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Superdotação/Altas
Habilidades (SD/AH)
Aspectos conceituais
Como podemos perceber durante todo esse percurso, diversos
termos foram usados para denominar os estudantes com AH/SD,
como “excepcional”, que se refere ao estudante que se distancia
da média dos demais tanto para cima quanto para baixo, e o
“supranormal”, ambos cunhados por Helena Antipoff, sendo este
Vamos conhecer último em oposição ao infranormal, já mencionado anteriormente
alguns conceitos (GUENTHER; RONDINI, 2012). O termo “super-normais” também foi
e como eles adotado por Antipoff, mas foi empregado inicialmente por Leoni
contribuem para
Kaseff durante uma proposta de reforma da legislação do Rio de
o entendimento
Janeiro em 1929 (DELOU, 2007). Além desses, termos como
das AH/SD.
“prodígio”, “gênio”, “precoce”, “altas habilidades” e “talento”,
entre outros, são conceitos que circulam no meio científico, nas
leis e no ideário popular. Parte dessa “dificuldade” em estabelecer
conceitos na área advém das traduções de termos que não
conseguiram contemplar a essência daqueles utilizados em outros
países.
Aspectos conceituais
Alguns autores fazem distinção
entre o indivíduo superdotado
e o talentoso, utilizando o
primeiro termo para fazer
referência apenas aos
indivíduos com uma habilidade
excepcional na área
intelectual ou acadêmica e o
segundo termo para aqueles
indivíduos com habilidades
excepcionais nas artes, música
ou teatro. [...] há ainda outros
que não fazem qualquer
distinção [...] considerando a
superdotação como uma
categoria geral (ALENCAR;
FLEITH, 2001, p. 57).
Aspectos conceituais
Os conceitos globalmente conhecidos e empregados têm grande relevância na
sistematização e na divulgação dos conhecimentos, que podem ser traduzidos e publicados
em várias línguas. Mas saber o que cada conceito quer dizer também facilita a identificação
e o desenvolvimento dos estudantes com AH/SD (GUENTHER, 2011; 2012). Assim, conhecer o
significado de alguns conceitos é importante tanto para uma reflexão de nossas práticas
quanto para nos auxiliar em uma visão menos “míope” de nossos estudantes.
Aspectos conceituais
Alta ou
Capacidade Elevada Habilidade Expert
Capacidade
Crianças Crianças
Precoces Prodígios
Gênio
Aspectos conceituais
Capacidade
Podemos encontrar o significado do termo
“Capacidade” em vários dicionários, e
aqui nos reportamos novamente ao
Michaelis on-line, que a define como
“poder, aptidão ou possibilidade de fazer
ou produzir qualquer coisa”, ou ainda
“poder de receber impressões, assimilar
ideias, analisar, raciocinar, julgar, arrostar
problemas; aptidão, habilidade mental”,
“pessoa de grandes aptidões e saber”.
Assim, podemos entender “Capacidade”
como o “poder de aprender” que todo
ser humano naturalmente tem para
realizar alguma atividade, em algum
campo do saber.
Aspectos conceituais
Capacidade
A capacidade se divide em
graus de intensidade. Algumas
pessoas têm mais, outras
menos, e, desta forma,
podemos ver pessoas com
capacidade em um mesmo
campo de atuação mas
apresentando diferenças entre
si, como: Messi, Neymar e
Cristiano Ronaldo, no futebol;
Marisa Monte, Ivete Sangalo e
Vanessa da Mata, na música;
Candido Portinari, Salvador Dalí
e Pablo Picasso, na pintura,
entre outros exemplos.
Aspectos conceituais
Alta ou Elevada
Capacidade
Guenther (2011) considera que o termo “Alta ou Elevada Capacidade” se refere às características
genéticas responsáveis pelo nível de competência inata, essencialmente, à velocidade com que
se aprende. Deixando de lado a noção de hereditariedade e de ambiente, o foco das pesquisas
volta-se para capacidade natural e adquirida. A natural é parte do conteúdo genético, que está
presente durante toda a vida, graduando-se simultaneamente ao amadurecimento do corpo,
confundindo-se, pois, com a precocidade, à medida que se observa uma maior velocidade nos
primeiros anos de vida (GAGNÉ; GUENTHER, 2010).
Aspectos conceituais
Alta ou Elevada
Capacidade
Já a capacidade adquirida
provém de exercício, do ensino e
da prática, que devem ser
trabalhados em conjunto. Neste
quesito o contato não é suficiente
se não for acompanhado do
interesse. Guenther (2012, p.3)
explica que a alta capacidade
“resulta de oportunidades e ação
intencional exercida no
ambiente”.
Aspectos conceituais
Habilidade
É uma palavra com derivação do termo skill
em inglês e refere-se a um conjunto de
ações intencionalmente treinadas que, em
relação à média do grupo, apresenta-se em
um grau superior. A utilização dessa palavra
vai além da descrição de competências
físicas, podendo estender-se ao campo de
habilidades mentais, perceptuais e muitos
outros diferentes tipos (GUENTHER; RONDINI,
2012). Devido à necessidade de treino e à
intenção de aprender, a habilidade
caracteriza-se como uma capacidade
adquirida (GUENTHER, 2011).
Aspectos conceituais
Expert
Um especialista! A expertise está
fortemente ligada ao treino e/ou ao
estudo sistemático (SÁ; GOMES, 2011).
Segundo Galvão, Perfeito e Macedo
(2011), o estudo individual é um dos
fatores mais importantes no
desenvolvimento desta habilidade.
Tornar-se um expert requer que o sujeito
se envolva em determinadas atividades,
que as pratique de forma contínua e
deliberada. Assim, o que diferencia um
expert de um aprendiz é sua aptidão
superior de resolver problemas.
Aspectos conceituais
Crianças
Precoces
Infelizmente, este é um termo muito
utilizado como sinônimo de AHS. Todavia,
isso é um equívoco. Os precoces
chamam a atenção por apresentarem
facilidade ou domínio em alguma área
do conhecimento, como na música, na
matemática, na leitura, nos esportes, etc.
E isso ocorre antes do esperado para a
sua idade (WINNER, 1998; SANTOS;
XAVIER; ARAÚJO, 2013).
Aspectos conceituais
Então, toda
Crianças criança precoce
Precoces será um adulto
AH/SD?
Esse termo costuma ser usado para definir aquelas crianças que muito cedo realizam algo
raro, fora do comum para sua idade, sem que tenham recebido algum treinamento
específico para isso (TENTES, 2013). Assim, o termo “prodígio” está relacionado ao
“precoce”, pois se trata de uma criança que apresenta um alto desempenho cognitivo
no desenvolvimento de uma atividade específica, mas de modo temporão, realizada
geralmente por uma pessoa adulta. Assim, um pensamento nos vem à tona: será que
uma criança com esse tipo de habilidade desde tão tenra idade carregará seus mesmos
interesses até a idade adulta, fazendo grandes colaborações na sua área e se tornando
um adulto com AH/SD? Do mesmo modo que a precocidade, a prodigalidade não é pré-
condição para as AH/SD. Trata-se de uma evidência de antecipação e não uma
condição que irá determinar o desenvolvimento das AHS (GUENTHER; RONDINI, 2012).
Aspectos conceituais
Crianças
Prodígios
O grande compositor clássico Mozart foi uma
criança precoce e prodígio. Aos três anos, tocava
cravo; aos quatro, estudava peças; e aos sete,
apresentava suas composições nos principais
salões da Europa! Mas, o que seria de Mozart se
não fosse a dedicação e o incentivo de seu pai,
músico experiente e violinista afamado?
Aspectos conceituais
Gênio
Aspectos conceituais
Gênio
Esse é o termo mais utilizado nos Nota-se, assim, que os estudos sobre
primeiros estudos sobre as AH/SD. E, AH/SD estão historicamente
segundo o dicionário Aurélio da relacionados aos estudos sobre a
Língua Portuguesa (FERREIRA, 2010, inteligência e aos testes de QI,
p. 1024), a palavra “gênio” remete como mencionado anteriormente.
a um “[...] altíssimo grau, ou o mais No entanto, recomenda-se que essa
alto, de capacidade mental palavra seja reservada “para
criadora, em qualquer sentido” ou aqueles que deram contribuições
a um “[...] indivíduo de extraordinárias à humanidade,
extraordinária potência revolucionando as suas áreas de
intelectual”. Aqui, a definição é conhecimento. São aqueles raros
centrada no intelecto e na indivíduos que, até entre os
inteligência geral, desviando o extraordinários, se destacam e
olhar de outros domínios de deixam sua marca na história” (SÃO
capacidade e de seus atores. PAULO, 2012, p. 22).
Aspectos conceituais
Gênio
A terminologia “altas
habilidades ou superdotação”
não é aceita por toda a
comunidade científica. E isso
depende da concepção
utilizada pelo teórico. As
principais concepções utilizadas
mundialmente são as de
Françoys Gagné e de Joseph
Renzulli, e elas divergem sobre
termos, conceitos e origens.
Definições presentes na legislação e
no campo científico
Guenther e Rondini (2012), trabalhando com a concepção
de Gagné, explicam que as diferentes conceituações
devem-se aos erros na tradução de termos do inglês. Elas
explicam que:
Criatividade
CUPERTINO, C. M. B. (Org.). Um olhar para as altas habilidades: construindo caminhos. 2. ed. rev.
atual. e ampl. São Paulo: CENP/CAPE/FDE, 2012. Disponível em: http://goo.gl/1lgGok
(http://goo.gl/1lgGok). Acesso em: 09 mar. 2017.
GAGNÉ, F.; GUENTHER, Z. C. O DMGT 2.0 de Françoys Gagné: construindo talentos a partir da
dotação. Sobredotação, Braga, v. 11, p. 7-23, 2010.
GALVÃO, A.; PERFEITO, C.; MACEDO, R. Desenvolvimento de expertise: um estudo de caso. Rev.
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GUENTHER, Z. C. Capacidade e Talento: um programa para a escola. São Paulo: EPU, 2006.
_______. Caminhos para Desenvolver Potencial e Talento. Lavras: Ed. UFLA, 2011.
_______. Crianças dotadas e talentosas... não as deixem esperar mais! Rio de Janeiro: LTC,
2012.
WINNER, E. Crianças superdotadas: mitos e realidades. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.