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CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PSICOMOTRICIDADE COMO CONDIÇÃO DA

APRENDIZAGEM

Autor: Gletchen Camila Cirilio1

RESUMO: Este trabalho apresenta a psicomotricidade e sua contribuição na


aprendizagem da educação infantil. A partir da revisão bibliográfica específica
percebe-se que, a psicomotricidade na educação infantil apresenta uma condição
estratégica, no que diz respeito a compreensão dos princípios do desenvolvimento
do corpo em suas teias de significados. A educação psicomotora deve ser
considerada relevante no processo da aprendizagem, visto que ela demonstra ser
competente na aquisição de um saber capaz de levar a criança a tomar consciência
de seu corpo, a situar-se no espaço, dominar seu tempo e adquirir habilmente a
coordenação de seus gestos e movimentos. Assim, abordar a ludicidade como
estratégia psicomotor é, também, ampliar a visão sobre a inserção dos jogos e das
brincadeiras na educação infantil como promotores do processo de ensino-
aprendizagem atuando em condições social, afetiva, psicomotora, etc. De forma
mais abrangente, a psicomotricidade e a ludicidade como estratégias de
aprendizagem resultam em uma ação reflexiva sobre a vida, proporcionando à
criança o prazer na construção do saber compartilhado com seus pares. Nesse
sentido, no ato de brincar a criança agencia um conhecimento, cuja evidência
demarca a motivação necessária para uma aprendizagem exitosa promovida pela
psicomotricidade

PALAVRAS-CHAVE: Psicomotricidade. Educação Infantil. Aprendizagem. Corpo.

1Graduação em Pedagogia, Especialização em Lúdico e Psicomotricidade na Educação Infantil,


pela Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal – SP. E-mail do autor:
glekamilla@yahoo.com.br. Orientadora: Prof.ª Esp. Ana Carolina Caruso Bertonha.
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1 Introdução

A contribuição da psicomotricidade na prática educacional está inserida na


condição de um saber sistematizado acerca do corpo e seus movimentos. Quer
dizer, ao debruçar sobre os referenciais teóricos pautados no materialismo dialético,
é possível demonstrar as relações existentes entre a sistematização da
psicomotricidade como produtora de um saber, capaz de gerar um produto, nesse
caso, o corpo hábil (SILVA, 2013).

Dessa forma, a leitura do corpo elaborada pela noção conceitual da


psicomotricidade confere a organização das experiências dos seres humanos,
alocadas na espacialidade e temporalidade cuja percepção social está recortada na
necessidade industrial. Sendo que os sujeitos em suas competências e habilidades
se articulam em torno das possibilidades de controle do próprio corpo.

Ao examinar a literatura da psicomotricidade obtém-se valiosas contribuições


da Psicologia do Desenvolvimento. Essa última articulada ao corpo lido em
movimentos potencialmente comprometidos com os aspectos cognitivos, afetivos e
relacionais da criança.

Assim, tomamos como referência a criança em suas interações na construção


de um conhecimento sobre si, nesse caso, acerca de seu corpo. Dito de outro modo,
através das atividades lúdicas propostas na educação infantil, pretende-se destacar
o papel da psicomotricidade, capaz de agenciar no corpo da criança os efeitos de
sentidos em seus movimentos e gestos.

Conforme Silva (2013) aponta, as abordagens sobre o tema psicomotricidade


e ludicidade têm um papel de extrema importância na educação infantil, pois
influenciam diretamente no desenvolvimento da criança, podendo ajudar na melhoria
da aptidão física e do desenvolvimento psicomotor.

Assim, a utilização dos jogos e das brincadeiras auxiliam nos estímulos dos
elementos cognitivo, motor e socioafetivo da criança. Evidencia-se, nesse contexto,
que o ato de brincar apresenta-se numa dimensão educativa.

Dessa forma é possível afirmar o equilíbrio entre a função lúdica, que propicia
a diversão, e a função motora educativa que se refere a situações que completa o
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ser em seu saber e na sua apreensão do mundo. Daí a importância da ludicidade


inserida na psicomotricidade infantil para o fazer pedagógico.

A psicomotricidade pode ser vista como a ciência que estabelece a relação


do homem com o meio interno e externo: psicomotricidade é a ciência que
tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e
em relação ao seu mundo interno e externo (...) Esse marco é fundamental ao
processo de conduta ou de aprendizagem, pois, busca conhecer o corpo nas
suas múltiplas relações: perceptiva, simbólica e conceitual, que constituem
um esquema representacional e uma vivência indispensável à integração, à
elaboração e a expressão de qualquer ato ou gesto intencional. (BECKERT,
2015, p.3).

Pelo ato de brincar é possível observar as práticas qualitativas da


psicomotricidade para o desenvolvimento cognitivo da criança e, também, descrever
as possibilidades de ação que a criança em seu desenvolvimento potencializa.

Toda criança traz consigo a necessidade, bem como a vontade de brincar, e é


através dessa experiência que a criança explora seu mundo. Reafirmando que, a
ação das crianças com os objetos, bem como o grau de interação entre elas e os
adultos podem ser caracterizados em níveis de competências e habilidades
desempenhados por parte das crianças.

O desenvolvimento desse estudo está estruturado em três tópicos. No


primeiro Considerações acerca da psicomotricidade como condição da
aprendizagem, apresenta a importância da sistematização da noção conceitual de
psicomotricidade ao longo da história, bem como sua contribuição para o processo
educacional da criança.

No segundo tópico, Corpo na educação infantil tem por objetivo demonstrar a


linguagem corporal da criança, como possibilidade de construir redes
comunicacionais em que seus gestos e movimentos produzam efeitos de sentidos
difundidos nos compartilhamentos entre si.
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No terceiro tópico O brincar como desenvolvimento da psicomotricidade,


descreve que o reconhecimento e a percepção no contexto do espaço lúdico são
capazes de reordenar a realidade, observada na motricidade do corpo da criança
que comunica com o mundo e, simultaneamente, instaura o aprendizado articulado
aos objetos nomeados por brinquedos e/ou brincadeiras.

A metodologia descreve os procedimentos metodológicos utilizados neste


estudo, isto é, a maneira como realizou a coleta de dados para compor esse
trabalho. Os resultados e discussões apresentam as contribuições dos autores
pesquisados para a construção do tema investigado. Por fim, na conclusão
apontaremos nossas considerações a partir dos dados apresentados.

2 Desenvolvimento

2.1 Considerações acerca da psicomotricidade como condição da


aprendizagem

A transitoriedade do conceito de psicomotricidade está relacionada aos


diferentes momentos históricos em que o corpo pode ser visto e lido. Dessa forma,
pensar em psicomotricidade é também tecer considerações acerca de uma
especificidade do corpo, que vai se transformando ao logo do tempo.

Nesses desdobramentos se encontram presentes o olhar científico,


entrecortado pela realidade que está diretamente ligada às necessidades da
sociedade. Sendo que a noção conceitual de psicomotricidade se construirá sob
suas pluralidades, pois cada período histórico aparecerá com uma determinada
proposta de leitura do corpo.

Contudo, é possível considerar psicomotricidade a partir de um saber


embasado no materialismo histórico, em que essa noção conceitual se apresenta
como produtora e produto das relações humanas que permeiam as teias de
sobrevivência. Nesse sentido, vale mencionar que a primeira manifestação do ser
humano é o movimento, pois desde a vida intrauterina este realiza movimentos que
são importantes para sua formação estrutural e comportamental (RUBIO, 2012).
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Assim, segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (1995) a


psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem, através de
um corpo em movimento, nas relações com o interno e externo. Para Alves (2003) A
psicomotricidade envolve toda ação realizada pelo indivíduo, que represente sua
necessidade e permite sua relação com os demais.

A psicomotricidade articulada à ação educativa contribui para a organização


psicomotora da noção do corpo na condição de demarcar a espacialidade e a
temporalidade do “eu” em sua unidade psicossomática (GALVÃO 1995 apud
BECKERT, 2015, p. 3). Dito de outro modo, esse processo de aprendizagem, busca
conhecer o corpo em suas múltiplas relações perceptiva, simbólica e conceitual, que
constituem um esquema representacional de vivência indispensável à integração.

A psicomotricidade favorece a aprendizagem quando reconhece que


diferentes fatores de ordem física, psíquica e sociocultural atuam em conjunto
para que se dê a aprendizagem trabalhando no ser humano, cada uma das
etapas, possibilitando trabalhar a consciência corporal, a consciência do
mundo que o cerca, o relacionamento deste com o seu corpo e com o que
está ao seu redor. Proporciona ao indivíduo a capacidade de ser, ter,
aprender a fazer e fazer, na medida em que se reconhece por inteiro,
alcançando a organização e o equilíbrio das relações com os diferentes
meios e a sua distinção. Relacionando-se com o mundo de forma equilibrada
(ALVES 2008 apud BECKERT, 2015, p. 3).

A integração do psiquismo e motricidade, diz respeito ao domínio do tempo


visto sob a ótica da aquisição de habilidades presentes na coordenação de gestos e
movimentos do corpo. A psicomotricidade adquiriu novos e outros contornos com os
estudos de Henri Wallon (1879-1962), Jean Piaget (1896-1980) e Sigmund Freud
(1858-1939), os quais contribuíram para o distanciamento de uma concepção de
corpo mecanicista. As considerações desses pesquisadores trouxeram mudanças
paradigmáticas nesse campo; o corpo neurológico é também o corpo consciente.

A passagem da psicomotricidade organicista para uma psicomotricidade


relacional, partindo das ideias humanistas e construtivistas, articuladas aos
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pressupostos da psicologia do desenvolvimento, aos poucos forneceu para a


pedagogia valiosas experiências da potencialidade e criatividade da criança (SILVA,
2013).

Nesse sentido, a concepção de o corpo bio-psico-maturacional (Wallon), o


corpo bio-psico-social (Piaget), bem como o corpo pulsional (Freud) apresenta o
sujeito que interage com o meio na dimensão de um corpo hábil. Quer dizer, a
psicomotricidade torna-se, portanto, ciência do esquema corporal perfazendo-se no
mínimo detalhe do movimento.

A aprendizagem da criança perpassa pela interação e, consequentemente, a


construção da percepção dos efeitos de sentido são aquisições que caracterizam as
etapas do desenvolvimento corporal e mental, o qual expressa à própria natureza da
evolução.

A contribuição e compreensão das teorias psicomotoras para educação


infantil, no que diz respeito às relações interpessoais promovidas entre as crianças,
oferecem direcionamentos que possibilitam conhecer a atuação do corpo em suas
redes relacionais.

2.2 Corpo na educação infantil

A educação infantil é a fase da escolaridade que mais tem crescido no Brasil.


Isso ocorre pela preocupação com a formação das crianças, antes mesmo que
atinjam a idade para frequentar o ensino fundamental, dentre outros motivos. O que
acontece nessa fase é marcante para o desenvolvimento da criança (KRAMER,
1999, p. 64).

A educação psicomotora, sob a concepção de corpo hábil é compreendida na


precisão do movimento em que se faz presente o desenvolvimento do controle
motor. Na educação infantil, o contato das crianças com exercícios sensoriais,
trabalhos manuais, está presente nos processos de percepção de seu corpo (SILVA,
2013).

Amparada nos estudos da psicologia do desenvolvimento, a psicomotricidade


está voltada a um contexto global do indivíduo, em relação ao seu mundo interior e
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exterior. Está relacionada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza


o seu corpo para mostrar o que sente (BATISTA, 2014).

O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de


problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da
direcionalidade, da lateralidade e do ritmo (BARRETO, 2000 apud BATISTA, 2014).

Piaget possui uma visão da inteligência ou da cognição humana como


uma adaptação biológica específica de um organismo complexo a um
envolvimento igualmente complexo, um sistema cognitivo extremamente
ativo, que seleciona e interpreta a informação do envolvimento à medida que
constrói o seu conhecimento (FONSECA, 2008, p. 76)

A psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da


motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio (LIMA;
BARBOSA 2007 apud SILVA, 2013). O corpo em sua produção de sentido
reestrutura sentimentos, pensamentos e atitudes “interligados pela ação da mente,
que conduz todo o nosso esquema corporal” (RUBIO, 2012, p. 4).

Assim, pode-se considerar que toda criança vive em intenso processo de


desenvolvimento corporal e mental, o qual expressa a própria natureza da evolução
e exige a cada instante uma nova função e exploração de novas habilidades (FARIA,
2001, p. 16).

As explorações que a criança faz através do contato físico e


observações são importantes para o conhecimento e consciência dos limites
do seu próprio corpo, desenvolvendo assim, a construção de sua identidade e
autonomia. Sua oposição diante das situações e decisões, passa a ter mais
evidencia, quando por exemplo, disputa a posse de um brinquedo, afirmando
seu desejo e sua vontade (RUBIO, 2012, p. 5).
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Sob esse ponto de vista, a linguagem corporal da criança tem a partir da


interação do ambiente, a possibilidade de construir redes comunicacionais em que
seus gestos e movimentos despertem a solidariedade, respeito ao próximo e a si
mesmo uma vez que tais movimentos são expressões de aprendizagem e
reconhecimento do outro.

Conforme aponta Rubio (2012), o estudo da psicomotricidade estabeleceu


elementos considerados básicos, que auxiliam em determinadas áreas do
desenvolvimento infantil, são eles: esquema corporal, lateralidade, estruturação
espacial, orientação temporal, pré-escrita.

O esquema corporal é a formação da consciência do corpo pela criança, o


qual é expresso naquilo que é conhecido e percebido, constituindo o foco das
possibilidades de ações da criança. A lateralidade é a predominância de um lado do
corpo em relação ao outro, está relacionada com a força, precisão, agilidade.

Assim, a criança perceberá a predominância lateral, quando um lado do corpo


governar melhor os movimentos ou estímulos que o outro, contribuindo para o
conhecimento do termo direito e esquerdo, diferente de lateralidade.

A estruturação espacial pode ser observada na criança em sua consciência


ao próprio espaço, ou seja, o que está ao seu redor tendo seu corpo como
referência, depois pessoas ou coisas que a rodeiam.

Com relação à orientação temporal pode-se afirmar que a criança vive no


tempo. Acha-se que determinadas coisas que aconteceram, estão ligadas a fatos
vividos naquele momento.

As descrições dessas etapas podem ser verificadas em brincadeiras


tradicionais como pular corda, a amarelinha e o boliche, com cálculo e registro dos
resultados para posterior competição e gincanas grupais envolvendo sociabilidade,
agilidade física e mental, classificação e associação de objetos (SANTOS, 2009).

Na etapa da pré-escrita a criança desenvolve sua motricidade fina; os


movimentos realizados com as mãos e os dedos passam a ser mais trabalhados,
estimulando sua coordenação para um movimento mais preciso. Esses exercícios
são necessários para aprendizagem das letras e dos números.
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A criança passa a ter domínio da escrita quando sua base motora


estiver equilibrada. A flexibilidade e agilidade têm que estar em
harmonia com as articulações de seus membros superiores, para a
realização dos movimentos (RUBIO, 2012, P. 3)

Com isso podemos observar que mesmo determinando espaços físicos


diferentes para as crianças brincarem, a forma como elas explora e se adapta a
cada um deles é impressionante (SILVA, 2013). A educação física na educação
infantil tem um papel potencialmente relevante, uma vez que pode aplicar atividades
da psicomotricidade no intuito de promover desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo
de maneira intencional.

O movimento do corpo, na educação infantil objetiva viabilizar a


aprendizagem de conhecimentos relacionados ao movimento humano consciente
que permita a criança, individual e intencionalmente, a utilização de potencialidades
para se mover, genérica ou especificamente, de forma habilidosa, bem como,
capacitá-las para agir, interagir, adaptar, transformar etc. o meio em que vivem,
favorecendo a descoberta de benefícios para a qualidade de vida.

Diante disso, os profissionais da educação infantil têm papel relevante no


desenvolvimento da criança, podendo ajudar na melhoria da aptidão física e do
desenvolvimento. Atividades lúdicas pertinentes a essa modalidade de ensino, tais
como pular corda, equilibrar em um pé só, pular amarelinha devem ser estimuladas
e exploradas por parte dos professores.

2.3 O brincar como desenvolvimento da psicomotricidade

Brincar é um ato de comunicar-se; a brincadeira entre as crianças representa,


entre outras coisas, a maneira de ver e ler o mundo. Uma espécie de
reconhecimento e percepção de si em que o lúdico reordena a realidade, e o corpo
da criança comunica com o mundo e, simultaneamente instaura o aprendizado
articulado aos objetos nomeados por brinquedos e/ou brincadeiras.
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Dito de outra forma, as diversas brincadeiras reforçam a condição de que o


jogo simbólico articula as possibilidades de vivências como um recurso de condições
adaptadas formuladas pela criança que brinca.

A literatura específica acerca da ludicidade nem sempre está em


concordância com a utilização do termo lúdico. Alguns autores, entretanto,
relacionam o lúdico ao jogo articulando esse ato ao desenvolvimento educacional.

Segundo Huizinga (1980 apud KISHIMOTO, 1994) o jogo, portanto, aparece


segundo esse autor, como uma atividade voluntária, exercida dentro de certos e
determinados limites (tempo/espaço), geralmente acompanhados por regras,
apresentando um fim em si mesmo.

Para Piaget (1975) a situação lúdica não conduz à atividade inteligente, ou


ainda, a aquisição de significados pelo processo de assimilação em que se torna
possível reorganizar as estruturas mentais. Dito de outro modo, é possível perceber
que pelo jogo a criança repete condutas por simples prazer de ser capaz de realizar
tal atividade, isto é, meramente como um exercício.

A motricidade na obra de Piaget tem papel de extrema importância na


construção da imagem mental, ou seja, na questão da representação. Para a
formação dessa representação é preciso que tenha acontecido a experiência
vivida com o objeto, a ação direta com ele, ou seja, o movimento que se
pratica transformando esse objeto por meio de processos sensório-motores.
É um período que Piaget denomina como “inteligência prática”, no qual a
criança passa a imitar e representar as situações as quais vivencia e que são
interiorizadas como imagens mentais (PULASK, 1986, p. 32).

A constatação e a valorização da brincadeira, considerada atividade


espontânea da criança pela ciência psicológica e pela própria psicanálise, auxiliaram
e estimularam também a criação de uma criança brincante (WAJSKOP, 1995).
Nesse sentido, é correto afirmar que a criança se desenvolve através da atividade
de brincar.
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A linguagem referente ao lúdico desenvolvida pelos estudiosos (PIAGET,


1975; WINNICOT, 1975), bem como os conceitos sobre jogo, brinquedo e
brincadeira são formados em nossas vivencias, ou seja, a forma com que cada um
utiliza para nomear o seu brincar.

O dicionário Houaiss (2011) traz o jogo como “nome comum a certas


atividades cuja natureza ou finalidade é recreativa; diversão, entretenimento”, para
brinquedo tem-se “objeto de brincar, jogo; distração, jogo de criança” e, brincadeira
encontra-se a seguinte definição “jogo, divertimento específico de criança,
passatempo, gracejo, zombaria, algo fácil de resolver”.

Muitas vezes, ao observar as brincadeiras infantis, o pesquisador se depara


com situações em que a criança “brincando”, diz: “Agora eu não estou
brincando”, mas, logo em seguida, entra na brincadeira. O que diferencia o
primeiro momento (não brincar) do segundo (brincar) é a intenção da criança,
o que mostra a grande dificuldade de realizar pesquisas empíricas sobre o
jogo infantil (KISHIMOTO, 1994, p. 114).

Pensar no jogo lúdico como brinquedo educativo é referir-se a forma de como


ele é utilizado, ou seja, num contexto dirigido, com ações orientadas e objetivos
preestabelecidos. Assim, o brincar apresenta-se como um importante recurso
pedagógico conseguindo incorporar os aspectos afetivos e cognitivos necessários
na formação e no desenvolvimento do ser humano.

3 Metodologia

Trata-se de uma revisão bibliográfica acerca da psicomotricidade e sua


contribuição na aprendizagem da educação infantil. Percebeu-se que no ato de
brincar a criança agencia a construção do conhecimento, garantindo a motivação
necessária para uma boa aprendizagem juntamente com a psicomotricidade.

Para o desenvolvimento deste artigo foram realizadas pesquisas bibliográficas


junto à biblioteca eletrônica Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Os artigos
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foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: artigos online


na integra e idioma português. Há que mencionar também, as leituras de obras em
material impresso.

Partindo do levantamento bibliográfico e, posteriormente de leituras,


objetivou-se tecer considerações das literaturas referentes às análises dos
procedimentos específicos em que vários autores, apresentam uma definição de
caráter operacional da psicomotricidade que ajuda na compreensão dos princípios
que orientam a observação da criança. Assim, no decorrer das leituras apreendeu-
se a psicomotricidade como um recurso objetivo que nos faz alcançar o real aspecto
de suas ações na criança no processo de aprendizagem.

Contudo, interessa reafirmar a relevância do estudo da psicomotricidade na


educação infantil visto na pluralidade de seu caráter, que favorece a consolidação de
hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a
socialização, a criatividade; bem como corrobora em benefícios para a qualidade de
vida.

4 Resultado e Discussões

Todos as fontes selecionadas tinham por critério investigar psicomotricidade e


sua contribuição na aprendizagem da educação infantil. Quer dizer, demonstrar
como a psicomotricidade favorece à criança, uma relação consigo mesmo, com o
outro e com mundo que o cerca, possibilitando um melhor conhecimento do seu
corpo e de suas possibilidades.

Para isso, as literaturas utilizadas responderam aos objetivos propostos. A


partir da revisão bibliográfica pode-se escrever sobre a psicomotricidade na
educação infantil em seu caráter operacional que auxilia na compreensão dos
princípios que orientam a aprendizagem da criança.

Na etapa de levantamento de dados para elaboração desse trabalho, utilizou-


se de fontes impressas e eletrônicas, cujos descritores foram: psicomotricidade,
educação infantil, aprendizagem e corpo.
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Para Le Boulch (1987 apud BECKERT, 2015, p. 4) a psicomotricidade é a


ciência que estuda as condutas motoras por expressão do amadurecimento e
desenvolvimento da totalidade psicofísica do homem, procurando fazer com que os
indivíduos descubram uma relação adequada entre corpo, interior e exterior.

Nessa mesma perspectiva, a psicomotricidade pode ser definida como a


ciência que estuda o homem através de seu corpo em movimento, suas relações
internas e externas. Seu estudo está ligado a três premissas principais: o
movimento, o intelecto, e o afeto. (OLIVEIRA apud SILVA, 2013, p. 9).

Conforme Silva (2013), a educação psicomotora deve ser considerada uma


educação de base na escola primária. Ela acondiciona todos os aprendizados pré-
escolares levando a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a
situar-se no espaço, a dominar o seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de
seus gestos e movimentos.

Os autores selecionados (BECKERT, 2015; SILVA, 2013; SANTOS, 2009)


apontam o corpo em movimento consciente capaz de produzir-se nas interações
consigo e com o outro. Essa concepção neurofisiológica busca o corpo em sua
condição consciente, ou seja, a psicomotricidade torna-se ciência do esquema
corporal que procura construir uma fala acerca desse movimento.

5 Conclusão

Este artigo buscou apresentar a psicomotricidade como uma estratégia


fundamental no desenvolvimento das capacidades infantis. O trabalho psicomotor é
fazer com que a criança tenha a oportunidade de realizar diversas atividades, das
mais simples às mais complexas e, que se sinta capaz de criar e experimentar
confiança e autonomia.

Ao longo da história é possível perceber a transitoriedade da construção do


conceito de psicomotricidade, o qual atende a uma demanda social capaz de emitir
um saber sobre o corpo em suas redes de efeitos de sentido.

Nesse sentido, o desempenho da psicomotricidade no espaço escola, garante


que a criança tenha mais contato com a ludicidade. Sendo a ludicidade um fator
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motivante para a prática de atividades corporais. Assim, as brincadeiras constituem


objetos de observação que indicam o desenvolvimento infantil quanto à ação motriz.

6 Referências Bibliográficas

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http://www. cdof. com. br/recrea22. html. Acesso em: 15, de fevereiro 2018.
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro: Wak, p.
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