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6 de agosto de 2002
“Antes de qualquer prenúncio de claridade no céu, é o rio que principia a alvorada e se
espreguiça num primeiro desejo de cor. (...) se sente que o dia vai sair por detrás do
mato. E então o horizonte principia existindo.”
Mário de Andrade
APRESENTAÇÃO
Uma década depois da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, quando a Agenda 21 Global foi pactuada no Rio de Janeiro, os
entraves e os desafios da sustentabilidade impõem a todos uma revisão dos
compromissos assumidos.
Há de se reconhecer que, a despeito dos esforços de muitos países, existe uma grande
lacuna na implementação da Agenda 21. O mundo ainda enfrenta os desafios de uma
pobreza endêmica, padrões de consumo insustentáveis e um processo de degradação
ambiental. Com essa preocupação, foi criada, a partir dos resultados de várias
conferências das Nações Unidas, a Declaração do Milênio, com o intuito de identificar
metas precisas que acelerassem a implementação da Agenda 21. Há, portanto, uma
estreita relação entre a Agenda 21 e a Declaração. Em muitos países, o esforço volta-
se para alcançar objetivos e metas que promovam meios de vida sustentáveis, com
prazos determinados e recursos e mecanismos de monitoramento. Isso significa o
resgate de alguns compromissos internacionais que podem, facilmente, redundar na
retórica da sustentabilidade.
É pouco comum para governo e sociedade criar marcos simbólicos que traduzam
avaliações, balanços e autocríticas. Menos comum ainda é presenciar um processo de
construção democrática, que, além de repensar os problemas, apresente uma
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS
INTRODUÇÃO
2 ENTRAVES À SUSTENTABILIDADE
2.1 CIDADES SUSTENTÁVEIS
2.1.1 Perfil da População
2.1.2 Categorias de Cidades
2.1.3 Acessibilidade ao Espaço Urbano
2.1.4 Condições de Habitabilidade
2.2 INFRA-ESTRUTURA URBANA
2.2.1 Saneamento Ambiental
2.2.2 Infra-estrutura de Apoio às Categorias Econômicas
2.3 REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS
2.3.1 Indicadores
2.3.2 A Educação e a Saúde como Condições de Inclusão Social
2.4 ECONOMIA SUSTENTÁVEL
2.4.1 Diversificação da Economia Estadual
2.4.2 Desafios Setoriais da Produção
2.5 GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS
2.5.1 Uso e Conservação da Biodiversidade
2.5.2 Uso e Ocupação do Solo
2.5.3 Recursos Hídricos
2.5.4 Poluição e Degradação Ambiental
2.6 COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM A SECA
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8 BIBLIOGRAFIA
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LISTA DE SIGLAS
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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INTRODUÇÃO
A Agenda 21 foi um pacto assinado entre diversos países durante a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em
1992. Trata-se de um plano de ação estratégico para promover, em escala planetária,
um novo padrão de desenvolvimento global que garanta a qualidade de vida para
atuais e futuras gerações. O termo Agenda buscou registrar os compromissos das nações
com as mudanças para esse novo modelo de desenvolvimento sustentável, que
estabelece o equilíbrio entre crescimento econômico, igualdade social, preservação
ambiental e conservação e manejo dos recursos naturais.
Nos esforços surgidos após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento – Rio 92, observa-se que duas noções-chave de sustentabilidade foram
se formando, fruto da necessidade de se atender à chamada Agenda Social e à
questão da democracia e dos direitos humanos: a sustentabilidade ampliada e a
sustentabilidade progressiva.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Todo o debate internacional sobre desenvolvimento sustentável, nos últimos dez anos,
conduziu à integração entre meio ambiente, coesão social, pobreza e crescimento.
Além disso, foi estabelecido um consenso em torno da necessidade de formulação de
políticas eficazes, bem como de instituições habilitadas, que ofereçam maior
capacidade de resposta.
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1 METODOLOGIA E PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA
AGENDA 21 DO ESTADO DE PERNAMBUCO
As discussões em torno da Agenda tiveram início em 1999, ano em que foi criado o
Fórum Estadual da Agenda 21 de Pernambuco, com a finalidade de acompanhar e
avaliar o processo e a implementação de um plano de ação estratégico, visando à
formulação de políticas voltadas para o desenvolvimento sustentável, com a
participação contínua de todos os segmentos da sociedade.
A escolha dos temas para compor a Agenda 21 Estadual foi definida a partir de
discussões no Fórum Estadual da Agenda 21 de Pernambuco e de debates realizados em
vários municípios, durante a elaboração da Agenda 21 Brasileira. Em 2001, a Secretaria
Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente selecionou, por meio de um edital de
concorrência pública, quatro instituições da sociedade civil como parceiras, para
elaborar os documentos de referência sobre cada tema, bem como conduzir a consulta
estadual. Ficaram responsáveis as seguintes instituições: Centro de Educação e Cultura
do Trabalhador Rural – Centru, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade
Federal de Pernambuco – Fade, Fundação Apolônio Sales de Desenvolvimento
Educacional – Fadurpe, e Universidade Livre do Meio Ambiente – Unieco.
Após a produção dos relatórios sobre os seis eixos temáticos, foi realizado, em outubro de
2001, o seminário: Agenda 21 — Nordeste, Rumo a Joanesburgo (Rio+10), que, entre os
objetivos, buscou reunir a contribuição da Região Nordeste do Brasil para o evento
Rio+10 a ser realizado em Joanesburgo, África do Sul. Naquela ocasião, os temas da
Agenda 21 de Pernambuco foram validados a partir de uma perspectiva regional.
Entre os meses de março e julho de 2002, foram realizados seminários para debate sobre
os seis eixos temáticos, nas onze Regiões de Desenvolvimento do Estado e no distrito de
Fernando de Noronha, e uma rodada com os representantes do Governo Estadual, com
ampla participação de todos os segmentos da sociedade, do poder público e do
empresariado. O objetivo foi discutir e produzir um plano de ação estratégico para
atender às diretrizes da Agenda 21 Global, representando a construção de consensos
para um novo padrão de desenvolvimento no Estado.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Para balizamento das propostas, foi procedida uma análise dos objetivos e das metas da
Declaração do Milênio da ONU. São apresentadas, no Quadro 2, as principais
recorrências entre a Declaração e as propostas da Agenda 21 do Estado de
Pernambuco.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Quadro 1
CIDADES SUSTENTÁVEIS
Esse tema abordou o uso e a ocupação do solo; planejamento e gestão urbana;
habitação e melhoria das condições ambientais; garantia de direito de acesso às
cidades; padrões de consumo; reciclagem e coleta seletiva de lixo; prevenção,
controle e diminuição dos impactos ambientais em áreas urbanas; conservação do
patrimônio histórico; rede urbana e desenvolvimento sustentável dos assentamentos
humanos; transporte urbano; abastecimento de água e serviços de esgoto sanitário.
INFRA-ESTRUTURA
O debate em torno desse tema abordou questões, tais como: transportes e uso de
tecnologias seguras e menos poluentes; maior cobertura social dos serviços
energéticos; fornecimento de energia ambientalmente saudável; racionalização do
uso de energia alternativa e reavaliação dos atuais padrões de consumo; e
comunicação, compreendendo telecomunicações, computação e informação.
REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS
Foram trabalhados, nesse tema, os seguintes itens: pobreza; sistema educacional;
qualificação e emprego; distribuição de renda; saúde; dinâmica demográfica e os
impactos sobre o desenvolvimento; acesso de oportunidades aos grupos
considerados vulneráveis, como mulheres, crianças, adolescentes, índios, afro-
descendentes, etc.
ECONOMIA SUSTENTÁVEL
As discussões abrangeram os princípios da economia sustentável em Pernambuco e
a visão regionalizada do Estado em termos das vocações e potencialidades para o
desenvolvimento. Foi feita uma análise da cadeia produtiva e do papel das novas
tecnologias, principalmente no que se refere ao apoio a empreendimentos
inovadores. Foi abordada a criação de instrumentos econômicos que venham a
induzir políticas e ações.
GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS
Esse tema focalizou os seguintes itens: solo; recursos hídricos e florestais; uso e
proteção dos recursos da fauna e da flora; recursos pesqueiros; preservação e
conservação e uso da biodiversidade; oceanos, zoneamento costeiro, mangues,
conservação e uso sustentável dos recursos do mar; instrumentos de monitoramento
e controle; e políticas voltadas para o manejo adequado do uso dos recursos
naturais.
COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM A SECA
As discussões envolveram: ciência e tecnologia para o desenvolvimento do semi-
árido, uso e conservação da biodiversidade, recuperação de áreas em processo de
desertificação, indicadores e monitoramento da desertificação, capacitação
técnica e educação ambiental.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Quadro 2
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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2 ENTRAVES À SUSTENTABILIDADE
Os documentos sobre cada um dos seis eixos temáticos elaborados pelas instituições
vencedoras da concorrência pública apresentaram diagnóstico preliminar, abordando o
referencial conceitual, os aspectos de maior impacto, os impasses e conflitos, as soluções
que vêm sendo adotadas, as propostas e as recomendações preliminares, para
discussão aberta com a sociedade.
A partir dos anos 90, verifica-se uma queda da qualidade de vida nos espaços
metropolitanos do Recife, o que impulsiona o crescimento desordenado das cidades de
médio e pequeno portes. Emerge, nessa nova tendência, a importância das cidades
médias e pequenas serem contempladas na política de sustentabilidade dos
assentamentos humanos, guardadas as suas especificidades, potencialidades e
vulnerabilidades.
O Estado de Pernambuco, com uma superfície de 98.938 km², constitui um pólo de atração
das regiões Norte e Nordeste. Da sua população de 7.911.937 habitantes, 76,5% ocupam
áreas urbanas, no conjunto de seus 184 municípios e o distrito estadual de Fernando de
Noronha (Seplandes, 2002).
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Cabe também ressaltar a importância das áreas que contêm ecossistemas nativos
dentro do perímetro urbano como indutoras do conhecimento do cidadão acerca da
paisagem natural onde a cidade primeiro se assentou. Os ecossistemas florestais do
Estado de Pernambuco encontram-se em estado avançado de degradação e
necessitam de atenção, principalmente aquele inserido quase completamente no
espaço de urbanização mais intensiva no Estado, como é o caso da Mata Atlântica.
Dessa forma, a existência de reduzidas áreas verdes e a deficiente arborização urbana
se apresentam como passivos ambientais urbanos que necessitam ser trabalhados.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 2.1 População residente nas mesorregiões do Estado de Pernambuco, segundo o domicílio e o sexo.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Essa distribuição desigual reflete-se nos modos de vida, nos padrões de consumo e na
produção da sociedade pernambucana, que vivencia impulsos da transição de uma
economia em bases agrárias para uma almejada economia em bases da prestação de
serviços e da geração de tecnologias de ponta, como se um processo não fosse
complementar ao outro e sim substitutivo e totalizante. Por outro lado, essa
predominância urbana revela a problemática do desemprego nos estabelecimentos
agrícolas e os históricos fluxos migratórios em estágios de crise, que tanto marcaram o
processo de urbanização em torno das grandes cidades e metrópoles do País.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
As cidades de médio porte têm diversificado suas atividades e seus serviços. De um lado,
a sua importância para as pequenas cidades e zonas rurais tornam-se opção no
mercado de trabalho. Por outro lado, esses espaços atuam como desembocaduras de
migrantes que participam de processos de contra-urbanização e contrametropolização,
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Dessa forma, há, claramente, diferentes pressões de grupos sociais distintos sobre os
espaços das cidades médias, os quais reelaboram suas expectativas de vida urbana a
partir de um quadro real intermediário entre metrópole — sem os problemas
considerados tipicamente metropolitanos — e cidades pequenas, com uma infra-
estrutura capaz de suportar novos surtos. Empregos industriais, comerciais, aumento de
serviços ligados à educação e aos setores turísticos, valorização de espaços públicos
voltados ao contingente de novos freqüentadores, sejam turistas ou habitantes antigos. O
desenvolvimento de planos diretores aponta para a consagração de tais espaços como
estratégicos, muito embora sua implementação seja difícil.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Cidades-patrimônio
A proteção do patrimônio histórico existente em algumas cidades deve ser feita através
de uma política de conservação integrada, priorizando os valores estéticos, históricos,
culturais, sociais e econômicos. O desafio que se impõe é o de uma gestão partilhada,
que deve acarretar uma intervenção de reabilitação desse patrimônio. Há, nesse caso, o
pressuposto de que o ambiente — monumento e entorno — encontra-se em abandono
e/ou estágio de degradação. Nesse contexto, encontram-se inseridas as cidades de
Triunfo, Olinda, Igarassu, Jaboatão e Recife.
Ao município brasileiro compete legislar sobre assuntos de interesse local. Entre esses,
encontra-se o ordenamento do espaço urbano. As cidades são, por sua natureza, locais
de troca e convívio humano. São espaços onde habitam, trabalham e circulam pessoas
com as mais diversas necessidades. São, por isso, espaços que devem ser acessíveis a
todos. Contudo, essa premissa nem esteve presente no cenário de gestão municipal,
uma vez que os espaços públicos da cidade vêm sendo concebidos para serem
majoritariamente usados por um padrão idealizado de pessoas, que exclui as portadoras
de deficiência.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Habitabilidade pressupõe não apenas o lócus, o abrigo, mas todo o ambiente de suporte
às condições de uma boa qualidade de vida. Isso implica aliar o atual déficit de cerca
de 200 mil unidades habitacionais no Estado — reconhecido pela atual Empresa de
Melhoramentos Habitacionais de Pernambuco – Emhape —, dos quais 18 mil na área
metropolitana, a preocupações que se convertam em políticas públicas que assegurem
a acessibilidade plena à infra-estrutura e aos equipamentos dos atuais e futuros
domicílios.
Tabela 2.2 População total em domicílios particulares permanentes, com densidade inadequada de
moradores por dormitório, total e percentual, no Brasil, na Região Nordeste e em seus
estados – 2000.
População
Em domicílios particulares permanentes,
Brasil, Região Nordeste e
com densidade inadequada de moradores
seus estados Total
por dormitório.
Total Percentual (%)
Brasil 168.292.527 24.772.950 14,7
Nordeste 47.433.568 8.316.353 17,5
Maranhão 5.627.489 1.430.125 25,4
Piauí 2.829.983 488.172 17,2
Ceará 7.399.031 1.168.879 15,8
Rio Grande do Norte 2.756.932 358.213 13,0
Paraíba 3.430.428 463.358 13,5
Pernambuco 7.852.576 1.309.204 16,7
Alagoas 2.802.500 557.566 19,9
Sergipe 1.775.943 314.672 17,7
Bahia 12.958.685 2.226.165 17,2
Fonte: Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, IBGE, 2002.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Abastecimento de água
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 2.3 Percentual de moradores em domicílios particulares permanentes com abastecimento de água,
em relação à população total, por tipo de abastecimento de água e situação do domicílio, no
Brasil, na Região Nordeste e em seus estados.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Desde meados da década 80, quando foi extinto o Plano Nacional de Saneamento,
implantado na década de 70, o Governo Federal vem estudando nova política para o
setor de saneamento. Em estados importantes da Federação (São Paulo, Paraná, Rio
Grande do Sul, Bahia, Santa Catarina, Ceará e Pernambuco), companhias estaduais de
saneamento, com o objetivo de obter recursos financeiros para novos investimentos,
estudam a possibilidade ou já vêm, nos últimos anos, realizando a venda parcial de suas
ações pertencentes aos governos estaduais, abrindo seu capital a empresas privadas.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Esgotamento sanitário
Conforme pode ser visto na Tabela 2.4, apenas 41,9% da população residente em áreas
urbanas são dotadas de algum sistema de esgoto sanitário em nível satisfatório, dotado
de rede coletora e tratamento público coletivo. O índice nacional atinge 53,8%. Na zona
rural, o nível de atendimento é bem mais deficiente, uma vez que em Pernambuco 55,4%
não possuem qualquer tipo de tratamento, enquanto no Brasil esse índice é de 37,6%.
Comparados com os dados do Nordeste (61,4%), os valores de Pernambuco estão
melhores.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 2.4 Percentual de moradores em domicílios particulares permanentes em relação à população total,
por tipo de esgotamento sanitário e situação do domicílio, no Brasil, na Região Nordeste e em
seus estados – 2000.
Percentual de moradores em domicílios
Brasil, Região particulares permanentes, em relação à
População população total (%)
Nordeste e seus
Total Com esgoto sanitário, por tipo
estados
Não
Rede Fossa Outro tinham
coletora Séptica tipo
Zona Urbana
Brasil 137.015.685 53,8 16,2 26,9 3,1
Nordeste 32.774.954 33,4 16,3 41,2 9,1
Maranhão 3.345.987 13,1 22,1 43,5 21,3
Piauí 1.780.844 6,0 51,6 23,2 19,2
Ceará 5.290.171 28,5 15,4 46,0 10,1
Rio Grande do 2.027.219 20,8 29,1 46,4 3,8
Norte
Paraíba 2.434.188 38,6 12,3 43,6 5,5
Pernambuco 6.023.175 41,9 11,0 42,3 4,9
Alagoas 1.899.858 20,0 13,6 58,7 7,7
Sergipe 1.265.361 37,0 19,3 39,3 4,4
Bahia 8.708.151 47,7 9,6 34,9 7,7
Zona Rural
Brasil 31 355 208 3,1 8,7 50,6 37,6
Nordeste 14.631.768 1,1 4,1 33,5 61,4
Maranhão 2.268.604 1,6 3,7 25,4 69,3
Piauí 1.050.747 0,0 4,6 7,7 87,7
Ceará 2.104.575 0,2 4,1 29,8 65,9
Rio Grande do 733.194 2,1 8,9 60,4 28,5
Norte
Paraíba 992.301 0,5 4,0 39,9 55,6
Pernambuco 1.839.104 1,2 4,2 39,2 55,4
Alagoas 892.106 1,5 3,1 44,7 50,7
Sergipe 504.831 1,0 3,6 56,3 39,1
Bahia 4.246.306 1,2 3,6 32,3 62,9
Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2000.
Nas últimas décadas, com raras exceções, tem se verificado a falta de operação
adequada dos sistemas existentes, públicos ou privados, coletivos ou individuais. Com
isso, caracteriza-se o setor como um dos menos valorizados, apesar de sua estreita
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
A gestão inadequada dos serviços de esgotos é atestada pela qualidade precária dos
sistemas existentes, concorrendo para isso a falta de capacidade técnica no setor, a falta
de recursos financeiros específicos e a falta de prioridade da Compesa para esses serviços,
privilegiando apenas os serviços de água, sem a devida preocupação com a água
residuária formada pelo seu uso.
O quadro atual é a ocorrência de intensa poluição dos recursos hídricos, com reflexos
negativos na saúde — a proliferação de várias doenças infecciosas e parasitárias — e no
bem-estar da população. A deterioração ambiental, especialmente dos recursos
hídricos, reflete-se pela contaminação dos rios, lagos e lençóis freáticos, sendo
atualmente um dos mais graves problemas da Região Metropolitana do Recife e da
região litorânea.
Além dos problemas acarretados à saúde pública, a poluição dos recursos hídricos tem
dificultado o desenvolvimento da atividade turística, uma das principais potencialidades
econômicas da região. Diante da ineficiência da Compesa, os municípios
economicamente mais fortes vêm procurando investir nesse setor, especialmente os
municípios do Recife e de Petrolina. Em Petrolina foram instalados, com sucesso, sistemas
de esgotamento sanitário do tipo condominial, onde, atualmente, pode se verificar o
maior índice de atendimento no Estado.
Esforços têm sido feitos nos últimos anos, através de programas específicos voltados para
o setor de saneamento, com recursos dos Governos Federal e Estadual e de órgãos ou
bancos do exterior. Os resultados, porém, ainda têm sido tímidos, em face da grande
demanda atual. Um outro aspecto relevante das ações de saneamento no Estado tem
sido a sua dissociação do gerenciamento integrado dos recursos hídricos.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Por fim, deve-se ressaltar que as calamidades resultantes das enchentes urbanas, além
de serem resultado da ocupação inadequada dos leitos dos rios e canais, são frutos de
uma política equivocada, não somente no Estado, como também no País, com a falta
de políticas de controle, de interesses e de conhecimentos e sem programas preventivos
eficientes que contemplem a forte atuação na regulamentação do uso e ocupação do
solo.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Resíduos sólidos
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 2.5 Quantificação da geração de resíduos sólidos por cada Região de Desenvolvimento de
Pernambuco.
Percentual da
Quantidade de Geração per
Região de Desenvolvimento geração de
resíduos gerados capita média
de Pernambuco resíduos no
(t/dia) (kg/hab./dia)
Estado
Estado de Pernambuco 7.803,06 1,22
Região Metropolitana do
4.136,27 53,01% 1,24
Recife
Agreste Central 652,45 8,36% 1,00
Agreste Meridional 463,97 5,95% 1,50
Zona da Mata Norte 504,71 6,47% 1,34
Pajeú/Moxotó 451,92 5,79% 1,50
Zona da Mata Sul 647,22 8,29% 1,42
São Francisco 256,06 3,28% 1,20
Agreste Setentrional 360,10 4,61% 1,41
Araripe 210,96 2,70% 1,15
Sertão Central 68,91 0,88% 0,82
Itaparica 50,48 0,65% 0,79
Fonte: Diagnóstico dos Sistemas de Limpeza Urbana de Pernambuco, Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Meio Ambiente de Pernambuco – Sectma, 2002.
Com o objetivo de enfrentar esse problema, que desponta no Estado como um dos mais
importantes desafios à sustentabilidade urbana, o Governo Estadual coordenou em 2000,
a discussão e elaboração de uma política de resíduos sólidos para Pernambuco,
institucionalizada pela Lei Estadual nº 12.008, de 1º de junho de 2001. As tecnologias de
coleta e destinação adequada dos resíduos sólidos estão consolidadas e disponíveis no
Estado. Por outro lado, esforços consideráveis vêm sendo feitos na obtenção de recursos
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Energia
Há dois tipos de fontes de energia: (1) as primárias, que são geradas a partir de fontes
como petróleo, gás natural, biomassa, sol, vento, etc.; e (2) as secundárias, que
produzem energia através de transformações. Os meios tradicionais de transformações
são as usinas hidrelétricas, térmicas, refinarias, destilarias. A relação entre energia e meio
ambiente também é bastante intensa, por causa da utilização dos recursos naturais e
dos impactos ambientais envolvidos ao longo de toda a cadeia de produção. Assim,
destaca-se como um problema de vital importância conciliar a conservação do meio
ambiente com o desenvolvimento. O crescimento da demanda de energia é inevitável,
devido ao estágio atual do desenvolvimento nacional, ao crescimento urbano e à
necessidade de instalação de infra-estrutura industrial e de transporte.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
O cenário energético aponta para o mercado livre, onde a oferta de energia se adapte
à evolução da demanda, sem a interferência do Estado. Esse ambiente competitivo
tende a entrar em conflito com as alternativas energéticas de maior investimento inicial,
tanto no tocante às hidrelétricas como também às demais fontes energéticas renováveis
e à adoção de medidas de elevação da eficiência do uso da energia. Para evitar essa
contradição com os objetivos do desenvolvimento sustentável, é necessária uma ação
reguladora e de financiamento por parte do Estado para que seja restabelecida a
atratividade das alternativas energéticas mais sustentáveis e balizadas as decisões dos
agentes privados com vistas à sua adoção.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Telecomunicação
Tabela 2.7 Acessos aos serviços telefônicos fixo comutado e móvel celular, no Brasil, na Região Nordeste e
em seus estados – 2001.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
públicos ofertados pelo Estado ou município. Um outro dado registrado pelo IBGE (2002)
foi o número de terminais ativos da telefonia móvel em Pernambuco, que atingiu a
ordem de 135,77 por 1.000 habitantes em 2000, enquanto a densidade de telefones fixos
era da ordem de 199,02 telefones por 1.000 habitantes. No Brasil, os valores são
277,22/1.000 habitantes, para os fixos, e 165/1.000 habitantes, para os móveis. Nos países
desenvolvidos, a densidade de telefonia móvel é de 200/1.000.
Em 1999, 257 empresas de Tecnologia da Informação pagaram ISS no Recife. Desde 1995,
a área tem experimentado um crescimento médio superior a 8% ao ano no número de
empresas em atividade. Devem trabalhar nas empresas de Tecnologia da Informação de
Pernambuco pelo menos 5 mil pessoas, com salários médios superiores a R$ 1.200.
Transporte
Um fato que assume gravidade é a expressiva queda de demanda que vem sofrendo o
sistema de transporte público por ônibus em todo o Brasil. Na RMR a demanda do sistema
de transporte por ônibus era, em 1990, de 535 milhões e, em 1997, caiu para 431 milhões
de passageiros, uma queda de 104 milhões de passageiros anuais, cerca de 20%. Isso
significa o aumento de transportes particulares em circulação e a consolidação de
transportes alternativos à margem do sistema de regularização para seu funcionamento.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Por outro lado, a questão dos transportes alternativos é uma realidade que assume
diferentes perspectivas. Nas cidades de médio e pequeno porte, devido à precariedade
no sistema de transportes públicos e de ligações intermunicipais, ele se configura em
possibilidades de deslocamento da população e de comercialização de produtos. Assim,
têm-se a modalidade associada a “moto-táxis”, “kombis”, “toyotas”, “caminhonetes”,
entre outros sistemas. Na Região Metropolitana, o contexto em que se situa essa
modalidade alternativa colabora para agravar congestionamentos, acidentes e nível de
saturação ambiental, além de comprometer os sistemas integrados de transportes
públicos. A peculiaridade desses problemas reivindica ação setorial, regional e distinta
para cada conjunto de realidade identificada.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
O Sistema Portuário de Pernambuco é formado por quatro portos, sendo três marítimos
(Recife, Suape e, em fase de conclusão, o de Fernando de Noronha) e um fluvial
(Petrolina).
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
A primeira constatação com a qual se defronta quem investiga esse tema é que
desigualdade social e pobreza são aspectos recorrentes da realidade brasileira. No
Nordeste, tais problemas alcançam uma dimensão ainda mais acentuada, como reflexo
das desigualdades que se consolidaram entre as diversas regiões do País, outro
desequilíbrio herdado da formação econômica e social nacional e que interfere
diretamente na constituição da realidade local, fazendo com que o Estado de
Pernambuco apresente dados significativamente negativos em sua realidade
econômica e social, e que cobram competência, criatividade e esforço coletivo na
consolidação de pactos locais e globais, gerando mudanças de valores e posturas para
o enfrentamento desses problemas.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
2.3.1 Indicadores
Desenvolvimento humano
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Pnud, construiu e vem utilizando
em seus trabalhos de avaliação da qualidade de vida da população o Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH, buscando dimensionar o bem-estar da população em três
aspectos: vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e à informação e padrão de
vida digna. O IDH é uma composição dos três indicadores que representam essas
condições: expectativa de vida, grau de escolaridade e renda per capita dos habitantes.
Sua escala varia de 0 a 1, e, quanto mais próximo de 1 se apresentar o indicador, melhor
será considerada a qualidade de vida da população em estudo.
47
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Maranhão
Piauí
0,7 Ceará
Rio Grande
do Norte
H 0,5 Paraíba
Pernambuco
Alagoas
0,3
Sergipe
0,1 Bahia
0 1
48
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Fonte: Pnud/Ipea/IBGE.
Concentração de renda
49
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Gini para 1999 é um pouco mais elevado que o apresentado pelo Brasil, como um todo,
sendo de 0,586 para o Estado, enquanto para o Brasil é 0,567. Esse comportamento é
bastante semelhante ao apresentado pela Região Nordeste, onde esse índice é de
0,587, traduzindo uma tendência de ampliação da desigualdade, como pobreza
relativa, justamente nas regiões onde a pobreza absoluta é maior.
Tabela 2.9 Índice de Gini da distribuição do rendimento mensal de todos os trabalhos das pessoas de 10
anos ou mais de idade com rendimentos, no Brasil e nos estados do Nordeste – 1999.
Rendimento familiar
De acordo com as informações oferecidas pelo IBGE, através da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios de 1999, em Pernambuco, das 2.112.365 famílias cadastradas com
50
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 2.10 Famílias residentes em domicílios particulares permanentes (total) e sua respectiva distribuição
percentual, por classes de rendimento médio mensal familiar per capita em salário-mínimo — no
Brasil, na Região Nordeste e em seus estados – 1999.
Famílias residentes em domicílios particulares permanentes
Classe de rendimento médio mensal familiar per
capita em salário-mínimo (%)
Unidades
Total (1) Mais
Mais de Mais de Mais de Mais de
de
1/2 a 1 1a2 3a5 5
2a3
51
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
com baixo nível de capitalização. Não estando a mão-de-obra empregada por salário,
significa que o efeito do emprego sobre o consumo é baixo, pela inexistência de fluxo
circular da renda, que estimula as relações de mercado. Por outro lado, chama a
atenção da importância da agricultura familiar para um modelo sustentável de
desenvolvimento.
Os dados mostram também a grande importância do emprego familiar, particularmente
nas regiões do Sertão e do Agreste pernambucanos. Nas regiões mais urbanizadas, como
a Zona da Mata e a Região Metropolitana do Recife, a importância do emprego
assalariado se sobrepõe a do emprego de natureza familiar.
Dados do nível de emprego nas atividades formais da economia indicam que a maioria
dos empregos está ligada à indústria de transformação, seguida da administração
pública. Os serviços vêm em terceiro lugar, o comércio em quarto. O emprego total
gerado na economia do Estado, segundo dados da Rais de 1999, era de 848.247 postos
de trabalho. A Região Metropolitana concentra 70,1% do emprego total nas atividades
formais da economia e, na sua quase totalidade, nos ramos industriais e de serviços.
Apenas no caso da agropecuária, destacam-se mesorregiões do Agreste e do Sertão
com maiores proporções de emprego formal.
Desemprego
52
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
população que, em potencial, pode trabalhar é grande, restando quase que uma
equiparação de 1 que trabalha para 1 que não trabalha. Há, no entanto, alguns
desencontros nessa equiparação, pois a faixa de idade para ingresso na PEA é muito
baixa, sendo calculada pelo segmento da população com mais de dez anos de idade,
porque a distribuição da população não se dá de forma homogênea por todo o
território. Da população do Estado, 41,6% vive na Região Metropolitana do Recife, que
abrange 39,4% da PEA e concentra mais de 50% do PIB estadual, sendo esta região
responsável por 70% da produção industrial, detendo 73% do estoque de empregos
formais, segundo dados contidos na Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE, do ano
2000.
Isso revela condições adversas do mercado de trabalho, cujas causas podem estar
relacionadas aos seguintes fatores: 1) baixo crescimento econômico; 2) prática de
rotatividade cujas raízes incluem elementos institucionais (legislação trabalhista, estrutura
tributária) que levam empresas a tentar reduzir custos via redução do tempo médio dos
contratos de trabalho (ou via aumento das relações de informalidade). A alta proporção
de desemprego entre os mais jovens é outro importante aspecto qualificador da
desocupação — a desocupação na faixa etária de 18 a 25 anos é em geral mais que o
dobro da taxa média global de desemprego. Isso compõe a medida do desafio
enfrentado pelas políticas de emprego em Pernambuco.
Embora os dados sobre desemprego estejam concentrados no Grande Recife, este não
é um fenômeno meramente metropolitano. Apesar de não haver números disponíveis
sobre desemprego no interior do Estado, sabe-se que a Zona da Mata, por exemplo,
abriga bolsões de desemprego, cuja dimensão se agrava, sazonalmente, em função das
crises da economia açucareira — ainda o principal esteio da economia dessa área.
Fica evidente que a questão do emprego é algo que manterá sua relevância e sua
urgência por alguns anos à frente. Implica constatar que, mais do que em outros
momentos, será fundamental o papel de políticas públicas para minorar o problema da
desocupação.
53
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
54
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 2.11 Rendimento médio mensal de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais de idade,
economicamente ativa, por cor ou raça, no Brasil, na Região Nordeste e em seus estados – 1999.
Pernambuco apresenta um dos maiores índices de trabalho precoce, uma vez que 46,2%
dos seus trabalhadores começam a trabalhar ainda na infância, sendo a agricultura o
setor que mais emprega crianças, 55,1% delas. Nesta conjuntura, o Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil – Peti, foi lançado oficialmente pelos Governos Federal e
Estadual, em janeiro de 1997, e vem obtendo resultados positivos. No final de 2000, esse
programa já abrangia 65 municípios do Estado, além de atender a quinze áreas de lixões,
tanto urbanos quanto rurais.
55
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Adotando-se um conceito amplo de violência, pode-se perceber que esta pode ser
referenciada enquanto resultado da pobreza e das desigualdades econômicas, sociais,
políticas e de fatores psicológicos, apreendidos como exclusão social e negação à
participação na condição de sujeito de direito, contribuindo para a constituição de uma
ambiência criminosa que induz indivíduos e grupos à prática da delinqüência e do crime,
tornando-os socialmente perigosos e/ou vulneráveis.
O quadro geral da violência vem sendo agravado, também, pelas falhas no sistema de
justiça criminal, que vem exigindo soluções norteadas por uma política de defesa social,
dentro de uma perspectiva da ecologia criminal, uma vez que se percebe a relação da
incidência da violência com as questões ambientais, especialmente como decorrência
da degradação do espaço ambiental urbano.
Embora o País apresente taxas de criminalidade altas, algumas diferenças assim como
algumas ligações se estabelecem entre a violência urbana e rural, criando um sistema
de complementaridade entre elas. A violência rural se caracteriza sob a forma de crimes
contra a pessoa, em grande parte decorrentes de conflitos pela posse da terra e pelo
aproveitamento do espaço para a agricultura e o comércio de plantas que servem de
base à produção de drogas, mantendo sérias ligações com o crime internacional
organizado e com a violência urbana conseqüente à comercialização e ao consumo de
drogas. Pernambuco está inserido no roteiro internacional do tráfico de drogas, assim
como tem parte de suas terras cultiváveis para o plantio de maconha, a despeito de
todas as iniciativas para o controle dessa prática.
Se for observada a evolução de óbitos por homicídio nos últimos anos, nas regiões
metropolitanas do Brasil, vai se constatar um crescimento absoluto de 52,2%, entre os
anos de 1991 e 1999, crescimento este bem superior ao observado pelo da população,
para o mesmo período, que foi de 11%, passando de 15.191 para 23.120 por ano, entre os
anos-base. O indicador de níveis de incidência relativo, que se obtém a partir da relação
do número de mortes por homicídio pela população total, para grupos de 100.000
habitantes, por um período determinado, registra um comportamento semelhante,
apresentando um percentual de 37,74 em 1991, passando para 51,76% em 1999,
56
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Pernambuco tem lugar de destaque com referência aos índices de violência: 9,8% dos
homicídios praticados em 1999, no País. Nesse sentido, o Estado registra uma taxa de
violência preocupante, uma vez que o coeficiente de mortalidade por homicídios em
1999 foi de 55,63/100.000 habitantes, enquanto no Maranhão é de 4,84/100.000
habitantes.
Tabela 2.12 Coeficiente de mortalidade por homicídios — no Brasil e nos estados do Nordeste – 1999.
Esforços devem ser direcionados para ampliar esse atendimento, contando inclusive com
a parceria das organizações não-governamentais – ONGs, da comunidade e de setores
do empresariado local, de modo que esse novo modo de proceder seja implantado não
apenas no gerenciamento dos resíduos domiciliares, como também dos resíduos
comerciais e industriais.
Tabela 2.13 Serviço de coleta seletiva de lixo, com indicação do número de municípios, número de
residências atendidas e quantidade de lixo coletado, no Brasil, na Região Nordeste e em seus
estados – 2000.
Serviço de coleta seletiva de lixo
Nº de municípios Nº de residências atendidas Quant. de lixo coletado
Brasil, Região
Nordeste e seus Com
Com coleta Total Com coleta
estados coleta
Total Total seletiva (t/dia) seletiva
seletiva
Total Total
Total % (1) % %
estimado (t/dia)
Brasil 5.507 451 8,2 44.795.101 2.680.383 6,0 228.413,0 4.290,0 1,9
Nordeste 1.787 27 1,5 11.401.385 38.771 0,3 41.557,8 199,0 0,5
Maranhão 217 - - 1.235.496 - - 2.652,6 - -
Piauí 221 - - 661.366 - - 2.431,3 - -
Ceará 184 2 1,1 1.757.888 30 0,0 10.150,5 1,0 0,0
Rio Grande do
166 2 1,2 671.993 - - 2.373,5 - -
Norte
Paraíba 223 1 0,4 849.378 4.000 0,5 2.894,0 2,0 0,1
Pernambuco 185 9 4,9 1.968.761 8.600 0,9 6.281,2 149,0 2,4
Alagoas 101 1 1,0 649.365 800 0,1 2.999,3 1,0 0,1
Sergipe 75 - - 436.735 - - 1.377,1 - -
Bahia 415 12 2,9 3.170.403 15.341 0,5 10.398,3 46,0 0,4
Consumo de energia
58
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
O Brasil tem uma matriz energética eminentemente limpa, uma vez que mais de 95% da
energia gerada provêm de fontes hídricas. Da mesma forma, a participação das fontes
renováveis na matriz energética de Pernambuco é alta, uma vez que a maioria é
proveniente do sistema hidroelétrico do Vale do São Francisco, gerenciado pela Chesf.
Entretanto, no que se refere às demais fontes renováveis de energia, como, por exemplo,
as energias eólica e solar, o percentual ainda é bastante reduzido. Experiência positiva
foi vivenciada nos anos 80 pelo Programa Proálcool, de substituição em larga escala dos
derivados de petróleo, no qual o Estado de Pernambuco foi um produtor importante, em
face do parque sucroalcooleiro existente. Quanto à energia eólica, existem duas
unidades em funcionamento, uma no distrito de Fernando de Noronha e a outra no
município de Olinda.
Setor / Ano 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Eletricidade 1.435 1.442 1.515 1.538 1.614 1.664 1.792 1.915 2.054 2.225
Derivados de
1.077 1.205 1.219 1.192 1.160 1.175 1.323 1.555 1.628 1.751
Petróleo
Biomassa 2.255 2.210 2.198 2.156 2.004 1.973 2.145 2.211 2.153 1.698
Gás Natural 226 172 188 145 141 126 161 162 174 175
Total 4.993 5.029 5.120 5.031 4.919 4.938 5.421 5.843 6.009 5.849
Fonte: Secretaria de Infra-estrutura do Governo do Estado de Pernambuco, 2000.
59
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Educação
Escolaridade
De acordo com os dados do IBGE, oferecidos pela Pnad de 1999, em média, o brasileiro
de mais de 25 anos estudou 5,7 anos. Pernambuco apresenta uma taxa um pouco
inferior à nacional, com 4,7 anos de estudo, índice um pouco superior ao regional, que é
de 4,2 anos, sendo, ao mesmo tempo, bem inferior ao constatado para os habitantes da
Região Sudeste, que é de 6,4, índice mais elevado do País.
60
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
• 3% chegam à universidade.
14% 5% 0% 10%
10%
5%
5%
23%
28%
Escolarização
Tabela 2.15 Média de anos de estudos da população de 25 anos ou mais, no Brasil, na Região Nordeste e
em seus estados – 1999.
Média de anos de estudos da população
Brasil, Região Nordeste e seus estados
de 25 anos ou mais de idade
Brasil 5,7
Nordeste 4,2
Maranhão 3,7
Piauí 3,7
Ceará 4,1
Rio Grande do Norte 4,8
Paraíba 4,9
Pernambuco 4,7
Alagoas 4,1
Sergipe 4,7
Bahia 4,0
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – 1999. Microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.
Alfabetização
Os dados do IBGE (2002) revelam que Pernambuco detém uma taxa de alfabetização
de 75,3%, um pouco superior aos valores registrados para o Nordeste (73,4%) e inferior aos
valores detectados para o Brasil (86,7%).
62
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
MARANHÃO
40 PIAUÍ
CEARÁ
RIO GRANDE
Percentual
30 DO NORTE
PARAÍBA
PERNAMBUCO
20 ALAGOAS
SERGIPE
10 BAHIA
NORDESTE
0 1
Analfabetismo funcional
63
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 2.16 Taxa de analfabetismo funcional das pessoas de 15 anos ou mais de idade, no Brasil, na Região
Nordeste e em seus estados – 1999.
64
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Saúde
no País, atendendo 20 mil lactantes por ano, fazendo 800 cirurgias em crianças por mês e
fornecendo 6 mil doses de vacinas mensalmente. No setor de medicamentos, o
Laboratório Farmacêutico de Pernambuco – Lafepe, é uma das referências nacionais e é
responsável pela produção de medicamentos para Aids e epidemias da Amazônia.
Esperança de vida
Embora tenha havido uma persistente ampliação da longevidade dos brasileiros, que se
ampliou de 66,3 anos, em 1992, para 68,5 anos, em 2000, observa-se que a expectativa de
vida ao nascer dos homens, no Brasil, apresenta-se inferior à das mulheres, sendo de 63,9
para eles e de 71,4 anos para elas. Em Pernambuco, com índices mais baixos de
expectativa de vida, sendo esta previsão de 63,7 anos, os homens vivem, em média, 59,8
anos e as mulheres 63,9 anos; esta média, inclusive, é inferior à apresentada para a Região
Nordeste como um todo, que é de 65,8 anos.
Tabela 2.17 Esperança de vida ao nascer, no Brasil, na Região Nordeste e em seus estados, 2000.
66
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Fertilidade/mortalidade da população
• A taxa de fertilidade apresentada pela mulher brasileira, de 2,3 crianças nascidas por
mãe, é reproduzida de forma similar pela mulher pernambucana, que tem — em
média — 2,4 filhos.
67
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Doenças infecciosas
68
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 2.18 Acesso aos serviços de saúde, por estabelecimentos de saúde e empregos médicos por mil
habitantes, no Brasil, na Região Nordeste e em seus estados – 1999.
Acesso aos serviços de saúde
Brasil, Região Estabelecimentos de saúde Empregos médicos
Nordeste e seus Habitantes por
estados Total estabeleciment Total Por mil habitantes
o
Brasil 56.133 2.946 423.812 2,56
Nordeste 16.265 2.889 81.080 1,73
Maranhão 1.669 3.285 5.472 1,00
Piauí 1.245 2.263 4.072 1,45
Ceará 2.614 2.773 12.051 1,66
Rio Grande do
1.256 2.165 5.676 2,09
Norte
Paraíba 1.418 2.477 6.026 1,72
Pernambuco 2.394 3.213 16.495 2,14
Alagoas 791 3.591 4.669 1,64
Sergipe 744 2.316 4.428 2,57
Bahia 4.134 3.135 22.191 1,71
Fonte: Estatísticas da Saúde: Assistência Médico-sanitária – 1999. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.
69
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
renda ter sido quase sempre apropriada por segmentos econômicos localizados fora da
região. Nas décadas de 80 e 90, essa situação começa a mudar, tendo em vista a nova
direção do comércio, baseada em produtos com um maior valor agregado, como
metais, plásticos, minerais, granito, frutas, pescado, produtos que, de uma maneira geral,
agregam valor às exportações e renda aos produtores. Essa mudança no perfil da
inserção do Estado no comércio global foi determinada pela abertura da economia
brasileira a partir dos anos 90, tanto no que diz respeito aos aspectos reais quanto
financeiros. No contexto de uma nova ordem internacional, que se estabeleceu na
década de 90, em resposta às recomendações do Grupo de Acordo de Tarifas e
Comércio – Gatt, e da Organização Mundial do Comércio – OMC, a importância do
comércio para a economia do Estado ficou marcada pela elevação da sua inserção nos
mercados nacional e mundial.
71
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
72
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Por essa razão, o terceiro pilar conceitual do Programa dos Centros Tecnológicos é a
atuação focalizada na cadeia produtiva completa e não em indústrias isoladas. Para
estruturar essa atuação, o programa utiliza o modelo de cadeias produtivas, ou clusters, de
Porter, M. E. (1998). Para cada cluster-alvo do programa são identificados gargalos
tecnológicos e oportunidades para inovação. A partir daí, ações são definidas e
implantadas de forma a resolver aqueles gargalos ou explorar as oportunidades no
desenvolvimento de novos negócios, através da inovação tecnológica.
73
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Produção agrícola
O novo rural é hoje uma realidade no Estado de Pernambuco. Por isso, existem várias
formas de produção rural não-agrícola que estão se desenvolvendo rapidamente,
contribuindo para aumentar a produtividade do sistema rural e o grau de integração nos
mercados nacional e internacional. Esses são os casos, por exemplo, da floricultura em
áreas do Agreste e da Mata, a exploração de piscicultura, seja de água doce ou
marinha, aproveitando as riquezas do litoral pernambucano, das áreas de estuário, dos
rios interiores e dos açudes de porte médio e grande. A contribuição desses setores para
o produto da economia pernambucana, por meio das vendas internas e das
exportações, tem se constituído numa fonte crescente de criação de riqueza.
Pesca e carcinicultura
75
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Pecuária
Tornou-se uma atividade mais concentradora de renda do que a agricultura, pois tendo
em vista o valor econômico dos rebanhos, a sua exploração sempre esteve mais ligada a
médios e grandes proprietários do que aos pequenos produtores. O desenvolvimento
dessa atividade no Estado obteve níveis de modernização mais rápidos do que os
76
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Só mais recentemente, o setor industrial do Estado passou a ter uma preocupação mais
contundente com o saneamento ambiental, em particular a gestão integrada dos
resíduos sólidos e o tratamento dos efluentes. Esse fato gera problemas sanitários,
contaminação hídrica e doenças na população, principalmente em se tratando de
cargas tóxicas. Ações do Governo Estadual, bem como implantação de Sistemas de
Gestão Ambiental e de Produção mais Limpa, por parte das indústrias, devem alterar
esse quadro.
Atenção especial deve ser dada ao desempenho apresentado pelas duas primeiras
microrregiões, com relação ao setor de informática. Isso ocorre por ser a Região
Metropolitana do Recife um pólo de desenvolvimento de softwares, embasado pelo
ótimo nível dos cursos de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (níveis de
graduação, mestrado e doutorado), assim como o papel do Programa Softex 2000, que
visa inserir o Brasil no mercado internacional de softwares, além do Projeto Porto Digital e
77
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Outro grande problema enfrentado pelo setor industrial do Estado é a ausência de uma
preocupação mais contundente com o saneamento ambiental, em particular a gestão
integrada dos resíduos sólidos e o tratamento dos efluentes, fato que vem gerando
problemas sanitários, contaminação hídrica e doenças na população, principalmente
quando se trata de cargas tóxicas.
Turismo
Pernambuco é um dos estados nordestinos que, devido à sua localização, ao seu clima,
acervo histórico e cultural e nível de crescimento econômico, apresenta um grande
potencial para o desenvolvimento do turismo. Os mais de 500 anos de história fazem deste
Estado uma das áreas de colonização mais antigas de todas as Américas. Os sítios e
78
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Serviços médicos
Os seis hospitais universitários, todos localizados no Recife, absorvem 9,4% dos leitos do
Estado. Pernambuco possui algo em torno de 170 hospitais privados e 130 públicos, com
uma média de 2,98 leitos e 2,71 habitantes por médico. Recife configura-se como o
grande pólo médico do Nordeste, com diversos centros de pesquisa e grandes
empreendimentos privados no setor.
Os dez maiores hospitais privados do Recife oferecem 2.387 leitos e empregam 5.159
pessoas, proporcionando uma média de 2,2 empregos por leito. Por seu lado, 10 hospitais
e clínicas especializados em oftalmologia do Recife oferecem 47 leitos e criam 852 postos
79
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
de trabalho, com média de 18,1 empregos por leito. Os avanços alcançados pelas
cirurgias oftalmológicas, através da utilização da microinformática, e de técnicas de
transplantes e da introdução de materiais artificiais substitutivos de partes do sistema
ocular, dispensam, pela sua simplicidade, as internações hospitalares. Considera-se que
está se processando a formação de um cluster do setor no Estado.
80
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
0,1
-0,1
-0,2
-0,3
-0,4
-0,5
-0,6
-0,7
-0,8
-0,9
INDIRETOS
CONFIABILIDADE
NOVO PRODUTO
DIRETOS
PERFORMANCE
ALTERAÇÕES NO
ALTERAÇÕES NO
PRAZO
CUSTOS
SERV. DE PÓS-
DO PRODUTO
CUSTOS
DO PRODUTO
PRODUTO
VENDA
VOLUME
81
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
82
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Pernambuco, com mais de 80% de seu território, situado em região semi-árida, convive
com o fenômeno das secas. Sérios efeitos econômicos e sociais decorrem desse
processo. A atenuação dos problemas da seca envolve a construção de novos açudes,
canais e adutoras, incluindo a possibilidade de transposição de bacias.
83
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
por esgotos domésticos dos aglomerados urbanos que acompanham os principais rios. As
bacias também se encontram poluídas por força da atividade industrial e agroindustrial.
Nesse ramo, deve-se destacar o distrito industrial de Paratibe, o granito de Bezerros, o
couro de Caruaru, a usina sucroalcooleira da Zona da Mata e da Região Metropolitana
do Recife. A atividade agrícola é responsável também por parte da poluição dos rios
pernambucanos, através de resíduos de fertilizantes e agrotóxicos, além da medicação e
limpeza dos animais.
84
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Com relação ao grupo das plantas, o Estado apresenta 49 áreas consideradas prioritárias
para a sua conservação. Dessas áreas, 21 são consideradas de extrema importância,
localizadas principalmente nas regiões de Petrolina, São José do Belmonte, Triunfo,
Buíque, Itamaracá/Canal de Santa Cruz, Tamandaré e Serra Negra de Bezerros,
enquanto as demais ou são pouco conhecidas ou não apresentam potencialidade
assegurada (Pernambuco, 2002).
Entre os sete biomas ocorrentes no território nacional, três estão representados no Estado
de Pernambuco, são eles: Mata Atlântica, Caatinga e a Zona Costeira e Marinha.
86
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
87
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 2.22 Categoria, número e área das Unidades de Conservação do Estado de Pernambuco.
Proteção Integral
Nacional
Parque Nacional Mata Atlântica 01 10.797,00
Reserva Biológica Mata Atlântica 03 4.949,37
Estação Ecológica Mata Atlântica 01 589,42
Estadual
Parque Estadual Mata Atlântica 01 388,67
Estação Ecológica Mata Atlântica 01 150,00
Reserva Ecológica Mata Atlântica 38 7.782,84
Municipal
Parque Ecológico Mata Atlântica 02 362,24
Manejo Sustentável
Nacional
Área de Proteção Ambiental Mata 03 516.325,10
Estadual Atlântica/Caatinga
Área de Proteção Ambiental 16 76.426,00
Municipal Mata Atlântica
Área de Proteção Ambiental 01 192,00
Mata Atlântica
Categoria Complementar
Nacional
Reserva Particular do 01 1.485,00
Patrimônio Natural Mata Atlântica
Estadual 03 147,44
Reserva Particular do Mata
Patrimônio Natural Atlântica/Caatinga
Total 71 619.595,08
Fonte: Atlas da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de
Pernambuco, 2002.
88
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
áreas de morros e as margens de rios e canais, locais estes que trazem riscos à
população.
O maior problema enfrentado pelas cidades que sofrem com o uso indiscriminado e a
ocupação irregular dos solos é a falta de infra-estrutura urbana, principalmente os
serviços de transportes, segurança e saneamento ambiental.
Os conflitos de interesse, com relação ao uso dos recursos hídricos, representado pela
geração de energia elétrica, pelo abastecimento urbano e industrial, pela manutenção
do ambiente propício à vida aquática e, principalmente, pela agricultura irrigada,
evidenciam a necessidade de articulação interinstitucional e a adoção de uma política
de gestão integrada e compartilhada pelos diversos atores sociais envolvidos com esses
recursos. A sustentabilidade, nesse caso, envolve tanto o controle da oferta quanto o da
demanda. Para isso, deve-se ter em relevo questões como mapeamento e
dimensionamento pelo lado da oferta, e desperdício, poluição e assoreamento, pelo
lado da demanda. Deve-se considerar que todas essas questões se referem tanto às
águas subterrâneas quanto às superficiais.
Águas subterrâneas
Com relação às águas subterrâneas, estas não contribuem de modo significativo para o
abastecimento hídrico no Estado de Pernambuco. A Zona da Mata pernambucana, que
se encontra em uma província cristalina, apresenta inexpressivas possibilidades de que
nela se encontre água. No litoral, por causa à ocorrência de sedimentos, existe uma
maior disponibilidade de água, como também na Mata Meridional, onde se registra a
existência de fontes e cachoeiras. Devido à formação geológica da maior parte do
território pernambucano, os aqüíferos do Estado tendem a ser de baixa potencialidade
hídrica, além de fornecer água de baixa qualidade.
Assim como toda a zona costeira brasileira, o litoral pernambucano necessita tanto de
ações preventivas como corretivas para seu planejamento e gestão. A sustentabilidade
de cada um desses ecossistemas deve ser vista de forma especial, considerando suas
características de renovação e reprodução.
89
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
No Brasil, a Mata Atlântica cobria uma área superior a 1,3 milhão de km², localizada na
costa brasileira, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Hoje, esse
bioma está reduzido a menos de 8% de sua extensão original, ou seja, cerca de 100 mil
km². Isso foi resultado dos impactos dos diferentes ciclos de exploração econômica na
região desde o início da colonização européia e da alta densidade demográfica em sua
área de abrangência (Dias et al. 1990; ISA 2001). Em Pernambuco, a situação da Mata
Atlântica não é diferente, e as florestas remanescentes continuam a ser devastadas e
90
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
O mapeamento das áreas de desertificação no Brasil foi realizado pelo Ministério do Meio
Ambiente, Ibama, e detectou três categorias de susceptibilidade: alta, muito alta e
moderada. As duas primeiras referem-se às áreas áridas e semi-áridas, definidas pelo
Índice de Aridez. A terceira é resultado da diferença entre o perímetro do Polígono da
Seca e do correspondente às demais categorias, caracterizando-se por áreas de
antropismo. Já os estudos relativos à ocorrência do processo, elaborados a partir de
dados secundários e em escala municipal, apontam que a área afetada de forma muito
92
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
É necessária a adoção de medidas que possam atuar nas causas mais profundas do
processo de desertificação, sem perder de vista toda a complexidade existente. Assim,
políticas de geração de renda, de reforma agrária, de educação que incorpore a
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Um outro fenômeno que merece destaque é o das secas periódicas, as quais possuem
efeitos em vários campos ou dimensões:
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• Fragilidade institucional.
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97
3 BASES DE AÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE
As estratégias apresentadas neste capítulo, por eixos temáticos, são resultado das
discussões ocorridas durante o processo de elaboração da Agenda 21 do Estado de
Pernambuco.
A busca da sustentabilidade das cidades requer uma reforma que passe pela
reordenação do uso do solo e pela descentralização administrativa, associada a uma
participação ativa de toda a sociedade, de modo a descentralizar o processo de
decisão e aumentar o controle social. Prioridades dessa reforma deverão passar pelo
reordenamento territorial das cidades, pela mudança dos padrões insustentáveis de
produção e consumo e pela gestão sustentável dos serviços de saneamento.
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3.2 INFRA-ESTRUTURA
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Recife.
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Foram cinco as estratégias propostas para este eixo temático: combate à pobreza,
educação para o desenvolvimento, saúde para o desenvolvimento, fortalecimento de
grupos vulneráveis e combate à violência.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Diversos são os fatores que causam problemas de saúde: poluição da água e do ar,
distribuição de água sem atender aos requisitos de potabilidade, sistema deficitário de
esgotamento sanitário e eliminação inadequada do lixo produzido, entre outros. Tais
fatores estão associados aos riscos de contaminação química e aos perigos do
crescimento desordenado das aglomerações urbanas de alta densidade populacional.
Além disso, a saúde do trabalhador é ameaçada por conta do uso indiscriminado de
agrotóxicos na agricultura e por ambientes industriais de alto risco ambiental. Para
enfrentar esses desafios, são necessárias ações para:
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
• Investigar o óbito da mulher em idade fértil, seus fatores de risco, causas e locais,
desenvolvendo ações para a redução da morbimortalidade materna.
• Promover uma maternidade segura e sem dor, incentivando os partos naturais e
informando sobre os riscos do parto cesariana.
• Ampliar as campanhas de controle preventivo do câncer uterino e de mama.
• Promover campanhas para redução do número de gravidez precoce das
adolescentes.
• Aumentar o controle para localização e punição de clínicas e locais onde vêm sendo
feitos abortos ilegais.
• Incentivar campanhas de planejamento familiar.
• Aumentar o número de creches pré-escolares, para facilitar a inserção das mulheres-
mães no mercado de trabalho.
• Dar prioridade ao atendimento a mulheres chefes de família.
• Utilizar o local de trabalho como espaço para lidar com problemas de saúde pública,
tais como HIV/Aids, seguindo o Código de Práticas da Organização Internacional do
Trabalho.
• Promover capacitações periódicas, dirigidas ao pessoal do serviço público de saúde
e das empresas e entidades sindicais e patronais, voltadas à redução de acidentes
de trabalho.
• Implementar programas de disseminação de tecnologias para garantir água segura,
esgotamento sanitário dos dejetos e manejo adequado dos resíduos sólidos gerados
no meio urbano e rural, reduzindo os índices de doenças de veiculação hídrica e de
caráter ambiental.
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Educação
Saúde
Emprego e renda
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Segurança pública
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
A gestão dos recursos é uma atividade complexa e envolve ações de diversas naturezas.
Destacam-se, entre elas, ações que buscam operacionalizar diretrizes de uso e
regulação do solo, de conservação da biodiversidade, de controle da qualidade
ambiental e da gestão propriamente dita dos recursos naturais.
Define a utilização potencial do solo para sua produção e conservação. Para isso, utiliza-
se do zoneamento, da articulação e do gerenciamento de unidades espaciais de
importância para a biodiversidade e para a conservação dos recursos naturais.
Proteger o solo
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• Implantar obras de pequeno, médio e grande portes, desde que sejam discutidas
com a comunidade local.
• Implantar pequenas obras de apoio comunitário e de convivência com a seca.
• Reabilitar a infra-estrutura hídrica.
• Realizar levantamentos hidrogeológicos, com a finalidade de definir áreas com
mananciais de água subterrânea suscetíveis de serem exploradas.
pela comunidade.
• Desenvolver um plano de gestão integrada dos recursos hídricos para o Estado, com
ênfase no trópico semi-árido e no seu bioma Caatinga.
• Realizar ações de educação ambiental, potencializando a discussão do uso
integrado dos recursos naturais, envolvendo todos os atores sociais.
• Criar programas de tecnologias apropriadas para a captação, armazenamento e
melhor aproveitamento dos recursos hídricos, nos meios urbano e rural, considerando
os programas já existentes.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
árido.
• Desenvolver habilidades empreendedoras no âmbito rural, utilizando os recursos
ambientais disponíveis.
• Incentivar pequenas unidades produtivas locais, com apoio à agricultura familiar.
• Reinstalar sementeiras municipais, visando o fortalecimento da produção, garantindo
a variedade e a qualidade das sementes.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
semi-árido.
• Criar novas articulações entre os diversos setores governamentais e não-
governamentais, voltadas para os interesses dos trabalhadores.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
região.
• Ampliar a oferta de água da região.
• Realizar o monitoramento sistemático dos projetos de desertificação.
• Estabelecer política de incentivo a sistemas de produção adaptados às condições do
semi-árido.
• Apoiar projetos de ampliação da oferta de água na região semi-árida.
• Capacitação em educação ambiental para as comunidades afetadas por processos
de desertificação.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
• Prestar assessoramento técnico aos pecuaristas ou produtores com potencial para tal
atividade e treiná-los.
• Incentivar a criação de sistemas pecuários sustentáveis.
• Melhorar os serviços de assistência técnica e extensão rural, com monitoramento
sistemático.
• Incentivar a avicultura de todos os tipos e portes.
• Incentivar a pecuária de pequeno porte.
constantes.
• Expandir a oferta de água, atrelada a programas educativos de uso racional.
• Incentivar a pesquisa para a implantação de novas tecnologias.
138
4 GOVERNANÇA, CONTROLE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE
A idéia de uma boa governança no escopo das Agendas 21, elaboradas em diversos
níveis, tem sido reforçada por organismos internacionais. Durante as três reuniões
preparatórias da Organização das Nações Unidas – ONU, para a Conferência Rio+10, em
Joanesburgo, foi criada uma comissão para debater o modo como a autoridade política
deve ser exercida e quais os requisitos para que se qualifique essa autoridade no bojo do
desenvolvimento sustentável. Governança, assumiu, pois, um destaque, de vez que se
concluiu que não seria possível estabelecer ou revisar uma plataforma de ações sem
requisitos fundamentais para embasar não apenas a sua operacionalização, em geral
sob a responsabilidade dos governos, mas os diversos níveis de articulação entre os
atores sociais.
Uma das premissas que norteou o debate da ONU estabelece que a governança para o
desenvolvimento sustentável precisa ser fortalecida nos níveis internacional, nacional,
estadual e municipal, uma vez que essas esferas são intrinsecamente ligadas e
mutuamente interdependentes. Além disso, depois da década que teve início com a Rio
92, pode-se assegurar que a Agenda 21 é um instrumento, por excelência, para o
exercício de uma boa governança na medida em que:
• Acesso à informação. Implantar leis e normas que garantam aos cidadãos o acesso à
informação relativa aos aspectos legais das atividades e das políticas.
140
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Por sua vez, a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável – CDS, precisa ser
fortalecida para tornar efetivas as políticas internacionais de desenvolvimento sustentável
e para coordenar e monitorar acordos, programas e parcerias resultantes das Cúpulas
Mundiais sobre Desenvolvimento Sustentável – WSSD. Como lócus privilegiado para a
formulação de políticas, a CDS poderá também facilitar a implementação de políticas
sustentáveis e coordenar o estabelecimento de parcerias. Seria importante, também,
assegurar a coerência nas abordagens das instituições internacionais no tocante à
implementação da Agenda 21, aos resultados das WSSD e aos aspectos relevantes da
Declaração do Milênio.
141
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Para os governos
Para as ONGs
Para as empresas
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Dentro do espírito da boa governança, que envolve aspectos operacionais das políticas
públicas e dos requisitos para o exercício do poder, as diversas formas de interação entre
as partes interessadas (stakeholders), baseadas no pressuposto de uma co-
responsabilidade, são fundamentais para o êxito da Agenda 21. De um modo geral, a
implementação da Agenda 21 do Estado de Pernambuco está condicionada ao
estabelecimento de um sistema de parcerias que mesclam o público com o privado, o
nacional com o internacional e ressalta o papel das populações locais.
As parcerias que se entrecruzam, a depender da pauta de ações para o
desenvolvimento sustentável, encontram-se em seis segmentos:
A Governança Nacional
144
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
A Agenda 21 Brasileira prevê linhas de ação para a integração regional, com ênfase na
redução das desigualdades. Suas premissas e propostas para uma base de ação
ressaltam as especificidades de cada região na construção da sustentabilidade. As
diversas estratégias devem ser ratificadas e validadas nas seguintes instâncias:
145
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
A Governança Estadual
146
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Esse Fórum foi criado pelo Decreto Estadual nº 21.691, de 1999, com o objetivo de
elaborar, acompanhar e avaliar a implementação das políticas voltadas para a
promoção do desenvolvimento sustentável, a partir de um processo participativo e
contínuo. Diversas instituições do setor governamental e não-governamental integram
esse Fórum. Visando a implementação da Agenda 21 Estadual.
147
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
A Governança Municipal
148
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
mesmo modo que trabalha para minimizar os impactos oferecidos pelas ameaças no seu
entorno.
149
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
• Universidades e centros de ensino e pesquisa (UFPE, UFRPE, UPE, Unicap, Cefet, Itep,
IPA, Cpatsa, etc.).
• Instituições religiosas.
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
151
5 MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA 21
Transferência de Tecnologia
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Ciência e Educação
Capacitação
153
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Ainda dentro dos meios de implementação, serão analisados os recursos financeiros que
devem ser destinados para operacionalizar as bases de ação da Agenda 21.
Fontes Internacionais
A maior parte dos recursos externos para o Brasil são provenientes das agências
multilaterais, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Pnud. Além disso, doações e
recursos da cooperação bilateral são fontes relevantes. Brasil, Alemanha, Reino Unido,
Canadá e Estados Unidos representam o grupo maior de doadores internacionais.
Fontes Nacionais
• Aos orçamentos anuais. Esse esforço implica uma integração das várias secretarias de
governo, para garantir uma ação menos setorial durante a definição dos orçamentos.
• Ao processo de geração de recursos públicos adicionais, de que são exemplos os
fundos. Destacam-se os Fundos Setoriais de Desenvolvimento Científico e Tecnológico,
oriundos de contribuições incidentes sobre o faturamento de empresas e/ou sobre o
resultado da exploração de recursos naturais pertencentes à União.
154
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 5.1 Despesas públicas com a proteção do meio ambiente e respectiva participação relativa no total
das despesas públicas, segundo os níveis de governo – Brasil –1996-1998
Níveis de governo Despesas públicas com a proteção ao meio ambiente
Participação relativa no
Valor (1.000 R$) (1) total das despesas
públicas (%)
1996 1997 1998 1996 1997
155
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Tabela 5.2 Despesas públicas com a proteção do meio ambiente e respectiva participação relativa no total
das despesas públicas, segundo os níveis de governo – Brasil –1998
A falta de recursos disponíveis pelo agente produtivo é uma das maiores dificuldades ao
desenvolvimento sustentável. Por isso, tanto o setor público, principalmente, quanto o
setor privado são fundamentais na atração de novos investimentos para o Estado,
através das suas linhas de créditos disponíveis, que desempenham um papel importante
nesse processo de desenvolvimento regional, visto que os recursos para investimentos em
atividades produtivas, de caráter privado, no Nordeste, derivam-se, fundamentalmente,
dessas fontes.
156
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
157
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Banco do Brasil
158
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
160
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Deverá ser assegurado também que os Fundos Nacionais de Meio Ambiente – FNMA, o
Fundo Estadual de Meio Ambiente – Fema, o Fundo Nacional de Recursos Hídricos – FNRH
e o Fundo Estadual de Recursos Hídricos – Ferh, bem como os Fundos Municipais de Meio
Ambiente e de Recursos Hídricos a serem criados, sejam direcionados para apoiar
atividades que estejam incluídas na Agenda 21 do Estado de Pernambuco.
161
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
162
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
de energia.
• Grupos majoritários e governos devem avaliar as atividades para a capacitação
institucional, tendo em vista o desenvolvimento da ciência e tecnologia.
• Governos de demais organizações devem prover amplo acesso às informações para
a pesquisa científica e educação, meio ambiente e desenvolvimento,
particularmente para energia e transportes.
• A comunidade científica, com o apoio de organizações governamentais e não-
governamentais, devem analisar e monitorar as implicações éticas e os meios de
regulação do trabalho científico, fomentar um debate público sobre as implicações
éticas do conhecimento científico e sua aplicação.
• A comunidade científica, o governo e demais instituições afins devem desenvolver
programas de informação e educação sobre comunicação, energia e transporte e
meio ambiente, dentro de suas respectivas esferas de responsabilidade.
163
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
164
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Recursos Financeiros
Os recursos financeiros são importantes para implementação das ações em pelo menos
dois sentidos diferentes. O primeiro como um incentivo à utilização de práticas
sustentáveis pelos potenciais agentes poluidores, e o segundo como fonte de recursos
para financiamento de obras de interesse ambiental.
165
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
Da instituição, por sua vez, são requeridas reformas e reestruturação, além de uma
atuação mais presente junto às questões que lhe sejam pertinentes. A implementação
de parcerias com instituições privadas, ONGs, organismos internacionais (em especial
aqueles de atuação relevante na área ambiental), comitês, sociedade civil de uma
forma geral, são estratégias recorrentes no âmbito da definição e da implementação
das ações. A utilização dessas parcerias são estratégicas também no âmbito da
descentralização das ações.
Foram sugeridas parcerias (com técnicos e instituições) e descentralização nas ações de,
entre outros:
• Zoneamento ecológico-econômico-ambiental.
• Identificação da capacidade de exploração dos recursos minerais.
• Desenvolvimento de estudos e pesquisas de qualquer natureza, que visem o
desenvolvimento sustentável.
• Elaboração dos Planos Diretores de Recursos Hídricos e das Bacias Hidrográficas do
Estado, destacando-se, especificamente, os Comitês.
• Uso dos Recursos Hídricos e de elaboração de plano diretor para drenagem urbana,
com indicação de responsabilidade para os municípios.
• Fiscalização da legislação vigente, comprometendo os Conselhos Municipais e
Comissões Regionais.
• Revitalização dos rios, com ênfase na criação de leis municipais.
• Elaboração de inventário das fontes de poluição e de seus níveis de risco nos
diferentes biomas do estado e em bacias hidrográficas.
• Zoneamento para Segurança Pública (policiais) e integração interinstitucional com os
demais órgãos envolvidos.
166
Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
população difusa.
A difusão dos estudos e das tecnologias criados deve se dar de forma ampla, para que
se estabeleça uma rede de colaboração de centros de pesquisa internacionais,
nacionais e regionais com o Estado de Pernambuco, sobre os diversos temas citados.
A Educação Ambiental é tida como importante em todos os aspectos para a Gestão dos
Recursos Naturais. Ela deve se implementar de formas múltiplas, considerando-se o seu
alcance e conteúdo.
• Rede Escolar.
• Campanhas específicas para a comunidade e empresas.
• Capacitação permanente de técnicos de uma forma geral.
• Projetos de alcance estadual.
• Ecossistema local.
• Valorização do patrimônio natural do Estado de Pernambuco.
• Cadastramento de animais silvestres mantidos em cativeiro.
• Uso racional de energia.
• Efeitos degradadores da ação antrópica.
• Poluição das regiões ribeirinhas e sustentabilidade regional.
• Práticas de monitoramento e fiscalização do uso dos recursos naturais.
• Uso do catalisador automotivo e de dispositivo antipoluente nas indústrias.
Sistemas de Informação
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
espécies ameaçadas.
• Desenvolver metodologias e sistemas para o monitoramento da biodiversidade,
integrando-os aos sistemas de monitoramento sobre o uso do solo e sobre a poluição;
de monitoramento de vetores e doenças e outros de recursos naturais.
• Dados sobre a sobrevivência da espécie no seu ecossistema.
• Implementar uma base de dados sobre a utilização de OGMs no Estado, interagindo
com as informações disponíveis em banco de dados nacionais e internacionais.
• Implantar e monitorar o ICMS Socioambiental na manutenção de Unidades de
Conservação, nos municípios que assim se habilitarem.
• Atualizar as informações e estratégias contidas no Atlas da Biodiversidade do Estado
de Pernambuco.
Recursos Hídricos
Mudanças Climáticas
Para implementação das ações estão envolvidos os atores ligados aos seguintes setores:
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
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Agenda 21 do Estado de Pernambuco
• Realizar parcerias dos trabalhadores com os técnicos para difusão e implantação das
tecnologias.
• Criar banco de dados sobre tecnologias de convivência com a seca e controle e
recuperação de áreas em processo de desertificação.
• Responsabilizar o Estado Brasileiro pela defesa civil do cidadão do trópico semi-árido,
por ocasião das calamidades públicas oriundas das secas periódicas e das eventuais
enchentes.
• Mobilizar, de forma permanente, recursos de fontes internas e externas, bilaterais e
multilaterais, para gerar impactos em termos de alívio da pobreza existente, com vista
a mitigar a emergência das secas e enchentes.
ECONOMIA SUSTENTÁVEL
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