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ARTHUR GALAFASSI MARTIM

A RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA


CONSTRUÇÃO CIVIL

LONDRINA
2017
ARTHUR GALAFASSI MARTIM

A RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA


CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Pitágoras de Londrina, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

Londrina
2017
ARTHUR GALAFASSI MARTIM

A RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Pitágoras de Londrina, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Londrina, 20 de novembro de 2017


Dedico este trabalho a todos meus
familiares, todos meus amigos e em
especial minha namorada, estes que me
apoiaram e me deram força para realizar
este trabalho de conclusão de curso.
MARTIM, Arthur Galafassi. A reciclagem dos resíduos sólidos na construção civil.
2017. 35 f. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil – Faculdade
Pitágoras, Londrina, 2017.

RESUMO

O presente trabalho visa compreender o gerenciamento e aproveitamento dos


resíduos de construção e demolição (RCD), sendo que se entende como RCD todo
resíduo decorrente de processo construtivo ou de demolição, podendo este ser viável
ou não para reaproveitamento imediato ou tardio. Esta análise documental do tipo
revisão de literatura transcorrerá conceituando o controle de resíduos sólidos segundo
os órgãos responsáveis, identificando as formas de reaproveitamento de Resíduo de
Construção e Demolição Civil (RCD) e caracterizando como o bom controle de
resíduos pode ser positivo no âmbito econômico e ambiental, sendo estes seus
objetivos. Apesar do crescimento exponencial do setor de construção e aumento
gradativo da produção de resíduos sólidos de construção e demolição, as ações com
o objetivo de melhorar esta situação podem acontecer nas várias etapas do processo
de produção, envolvendo diferentes agentes da cadeia produtiva, destacando-se
medidas para a redução da geração de resíduos diretamente na fonte, reutilização ou
reciclagem deles e, finalmente, a sua deposição adequada. Este trabalho visa pontuar
soluções pertinentes e eficazes para a redução gradual da produção de RDC no Brasil.

Palavras-chave: Engenharia; Construção; Resíduo; Demolição.


MARTIM, Arthur Galafassi. Recycling of solid waste in civil construction. 2017. 35
f. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil – Faculdade Pitágoras,
Londrina, 2017.

ABSTRACT

The present work aims to understand the management and use of construction and
demolition waste (RCD), meaning that RCD is all waste resulting from a construction
or demolition process, which may be feasible or not for immediate or late reuse. This
documentary review of the literature review will be carried out to conceptualize the
control of solid waste according to the responsible organs, identifying the forms of
reuse of Civil Construction and Demolition Waste (RCD) and characterizing how good
waste control can be positive in the economic and these are its objectives. In spite of
the exponential growth of the construction sector and the gradual increase in the
production of solid construction and demolition waste, actions aimed at improving this
situation can happen in the various stages of the production process, involving different
agents of the production chain, Measures to reduce the generation of waste directly at
source, reuse or recycle them and, finally, their proper disposal. This work aims to
identify relevant and effective solutions for the gradual reduction of DRC production in
Brazil.

Key-words: Engineering; Construction; Residue; Demolition.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Classificação dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD), segundo


o CONAMA .............................................................................................................. 15
Figura 2 – Caracterização ...................................................................................... 17
Figura 3 – Título da figura ....................................................................................... 00
Figura 4 – Título da figura ....................................................................................... 00
Figura 5 – Título da figura ....................................................................................... 00
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Definições conforme Resolução 307/2002 – CONAMA ........................ 21


Tabela 2 – Ganhos com o beneficiamento dos resíduos da construção civil ........... 28
Tabela 3 – Identificação dos resíduos por etapas da obra e possível
reaproveitamento ..................................................................................................... 30
Tabela 4 – Título da tabela ...................................................................................... 00
Tabela 5 – Título da tabela ...................................................................................... 00
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRECON Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil


e Demolição
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
RCC Resíduo de Construção Civil
RCD Resíduo de Construção e Demolição
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................13
1. IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS PROVINIENTES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
....................................................................................................................................14
2. SEPARANDO OS MATERIAIS PARA A RECICLAGEM DE RESÍDUOS .............19
2.1 RECOMENDAÇÕES NORMATIVAS ............................................................ 20
2.2 TRIAGEM E SEPARAÇÃO ............................................................................. 23
3. INDICANDO O REAPROVEITANDO RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
(RCC) ........................................................................................................................ 25
3.1 TIPOS DE USINAS DE RECICLAGEM .......................................................... 27
3.2 REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM NA OBRA ................................................ 28
3.2.1 Reciclagem dentro da própria obra ................................................................ 30

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 32

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 33
13

INTRODUÇÃO

A construção civil é um dos ofícios mais primitivos que se conhece e desde o


começo da humanidade ela foi feita de forma artesanal, e a partir de então, já era
gerado grande quantidade de resíduos. Contudo, estudos sobre o assunto,
começaram a surgir a partir de 1928, mas o reaproveitamento começou, de fato, a ser
registrado a partir da Segunda Guerra Mundial devido à grande quantidade de
escombros.
Apenas no Brasil, o desperdício de materiais provenientes de obra supera vinte
mil toneladas por ano e com toda certeza nem todo este volume de material terá
destinação correta e mesmo que houvesse, não haveria espaço para todo esse
descarte e por se tratar de material que pode ser reaproveitado, segundo a ABRECON
– Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e
Demolição, o Brasil joga fora aproximadamente 8 bilhões de reais ao ano.
Com inúmeras preocupações voltadas para a área ambiental, por não haver
espaço para todo esse descarte, e com maneiras eficazes de segregação dos
resíduos de construção civil, o reaproveitamento desde material se tornou um
compromisso e também uma vantagem, pois diminui o orçamento dos
empreendimentos que reutilizam estes materiais.
Trata-se de uma pesquisa documental teórica, por meio de revisão de literatura,
onde houve a consulta a livros, estudos científicos e documentos, com o objetivo de
promover o reaproveitamento dos resíduos produzidos pela construção civil e que nos
trazem para uma reflexão que buscaram identificar os materiais presente nos
resíduos, descrever possíveis maneiras de separação dos materiais e indicar a
reutilização deste material.
Foi utilizado o método de abordagem dedutivo com base em um levantamento
bibliográfico minucioso dos principais trabalhos relacionados a temática e análise da
resolução 307 do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, que dispõe sobre
a classificação dos resíduos de construção e demolição (RCC e RCD).
14

1. IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS PROVENIENTES DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Tendo em vista o grande volume de resíduos gerados pela indústria da


construção e dos prejuízos ambientais causados por estes, iniciaram-se estudos
sobre o tema que teve como resultado a Resolução CONAMA nº 307 de 05 de julho
de 2002 que define estes resíduos e normaliza as suas principais questões. Com esta
resolução passa-se a exigir dos municípios brasileiros a elaboração e implantação de
um Plano Municipal de Gerenciamento dos Resíduos de Construção Civil –
PMG/RCC, visando o cumprimento da legislação ambiental vigente no país
(TESSARO; SÁ; SCREMIN, 2012).
Ainda sobre o PMG/RCC, a elaboração, implementação e coordenação ficou
por conta dos Municípios e do Distrito Federal com prazo máximo de 12 meses para
a elaboração (prazo esse que expirou em janeiro/2004) e 18 meses para a
implementação (prazo esgotado em julho/2004). A Resolução CONAMA nº 307
estabelece que:

Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções,


reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como:
tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,
resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa,
gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação
elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou
metralha; (Resolução CONAMA nº 307, 2002).

O artigo 4º da Resolução diz também que os geradores deverão ter como


objetivo prioritário a não geração de resíduos e secundariamente a redução, a
reutilização, a reciclagem e a destinação final.
Nunes (2004) afirma que grande parte dos RCCs são considerados resíduos
inertes, e segundo a ABNT NBR 10004:2004, estes, quando submetidos ao teste de
solubilização, não tem nenhum de seus componentes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade de água.
Com o intuito de facilitar a divisão, auxiliar e estimular a reutilização para
minimizar os impactos ambientais causados pelos resíduos da construção civil (RCC)
a Resolução CONAMA nº 307 os divide em classes A, B, C e D, para que desta forma
estes recebam os cuidados adequados e a destinação apropriada. Segundo a
resolução, os resíduos classe A são aqueles que podem ser reutilizados ou reciclados
15

como agregados, tais como resíduos oriundos de pavimentação, de edificações e de


peças pré-moldadas, como mostra a figura abaixo.
Figura 1 – Classificação dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD), segundo
o CONAMA
Classificação dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD), de acordo
com o CONAMA
Tipos de RCC Definição Exeplos Destinações

resíduos de pavimentação e de Reutilização ou reciclagem


Classe A Resíduos reutilizáveis ou outras obras de infra-estrutura, na forma de agregados, ou
recicláveis como agregados inclusive solos provenientes de encaminhados às áreas de
terraplanagem; aterro de resíduos da construção
- resíduos de componentes civil, sendo dispostos de modo
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, a permitir a sua utilização ou
placas de revestimento etc.), reciclagem futura.
argamassa e concreto;
- resíduos oriundos de processo
de fabricação e/ou demolição
de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meiosfios
etc.) produzidas nos
canteiros de obras.

Classe B São os resíduos recicláveis Plásticos, papel/papelão, Reutilização/reciclagem ou


para outras destinações metais, vidros, madeiras e encaminhamento às áreas de
outros armazenamento temporário,
sendo dispostos de modo a
permitir a sua utilização ou
reciclagem futura.

Fonte: Resolução CONAMA N°307/2002


16

O fato da resolução acima não incluir os resíduos de amianto na Classe D,


trouxe como consequência a publicação de um aditivo, constituído pela Resolução
348/2004 que inclui o amianto na Classe D. Ainda falando sobre a mesma acima,
também ordena sobre conceitos regularmente utilizados quando se trata em RCD,
como:
• Reutilização: Método de reaplicação de sobras da construção,
sem transformação do mesmo.
• Reciclagem: Método de reaproveitamento de resquício da obra,
após ter sido submetido à transformação.
• Beneficiamento: Ato de sujeitar os restos de obra à operações
e/ou processos que tenham por finalidade dotá-los de condições que
permitam que sejam manipulados como matéria-prima ou produto.
• Aterro de resíduos da construção civil: Área onde serão
empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil
Classe “A” no solo, pretendendo a reserva de materiais separados de
maneira a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área,
utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume
possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.
• Áreas de destinação de resíduos: Áreas destinadas ao
beneficiamento ou ao último ordenamento de resíduos. (CONAMA
307/2002)

Os resíduos classe A, que são maior parte em volume nos RCCs, como sendo
passíveis de reciclagem e ou reutilização, como solos, tijolos, argamassa, concreto,
cerâmica e telhas. Sendo assim, o beneficiamento destes, para a reutilização na forma
de agregados, reduziria de forma significativa o volume total de RCC gerado.
Ainda que não existam estatísticas de todo o país, o resíduo originado nos
canteiros de obras no Brasil tem aproximadamente a seguinte constituição: 64% de
argamassa, 30% de produtos de vedação (tijolos), 6% de outros materiais (concreto,
pedra, areia, etc..). É provável fragmentar 90% dos resíduos gerados na construção
civil para a elaboração de elementos utilizados em argamassa e na construção civil.
(CAMARGO, 1995)
Em uma breve avaliação dos resíduos com alto potencial de reaproveitamento,
Cheriaf et al. (1997) constatou a inevitabilidade de identificar as propriedades
estruturais, geométricos e ambientais dos resíduos, conforme o processo descrito na
figura abaixo.
17

Figura 2 – Caracterização

Fonte: Cheriaf et al. (1997)


Para Cheriaf et al. (1997), a caracterização deve seguir tais padrões:
a) Critérios estruturais: reconhecimento da estrutura e constituição dos
resquícios por meio de execução de ensaios: análise química,
difractometria aos raios X, análise em espectrometria em
infravermelho e termogravimétricas.
b) Critérios geométricos: reconhecimento da morfologia e textura do
resquício, por meio dos decorrentes diagnósticos: microscopia
eletrônica de varredura, granulometria, superfície específica,
densidade.
c) Critérios ambientais: reconhecimento dos integrantes que podem
ser potencialmente lixiviados e/ou solubilizados dos resíduos, pH.
d) outros critérios: reconhecimento das características relativas à
unidade de produção do resquício, e das maneiras de beneficiamento
que podem ser alusivas: reologia, matéria orgânica, pureza,
consistência.
Ou seja, consegue-se aplicar tais critérios para qualquer tipo de resíduo da
construção civil e depois de sua segregação, há inúmeras aplicações existentes para
este material que até então era um problema ambiental, pois seria descartado, sendo
que possui muito potencial para a reciclagem e também deixa de ser extraído um novo
material, preservando a natureza.
As formas mais usuais de aproveitamento de resíduos, muitas vezes, foram
realizadas baseando-se em aspectos qualitativos – como textura, forma,
granulometria, cor, capacidade de aglutinar –, sem qualquer tipo de investigação que
pudesse dar por embasamento características que fornecessem justificativas para
avaliar o comportamento ao longo do tempo, causando não somente danos ao meio
18

ambiente como expondo a edificação a riscos de contaminação, além do


comprometimento devido à exposição. (CHERIAF; ROCHA 1997, p.12)
As formas adequadas de aproveitamento de resíduos, ou de subprodutos
industriais, como matéria-prima secundária, devem envolver um completo
conhecimento do processo as unidades de geração dos resíduos, a caracterização
completa dos resíduos e identificação do potencial de aproveitamento, identificando
as características limitantes do uso e da aplicação. (CHERIAF et al, 2002, p. 74)
Cabe salientar também que, para as soluções visando ao reaproveitamento dos
resíduos, existem tecnologias e procedimentos diversos, mais ou menos sofisticados,
mão de obra ou capital intensivos, processos importados e desenvolvidos no país.
Sua escolha, entretanto, deve ser feita tendo em vista se atingir o aproveitamento
ambientalmente adequado, ao menor custo possível, respeitando-se as
características socioeconômicas e culturais de cada município. (CHERIAF et al, 2002)
A redução das perdas e desperdícios passou a ser importante fator para a
sobrevivência das construtoras e para a adequação ao mercado, porém a
necessidade de minimizar a geração dos RCC, não resulta apenas da questão
econômica, pois se trata fundamentalmente de uma ação importante para a
preservação ambiental.
19

2. SEPARANDO OS MATERIAIS PARA A RECICLAGEM DE RESÍDUOS

Como forma de combater os problemas causados pela geração de resíduos, a


reciclagem aparece como a solução mais adotada em vários países há algum tempo.
No Brasil, só mais recentemente essa prática começou a ser implementada, mesmo
assim de forma isolada por alguns municípios. (SILVA, 2004)
A reciclagem de resíduos envolve todo um processo de beneficiamento do
mesmo. Porém, até se chegar ao beneficiamento, algumas outras etapas devem ser
analisadas para se tomar uma decisão em relação à viabilidade do projeto. Essas
etapas incluem a configuração de coleta desses resíduos (captação), o transporte e a
estocagem dos mesmos. Têm a necessidade de ser realizado um estudo criterioso
dos possíveis pontos de coleta na região onde for implantado o sistema, a forma como
o material foi transportado até o local de estocagem e, finalmente, definir uma região
apropriada para a implantação da usina de reciclagem. (SILVA, 2004)
O local de implantação da usina tem um papel fundamental para o sucesso do
programa. O padrão é que as usinas fiquem o mais próximo possível das fontes
geradoras e dos locais de uso, ou seja, inseridas no contexto urbano (LIMA, 1999).
Segundo Silva (2004), todos esses procedimentos fazem parte da chamada
Gestão Diferenciada de RCDs. Um exemplo de gestão diferenciada aconteceu em
Belo Horizonte, onde foi criado, em 1993, sob a coordenação do Arq. Tarcísio de Paula
Pinto, o Programa de Correção Ambiental e Reciclagem dos Resíduos de Construção.
Nele, programaram-se ações específicas para captação, reciclagem, informação
ambiental e revitalização de áreas danificadas. Definiu-se, também, a necessidade de
4 centrais de reciclagem, com o método de implantação iniciado no final de 1995. No
Brasil, o que se pratica nas grandes cidades é a gestão corretiva, altamente
ineficiente, visto que se sustenta na “inevitabilidade” de áreas de deposição
irregulares.
A reciclagem de RCD’s tem acontecido somente no âmbito municipal, não
havendo, até o momento, iniciativas por parte do setor privado no sentido de participar
do processo. Isso ocorre devido ao fato de não haver políticas públicas claras em
relação ao tratamento do assunto. (SILVA, 2004)
20

Pesquisas têm mostrado que se pode obter um produto reciclado de boa


qualidade. Para isso, quanto mais homogêneo for o resíduo, com menos impurezas,
melhor será o produto final.
Uma das maneiras de se obter um material de melhor qualidade é começar um
processo seletivo do resíduo dentro do próprio canteiro de obra, separando o material
a ser aproveitado do material descartável. (NETO, 2007)
Um outro modo de se conseguir um produto (resíduo) de melhor qualidade é
através do chamado “desmantelamento seletivo”. Este procedimento vem substituir a
maneira de demolição tradicional, onde não existe uma preocupação em separar o
material possível de ser reciclado, do material descartável. No método de
desmantelamento, esta preocupação está presente em todo o momento. Os materiais
a serem reciclados são retirados em etapas definidas conforme o tamanho, o processo
construtivo e o tipo de material. (SILVA, 2004)

2.1 RECOMENDAÇÕES NORMATIVAS

Em 31 de agosto de 1981, foi sancionada a Lei Nº 6.938, que vinha estabelecer


a Política Nacional do Meio Ambiente e instituir o Sistema Nacional do Meio Ambiente
– SISNAMA.
Dentro da composição do SISNAMA, está o CONAMA, Conselho Nacional do
Meio Ambiente. O CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA e tem
como finalidade, “assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de
políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no
âmbito de sua competência, sobre normais e padrões compatíveis com o meio
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida”.
A Lei Nº 6938/81 define meio ambiente como “o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas”.
O CONAMA possui diversas Câmaras Técnicas, dentre elas algumas estão
mais diretamente ligadas a questão dos resíduos e o meio ambiente, como as
Câmaras de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos, Controle e
Qualidade Ambiental e Câmara de Economia e Meio Ambiente.
21

Dentro deste contexto, em 5 de julho de 2002, foi aprovada a Resolução Nº


307, do CONAMA, que estabelece, em conformidade com o Artigo 1º, diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, visando
minimizar os impactos ambientais.
No seu Artigo 2º a Resolução 307 adota, dentre outras, as seguintes definições,
conforme tabela abaixo:
Tabela 1 – Definições conforme Resolução 307/2002 - CONAMA

Fonte: Resolução CONAMA N°307/2002


Já no seu Artigo 3º a Resolução classifica os resíduos da construção civil da
seguinte forma:
I – Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como
agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e
de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;
22

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações:


componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de
revestimento etc.), argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas
em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros
de obras;
II – Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações,
tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
III – Classe C – são os resíduos para os quais não foram
desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que
permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos
oriundos do gesso;
IV – Classe D – são os resíduos perigosos oriundos do processo de
construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles
contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas
radiológicas, instalações industriais e outros.

A Resolução determina que os geradores deverão ter como objetivo prioritário


a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a
reciclagem e a destinação final; sendo que os resíduos da construção civil não
poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de “bota fora”,
em encostas, corpos d’água, lotes vagos e em ares protegidas por lei.
O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil é o
instrumento a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, para a
implementação da gestão dos resíduos da construção civil. O Plano deverá incorporar:
I – O Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil; e
II – Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
No seu Artigo 10 a Resolução determina que os resíduos da
construção civil deverão ser destinados das seguintes formas:
I – Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de
agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da
construção civil, sendo dispostos de modo permitir a sua utilização ou
reciclagem futura;
II – Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a
áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a
permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
III – Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados
em conformidade com as normas técnicas específicas;
IV – Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados
e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

Os Municípios e o Distrito Federal têm o prazo máximo de doze meses


elaborarem seus Planos Integrados de Gerenciamento de Resíduos de Construção
Civil, e o prazo máximo de dezoito meses para sua implementação.
23

A Resolução entrou em vigor a partir de 2 de janeiro de 2003. O Comitê Técnico


da RILEM TC 121-DRG apresentou, no 3º Simpósio Internacional sobre Demolição e
Reutilização de Concreto e Alvenaria em 1993, a seguinte classificação para a fração
graúda dos agregados reciclados (RILEM TC121 – DRG, 1994):
Tipo I – Agregados provenientes em sua maioria de resíduos de
alvenaria;
Tipo II – Agregados provenientes de material constituído
predominantemente de concreto;
Tipo III – Agregados provenientes de uma mistura de agregados
naturais e reciclados, onde as seguintes exigências devem ser
respeitadas:
Conteúdo mínimo de agregados naturais de 80% em massa;
Conteúdo máximo de agregados Tipo I de 10% em massa.

2.2 TRIAGEM OU SEGREGAÇÃO

Segundo a resolução 307/2002 – CONAMA, a triagem deverá ser realizada,


preferencialmente, pelo gerador dos resíduos, na sua origem, ou ser realizada nas
áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de
resíduos estabelecidas na tabela 1.
A separação deverá ser realizada nos locais de origem dos resíduos, logo após
a sua geração. Para isso, devem ser feitos montes próximos a esses locais e que
serão transportados posteriormente para seu acondicionamento. Um serviço
específico deverá ser realizado, ao final de cada dia de trabalho, para separação,
preferencialmente por quem fez o serviço, com o objetivo de garantir a qualidade do
resíduo (sem contaminações) potencializando sua reutilização ou reciclagem.
Essa prática contribuirá para a manutenção da limpeza da obra, evitando
materiais e ferramentas espalhadas pelo canteiro o que gera contaminação entre os
resíduos, desorganização, aumento de possibilidades de acidentes do trabalho além
de acréscimo de desperdício de materiais e ferramentas.
Uma vez segregados, os resíduos deverão ser adequadamente
acondicionados, em depósitos distintos, para que possam ser aproveitados numa
futura utilização no canteiro de obras ou fora dele, evitando assim qualquer
contaminação do resíduo por qualquer tipo de impureza que inviabilize sua
reutilização. A contaminação do resíduo compromete a sua reutilização e, em certos
casos, até inviabiliza o posterior aproveitamento, dificultando o gerenciamento, ao
mesmo tempo em que a segregação bem realizada assegura a qualidade do resíduo.
24

É importante que os funcionários sejam treinados e se tornem conhecedores


da classificação dos resíduos, não só para executarem satisfatoriamente a
segregação dos mesmos como também pela importância ambiental que essa tarefa
representa.
Nesse processo, a comunicação visual na obra, tem importância fundamental,
pois a sinalização informativa dos locais de armazenamento de cada resíduo serve
para alertar e orientar as pessoas, lembrando-as sempre sobre a necessidade da
separação correta de cada um dos resíduos gerados.
A prática da segregação não é uma tarefa difícil podendo ser facilmente
realizada até porque a geração dos resíduos na obra acontece separadamente, em
fases distintas e os mesmos são coletados e armazenados nos pavimentos
temporariamente, propiciando a adoção de procedimentos adequados para a limpeza
da obra.
25

3. INDICANDO O REAPROVEITANDO RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC)

Os empreendimentos de caráter residencial ou comercial que aplicam técnicas


construtivas tradicionais, ou melhor, estrutura de concreto armado relacionada a
vedações em alvenaria com blocos de concreto ou cerâmicos, produzem cerca de
0,10 a 0,15 m³ de RCC /m² de área construída. Segundo Elcio Careli (2010), 50%
desse montante é referente à alvenaria, concreto, argamassas e cerâmicos; 30% à
madeira; 10% ao gesso; 7% ao papel, plástico e metais. Além disso, para cada
elemento citado, há um destino correto, devendo ser empregados cautelas bem
específicas.
Aterros de resíduos classe A visa a revitalização de áreas desgastadas pela
extração de minérios e tem a tarefa da regularização topográfica de terrenos, por meio
de obras de engenharia com possibilidade de receber restos definidos por projeto
específico. Para estes mesmos aterros, é necessário possuir licença ambiental
específico, permitindo os empreendimentos a receberem a disposição final de solos.
(CARELI, 2010)
Os dejetos de classe A ajudam a recuperar a característica inicial que o solo
tinha antes da exploração mineral, porém, há a necessidade de licença ambiental para
tal atitude. Obviamente, se não houvesse tal controle, haveria despejos irregulares.
Resíduos brutos como concreto, alvenaria, argamassa e cerâmicos podem ser
reempregados para um novo aterro, de maneira simples, distinguindo circunstancias
fundamentais de compactação e imutabilidade do terreno. É viável a utilização das
sobras de blocos no sentido de encher vazios na realização de vedações em
alvenaria. Outra maneira, seria realizar a segregação dos resíduos, chamado de
homogeneização, utilizados para enchimentos, estabilização de terrenos, sub-base e
base de pavimentos, contrapisos, drenagens, produção de argamassas, concretos
não estruturais, dentre demais usos. As alternativas podem estar ligadas a britagem
dos resíduos no próprio canteiro ou em usinas de reciclagem externas. (CARELI,
2010)
Necessita cautela, porque está diretamente ligada na identificação do perfil de
produção dos resquícios para determinar maneiras de reaproveitamento, obedecendo
igualmente os potenciais consumos locais dos materiais reaproveitados e, mais
notadamente, dos agregados reciclados. É notável definir a tecnologia mais
26

apropriada no atender ao mercado requerente e as especificações estabelecidas por


normas técnicas. (CARELI, 2010)
Sobre madeira, a metodologia padrão é reempregar os elementos
repetitivamente e redimensioná-las para aplicação diversa. Depois de passar por
todas as possibilidades de aplicação em canteiro, enviar para usinas externas que
trituram o restante de madeira, tornando-os em aparas para servirem de alimentação
em fornos e caldeiras, substituindo à madeira virgem. Pode ser aplicada o método do
readensamento dos resquícios triturados, transformando em briquetes para aumentar
a eficiência da biomassa na alimentação de fornos e caldeiras. Lembrando que é
necessário a preparação dos resíduos em canteiro, assegurando que as cargas
estejam isentas de contaminantes. (CARELI, 2010)
Um dos materiais que facilmente é reutilizado na obra é a madeira. Os pedaços
maiores podem ser recortados e assim suprirem outras necessidades. Após sua nova
reutilização, uma terceira maneira de reempregar seria servindo de alimento para
caldeiras, evitando desmatamento de árvores apenas para este serviço.
No caso do papel e papelão, têm necessidade de serem levados a cooperativas
ou a empresas que negociam sobras para elaboração de lotes para venda aos
recicladores e que por sua vez produzem embalagens e artefatos, incorporando
conteúdo de papel reciclado ao sistema de produção. A estocagem temporária no
respectivo canteiro necessita ser instalada num local seco e abrigado. Em alguns
mercados, podem haver resistência na compra deste material devido à destinação de
sacarias de cimento e argamassas, devido ao resto de material que permanece entre
as folhas. (CARELI, 2010)
No caso dos plásticos, são aplicados em diversos materiais que são essenciais
para execução da obra. O canteiro precisa deliberar este tipo de RCC a cooperativas
ou empresas que negociam restos de plástico com intuito de reaproveitar, em um
procedimento que envolve inúmeras etapas, e por último, utiliza como matéria prima
na criação de elementos em plástico. Deve ser realizada a identificação
antecipadamente, na cadeia de reciclagem regional, das condições específicas para
seu propósito, considerando especialmente, apenas aquelas cadeias de polímeros
com propriedades de empregar a reciclagem. (CARELI, 2010)
Materiais metálicos igual embalagens vazias, pedaços de tubulações, arames
e vergalhões de metal são levados a empresas ou a cooperativas que negociam
27

sucatas metálicas, e destas, com destino final a indústria siderúrgica. A metodologia


em canteiro inclui o esgotamento de embalagens de tintas e congêneres para
esvaziamento e aproveitamento máximo do conteúdo, pois se trata de resíduo
perigoso e contaminante. (CARELI, 2010)
As sobras de aplicação e lascas de gesso acartonado precisam ser destinadas
a empresas que acumulam cargas para destinação final dos restos em indústrias de
cimento. As sobras deste material são utilizadas nestas indústrias para controle da
pega do cimento na fase de moagem do clínquer.
Os resíduos devem ser separados em sacos, evitando misturar com os resíduos de
alvenaria e concreto. (CARELI, 2010)

3.1 TIPOS DE USINAS DE RECICLAGEM

Segundo Gleysson Machado (2014), as Usinas de reciclagem de resíduos


para construção civil são divididas em duas categorias, conforme sua mobilidade:
a) Usinas Fixas
Usinas Fixas encontram-se instaladas em um local com um espaço que varia
baseado na quantidade de procedimentos da usina, ou seja, quanto maior a
capacidade, maior será o espaço necessário para sua construção. Há necessidade
da criação de uma justificativa do local de instalação das mesmas. Desde o começo
de sua instalação até começar a operar leva aproximadamente 30 dias. Esta, é a
alternativa economicamente mais disponível do mercado, entretanto são as mais
limitadas analisando a competitividade comercial
b) Usinas Móveis
Uma Usina de Reciclagem Móvel de Resíduos da Construção Civil – URM-RCC
é formada essencialmente por 3 elementos: Um caminhão do tipo Roll On Roll Off,
uma Britadeira Móvel e uma Peneira Rotatória Móvel geralmente atracada com o
reboque do caminhão. A definição do Modelo de Negócio é essencial para garantir-se
uma lucratividade.
As britadeiras móveis encontram-se compostas em um único bloco
frequentemente com o tamanho que varia entre 1 container de 20” e 40” de acordo
com sua quantidade de procedimento. Podem ser empregadas em um
empreendimento fixo ou mesmo ser alugada para obras em diversos locais. De acordo
28

com o fabricante, essas usinas podem ser naturalmente transportadas em caminhões


do tipo Roll On Roll Off.
O enorme benefício deste padrão é que o empreendedor poderá transportar
todo o empreendimento para regiões onde seu serviço se faça necessário. Se
desfrutar da forma exata, o empreendimento pode ser extremamente lucrativo e
imensamente versátil.
Depois da segregação realizada pelas usinas, a Tabela 2, apresentada a
seguir, exibe as vantagens com o beneficiamento dos restos da construção, realçando
os tipos de materiais recicláveis e a constituição de todos eles.
Tabela 2 – Ganhos com o beneficiamento dos resíduos da construção civil

Fonte: Neto (2004)

3.2 REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM NA OBRA

A ideia da reutilização de materiais deve nortear o planejamento da obra desde


a fase da concepção do projeto, o que possibilitará, por exemplo, a adoção de
29

escoramento e andaimes metálicos que são totalmente reaproveitáveis até o final da


obra. O reaproveitamento das sobras de materiais dentro do próprio canteiro é a
maneira de fazer com que os materiais que seriam descartados com um determinado
custo financeiro e ambiental retornem em forma de materiais novos e sejam re-
inseridos na construção evitando a retirada de novas matérias-primas do meio
ambiente. (SUZUKI LIMA; ROSA LIMA 2009, p. 18)
Para se cumprir esse objetivo, deve-se atentar para as recomendações das
normas regulamentadoras e observar seus procedimentos para que os materiais
estejam enquadrados no padrão de qualidade por elas exigidos para a reutilização.
Para tanto, as empresas podem lançar mão de parcerias com laboratórios de ensaios
tecnológicos ou Instituições de Ensino para a realização de análises, ensaios e
determinações dos traços que serão empregados na reutilização dos RCC. A tabela
3 apresenta os tipos de resíduos possivelmente gerados segundo as fases das obras
e seu reaproveitamento. (SUZUKI LIMA; ROSA LIMA 2009, p. 18)
30

Tabela 3 – Identificação dos resíduos por etapas da obra e possível reaproveitamento

Fonte: Resolução CONAMA N°307/2002


Outros exemplos de aplicação acontecem na confecção de pavers para pisos,
utilização de resíduos de alvenaria, concretos e argamassas em bases para pisos de
concreto sem função estrutural e a confecção de blocos de concreto utilizando
agregados reciclados de blocos cerâmicos, concreto ou caco de cerâmica. Os
materiais inservíveis para a reutilização direta, mas passíveis de reciclagem se
dividem entre os que são reciclados dentro das obras e aqueles que se destinam a
reciclagem fora do canteiro. (SUZUKI LIMA; ROSA LIMA 2009, p. 20)

3.2.1 Reciclagem dentro da própria obra

Segundo Rosimeire Suzuki Lima e Ruy Reynaldo Rosa Lima (2009), no Brasil
onde 90% dos resíduos produzidos pelas obras estão sujeitos a reutilização e levando
31

em conta a sua constante geração, a reciclagem dos RCC é de essencial interesse


financeiro e ambiental no sentido de que os resíduos voltem para a obra, substituindo
novas matérias-primas. Trata-se de uma prática de muito prioridade executada no
próprio canteiro, podendo também ser realizado fora do canteiro.
O ideal seria se o reaproveitamento na obra dos RCC fosse executado
constante e agregada diariamente nas construtoras como parte integrante do
planejamento e execução das obras. Contudo, no Brasil, essa execução ainda é vista
como uma sobrecarga de trabalho e até mesmo como problema para o andamento
dos serviços e seus prazos.
Por outro lado, empregar agregados oriundos de reciclagem ainda é
considerado como fator prejudicial à qualidade técnica dos serviços o que aponta a
baixa mobilidade da indústria da construção civil principalmente no que se refere à
pesquisa e aceitação de novas tecnologias que provavelmente não se traduzem em
grandes vantagens financeiras embora o ponto de vista seja exclusivamente
ambiental. (SUZUKI LIMA; ROSA LIMA 2009, p. 05)
As primeiras comprovações com a reutilização de RCC no Brasil são de 1997,
até hoje são principiantes os trabalhos nesse aspecto no setor da construção civil,
principalmente no que se refere à expectativa de reciclagem realizada dentro do
canteiro de obra, dado isso, conclui-se que a questão ambiental não é exemplo
motivador para a incorporação dessas experiências no dia-a-dia das construções.
(SUZUKI LIMA; ROSA LIMA 2009, p. 05)
Apesar disso, a gestão de RCC dentro do canteiro de obras na verdade
apresenta inúmeros benefícios para as empresas, como a redução do volume de
resíduos a descartar, a redução do consumo de matérias extraídas diretamente da
natureza, redução dos acidentes de trabalho (tornando as obras mais limpas e
organizadas), redução do número de caçambas retiradas da obra, melhoria na
produtividade, não responsabilidade por passivos ambientais, atendimento aos
requisitos ambientais em programas como PBQP-H, Quali-Hab e ISO 14.000 e
diferencial positivo na imagem da empresa junto ao público consumidor. (SUZUKI
LIMA; ROSA LIMA 2009, p. 20)
32

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O interesse em saber a quantidade de resíduos gerada pela indústria da


construção civil existe há algum tempo, muitas vezes inserido na discussão da
redução de desperdícios. A problemática levantada neste estudo empenhou-se em
questionar a reciclagem dos materiais encontrados nos Resíduo de Construção e
Demolição (RCD), bem como suas possíveis soluções mostrando que é possível
identificar, separar e reutilizar estes materiais, evitando assim o errado manejo de
resíduos e a exploração de recursos naturais.
Dentre os benefícios decorrentes do bom gerenciamento de RDC’s, pode-se
identificar os materiais presentes nestes resíduos e reempregá-los, fazendo com que
haja diminuição na emissão destes.
As usinas de reciclagem agem como uma ferramenta importantíssima na
viabilização da reciclagem desses materiais que por vezes sem um tratamento
adequado acabam como entulho nos centros urbanos.
Os benefícios da reutilização de resíduos não se limitam apenas ao canteiro de
obras, se estende nos setores econômicos e ambientais de forma a gerar equilíbrio
entre o crescimento sustentável das cidades e o meio ambiente.
Sugestões para trabalhos futuros: acompanhar se o índice de
reaproveitamento, a nível nacional, continua crescendo ou diminuindo, e por quais
motivos. Quais as novas tecnologias de segregação dos entulhos e quais suas novas
empregabilidades.
33

REFERÊNCIAS

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Sólidos – Classificação. 2 ed. Rio de Janeiro, 2004.

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