valores
l d gyt, ut e
de
πt no médio prazo?

123
O Médio Prazo
{ No médio prazo, u tem que estar estabilizada, pois não podemos
ter desemprego crescendo ou caindo para sempre. Fazendo ut =
ut-1, na lei de Okun obtemos:
gyt = gcy,
ou seja, no médio prazo, o produto crescerá à sua taxa normal
de crescimento, gcy.

Com crescimento da moeda e do produto dados por gcm e gcy , a


demanda agregada fica:
gcy = gcm - π
Reorganizando a equação, temos: π = gcm – gcy

No médio prazo,
prazo a inflação é igual à expansão monetária
nominal ajustada (pelo crescimento do produto).
124
O Médio Prazo
Um modo de interpretar este resultado é a seguinte:

Um nível mais alto de produto implica maior número de


transações, o que aumenta a demanda por moeda. Se o
produto cresce a 3%, o estoque real de moeda deve
crescer a estat taxa
t para cobrir
b i o aumentot da
d demanda.
d d
Qualquer crescimento monetário diferente de 3% vai ser
refletido em mais ou menos inflação (ou deflação, se a
inflação vier a ser negativa).
Y↑ ⇒nº de transações↑ ⇒ Md↑ mas,
se gm > gy ⇒π↑
Se a inflação é constante, então πt = πt-1. Colocando na curva
de Phillips, obtém-se ut=un. Assim, no médio prazo, ut=un.

125
Resumindo os resultados em um gráfico...

126
{ No capítulo 7 vimos que alterações em M eram neutras no médio
prazo. Agora, vemos que mudanças em (dM/dt)/M também são
ne tras isto é,
neutras, é não têm efeitos sobre Y ou
o em u no médio prazo,
pra o
mas somente sobre π.
{ Portanto o único determinante de π no médio prazo é o
Portanto,
crescimento da moeda. Este resultado é uma forma de justificar
a frase famosa de Milton Friedman,, na década de 60,, qque se
tornou na época um símbolo do chamado “monetarismo”

“Inflation is always and everywhere a monetary phenomenon”

127
Desinflação: quais as implicações do modelo estudado?
Primeiro passo
Suponha que a economia está no seu equilíbrio de médio prazo
u=un e g=gy ,
mas π é considerada alta e queremos reduzí-la, como fazê-lo?
Aprendemos com o modelo que se deve reduzir gm.
Mas,, se gm cair,, fará,, inicialmente gy cair e u subir.
Pela equação de Demanda: ↓ g m ⇒ ( g m − π )↓ ⇒ g y ↓
Efeitos de
E pela Lei de Okun: ↓ g y ⇒ u ↑ Curto Prazo
E pela Curva de Phillips: ↑ u ⇒ π ↓
Qual seria, então, a forma ótima de deflacionar (rápida ou lentamente)?
128
Desinflação
Quanto desemprego e por quanto tempo?
Comecemos com a Curva de Phillips:
p
πt - πt-1 = - α(ut-un)
Para π cair, (πt- πt-1)< 0 ⇒(ut-un)>0
Mas a Curva de Phillips nos diz algo mais profundo. Não importa se a desinflação
é gradual ou repentina, o desemprego requerido para atingir a inflação
desejada
j é semprep o mesmo.
Vejamos o porquê?
Defina-se ano-ponto de excesso de desemprego como sendo a diferença
entre as taxas de desemprego efetiva e natural de um ponto percentual por
ano.

129
Desinflação

EXEMPLO:
Se a taxa natural for de 6.5%,
6 5% uma taxa efetiva de desemprego de 9%
durante 4 anos seguidos corresponde a 4*(9 - 6,5) = 10 anos-ponto de
excesso de desemprego.
S
Suponhah que o BC queira
i reduzir
d i a inflação
i fl ã ded 14% para 4%,
4% ou seja,
j uma
redução de x= 10 %. Vamos também supor que α=1.
Se o BC quiser obter tal redução em somente um ano, a curva de Phillips
nos diz que o que se requer é um desemprego 10% acima de un, por um
ano.
Agora, suponha que se queira realizar a redução em dois anos. A curva de
Phillips nos diz que será necessário um desvio (u – un) = 5% por 2 anos,
decrescendo a inflação 5% no primeiro ano e 5% no segundo ano,
perfazendo os 10% almejados.
Podemos aplicar o mesmo raciocínio para 5 anos, 10 anos etc.
130
Desinflação

Em todos os casos, o número de anos-ponto de excesso de desemprego é sempre o


mesmo, independentemente do período de ajuste escolhido. Portanto, o BC poderia
decidir qual será a distribuição temporal do desemprego excessivo, mas não pode
mudar o número anos-ponto de excesso de desemprego.
Esta conclusão pode ser expressa de outra maneira. Defina-se taxa de sacrifício como o
número de anos-ponto de desemprego necessários para se obter uma
d i fl ã de
desinflação d 1%.
1% Então,
E tã a curva ded Phillips
Philli implica
i li que tal
t l taxa
t i d
independed da
d
política, sendo igual a (1/α). Se α ≈ 1, então a razão de sacrifício é
aproximadamente 1.
Por exemplo,
exemplo uma taxa de sacrifício de 1
1,32
32 significa que uma
desinflação de 10% requer 13,2 anos-ponto de excesso de
desemprego.

TAXA DE SACRIFíCIO = nº de anos-ponto = _1_


redução de Inflação α

131
Desinflação
Se a taxa de sacrifício é constante, será que isto quer dizer que a velocidade da
desinflação é irrelevante?
NÃO.
NÃO
Por quê?
Suponha que o BC queira reduzir a inflação de 14% para 4% em um ano.
(α =1)
Se un = 6,5% ⇒ ut = 6,5% + 10% = 16,5%
U d a lei
Usando l i de Ok com β = 0,4
d Okun 0 4 e gcy = 3% , o gyt seria:
i
ut – ut-1 = -0,4*(gyt – 3%)
gyt = ((- 10% / 0,4) + 3% = -22%
22%
A maior queda do PIB já ocorrida nos EUA foi de 15% em 1931, durante a grande
depressão. Uma política monetária como esta descrita acima exigiria uma
queda de 22% do produto!

132
Trajetória da Desaceleração Monetária

Suponhamos que se pretenda obter uma redução de 14% para 4% na inflação


em 5 anos.

BC não controla nem u nem π diretamente. Controla gm. Qual deve ser a
trajetória de gm para obter a redução de 10% em π nos 5 anos?

Podemos encontrar, dada a trajetória desejada de π, a trajetória requerida de u e


gy, e, finalmente, derivar a trajetória requerida de gm.

Vejamos um exemplo:

133
Trajetória da Desaceleração Monetária

Linha 1: meta de trajetória


j inflacionária
Linha 2: trajetória de desemprego implicada pela curva de Phillips
Linha 3: trajetória de crescimento do produto determinado pela lei de Okun
Linha 4: trajetória requerida de crescimento monetário, a partir da relação de
demanda agregada: gyt = gmt - πt

134
Trajetória da Desaceleração Monetária

Ano
Antes Desinflação Depois
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4
Taxa de 6,5
Desemprego
Crescimento do 3
Produto
Crescimento 17
Monetário

135
Trajetória da Desaceleração Monetária
Curva de Phillips

Ano
Antes Desinflação Depois
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4
Taxa de 6,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 6,5 6,5 6,5
Desemprego
Crescimento do 3
Produto
Crescimento 17
Monetário

136
Trajetória da Desaceleração Monetária
Lei de Okun

Ano
Antes Desinflação Depois
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4
Taxa de 6,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 6,5 6,5 6,5
Desemprego
Crescimento do 3 -2 3 3 3 3 8 3 3
Produto
Crescimento 17
Monetário

137
Trajetória da Desaceleração Monetária
Demanda Agregada

Ano
Antes Desinflação Depois
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4
Taxa de 6,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 6,5 6,5 6,5
Desemprego
Crescimento do 3 -2 3 3 3 3 8 3 3
Produto
Crescimento 17 10 13 11 9 7 12 7 7
Monetário

138
Trajetória da Desaceleração Monetária
Ano 0
π Ano 1

Ano 2

Ano 3

Ano 4

Ano 6+ Ano 5

6,5 8,5 u

139
Trajetória da Desaceleração Monetária

No médio prazo, o crescimento monetário e a inflação são menores e a taxa de


desemprego
p g e de crescimento do pproduto voltam ao normal, mas a transição
ç
para um menor crescimento monetário e inflação menor é associada com um
período de desemprego mais alto.

A análise que desenvolvemos é muito similar à experiência do FED no final dos


anos 70. O modelo econométrico qque eles usaram,, como a maioria dos
modelos utilizados naquela época, tinha a mesma propriedade de nosso
simples modelo: a política macroeconômica pode determinar a distribuição
temporal mas não o número de anos-ponto de excesso de desemprego.
temporal, desemprego
Esta abordagem tradicional, foi questionada por dois grupos de economistas
acadêmicos como veremos a seguir.

140
Expectativas, Credibilidade e Contratos Nominais

O foco de ambos os grupos de críticos é o papel das expectativas e de que


forma, alterações na formação de expectativas podem afetar o custo do
desemprego e da desinflação. Desafiam a noção tradicional de que a
política pode mudar o timing, mas não o número de anos-ponto de
excesso de desemprego.
p g

{ A Crítica de Lucas: Expectativas e seus efeitos sobre a Credibilidade da


P líti
Política
{ Rigidez Nominal de Preços e Natureza dos Contratos

141
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas

- Robert Lucas e Thomas Sargent – University of Chicago

-Tomar a equação πt -πt-1 = -α(ut – un) como dada equivaleria a supor que
aqueles que negociam os salários em termos nominais continuariam a
esperar que a inflação do futuro fosse a mesma do passado,
independentemente da ação do governo. Ou seja, que a formação de
expectativas não se alteraria em resposta a mudanças na política.
política

-Crítica:
Crítica: Por que os agentes que determinam os salários não deveriam levar
em conta as alterações de política?

142
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas

A lógica do argumento de Lucas pode ser visto retornando à equação:

πt = πet - α(ut – un)

- Se os agentes que determinam os salários continuassem a adotar


expectativas adaptativas (πet = πt-1), então o único modo de diminuir a inflação
seria aceitar um desemprego maior por algum tempo, tempo como vimos
anteriormente. Mas se os agentes que determinam os salários pudessem ser
convencidos de que a inflação iria de fato ser menor do que no passado, eles
dimin iriam suas
diminuiriam s as expectativas
e pectati as de inflação.
inflação Isso,
Isso por sua
s a vez,
e diminuiria
dimin iria a
inflação corrente sem a necessidade de se promover nenhuma alteração na
taxa de desemprego.

143
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas

Lucas e Sargent não acreditavam que a desinflação pudesse realmente


ocorrer sem algum aumento do desemprego. Mas Sargent, após examinar os
dados históricos relativos ao custo do desemprego associado à eliminação de
diversos episódios de hiperinflação, concluiu que o aumento do desemprego
poderia, de fato, ser bem menor.

O fator essencial da desinflação bem-sucedida seria a credibilidade. Caso


fosse possível aumentar a credibilidade da política, os agentes que
determinam os salários poderiam alterar o modo como formam suas
expectativas, e assim, abreviariam os custos da desinflação. Ainda, os
autores argumentam que um programa de desinflação rápido e transparente
tem maiores chances de ter credibilidade maior.

144
Rigidez Nominal e Contratos
Uma outra crítica à trajetória da inflação associada à desaceleração
monetária foi adotada por Stanley Fischer (MIT,
(MIT hoje presidente do banco
central de Israel), Edmond Phelps e John Taylor (ex- sub-secretário do
Tesouro dos EUA para assuntos internacionais na administração Bush,
então da Columbia University).
University) Algumas dessas questões vinham sendo
estudadas no Brasil nos anos 70.
Rigidez Nominal: muitos salários e preços são fixados em termos nominais
por algum tempo e não costumam ser reajustados quando há mudanças
de política. Os contratos se estendem por vários períodos e retratam o
passado.
Assim, mesmo com credibilidade total, mesmo com redução brusca do
crescimento da moeda, teria de haver aumento do desemprego. Haveria
contratos estabelecidos previamente que ainda estariam carregando as
expectativas anteriores para inflação. O programa de ajuste deveria então
ser anunciado com muita antecedência.
145
Rigidez Nominal e Contratos
Taylor e Phelps destacaram a imbricação dos contratos salariais.
Nem todos os contratos salariais são assinados na mesma época, época o que
impõe fortes limitações na forma pela qual uma desinflação rápida poderia
ser implementada, sem deflagrar o aumento do desemprego, ainda que a
redução da inflação futura seja totalmente crível.
crível
Se os trabalhadores se preocupam com o salário real, então, cada contrato
de trabalho determina um salário não muito diferente dos demais
contratos que já estão no mercado.
mercado Assim,
Assim uma queda no crescimento da
moeda não gera queda proporcional na inflação levando à recessão e ao
aumento do desemprego.

146
Rigidez Nominal e Contratos

Taylor mostrou que existe uma trajetória de desinflação tal que, quando
totalmente crível,, ppoderia não alterar a taxa de desemprego.
p g
A melhor política para o FED seria avançar lentamente no início, e anunciar
que prosseguirá mais rápido no futuro. Esse anúncio fará com que os novos
acordos salariais levem a nova política em consideração.
consideração
Essa trajetória inicial lenta deveria ser adotada pois no curtíssimo prazo, a
inflação já está pré-determinada. Os contratos já foram efetuados e uma
política monetária muito restritiva só geraria recessão. Com credibilidade total,
a autoridade monetária poderia anunciar a mudança de política para os
ppróximos pperíodos e esta mudança ç seria incorporada
p nos novos contratos.

147
Rigidez Nominal e Contratos

Assim como Lucas e Sargent, Taylor e Phelps não acreditavam que a


desinflação
ç ppudesse ser implementada
p sem aumentar o desemprego.p g Em
primeiro lugar, eles percebiam que a trajetória de desinflação poderia não
ser crível. Sem credibilidade, as expectativas a respeito da inflação podem
custar a mudar,
mudar o que diminui as esperanças de se promover uma
desinflação sem aumentar a taxa de desemprego. A análise de Taylor,
pporém, tinha duas mensagens
g claras.
- importância potencial das expectativas
- desinflação gradual pode ter um custo mais baixo do que o
implicado pela abordagem tradicional

148
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985

{ Em 1979, o desemprego estava em 5,8%, o produto crescia a 2,5% e


a inflação estava em 13,3%.
{ O Fed anunciou diversas alterações para contornar esta situação.
Em particular, anunciou que mudaria a política monetária de forma a
ter como instrumento principal o crescimento da moeda e não mais
os juros de curto prazo.
{ O Fed não explicitou meta alguma para inflação ou mesmo para sua
trajetória, mas a mudança de política monetária foi interpretada como
um comprometimento com o combate à inflação mesmo que fosse
necessário
ecessá o uum au
aumento
e to de ju
juros.
os

149
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985

{ Nos 7 meses seguintes, a taxa de juros subiu de 11,4% para 17,6%.


Mas a economia apresentou sinais de recessão e houve retrocesso
na política monetária restritiva.
restritiva
{ Com sinais de que a economia estava se recuperando, em 1981,
novamente a taxa de juros voltou a subir e mais uma vez apareceram
sinais
i i dde recessão. ã
{ Desta vez, porém, o Fed optou por se manter firme em sua política e
não reduziu os juros.
j
{ O ponto central deste episódio é o papel da credibilidade. Paul
Volcker tinha credibilidade em 1979, porém, esta credibilidade foi
reduzida quando
quando, em 1980
1980, o Fed optou por abandonar a política
restritiva. A credibilidade só foi restaurada em 1981/82 quando o Fed
se manteve firme frente aos sinais de recessão.

150
Desinflação Americana

151
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985

1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985

Crescimento 2,5 -0,5 1.8 -2.2 3.9 6.2 3.2

Desemprego 5.8 7.1 7.6 9.7 9.6 7.5 7.2


Inflação 13.3 12.5 8.9 3.8 3.8 3.9 3.8
Desinflação 0.8 4.4 9.5 9.5 9.4 9.5
acumulada
Desemprego
D 11
1.1 27
2.7 64
6.4 10 11 5
11.5 12 7
12.7
acumulado
Taxa de Sacrifício 1 37
1.37 0 61
0.61 0 67
0.67 1 05
1.05 1 22
1.22 1 33
1.33

152
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985

{ Credibilidade foi adquirida, mas não ocorreu nenhum milagre nas


expectativas. As primeiras linhas da tabela mostram que a
desinflação veio associada a um substancial desemprego.
desemprego
{ Na visão tradicional, para cada ponto de desinflação teríamos que ter
1 ano-ponto de excesso de desemprego em relação ao desemprego
natural
t l de
d 6,5%.
6 5% A linha
li h 4 computat o número
ú dde anos-ponto
t
acumulado de 1980 em diante. E as linhas 5 e 6 mostram a
desinflação acumulada e a taxa de sacrifício, respectivamente.
{ A tabela nos mostra que não há ganhos óbvios com a credibilidade.
A curva de Philips baseada na variação da inflação e na variação do
desemprego
p g pparece ser bem mais robusta qque muitos economistas
esperavam.

153
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985

{ Será que o modelo tradicional está apresentando força porque há


pouca credibilidade ou porque a credibilidade não é suficiente para
reduzir inflação?
{ Ball estudou casos de desinflação em países da OECD.

{ Concluiu que:

1) A desinflação em geral causa desemprego alto por algum tempo.


2) Desinflações mais rápidas estão associadas a menores taxas de
sacrifício, o que indicaria efeito positivo de credibilidade.
3) Taxas de sacrifício são menores em países com contratos mais
curtos, o que enfatiza
f i o ponto dde T Taylor.
l

154
T
Tema: A Nova
No a Macroeconomia
Mac oeconomia

Referência básica
(Capítulo 12 – DFS)
A Nova Macroeconomia
{ Nos últimos anos, quatro novas teorias foram desenvolvidas
e revolucionaram o estudo da macroeconomia.
{ Expectativas Racionais
{ Passeio Aleatório como trajetória
j ppara o PIB
{ Teoria dos Ciclos Reais
{ Modelos de rigidez de preço neo
neo-keynesianos
keynesianos

156
A Nova Macroeconomia – Expectativas Racionais

• Modelos Macroeconômicos de Expectativas Racionais foram


uma construção dos anos 70 e 80 em reação à desconfiança na
Curva de Phillips como instrumento para a análise de políticas
alternativas.
• Estratégia básica dos modelos ER: partem da manutenção da
visão de mercados que se equilibram,
equilibram retém o interesse no que
chamamos de médio e longo prazo e concluem pelo pessimismo
acerca do que a política monetária possa fazer para afetar o
emprego ou o produto. Os modelos de expectativas racionais
acrescentam novas características aos modelos neo-clássicos.

157
Referências básicas
{ DF Capit
Capitulo
lo 12
{ Crítica de Friedman (AER 68 Role of Monetary Policy) e
Phelps (JPE 68 e livro 70) aos modelos com desequilíbrios
prolongados
{ Artigo de Muth ( Econometrica 1961) que introduz o conceito
na modelagem econométrica dos movimentos de preços
{ Lucas Rapping equilíbrium searching e curva de oferta “de
Lucas-Rapping, de
Lucas”
{ Lucas (JET 72 – expectativas e equilíbrio geral),
geral) base teórica
para o artigo no volume Otto Eckstein (Econometric Testing
of Natural Rate)) e do artigo
g de 1972 na Carnegie
g Mellon
Conference – Econometric Policy Evaluation – a Critique
158
Características do Modelo Novo-clássico

A teoria novo-clássica da oferta agregada diz que:


O desemprego está sempre na taxa natural;
O produto está sempre no nível de pleno emprego (natural);
O desemprego observado é meramente friccional.
Choques de oferta são importantes empiricamente.
empiricamente

159
Conseqüências
{ Mudanças no nível de preços - provenientes, por exemplo,
de uma expansão
p monetária - não alteram Y ou u. Os
salários nominais sobem, mas não os salários reais. Logo,
tampouco variam a quantidade de trabalho ofertada ou
demandada.
{ Nem a política monetária, nem a política fiscal terão
quaisquer efeitos sobre o produto.

160
Modelo de Lucas
• Um dos modelos de Lucas (com Leonard Raping) desmente tal
conclusão.
{ Nesse modelo,
modelo Lucas acrescenta apenas uma hipótese ao modelo
novo-clássico básico: a de que algumas pessoas não sabem o nível
agregado
g g de ppreços
ç mas sabem o salário ou ppreço
ç nominal ao qqual
podem comprar ou vender. Por exemplo, num dado momento, um
trabalhador sabe que o salário que vigora é $12/h, mas não sabem
quall é o nível
í l de
d preços, não sabendo,
b d pois, i W/P
W/P.
{ Suponha que todos os preços e salários subam proporcionalmente.
O seja,
Ou j W sobe b e P ttambém,
bé mas os ttrabalhadores
b lh d pensam que sóó
W sobe. Pensarão que W/P sobe e proverão mais trabalho,
aumentando Y e diminuindo u. u
161
Formação de Expectativas
De que maneira firmas e trabalhadores formam suas
expectativas sobre o preço? Expectativas Racionais
pressupõem que os agentes usem toda informação relevante
para formar as expectativas, o que é razoável. Mas pressupõem
também que os agentes conhecem o modelo
modelo, o que é menos
razoável.

Hipótese de Expectativas Racionais: agentes não sabem o


futuro, mas usam toda informação disponível para alterar o
futuro.
Equilíbrio: os mercados se equilibram imediatamente.
imediatamente
162
Formação de Expectativas
Firmas e famílias esperam que ocorra o pleno emprego, embora
reconheçam
ç qque se ppode errar em ambos os sentidos. O ppreçoç
esperado, Pe, será o nível de preços consistente com o pleno
emprego, ou seja, o nível de preços que iguala a demanda
agregada
d à oferta
f t agregadad (DA
(DA=OA).
OA)
A implicação central de Expectativas Racionais é que os
agentes podem nem sempre acertar suas previsões
previsões, mas não
errarão sistematicamente.

163
Implicação central da abordagem de Lucas

Os agentes reagem diferentemente a choques antecipados e a


choques não antecipados na quantidade de moeda.moeda Quando
E(M) aumenta, os agentes esperam que P suba, P e Pe sobem
juntos e M/P não subirá, não alterando Y=Yn. Já quando M subir
inesperadamente,o efeito OA-DA é total pois Pe não se altera. Claro
que tal efeito durará pouco, pois os agentes logo descobrirão seus
erros (aprendizagem),
(aprendizagem) corrigindo suas expectativas
expectativas. Ou seja
seja, os
efeitos reais só ocorrerão no curto prazo.

164
A “Irrelevância” da Política Macroeconômica
Tal como no modelo clássico (OA vertical em Y=Yn), nem a
política monetária
monetária, nem a fiscal movem Y permanentemente.
permanentemente
Mas, o modelo de Lucas permite-se desvios transitórios em
relação ao pleno emprego. Tais desvios são função apenas
dos erros de expectativas, durando, portanto, só o tempo
necessário para que as expectativas sejam corrigidas.
Mais ainda, não há papel para a política monetária. Se Pe difere
de P, basta o governo anunciar o M correto que tudo se corrige.

165
Um modelo simples OA-DA

Demanda Agregada: M.V = P.Y


em ln: m + v= p + y
Teoria quantitativa da moeda
É compatível com nossa DA simplificada anterior
Y= γ(M/P)⇒(em ln) y = ln γ +m-p ⇒ y = v + m - p (1)
Agora, a oferta agregada no curto prazo:
p = pe + λ(y-y*) (2)

166
Um modelo simples OA-DA

Manipulando AS e AD, acham-se os valores de


equilíbrio de y e p:
y = 1 m + 1 (v- pe) + λ y* (3)
(1+λ) (1+λ) (1+λ)
p = λ (m+v
(m+v-y*)
y ) + 1 pe (4)
(1+λ) (1+λ)

167
Resultados:
Multiplicadores da moeda:
Em relação
ç ao pproduto: ((1/(1+λ))
( ))
Em relação aos preços: (λ/(1+λ))

Vamos exemplificar como se faria a previsão:


λ=(1/2),
λ (1/2), m=2,
m 2, v=3,
v 3, y*=4,
y 4, pe=55

Resolvendo:
y=1.667, p=3.667, mas pe=5!

168
Crítica de Lucas
OS AGENTES ECONÔMICOS FAZEM PREVISÕES, PARA
ECONOMIA, QUE SÃO INCOMPATÍVEIS COM AS
PREVISÕES DO PRÓPRIO MODELO!
Suponha agora que os agentes revisem suas expectativas de
pe=5 para pe=3.667,
=3 667 com esse novo pe, teríamos:
p=2.778 e y=2,222
A discrepância entre pe e p caiu (de 12/9 para 5/9),
5/9) mas ainda
não foi zerada.
Modificando o modelo
modelo, de forma que pe=p,
=p somos levados à
idéia de previsão perfeita.

169
Modelo de Previsão Perfeita
Suponha agora que os agentes usam o modelo OA-DA para
prever os preços e têm todas as informações necessárias para
realizarem a previsão
previsão. Eles têm previsão perfeita.
perfeita
p=pe
Substituindo em (4), temos que:
pe=p= λ (m+v-y*)+ 1 pe (5)
((1+λ)) (1+λ)
( )
pe=p=m+v-y*
Substituindo em (3)
y= 1 m+ 1 (v-m-v+y*) + λ y*
(1+λ) (1+λ) (1+λ)
y=y* (7)
170
Modelo de Previsão Perfeita
Aqui o multiplicador do preço é 1 (era λ/(1+λ)) e o multiplicador
do pproduto é zero ((era 1/(1+λ)).
( )) Os resultados de longo
g prazo
p do
modelo OA-DA são, no caso de previsão perfeita, iguais aos
resultados de curto prazo.
Sob previsão perfeita, vide equação (4), p aumenta 1/(1+λ)
devido ao aumento de m, mais λ/(1+λ) devido o aumento de pe.
Ou seja,
seja M/P não muda quando M sobe.sobe NA PREVISÃO
PERFEITA, A POLÍTICA MONETÁRIA É NEUTRA NO CURTO
E NO LONGO PRAZO.

171
Problemas do modelo de previsão perfeita?

1- Exige que os agentes saibam tudo da economia;

2- Nele, a economia está sempre em pleno emprego;

3- Desvios e erros são ppouco relevantes.

Passemos agora
g ao modelo de Expectativas
p racionais.

172
Modelo de ER – erros não sistemáticos
Os agentes cometem erros de previsão:
εm=m-m
m me εy=y*-y*
y ye
Veremos que o multiplicador para me é zero, mas para εm ,
p
o multiplicador é o mesmo do modelo OA-DA.
Em ER, os erros, em média, são nulos. Se não forem, a
previsão não pode ser levada em conta nas formulações
de política.
Assim, (εm)e =0 e (εy)e =0

173
Nível de preços de equilíbrio

Qual será p? Tomemos (4) e substituamos m por me+ εm e y* por


y*e+ εyy*, obtendo:
p = λ [(me+ εm) + v - (y*e+ εy*)] + 1 pe (8)
(1+λ) (1+λ)
Como (εm)e = (εy* )e=0⇒
pe=(p)e= λ (me+v-y*e) + 1 pe
(1+λ) (1+λ)
pe = me + v - yy*e
Parece previsão perfeita, só que com me e y*e ao invés de m e
y*.

174
Nível de preços de equilíbrio
As soluções de equilíbrio são:
y e + 1 εm+ λ εy** (11)
y = y*
(1+λ) (1+λ)

p = me + v – y*e + λ (εm-εy* ) (12)


(1+λ)

175
Qual a conseqüência de um aumento de M em Expectativas
Racionais?
Por (11),vemos que só εm afeta y, com multiplicador 1/(1+λ),
como em ((3).
) Já me tem multiplicador
p zero,, como em ((7).
)
Ou seja, me funciona como previsão perfeita, e εm, como OA-DA.
A política monetária antecipada é neutra; a política monetária
não antecipada tem os efeitos previstos no modelo OA-DA. O
mesmo pode ser dito para choques de oferta: antecipados (y*e) e
não t i d εy*
ã antecipado

176
‐0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
abr/00

jul/00

Fonte : BCB
out/00

jan/01

abr/01

jul/01

out/01

jan/02

abr/02

jul/02

out/02

jan/03

abr/03

t3
t‐3
jul/03

out/03

t2
t‐2
jan/04

abr/04

t1
t‐1
jul/04

out/04

t
jan/05

abr/05

jul/05
Realizada

out/05

jan/06

abr/06

jul/06

out/06
Expectativas de Inflação - IPCA

jan/07

abr/07

jul/07

out/07

jan/08

abr/08

jul/08
177

out/08
Microeconomia da curva de oferta agregada
com informação imperfeita

Referência: DFS - cap 8 – 7ª edição


DFS Capitulo 12 – 5 ª edição

Nesta seção, examinamos o modelo de informação imperfeita de Lucas da


curva de oferta agregada
As empresas observam apenas os preços relativos ao seu próprio mercado.
U preço elevado
Um l d pode d significar
i ifi uma procura elevada
l d pelo l produto
d t
daquela empresa ou uma elevação geral dos preços. Na primeira
hipótese
p a firma deseja
j aumentar a pprodução
ç e na segunda
g desejaria
j
manter constante a produção.

178
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)

Suponha a economia como mercados distintos, “ilhas isoladas”. Se o preço


do produto da ilha estiver relativamente mais alto em relação ao produto
dos outros mercados, os habitantes da ilha i desejarão produzir mais.

A oferta de produto produzido na ilha seria:


yi=α(pi-p), se os agentes conhecessem o nível de preços.

179
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)

Mas supondo que eles só conhecem o preço da ilha.


yi= α[p[ i-E(p/p
E( / i)]
pi depende do nível geral de preços (p) e de choques relativos ao bem da
ilha i (zi).
Dado que os habitantes da ilha conhecem pi, mas não sabem que suas
alterações originam-se de zi ou de p, temos como melhor previsão para
p:
E(p/pi)= Ko+(1/a)βpi

180
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)

E(p/pi)= Ko+(1/a)βpi

β reflete a origem dos movimentos em pi


{ se esses movimentos vêm mais de p, p β é quase 1.
1 (aumenta preço)
{ se esses movimentos vêm mais de zi, β é quase 0. (aumenta a produção)

O valor de β é a chave para o declive da curva de oferta agregada


→ se β for igual a 1, a curva de oferta agregada será vertical.

181
Exemplo visual da formação de uma expectativa

E(p)
β=1(informação perfeita)

Informação parcial

β=0( nenhuma informação)

pi

182
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
Podemos reescrever a oferta:
yi = α[pi- (Ko+ 1/a βpi)]
)]= α[(1
α[(1- β/a)pi – Ko]

A demanda pelo produto da ilha i depende do nível agregado do produto (y),


do choque de demanda específico do produto da ilha i (zi), e do preço
relativo do bem da ilha i (pi). Ou seja,
yi = y + zi - γ(pi-p)
p)

183
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
Podemos encontrar o equilíbrio para a ilha i igualando oferta e demanda
y + zi- γ(pi-p)
p) = α[(1
α[(1-(β/a))p
(β/a))pi – Ko]

Acima está a relação de equilíbrio entre choques, preços e produto de uma


ilha específica.
Cada ilha é representativa da economia como um todo. As ilhas são
diferentes entre si,
si pois cada uma sofre seus próprios choques,
choques mas a
economia agregada é formada pela média das economias de cada ilha.
Assim, o produto agregado y é a média dos yi’s e o preço agregado p é a
média dos preços pi’s. Além disso, os choques zi’s devem ter média nula.

184
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
Calculando a média de ambos os lados, temos:

y= α[(1- β/a )p – Ko]

que é a curva OA. Pode-se mostrar que a=1, chegando assim à curva de
oferta agregada:

p=[ 1 ](y+ α Ko)


α(1-β)

185
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)

p = [ 1 ](y+ α Ko)
α(1-β)

A inclinação da OA depende tanto da inclinação das ofertas individuais (α),


quanto da importância relativa de choques agregados versus choques
individuais (β).
Se choques em p (sinal) são dominantes em relação aos choques de
demanda ((ruído),), então β é ppróximo de 1,, demonstrando um alto signal-
g
to-noise ratio, fazendo a OA quase vertical (resultado original de ER).
Neste caso, a moeda é neutra.

186
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)

Resumo:
{ Os agentes prevêem o nível geral de preços com base em informação
imperfeita. Os agentes não têm certeza se um aumento de seu preço se
deve ao aumento da sua demanda específica ou a um aumento do nível
geral de preços. Assim, atribuem pesos não nulos às duas causas.
{ Aumentos não antecipados em p geram aumentos parciais no nível de
preços antecipado,
t i d pe, e aumentos t parciais
i i no produto,
d t y.
{ É esta associação positiva entre aumentos em p e em y que constitui a
curva de Phillips que se observa empiricamente.

187
A “Nova” Macroeconomia
O fenômeno da persistência nas séries de PIB motivou uma nova tentativa de
explicação conjunta para os fenômenos de crescimento e de flutuações
(desvios da tendência).
O resultado foi deslocar as explicações que vinham do lado dos choques de
d
demandad para o lado
l d dos
d determinantes
d t i t da d oferta
f t (Lucas
(L – [1972,
[1972 1975],
1975]
Kidland e Prescott [1982]). Essa visão beneficiou-se de novas técnicas
econométricas e de modelos de simulação.

188
A Nova Macroeconomia - Passeio aleatório do PIB

Lógica do modelo:
A questão central é: as flutuações do produto são,
são na sua maioria,
maioria transitórias
ou permanentes?
Se forem permanentes,
permanentes a demanda agregada (o cerne da teoria Keynesiana)
não pode ser muito importante. Por quê?
Porque segundo o modelo OA OA-DA,
DA, o efeito de choques de demanda
desaparecem no médio prazo, e portanto, se os choques deixam efeitos
permanentes, eles não são choques de demanda, mas choques de oferta.

189
A Nova Macroeconomia - Passeio aleatório do PIB
Nelson
N l e Plosser-
Pl evidências
idê i estatísticas
t tí ti a favor
f do
d papell
dominante dos choques permanentes (ver adiante)
Variações
V i õ ddo produto
d t são ã permanentes t - passeioi aleatório
l tó i ddo PIB
PIB:
uma vez saído do trilho inicial, não revela tendência de voltar a
ele.
Tais estudos ainda inspiraram a teoria do RBC (Ciclos
Econômicos Reais). )
Essa teoria foi questionada. Certamente, alterações permanentes
no produto são importantes, mas não ocorrem com muita
f üê i A
freqüência. Assim,
i alterações
lt õ na ddemanda d agregadad seriam
i as
maiores fontes de flutuações no produto.

190
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB

Formalização da teoria do PIB como passeio aleatório:


Suponha que a tendência em y possa ser representada através de uma
tendência temporal, como em:
yt = α + βt (22)
Subtraindo, yt-1= α + β(t-1)
yt- yt-1 = [α+ βt]-[α+ β(t-1)] ou
yt = yt-1 + β ou Δy Δ t = β (24)

191
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB

As equações 22 e 24 são perfeitamente equivalentes. Mas, veja agora o


efeito
f it de
d um acréscimo
é i dde um choque
h ddo produto
d t ut a ambas
b as
equações.
No caso da 22:
yt = α + βt +ut ou Δyt= β+ ut – ut-1 (25)
No caso da equação 24:
yt = yt-1+ β + ut ou yt= α + βt +ut +ut-1 +ut-2+…+u0 (26)

192
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB

Por (25), o efeito de um choque dura um período, ou equivalentemente,


choques à primeira diferença são revertidos após 1 período.
período
De forma oposta, em (26), o efeito de um choque no nível de y torna-se
permanente, ou seja, os choques acumulam-se ao invés de serem
revertidos.
Se uma variável torna-se “estacionária” após a retirada de uma tendência
representada por (22)
(22), ela é chamada estacionária em tendência
tendência. Yt em
(25) é uma variável estacionária em tendência (TS). Já uma variável como
yt em (26), que só pode ser tornada estacionária através de aplicação de
dif
diferença, é chamada
h d estacionária
t i á i em dif
diferença (DS)
(DS).
Definição de estacionariedade: os dois primeiros momentos (média e
variância)
a â c a) são coconstantes
sta tes noo te
tempo.
po

193
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB
A melhor descrição para o produto é dada por (25) ou por (26)? Por que isso
é importante?
É importante porque, segundo nosso modelo AS-AD, os ciclos de negócios
causados pelas flutuações da demanda agregada são relativamente
curtos (poucos trimestres).
trimestres) Já os choques à oferta agregada são
permanentes quando advindos de variações na tecnologia e na
produtividade.
Nelson e Plosser mostraram que o PIB americano inclui tanto componentes
permanentes quanto transitórios, mas os choques permanentes
predominam. Isso foi uma ducha de água fria entre os proponentes da
demanda agregada como o ator principal da economia.

194
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB

É hoje universalmente aceita a idéia de que distúrbios (choques) com


impacto prolongado são importantes para a economia.
economia
Entretanto, a inferência de que a demanda agregada é relativamente pouco
importante
p ppermanece controversa.
Uma visão alternativa é a de que grandes e relativamente permanentes
choques de oferta ocorrem, mas só em ocasiões raras. Na maioria das
situações são os choques de demanda que predominam
predominam. [Perron
[Perron, ECTA
ECTA,
1989]

195
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB

A “disputa
disputa econométrica”
econométrica entre modelos estacionários em diferença e
modelos estacionários em tendência com quebras não pode ser resolvida
com as curtas séries de que dispomos.
O seja,
Ou j permanece a controvérsia
é i sobre
b a importância
i â i ddos choques
h dde
demanda.

196
Teoria dos Ciclos Reais
{ Pela teoria dos ciclos reais, flutuações no produto são
q
oriundas de choques reais na economia,, com os mercados
se ajustando rapidamente e permanecendo sempre em
equilíbrio.
{ Esta teoria está bastante ligada a teoria das expectativas
racionais. Teríamos então, que mudanças antecipadas de
política monetária não tem efeitos reais sobre a economia.
economia
Apenas mudanças não antecipadas têm efeitos sobre a
economia, mas esses efeitos são rapidamente corrigidos.
Assim, choques na demanda não são muito importantes.

197
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
Teoria dos ciclos econômicos reais:
{ Flutuações do produto e do emprego são o resultado de uma série de
choques reais que atingem a economia. Após os choques, os
mercados (preços e quantidades) se ajustam, permanecendo sempre
em equilíbrio.

{ RBC é uma extensão da implicação teórica de Expectativas Racionais


e da teoria do passeio aleatório do produto, segundo a qual choques
d demanda
de d d não
ã são
ã importantes
i t t fontes
f t ded flflutuação.
t ã

{ Teríamos então,
então que mudanças antecipadas de política monetária não
tem efeitos reais sobre a economia. Apenas mudanças não
antecipadas têm efeitos sobre a economia, mas esses efeitos são
rapidamente corrigidos.
corrigidos
198
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)

Tendo levado à lona as possíveis causas monetárias das flutuações, a teoria


dos RBC defronta-se com duas tarefas:
Quais são os choques que atingem a economia?
Quais são e como operam os mecanismos de propagação?
P que os choques
Por h parecem ter
t efeitos
f it dduradouros?
d ?

199
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
O objetivo é explicar por que o emprego e o produto são altos em expansões,
e reduzidos em recessões.
Uma possível explicação é que o salário real, W/P, sobe em expansões e cai
em recessões, fazendo variar a quantidade ofertada de trabalho.
I f li
Infelizmente (
(para os adeptos
d d RBC),
dos RBC) não há comprovação empíricaíi
dessa hipótese. As evidências indicam que a elasticidade da oferta de
trabalho em relaçãoç ao salário real é muito ppequena.
q Além disso,, o
salário real varia pouco ao longo do ciclo.

200
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)

A forma pela qual os modelos RBC explicam grandes movimentos no produto


com ppequenos
q movimentos nos salários reais é através da substituição
ç
intertemporal de lazer. Existe uma elasticidade elevada da oferta de
trabalho como reação às variações temporárias do salário real. Ou seja,
as pessoas estão muito dispostas a substituir lazer (e por conseguinte,
conseguinte
trabalho) ao longo do ciclo econômico. Elas se importam com o esforço
(quantidade de trabalho) total, mas não se importam com quando
t b lh
trabalhar.

201
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)

Exemplo: suponha que durante um período bienal os trabalhadores estão


pplanejando
j trabalhar 4000 horas ((50 semanas x 40 horas x 2 anos)) ao
salário vigente. Se o salário não flutuar nesse período bienal, eles
trabalharão uniformemente, 2000h em cada ano. Entretanto, se o
salário no primeiro ano for somente 2% mais alto que no segundo ano, ano
eles preferirão trabalhar 2200h no primeiro ano (eliminando as férias e
fazendo horas-extras) e apenas 1800 no segundo ano. Substituindo
entre
t os anos, ttrabalha-se
b lh o mesmo ttempo ttotal,
t l mas aumenta t o
rendimento.

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A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)

Note, contudo, que a substituição intertemporal do lazer não implica que a


oferta de trabalho seja sensível a mudanças permanentes no salário. Se
o salário subir, e se mantiver mais alto, não há nenhum ganho em
trabalhar mais no primeiro ano do que no segundo. Neste caso, os
trabalhadores continuariam a trabalhar 2000h em cada ano,, o queq daria
uma elasticidade nula (pequena) da oferta de trabalho em relação aos
salários.
A substituição
b tit i ã intertemporal
i t t l dde lazer
l consegue gerar grandes
d movimentos
i t na
quantidade de trabalho realizado em resposta a pequenas mudanças
nos salários, o que vai ao encontro da evidência empírica de grandes
efeitos no emprego e no produto estarem acompanhados de pequenas
mudanças nos salários.

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A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
Perturbações (Distúrbios):
A propagação dos ciclos econômicos é desencadeada por acontecimentos ou
perturbações que alteram os níveis de equilíbrio do produto e do
emprego em mercados específicos e na economia em geral.
Perturbações mais importantes: choques sobre produtividade, ou choques da
oferta, e choques sobre a despesa pública.

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A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)

O legado da teoria dos RBC foi principalmente metodológico,


t d iinfluenciado
tendo fl i d bbastante
t t a fforma pelal quall se ffaz pesquisa
i
em economia. Hoje em dia, os principais modelos de RBC já
incorporam vários resultados tradicionais
tradicionais, como os efeitos da
política monetária.

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Modelos Neo-Keynesianos de Rigidez de Preços
{ A ortodoxia
t d i keynesiana
k i dos
d modelos
d l dde OA
OA-DA
DA foi
f i atingida
ti id pelal
introdução das teorias de expectativas racionais e RBC (revolução neo-
clássica).
{ Em todos os modelos descritos anteriormente, temos o mercado se
ajustando rapidamente.
{ No início dos anos 80 até hoje, uma contrarevolução neo
neo-keynesiana
keynesiana
surgiu. Os modelos neo-keynesianos mantém a hipótese de
racionalidade dos indivíduos dos modelos clássicos, mas desenvolvem
modelos na qual os mercados não se equilibram rapidamente e os
preços nem sempre se ajustam às mudanças na oferta de moeda, ou
seja, mantém os resultados da OA-DA.
{ Esses modelos se baseiam em concorrência imperfeita
imperfeita, para explicar
como que decisões racionais dos indivíduos geram os ciclos
indesejáveis no produto.

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Modelos Neo-keynesianos de rigidez de preços
{ Portanto, os neo-keynesianos acreditam na teoria das
expectativas
p racionais,, mas observam qque a economia demora
mais para retornar para o equilíbrio do que previsto pelos modelos
neo-clássicos.
{ Esses economistas focam na rigidez que os preços podem ter e
tentam buscar os fundamentos microeconômicos dessa rigidez.
Quando a quantidade de moeda aumenta, todas as firmas
de eriam ajustar
deveriam aj star proporcionalmente seus
se s preços,
preços como pre
previsto
isto
pelos modelos clássicos. Porém, há custos (“custos de menu”) em
reajustar os preços e esses custos podem ser maiores que a
perda
d de
d receita
it em permanecer com o preço ““errado”.
d ”
{ Esses custos podem ser também: coletar informação, manter os
clientes e contratos com fornecedores ou salariais de médio prazo.

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Modelos Neo-Keynesianos de Rigidez de Preços
{ Frente a uma mudança de preços na economia, as firmas só irão
mudar seus próprios preços se os benefícios forem maiores que os
custos.
{ O problema desta teoria é que os “custos
custos de menu
menu” são em geral
muito pequenos, o que desacreditava este argumento.
{ Mankiw resolve este problema mostrando que se a firma possuir
algum
l poder
d ded mercado,
d poded ser que o aumento t dde llucro em
ajustar seu preço seja menor que os custos.
{ Na verdade, quando a firma é competitiva, estar com o preço fora do
equilíbrio implica em grandes prejuízos. Mas se a firma enfrentar
uma demanda pouco elástica, o lucro é menos sensível à variação
de preço e neste caso os custos de menu podem sobressair. O
aumento de lucro seria menor quando:
z O desvio do preço é pequeno
z A elasticidade da demanda é baixa

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