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“Em todos os tempos, tem existido uma assembléia oculta, uma sociedade de Eleitos,
daqueles que procuraram e tiveram capacidade para luz, e essa sociedade interior foi o
Eixo da R.O.T.A. Tudo que qualquer ordem externa possui no símbolo, cerimônia ou rito
é a letra expressa externamente daquele espírito de verdade que habita no Santuário
interior. E nem a contradição do exterior representa qualquer barreira à harmonia do
interior."
Liber XXXIII
93!
O SISTEMA
Tal afirmação reflete por completo o eixo do sistema de instrução da Ordem. O pupilo é avaliado
por uma série de deveres explícitos no documento Liber 185, por outros propostos pelo instrutor
e por si mesmo, onde o seu sucesso será a base para a instrução de seus futuros discípulos. Todos
os documentos da Ordem estão disponíveis neste site ou distribuídos na internet, pois a A.·.
A.·. apresenta-se sem mistérios aberta a qualquer análise e estudo, onde não apenas a literatura
é a responsável pelo conhecimento, mas também a tradição oral.
O candidato deve saber que, ao aceitar o ingresso como Probacionista, entrará em uma esfera
de eventos e testes próprios do sistema, onde será constantemente medido pela A.·. A.·. em
vários aspectos, pois ela é mais uma ordem de ordálios do que ensinamentos convencionais. Além
disso, deverá manter um diário de suas práticas e pensamentos que servirá como avaliação do
progresso.
Segundo Frater O.M. (Aleister Crowley): "Um juramento mágico, é a mais irresistível das
forças morais. Ele é uma afirmação da verdadeira vontade; sendo o elo entre a
consciência humana e a consciência divina da natureza do ser. Um juramento mágico,
que não expressa a verdadeira vontade, desperta forças de oposição, enfraquecendo o
homem de acordo com seriedade do compromisso".
Cada pessoa é uma estrela, e como tal necessita de um método próprio de instrução que deverá
ser percebida pelo instrutor. A sua sensibilidade às fraquezas do pupilo será de suma importância
na condução do processo, uma vez que o Homem só evolui superando seus medos e fraquezas,
caso contrário, estaríamos criando apenas teóricos.
Quantidade de conhecimento não reflete evolução, assim como práticas sem base teórica é
desperdício de tempo, daí a necessidade de um instrutor. A avaliação é feita pelos cumprimentos
dos deveres propostos e pela sensibilidade do seu guia pois, apenas alguém que está no seu grau,
ou além, pode reconhecer aquele em que você está.
Uma das normas da Ordem é de que um membro conhece apenas o seu instrutor e futuramente
seus instruídos. O objetivo desta regra é evitar que membros do mesmo grau trabalhem -no
juntos, o que é proibido, pois a A.·. A.·. é uma ordem de trabalho individual. Porém,
ocasionalmente, membros se conhecem devido a evolução dos meios de comunicação e ao
reduzido grupo de pessoas que caracteriza este meio, mas aqueles realmente voltados para o
Caminho evitam fugir ao proposto pro Frater Therion.
Um indivíduo somente pode ser expulso da A.·. A.·. em uma ocasião: se usar a Ordem para
ganhos financeiros pessoais. Aqui cabe um comentário: não é proibida a aquisição de dinheiro,
uma vez que fundos são necessários para a manutenção de qualquer serviço (abadia, cópias de
Libri, robes, impressões etc. ver Abadia). Não é cobrado mensalidade ou qualquer taxa, cabendo
ao membro responsável definir o método de obtenção de fundos.
Outra proibição diz respeito a instrução: ninguém está autorizado a indicar quaisquer métodos
para realizar o Conhecimento e a Conversação com o Sagrado Anjo Guardião. Esse é um
método extremamente pessoal que o iniciado deverá descobrir por suas próprias virtudes, ainda
que auxiliado pelo instrutor.
Se for da Vontade do indivíduo, que proclame a sua saída ao seu instrutor porém, após o grau de
Zelator, o iniciado só tem dois pontos onde chegar: a Cidade das Pirâmides ou as solitárias torres
do Abismo.
A ESTRUTURA
De caráter puramente espiritual, a Ordo A.·. A.·. é dividida em três principais ordens a saber:
- A Golden Dawn (não é a antiga ordem Aurora Dourada) - que compreende os graus
de Neófito ao grau de Dominus Liminus (ou não).
- A S.·.S.·. (ou Silver Star ou Collegium Summum) - a manifestação acima do abismo, que
compreende os graus de Magister Templi a Ipsissimus, é a mesma para todas as Fraternidades
Brancas e onde, tradicionalmente, estão os Chefes Secretos da Ordem.
O mais atento irá reparar que a divisão das ordens se dá pela relação das Três Trindades
da Árvore da Vida, com exceção de Malkuth incorporada na Primeira Ordem. Porém, uma
relação de separação ainda é implícita, pois no pilar do meio, a passagem entre cada sephirah é
feita por três véus que separam as trindades: o Véu de Nephesh (limite do mundo cabalístico
de Assiah), o Véu de Parroketh (limite do mundo cabalístico de Yetzrah) e o Véu do
Abismo (limite do mundo cabalístico de Briah).
A estrutura foi montada pelos criadores baseados na Aurora Dourada, mais especificamente, nos
pertencentes à Segunda Ordem chamada "Ordem da Rosa de Rubi e da Cruz Dourada". Tal
etapa possuia caráter prático além de relacionar-se com o mundo cabalístico de Yetzrah. O.M. e
D.D.S. pegaram as primeiras cinco subdivisões do grau de Adeptus Minor (incuindo o Portal) e
montaram os graus elementais de Neófito até Dominus Liminis - deixando o Neófito em Assiah e o
restante em Yetzirah -, com o restante se subdividindo em Briah. A terceira ordem na Aurora
Dourada era apenas conceitual sendo na A.·. A.·. relacionada ao mundo de Atziluth.
O significado "Estrela Prateada" foi escolhido pois a Aurora Dourada precede a Estrela Prateada
ao amanhecer que significa a nova transmutação da Grande Fraternidade Branca (uma vez que
a primeira Aurora Dourada foi uma das manifestações dela no nosso plano. A Grande
Fratrenidade Branca tem como objetivo a evolução espiritual da humanidade e manifestou-se
anteriormente através de vários estudiosos, dentre eles John Dee, Eliphas Levi , Gerard
Encausse ou Papus, Mme. Blavatsky.
Quanto ao significado da sigla "A.·. A.·." 666 não foi muito claro deixando algumas variações em
grego via seus escritos e seus discípulos; existem duas: Aster Argos e Astron Argon. A
primeira, na verdade, significa Estrela Brilhante (não "Prateada"), aparentemente ele enganou-
se grafando erradamente a palavra, porém se somarmos suas letras, obteremos o valor o 983,
que, fazendo uma redução teosófica à sua raiz temos 9+8+3=20=2 , evocando o arcano II, a
Sacerdotisa da Estrela Prateada; já a segunda resulta em 451 que, fazendo uma redução temos
4+5+1 = 10=1, a carta do Mago. A Estrela Prateada, segundo o controverso Kenneth Grant,
significa a Estrela Sírius que é visível em todas as partes da Terra, o Sol de que o nosso Sol é
reflexo, e de grande importância na cultura egípcia.
Este site utiliza como endereço a versão em latin "astrum argentum" seguindo a nomenclatura
utilizada por Frater Ever que, reduzida, chega-se a 2, evocando a Sacerdotisa da Estrela Prateada,
o "Ser Silente", bem como a soma das siglas (AA=1+1=2). Mas, na prática, utilizamos sempre a
sigla.
Sobre a graduação da A.·. A.·. , os símbolos referem-se a conceitos da Árvore da Vida, como por
exemplo, o grau de Neófito é escrito 1º = 10□ (um zero no primeiro número e um quadrado no
segundo seguindo o original da Aurora Dourada, onde os números ficavam dentro dos símbolos),
um método numérico para dizer que "Kether está em Malkuth " e o de Zelator, 2º = 9□ onde 2
refere-se a Sephirah de Chokmah, a " Mudança " enquanto 9 refere-se a Yesod, a Sephirah
lunar, enquanto 5º = 6□ refere-se a "Deus est Homo".
Desde a morte dos fundadores (D.D.S. em 1953 e O.M em 1947), a Ordem ficou sem uma
liderança universal. O.M. apontou como seu sucessor Frater Saturnus (Karl Germer) que ao seu
tempo fez o mesmo com o brasileiro Frater Adjuvo (Marcelo Motta), responsável pela vinda
da A.·. A.·. ao nosso país. D.D.S., retirou-se do seu trabalho mágico, aparentemente, não
especificando sucessor oficial.
Sem uma liderança oficial, a Ordem organiza-se em “células” independentes provindas de Frater
O.M.. O membro de grau mais elevado do grupo torna-se, então, o responsável pelo mesmo,
sendo devidamente atualizado do progresso de seus discípulos e discípulos dos mesmos e assim
sucessivamente. Convencionou-se usar o termo “linhagem de frater x, y ou z” para identificação
desses grupos, mas na verdade só existe uma linhagem da A.·. A.·.: a de Frater O.M. (Frater
D.D.S. aparentemente não deu seqüencia ao trabalho externo desta manifestação da Grande
Fraternidade Branca).
- Præmonstrator - do latim monstrare " mostrar, exibir, ensinar". Seu dever corresponde a
preservação da forma e estrutura da Fraternidade e promulgação dos ensinamentos sob o aval da
Ordem da S.·.S.·. e ao grau de Adeptus Exemptus.
Existem menções de outros cargos, como o de Grão- Neófito, Orador e Tesoureiro, porém os
quatro acima são os mais importantes. Se for necessário, a regra de equivalência de grau a
determinado cargo pode ser relaxada, com aconteceu com J.F.C. Fuller, que no grau
de Probacionista (Frater Per Ardua), foi dado o cargo de Cancellarius e um grau honorário
de Adeptus Minor (Frater Non Sine Fulmine).
Se houver necessidade, os cargos poderão ser preenchidos pelos membros da ascendência.
O símbolo da ordem é o Sigillum Sanctum Fraternitatis A.·. A.·. , o Selo Sagrado da A.·.
A.·. também chamado a Estrela de Babalon:
HISTÓRICO
A Ordo A.·. A.·. foi fundada em 1907 por Frater D.D.S. e Frater O.M. em cima da estrutura de
umas das mais influentes ordens mágicas dos Secs XIX e XX, a Golden Dawn(The Hermetic
Order of Golden Dawn).
Ambos foram membros da primeira Golden Dawn e, após desavenças internas, decidiram fundar
uma versão própria da Grande Fraternidade Branca sobre a Terra. Em 26 de Julho de 1906 ele
se encontra com D.D.S. após um período tentando realizar a invocação do Augoeides (Sagrado
Anjo Guardião) em Shangai e assumem um compromisso iniciático. Segundo o diário de O.M.:
"Frater P. [Crowley] foi crucificado por D.D.S. e na cruz repetiu este juramento: 'Eu, P..., um
membro do Corpo de Cristo, solenemente me obrigo a levar uma vida pura e autruista e me
dedicar inteiramente ao conhecimento do meu grande e Divino Gênio e que eu seja Ele. Na
testemunha onde invoco o grande Anjo Hua para que me forneça uma prova da sua existência.'"
Frater Perdurabo crucificado por D.D.S.
Após uma (re)celebração do velho ritual do Adeptus Minor em 22 de Setembro de 1906, ambos
foram envolvidos em uma experiência mística que ultrapassou os resultados esperados. Dois dias
mais tarde, discutiram a criação de uma nova ordem e D.D.S. queria a autorização de uma alta
autoridade. Celebraram o Ritual do Equinócio de Outono e continuaram a desenvolver a base do
novo sistema.
Entre Setembro e Dezembro de 1906, coisas extraordinárias aconteceram, sabe-se apenas o que
O.M. estava fazendo, pelos escritos de seu diário, porém não sabemos o que D.D.S. estava
fazendo, apenas o resultado. Em Dezembro ambos prepararam a admissão à Ordem da S.·.S.·.,
através do grau de Magister Templi. O.M. disse , em seu diário em 7 de Dezembro , que D.D.S.
o escreveu do "Samadhi - dhattu". No dia 10, D.D.S. visitou seu amigo e disse: " O.M. (Crowley) é
8°=3□".
No final, Jones e outro membro da Ordem, J.F.C. Fuller, romperam com Crowley. Ao invés de
enfraquecer a A.·. A.·. , o evento a promoveu, garantindo a sua existência até hoje, mesmo que
sob uma nova forma.
NO BRASIL
A A.·. A.·. iniciou no Brasil, de forma organizada, com Frater Ever (Adjuvo/Marcelo Ramos Motta)
, porém, há registro de um Probacionista no nosso país em 1913, H.E.Inman, discípulo de To
Mega Therion e instrutor de Frater A.H.A. (Frank Bennet).
A primeira publicação da A.·. A.·. em nosso país, foi realizda por Frater Aleph, "Chamando os
Filhos do Sol" em 1962, na cidade do Rio de Janeiro.