Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
NOÇÕES DE DIREITO a) direito adquirido: é o que já se incorporou defi- c) Domicílio (arts. 70 a 78) - Lugar onde a pessoa
nitivamente ao patrimônio e à personalidade de estabelece residência com ânimo definitivo.
LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL seu titular; Considera-se também domicí lio o lugar onde a
DECRETO-LEI 4.657 /42 b) ato jurídico perfeito: é o já consumado segundo profissão é exercida. Se a pessoa tiver várias resi-
a lei vigente; dências, o domicílio será qualquer delas. Se a pes-
Conceito c) coisa julgada: é a imutabilidade dos efeitos da soa não tiver residência habitual (ex.: circense), o
Direito é o conjunto das normas gerais e positivas, decisão que não mais comporta recursos. domicílio será o lugar em que for encontrada. Pos-
que regulam a vida social (Radbruch - Introdución a 4. Repristinação: lei revogada não se restaura por ter suem domicílio necessário (art. 76): incapaz, ser-
la Filosofia dei Derechp). a lei revogadora perdido a vigência, salvo disposi- vidor público, militar, marít,imo e pessoa presa.
Direito objetivo - E a norma; de acordo com ela ção em contrário (art. 2º, § 2º, LICC). • Domicílio de eleição - E o domicílio escolhi-
devem agir os indivíduo~. Observação: a lei nova, que estabeleça disposições do pelas partes contratantes para o exercício e
Direito subjetivo - E a faculdade; quando se diz gerais ou especiais, a par das já existentes, não revo- cumprimento dos direitos e obrigações.
que alguém tem direito a algo, está-se referindo a um ga nem modifica a lei anterior (art. 2°, § 2º, LICC). 3. Fim
direito subjetivo. O direito subjetivo encontra proteção a) Morte real - Óbito comprovado - extingue a
no direito objetivo. Observação: há juristas que negam No espaço personalidade (art. 6º).
a existência do direito subjetivo (Kelsen e Duguit). • Territorialidade - Regra: a lei, em princípio, tem b) Morte civil - Não mais existe; resquícios: de-
seu campo de aplicação limitado no espaço pelas serdação.
Classificação do Direito Positivo fronteiras do Estado que a promulgou. c) Morte presumida - Indivíduo desaparece de seu
O Direito deve ser visto como um todo. As normas, • Extraterritorialidade-Os Estados modernos admitem domicílio sem deixar representante ou dar notí-
princípios e instituições devem relacionar-se de forma a aplicação, em determinadas circunstâncias, de leis es- cias. Possui efeitos patrimoniais e alguns pessoais.
harmõnica, formando um só sistema. No entanto, para trangeiras, para facilitar as relações internacionais. d) Ausência - Sucessão provisória e definitiva
fins didáticos, pode ser dividido em: • Território nacional: (arts. 22 a 39).
1. Direito Públi~o - Disciplina os interesses gerais da a) real: extensão geográfica ocupada pela Nação; com- 4. Comoriência - Quando dois ou mais indivíduos fale-
coletividade. E composto por normas de aplicação preende solo, subsolo, espaço aéreo, rios, lagos, fai - cem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se
obrigatória, cogentes, impositivas. São suas matérias xa de mar exterior que banha suas costas, etc.; um deles precedeu aos outros, presumir-se-ão simul-
principais: Constitucional, Administrativo, Tributário, b) ficto: embaixadas, navios, aeronaves, etc. taneamente mortos (art. 8º). Presunção (relativa ou
Penal, Processual (Penal e Civil), Internacional, etc. juris tantum - que admite prova em contrário) de
2. Direito Privado - Disciplina as relações dos indiví- Integração da norma jurídica (art. 4°, LICC) morte simultânea de duas ou mais pessoas.
duos entre si . São suas matérias: Civil e Comercial. • Analogia - Consiste em ap licar, à hipótese não pre-
,•
b) prática: na data da publicação ou em outra data Conjunto de capacidades da pessoa. Os direitos da Classificação
que a própria lei determinar. Publicada a lei, personalidade estão previstos nos arts. 11 a 21. 1. Direito Público
ninguém se escusa de cumpri-la alegando que 1. Início - Nascimento com vida (ainda que por algum a) Externo - Outros países, Santa Sé e organismos
não a conhece (art. 3º, LICC - Princípios da tempo), mas a lei põe a salvo os direitos do nascituro. internacionais (ex.: ONU, OEA).
Obrigatoriedade e Continuidade das Leis). Nascituro é o ente que já foi gerado ou concebido, b) Interno
2. Término da vigência: mas ainda não nasceu. Tem expectativa de vida, sendo • Administração direta - União, Estados Mem-
a) lei temporária: nasce com termo prefixado de titular de direito eventual (ex.: resguardo de herança). bros, Distrito Federal, Territórios e Municípios. m
duração; 2. Individualização • Administração indireta - Autarquias e enti-
1
b) revogação: lei posterior retira a eficácia da ante-
rior. Pode ser expressa ou tácita; total (ab-roga-
a) NolJ!e - Reconhecimento da pessoa ,na socieda-
de. E inalienável e imprescritível. E composto
dades de caráter público criadas por lei (ex.:
fundações públicas). •
ção) ou parcial (derrogação). por prenome, patronímico (sobrenome) e agno- 2 . Direito Privado 1
3. Irretroatividade: a lei é expedida para disciplinar me (Júnior, Filho, Neto, etc.). a) Espécies
casos futuros, não atingindo situações passadas. Ad-
mite-se a retroatividade respeitando-se (art. 6º, LICC):
b) Estado - Posição na sociedade; modo particular
de existir (ex.: estado civil, político, etc.).
• fundações particulares - elementos: patrimônio
(bens livres) e finalidade (religiosa, cultural, etc.); •
Resumão Jurídico
•partidos políticos (Lei 10.825/03 ); b) Res nullius - Coisas de ninguém (peixes no fundo Elementos do negócio jurídico
•organizações religiosas (Lei 10.825/03); do mar, coisas abandonadas, etc.). Elementos essenciais
•associações - sem fin s econômi cos; c) Públicos - Uso comum do povo (rios, mares, estra- 1. Gerais
• sociedades - com finalidade econômica: simples das, ruas, etc .); uso especial (hospitais e escolas a) Capacidade do agente
ou empresárias (o que as diferencia é o seu objeto). públicas, secretarias, ministérios, etc.) e dominicais • Falta de capacidade: absoluta - ato nulo ; rela-
Observação: empresa pública e sociedade de eco- (patrimônio disponível das pessoas de Direito tiva - ato anulável.
nomia mista suj eitam-se ao regime das empresas Público: terras devolutas e terrenos de ma,rinha). b) Objeto (lícito, possível, determinado ou deter-
privadas (art. 173 , § 1º, CF). Observação: os bens públicos de uso comum do povo minável)
b) Início da existência legal e os de uso especial são inalienáveis enquanto con- • Defeito no objeto - ato nulo.
• Pessoa Jurídica de Direito Público - Fatos históri- servarem sua qualificação ; os bens públicos domi- c) Consentimento (manifestação de vontade) - Pode
cos, criação constitucional, lei especial e tratados. nicais podem ser alienados, observadas as exigên- ser expresso ou tácito (desde que não se exija forma
• Pessoa Jurídica de Direito Privado - O que lhe cias da lei . Os bens públicos não estão suj eitos a expressa). O silêncio pode importar em anuência, se
dá origem é a vontade humana que se materia- usucapião. as circunstàncias e os usos o autorizarem e não for
liza no ato de constituição (contrato ou estatu- necessária a declaração de vontade expressa. Nas
to social), que deve ,ser levado a registro. Coisas fora do comércio declarações de vontade se atenderá mais à intenção
c) Domicílio (art. 75) - E a sua sede jurídica. a) Insuscetiveis de apropriação - U so inexaurível nelas consubstanciada do que ao sentido literal da lin-
• União - Distrito Federal; Estados - suas capitais; (ar, luz solar, etc.). guagem, devendo ser interpretado conforme a boa-fé.
Município - lugar da administração municipal. b) Personalíssimas (vida, honra, liberdade, etc.). • Defeitos: ausência de consentimento, erro,
• Demais pessoas jurídicas - lugar onde funcio- c) Legalmente inalienáveis - Bens de família (arts. dolo, coação, lesão, estado de perigo, simula-
nam suas diretorias e administrações ou o lugar 1.7 11 a 1.722, CC, e Lei 8.009/90) e bens gravados ção, fraude contra credores.
onde elegerem no contrato (foro de eleição). com cláusula de inalienabilidade (art. 1.911 , CC). 2. Especiais (forma prescrita ou não defesa em lei)
d) Término - Dissolução deliberada de seus mem- • Defeito na forma - ato nulo.
bros, determinação da lei, decurso de prazo,
falta de pluralidade de sócios, decisão judicial. FATOS JURÍDICOS Elementos acidentais
e) Grnpos despersonalizados - Sociedades de Cláusulas secundárias, segundo a vontade dos
fato ou irregulares, massa falida, espólio, etc. Arts. 104 a 232 do Código Civil negociantes.
f) Responsabilidade 1. Condição -A eficácia do negócio jurídico subordi-
• Direito Público - Regra: responsabilidade Conceitos na-se a um evento futuro e incerto.
objetiva (art. 37, § 6º, CF). Fato comum - Ação humana ou fato da natureza Espécies:
• Direito Privado - Regra: responsabilidade sub- sem repercussão no Direito. a) Suspensiva - A eficácia do ato fica suspensa até
jetiva. Fato jurídico - Acontecimento ao qual o Direito a ocorrência do evento (ex.: dou-lhe um carro se
atribui efeitos (aquisição, resguardo, transformação, eu ganhar na loteria).
Desconsideração da personalidade jurídica modificação e extinção das relações jurídicas). b) Resolutiva - A ocorrência do evento faz com
(disregard of the legal entity) que extinga o direito (ex.: deixo de lhe dar mesa-
Vincula e atinge bens particulares dos administra- Classificação dos fatos jurídicos da se você repetir de ano) .
dores e sócios da pessoa jurídica, visando a impedir Fato jurídico natural (sentido estrito) c) Casual - Depende de acontecimento natural for-
abusos, desvios de finalidade e fraudes (art. 50). O 1. Ordinário - Ocorre normalmente, sem interferên- tuito (ex.: dou-lhe um carro se chover amanhã).
juiz pode determinar que o patrimônio <,los sócios res- cias: morte, m aioridade, prescrição e decadência . d) Potestativa - Decorre da vontade de uma das
ponda pelas dívidas da pessoa jurídica. E uma exceção 2. Extraordinário - Inevitabilidade, imprevisibilida- partes ,(ex.: dou-lhe uma jóia se você cantar
à regra de que a pessoa jurídica responde pelos atos de do evento e ausência de culpa pelo ocorrido bem). E proibida a condição quando depende do
..
praticados em seu nome, com seu patrimônio. ( caso fortuito ou força maior). arbítrio ou capricho de uma das partes.
2. Termo - A eficácia do negócio jurídico subordina-
Prescri ão se a um evento futuro e certo (embora a data possa
OBJETO DO DIREITO - BENS ser determinada ou indeterminada).
É a perda do direito de É a perda do próprio Espécies:
Arts. 79 a 103 do Código Civil p retensão (ação), pela direito. a) Inicial (dies a quo) - Fixa o momento em que a
inércia do seu titular. eficácia do negócio deve iniciar.
Conceito de bens b) Final (dies ad quem) - Determina a data da ces-
São as coi sas (materiais ou imateriais) enquanto 1. Extingue a preten- 1. Extingue o direito, atin- sação dos efeitos do negócio.
economicamente valoráveis, satisfazendo a necessida- são (ação). gindo, indiretamente, a 3. Modo ou encargo - Cláusula acessória aderente a
de humana. ação. atos de mera liberalidade (ex.: doação, testamento)
que impõe um ônus ou uma obrigação à pessoa con-
Classificação legal 2. Prazo estabelecido 2. Prazo estabelecido pela templada pelo beneficio (ex.: dou-lhe dois terrenos,
Bens considerados em si mesmos (arts. 79 a 91) apenas pela lei. lei ou vontade das partes. desde que em um deles você construa uma escola).
a) Imóveis - Não podem ser removidos ou transporta-
dos de um lugar para outro sem sua destruição. 3. Não pode ser decla- 3. Na decadência decorren- Defeitos do negócio jurídico
Móveis - Podem ser transportados de um lugar rada de ofício pelo te de prazo legal. o juiz Ausência de vontade - Negócio nulo.
para outro, por força própria (semoventes) ou estra- juiz nas ações patri- deve declará-la de ofício,
nha, sem alteração de sua substância. moniais; deve ser ar- independentemente de Vícios de consentimento
b) Infungíveis - Não podem ser substituídos por outros güida pelas partes. argüição. 1. Ignorância (completo desconhecimento) ou erro
do mesmo gênero, qualidade e quantidade (ex.: imó- (falsa noção que se tem do objeto ou de uma pessoa)
veis, quadro de pintor famoso). Fungíveis - Podem 4. A parte pode não 4. A decadência decorrente - Se recair sobre aspectos essenciais ou substanciais,
ser substituídos por outros do mesmo gênero, quali- alegá-la. É renun- de prazo legal não pode o ato será anulável; se recair sobre aspectos acidentais
dade e quantidade (ex.: uma saca de café). ciável após a consu- ser renunciada pelas par- ou secundários, o ato será válido (arts. 138 a 144).
c) Inconsumíveis - Proporcionam reiterados usos, permi- mação. tes, nem antes nem depois 2. Dolo (artificio empregado para enganar a outra parte)
tindo que se retire toda a sua utilidade, sem atingir sua de consumada. - Se recair sobre aspectos essenciais ou substanciais, o
integridade (ex. : casa). Consunúveis - São bens mó- ato será anulável; se recair sobre aspectos acidentais
veis cujo uso importa na destruição imediata da própria 5. Não corre contra de- 5. Corre contra todos, como ou secundários, o ato será válido, porém obriga a satis-
coisa (ex.: alimentos). Admitem apenas um uso. terminadas pessoas. regra . fação de perdas e danos (arts. 145 a 150). Se ambas as
d) Divisíveis - Podem ser partidos em porções reais e partes agirem com dolo, nenhuma poderá alegá-lo
distintas, formando cada qual um todo perfeito (ex.: 6. Pode ser suspensa, 6. Não admite suspensão ou para anular a obrigação ou reclamar indenização.
uma saca de arroz). Indivisíveis - Não podem ser interrompida ou im- interrupção. Só pode ser 3. Coação-Pressão tisica (ato nulo) ou moral (anulável)
partidos em porções, pois deixariam de formar um pedida pelas causas obstada sua consumação exercida sobre alguém para obrigá-lo a praticar deter-
todo perfeito (ex.: um boi). previstas na lei. pelo exercício efetivo do minado ato (arts. 151 a 155). Excluem a coação: amea-
e) Singulares - São os que, embora reunidos, se con- direito ou da ação. ça a exercício regular de um direito e temor reverencial.
sideram de p er si, independentemente dos demais. 4. Estado de perigo - Ocorre quando alguém, premido
Coletivos (ou universais) - São as coisas que se 7. Prazo geral de 1O 7. Não há regra geral para da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua familia,
encerram agregadas em um todo (ex.: biblioteca, anos (art. 205). Pra- os prazos. Podem ser de de grave dano conhecido pela outra parte, ~ssume obri-
espólio, massa falida). zos especiais de 1, dias, meses e anos, pre- gação excessivamente onerosa (art. 156). E anulável.
Bens reciprocamente considerados (arts. 92 a 97) 2, 3, 4 e 5 anos (art. vistos em dispositivos 5. Lesão - Ocorre quando uma pessoa, sob premente
a) Principais - Existem por si, independentemente de 206). esparsos pelo Código. necessidade, ou por inexperiência, se obriga a pres-
outros. tação manifestamente despr9porcional ao valor da
b) Acessórios (regra: acessório segue o principal) - Fato jurídico humano prestação oposta (art. 157). E anulável. No entanto, ·
Sua existência pressupõe a de um principal. 1. Ato jurídico em sentido amplo ou voluntário não se decretará a anulação do negócio se for ofe-
• Espécies: frutos , produtos, rendimentos e benfei- a) Ato jurídico em sentido estrito - Mera realiza- recido suplemento suficiente ou se a parte favoreci-
torias. Estas se classificam em: necessárias ( con- ção de vontade gerando conseqüências jurídicas da concordar com a redução do proveito.
servação do bem - ex.: conserto do telhado da previstas em lei (ex.: perdão, reconhecimento de
casa), útei s (facilitam ou aumentam o uso do bem filho). Vícios sociais
- ex.: garagem) e voluptuárias (embelezamento, b) Negócio jurídico - Celebrado com intuito de 1. Simulação - Declaração enganosa da vontade, visan-
deleite ou recreio - ex.: pintura artística, piscina). auto-regulamentação de interesses; autonomia do a obter resultado diverso do que aparece; cria uma
Bens considerados em relação da vontade (ex .: contratos) .. apar~ncia de direito, iludindo terceiros ou burlando a
ao titular do domínio (arts. 98 a 103) 2. Ato ilícito ou involuntário - E o contrário ao direi- lei. E ato nulo (art. 167). Contudo, este subsistirá no
a) Particulares. to; pode ter efeitos penais, administrativos e civis. que se dissimulou, se for válido na forma e substância.
Resumão Jurídico
2. Fraude contra credores - Prática maliciosa de atos sando a extensão do dano, as condições econômi- Responsabilidade por atos de terceiros
que desfalcam o patrimônio do devedor, com o fim de cas dos envolvidos e o grau de culpa do agente. São também responsáveis pais, tutores, empregadores
colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas en;i Não se avalia mediante simples cálculo, mas vi- e donos de hotéis (art. 932). Ainda que não haja culpa por
detrimento dos direitos de credores ( arts. 158 a 165). E sando a compensar a sensação de dor da vitima. parte dessas pessoas, elas responderão pelos atos pratica-
necessário que haja o ato prejudicial ao credor, por tor- b) Dano patrimonial dos pelos terceiros (responsabilidade objetiva - art. 933).
nar o devedor insolvente, e a intenção de prejudicar. • Dano emergente - Efetiva diminuição do pa-
trimôni o da vítima . Efeitos civis da decisão proferida
Ineficácia do negócio jurídico • Lucro cessante - O que ela deixou de ganhar. no juízo criminal
Se o dano patrimonial e o moral decorrem do mesmo A responsab ilidade civil é independente da crimi-
Nulidade Anulabilidade
fato, serão cumuláveis as indenizações. nal, não se podendo questionar mais sobre a existên-
1. lnteresse da coletivida- 1. Interesse do prejudica- 3. Relação de causalidade - A responsabilidade civil cia do fato ou sobre quem seja seu autor quando essas
de, matéria de ordem do, matéria de ordem não pode existir sem a relação de causalidade entre questões se acharem decididas no juízo criminal (art.
pública; eficácia erga privada; eficácia ape- o dano e a conduta ilícita do agente. Se houve 935). Assim, havendo responsabilidade criminal, po-
omnes. nas para quem alegou. dano mas sua causa não está relacionada com o derá haver repercussão na esfera civil.
comportamento do agente, inexiste a relação de • Sentença penal condenatória (autoria e fato com-
2 . Argüida por qualquer 2. Alegada somente pelo causalidade, não havendo a obrigação de indenizar. provados) : vincula - condenação na esfera cível.
interessado ou pelo prejudicado. • Sentença penal absolutória (negatória do fato e/ou
Ministério Público. Subjetiva autoria): vincula - absolvição na esfera cível.
1. Conduta - Idem anteriormente. • Sentença penal absolutória (falta de provas - non
3. Não pode ser suprida 3. Pode ser sanada pelo 2. Dano - Idem acima. liquet): não vincula - o juiz cível pode condenar ou
pelo juiz, que pode re- juiz, que não pode re- 3. Elemento subjetivo - Haverá responsabilidade por inde- absolver, dependendo das provas carreadas ao pro-
conhecê-la de oficio. conhecê-la de ofício. nização somente se existir culpa em sentido amplo do cesso. Penal - verdade real, o que realmente ocor-
agente, que.abrange o dolo e a culpa em sentido estrito. reu; na dúvida, juiz absolve. Civi l - verdade fonnal.
4. Não se convalesce pelo 4. Pode se convalescer a) Dolo - E a voluntariedade; é a violação intencional
decurso do tempo. pelo decurso do tempo. do dever jurídico; o agente quer o resultado (dire- Transmissibilidade do dever de indenizar
to) ou assume o risco de produfi-lo (eventual). Falecendo o responsável pela reparação, seus herdeiros,
5. Em regra não prescreve 5. Prescreve em prazos b) Culpa (em sentido estrito) - E a violação de um dentro das forças da herança, devem indenizar (art. 943).
(exceções: quando a lei mais ou menos exíguos dever que o agente poderia conhecer e acatar.
permitir, negócios de ou em prazos decaden- Não há intenção de violar o dever jurídico, mas Regras sobre cálculo de indenização
fundo patrimonial, etc.). ciais. este acaba sendo v\olado por: São defin idas nos arts. 944 a 954.
• Imprudência - E a prática de um fato perigo-
6. Efeito ex tunc (desde 6. Efeito ex nunc (de so (ex.: dirigir veículo em rua movimentada
aquele momento). A agora em diante). A em excesso de, velocidade). OBRIGAÇÕES - PARTE GERAL
declaração de nulidade declaração de anula- • Negligência - E a ausência de precaução ou indi-
retroage à data da ce- bilidade não retroage. ferença em relação ao ato realizado (ex.: deixar Arts. 233 a 420 e 840 a 886 do Código Civil
lebração do negócio Anulado o ato, os efei- arma de fogo ao fácil alcance de uma criança).
nulo. tos operam a partir da • Imperícia - Falta de aptidão para o exercício Conceito de obrigação
decisão. de arte o u profissão (também caracteriza a Relação jurídica de natureza transitória entre credor
çulpa, embora não esteja expressa no art. 186). e devedor cujo objeto consiste numa prestação pessoal
Ato nulo E o médico, dentista, engenheiro, etc. que, em e econômica.
• praticado por absolutamente incapaz, sem a devida face de wn desconhecimento ou falta de práti-
representação; ca, no desempenho de suas funções, venha a Elementos constitutivos
• objeto ilícito ou impossível; causar dano a interesses jurídicos de terceiros. 1. Subjetivo: sujeito ativo - credor (beneficiário da
• quando não se revestir o ato da forma prescrita em lei; Pela teoria da responsabilidade subjetiva, haverá inde- obrigação); sujeito passivo - devedor.
• quando for preterida solenidade essencial; nização toda vez que o agente tenha praticado o ato 2. Objetivo: objeto da obrigação - prestação.
• quando houver simulação; danoso porque o conhecia e o quis, como também 3. Vínculo jurídico: elo que suj eita o devedor a deter-
• quando a lei dec larar o ato nulo ou lhe negar efeito. quando o agente, embora não o conhecesse e não o minada prestação em favor do credor.
quisesse, tenha agido por negligência ou imprudência
Ato anulável ou violado norma que podia ou devia conhecer e aca- Fontes
• praticado por relativamente incapaz, sem assistên- tar. Prevalece a teoria da previsibilidade. Se o ato era • Lei (fonte primária ou imediata das obrigações).
cia de seus representantes legais; previsível (para a pessoa diligente, prudente e conhe- • Negócio jurídico unilateral (ex.: promessa de re-
• por vício resultante de erro, dolo, coação, lesão, estado cedora da norma), então haverá culpa para o agente. compensa) ou bilateral (ex.: contratos).
de perigo ou fraude contra credores, quando essenciais; • Ato ilícito - obrigação de reparar o dano.
• por falta de legitimação (ex.: venda de imóvel sem 4. Nexo causal - Idem anteriormente.
outorga do outro cônjuge); Classificação das obrigações
• se a lei assim o declarar. O Código Civil adota, como regra, a teoria subjetiva. Quanto ao objeto
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 1. Positivas
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda a) Obrigação de dar:
ATO ILÍCITO E que exclusivamente moral, comete ato ilícito (art. 186). • coisa certa (arts. 233 a 242): o devedor se obriga
a entregar coisa individualizada (móvel ou imó-
RESPONSABILIDADE CIVIL • Culpa contratual - Resulta da violação de um vel, abrangendo acessórios); o credor não é obri-
Arts. 186 a 188 e 927 a 954 do Código Civil dever inerente a um contrato (ex.: o inquilino que gado a receber outra coisa, ainda que mais valio-
não paga o aluguel). sa; até a entrega da coisa, esta pertence ao deve-
Conceito de ato ilícito • Culpa extracontratual ou aquiliana - Resulta da dor com seus acréscimos. Se a coisa perecer an-
Ato praticado em desacordo com a normaj uridica, cau- violação de um dever fundado em princípios gerais tes da tradição, sem culpa do devedor, extingue-
sando danos a terceiros e criando o dever de repará-los. do direito, como o respeito às pessoas e aos bens se a obrigação; havendo culpa, haverá indeniza-
alheios; deriva de infração ao dever de conduta, im- ção pelo valor da coisa, mais perdas e danos.
Teorias da responsabilidade posto pela lei (ex. : motorista em excesso de veloci- • coisa incerta (arts. 243 a 246): o devedor se obri-
Objetiva dade provoca atropelamento). ga a entregar objeto incerto, porém já indicado
1. Conduta (é o fato lesivo) pelo gênero e quantidade, faltando definir a qua-
a) Ação - conduta positiva - É a reg~a. Exclusão da ilicitude (art. 188) lidade (ex.: obrigação de entregar 1O bois). A
b) Omissão - conduta negativa - E necessário Não constituem atos ilícitos: os praticados em legítima determinação se faz pela escolha (concentra-
que existam o dever jurídico de praticar determi- defesa ou no exercício regular de um direito; deterioração ção). Esta pertence, em regra, ao devedor, se o
nado ato, a prova de que a conduta não foi prati- ou destruição de coisa alheia ou lesão a pessoa, a fim de contrário não resultar da obrigação. O devedor
cada e a demonstração de que, caso a conduta remover perigo iminente; ausência de nexo de causalidade; não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a
fosse praticada, o dano seria evitado. culpa exclusiva da vítima; caso fortuito ou força maior. prestar a melhor. Realizada a escolha, a obriga-
2. Dano ção transforma-se em dar coisa certa.
a) Dano moral - Em sentido próprio, refere-se ao Obrigação de indenizar b) Obrigação de fazer (arts. 247 a 249): consiste na
abalo dos sentimentos de uma pessoa, provocan- Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem fica prestação de um serviço ou ato positivo (material
do-lhe dor, tristeza, desgosto, depressão, etc.; em obrigado a repará-lo (art. 927). Os bens dos responsá- ou imaterial) do devedor (ex.: trabalho manual,
sentido impróprio ou amplo, abrange a lesão de veis pela ofensa ou violação do direito de outrem fica- intelectual, científico, artístico, etc.). A impossibili-
todos e quaisquer bens ou interesses pessoais rão suj eitos à reparação do dano patrimonial ou moral dade de o devedor cumprir a obrigação de fazer,
(exceto econômicos), como a liberdade, o nome, a causado. Se a ofensa tiver mais de um autor, todos res- bem como a recusa em executá-la, acarreta o ina-
família, a honra, a integridade fisica, etc. No dano ponderão solidariamente pela reparação (art. 942). O dimplemento contratual. Se houver recusa ao cum-
moral não se pede um preço para a dor, mas um titular da ação pode propô-la contra um ou todos ao primento de obrigação de fazer fungível (que pode
meio para atenuar, em parte, as conseqüências do mesmo tempo. Aquele que pagar a indenização terá ser executada por terceiro), será livre ao credor
prejuízo. Art. 5°, X, Constituição Federal de 1988: direito de regresso contra os demais, para reaver o que mandá-lo executar à custa do devedor ou pedir
"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a desembolsou. A indenização também se aplica a: indenização por perdas e danos. Se for de obrigação
honra e a imagem das pessoas, assegurado o • danos causados por animais (art. 936); infungíve\, resolve-se em perdas e danos, não se
direito à indenização pelo dano material ou moral • danos causados por prédios em ruínas (art. 937); podendo constranger fisicamente o devedor. No
decorrente da sua violação", O Código Civil não • danos por coisas lançadas das casas (art. 938); entanto, admite-se a execução específica mediante
traz critérios para a quantificação da indenização • responsabilidade por cobrança de dívida não venci- cominação de multa diária (astreinte), estabelecida
por dano moral. Deve o magistrado fixá-la anali- da ou já paga (art. 940). pelo juiz.
Resumão Jurídico
2. Negativas c) Compensação (arts. 368 a 380) - Duas ou mais e) Paritários (os interessados discutem as cláusulas
• Obrigação de não fazer (arts. 250 e 251): o deve- pessoas são ao mesmo tempo credoras e devedo- contratuais em pé de igualdade) ou de adesão em
dor se compromete a não praticar certo ato que ras urnas das outras; as duas obrigações se extin- (urna das partes adere às cláusulas já estabelecidas er
poderia ser praticado, não fosse a obrigação assu- guem até onde se compensarem. As prestações pela outra - não podem ser impressos com letras ior
mida (ex.: obrigação de não construir acima de devem ser fungíveis entre si. miúdas ou redação confusa e ambígua; na dúvida,
certa altura para não obstruir a visão do vizinho). d) Confusão (arts. 38 1 a 388) - Incidência em uma adota-se interpretação mais favorável ao aderente). de
mesma pessoa das qualidades de credor e deve- f) Consensuais (perfazem-se pelo simples acordo em
Quanto a seus elementos dor, operando-se a extinção do crédito, pois nin- de vontades - compra de um bem móvel), sole-
1. Simples - Um sujeito ativo, um sujeito passivo guém pode ser credor e devedor de si mesmo. nes (lei exige forma especial para sua celebra- ci-
e um objeto. Observação: o novo Código Civil trata a transa- ção - compra de imóvel) ou reais (perfazem-se di-
2 . Compostas ção (arts. 840 a 850 - extinção da obrigação por com a entrega da coisa - depósito, penhor).
a) Pluralidade de objetos: mútuas concessões) e a arbitragem (arts. 851 a g) Principais (existem por si, independentemente
• cumulativa - dar um carro e um aparta- 853 - as partes confiam a árbitros a solução de de outro) ou acessórios (sua existência supõe a
mento; o inadimplemento de urna envolve o seus conflitos de interesses) como formas de do principal - ex.: fiança). ·re-
descumprimento total. contrato e não corno formas de pagamento. h) Pessoais (intuitu personae - a pessoa do contra- tos
• alternativa (arts. 252 a 256) - entregar um tante é fundamental para sua realização) ou
cavalo ou dois bois; o devedor se desonera Extinção sem pagamento - Ocorre nos casos de impessoais (a pessoa do contratante é indife-
com o cumprimento de urna das obrigações. remissão (perdão), renúncia, prescrição, impossibi- rente para a conclusão do negócio). ea
A escolha pertence ao devedor, se o contrá- lidade de execução por caso fortuito ou força maior
rio não ficou estipulado no contrato. e implemento de condição ou termo extintivo. Efeitos dos contratos ,a o
b) Pluralidade de sujeitos (credores ou devedores) Exceção de contrato não cumprido
- Solidariedade (arts. 264 a 285) - cada um Pagamento judicial - Ocorre por meio de urna Nenhum dos contratantes poderá, antes de cum-
tem direito ou é obrigado pelo total da dívida: ação judicial - execução forçada. P,rir sua obrigação, exigir a do outro (arts. 476 e 477). oe
• ativa - pluralidade de credores; E regra nos contratos bilaterais (sinalagrnáticos).
• passiva - pluralidade de devedores. Declaração unilateral de vontade
A solidariedade não se presume. Resulta da (arts. 854 a 926) Direito de retenção uir
lei ou vontade das partes (art. 265). • Promessa de recompensa. Permite ao credor conservar coisa alheia em seu
• Gestão de negócios. poder além do momento em que deveria restituir, até zo
Outras modalidades • Pagamento indevido. o pagamento do que lhe é devido (ex.: possuidor de nto
• líquidas (certas quanto à existência e determina- • Enriquecimento sem causa. boa-fé em relação às benfeitorias necessárias e úteis).
das quanto ao objeto) ou ilíquidas (dependem • Títulos de crédito.
de apuração prévia); Revisão dos contratos (arts. 478 a 480)
• divisíveis ou indivisíveis - comportam ou não Em princípio os contratos devem ser cumpridos
fracionamento, sem prejuízo de sua substãncia CONTRATOS como foram estipulados (pacta sunt servanda).
(arts. 257 a 263); Excepcionalmente, admite-se a revisão judicial dos
• propter rem - híbridas: parte direito real , parte Arts. 421 a 839 do Código Civil contratos quando uma das partes vem a ser prejudi-
direito pessoal (ex.: condomínio); cada sensivelmente por uma alteração imprevista da
Conceito de contrato conjuntura econômica. O evento extraordinário
Cláusula penal (arts. 408 a 416) Acordo de vontades que visa à criação, modificação ou imprevisto, que dificulta o adimplemento da obriga-
Penalidade acessória imposta pela inexecução total extinção de relações jurídicas de natureza patrimonial. ção, é motivo de resolução contratual por onerosi-
ou parcial da obrigação (compensatória) ou pelo re- dade excessiva (rebus sic stantibus). A parte lesada
tardo em seu cumprimento (moratória). O limite é o Elementos constitutivos ingressa em juízo pedindo a rescisão do contrato ou tra-
valor da obrigação principal. Se houver cumprimento 1. Duas ou mais pessoas. o reajustamento da prestação.
parcial, a pena pode ser reduzida proporcionalmente. 2 . Capacidade.
3 . Consentimento. Arras ou sinal
Mora (arts. 394 a 401) - Retardamento ou imper- 4. Objeto lícito, possível, determinado ou determi- Prova de conclusão do contrato, assegura o tsti-
feito cumprimento da obrigação por culpa: nável e economicamente apreciável. cumprimento da obrigação e é princípio de paga-
a) do devedor (solvendi, debitoris) - não cumpre 5. Forma prescrita ou não defesa em lei. mento (arts. 417 a 420). Arrependimento previsto ixe-
na forma, tempo e lugar estipulados: • implica arras confirmatórias; arrependimento bi-
• ex re - previsto em lei; Princípios não previsto, arras penitenciais. lu-
• ex persona - providência do credor (ex.: noti- 1. Autonomia da vontade: liberdade para estipular
ficação). o que lhes convier. Evicção
b) do credor (accipiendi, creditoris) - recusa em 2. Observância e supremacia das normas de ordem Perda da propriedade para terceiro por sentença
aceitar o cumprimento da obrigação. pública, que visam ao interesse coletivo. judicial e ato jurídico anterior (arts. 447 a 457). Nos
Se a parte que incorreu em mora corrigir sua fa- 3. Obrigatoriedade das obrigações (pacto sunt ser- contratos onerosos, o alienante responde pela evicção.
lha, haverá purgação da mora. vanda): em regra, o simp les acordo de duas ou O alienante somente ficará isento de responsabilidade
mais vontades é suficiente para gerar o contrato. se foi pactuada a cláusula de exclusão da garantia e o [d,
Extinção das obrigações 4. Relatividade dos efeitos: o contrato, como regra, adquirente, infonnado do risco, o aceitou.
Pagamento direto só vincula as partes que nele intervierem.
a) pessoas: sol vens (devedor) e accipiens (credor); 5. Boa-fé objetiva: as partes devem agir com lealda- Vício redibitório
b) objeto e prova do pagamento: quitação (arts. de, probidade e confiança recíprocas (art. 422). Vício ou defeito oculto na coisa que a torna impró-
313 a 326); pria para o uso a que se destina ou lhe diminui o valor
c) lugar do pagamento (arts. 327 a 330): quérable Formação (arts. 441 a 446 e Código de Defesa do Consumidor).
- domicílio do devedor; exceção: portable - e Duas vontades: proposta (ou oferta) e aceitação. "Redibir" significa restituir coisa defeituosa.
domicílio do credor; • Regra: feita a proposta, vincula o proponente (art. 427).
d) tempo - vencimento: fixado pelas partes (arts. Código Código de Defesa do
331 a 333). Momento da celebração Civil Consumidor
a) entre presentes: momento da aceitação da proposta;
Formas especiais de pagamento b) entre ausentes (teoria da expedição): momento Objeto: bens, ob- Objeto: produtos (móveis
a) Pagamento por consignação (arts. 334 a 345) - em que a aceitação é expedida. jetos de contratos ou imóveis; corpóreos ou
0 devedor deposita a coisa devida (móvel ou comutativos (mó- incorpóreos) e serviços.
imóvel), liberando-se de obrigação líquida e Local da celebração veis ou imóveis).
certa. Se for em dinheiro, pode optar pelo depó- Regra: no lugar em que foi proposto; admite-se dis-
Defeito oculto na Defeito oculto, aparente ou s,
sito extrajudicial em conta bancária. posição em contrário (art. 435). d.
b) Pagamento com sub-rogação (arts. 346 a 351) - coisa. de fácil constatação; quali-
~ a-
Substituição na obrigação de urna coisa por Classificação dade no produto ou serviço
outra (real) ou de urna pessoa por outra (pes- a) Unilaterais (apenas um dos contratantes assume não correspondente à pro-
soal) com os mesmos ônus e atributos. obrigações em face do outro) ou bilaterais (direitos paganda, rótulo, etc.
c) Imputação ao pagamento (arts. 352 a 355) - Pes- e obrigações para ambas as partes - sinalagrnáticos).
soa obrigada por dois ou mais débitos da mesma b) Onerosos (ambas as partes assumem obrigações) Efeitos: rescindir o Efeitos: idem.
natureza, líquidos e vencidos, a um só credor tem o ou gratuitos (oneram somente uma das partes) - contrato, pedir aba-
direito de escolher qual deles está pagando. Em regra, os contratos bilaterais são também one- timento no preço ou
rosos, e os unilaterais, gratuitos. Exceção: mútuo substituir ou con-
Pagamento indireto sujeito a juros, que obriga a devolução da quantia sertar a coisa.
a) Dação em pagamento (arts. 356 a 359) - Acor- emprestada (contrato unilateral), devendo-se pa-
do de vontades entre credor e devedor em que gar os juros (contrato oneroso). Prazos de Prazos de
há a entrega de uma coisa (móvel ou imóvel) em c) Comutativos (prestações de ambas as partes são decadência: decadência: L
substituição de dinheiro. conhecidas e guardam relação de equivalência) a) Móveis - 30 dias a) Produtos ou serviços du-
b) Novação (arts. 360 a 367) - Criação de obriga- ou aleatórios (urna das prestações não é conheci- da tradição. ráveis - 90 dias da cons-
ção nova e extinguindo a anterior, modificando da no momento da celebração do contrato). b) Imóveis - 1 ano tatação ou da entrega.
o objeto (objetiva ou real) ou substituindo uma d) Nominados (denominação prevista em lei) ou da tradição. b) Produtos não-duráveis -
das partes (subjetiva - ativa ou passiva). Não inominados (contratos criados pelas partes, não 30 dias da constatação
produz satisfação do crédito. havendo tipificação legal). ou entrega .
ofissional
Resumão Jurídico
Extinção da relação contratual Empréstimo (arts. 579 a 592) Fâmulo de posse
1. Normal: cumprimento.
2. Rescisão ou dissolução:
a) causas anteriores ou contemporâneas - nuli-
Alguém entrega uma coisa para outrem, gratuita-
mente, obrigando-se este a devolver a mesma coisa
ou devolver outra da mesma espécie e quantidade.
Detém a coisa em virtude de dependência eco-
nômica ou vínculo de subordinação (ex.: caseiro -
art. 1.198). •a:
dade, condição resolutiva, arrependimento;
b) causas supervenientes - resolução (descum-
Há duas espécies:
1. Comodato - Empréstimo de uso em que o bem Objeto •
primento voluntário ou involuntário), resili- emprestado deverá ser restituído, não podendo Todas as coisas que puderem ser objeto de pro- a:
ção (acordo bilateral-distrato - ou unilateral) ser fungível ou consumível (ex.: uma casa). priedade.
rl1
ou morte de um dos contratantes em obriga-
ções personalíssimas.
Não restituindo o bem, o comodante pode in-
gressar com ação de reintegração de posse e
cobrar aluguel.
Classificação
a) Direta (exercida por quem detém materialmen-
e
Principais contratos
Compra e venda (arts. 481 a 532)
Um dos contratantes se obriga a transferir o do-
mínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe o pre-
2. Mútuo - Empréstimo de consumo em que o
bem usado, sendo fungível ou consumível, não
poderá ser devolvido e a restituição será em seu
equivalente, por outra coisa do mesmo gênero,
te a coisa) ou indireta (posse exercida por meio
de outra pessoa - ex.: proprietário que tem a
coisa por meio do inquilino).
b) Justa (adquirida sem vícios) ou injusta (adquiri-
•
ço em dinheiro. Elementos: coisa, preço e consen- qualidade e quantidade (ex.: um quilo de feijão). da com violência - esbulho; às escondidas - clan-
so. Não transfere o domínio. Este é transferido pe- Pode ser gratuito ou oneroso (feneratício). destina; ou com abuso de confiança - precária).
la tradição (bens móveis) ou pelo registro do título e) Boa-fé (o possuidor ignora os vícios que impe-
aquisitivo no Cartório de Registro de Imóveis Depósito (arts. 627 a 652) dem sua aquisição legal) ou má-fé (o possuidor
(bens imóveis). A lei proíbe que os ascendentes Uma pessoa (depositário) recebe de outra (depo- tem ciência dos vícios).
vendam aos descendentes quaisquer bens, sem que sitante) um objeto móvel para guardá-lo, temporá- d) Nova ou velha (mais de um ano e um dia).
haja o consentimento dos outros descendentes e ria e gratuitamente, até que o depositante o recla-
do cônjuge do alienante, salvo se casado sob o me. Depositário que não restitui a coisa ao final do Aquisição
regime de separação obrigatória (art. 496), sob contrato (infiel) pode ter sua prisão decretada. Apreensão da coisa, exercício de direito, disposi-
pena de anulação do ato. Essa venda poderia simu- ção da coisa, tradição e constituto possessório (aque-
lar uma doação em prejuízo dos demais herdeiros. Mandato (arts. 653 a 709) le que possuía em nome próprio passa a possuir em
Cláusulas especiais: retrovenda (arts. 505 a 508), Alguém (mandatàrio) recebe de outro (mandante) nome de outrem - ex.: proprietário que vende imóvel
venda a contento (arts. 509 a 512), preempção ou poderes para, em seu nome (em nome do mandante), e continua em sua posse como locatário - art. 1.205).
preferência (arts. 513 a 520) e reserva de domínio praticar atos ou administrar interesses. O instrumento do
(arts. 521 a 528). mandato escrito é a procuração. O mandato pode ser Quem pode adquirir
legal, judicial ou convencional (ad judicia ou ad nego- A própria pessoa, seu representante (mandatá-
Troca ou permuta (art. 533) tia). Substabelecer uma procuração significa conferir a rio) e terceiro (gestor de negócios).
As partes se obrigam a dar uma coisa por outra terceira pessoa os poderes que recebeu do mandante.
que não seja dinheiro. Operam-se, ao mesmo Efeitos da posse
tempo, duas vendas, servin~o as coisas trocadas de Transporte (arts. 730 a 756) 1. Invocar interditos (ações)
compensação recíproca. E anulável a troca de Uma pessoa ou empresa se obriga, mediante a) ameaça - interdito proibitório;
valores desiguais entre ascendentes e descenden- retribuição, a transportar, de um local para outro, b) turbação - manutenção de posse;
tes, sem o expresso consentimento dos outros des- pessoas ou coisas (animadas ou inanimadas). e) esbulho - reintegração de posse;
cendentes e do cônjuge do alienante. d) nunciação de obra nova - impedir obras que este-
Seguro (arts. 757 a 802) jam em desacordo com regras de construção;
Estimatório (arts. 534 a 537) Uma pessoa (segurador) se obriga perante outra e) dano infecto - caução de futuros e eventuais
Uma das partes (consignatário) recebe da outra
(consignante) bens móveis, ficando autorizada a
vendê-los, obrigando-se a pagar um preço estima-
(segurado), mediante o pagamento de um prêmio,
a garantir-lhe interesse legítimo relativo a pessoa
ou coisa e a indenizá-la de prejuízo decorrente de
danos.
2. Percepção de frutos
a) Possuidor de boa-fé - Tem direito aos frutos
•a:
do previamente, se não restituir as coisas consig- riscos futuros, previstos no contrato. percebidos, ao uso e gozo da coisa, às despe- •
nadas dentro do prazo ajustado.
Fiança (arts. 818 a 839)
sas de produção; não tem direito aos frutos
pendentes quando cessa a boa-fé.
a:
Doação (arts. 538 a 564) Também chamada caução fidejussória, é a b) Possuidor de má-fé - Responde pelos pre- rl1
Uma pessoa, por liberalidade, transfere de seu
patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que
os aceita. Os ascendentes podem fazer doações a
promessa feita por uma ou mais pessoas de garan-
tir ou satisfazer a obrigação de um devedor, se este
não a cumprir, assegurando ao credor seu efetivo
juízos, pelos frutos colhidos e percebidos e
pelos frutos que por sua culpa se perderam,
mas tem direito às despesas de produção.
e
seus filhos , mas isso importa em adiantamento da
legítima. Nula será a doação da parte excedente do
que poderia dispor em testamento. Há nulidade da
cumprimento. 3. Faculdade de legítima defesa da posse e des-
forço imediato (art. 1.210), empregando meios
estritamente necessários e proporcionais.
•
doação inoficiosa apenas no que exceder à legíti- DIREITO DAS COISAS 4. Indenização de benfeitorias necessárias e úteis
ma dos herdeiros. A doação pode ser revogada se (posse de boa-fé) ou só necessárias (posse de
houver ingratidão (ex.: atentar contra a vida ou Arts. 1.196 a 1.51 O do Código Civil má-fé).
caluniar o doador) ou descumprimento de encargo. 5. Faculdade de ser mantida sumariamente (por
Os direitos podem ser classificados em: meio de liminares) em caso de posse velha.
Locação (arts. 565 a 578 e 593 a 626) a) pessoais: relações entre pessoas, abrangendo o
Uma das partes, mediante remuneração, se sujeito ativo, o passivo e a prestação que o se- Perda da posse
compromete a fornecer à outra, por certo tempo, o gundo deve ao primeiro (ex.: contratos); Abandono , tradição, perda ou destruição,
uso de uma coisa, a prestação de um serviço ou a b) das coisas: relação entre o homem e a coisa que posse de outrem e constituto possessório (arts.
execução de determinado trabalho. se estabelece diretamente (ex.: propriedade), 1.223 e 1.224).
Há três espécies: contendo três elementos: o sujeito ativo, a coisa
1. Locação de serviços - Prestação de serviços e a relação (ou o poder) do sujeito ativo sobre a Composse
economicamente apreciável. coisa (domínio). Pluralidade de sujeitos e coisa indivisa:
2. Locação de obras ou empreitada - Execução a) pro indiviso - cada um tem a parte ideal do
de obra ou trabalho. Conceito bem·
Observação: pela disposição atual no Código Civil, Direito das Coisas é o conjunto de regras que re- b) pro diviso - divisão de fato do bem.
a prestação de serviços e a empreitada não são gulamentam as relações jurídicas entre o homem e
espécies de locação e ,sim contratos autônomos. as coisas. Propriedade (arts. 1.228 a 1.368)
3. Locação de coisas - E o contrato pelo qual uma Direito que a pessoa física ou jurídica tem de usar,
das partes (locador ou senhorio) se obriga a Conteúdo do Direito das Coisas gozar (ou fruir), dispor de um bem ou reivindicá-lo de
ceder à outra (locatário ou inquilino), por tempo 1. Posse. quem injustamente o possua. Reafirma-se a função so-
determinado ou não, o uso e gozo de coisa não 2. Direitos reais: cial da propriedade acolhida no art. 5°, XXlll, da
fungível , mediante certa remuneração (art. 565). a) propriedade; Constituição Federal.
Se houver mais de um locador ou locatário, en- b) direitos reais sobre coisa alheia:
tende-se que são solidários, se o contrato não • uso - enfiteuse, superfície, servidão, usu- Restrições ao direito de propriedade
estipulou o contrário. A locação de imóveis ur- fruto, uso e habitação; Constitucionais, administrativas, militares e civis.
banos são regulados pela Lei 8.245/91. O loca- • garantia - penhor, hipoteca e anticrese;
dor só pode exigir uma das seguintes garantias, • direito real de aquisição - compromisso Classificação
sob pena de nulidade: a) caução (máximo três irretratável de venda. a) Plena - Quando estão presentes todos os ele-
meses); b) fiança; c) seguro-fiança locatícia. mentos da propriedade (uso, gozo, disposição e
Durante o prazo convencionado, não poderá o Posse (arts. 1.196 a 1.227) reivindicação).
locador reaver o imóvel alugado; o locatário Exercício pleno ou não de alguns dos poderes b) Limitada - Quando recai sobre ela algum ônus
poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada. O inerentes à propriedade (art. 1.198). (ex.: hipoteca) ou é resolúvel.
locatário poderá denunciar a locação por prazo
indeterminado mediante aviso por escrito ao Teorias Propriedade im~vel
locador, com antecedência mínima de 30 dias. • Subjetiva (Savigny): corpus (poder físico sobre a 1. Aquisição
No caso de alienação, o locatário tem direito de coisa) e animus (intenção de ter a coisa para si). a) Acessão: formação de ilhas; aluvião (acrés-
preferência para adquirir o imóvel em igualdade • Objetiva (Ihering): apenas corpus. cimo paulatino de terras às margens do rio
de condições com terceiros. O Código Civil adota a teoria objetiva. mediante lentos depósitos naturais ou desvio
Resumão Jurídico
de águas); avulsão (repentino deslocamento de 5. Constituição - Contrato, testamento, usucapião ou e) devedor continua na posse do bem.
Propriedade resolúvel
1. Conceito - Transferência da posse de coisa móvel
ou mobilizável realizada pelo devedor ao credor,
Resumão Jurídico
A coleção Resumão Jurídico é um projeto editorial da
É a que se extingue com a ocorrência de uma con- para garantir o pagamento de um débito. Barros , Fischer & Associados Ltda. em parceria com o Exord,
dição resolutiva ou de um termo final (ex.: dou minha 2. Partes: Instituto de Orientação para Reciclagem em Direito.
fazenda a X até abril de 2020, quando então aproprie- a) credor pignoratício: empresta o dinheiro e rece-
dade será de eventual neto). be a coisa;
b) devedor pignoratício: entrega o bem.
3. Características:
DIREITOS REAIS SOBRE a) em regra, recai sobre coisas móveis - exceção:
safra futura ;
COISAS ALHEIAS b) é acessório, uno e indivisível;
Arts. 1.369 a 1.51 O do Código Civil e) exige, em regra, a entrega da coisa (tradição) - DIREITO CIVIL
exceção: penhor rural, industrial ou de veículo, 3' edição Abril/2005
Espécies em que a posse da coisa continua com o devedor. Autor: Lauro R. Escobar Jr., juiz de Direito Auditor do Tribunal de
• Direitos reais de gozo ou fruição . 4. Classificação: Justiça Militar/SP; professor em diversos cursos jurídicos, especial-
• Direitos reais de garantia. a) convencional: civil, mercantil, rural (agrícola ou mente do Instituto Exord; autor de diversas obras sobre Direito Civil,
Direito Penal Militar e Direito Processual Penal Militar; graduação e
• Direito real de aquisição. pecuário), industrial; pós-graduação pela Pontifíc ia Universidade Católica de São Paulo
b) de direitos (arts. 1.451 a 1.460); Arte: Maurício Cioffi
Direitos reais de gozo ou fruição e) de veículos (arts. 1.461 a 1.466); Revisão: Márcia Men in
Servidão predial (arts. 1.378 a 1.389) d) legal (arts. 1.467 a 1.472). Resumão Jurídico - Direito Civil é uma publicação da Barros,
Fischer & Associados Ltda., sob licença editorial do Instituto Exord.
1. Conceito - O proprietário de um prédio deve 5. Extinção - Pagamento, perecimento da coisa, re- Copyright© 2005 Lau ro R. Escobar Jr. Direitos desta edição reserva-
suportar o exercício de alguns direitos em favor do núncia, confusão ou adjudicação judicial. dos para Barros, Fischer & Associados Ltda
proprietário de outro prédio. Como recai somente Endereço: Rua Pad re Garcia Velho, 73, cj . 22
sobre bens imóveis, necessita de registro. Hipoteca (arts. 1.473 a 1.505) Pinheiros, São Paulo, CEP 0542 1-030
Telefone/fax: 0(xx)11 3034-0950
2. Partes: 1. Conceito - Direito real de garantia que grava coisa Site : www.bafisa.com.br
a) prédio dominante: tem direito à servidão; imóvel pertencente ao devedor sem transmissão de E-mail: bafisa@uol.com.br
b) prédio serviente: deve servir ao outro prédio. posse ao credor.
•D! 3. Características:
a) os prédios devem pertencer a proprietários dife-
rentes;
2. Partes:
a) credor hipotecário: empresta o dinheiro ;
b) devedor hipotecante: oferece o bem em garantia.
Exord: Av. Pauli sta, 171, 7° andar. - Tel.: 0(xx)11 3372-2500
Site: www.exord. com.br - E-mail : exord@exord.com.br
Impressão: Eskenazi Indústria Gráfica Ltda
Acabamento: Badge Comercial de Plásticos Ltda.
• b) serve à coisa e não ao dono; 3. Bens hipotecáveis - Imóveis, acessórios móveis
Distribuição e vendas: Bafisa, tel. : 0(xx)11 3034-0950
D! e) não se presume, deve ser expressa, interpretan- em conjunto com imóveis, nua propriedade e domí- Atenção
do-se restritivamente; nio útil , estradas de ferro , recursos minerais, navios ISBN 85-88749-52-1
m d) é indivisível e inalienável, não podendo ser usa- e aeronaves. É expre ssamente
l~UJ lllU
do conteúdo desta
a) quanto à natureza: rural ou urbana; publicação sem a
a) é contrato ace.ssório e indivisível, sempre de
Da mesma série: Família & Sucessões, Processo Civil, Direito Comercial, Direito Penal (Parte Geral e Parte Especial). Processo Penal, Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Tributário, Direito do Trabalho e Êtica Profissional