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AS CURIOSIDADES DE UM HISTORIADOR
HISTÓRIA MODERNA
“Qualquer pesquisa prosopográfica sobre uma população pequena e anônima deve desistir da
ideia de totalidade e não pode acompanhar seus atores para além da quantidade mais condensada
de documentos”. (p. 89)
“Está tudo nos documentos, ou seja, os nascimentos, as mortes, os casamentos, as compras, as
falências, os sucessos, as relações com os senhores feudais, as tempestades, as colheitas, os
homicídios, os ferimentos e as passagens dos soldados”. (p. 90)
“Santena se encontrava a sudeste de Turim, a menos de vinte quilômetros da capital, e a menos de
oito de Chieri, comarca dentro da qual ela se encontrava, pelo menos em nível administrativo”. (p.
91)
“Este é um dado pouco indicativo, devido à incerteza das fronteiras de uma comunidade sem
uma autonomia administrativa definida, e se torna impossível estabelecer quais foram as famílias
dos indivíduos que entraram no cálculo”. (p. 92)
“Os zelosos funcionários encarregados desse levantamento encontraram uma resistência
provavelmente violenta e tiveram que recorrer a meios indiretos para calcular a população de
Santena”. (p. 93)
“Essa fluidez de Santena, a incerteza sobre sua verdadeira dimensão, a escassez e imprecisão dos
dados estão bem de acordo com as características políticas e jurisdicionais deste lugarejo”. (p. 94)
“É muito difícil reconstruir a propriedade de cada um, já que eram registradas em cadastros
numerosos e heterogêneos de comunidades diferentes e lavrados separadamente ao longo do
século XVII”. (p. 95)
“Como em qualquer sociedade, a definição ambígua das instituições nos leva à análise de seu
funcionamento real e ao exame concreto dos comportamentos”. (p. 96)
“Existe, por parte dos historiadores, uma tendência quase instintiva a procurar seguranças
demonstrativas em dados quantitativos, em tipologias e em modelos formais simplificados que
comparam situações longínquas através de semelhanças ou diferenças cujas causas permanecem
fugazes”. (p. 97)
“Podemos supor que grande parte das transformações reais não deva ser procurada na estrutura
interna da família, difusa ou nuclear, que permaneceu formalmente igual, ao longo dos séculos,
como que indiferente às profundas transformações econômicas, políticas e religiosas”. (p. 98)
https://vgregory.wordpress.com/2013/10/08/giovanni-levi-tres-historias-de-familia-os-nucleos-parentais-fichamento/ 1/5
24/09/2018 GIOVANNI LEVI – Três histórias de família: os núcleos parentais (FICHAMENTO) | Vinícius Matté Gregory
“Examinaremos três histórias de arrendatários que formavam, como veremos, o grupo social no
qual os fatos estratégicos se realizavam de forma mais simples e bem acabada e serviam de base
ao comportamento e ao sistema de valores de todos os habitantes de Santena do fim do século
XVII”. (p. 99)
“A força da estratégia econômica deste grupo consanguíneo estava exatamente na separação das
residências e na unidade dos negócios”. (p. 100)
“Nenhum dos problemas familiares havia diminuído a velocidade de acúmulo de propriedades,
que, ao que parece, era um objetivo essencial da sua estratégia”. (p. 102)
“Chegamos, assim, aos anos 90. Este foi o momento principal da história de Giovan Ba ista
Chiesa, e foram, também, anos de crises dramáticas: a guerra, as más colheitas e o mau tempo, que
durou seis anos consecutivos, assolaram os campos”. (p. 103)
“A dificuldade em generalizar tipologias comportamentais, do tipo das que foram aqui descritas,
deriva exatamente do fato de que as formas concretas e atuantes de organização não são pré-
constituídas para além do esquema geral do pensamento que delimitas as expectativas e os
objetivos”. (p. 104)
“O mundo mental no qual teve lugar a pregação de Chiesa era o de uma sociedade à procura de
segurança. A melhoria econômica era um objetivo subordinado à ampliação e confirmação as
relações sociais sobre as quais se fundavam as necessidades de subsistência”. (p. 105)
“A homogeneidade entre os arrendatários era um dado de fato: pelas condições, pela cultura, por
pertencerem à companhia Corpus Domini, pela mesma técnica agrária utilizada, diferente, em
suas dimensões, daquela terra em propriedade pelo mesmo tipo perfeito de lavoura múltipla e
pela presença de instrumentos de trabalho e animais de melhor qualidade”. (p. 106)
“O prestígio dos arrendatários perante a comunidade era bem alto”. (p. 107)
“A terra em propriedade era um refúgio que tornava possível, e ao mesmo tempo necessária, a
colaboração entre núcleos conjugais de irmãos”. (p. 108)
“No Piemonte e em outras áreas da Itália norte-ocidental o colonato teve um destino diferente,
tendo sido, desde o século XVIII, frequentemente substituído por formas de administração
assalariada, talvez como uma consequência importante desta diversidade nas relações de força”
(p. 109)
“A família, entendida como um conjunto de parentes e aliados, não se estruturou de forma
uniforme, com indivíduos que gozassem de deveres e direitos iguais, e sim como um conjunto
diferenciado e hierarquizado, muito embora bastante coeso”. (p. 110)
“A diversificação das atividades e a sua inserção em uma estratégia mais ampla misturaram a
administração econômica com as relações sociais, criando interligações muitas vezes complexas”
(p. 112)
“Este quadro de garantias, fidelidades e proteções era, portanto, um elemento importante da
administração da terra e do caráter ambíguo das relações sociais verticais”. (p. 113)
“A história dos Perrone foi, em vários pontos, confirmada pela dos Cavagliato e corre o risco de
insinuar, sob uma luz um tanto simplificada, que existia um modelo que, embora complexo, era
sempre vitorioso”. (p. 114)
“Este era o costume; todos os contratos de arrendamento previam uma cláusula a encargo dos
arrendatários, que estabelecia o aluguel dos prados”. (p. 116)
“Uma morte, porém, traz sempre um novo momento de devolução de bens, que, para deixar a
situação ainda mais difícil, implica o saneamento de dívidas deixadas em suspenso durante
muitos anos e que dizem respeito à família do marido”. (p. 117)
“Uma vez adquirida uma certa quantidade de terra, diretamente cultivável, sem a necessidade de
servos ou assalariados, e suficiente para a sobrevivência, Maria encontrou uma outra forma de
investimento, seguindo sempre a regra da diversificação das atividades e das fontes de renda: o
empréstimo de dinheiro”. (p. 118)
“Os testamentos não representavam, portanto, como muitas vezes se pensa, um reflexo da prática
automática da devolução dos bens, mas sim o explícito desejo de restringir apenas aos homens o
acesso às propriedades”. (p. 119)
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24/09/2018 GIOVANNI LEVI – Três histórias de família: os núcleos parentais (FICHAMENTO) | Vinícius Matté Gregory
COMENTÁRIOS
Antes de mais nada, deixar claro ao leitor que a escolha das passagens aqui transcritas nada tem a ver
com a identificação da estrutura textual do capítulo. O leitor atento perceberá que as notas foram
retiradas uma por cada página do capítulo. Uso deste artifício para obter uma visão geral do texto,
selecionando de cada página aquela passagem que mais me chamou a atenção.
https://vgregory.wordpress.com/2013/10/08/giovanni-levi-tres-historias-de-familia-os-nucleos-parentais-fichamento/ 3/5
24/09/2018 GIOVANNI LEVI – Três histórias de família: os núcleos parentais (FICHAMENTO) | Vinícius Matté Gregory
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