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JOÃO PESSOA
2014
CAIO CÉSAR GOMES GARCIA
JOÃO PESSOA
2014
Catalogação da Publicação na Fonte.
Universidade Federal da Paraíba.
Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA).
83f.:il
Banca examinadora:
Orientador: Nota
__________________________________________ ______
Prof. Dr. Júlio Afonso Sá de Pinho Neto
Examinadores: Nota
__________________________________________ ______
Prof. Dr. Severino Alves de Lucena Filho
__________________________________________ ______
Profa. Ma. Andréa Karinne Albuquerque Maia
Média:______
Primeiramente gostaria de agradecer ao meu Pai Celestial por ter tornado possível
este tão grandioso sonho, e também por ter me iluminado, me dado forças e muitas vezes ter
me acalentado com seu doce Espírito Santo, o qual sempre me guiou tão gentilmente nos
caminhos tortuosos.
Gostaria de agradecer imensamente aos meus pais Antônio Carlos Garcia e
Josenilda Gomes Garcia, que nunca mediram esforços para auxiliar minha formação e
desenvolvimento, os quais muitas vezes desistiram de seus próprios sonhos para fazer com
que os meus se tornassem realidade. Pai e Mãe, amo vocês! Obrigado por tudo!
Agradeço a todos os meus amigos, os quais, cada um a sua maneira, colaboraram e
me ajudaram na realização deste projeto e compreenderam minha ausência nestes últimos
meses, em especial agradeço a Ana Paula Ferreira e a Fábio Rolim por sempre terem estado
comigo em cada etapa deste projeto, sempre me auxiliando, me escutando, me incentivando e
compartilhando todas as alegrias e dificuldades deste trabalho.
Por fim, agradeço a todos os professores do curso de Relações Públicas, que tão
generosamente me transmitiram todos os conhecimentos necessários para que esta etapa tão
prazerosa da minha vida se concretizasse, em especial ao meu querido e brilhante orientador
Profº Dr. Júlio Afonso Sá de Pinho Neto, que tão gentilmente aceitou o desafio de realizar
esse trabalho. Agradeço pela amizade, compreensão e dedicação.
“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos que as grandes
coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossível.”
(Charles Chaplin)
RESUMO
This work aims at the creation of a Public Relations Program for the Non-Governmental
Organization (NGO) MEL – Movimento do Espítito Lilás aiming to strengthen their
relationships and solve the communication problems that exist in the organization. It was built
from a collection of information (briefing) plus a poll with a qualitative approach, carried out
with the employees and students of the MEL. Both provided the basis for the elaboration of
an organizational diagnosis, which presented problems that were then worked the posteriore
by a program of Public Relations, whose content focuses on a set of actions, to resolve such
problems as the diagnosis issued. Among the actions of the Public Relations Program, we
conducted a project of creating a fanpage, which was the chosen action to be performed. It
aimed to bring the audiences strategically, as well as giving visibility and credibility to the
NGO's MEL – Movimento do Espírito Lilás.
Figura 05 – Captura de tela do perfil pessoal mantido pela MEL no facebook ........................... 61
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 13
5 DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................ 48
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 67
ANEXO ......................................................................................................................................... 69
APÊNDICES .................................................................................................................................. 79
13
1 INTRODUÇÃO
Por fim, a terceira e ultima fase deste trabalho é constituída pela fundamentação
teórica e pelo Programa de Relações Públicas. Na fundamentação teórica ficam claros os
conceitos e as contribuições dessa área do conhecimento para a elaboração do referido
trabalho. Já no Programa de Relações Públicas encontram-se as ações que foram pensadas
estrategicamente com o objetivo de sanar os problemas evidenciados no diagnóstico, dentre as
ações criadas foi escolhida uma para ser realizada junto a ONG. Para a escolha desta ação a
foi levada em consideração a situação financeira e a necessidade da MEL.
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2 BRIEFING
reuniões passaram a ser nas casas dos membros, privilegiando sempre o bairro do Centro para
facilitar o acesso do seu público.
Desde sua criação até a atualidade, sempre foi um desafio para MEL se manter nesse
nicho de ONGs, uma vez que os editais abertos pelos órgãos públicos dão pouca abertura para
projetos LGBT. Mesmo com as dificuldades, a MEL já atua em João Pessoa há mais de 20
anos e já obteve grandes conquistas, como a Delegacia contra Crimes Homofóbicos,
Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana, o Centro de Referência LGBT, uma sede
própria, a legalização do casamento gay na Paraíba e algumas outras conquistam para a
comunidade local com políticas de educação e saúde.
Além de intervenções no sentido do combate as DSTs/Aids e pelos direitos dos
homossexuais paraibanos, algumas peculiaridades diferenciam a MEL de outras entidades que
atuam no mesmo campo no Brasil. Praticamente desde sua fundação, o Movimento Espírito
Lilás faz parte da Central dos Movimentos Populares, chegou a fazer parte da Coordenação
Executiva Nacional (1993 a 1996) e foi o primeiro grupo LGBT a se filiar ao Movimento
Nacional de Direitos Humanos (MNDH), em 1997.
Na Paraíba, foi a primeira voz da sociedade civil organizada a se posicionar
publicamente na imprensa, e por outros meios, na luta pela cidadania LGBT e no apoio às
pessoas que vivem com HIV/Aids. A MEL é reconhecida na Paraíba e nacionalmente pelo
papel desempenhado por mais de 20 anos no campo dos Direitos Humanos e pela construção
de uma sociedade sem homofobia e que respeite a diversidade humana.
Atenta ao debate acerca dos direitos humanos e da diversidade sexual na sociedade
brasileira, a instituição se mantém firme no ativismo contra todos os tipos de discriminação,
atuando ativamente no Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba (CEDH-PB),
Conselho Estadual da Juventude da Paraíba (CEJUP/PB), Conselho Estadual de Segurança
Alimentar e Nutricional (CONSEA/PB) e integrando o Movimento de Direitos Humanos
Nacionais (MNDH), Fórum de ONG/Aids da Paraíba, Assembleia Popular dos Movimentos
Sociais (APMS), Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e
Transexuais (ABGLT), e também em outros espaços ligados às pautas e lutas do movimento
de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) da Paraíba.
e entidades que tenham interesses em comum para a defesa e promoção da cidadania e dos
direitos LGBT perante a sociedade; no papel de ONG, desenvolve ações nas áreas de
assistência social, saúde pública e educação, além de aplicar esforços na direção de mobilizar
a opinião pública e conseguir o apoio da população para melhorar determinados aspectos da
sociedade.
A estrutura administrativa da MEL, segundo seu estatuto, é uma estrutura colegiada de
coordenação e integração, que tem como vantagens o desenvolvimento do espírito crítico
construtivo, uma visão mais abrangente para tomada de decisões, desenvolvimento do espírito
de cooperação e a redução de conflitos decorrentes de decisões tomadas. Desta forma, sua
estrutura administrativa é participativa, na qual não existe uma pessoa que manda, mas sim
um grupo gestor.
A MEL preza pela agilidade, capacidade de se modificar, de se adaptar continuamente
e pela gestão da informação, caracterizando assim um perfil administrativo moderno, no qual
todos colaboram de diversas formas desenvolvendo mais de uma função para o
funcionamento da organização.
O corpo funcional é formado por seis homens, com faixa etária entre 20 e 50 anos; O
grau de escolaridade deles varia entre ensino médio e ensino superior, sendo o presidente,
vice presidente e um secretário com ensino superior e os demais com ensino médio. O horário
de trabalho da equipe é de segunda à sexta-feira, das 08h às 17h. Por ser uma equipe muito
pequena e fixa, a ONG não tem uma política de recursos humanos formalizada, contudo
quando chegam voluntários querendo trabalhar, eles oferecem um curso de novas lideranças
LGBT e fazem uma apresentação do local e da função de cada colaborador.
A Mel não possui um organograma definido, porém segundo seu novo Estatuto,
reformulado em 2014, do capítulo IV ao VII, a descrição e atribuições funcionais da equipe
administrativa é dividida em três órgãos, são eles Assembleia Geral, Colegiado Gestor e
Conselho Fiscal.
A Assembleia Geral é a instância deliberativa soberana do Movimento e
ordinariamente é convocada bianualmente para realizar a eleição do Colegiado Gestor e do
Conselho Fiscal, como também para aprovar o balanço financeiro do ano anterior. Quando
necessário, seus membros podem ser convocados extraordinariamente, a pedido dos membros
do Colegiado Gestor ou dos Associados Plenos. São funções da Assembleia Geral: alterar o
Estatuto da ONG; deliberar sobre afastamento ou exclusão de associados; e até mesmo
deliberar a respeito da extinção da MEL. No Artigo 13 do regimento da ONG está descrito
todo o trâmite de funcionamento da Assembleia Geral.
18
Social, ao contrário das empresas privadas, não existe distribuição de lucros com seus
proprietários e não estão sujeitas a controle político direto.
A parte financeira do Terceiro Setor é vista de forma diferente. Enquanto o setor
privado visa apenas ao lucro e ao enriquecimento dos seus donos, para as entidades do
Terceiro Setor é um meio, um instrumento para alavancar as ações que atingirão seus reais
objetivos.
Quanto à concorrência, ela inexiste entre ONGs; o que há é duplicidade de ação, isto é,
quando duas ONGs trabalham no mesmo segmento e na mesma área de abrangência
oferecendo serviços similares/semelhantes. Neste mesmo seguimento temos a ONG Grupo de
Mulheres Lésbicas e Bissexuais Maria Quitéria (GMMQ); A ASTRAPA (Associação das
Travestis Paraibanas), voltada aos interesses de travestis e transexuais; e a mais recente, que
ainda está em fase de formação, MOVBI (Movimento de Homens Bissexuais). Estas ONGs
ficam sediadas em duas pequenas casas localizadas nos fundos da sede da MEL, todas
objetivam a equidade de gênero e cidadania, e também juntas formam o Movimento LGBT.
No quesito produtos e serviços, a MEL não trabalha com nenhum tipo de produto,
oferecendo apenas serviços gratuitos para a comunidade; sua renda é provinda apenas dos
órgãos públicos e doações. Dentre os serviços oferecidos pela MEL, atualmente existem:
.
Serviços assistenciais: quando chegam pessoas procurando a ONG, ela as auxilia, na
busca pelo serviço desejado, como por exemplo: psicólogos, advogados, assistentes
sociais e etc.
Banco de alimentos: o banco de alimentos do município doa alimentos para ONG e ela
repassa às pessoas que são cadastradas.
A MEL não possui um planejamento estratégico, suas técnicas de gestão são pouco
efetivas, pois inexistem metas e objetivos a médio ou longo prazo. Eles alegam que pelo fato
da organização ser muito instável financeiramente, chegando a ter épocas em que o caixa fica
completamente zerado, não há como se planejar a médio e longo prazo porque o futuro é
20
incerto. Por isso o que existe é um planejamento a curtíssimo prazo, de acordo com o dinheiro
disponível naquele momento.
Produtividade
Prestadores Legal
Não- Comprometimento
de serviço Social Bom Capacidade
essencial Satisfação
(Professores) Negócios operacional
21
Bons
contratos
Qualidade
nos serviços
Prestadores Legal prestados
de serviço em Social Ótimo Atendimento Essencial Ética na relação
comunicação Negócios às
necessidades
Entregas
dentro do
prazo
Manutenção Cordialidade
Comunidade Não-
Social Razoável da boa Respeito
Heterossexual essencial
imagem Credibilidade
Manutenção
Comunidade da boa Não-
Social Bom Credibilidade
LGBT imagem essencial
Credibilidade
Confiança
Respeito aos
Ética na relação
acordos
Satisfação
Movimento Social Credibilidade Essencial
Bom Credibilidade
LGBT Parceria Ética na Estratégica
Confiança
relação
Manutenção
Social de Não-
ONGs LGBT Bom Credibilidade
Parceria boa imagem e essencial
parceria
Intelectuais
Manutenção
ligados a Não-
Social Razoável de Credibilidade
questão essencial
boa imagem
LGBT
Obtenção de
Não- Boa relação
Imprensa Social Bom apoio e boa
essencial Ética
imagem
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado no modelo de análise de públicos de Fábio França
2004.
1
In loco é uma expressão em latim, que significa "no lugar" ou "no próprio local" e é equivalente à expressão in
situ. Fonte:< http://www.significados.com.br/in-loco/> Acesso em: 13 de julho de 2014.
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d) Nível de ruídos e poluição: A MEL está localizada em uma avenida principal saneada e
pavimentada, onde existem residências, restaurante, lojas, escola, empresas e etc. Ou seja, há
uma intensa circulação de pessoas e automóveis, logo há muitos ruídos.
movimento LGBT brasileiro, discursou na Câmara dos Deputados em Brasília (DF), junto à
Comissão de Direitos Humanos e Minorias, para reivindicar verbas para programas de
combate à homofobia.
Em 2009, o Governo Federal brasileiro divulgou o decreto que criou a Coordenação
Nacional LGBT, a qual visa cuidar da demanda das políticas públicas voltadas à comunidade
gay. Na ocasião, Fernanda Benvenutty foi um dos três nomes cotados para assumir o posto de
coordenadora desse novo órgão, já que possui experiência com políticas públicas, com foco
em gestão social, assim como conhecimento da causa LGBT.
b) Ritos, festas, confraternizações e cerimônias: A organização afirma não ter qualquer tipo
de mito, e não realiza festas internas, uma vez que se torna inviável por não haver verba para
tal. Além da equipe administrativa ser muito reduzida, é muito difícil reunir os apoiadores da
ONG. Sendo assim, a única festa promovida pela organização é a “Parada Gay” da cidade de
João Pessoa, que é patrocinada por órgãos públicos e empresas privadas. A Parada já está na
sua 13º edição e todo ano apresenta um tema para ser posto em pauta. A Parada do Orgulho
LGBT é uma celebração por todas as conquistas do movimento LGBT nacional e também um
ato de protesto a todo preconceito, toda violência – verbal, física, institucional –, desferida aos
LGBTs de todo o País. Durante o evento também existem atividades educativas, como a
distribuição de preservativos e panfletos orientando sobre a importância da prevenção contra
as DSTs. Segundo o vice-presidente do MEL,
“é um evento que tem uma caracterização política e social de extrema
importância, porque mostra a quantidade de pessoas que não é tão
minoritária assim, e que estão todas nas ruas lutando pelos seus direitos,
mostra também a cultura LGBT, que é diferente. Enfim, é um ato político
muito importante, a distribuição do material educativo para prevenção de
DSTs”.
2.7.3 Folders
Não há uma pessoa responsável para esta função, ou seja, qualquer pessoa da equipe
pode atender. Segundo o 1º secretário, o telefone toca muito pouco e todos estão preparados
para fornecer informações.
2.7.9 Ouvidoria
parcerias na luta pela causa LGBT. Em relação à observância da lei, a ONG se propõe a
cuidar para que todo o funcionamento do espaço e de suas atividades esteja de acordo com as
normas e leis vigentes.
d) Equipe despreparada para atuar nos bairros periféricos da cidade de João Pessoa, onde o
índice de preconceito sexual é mais elevado.
a) A ONG é bem localizada, em uma avenida principal da cidade de João Pessoa (centro),
onde se encontram escolas, lojas, casa de festas e por conta disso tem um grande fluxo de
pessoas;
c) Articula ações voltadas para a prevenção das DST’s, AIDS por intermédio de campanhas
de conscientização direcionadas a jovens e adultos no estado da Paraíba;
2.11.3 Ameaças
2.11.4 Oportunidades
3.1 APRESENTAÇÃO
Desta forma, a pesquisa vai ser de suma relevância para que seja elaborado um
diagnóstico organizacional capaz de analisar a veracidade das hipóteses levantadas através do
briefing2, contribuindo para definir as melhores ações e estratégias que deverão compor o
programa de Relações Públicas, o qual terá como objetivo sanar os problemas
comunicacionais da organização.
3.2 JUSTIFICATIVA
2
O briefing é um conjunto de informações, uma coleta de dados, passadas em uma reunião para o
desenvolvimento de um trabalho, documento, sendo muito utilizado em Administração, Relações Públicas e na
Publicidade. O briefing deve criar um roteiro de ação para criar a solução que o cliente procura, é como mapear
o problema, e com estas pistas, ter ideias para criar soluções.
Fonte:<http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/o-que-e-briefing/48469/> Acesso em: 11 de julho
2014.
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necessidade de se ter uma boa comunicação com seus públicos para garantir o bom
funcionamento da organização e a sua sobrevivência. Por meio das entrevistas e coleta de
dados realizadas na Mel, foram evidenciados alguns possíveis problemas da organização.
Todavia, o briefing por si só não é suficiente para confirmar ou refutar tais hipóteses,
necessitando, assim, da realização de uma pesquisa de opinião voltada para os públicos que se
encontram afetados por tais problemáticas.
problemáticas em todos os outros setores. Para melhor elucidar esta situação, foi desenvolvida
uma pirâmide que ilustra as hipóteses de problemas que podem estar sendo vivenciados
atualmente pela MEL.
Administração deficitária: Através das entrevistas realizadas foi possível notar que não existe
um planejamento prévio para a resolução de problemas financeiros, de gestão interna e
administrativos;
Dificuldade de comunicação com seus públicos externos: A Mel não tem a preocupação de
estabelecer relacionamentos mais profundos com este público, uma vez que é utilizada uma
comunicação de mão única, onde a MEL apenas envia informações e não tem a preocupação
de escutar o feedback3 desses públicos.
3.4 OBJETIVOS
Analisar possíveis problemas de aproximação da ONG com seus alunos, e seu público
externo de maneira geral;
3.5 METODOLOGIA
3
Feedback é uma palavra inglesa que significa realimentar ou dar resposta a uma determinado pedido ou
acontecimento. Fonte<http://www.significados.com.br/feedback/> Acesso em: 02 dezembro 2014.
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GESTOR G
C1
COLABORADORES C2
C3
C4
A1
A2
ALUNOS A3
A4
A5
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
individualmente com cada colaborador da Mel, e foram abordados temas como gestão,
comunicação, capacitação, inovação e rentabilidade da organização.
A partir das informações coletadas e do cruzamento de dados obtidos por meio das
entrevistas, percebe-se que um dos principais problemas enfrentado pela organização em seu
ambiente interno é a grande instabilidade financeira. Essa instabilidade não só gera conflitos,
como também é a causa de vários outros problemas vivenciados atualmente pela organização.
Na entrevista com um dos principais gestores, ficou explícito que a ONG depende única e
exclusivamente dos fundos arrecadados do governo através dos editais e das doações de
pessoas físicas. Esta situação é decorrente do despreparo da equipe para elaborar estratégias
de captação de recursos que fogem à esfera estatal. Essa circunstância é facilmente
identificada nas seguintes falas:
[...]quando não conseguimos nenhum edital, não temos de onde tirar dinheiro, quem
está de fora, pensa que o movimento é uma maravilha, é essa lindeza toda, que
esbanjamos dinheiro. Mas na verdade, é que muitas vezes, a gente tira dinheiro do
nosso próprio bolso para pagar as contas, ou então, pedimos ajuda a alguns
deputados que conhecemos[...]. [G]
[...]já existiram momentos que nem local para uma sede a gente tinha (sic), porque
não tinha dinheiro para pagar aluguel, ai as reuniões fazíamos nas nossas próprias
casas[...]. [C1]
Outro ponto a ser considerado como fonte de vários problemas é que alguns
indivíduos do corpo gestor da Mel não aceitam a forma de “gestão colegiada” adotada pela
organização. Neste novo modelo, as diversas decisões sobre gestão são tomadas por um grupo
e não mais por uma única pessoa, visto que tal modelo é, pois ajuda a minimizar falhas
administrativas. Porém, a falta de maturidade e o amadorismo administrativo da equipe
gestora da Mel têm gerado vários conflitos, uma vez que eles não conseguem entrar em
consenso na tomada de decisões, e muitas vezes alguns colaboradores realizam ações
individualizadas e que não foram acordadas previamente com os outros.
As várias ocorrências desses conflitos podem resultar na segregação da equipe,
insatisfações no ambiente de trabalho e num caso mais extremo na morte da organização. Ao
reunir as informações das entrevistas dos colaboradores, vemos que os principais choques e
conflitos são com o principal gestor da ONG, o qual adota uma postura individualista e não
aceita opiniões que são divergentes das suas, querendo muitas vezes utilizar de seu cargo para
impor suas opiniões aos demais integrantes do corpo gestor. Esta situação fica bastante
evidente nas seguintes falas:
44
[...]a gente sempre dialoga o que vai fazer, a maioria das propostas é o presidente
que traz, mas a gente não acata às vezes, por ver que certas pautas não cabem a Mel
está entrando, ai gera brigas, acaba sujando o movimento, existem esses choques,
mas depois fica tudo bem [...]. [C1]
[...]de vez em quando ele ainda é muito individual, é só para ele. Aí temos que
mostrar para ele, olha somos uma equipe! Não só ele, mas o vice de vez em quando
também é, as vezes o presidente decidia uma coisa e o vice outra, ai quando chegava
na hora batia de frente um com o outro [...]. [C3]
[...]são muitas opiniões diferentes, cada um quer fazer de um jeito. A gente enquanto
instituição decide fazer uma coisa, ai vai outra pessoa e faz tudo diferente do que a
gente já tinha combinado, ai acaba gerando brigas[...]. [C1]
Ainda sobre os pontos desfavoráveis da Mel, evidenciados a partir das análises das
entrevistas, também podem ser citados a falta de capacitação para os colaboradores, como
relata um dos entrevistados,
Além disso outro ponto desfavorável refere-se ao pequeno número de pessoas para
realizar um grande número de tarefas. A ONG não conta com auxilio de voluntários, exceto
com os dois colaboradores que fazem parte do corpo gestor, pois fazem parte da história da
Mel, e são voluntários fixos devido a seu compromisso com organização, os quais têm seus
nomes vinculados à diretoria. Essa falta de voluntários é devido ao despreparo da organização
em criar ações para consegui-los, como relata o gestor “Nunca pensamos em nenhuma ação
para conseguir voluntários, mas se eles quiserem vir, serão bem vindos!”[G]. Essa falta de
contingente sobrecarrega a equipe gestora, a qual tem que ficar responsável por inúmeras
atividades, internas e externas. Essa questão fica clara nas seguintes falas:
[...] não, na atual conjuntura que se encontramos agora(sic) a gente só tem cinco
pessoas nessa instituição, oficializado. Seria bom mais pessoas para dividir as
tarefas [...]. [C1]
[...]eu faço mil e uma coisas, eu sou bombril, mil e uma utilidades, sou secretário
mas ajudo em tudo [...]. [C3]
45
Por fim, no que concerne aos instrumentos de comunicação utilizados pela Mel, foi
perceptível na pesquisa junto aos colaboradores e alunos que eles são utilizados sem haver a
preocupação de adequar o instrumento correto a determinado público, assim como também
não são feitas avaliações sobre o resultado dos instrumentos de comunicação dirigida
utilizados. Em decorrência deste fato, a Mel não tem conseguido alcançar seus públicos com
eficiência. Tal análise foi evidenciada nas seguintes falas:
[...] falamos com o diretor da escola uma vez, e tentamos fazer uma capacitação com
os alunos, mas não deu muito certo, o diretor permitiu apenas com os professores e
não nos deu abertura aos alunos [...]. [G]
[...] olha não vou mentir para você, a gente não faz avaliação não, até porque não
temos tempo, apenas realizamos as ações e depois registramos em ata o que foi feito
[...]. [G]
[...] quadro de avisos, telefone, mas principalmente as redes sociais, no meu caso eu
tive que me atualizar um pouco, porque eu tinha um celular que não pegava nem
Facebook nem whatsapp, então quando a gente não tem crédito ou bônus se
comunicamos (sic) pelo Facebook [...]. [C2]
[...] já utilizamos cartazes, panfletos, tv, como foi o caso das campanhas, mas as
informações em geral, passamos pelo face mesmo [...]. [C1]
Desta forma, a utilização errônea desta ferramenta pode gerar um efeito inverso,
gerando falta de credibilidade e confiabilidade na organização.
46
Foram entrevistados alguns alunos de dois mini-cursos oferecidos pela Mel nos meses
de agosto e setembro de 2014. Segundo o presidente e alguns colaboradores, não havia
nenhum tipo de problema ou conflito com esses alunos. No entanto, depois da realização das
entrevistas foram evidenciados os problemas de comunicação no que diz respeito ao feedback
dos alunos para ONG.
No primeiro momento foi inquirido aos entrevistados se eles já teriam utilizado algum
outro serviço prestado pela Mel, como, por exemplo, a assessoria que a Mel oferece a pessoas
vítimas de preconceito sexual e de gênero. Nesta etapa dois dos respondentes disseram que já
sofreram esse tipo de preconceito, porém não procuraram a Mel. Como podemos observar nas
seguintes falas:
Uma vez meu pai quis me bater porque viu uma mensagem do meu namorado no
meu celular, e ele não sabia que eu era gay [...] Não procurei a Mel porque eu
mesmo resolvi, e tive medo que eles quisessem entrar em contato com meu pai. [A4]
No tempo em que eu fazia ensino médio, alguns alunos do terceiro ano ficavam
soltando piadinhas para mim, mas nada grave demais, deixei para lá e pronto. [A1]
Diante destes trechos de fala, é notório que a Mel possui, dentre seus próprios alunos,
pessoas que precisam de uma atenção especial, porém a organização não tem ciência por
causa das falhas comunicacionais. A Mel não tem a preocupação em escutar o feedback do
público externo sobre os serviços ofertados.
Outro fator relativo a uma comunicação ineficiente é o pouco número de alunos nos
cursos de auxiliar administrativo e libras. Apesar dos cursos serem totalmente gratuitos, só
possuem onze e nove alunos consecutivamente. Este fato foi decorrente da pouca divulgação,
constatada nas seguintes falas:
[...] eu fiquei sabendo do curso pelo grupo do facebook da Mel, eles postaram no
grupo e eu vim aqui me informar [...]. [A2]
[...] talvez eles devessem divulgar mais os cursos, porque tem pouca gente, na minha
turma mesmo só são nove pessoas, e alguns faltam de vez em quando (sic) [...]. [A5]
Também foi detectado que apesar da Mel não ter a preocupação em ouvir os alunos,
eles se mostraram satisfeitos com os cursos. Esta satisfação é perceptível nas seguintes falas:
[...] Muito bom o curso, a professora é muito boa, vai me ajudar bastante para
conseguir um emprego [...]. [A1]
47
[...] Eu gostei, acho que depois eles deveriam fazer um curso de fotografia, seria
perfeito [...]. [A4]
Por fim, devido à grande falta de voluntários na ONG, foi perguntado aos
entrevistados se eles já teriam pensado sobre serem voluntários na Mel, e foi perceptível que
embora eles tivessem boa vontade em ajudar, eles não queriam se comprometer em serem
voluntários fixos, mas que poderiam ajudar pontualmente, em algumas atividades. Essa
situação é evidente nas seguintes falas:
[...] Sim já pensei, mas trabalho de manhã, e tenho outras atividades, não vou me
comprometer com o ONG e depois não cumprir, entende? [...]. [A3]
[...] Rapaz, eu nunca tinha pensado não, mas aqui tem muitos eventos que eles têm
que ir, e eu não tenho tanta disponibilidade, mas se eles precisarem de alguma ajuda,
eu posso ajuda-los no que eu puder [...]. [A5]
[...] Assim, para ter que ficar vindo toda semana eu não posso, mas eu ajudaria sim,
se eles precisassem de mim [..]. [A2]
Sendo assim, foram identificadas na pesquisa pessoas com as quais a Mel pode ter um
apoio para realizar determinadas ações.
48
5 DIAGNÓSTICO
de receber o feedback dos seus públicos. Este tipo de postura faz com que a organização não
consiga saber se a mensagem que ela quis transmitir foi recebida e nem se obteve o resultado
esperado. No tocante aos instrumentos de comunicação dirigida, eles são utilizados na maioria
das vezes sem nenhum planejamento prévio, e sem avaliações posteriores.
Essa ineficiência no uso dos instrumentos de comunicação dirigida reflete no
distanciamento do público externo pela falta de informações, na dificuldade em firmar
parcerias com as escolas da rede pública da cidade de João Pessoa, na dificuldade em
conseguir voluntários, assim como também pode gerar conflitos no ambiente interno.
Durante a realização da pesquisa, foram confirmados pontos negativos, assim como
também, foram identificados pontos positivos. Como elementos positivos identificam-se a
empatia da equipe de colaboradores com os as pessoas que procuram a ONG, o bom
relacionamento desse grupo mesmo diante dos conflitos internos e a localização de fácil
acesso no centro da cidade de João Pessoa.
Levando em consideração os pontos negativos, estes devem ser ponderados. Foi
constatada a necessidade de se fazer treinamentos e capacitações para os colaboradores, a
respeito de rotinas administrativas e atendimento, e procurar um especialista para capacitar
um colaborador acerca de leis de incentivos fiscais e outros temas afins, para torná-lo capaz
de criar estratégias para captação de recursos. Também foi detectada a necessidade de
elaborar a missão, visão e valores, bem como construir um planejamento estratégico a médio
e longo prazo.
A partir das informações coletadas e das hipóteses confirmadas após o projeto de
pesquisa, foi notória a necessidade da Mel de conhecer, mais profundamente, os seus públicos
e de planejar adequadamente os seus instrumentos de comunicação dirigida. Por essa razão, é
imprescindível o desenvolvimento de um Programa de Relações Públicas para o Movimento
do Espírito Lilás (Mel), com o intuito de consolidar a sua imagem no cenário paraibano
enquanto entidade que defende e luta pelos direitos LGBT, bem como estreitar os seus
relacionamentos com seus diversos públicos.
50
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
torna-se necessário para as organizações, pois este auxiliará o processo das funções
administrativas internas, assim como também o relacionamento das organizações com o meio
externo. Para Kunsch (2006, p.36)
as pessoas pensam da organização e uma clarificação das políticas a respeito daquilo que afeta
a opinião pública, o trabalho básico está estabelecido.”(1995, p.11) LESLY. Posteriormente, é
só pensar em um programa de Relações Públicas adequado para solucionar os problemas
encontrados.
Ainda nesse contexto de fases e de processos otimizados de RP, Lesly (1995)
apresenta o seguinte quadro:
Promovendo desta forma as relações públicas eficientes, que para Chiavenato e Sapiro
(2003, p. 40), têm-se as seguintes definições:
No Brasil, o Terceiro Setor tem sua origem vinculada à Igreja Católica, que promovia
ações filantrópicas nos campos da educação e da saúde, como, por exemplo, as Santas Casas 4
4
A Santa Casa de Misericórdia foi uma idéia trazida de Portugal, com o intuito de que a sociedade criasse um
hospital para atender a população carente, sendo instituições sem fins lucrativos que tem como objetivo, prestar
serviço de preservação à saúde a toda comunidade, procurando sempre o bem estar do doente hospitalizado.
Fonte:< http://www.coremesantacasarp.com.br/page_1.html> Acesso em:15 de julho de 2014
54
Desta forma, surgem as Relações Públicas comunitárias, que são aquelas realizadas na esfera
das organizações que constituem o Terceiro Setor. Para Kunch (2003) a comunicação é
essência em todas as organizações, tanto nos relacionamentos com os públicos aos quais ela
está ligada, como também é fundamental para agir de formar integrada com a administração
interna.
55
visa buscar as melhores formas para gerenciar as ações estratégicas das organizações
, tendo por base as demandas sociais e competitivas, as ameaças e as oportunidades
do ambiente, para que a tomada de decisões no presente traga os resultados mais
eficazes possíveis no futuro.
Portanto, as Relações Públicas no Terceiro setor serão de suma importância para desempenhar
um papel articulador entre as estratégias de ações e seus públicos, para direcionar o
planejamento, assim como também para auxiliar o cumprimento de sua missão perante a
sociedade, ajudando desta maneira as organizações a conseguirem perpassar os obstáculos
deste setor.
5
Expressão originalmente usada como título de um dos capítulos do livro “Relações públicas no modo de
produção capitalista” (PERUZZO, 2004b).
56
7.1 TÍTULO
7.2 JUSTIFICATIVA
7.3 OBJETIVOS
7.3.2Objetivos Específicos
7.4 PÚBLICOS-ALVOS
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Colaboradores;
Alunos da Mel;
Apoiadores;
Público LGBT da Paraíba;
Governo Municipal e Estadual (Secretaria de Educação e Secretaria de Saúde);
Imprensa Local.
7.5AÇÕES
Público-alvo: Colaboradores.
Objetivo: Capacitar a equipe para gerir a organização, bem como instruí-los a utilizar de
forma correta o modelo de gestão adotado.
Justificativa: A forma de administrar uma organização é de suma importância, pois será ela
que determinará o crescimento ou a decadência da mesma. Desta forma, é de grande
relevância que os colaboradores da Mel estejam capacitados para fazerem fluir de forma
eficiente o seu modelo de gestão colegiada. Estas capacitações serão realizadas através de
treinamentos, cursos ou oficinas por empresas especificas que prestam serviços nesta área.
Público-alvo: Colaboradores.
editais dos quais a Mel tem conseguido participar são em sua grande maioria os relativos à
saúde pública do homem, porém eles aparecem com pouca frequência e isto tem ocasionado
uma imensa instabilidade financeira na ONG. Por essa razão, torna-se imprescindível uma
capacitação que propicie aos seus colaboradores um conhecimento mais aprofundado sobre as
formas de obtenção e mobilização de recursos junto à iniciativa privada.
Justificativa: Para melhor estabelecer uma rede de relacionamentos, será elaborada uma lista
de contatos com nomes, endereços, telefones, e-mails dos usuários, órgãos públicos e
entidades, sendo organizados de acordo com prioridades que sejam interessantes para a Mel, a
fim de se estabelecer uma maior proximidade. O cadastro poderá ser feito de modo
informatizado através de Excel ou programas específicos.
Objetivo: Conseguir pessoas, com formação acadêmica, que possam prestar serviços como
voluntários da Mel.
Objetivo: Reformulação da missão da Mel, bem como criar sua visão e seus valores para que
se possa ressaltar as qualidades da organização, divulgando e tornando importante para os
funcionários bem como para o público visitante.
f) Roda de diálogos
Objetivo: Aproximar os alunos da Mel, bem como aprofundar o conhecimento sobre este
público-alvo.
de permitir a aproximação dos alunos, também terão uma importante função na avaliação dos
minicursos oferecidos.
Objetivo: Informar os públicos, bem como valorizar e dar mais credibilidade à imagem
institucional da ONG.
Justificativa: Um site institucional pode ser utilizado para que uma organização possa
informar sua razão de ser, promover sua imagem e identidade organizacional, adotando uma
postura mais estratégica. Isto posto, o site será de suma importância para que ONG possa
informar e fortalecer suas relações com seus variados públicos.
Objetivo: Informar as ações da Mel, fortalecer sua imagem organizacional, bem como
estreitar relacionamentos com seus públicos estratégicos através do diálogo.
Desta forma, faz-se necessária a criação de uma fanpage que possibilitará a Mel
estreitar seus relacionamentos e fazer com que a divulgação da organização obtenha um maior
alcance.
62
8.1.1 Tema
8.1.2 Justificativa
6
De acordo com os dados da consultoria eMarketer em agosto de 2014 acessado em 16 de novembro de 2014.
Disponível em: http://olhardigital.uol.com.br/noticia/43687/43687 Acesso em 17 de Julho de 2014.
63
estas informações e vantagens estão inacessíveis à Mel, porque atualmente eles têm utilizado
apenas um perfil pessoal.
8.1.3 Público-alvo
a) Público interno:
- Gestores;
- Colaboradores;
- Apoiadores;
- Alunos dos cursos oferecidos pela MEL.
b) Público externo:
- Público LGBT da cidade de João Pessoa;
- Comunidade em geral.
8.1.4 Objetivos
8.1.5 Estratégias
64
A fanpage será criada por um gestor de mídias sociais e, logo após a sua criação, será
feita uma análise de possíveis temas e conteúdos que irão ser veiculados nesta ferramenta de
comunicação dirigida. Após a consolidação da página junto aos seus públicos, a alimentação e
manutenção dessa fanpage poderá ser realizada pela Mel. Aqui cabe a sugestão de utilizar a
cartilha do SEBRAE que trata especificamente da elaboração e gestão de fanpages, disponível
atualmente no site dessa instituição.
Para divulgação inicial da fanpage, será necessária a contratação de um gestor de
mídias sociais ou um profissional com competência nessa área para torná-la conhecida. Este
gestor deverá atuar durante o prazo mínimo de três meses, para divulgá-la nos principais sites,
blogs e mídias LGBT, onde se encontram os seus principais públicos. Assim, a Mel
conseguirá interagir com um grande número de pessoas e estabelecerá relações com elas.
8.1.6 Cronograma
a) Recursos Humanos:
b) Recursos Materiais:
c) Recursos Financeiros:
65
Não houve quaisquer custos para a criação da fanpage, pois a mesma foi criada por um
profissional que aceitou realizar o trabalho como voluntário.
66
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho torna-se importante, uma vez que fornece ao discente de graduação em
Relações Públicas um aprendizado prático, no qual ele pode vivenciar os desafios e problemas
de uma organização real. Neste cenário, fica explícita a importância de um Programa de
Relações Públicas para a ONG MEL, que enfrenta diversas dificuldades nos relacionamentos
com seus públicos-alvos e no uso dos instrumentos de comunicação dirigida.
Após uma extensiva coleta de dados, foram detectados vários conflitos dentro do
ambiente organizacional da MEL, os quais foram confirmados posteriormente à pesquisa de
opinião e em seguida os mesmos foram trabalhados de forma estratégica, visando à sua
solução. Destarte, foi notório que a comunicação estratégica apresenta soluções diversificadas
para diferentes tipos de problemas e conflitos, desde os mais básicos até os mais complexo.
Sendo assim, as ações propostas no Programa irão contribuir para que a organização consiga
atingir de forma mais plena, com maior eficácia e eficiência, os seus objetivos e metas,
sempre agindo de forma estratégica dentro da missão que foi traçada para orientar o seu
desenvolvimento e suas conquistas.
A parceria firmada com o Movimento do Espírito Lilás, a partir do planejamento e
execução deste trabalho foi de grande relevância, visto que o envolvimento com a mesma
abriu novos horizontes, possibilitando vislumbrar o quão importante e fundamental é o
trabalho de um profissional de Relações Públicas no Terceiro Setor.
Por fim, a realização deste trabalho possibilitou colocar em prática todo o conteúdo
vivenciado na vida acadêmica, como também permitiu compreender que as Relações Públicas
tendem a lidar com novos desafios e meios que estão em constante transformação.
67
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Adriana. A origem das Relações Públicas foi por necessidade, 2010.
Disponível em: <http://webinsider.com.br/2010/19/a-origem-das-relacoes-publicas-
necessidade-das-empresas/>. Acesso em 17 de Julho 2014.
FERNANDES, Rubem César. Privado Porém Público: o Terceiro Setor na América Latina.
Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.
FERNANDES, Rubem César. O que é terceiro setor? In: IOSCHPE, E. B. et al. (Orgs.)
Terceiro setor: desenvolvimento social sustentável. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
Disponível em: <www.rits.org.br/idac.rits.org.br/iadc>. Acesso em 14 de Julho de 2014.
FISCHER, Rosa Maria & FALCONER, Andrés Pablo. Desafios da Parceria Governo
Terceiro Setor. Escola de Serviço Social da UFRJ, 1998. Disponível em: <
http://empreende.org.br/pdf/ONG%27s,%20OSCIP%27S%20e%20Terceiro%20Setor/Desafi
os%20da%20Parceria%20Governo%20Terceiro%20Setor.pdf> Acesso em 17 Julho de 2014.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
HENRIQUES, Marcio Simeone. Comunicação e estratégias de mobilização social. 2ª ed.
Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Obtendo resultados com Relações Públicas. 2ª ed.
São Paulo: Pioneira, 2006.
PINHO, Júlio Afonso de Sá. Gestão da informação no Terceiro Setor: o caso do projeto
garotada solidária ONG Amazônia. 2013. Artigo (ENACIB) Disponível em: <
http://enancib2013.ufsc.br/index.php/enancib2013/XIVenancib/paper/view/7> Acesso em 8
de Julho de 2014.
QUINTEIRO, Eudosia Acuña. Um sensível olhar sobre o terceiro setor. São Paulo:
Summus, 2006
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
CAPÍTULO I
DA DENOMINAÇÃO, DA SEDE E DAS FINALIDADES
Art. 1º. O Movimento do Espírito Lilás – MEL – é uma instituição de direito privado, sem fins
econômicos, com duração por tempo indeterminado, fundada em 06 de março de 1992, e
sediada na Rua Almirante Barroso, nº 757, Centro, João Pessoa, Paraíba, com foro na
Comarca de João Pessoa/PB.
Art. 2º. A associação tem por finalidade promover e defender a cidadania e os direitos
humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
Art. 3º. Para a satisfação de suas finalidades, o Movimento do Espírito Lilás possui os
seguintes objetivos:
I – Realizar o controle social de políticas públicas direcionadas para a população de
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, em todos os níveis de gestão;
II – Combater a homofobia, lesbofobia, bifobia, transfobia e todas as demais formas de
discriminação e preconceito em razão de orientação sexual, identidade de gênero, cor, tnia,
origem, religião, entre outros;
III – Favorecer o intercâmbio e apoiar as ações de outras organizações que visem à defesa
e promoção dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais
(LGBT);
IV – Promover ações educativas, a partir dos princípios pedagógicos da educação popular,
para a promoção da cidadania e dos direitos humanos de LGBT, de pessoas com
deficiência, de mulheres, da criança e do adolescente, do idoso, da população negra,
população indígena e de outras populações e grupos socialmente vulneráveis;
V – promover práticas formativas acerca da promoção da saúde e da prevenção de
doenças, com ênfase nos seguintes eixos:
• Saúde integral da população LGBT;
• Saúde do homem;
71
CAPÍTULO III
DOS ASSOCIADOS
Art. 4º. Pode ser associada da instituição quaisquer pessoas civilmente capazes.
Art. 5º. Para associação, far-se-á necessário o preenchimento de ficha contendo os dados
do associado, que deverá assiná-la, a qual será visada pelos membros do Colegiado Gestor
da instituição.
Art. 6º. O quadro social será composto das seguintes categorias:
I – Associados Fundadores, que são todas as pessoas que se declararem homens gays e
bissexuais no momento que assinaram a ata de fundação da instituição;
II – Associados Plenos, que são todas as pessoas que se declararem homens gays e
bissexuais que se associaram após o ato de fundação da instituição;
72
III – Associados Colaboradores, que são todas as pessoas que se declararem de outras
identidades que não seja a de homens gays e bissexuais que se associaram após o ato de
fundação da instituição;
IV – Associados Amigos(as), que são todas as pessoas que, muito embora não se associem
à instituição, colaboram para o desenvolvimento de suas ações.
Art. 7º. São direitos das pessoas associadas, exceto dos Associados Amigos e Associados
Colaboradores:
I – Votar e ser votado para a composição do Colegiado Gestor e respectivamente para o
Conselho Fiscal da entidade, podendo participar ativamente das ações propostas pelo
Colegiado Gestor, pode o associado integrar chapa para concorrer ao mesmo Colegiado
desde que conte com mais de 180 (cento e oitenta) dias da data em que sua ficha de foi
preenchida e apresentada ao Secretário ou Coordenador Geral.
II – Participar, com direito a voz e voto, de Assembléia Geral, das sessões e reuniões;
III - Solicitar, por escrito, do Colegiado Gestor e do Conselho Fiscal esclarecimentos e
informações acerca das atividades desenvolvidas pela instituição bem como acesso a
quaisquer documentos do arquivo permanente do MEL, propondo, se for o caso, medidas
que julgue do melhor interesse da mesma;
VI – Convocar Assembleia Geral, nos termos do presente Estatuto;
V – Desligar-se da instituição a qualquer tempo, devendo comunicar verbalmente e por
escrito tal medida ao Colegiado Gestor.
Art. 8º. São direitos das pessoas associadas na categoria Associados Amigos:
I – Participar, com direito a voz, de Assembléia Geral, das sessões e reuniões;
II – Solicitar, por escrito, do Colegiado Gestor e do Conselho Fiscal esclarecimentos e
informações acerca das atividades desenvolvidas pela instituição bem como acesso a
quaisquer documentos do arquivo permanente do MEL, propondo, se for o caso, medidas
que julgue do melhor interesse da mesma;
III - Desligar-se da instituição a qualquer tempo, devendo comunicar verbalmente e por
escrito tal medida ao Colegiado Gestor.
Art. 9º. São direitos das pessoas associadas na categoria Associados Colaboradores:
I – Ter acesso a livros de atas e outros documentos da instituição;
II – Solicitar, por escrito, do Colegiado Gestor e do Conselho Fiscal esclarecimentos e
informações acerca das atividades desenvolvidas pela instituição bem como acesso a
quaisquer documentos do arquivo permanente do MEL, propondo, se for o caso, medidas
que julgue do melhor interesse da mesma;
IV - Desligar-se da instituição a qualquer tempo, devendo comunicar verbalmente e por
escrito tal medida ao Colegiado Gestor.
Art. 10. São deveres das pessoas associadas:
73
CAPÍTULO IV
DA ADMINISTRAÇÃO
CAPÍTULO V
DA ASSEMBLEIA GERAL
Art. 13. A Assembleia Geral, instância deliberativa soberana do Movimento do Espírito Lilás
– MEL é composta da reunião de seus associados, conforme estabelecido por este Estatuto.
§1º. A Assembleia Geral será convocada, ordinariamente, a cada 02 (dois) anos, para
eleição dos membros do Colegiado Gestor e do Conselho Fiscal, bem como para aprovação
do balanço financeiro do Colegiado Gestor anterior à atual.
§2º. A Assembléia Geral poderá reunir-se em caráter extraordinário, a pedido de maioria
simples dos membros em exercício do Colegiado Gestor ou de um quinto dos Associados
Plenos, para tratar de questão de interesse da instituição.
§3º. Sem prejuízo do disposto no §1º, compete privativamente à Assembléia Geral:
I – promover a alteração deste Estatuto;
74
CAPÍTULO VI
DO COLEGIADO GESTOR
Art. 14. O Movimento do Espírito Lilás – MEL é dirigido por um Colegiado Gestor, dividido
em duas instâncias: Coordenação Executiva formada pelo Coordenador Geral, secretário e
tesoureiro com respectivos suplentes. Tal Coordenação é auxiliada em suas ações por uma
Coordenação Administrativa, por sua vez estruturada por quatro Coordenadores: um
Coordenador de Articulação política, um Coordenador de Eventos e Comunicação, um
Coordenador de Projetos e Convênios e um Coordenador de Patrimônio, os membros da
Coordenação Administrativa serão empossados mediante ao regimento interno. Somando
em sete membros que compõem tal colegiado.
Art. 15. A Coordenação Executiva do Movimento do Espírito Lilás – MEL – será escolhida
em eleição e seu mandato corresponde 02 (dois) anos.
§1º. O processo de escolha do Colegiado Gestor será feito mediante voto direto e secreto,
assegurando a participação de todos os associados aptos a votar.
§2º. As chapas concorrentes à eleição do Colegiado Gestor e do Conselho Fiscal devem
formalizar sua inscrição junto à mesa diretora da Assembleia Geral Ordinária em listagem
única.
75
§3º. Cabe à mesa diretora da Assembleia Geral Ordinária conduzir o processo eleitoral,
computar os votos e proclamar os resultados, a qual será composta por Presidente e
Secretário, nomeados para estas funções 30 (trinta) dias antes da convocação.
§4º. É considerado eleito Colegiado Gestor do Movimento do Espírito Lilás a chapa que
obtiver a maioria simples dos votos válidos.
§5º. O Colegiado Gestor eleito será empossado após o anúncio do resultado da votação
pela mesa diretora da Assembleia.
§6º. Encerrado o mandato, uma gestão tem até 03 (três) meses para apresentação da
prestação de contas, a qual será apreciada pelo Conselho Fiscal eleito.
Art. 16. Compete ao Colegiado Gestor:
I – elaborar e executar o plano anual e atividades;
II – elaborar e apresentar, à Assembleia Geral, o relatório anual;
III – dialogar com instituições públicas e privadas para mútua colaboração em atividades de
interesse comum.
Art. 17. Compete ao Coordenador Geral:
I – tratar dos assuntos de interesse da associação, representando-a ativa e passivamente,
judicial e extrajudicialmente;
II – representar a instituição junto a outras instituições e órgãos governamentais, podendo
delegá-lo a qualquer Associado Pleno;
III - assinar, junto ao Coordenador Financeiro, cheques e outros documentos que impliquem
responsabilidade financeira da associação.
Art. 18. Compete ao Secretário e seu suplente:
I – substituir o Coordenador Geral em suas faltas e impedimentos;
II – despachar o expediente, e guardar livros de atas e fichas de registro de associados,
bem como os outros documentos da instituição, inclusive seu arquivo;
III – lavrar as atas das Assembleias e demais sessões da associação e da Diretoria
Executiva;
IV – ler o expediente e os documentos e demais atos a serem divulgados durante as
sessões;
V – realizar o preenchimento da ficha de cadastro de novos(as) associados(as).
Art. 19. Compete ao Tesoureiro e seu suplente:
I – gerir os interesses financeiros da instituição;
II – assinar, junto ao Coordenador Geral, cheques e outros documentos que impliquem
responsabilidade financeira da associação.
Art. 20. Compete ao Coordenador de Articulação Política e prestar serviços de advocacy
junto ao Poder Público, bem como articular o fortalecimento institucional do MEL em
conjunto com outras organizações populares.
76
CAPÍTULO VII
DO CONSELHO FISCAL
Art. 24. O Conselho Fiscal é constituído por quatro membros titulares e dois membros
suplentes, juntamente com os membros da Coordenação Administrativa os membros do
Conselho Fiscal serão empossados mediante ao regimento interno.
Art. 25. Compete ao Conselho Fiscal:
I – opinar sobre questões de interesse da associação;
II – convocar Assembleia Geral Extraordinária, quando de situações excepcionais, por
decisão da maioria simples de seus membros;
III – apreciar e emitir parecer, por escrito, sobre as contas da associação.
Art. 26. Nas Assembleias Gerais Ordinárias, o Colegiado Gestor deve apresentar as contas
bienais com anuência do Conselho Fiscal, cabendo às referidas assembleias deliberar sobre
as prestações apresentadas.
Parágrafo Único. O Colegiado Gestor fica obrigado a fornecer ao Conselho Fiscal quaisquer
documentos e informe de caráter financeiro que este requisitar para a realização de suas
funções.
77
CAPÍTULO VIII
DO PATRIMÔNIO SOCIAL
Art. 27. O Patrimônio Social será constituído de bens móveis, imóveis, veículos.
§1º. O Movimento do Espírito Lilás não distribuirá quaisquer participações do patrimônio
social ou excedentes operacionais a associados, diretores, empregados ou doadores.
§2º. Se o Movimento do Espírito Lilás vier a ser dissolvido, seu patrimônio social será
totalmente revertido para entidades sem fins lucrativos dotadas de qualificação e objetivos
compatíveis.
CAPÍTULO IX
FONTES DE CUSTEIO
CAPÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Parágrafo Único. Ocorrendo a dissolução, o fundo social será totalmente revertido para
entidades sem fins lucrativos dotadas de objetivos compatíveis com as do Movimento do
Espírito Lilás.
Art. 31. Os casos omissos serão resolvidos pelo Colegiado Gestor, por maioria simples de
seus membros.
_______________________________________
79
7-Após as ações comunicacionais realizadas pela ONG junto aos seus públicos, existe
uma avaliação das mesmas? Como ela é realizada?
8-A Mel já realizou pesquisas de opinião pública para conhecer o perfil de algum dos seus
públicos-alvo? Em caso afirmativo como isso ocorreu?
9-Existem ações e estratégias, utilizadas pela ONG para atrair voluntários? Explicite-as
11- Sabemos que a Mel pretende desenvolver atividades educativas junto a escolas da rede
pública de ensino. Como é realizada a abordagem entre a ONG e as escolas com as
quais deseja firmar parcerias?
12- Na sua opinião, quais os principais obstáculos já encontrados pela ONG junto aos
responsáveis pela rede pública de ensino municipal?
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1-Você tem necessidade de receber algum tipo de treinamento/curso para exercer sua
função na Mel?
3-As suas atribuições administrativas na ONG são fixas ou flexíveis? Alguma vez você já
desempenhou ou respondeu por funções incompatíveis com a sua formação? Comente.
5-Como você avalia a remuneração recebida pelo trabalho que realiza na MEL?
10- Na sua opinião a rotatividade de funcionários, na mel, pode ser considerado como
baixo, médio ou alta? Comente.
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4-Você conhece alguém que já necessitou do amparo da Mel para resolver algum tipo de
problema? Em caso afirmativo, ele foi solucionado?
5-Você teria alguma sugestão a fazer voltada para a melhoria dos serviços prestados pela
Mel? Sugere algum serviço que seria importante e que a ONG atualmente não oferece
ao público LGBT?
7-Você gostaria que houvesse mais cursos abordando outros temas e/ou outros assuntos?
Em caso positivo, quais?
10-Você conhece e participa do perfil mantido pela Mel no facebook? Tem alguma
sugestão para reforçar e/ou melhorar essa presença da Mel nas mídias sociais?
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