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UM SOZINHO NA MULTIDÃO

Desde janeiro, quando o jornalista Batista Custódio enclausurou-


se na biblioteca de sua casa para escrever SagaSonho e ninguém
mais o viu nas ruas nesses 10 meses, nem ele compareceu à redação
do Diário da Manhã, preocupei-me com a sobrevivência do jornal.
Pois é comum, nas fases de perseguição do governo a um órgão de
imprensa, ocorrer a retirada em massa no quadro de funcionários.
Percebe-se que apenas uns poucos suportaram a carga cerrada
do massacre financeiro ordenado pelo governo estadual e resistiram
continuar trabalhando em todos os departamentos do Diário da
Manhã, principalmente, na redação.
Chega a ser comovedor assistir o combate desse grupo de fortes.
Pois, apesar de ser um diário e de contar com o número de jornalistas
de semanário, não caiu a qualidade editorial do Diário da Manhã e,
em alguns aspectos, até melhorou muito. Só o idealismo acendrado
explica esse fenômeno surpreendente. Não há dúvida de que os
combatentes confiam nos exemplos históricos de guerreiro do
comandante Batista Custódio.
Mas é assim mesmo. De épocas em épocas pinta um
predestinado, cercado de heróis dispostos a ser mártires.
Essa luta desigual, e quase suicida, não é legenda nova, vem de
longe e virou lenda nos monumentos à Liberdade.
Aconteceu com o Última Hora, de Samuel Wainer, no governo do
marechal Castelo Branco.
Aconteceu com o Correio da Manhã, da condessa Carneiro
Pereira, no governo do marechal Arthur da Costa e Silva.
Aconteceu com o Jornal do Brasil, de Nascimento Brito, no
período da ditadura militar até à ruina financeira.
Aconteceu com o Diário Carioca, de Danton Jobim, que resistiu
bravamente, mas acabou esmagado pela tranca econômica.
Aconteceu nos dois episódios que o Cinco de Março foi fechado
por governos estaduais – uma às primeiras fumaças do golpe militar;
a outra, ao fogo do AI-5 – mas em ambas o jornalista Batista Custódio
lutou, lutou e reabriu o semanário.
Aconteceu com o Diário da Manhã já aos clarões da
democracia do governo estadual que foi eleito nas praças públicas e
tomou posse com pátio dos quartéis dentro da cabeça do governador
no Palácio das Esmeraldas.
Ao ler os três últimos artigos de Batista Custódio – De pernas pro
ar, de 6 páginas; Os sinos da hora final, de 10 páginas e Viagem à
Luz, de 26 páginas, a minha preocupação é a de encontrar uma
maneira de a sociedade ajudar o Diário da Manhã a vencer a
censura econômica das verbas de propaganda do Estado e com
ingerência restritiva na publicidade do empresariado dependente de
receber suas faturas de serviços prestados, que o governo estadual
condiciona em diversos itens e, um deles, é não programar anúncios
no Diário da Manhã.
Eu já havia considerado uma ousadia, sem precedentes na
história da imprensa mundial, o fato de um jornal criar a editoria de
Opinião para que as pessoas manifestem o conhecimento específico
nas áreas de sua especialização e suas ideias livremente, ainda que
contrárias ao pensamento do editor Geral do Diário da Manhã.
O que me era preocupação, evoluiu para medo com outro
atrevimento anunciado pelo Batista Custódio nos seus três artigos
citados: o desafio de que está viabilizando os custos da empresa
editora à realidade de o jornal passar a circular liberto das amarras da
censura econômica, venha de onde vier do mercado de anúncios. É
uma arrancada tão intrépida quanto se dar um salto de um litoral
para uma praia na outra margem de um oceano.
Embora receie os riscos que poderão advir, gostei do projeto
editorial de o Diário da Manhã buscar a sua independência
financeira para consolidar a expansão na carteira de assinaturas. Era
assim no Cinco de Março. A vendagem de exemplares garantia a
sobrevivência do semanário que se tornou lendário nas histórias que
o povo conta.
Basta o Diário da Manhã valer-se do amadurecimento na
experiência de Batista Custódio e manter uma linha editorial
linearmente isenta e séria, visivelmente independente e altiva, mas
rigorosamente atenta na fiscalização do conteúdo de matérias por
matérias, das colunas por colunas, das notas por notas em todas as
edições a fim de que sejam ouvidas criteriosamente todas as pessoas
envolvidas nas questões polêmicas focalizadas.
Não engavetar o noticiário dos fatos em hipótese alguma. Todos
os episódios de interesse público devem ser publicados realmente
como aconteceram, doa a quem doer. Os textos devem ser
primorosos e de alto nível literário, respeitosos e construtivos, com o
propósito de se sanearem as causas dos acontecimentos
desagradáveis e não com a intenção de se exporem a amargura das
consequências degradantes os personagens pegos no indigno.
Pelos textos que leio do Batista Custódio ele é um jornalista que
tira o que escreve de dentro de suas orações.
Então pensei em oferecer a minha contribuição com a sugestão
capaz de ampliar o número dos assinantes. Um bom começo será o
Diário da Manhã criar, em novembro, um plano de assinaturas para
presente de Natal e de Ano Novo.
Como se trata de uma promoção especial, necessariamente
impõe-se um plano de preços especiais nas assinaturas que serão
colocadas nas cestas de fim de ano. É evidente que os leitores
presenteados criarão o hábito de ler o Diário da Manhã.
O jornal deve fazer uma campanha publicitária, nas suas
páginas, em permuta com as rádios e televisões, com textos curtos e
de apelo ao emocional no subconsciente coletivo.
Dizer, por exemplo:
 O preço pago pelo exemplar do Diário da Manhã é o valor da
liberdade para o leitor.
 Um povo só é livre se pensa e tem espaço para expressar suas
ideias.
 A culpa não é somente dos corruptos. É também dos que se
calam diante deles.
 Faça uma assinatura do Diário da Manhã. E terá assinado a sua
liberdade.
 No exemplar do Diário da Manhã em sua residência ou em sua
empresa, conversará nos artigos assinados com as pessoas
inteligentes, cultas e que não têm medo de opinar o seu
conhecimento específico, científico e filosófico.
 A Liberdade o libertará.
 Leia o Diário da Manhã. E aprenderá a escrever a sua História.
Uma agência de propaganda criará anúncios melhores. Tenho
ouvido muitas reclamações de pessoas que gostam do Diário da
Manhã, mas não são procuradas para comprar assinatura do jornal
do leitor inteligente.
Se o Diário da Manhã tiver dificuldade de montar uma equipe
de vendedores de assinaturas, estou a disposição. Estou pronto para
dar a minha contribuição. Tenho condições de reunir um grupo de
trabalho nos amigo que sentem o que penso, e são muitos, e irmos
para dentro do Diário da Manhã operacionalizar um plano de venda
de assinaturas em Goiânia e ampliá-lo para as cidades do interior do
Estado.
O Diário da Manhã é uma mina de captar recursos financeiros
no coração dos goianos. Todos aqui fora na opinião pública percebem
essa verdade desperdiçada e que, parece, não ser conectada pela
administração nos departamentos de assinatura e de circulação.
A empresa editora do DM extrapolou-se às limitações da gestão
familiar de firmas Ltda. Há muito já passou da hora de ser
modernizada para S/A, até porque a venda de ações será uma fonte
poderosa para a sociedade investir no jornal. O Diário da Manhã
não tem mais dono. É propriedade dos Leitores.
Está o Diário da Manhã ao contrário dos grandes diários. Nos
demais, a rígida organização empresarial supera o porte da redação.
No Diário da Manhã, a qualidade da redação é que arrasta a
fragilidade da gestão administrativa na empresa.
Os goianos estão apreensivos com a sobrevivência do jornal. O
temor corrente em todas os setores da população – no empresariado,
na intelectualidade, na classe política, nos meios jornalistas – é o de
que o dia em que o jornalista Batista Custódio morrer, o Diário da
Manhã também morrerá com ele. Essa é a imagem generalizada,
inclusive na própria equipe da redação do DM.
A versão dominante na sociedade é de que o jornalista Batista
Custódio, fundador e editor Geral do Diário da Manhã, está nos
limites do cansaço de tanto contemporar-se, em vão, com a teimosia
das incompreensões de pessoas próximas a ele e que o livro
SagaSonho poderá vir a ser a sua despedida triunfal do Diário da
Manhã.
Se é verdadeiro ou se é suposição, só quando o seu livro sair é
que se saberá o que realmente está acontecendo na cabeça desse
pensador. Não creio que ele abandone o jornalismo, a julgar pelas
revelações de Chico Xavier, em vida, de sua missão espiritual na
imprensa e agora confirmada pelo médium que psicografou Doutrina
VIVA, Carlos Baccelli.
Sabe-se que, recentemente, o Batista Custódio tem trabalhado
como nunca, mesmo aos 75 anos e acometido por uma enfermidade
causada pelo excesso continuado de dedicação ao serviço durante os
10 meses desse ano. Creio que ele esteja apenas se preparando e se
reorganizando interiormente para promover mudanças substanciais
no Diário da Manhã, com a exclusão dos amadoristas palpiteiros
nos destinos da empresa editora e da própria linha editorial do jornal,
e proceder a inclusão de profissionais capacitados e eficientes em
todos os quadros de comando do Diário da Manhã.
Não é necessário desfrutar-se do convívio físico do jornalista para
pressentir o seu desiderato em mente. As mensagens do espírito do
filho Fábio Nasser, todas elas, têm deixado, explícita essa realidade
iminente.
Homens como o jornalista Batista Custódio são obstinados. É o
que se espera da coerência na tradição aos seus princípios éticos na
postura de jornalista e na conduta de cidadão.
Normal não é uma figura notoriamente expoente,
dinamicamente participativa e reconhecidamente líder, de repente
recolher-se a um isolamento voluntário e isolante como se submetido
a um exílio forçado.
Evidencia-se em seus artigos que alguma força nova passou a
mover-lhe a turbina da mente nesse seu sumiço incomodante. Não
me privo de contatos com seus familiares, amigos ou colegas de
profissão no Diário da Manhã. Pessoas ligadas ao jornalista João
Bosco Bittencourt segredaram-me que o editor Executivo do jornal
confidenciara-lhes que “a cabeça do Batista Custódio está uma
máquina e SagaSonho vai ‘bombar’ mudanças na política e na
literatura de Goiás.”
Uma dessas noites de companheirada, eu estava à mesa ao lado
e presenciei, de soslaio, o jornalista Ulisses Aesse, editor de Pauta e
Reportagem do DM. Inesperado, ele tirou um papel do bolso, disse
que estivera com Batista Custódio na biblioteca de sua casa e ouviu
dele uma catarse dolorida, alongada e confidente. Anotou esse
trecho, que me confiou copiá-lo e resolvi escrever este artigo e
reproduzi-lo, por considerá-lo de uma retidão de conceito de vida que
não pode ser mantido segredado ao conhecimento público, pois
confirma o caráter de um jornalista que admiro e sempre tive vontade
de conhecer pessoalmente:

“As pessoas que me veem não conseguiram me enxergar


verdadeiramente. Não preciso que me amem. Preciso que me
honram. Não nascemos para viver. Nascemos para morrer. A única
função do corpo é a de carregar o cérebro na cabeça e o espírito no
coração. Estamos na Terra de passagem para o Céu. Ou o Diário da
Manhã é o que penso nas ideias, o que sinto na alma, o que sou no
caráter e o que sou na sensibilidade, como cidadão e como jornalista,
ou vou dar uma tapa geral e jogar para fora da minha vida essas
pobrezas intelectuais, essas misérias morais, essas pequenezas
humanas dos materialistas próximo ao meu afeto e opostos ao meu
romantismo. Não vim aqui para construir empresa de jornal. Estou
aqui para fazer a luta do jornalismo nobre. Não necessito ter um
jornal para ser jornalista. Necessito apenas de um pedaço de papel
para editor no panfleto o jornalismo livre e independente, de não se
ver nos grandes jornais e de os leitores não se esquecerem mais
nunca. Estou cansado, muito cansado. Não aguento continuar
assistindo, calado e transparecendo-me não notar, que muita gente
usufrui do prestígio auferido na imprensa, que é o maior centro de
poder, como instrumento de vaidade e de consumo exibicionista.”

Ricardo Silva da Costa – Sou um ninguém no peso social, apenas mais


um Silva. Tenho um poeta inato que coleciona os artigos do Batista
Custódio há anos. Quero ser e vou ser jornalista na escola da redação
do Diário da Manhã. Telefonarei um dia desses para o Batista
Custódio, para conversarmos sobre essas minhas ideias.

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