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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

RAQUEL DANTAS BATISTA

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE VIGAS T EM CONCRETO


ARMADO REFORÇADAS AO CISALHAMENTO COM
COMPÓSITO DE FIBRA DE CARBONO (CFRP)
UTILIZANDO O MODELO CONCRETE DAMAGED
PLASTICITY (CDP).

NATAL-RN
2017
Raquel Dantas Batista

Simulação numérica de vigas T em concreto armado reforçadas ao cisalhamento com


Compósito de Fibra de Carbono (CFRP) utilizando o modelo Concrete Damaged Plasticity
(CDP).

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade


Monografia, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do Título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. José Neres da Silva Filho


Coorientador: Eng. Pedro Mitzcun Coutinho

Natal-RN
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Sistema de Bibliotecas – SISBI
Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede
Batista, Raquel Dantas.
Simulação numérica de vigas T em concreto armado reforçadas ao
cisalhamento com compósito de fibra de carbono (CFRP) utilizando o
modelo Concrete Damaged Plasticity (CDP) / Raquel Dantas Batista. -
2017.
91 f. : il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Centro de Tecnologia, Graduação em Engenharia Civil. Natal, RN,
2017.
Orientador: Prof. Dr. José Neres da Silva Filho.
Coorientador: Eng. Pedro Mitzcun Coutinho.

1. Concreto - Monografia. 2. CFRP - Monografia. 3. Fibra de carbono


(Reforço) - Monografia. 4. Cisalhamento - Monografia. 5. Modelagem
numérica - Monografia. I. Silva Filho, José Neres da. II. Coutinho, Pedro
Mitzcun. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 624.012.45


Raquel Dantas Batista

Simulação numérica de vigas T em concreto armado reforçadas ao cisalhamento com


Compósito de Fibra de Carbono (CFRP) utilizando o modelo Concrete Damaged Plasticity
(CDP).

Trabalho de conclusão de curso na modalidade


Monografia, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Aprovado em 23 de Novembro de 2017:

___________________________________________________
Prof. Dr. José Neres da Silva Filho – Orientador

___________________________________________________
Eng. Pedro Mitzcun Coutinho – Coorientador

___________________________________________________
Profa. Dra. Fernanda Rodrigues Mittelbach

___________________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Barros

Natal-RN
2017
DEDICATÓRIA

"Não há problema que não possa ser solucionado pela paciência.”

Chico Xavier

À minha mãe, Alba.


AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar comigo em todos os momentos.


À minha mãe Alba, por todos os ensinamentos, força e inspiração, por ter mostrado que eu
conseguiria.
Ao meu pai, Ivonaldo e meus irmãos Sarah e Raul, pelo apoio nos momentos mais difíceis.
Ao meu orientador Professor Dr. José Neres da Silva Filho por ter me orientado, inspirado,
ensinado e incentivado, muito obrigada. Agradeço também a escolha do tema, por confiar e
acreditar no potencial deste trabalho.
Ao meu coorientador Pedro Mitzcun Coutinho pelo acompanhamento diário da construção
deste estudo, por todos os ensinamentos de engenharia aprendidos, e também por ter me ajudado
nos momentos difíceis.
Agradeço também à Professora Dra. Selma Hissae Shimura da Nóbrega cuja ajuda foi essencial
na elaboração deste trabalho, muito obrigada.
A Mateus Petrauski por disponibilizar tempo para ajudar com a modelagem e utilização do
software e ao Professor Dr. Gustavo de Souza Verissímo da UFV por possibilitar este contato.
Ao meu amigo Weber Anselmo sem o qual não teria chegado até aqui, agradeço todo o material
de estudo, disponibilidade de ajudar, incentivo e por todos os estudos juntos que realizamos
nesta caminhada.
A Brenda Macena por ter me escutado todas as vezes que precisei e responder com incentivo e
fé.
A Pedro Lima pela determinação de procurar novos discursos de incentivo, por todo carinho,
intenção e preocupação em me ajudar, muito obrigada.
Ao meu amigo Gustavo Figueiredo por escutar todas as dificuldades deste trabalho e sempre
me fazer rir de cada uma delas com seu bom humor.
Ao meu sobrinho Renê Lima, por me mostrar que eu era capaz de elaborar este TCC mesmo
nas mais engraçadas e inusitadas adversidades.
Aos meus familiares, amigos, professores e colegas de trabalho que deram apoio e palavras de
incentivo, obrigada.
RESUMO

Simulação numérica de vigas T em concreto armado reforçadas ao cisalhamento com


Compósito de Fibra de Carbono (CFRP) utilizando o modelo Concrete Damaged Plasticity
(CDP).

A necessidade de reparar e reforçar estruturas de concreto armado é crescente, o avanço de


técnicas construtivas, materiais de construção e métodos computacionais proporcionam
estruturas mais esbeltas e arquiteturas mais ousadas, por muitas vezes, mais susceptíveis a
patologias comprometendo a resistência do elemento. A posterior necessidade de aumento de
capacidade resistente devido mudanças na utilização da edificação também é fator contribuinte
do crescente estudo de técnicas de reforço estrutural. Quanto ao cisalhamento sabe-se que é
esforço de ruptura frágil e possui complexa mensuração devido à influência de diversos
mecanismos e parâmetros. Os materiais denominados CFRP (Compósitos de Fibra de Carbono)
são uma alternativa aos procedimentos convencionais de reforço, tendo como principais
vantagens a fácil execução e elevada resistência. Este trabalho apresenta um estudo analítico de
cisalhamento pelas normas NBR 6118 (2014) e ACI 318 (2011), de reforço ao cisalhamento
com CFRP pelo ACI 440-2R (2008) e numérico pelo método dos elementos finitos (MEF) por
meio do software ABAQUS considerando a não linearidade física. Comparou-se os resultados
analíticos e numéricos com experimentais de Silva Filho (2001) a fim de validar a modelagem
numérica. Foram modeladas quatro vigas de concreto armado sendo três reforçadas com
Compósitos de Fibra de Carbono (CFRP) com duas configurações de ancoragem e
espaçamentos variáveis.

Palavras-chave: CFRP; Concreto; Reforço; Cisalhamento; Modelagem numérica.


ABSTRACT

Title: Numerical simulation of T-beams on reinforced concrete with Carbon Fiber Reinforced
Polymer (CFRP) shear strengthening using Concrete Damaged Plasticity (CDP) model.

The need of repairing and strengthening reinforced concrete structures is increasing,


advancement of building techniques, construction materials and computational methods
provide slenderer structures and bolder architectural designs, often more susceptible to
pathologies that compromise the element's resistance. Subsequent need for increased strength
due changes in use of the building is also a contributing factor of the growing study of structural
reinforcement techniques. As for shear stress it is known as a brittle fracture stress and possesses
complex measurement due to the influence of different mechanisms and parameters. The
materials known as CFRP (carbon fiber polymers) are an alternative to conventional
reinforcement procedures, having as main advantages the easy implementation and elevated
resistance. This work presents an analytical study of shear through NBR 6118 (2014) and ACI
318 (2011) standards, shear strengthening with CFRP following ACI 440-2R (2008) and
numerical finite element method (MEF) through ABAQUS software considering physical
nonlinearity. The analytical and numerical results were compared with experimental data from
Silva Filho (2001) in order to validate the numerical modeling. Models were made for four
reinforced concrete beams, three of those strengthened with CFRP under two settings and
variant spacing.

Key words: CFRP; Concrete; Strengthening; Shear; Numerical modeling.


ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 18
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................... 18
1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 19
1.3 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................ 20
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................................... 20
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................................ 21
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 22
2.1 PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES .......................................................................................... 22
2.2 CISALHAMENTO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO ............................................................ 24
Generalidades ..................................................................................................... 24
Analogia de treliça .............................................................................................. 26
Ruptura por Cisalhamento .................................................................................. 28
2.3 PRESCRIÇÕES NORMATIVAS PARA DIMENSIONAMENTO À CORTANTE DA ABNT NBR 6118
(2014): PROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ...................................................................... 28
Modelo de Cálculo I ........................................................................................... 30
Modelo de Cálculo II .......................................................................................... 31
2.4 PRESCRIÇÕES NORMATIVAS DE DIMENSIONAMENTO À CORTANTE PELO ACI 318 (2011) ... 32
2.5 REFORÇO COM CFRP ......................................................................................................... 34
Generalidades ..................................................................................................... 34
Reforço ao Cisalhamento.................................................................................... 37
Prescrições Normativas do ACI 440-2R (2008) para dimensionamento de reforço
ao cisalhamento com CFRP .............................................................................................. 38
Prescrições normativas do CEB - fib Bulletin 14 (2001) para dimensionamento
de reforço ao cisalhamento com CFRP ............................................................................. 40
2.6 NÃO LINEARIDADE ............................................................................................................. 41
2.7 CONCRETE DAMAGED PLASTICITY ..................................................................................... 42
3. MODELOS ANALISADOS .............................................................................................. 44
4. MODELAGEM NUMÉRICA .......................................................................................... 48
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................... 48
4.2 ELEMENTOS DE MODELAGEM ............................................................................................. 48
4.3 GEOMETRIA DOS MODELOS................................................................................................. 49
4.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO E CARREGAMENTO ................................................................... 50
4.5 CONTATOS.......................................................................................................................... 51
4.6 MODELO CONSTITUTIVO DO AÇO ....................................................................................... 53
4.7 MODELOS CONSTITUTIVOS PARA O CONCRETO................................................................... 53
Parâmetros de Plasticidade do CDP ................................................................... 54
Comportamento à compressão ........................................................................... 54
4.7.2.1 Modelo Constitutivo da NBR 6118 (2014) ........................................................ 55
4.7.2.2 Modelo Constitutivo do Model Code 2010 (CEB fib-Bulletin 65, 2012) .......... 56
4.7.2.3 Modelo Constitutivo proposto por PETRAUSKI (2016) ................................... 58
Comportamento à tração..................................................................................... 59
Variáveis de dano ............................................................................................... 62
4.8 MODELO CONSTITUTIVO DO CFRP .................................................................................... 65
4.9 MALHA ............................................................................................................................... 65
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 66
5.1 RESULTADOS ANALÍTICOS .................................................................................................. 66
Cisalhamento ...................................................................................................... 66
Reforço com CFRP ............................................................................................. 68
5.2 RESULTADOS NUMÉRICOS .................................................................................................. 70
Calibração dos modelos ...................................................................................... 70
Vigas reforçadas ................................................................................................. 77
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 87
6.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................................ 88
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 89
INDICE DE FIGURAS

FIGURA PÁGINA
Figura 1 - CFRP em forma de adesivo. ........................................................................... 19
Figura 2 - Aplicação de CFRP em viga. .......................................................................... 19
Figura 3 - Trajetórias de tensões em uma viga de concreto armado. .............................. 24
Figura 4 - Esquema de fissuração de uma viga de concreto armado. (a) Fissuras
por flexão. (b) Tensões e deformações nos Estádios I e II. (c) Fissuras de flexão e
cortante e fissuras de cortante. (d) Deformações e tensões de ruptura. ........................... 25
Figura 5 - Fissuras por cortante nas proximidades do apoio com inclinação 30º e
45º. ................................................................................................................................... 26
Figura 6 - Analogia de treliça. ......................................................................................... 26
Figura 7 - Treliça Clássica de Ritter-Morsh .................................................................... 27
Figura 8 - Treliça Generalizada ....................................................................................... 27
Figura 9 - Esquema do sistema comporto FRP com fibra de carbono ............................ 34
Figura 10 – Diagrama Comparativo de Tensão x Deformação de compostos FRP
e Aço. ............................................................................................................................... 35
Figura 11 - Diagrama Comparativo de Tensão x Deformação da fibra, concreto e
matriz ............................................................................................................................... 36
Figura 12 - Ruptura do CFRP. ......................................................................................... 37
Figura 13 - Configurações de reforço ao cisalhamento com CFRP. ............................... 37
Figura 14 - Configurações de reforço ao cisalhamento: envolvimento de alma e
mesa, formato U envolvendo toda a alma e somente nas laterais da alma. ..................... 38
Figura 15 - Variáveis envolvidas no dimensionamento do CFRP................................... 39
Figura 16 - Curvas de comportamento do concreto à tração (a) e compressão (b). ........ 43
Figura 17 - Seção transversal das vigas estudadas. ......................................................... 44
Figura 18 - Esquema de carregamento das vigas estudadas e seus respectivos
diagramas de esforços. ..................................................................................................... 45
Figura 19 - Detalhamento das armaduras das vigas estudadas. ....................................... 46
Figura 20 - Detalhamento do reforço nas vigas V2, V3 e V7. ........................................ 47
Figura 21 - Detalhe da ancoragem do CFRP: (a) e (b) Ancoragem de envolvimento
total referente às vigas V2 e V3; (c) Ancoragem em U com auxilio de barras de
aço referente à viga V7. ................................................................................................... 47
Figura 22 - Planos de simetria. ........................................................................................ 49
Figura 23 - Esquema geral de apoios e carregamentos. .................................................. 50
Figura 24 - Detalhe da aplicação da carga....................................................................... 50
Figura 25 - Detalhe do apoio com elemento rígido. ........................................................ 51
Figura 26 - Armadura envolvida pelo concreto. .............................................................. 51
Figura 27 - Detalhe de contato Tie nas vigas reforçadas. ................................................ 52
Figura 28 - Contatos CFRP -Viga ................................................................................... 52
Figura 29 – Diagrama Tensão x Deformação idealizado Aço CA-50. ............................ 53
Figura 30 - Curva teórica Tensão x Deformação do concreto comprimido pelo
modelo da NBR 6118 (2014)........................................................................................... 55
Figura 31 - Curva teórica Tensão x Deformação do concreto comprimido pelo
modelo do Model Code 2010. ......................................................................................... 56
Figura 32 - Curva teórica Tensão x Deformação do concreto comprimido pelo
modelo de Petrauski (2016). ............................................................................................ 58
Figura 33 - Comportamento à tração do concreto idealizado pelo Model Code
2010. ................................................................................................................................ 60
Figura 34 - Comportamento à tração do concreto idealizado por Hordijk (1991) .......... 60
Figura 35 - Comparação dos modelos do Model Code e Hordik (1991) para
concreto C30. ................................................................................................................... 61
Figura 36 - Esquema de análise de esforço cortante analítico. ........................................ 66
Figura 37 - Modelos analisados de modelagem completa, metade e um quarto da
viga .................................................................................................................................. 70
Figura 38 - Vista frontal dos modelos de simetria........................................................... 71
Figura 39 - Áreas de aplicação de condições de contorno de simetria. ........................... 71
Figura 40 - Comportamento de deformação da viga inteira analisada. ........................... 72
Figura 41 - Comportamento de deformação da viga com considerações de simetria
analisada. ......................................................................................................................... 72
Figura 42 - VREF malha 25 mm. .................................................................................... 75
Figura 43 - VREF malha de 50 mm. ............................................................................... 75
Figura 44 - VREF malha de 100 mm. ............................................................................. 75
Figura 45 - Modelo de vigas reforçadas com envolvimento total. .................................. 78
Figura 46 – Detalhe da direção das fibras das vigas reforçadas. ..................................... 78
Figura 47 - Configuração da deformada das barras e compósito. ................................... 79
Figura 48 - Detalhe dos furos nas vigas V2 e V3. ........................................................... 79
Figura 49 - V2 sem furo. ................................................................................................. 80
Figura 50 - V2 com furo. ................................................................................................. 80
Figura 51 - V3 sem furo. ................................................................................................. 82
Figura 52 -V3 com furo. ................................................................................................. 82
Figura 53 - V7. ................................................................................................................ 85
INDICE DE TABELAS

TABELA PÁGINA
Tabela 1 - Características gerais das vigas estudadas...................................................... 46
Tabela 2 - Elementos da Modelagem. ............................................................................. 48
Tabela 3 - Características Gerais do Aço. ....................................................................... 53
Tabela 4 - Características Gerais do Concreto ................................................................ 54
Tabela 5 - Parâmetros de Plasticidade CDP .................................................................... 54
Tabela 6 - Dados C30 Model Code 2010 (fib-Bulletin 65, 2012). .................................. 57
Tabela 7 - Propriedades do CFRP ................................................................................... 65
Tabela 8 - Comparação de contribuição do concreto e armadura. .................................. 67
Tabela 9 - Estimativas de carga de ruptura para VREF. ................................................. 67
Tabela 10 - Comparação de cargas de ruptura estimadas pelo ACI 440-2R (2008) e
CEB fib-Bulletin 14 (2001) das vigas reforçadas. ........................................................... 68
Tabela 11 - Comparação dos modelos inteiro, metade e um quarto................................ 74
Tabela 12 - Comparação do tamanho dos elementos. ..................................................... 77
Tabela 13 - Comparação entre os resultados numéricos e experimentais para V2. ........ 81
Tabela 14 - Comparação entre os resultados numéricos e experimentais para V3. ........ 83
Tabela 15 - Comparação entre os resultados numéricos e experimentais para V7 ......... 85
INDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO PÁGINA

Gráfico 1 - Diagrama Tensão x Deformação do concreto comprimido para C30 pelo


modelo da NBR 6118 (2014)........................................................................................... 56
Gráfico 2 – Diagrama Tensão x Deformação do concreto comprimido para C30 pelo
modelo do Model Code 2010. ......................................................................................... 57
Gráfico 3 - Diagrama Tensão x Deformação do concreto comprimido para C30 pelo
modelo de Petrauski (2016). ............................................................................................ 59
Gráfico 4- Diagrama Tensão x Abertura de Fissuras do concreto para C30 pelo
modelo de Hordijk (1991) ............................................................................................... 62
Gráfico 5 - Variável de dano à compressão x Deformação para a curva de
compressão da NBR 6118 (2014).................................................................................... 63
Gráfico 6 - Variável de dano à compressão x Deformação para a curva de
compressão do Mode Code (2010) .................................................................................. 63
Gráfico 7 - Variável de dano à compressão x Deformação para a curva de
compressão de Petrasuki (2016) ...................................................................................... 64
Gráfico 8 - Variável de dano à tração x Abertura de fissuras para concreto C30 ........... 64
Gráfico 9 - Comparação de cargas de ruptura. ................................................................ 69
Gráfico 10 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF inteira e
elementos finitos de 25 mm. ............................................................................................ 73
Gráfico 11 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF metade
e elementos finitos de 25 mm. ......................................................................................... 73
Gráfico 12 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF um
quarto e elementos finitos de 25 mm. .............................................................................. 74
Gráfico 13 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF e
elemento com aresta de 50mm. ....................................................................................... 76
Gráfico 14 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF e
elemento com aresta de 100mm. ..................................................................................... 77
Gráfico 15 Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V2 sem furo. .......... 80
Gráfico 16 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V2 com furo. ....... 80
Gráfico 17 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V2 com furo e
sem furo na mesa para Model Code 2010. ...................................................................... 81
Gráfico 18 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V3 sem furo na
mesa. ................................................................................................................................ 82
Gráfico 19 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V3 com furo na
mesa. ................................................................................................................................ 82
Gráfico 20 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V3 com furo e
sem furo na mesa para Model Code 2010. ...................................................................... 83
Gráfico 21 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V2 e V3. .............. 84
Gráfico 22 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V7 ........................ 85
SIMBOLOGIA

SÍMBOLO SIGNIFICADO
VSd Força cortante solicitante de cálculo
Força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais
VRd2
comprimidas de concreto
Força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração
VRd3
diagonal
Parcela de força cortante absorvida por mecanismos de resistência
Vc
complementares
Vsw Parcela de força cortante absorvida pela armadura transversal
MO Momento fletor que anula a tensão normal de compressão
MSd,máx Momento fletor máximo
θ Ângulo de inclinação das bielas
Vu Esforço cisalhante de cálculo
Vn Resistência ao cisalhamento
Φ Fator redutor da capacidade resistente
VC Parcela de cisalhamento resistida pelo concreto
VS Parcela de cisalhamento resistida pela armadura transversal
λ Fator de modificação de valor unitário para concretos de peso normal
fc’ Resistência característica do concreto
ρw Taxa geométrica de armadura
Mu Momento fletor último
Av Área da seção transversal da armadura
s Espaçamento entre estribos em mm
fyt Resistência característica do escoamento da armadura
Vf Resistência ao corte do compósito
ψf Fator de redução de acordo com o envolvimento do compósito
Afv Área da seção transversal da fibra
ffe Tensão na fibra
α Ângulo de inclinação das fibras
dfv Altura útil da fibra
sf Espaçamento de eixo a eixo das fibras
n Número de camadas
tf Espessura da fibra
wf Largura da fibra
εfe Deformação das fibras
Ef Módulo de elasticidade da fibra
kv Coeficiente de redução aplicado ao cisalhamento
Le Comprimento efetivo da fibra
k1 Fator de modificação devido o concreto
k2 Fator de modificação devido ao envolvimento da fibra
Deformação específica de encurtamento do concreto no início do
εc2
patamar plástico
εcu Deformação específica de encurtamento do concreto na ruptura
εc1 Deformação correspondente a máxima tensão de compressão
w Abertura de fissuras
GF Energia de fratura
dc Variável de dano à compressão
dt Variável de dano à tração
18

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO

1.1 Considerações iniciais

Os primeiros sistemas compostos de reforço e/ou recuperação estrutural foram


desenvolvidos na Europa no final da década de 70. No início dos anos 80, o Japão e os Estados
Unidos através de iniciativas da National Science Foundation e da Federal Highway
Administration, também se mostraram interessados pela utilização desses sistemas promovendo
pesquisas e normatizações difundidas pela Japan Society of Civil Engineers (JSCE-
recomendação número 23) e pelo ACI Committee 440. Na Europa a normatização ficou a cargo
do CEB-FIP fib Bulletin 14.
Na grande maioria dos casos, esses sistemas vêm sendo utilizado na engenharia civil
para melhorar o desempenho dos pilares aumentando a sua ductilidade e em vigas e lajes no
combate dos esforços de flexão de cisalhamento, requerendo para isso, cuidados especiais,
principalmente, devido aos problemas de deslizamentos na interface compósito-concreto.
Os compostos FRP (Fiber Reinforced Polymer) segundo Nanni et al. (2014) são a
última versão do conceito antigo de compósito, formado pela associação da fase reforço (fibras)
com a fase resina (polímero), que consiste em uma matriz na qual as fibras estão incorporadas.
Quando analisados separadamente, nenhum destes componentes possui função estrutural,
porém em conjunto atuam da seguinte forma: as fibras (reforço) com função de absorver
esforços e a resina (matriz) com a função de ligar e proteger as fibras.
Estes materiais estão sendo empregados no reforço de estruturas de concreto armado e
vistos como opção às técnicas comumente utilizadas, devido aos aspectos particulares do
material como elevada resistência e rigidez, e em razão da facilidade de execução. Cabe
salientar que os compostos reforçados com fibras de carbono CFRP (Carbon Fiber Reinforced
Polymer) na forma de adesivos colados externamente nas estruturas reforçadas tem sido uma
das técnicas mais utilizadas nos últimos anos no Brasil, mesmo não havendo normas específicas
para projetos de reforço para o uso de materiais compósitos. As figuras 1 e 2 mostram o CFRP
e a sua aplicação no reforço ao cisalhamento de viga em concreto armado.
19

Figura 1 - CFRP em forma de adesivo. Figura 2 - Aplicação de CFRP em viga.

Fonte: JUVANDES (2002). Fonte: SILVA FILHO (2001).

1.2 Justificativa

A justificativa deste trabalho parte do princípio de que as estruturas de concreto


armado se deterioram com o tempo. Apesar de por longo período ter se consolidado o
pensamento de eternidade, os elementos estruturais podem apresentar patologias,
principalmente se observados erros de execução, projeto ou manutenção. Sendo assim, devido
à necessidade de reparar danos, são comuns as situações de recuperação estrutural. Somam-se
a estas, eventualmente, a imposição de posterior aumento de carga (reforço estrutural), em
consequência aos mais diversos fatores, sendo o mais comum, a mudança de uso da edificação.
Portanto, é indubitável a necessidade do estudo de técnicas de reforço e recuperação de
estruturas de concreto armado.
A crescente preocupação com a conservação dos elementos estruturais complementa
a justificativa deste trabalho, e pode ser explicada, segundo Silva Filho (2001), pelo
desenvolvimento das técnicas de cálculo estrutural que possibilitaram a mudança do perfil dos
elementos antes superdimensionados, passando estes a serem mais leves e econômicos, sem os
excessos que funcionavam como proteção contra agentes agressivos. Logo, fez surgir a
necessidade da busca por materiais e opções para as mais diversas situações de reabilitação.
Segundo Souza e Ripper (1998), a patologia das estruturas não é um campo novo, porém
ainda é pouco explorado, uma vez que os engenheiros são treinados no projeto e execução de
obras futuras. Logo, ainda há muito que estudar sobre técnicas e comportamento da recuperação
e/ou reforço estrutural.
20

Tratando especificadamente do cisalhamento, constata-se sua importância


principalmente em vigas, sendo fundamental a análise em circunstâncias de alteração de
solicitações causada por problemas de ordem patológica, quando a armadura transversal não
foi executada da maneira especificada no cálculo ou erros de espaçamento, dimensionamentos
equivocados, mudanças de carga ou mesmo em situações de erro na estimativa do esforço.

1.3 Objetivo geral

O objetivo principal deste Trabalho de Conclusão de Curso é fazer um estudo da


modelagem numérica via Método dos Elementos Finitos (MEF) de vigas de concreto armado
com seção transversal “T” reforçadas ao cisalhamento com faixas unidirecionais de CFRP,
envolvendo ou não o elemento estrutural.

1.4 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:

 Avaliar a capacidade de carga em vigas T em concreto armado reforçadas ao


cisalhamento com CFRP através da comparação dos resultados analíticos obtidos pelas
normas ACI 440-2R (2008) e CEB-FIP fib Bulletin 14 (2001) e os resultados
experimentais de Silva Filho (2001);
 Fazer uma análise linear e não linear física do material através do software ABAQUS
utilizando o modelo do Concrete Damaged Plasticity (CDP) de vigas T em concreto
armado reforçadas ao cisalhamento com CFRP;
 Calibrar o modelo do Concrete Damaged Plasticity (CDP) através de um estudo
comparativo dos deslocamentos de uma viga T em concreto armado obtidos
experimentalmente por Silva Filho (2001) e os obtidos através do software ABAQUS;
 Verificar a validade dos modelos constitutivos idealizados e analisados utilizando o
Concrete Damaged Plasticity (CDP) nas vigas T em concreto armado reforçadas ao
cisalhamento com CFRP analisadas.
21

1.5 Estrutura do trabalho

O trabalho está dividido em seis capítulos, sendo o Capítulo 1 dedicado a introdução,


justificativa e objetivos. O Capítulo 2 compreende a revisão bibliográfica incluindo tópicos de
patologia das estruturas, cisalhamento, prescrições normativas de dimensionamento à cortante,
CFRP, não linearidade física e modelo do Concrete Damaged Plasticity utilizado neste
trabalho. O Capítulo 3 apresenta os quatro modelos estudados, o Capítulo 4 se refere à
modelagem numérica e os Capítulos 5 e 6 aos resultados e discussões, e à conclusão deste
trabalho, respectivamente.
22

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Patologias das edificações

Patologia, para a engenharia civil, é a área destinada ao estudo de falhas estruturais e


degradação das edificações, bem como das formas de reabilitar, recuperar e reforçar elementos
danificados. A expansão deste campo é perceptível, sendo cada vez mais comum a necessidade
de reparar danos estruturais. Uma das possíveis razões está relacionada à evolução da
construção civil no mundo, seja no conhecimento dos materiais, equipamentos e técnicas
construtivas, ou na utilização de softwares estruturais e conhecimento das estruturas. Estes
fatores possibilitaram elementos mais esbeltos e arquiteturas mais complexas, levando à maior
exposição à agentes patológicos e possível queda na qualidade das edificações.
É de conhecimento geral que todos os materiais possuem vida útil especifica, sendo
entendida, segundo a NBR 6118 (2014), como o período no qual o material mantém suas
características. Esse prazo é influenciado pelos usos, cargas e ambiente externo no qual a peça
se insere, sendo, portanto, a deterioração um processo natural, o problema ocorre quando este
prazo é alcançado precocemente devido a diversos fatores como agentes patológicos, erros de
execução, projetos equivocados, acidentes e impactos imprevistos, mau uso, entre outros.
De maneira geral, as patologias se dividem em três grandes grupos: falhas de execução,
falhas de projeto e falhas de manutenção. Sabe-se que falhas de execução e projeto levam ao
aparecimento de fissuras, expondo a peça a agentes agressivos e processos corrosivos. A
ausência de manutenção leva a deterioração da peça e também está relacionada a agentes
agressivos.
É válido acrescentar o conceito de recuperação e reforço, que embora apresentem
técnicas e análises semelhantes são processos diferentes. A recuperação diz respeito à
recomposição das características anteriores à patologia da estrutura, já o reforço está
relacionado ao aumento de resistência de um elemento.
As ocorrências de processos patológicos muitas vezes podem comprometer a
resistência, durabilidade e estética da peça. Isso pode indicar o não cumprimento das exigências
de qualidade preconizadas na NBR 6118 (2014), na qual é determinado que as estruturas têm
por obrigação conservar suas características de segurança, estabilidade e serviço durante toda a
vida útil.
23

A parte mais importante do estudo das patologias é o diagnóstico, em que é realizada


investigação da origem e dos agentes envolvidos para tomada da solução mais adequada técnica
e economicamente. Esta etapa, segundo Helene (1988), quando bem realizada, indica em qual
dos passos construtivos do empreendimento a falha ocorreu, e consequentemente indica os
responsáveis.
Cabe ressaltar que uma falha estrutural pode ocorrer em diferentes pontos do processo
construtivo, incluindo desde erros de dimensionamento à falta de manutenção. Logo fica
evidenciada a complexidade do trabalho de identificação da natureza da falha, sendo, portanto,
exigido elevado grau de conhecimento do comportamento estrutural, dos processos construtivos
e dos materiais utilizados.
Cada patologia deve ser analisada minunciosamente a fim de indicar qual o melhor e
mais viável processo executivo de recuperação a ser adotado. Existem variadas técnicas de
reabilitação e reforço de estruturas de concreto armado, desde tratamentos com lavagens de
superfície à demolição.
Dada a relevância do processo de diagnóstico, este deve ser realizado de forma
minuciosa e detalhada. Um resultado incorreto pode levar a soluções equivocadas, inferindo
risco à estrutura e usuários, além de prejuízos econômicos e até medidas judiciais incoerentes,
devidas apontamento errado de responsáveis.
A NBR 6118 (2014) classifica os mecanismos de deterioração e envelhecimento das
estruturas em três grupos: Mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concreto,
Mecanismos preponderantes de deterioração relativos à armadura e Mecanismos de
deterioração da estrutura propriamente dita. No referente ao concreto tem-se lixiviação,
expansão por sulfato e reação álcali agregado como principais. No aço é apontado a
despassivação por carbonatação e por cloretos. Já para estrutura propriamente dita, a norma
indica mecanismos provenientes de ações mecânicas, térmicas, cíclicas, retração e fluência.
Além dos mecanismos principais, vale enfatizar que as estruturas de concreto armado
apresentam sintomas quando submetidas à algum ataque patológico. A maioria são fissuras,
manchas e flechas excessivas. Todos estes sintomas causam desconforto ao usuário e indicam
problemas que podem ser graves. Ademais, as fissuras expõem as armaduras ao meio externo
e a agentes patológicos, possibilitando ocorrência de mais de uma patologia.
No que se refere aos agentes causadores, existe uma diversidade. O concreto armado
pode ser atacado e ter reações patológicas devido a agentes biológicos, ambientes com
componentes agressivos como cloretos, ácidos, e até mesmo água, cobrimento não adequado,
concretagem não adequada, variações de temperatura e umidade, materiais de origem suspeita,
24

falha no levantamento de carga, dimensionamento incoerente, escolha de modelos inadequados,


alteração de cargas entre outros.

2.2 Cisalhamento em vigas de concreto armado

Generalidades

Ao se analisar o cisalhamento em peças de concreto armado, é possível perceber a


complexidade do estudo, uma vez que envolve mecanismos de transferência e resistência que
dependem do concreto na zona comprimida, armadura transversal, engrenamento dos
agregados, efeito de arco e de pino, entre outros fatores de difícil mensuração. Além disto, a
resistência ao cisalhamento sofre influência de variados fatores, como tipo e posição da carga,
a armadura longitudinal, características da seção transversal e, principalmente, a altura da viga.
O comportamento de uma viga de concreto armado biapoiada submetida a
carregamentos concentrados de valor P variando de zero até a ruptura, pode ser entendido da
seguinte maneira: o trecho central da viga, situado entre as cargas P, é denominado trecho de
flexão pura, no qual ocorre apenas flexão, as trajetórias de tensões de tração e compressão no
concreto são aproximadamente paralelas ao eixo central da viga; ao se aproximar dos apoios
essas trajetórias de tensões sofrem influência da distorção refletida pela existência do cortante
e, portanto, apresentam-se inclinadas. A medida que se aproximam ainda mais dos apoios estas
inclinações aumentam, em decorrência de valores de cortante maiores nessas regiões.
Figura 3 - Trajetórias de tensões em uma viga de concreto armado.

Fonte: BASTOS (2017).


25

As primeiras fissuras ocorrem no trecho de flexão pura, e se iniciam no momento em


que a tensão de tração atuante em uma seção atinge a resistência do concreto à tração sendo
denominadas fissuras de flexão. Estas não possuem inclinações significativas e propagam-se
em direção à parte superior da viga. Com isso, este trecho atinge o Estádio II. Com o aumento
das cargas P as fissuras começam a aparecer em trechos que sofrem influência do esforço
cortante, denominadas fissuras de flexão e cortante, estas já apresentam inclinações. A próxima
fissura seria basicamente pela força cortante que ocorre próxima ao apoio em com inclinações
entre 30º e 45º, sendo estas últimas características marcantes da ruptura por cortante.

Figura 4 - Esquema de fissuração de uma viga de concreto armado. (a) Fissuras por flexão. (b)
Tensões e deformações nos Estádios I e II. (c) Fissuras de flexão e cortante e fissuras de
cortante. (d) Deformações e tensões de ruptura.

Fonte: BASTOS (2017).


26

Figura 5 - Fissuras por cortante nas proximidades do apoio com inclinação 30º e 45º.

Fonte: NANNI e KHALIFA (1999).

Analogia de treliça

Segundo Fusco (2008), uma viga de concreto armado submetida à flexão apresenta dois
comportamentos: o de viga e o de treliça, sendo necessária a análise sob os dois modelos. Este
autor também salienta que a atuação como treliça não existe desde o início do carregamento,
surgindo com a fissuração por flexão, e ficando preponderante com o aumento da carga.
A analogia de treliça consiste em analisar os elementos da viga como constituintes de
uma treliça de banzos paralelos na qual o banzo inferior tracionado seriam as armaduras
longitudinais; o banzo superior comprimido seria o concreto; as diagonais comprimidas seriam
as bielas de compressão e as diagonais tracionadas as armaduras transversais.

Figura 6 - Analogia de treliça.

Fonte: PINHEIRO (2007).

É importante entender que esta analogia de treliça é uma forma de simplificar o


comportamento das vigas sob forças cortantes e, como toda simplificação, alguns fenômenos e
27

parâmetros são simplificados. Ainda assim, o modelo de treliça, apesar de simples, conduz a
bons resultados comprovados pela sua larga utilização em projetos reais por anos, inclusive é
adotado pela NBR 6118 (2014) e pela maioria das normas internacionais.
Os modelos de treliça mais utilizados são a Treliça Clássica ou Treliça de Ritter – Morsh
e a Treliça Generalizada. Na treliça clássica a inclinação dos banzos comprimidos (θ) é fixa no
valor de 45º, porém na peça real este valor é influenciado por diversos fatores. Estudos
experimentais mostram que essa inclinação (θ) varia entre 30º e 45º e essa, daí o surgimento do
modelo de Treliça Generalizada.
A inclinação da armadura transversal (α) deve admitir valor entre 45º e 90º, o valor de
45º o mais eficiente visto que a inclinação das tensões de tração tende a estre valor, porém
devido à dificuldade de execução desta configuração, adotam-se os estribos a 90º.

Figura 7 - Treliça Clássica de Ritter-Morsh

Fonte: BASTOS (2017).

Figura 8 - Treliça Generalizada

Fonte: BASTOS (2017).


28

Ruptura por Cisalhamento

A ruptura das peças de concreto armado é um fenômeno relacionado a diversas


variáveis, como por exemplo, características geométricas da seção, vão livre, parâmetros do
concreto e do aço, entre outros, sendo, por conseguinte, um processo difícil de analisar.
Sabe-se que a ruptura por cortante, na maioria dos seus modos, ocorre de forma frágil,
ou seja, não avisada. Assim o projetista deve sempre priorizar, na condição de possível ruptura,
que esta ocorra por efeitos de solicitações normais, tendo em vista sobrevir com processos de
fissuração e deformação excessiva antes da ruptura, servindo como alerta nestes casos, e nunca
por cortante ou outras solicitações tangenciais como torção, por exemplo. Isto é comumente
denominado como Princípio Fundamental de Segurança em relação às tensões tangenciais
(Fusco 2008).
É importante observar que, diferente de grande parte dos materiais de engenharia, a
ruptura do concreto armado se dá por tração decorrente do cisalhamento (Força cortante /
tração) ou por esmagamento de biela comprimida (Força cortante / compressão) (Silva Filho,
2001 e Fusco, 2008).

2.3 Prescrições normativas para dimensionamento à cortante da ABNT NBR 6118 (2014)

A ABNT NBR 6118 (2014) apresenta a prescrições para dimensionamento de armadura


transversal para vigas no item 17.4 Elementos lineares sujeitos à força cortante – Estado-limite
último, os elementos de volume ou planos como lajes não terão as orientações normativas
demostradas neste trabalho e podem ser consultadas em outros tópicos da norma.
A NBR 6118 (2014) admite dois modelos de cálculo denominados Modelo de Cálculo
I e Modelo de Cálculo II, ambos baseados na analogia do comportamento de treliça de banzos
paralelos incorporados com os mecanismos complementares de resistência que, segundo a
norma, serão vinculados a componente de contribuição do concreto (Vc).
Em relação aos elementos lineares, a NBR 6118 (2014) obriga a adoção de armadura
transversal mínima obtida por:

A f ,
ρ = ≥ 0,2
b ∙ s ∙ senα f
( 2-1 )
29

Onde:
ρsw: taxa geométrica de armadura;
Asw: área de armadura transversal;
s: espaçamento entre estribos;
α: inclinação dos estribos;
bw: largura da alma;
fywk: resistência característica ao escoamento do aço;
fct,m: resistência média do concreto à tração;

A obrigatoriedade de armadura transversal para elementos lineares tem como exceção


os seguintes casos:
 Largura do elemento (bw) maior que cinco vezes a altura útil (d), nestes casos as
verificações devem ser feitas como lajes;
 Nervuras de lajes nervuradas que possuem distância entre nervuras (e) menor que 65cm
podem ser verificadas como lajes.
 Pilares e elementos de fundação lineares, estacas, por exemplo, submetidos
preponderantemente à compressão.

Quanto a verificação de Estado Limite Último, a norma determina que duas condições
devem ser atendidas:

V ≤V ( 2-2 )

V ≤V =V +V ( 2-3 )

Onde:
VSd: força cortante solicitante de cálculo;
VRd2: força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas de
concreto;
VRd3: força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal;
Vc: parcela de força cortante absorvida por mecanismos de resistência complementares;
Vsw: parcela de força cortante absorvida pela armadura transversal.
30

Modelo de Cálculo I

O Modelo de Cálculo I da NBR 6118 (2014) adota a analogia com a treliça clássica de
Ritter-Morsh, ou seja, ângulo θ = 45º, lembrando que θ representa o ângulo de inclinação das
bielas de compressão em relação a horizontal. Outra peculiaridade do modelo é o valor
constante da força absorvida por mecanismos complementares (Vc), independentemente do
valor da cortante solicitante (VSd).
A componente VRd2 para a verificação da compressão diagonal do concreto, ou mais
resumidamente das bielas de compressão é dada por:

V = 0,27 ∙ α ∙f ∙b ∙d ( 2-4 )

Onde:

α = 1− ; com fck em MPa;


f
f = ;
γ
bw: largura da alma;
d: altura útil;

O cálculo da armadura transversal é obtido da seguinte forma:

V =V +V ( 2-5 )

V = ∙ 0,9 ∙ d ∙ f ∙ (sen α + cos α) ( 2-6 )

Onde:
ASW: área de armadura transversal;
fywd: resistência de cálculo ao escoamento do aço;
α: ângulo de inclinação da armadura transversal;

Para linha neutra fora da seção:

V =0 ( 2-7 )
31

Para linha neutra cortando a seção em flexão simples ou flexo-tração:

( 2-8 )
V =V
( 2-9 )
V = 0,6 ∙ f ∙b ∙d
, ( 2-10 )
f =
/ ( 2-11 )
f , = 0,21 ∙ f

Para flexo-compressão:

M
V =V ∙ 1+ ≤2V ( 2-12 )
M ,

Onde:
MO: momento fletor que anula a tensão normal de compressão;
MSd,máx: momento fletor máximo.

Modelo de Cálculo II

O Modelo de Cálculo II da NBR 6118 (2014) adota a analogia com a treliça


generalizada, ou seja, ângulo θ variando entre 30º e 45º, a outra diferença do modelo é o valor
variável da força absorvida por mecanismos complementares (Vc), reduzido a medida que
cortante solicitante (VSd) aumenta.
A verificação do esmagamento das bielas de compressão é feita obtendo VRd2 da
expressão:

V = 0,54 ∙ α ∙f ∙ b ∙ d ∙ sen θ ∙ (cotg α + cotgθ) ( 2-13 )

Onde:
θ: ângulo de inclinação das bielas;

Armadura transversal dada por:

A
V = ∙ 0,9 ∙ d ∙ f ∙ (cotg α + cotg θ) ∙ sen α ( 2-14 )
s
32

Para linha neutra fora da seção:

( 2-15 )
V =0

Para linha neutra cortando a seção em flexão simples ou flexo-tração:

V =V ( 2-16 )

V = V ; Quando V ≤V ( 2-17 )

V = 0; Quando V =V ( 2-18 )

Para flexo-compressão:

( 2-19 )
V =V ∙ 1+ ≤2V
,

V = V ; Quando V ≤V ( 2-20 )

V = 0; Quando V =V ( 2-21 )

2.4 Prescrições normativas para dimensionamento à cortante pelo ACI 318 (2011)

O ACI 318 (2011) apresenta as prescrições para dimensionamento de armadura


transversal no Capítulo 11 (Shear and Torsion). Logo no início do capítulo é indicada a seguinte
condição de segurança:

ΦV ≥ V ( 2-22 )

Onde:
Vu: esforço cortante de cálculo;
Vn: esforço cortante resistente;
Φ: fator redutor da capacidade resistente.

A resistência nominal ao cisalhamento (Vn) é dada por:

V =V +V ( 2-23 )
33

Onde:
VC: parcela de esforço cortante resistida pelo concreto;
VS: parcela de esforço cortante resistida pela armadura transversal.

As expressões para a parcela de resistência ao cisalhamento proveniente do concreto


(VC) para elementos submetidos a flexão e cisalhamento pela expressão simplificada 2.24 e
pela expressão detalhada 2.25:

( 2-24 )
V = 0,17 ∙ λ f ′ ∙ b ∙ d

V = 0,16 ∙ λ ∙ f + 0,17 ∙ ρ ∙ ∙b ∙d ( 2-25 )

( 2-26 )
ρ =

( 2-27 )
≤1
( 2-28 )
V ≤ 0,29 ∙ λ ∙ f ∙ b ∙ d

Onde:
VC: parcela de esforço cortante resistida pelo concreto em N;
Vu: cortante na seção de cálculo em N;
λ: fator de modificação de valor unitário para concretos de peso normal;
fc’: resistência característica do concreto em MPa;
bw: largura da alma em mm;
d: altura útil em mm;
ρw: taxa geométrica de armadura;
Mu: momento fletor último em .mm

Parcela resistida pela armadura transversal é dada por:

A ∙f ∙d ( 2-29 )
𝑉 =
s
( 2-30 )
V ≤ 0,66 ∙ f ∙ b ∙ d

Onde:
Vs: parcela de esforço cortante resistida pela armadura em N;
34

Av: área da seção transversal da armadura em mm²;


s: espaçamento entre estribos em mm;
fyt: resistência característica do escoamento da armadura em MPa;
bw: largura da alma em mm;
d: altura útil em mm;
fc’: resistência característica do concreto em MPa;

A armadura mínima transversal é dada por:

b s b ∙s
A , = 0,75 ∙ f ′ ∙ ≤ 50 ∙ ( 2-31 )
3f f

2.5 Reforço com CFRP

Generalidades

Os compostos de Polímeros Reforçados com Fibras, FRP (Fiber Reinforced Polymer),


são materiais formados por duas constituintes principais: as fibras com função de capacidade
de carga e a matriz polimérica que as envolve, cuja função é proteger. Além disto, a atuação da
matriz é extremamente importante para transferir os esforços entre o concreto e a fibra.

Figura 9 - Esquema do sistema comporto FRP com fibra de carbono

Fonte: ROJAS (2017).

Especificando as fibras de carbono, quando comparado a outros compostos FRP como


por exemplo, de vidro (GFRP – Glass Fiber Reinforced Polymer), aramida (AFRP – Aramid
35

Fiber Reinforced Polymer) e até mesmo o aço comumente utilizado nas obras civis, conforme
pode ser observado na Figura 10, o CFRP suporta maiores tensões com menores deformações.
Segundo Machado A. e Machado B. (2015) os Compósitos Poliméricos Reforçados com Fibras
de Carbono denominadas CFRP (Carbon Fiber Reinforced Polymer), são as mais utilizadas
estruturalmente.

Figura 10 – Diagrama Comparativo de Tensão x Deformação de compostos FRP e Aço.

Fonte: Adaptado de CEB fib-Bulletin 14 (2001).

Dentre as principais características dos sistemas compostos FRP segundo CEB fib-
Bulletin 14 (2001), tem-se:

 Resistencia à corrosão;
 Leveza;
 Fácil aplicação, principalmente no tipo colado externamente;
 Elevada resistência;
 Elevada rigidez;
 Elevada capacidade de deformação;
 Disponibilidade de diversas geometrias e dimensões.

Ao analisar estes aspectos do material, nota-se que todos estão relacionados à


adequação da sua utilização em reabilitação do concreto armado. A elevada resistência e rigidez
estão associadas ao aumento de resistência da peça a ser reforçada. Uma vez que é constatada
a necessidade dos procedimentos de reforço e recuperação estrutural em determinado elemento,
36

é possível dizer que a sua resistência a um ou mais esforços está comprometida e será
aumentada com o emprego do compósito. A leveza também contribui na resistência, reduzindo
o peso do reforço e esforço adicional gerado por ele.
As características de resistência a ataques químicos e bom comportamento térmico,
possuem maior importância no referente a atividades de recuperação estrutural, por motivo de
geralmente ocorrência deste procedimento em ambientes de elevada agressividade ambiental,
estes aspectos funcionariam para proteger a peça além de evitar corrosão do próprio material
de reforço.
Machado A. e Machado B. (2015) complementam com as seguintes características que
foram importantes na modelagem numérica:

 Heterogêneos;
 Anisotrópicos;
 Comportamento elástico-linear até a ruptura.

Uma característica importante do sistema CFRP tem relação com as diferentes


propriedades de resistência e rigidez destes dois constituintes do compósito. A fibra exerce
dupla função: capacidade de carga e rigidez. Já a matriz tem a função de assegurar a distribuição
de cargas às fibras e protegê-las das agressões do meio ambiente, além de dar ductilidade ao
sistema. O gráfico da Figura 11 mostra que a fibra possui elevada resistência e baixa
ductilidade, enquanto a matriz tem necessariamente de ter um alongamento de ruptura muito
maior para fazer com que o sistema CFRP tenha um pouco de ductilidade e a sua ruptura
aconteçam com a mesma deformação máxima da fibra.

Figura 11 - Diagrama Comparativo de Tensão x Deformação da fibra, concreto e matriz

Fonte: ROJAS (2017).


37

Quanto à ruptura, as formas mais comuns se dão pelo descolamento do CFRP da


superfície do concreto ou por desplacamento do concreto de cobrimento e/ou rasgamento da
fibra. Com a Figura 12, nota-se que a ruptura por descolamento (peeling-off) do sistema FRP é
a que ocorre com menor carga (Load) seguida de ruptura de cortante e do sistema FRP ainda
podendo ocorrer a ruptura do adesivo após a ruptura de cortante da viga.

Figura 12 - Ruptura do CFRP.

Fonte: CEB fib-Bulletin 14 (2001).

Reforço ao Cisalhamento

A utilização do CFRP no reforço ao cisalhamento de vigas de concreto armado tem sido


cada vez mais realizada e estudada, apresentando-se como forma eficiente de aumento de
capacidade resistente ao corte pelo envolvimento externo do concreto armado.
Ao se tratar de CFRP, é preciso atentar para dois aspectos principais: a configuração do
envolvimento do adesivo e a direção das fibras. No segundo aspecto existem diversas
configurações, desde paralelas a seção transversal à inclinadas em diversos ângulos com o
intuito de interceptar fissuras.

Figura 13 - Configurações de reforço ao cisalhamento com CFRP.

Fonte: Sika (2015).


38

Quanto ao envolvimento pode ser total ou parcial, sendo comuns as seguintes


configurações: envolvimento de alma e mesa por meio de furos na mesa, em forma de U
envolvendo toda a alma, e somente nas laterais da mesa.

Figura 14 - Configurações de reforço ao cisalhamento: envolvimento de alma e mesa, formato


U envolvendo toda a alma e somente nas laterais da alma.

Fonte: Autora.

Prescrições Normativas do ACI 440-2R (2008) para dimensionamento de


reforço ao cisalhamento com CFRP

Para dimensionamento de reforço externo de estruturas e de concreto armado utilizando


CFRP não existe norma brasileira, portanto é necessário buscar normas internacionais como o
ACI 440-2R Guide for the Design and Construction of Externally Bonded FRP Systems for
Strengthening Concrete Structures (2008).
A resistência nominal ao corte é dada da seguinte forma:

( 2-32 )
ΦV ≥ V
ΦV = Φ ∙ (V + V + ψ V ) ( 2-33 )

V + V ≤ 0,66 ∙ f ∙ b ∙ d ( 2-34 )

VC: parcela de cortante resistida pelo concreto, dado pelo ACI 318 (2011);
VS: parcela de cortante resistida pela armadura transversal, dado pelo ACI 318 (2011);
Vf: parcela de cortante resistida pelo compósito;
ψf: fator de redução de acordo com o envolvimento do compósito.
0,95 para completamente envolvido
ψf = ;
0,85 para parcialemente envolvido
f’c: resistência média do concreto à compressão.
39

d: altura útil
bw: largura da alma.

Figura 15 - Variáveis envolvidas no dimensionamento do CFRP

Fonte: ACI 440-2R (2008).

Contribuição do reforço:

A ∙ f ∙ (senα + cosα) ∙ d ( 2-35 )


V =
s
A =2∙n∙t ∙w ( 2-36 )

f =ε ∙E ( 2-37 )

d ( 2-38 )
s ≤ +𝑤
4

Onde:
Afv: área da seção transversal da fibra;
ffe: tensão na fibra;
α: ângulo de inclinação das fibras;
dfv: altura útil da fibra;
sf: espaçamento de eixo a eixo das fibras;
n: número de camadas;
tf: espessura da fibra;
wf: Largura da fibra;
εfe: deformação das fibras;
Ef: módulo de elasticidade da fibra.
40

Deformação das fibras:


0,004 ≤ 0,75 ∙ ε ; para completamente envolvido ( 2-39 )
ε =
k ε ≤ 0,004 ; para parcialmente envolvido
k ∙k ∙L
k = ; para sistema SI de unidade
11900 ∙ ε ( 2-40 )

23300
L = ,
; para o sitema SI de unidade
(n ∙ t ∙ E ) ( 2-41 )
/
f
k = ; para sistema SI de unidade ( 2-42 )
27

; para envolvimento em três lados


k = ( 2-43 )
; para envolvimento em dois lados

Onde:
kv: coeficiente de redução aplicado ao cisalhamento;
εfu: deformação última das fibras;
Le: comprimento efetivo da fibra;
k1: fator de modificação devido o concreto;
k2: fator de modificação devido ao envolvimento da fibra.

Prescrições normativas do CEB - fib Bulletin 14 (2001) para dimensionamento


de reforço ao cisalhamento com CFRP

Outro documento bastante utilizado no dimensionamento de reforço com adesivos de


CFRP é o fib Bulletin 14 (2001) – Design and use of externally bonded fibre reinforced polymer
reinforcement (FRP EBR) for reinforced concrete structures, que determina a capacidade
resistente ao cisalhamento com a seguinte expressão:

V = min(V +V + V ,V ) ( 2-44 )

V = 0,9 ∙ ε ∙ E ∙ ρ ∙ b ∙ d ∙ (cotθ + cotα) ∙ sen α ( 2-45 )


,

2t b ( 2-46 )
ρ = ∙ ; para reforço em tiras externas
b s
ε , ( 2-47 )
ε , =
γ
ε , = Kε , ( 2-48 )
41

,
f ( 2-49 )
ε , = 0,17 ∙ ε ; para envolvimento total
E ∙ρ

, ,
f f
ε , = min x 10 ; 0,17 ∙ ε ; para reforço em U ( 2-50 )
E ρ E ρ

Onde:
VRd: resistência ao cisalhamento;
Vcd: parcela resistente de esforço cortante proveniente do concreto;
Vwd: parcela resistente de esforço cortante proveniente da armadura;
Vfd: parcela resistência de esforço cortante proveniente da fibra;
VRd2: componente de ruína por esmagamento de biela;
εfd,e: deformação de projeto da fibra;
bw: largura mínima da seção transversal;
d: altura útil;
ρf: taxa de compósito;
Efu: módulo de elasticidade;
θ: inclinação das fissuras e o eixo longitudinal do elemento;
α: inclinação entre a direção das fibras e o eixo longitudinal do elemento.
εfk,e: deformação característica da fibra
εf,e: deformação da fibra;
γf: coeficiente de segurança de valor 1,30;
k: fator de redução de valor 0,8;
tf: espessura da fibra;
bf: largura da seção;
sf: espaçamento das fibras;
fcm: resistência média do concreto à compressão.

2.6 Não Linearidade

A consideração de não linearidades nas estruturas permite análises mais aproximadas


do comportamento real das edificações, uma vez que o material concreto armado apresenta
comportamento não linear, ou seja, não obedece a Lei de Hooke de proporções lineares de
42

tensão e deformação, resultando em modelos constitutivos nas formas curvas. As fissuras


contribuem para esse comportamento, ou seja, danos sofridos que levam a não linearidade de
tensão versus deformação.
A não linearidade física leva em consideração este comportamento não linear do
material e possui formulações complexas sendo essencial a utilização de softwares cujas
bibliotecas possuam modelos de plasticidades. Recalde (2014) explica que a não linearidade
física pode ser resolvida por meio de procedimento incremental-iterativo, no qual a cada
incremento o equilíbrio da estrutura é verificado a partir de processos iterativos.
Alves Filho (2012) deixa claro que a não linearidade física manifesta-se em decorrência
de variação de rigidez, a grande questão levantada por este autor é como quantificar essa
variação. A idealização do comportamento do concreto armado quando submetido a
carregamentos é complexa. Diversos pesquisadores já se debruçaram sobre o problema e
buscaram modelos, técnicas e teorias para a implementar a atuação não linear física do material.
Neste trabalho optou-se pela utilização do modelo do Concrete Damaged Plasticity (CDP),
disponível no software ABAQUS.

2.7 Concrete Damaged Plasticity

O Concrete Damaged Plasticity (CDP) é um modelo idealizado por Lubliner et al.


(1989) e posteriormente modificado por Lee e Fenves (1998) baseado na plasticidade e na
mecânica do dano para computar a perda de rigidez do material. Como o próprio nome remete,
este modelo foi desenvolvido para concreto embora, segundo SIMULIA (2012), também seja
válido para outros materiais de comportamento quase frágeis.
Dano, em engenharia de estruturas, pode ser entendido como a perda de rigidez em
função do aparecimento de fissuras no concreto quando submetido a carregamentos. Em
resumo, a propagação de fissuras, ou seja, o dano, causa redução da rigidez e consequente perda
de capacidade resistente. No Concrete Damaged Plasticity (CDP) o dano é computado por
variáveis escalares denominadas Damaged parameter, sendo o parâmetro dc para compressão e
dt para tração.
Os comportamentos à compressão e à tração teorizados no CDP estão ilustrados nas
curvas tensão x deformação da Figura 16. Nestas podemos identificar as variáveis de dano dc
e dt em função das deformadas plásticas (εcpl e εtpl) e perceber que é assumido um
comportamento linear apenas para os primeiros trechos dos gráficos, correspondentes a
deformações elásticas (εcel e εtel). No caso da tração é admitido comportamento elástico até a
43

tensão limite de resistência σt0 e na compressão até a tensão σc0. Depois de atingido esse valor,
surgem as fissuras causando a queda na curva, fenômeno denominado amolecimento.

Figura 16 - Curvas de comportamento do concreto à tração (a) e compressão (b).

Fonte: SIMULA (2012).

Além das curvas de tensão x deformação, o Concrete Damaged Plasticity considera os


seguintes parâmetros de plasticidade: ângulo de dilatação (ψ), excentricidade (m), relação entre
a resistência à compressão do concreto biaxial e uniaxial (fb0/fc0), fator de forma (K) e
viscosidade (υ). Segundo Aguiar (2015) estes parâmetros possuem a função de expandir as
equações de comportamento no estado uniaxial para o estado multiaxial.
44

CAPÍTULO 3 – MODELOS ANALISADOS


3. MODELOS ANALISADOS

Neste trabalho serão analisadas quatro vigas de concreto armado, sendo três delas
reforçadas ao cisalhamento com compósitos de fibra de carbono, ensaiadas por Silva Filho
(2001) e simuladas numericamente por meio do Método dos Elementos Finitos, utilizando o
software ABAQUS. Para tanto serão abordados neste capítulo a geometria dos modelos,
esquema de carregamentos, detalhamento das armaduras e detalhamento do reforço com
compósito de fibra de carbono (CFRP).
Silva Filho (2001) em seu trabalho ensaiou oito vigas de concreto armado. Destas uma
sem reforço, denominada de viga de referência, e as demais possuíam diferentes configurações
de reforço ao cisalhamento com compósitos de fibra de carbono (CFRP). A resistência
característica do concreto (fck) utilizado foi de 30 MPa e aço CA-50 com tensão de escoamento
de 500 MPa.
Nessa pesquisa foram analisadas as vigas V1REF, V2, V3 e V7 sendo a V1REF a viga
de referência sem reforço, todos os modelos possuem a seção transversal em T ilustrada na
Figura 17 com as medidas em mm, comprimento total de 4400 mm e vão livre de 4000 mm.

Figura 17 - Seção transversal das vigas estudadas.

Fonte: Autora.

O esquema de carregamento está ilustrado na Figura 18, juntamente com os respectivos


diagramas de momento fletor e esforço cortante.
45

Figura 18 - Esquema de carregamento das vigas estudadas e seus respectivos diagramas de


esforços.

Perfil metálico

Macaco hidráulico

Célula de carga (P)

550
100
400 300

150

unidades: mm

1070 1860 1070


200 200

Diagrama dos esforços

Momento fletor

Pa Pa
2 2

P
+ Cortante
2
P
-
2

Fonte: SILVA FILHO (2001).

As armaduras foram adotadas para ruptura por cortante, sendo as vigas


superdimensionadas à flexão e subdimensionadas ao cisalhamento, obtendo a seguinte as
bitolas e comprimentos da Figura 19. Vale salientar que as barras de flexão possuem
comprimento superior ao comprimento total da viga devido à ancoragem com chapas metálicas
na superfície externa do elemento, como forma de evitar, de maneira mais eficiente, o
deslizamento das barras.
46

Figura 19 - Detalhamento das armaduras das vigas estudadas.

SEÇÃO A-A
ESC 1:25 N3

550

4 N3Ø5.0 - 4370 - 1c 100

2 N3Ø5.0 - 4370 - 2c 400


300

26 N5 C/ 170

A N2
150

N1

A 370
unidades: mm
26 N4 C/ 170

3 N2Ø16.0 - 4700 - 2c 120 26 N4Ø4.2 - 1080

3 N1Ø20.0 - 4700 - 1c 70
520 26 N5Ø5.0 - 1280

Fonte: SILVA FILHO (2001).

As vigas V2, V3 e V7 foram reforçadas ao cisalhamento com faixas verticais de CFRP,


diferenciadas pela quantidade de camadas, distância entre as faixas e sistema de ancoragem da
fibra de carbono. A Tabela 1 apresenta um resumo das características gerais de parte das vigas
ensaiadas por Silva Filho (2001) e que serão analisadas nesse trabalho de pesquisa.

Tabela 1 - Características gerais das vigas estudadas.

Viga Tipo de ancoragem Tipo de reforço ao cisalhamento (cada lado da viga)


V1REF - Sem reforço.
Cinco faixas verticais com uma camada de fibra de
V2 Envolvimento
carbono por faixa.
Cinco faixas verticais com duas camadas de fibra de
V3 Envolvimento
carbono por faixa.
Ancoragem na alma Cinco faixas verticais com uma camada de fibra de
V7
com barras de aço carbono por faixa.
Fonte: Adaptado de SILVA FILHO (2001).
47

Figura 20 - Detalhamento do reforço nas vigas V2, V3 e V7.

Fonte: SILVA FILHO (2001).

Figura 21 - Detalhe da ancoragem do CFRP: (a) e (b) Ancoragem de envolvimento total


referente às vigas V2 e V3; (c) Ancoragem em U com auxílio de barras de aço referente à
viga V7.

Fonte: SILVA FILHO (2001)


48

CAPÍTULO 4 – MODELAGEM NUMÉRICA


4. MODELAGEM NUMÉRICA

4.1 Considerações iniciais

Este capítulo contém a descrição das características da modelagem numérica utilizando


o método dos elementos finitos (MEF), realizada por meio do software de análise estrutural
avançada ABAQUS. Dentre os parâmetros da simulação, destacam-se as malhas, as condições
de contorno, contatos admitidos, elementos finitos utilizados e, principalmente, os modelos
constitutivos dos materiais, objetivando a consideração da não linearidade física do concreto
armado.

A modelagem numérica na engenharia civil permite o estudo do comportamento


estrutural de forma rápida, sendo de extrema utilidade em casos nos quais modelos
experimentais sejam trabalhosos ou inviáveis. Petrauski (2016) destaca a importância da
validação dos resultados numéricos para comprovar se representam corretamente o
comportamento real. Portanto, neste estudo serão comparados resultados obtidos
numericamente com os experimentais ensaiados por Silva Filho (2001).

4.2 Elementos de modelagem

Cada parte do modelo foi idealizada conforme a Tabela 2:

Tabela 2 - Elementos da Modelagem.

Dimensão Elemento Ilustração


Parte Tipo Forma
espacial Finito (SIMULA, 2010)

Viga de concreto 3D Deformável Solid C3D8

Barra de aço φ
3D Deformável Wire - Truss T3D2
20 mm
49

Dimensão Elemento Ilustração


Parte Tipo Forma
espacial Finito (SIMULIA, 2010)

Barra de aço φ
3D Deformável Wire - Truss T3D2
16mm

Barra de aço φ 5
3D Deformável Wire - Truss T3D2
mm

Barra de aço φ
3D Deformável Wire - Truss T3D2
4,2 mm

Shell -
CFRP 3D Deformável M3D4
Membrane

Fonte: Autora.

4.3 Geometria dos modelos

A geometria do modelo é baseada nas vigas V1REF, V2, V3 e V7 de Silva Filho


(2001), a principal característica geométrica do modelo é a simetria. As vigas são simétricas
em dois planos (XY e YZ) o que permitiu modelagem de apenas um quarto da viga. Esta
estratégia possibilita processamento com economia computacional.
Figura 22 - Planos de simetria.

Fonte: Autora.
50

4.4 Condições de contorno e carregamento

No estudo foram adotadas as mesmas condições de apoio dos ensaios de Silva Filho
(2001), sendo eles poios do segundo e primeiro gênero. Vale salientar que foi utilizado um
elemento rígido nos apoios, modelado como Shell, para distribuição uniforme das tensões
evitando inconsistências no modelo, deformações e tensões excessivas nas áreas de apoio. Por
esta mesma razão, para o carregamento foi admitido uniformemente distribuído em uma área
da viga de tamanho igual ao da chapa.

Figura 23 - Esquema geral de apoios e carregamentos.

Fonte: Autora.

Figura 24 - Detalhe da aplicação da carga.

Fonte: Autora.
51

Figura 25 - Detalhe do apoio com elemento rígido.

Fonte: Autora.

4.5 Contatos

O modelo numérico é formado por diferentes partes que interagem entre si. A
idealização correta do contato é fator determinante nos resultados, principalmente se tratando
de elementos adesivos e colados externamente. Nas vigas modeladas foram feitas três
interações: armadura – concreto, CFRP – concreto e chapa auxiliar – concreto. Foram utilizados
dois tipos de contatos disponíveis na biblioteca ABAQUS: Embedded Region e Tie.
O contato Embedded Region foi empregado para a interação armadura e concreto. Este
tipo de contato simula aderência perfeita entre os materiais, ou seja, não ocorre escorregamento
das barras. É necessário determinar os componentes que são envolvidos (Embedded Region) e
o componente que envolve (Host Region), no caso, as armaduras foram consideradas imersas
no concreto.

Figura 26 - Armadura envolvida pelo concreto.

Fonte: Autora.
52

A restrição do tipo Tie é a interação de duas superfícies de modo a igualar os


deslocamentos dos nós da superfície escrava (Slave Surface) aos da superfície mestre (Master
Surface) sendo usado na ligação chapa auxiliar e viga.
Os contatos para o compósito são, sem dúvidas, complexos de idealizar, segundo Fib-
Bulletin 14 (2001). Isso exige conhecimentos de química, análise de ruptura e mecânica das
fraturas. Existem trabalhos que admitem a modelagem de colas, elementos de coesão e juntas
adesivas entre o compósito e o concreto como, por exemplo, o trabalho de Sarturi (2014). Neste
estudo, porém, será admitido contato perfeito, do tipo Tie para as partes coladas externamente
e Embedded Region para o trecho situado dentro da mesa de concreto.

Figura 27 - Detalhe de contato Tie nas vigas reforçadas.

Fonte: Autora.

Figura 28 - Contatos CFRP -Viga

Fonte: Autora.
53

4.6 Modelo Constitutivo do aço

O aço utilizado nos experimentos de Silva Filho (2001) foi CA-50, na modelagem os
dados elásticos estão apresentados na Tabela 3:

Tabela 3 - Características Gerais do Aço.

CA-50
Massa Específica 8,00477x10-6 Kg/mm³
Módulo de Elasticidade 210000 N/mm²
Coeficiente de Poisson 0,3 Adm.
Fonte: Autora.

Quanto ao comportamento tensão x deformação, a simulação baseou-se na configuração


de material elasto-plástico perfeito, na qual para CA-50 a tensão de escoamento fy é 500 MPa

e a deformação teórica εy é 2,0‰.

Figura 29 – Diagrama Tensão x Deformação idealizado Aço CA-50.

Fonte: Autora.

4.7 Modelos Constitutivos para o concreto

Características gerais do concreto adotado na modelagem estão resumidas na Tabela 4:


54

Tabela 4 - Características Gerais do Concreto

C30
fck 30 MPa
Massa Específica 2,549x10-6 Kg/mm³
Módulo de Elasticidade 26838,406 N/mm²
Coeficiente de Poisson 0,2 Adm.
Fonte: Autora.

Parâmetros de Plasticidade do CDP

O ABAQUS apresenta os parâmetros de plasticidade do CDP indicados na Tabela 5,


que são adotados por vários pesquisadores e entendidos como padrão para o concreto armado.
Esses mesmos valores serão utilizados na modelagem desta pesquisa.

Tabela 5 - Parâmetros de Plasticidade CDP

Plasticity CDP
Dilation Angle 36
Eccentricity 0,1
fb0/fc0 1,16
K 0,6667
Viscosity 0
Fonte: Autora.

Comportamento à compressão

O comportamento à compressão do concreto é um dos tópicos da engenharia civil que


demanda estudo e atenção. A idealização das tensões e deformações do material é complexa
visto que o comportamento é não linear. Por isso, existem diversos modelos e curvas
concebidas. Neste trabalho foram simuladas três curvas, as provenientes de normas NBR 6118
(2014), Model Code 2010 (fib-Bulletin 65, 2012) e o modelo proposto por Petrauski (2016).
Vale ressaltar que foi admitido para todos os modelos estudados que a resistência média
do concreto à compressão é dada por:

f =f + Δ ; com Δ = 8MPa ( 4-1 )


55

4.7.2.1 Modelo Constitutivo da NBR 6118 (2014)

A NBR 6118 (2014) apresenta a idealização do comportamento à compressão do


concreto, sendo resumido da seguinte forma:

Figura 30 - Curva teórica Tensão x Deformação do concreto comprimido pelo modelo da


NBR 6118 (2014).

Fonte: Autora.

 Comportamento linear até 0,5fc sendo fc a resistência média do concreto à compressão;


 Entre as deformações εc2 e εcu a tensão se mantém constante no valor de pico equivalente
a fck;
 Para valores acima de 0,5fc e menores que fck a curva segue a equação:

ε
σ =f ∙ 1− 1− ( 4-2 )
ε
Onde:
fcd: resistência de cálculo do concreto;
εc2: deformação específica de encurtamento do concreto no início do patamar plástico;
εcu: deformação específica de encurtamento do concreto na ruptura;
Para fck ≤ 50 MPa: n = 2;
Para fck > 50 MPa: n = 1,4 + 23,4 ∙ [(90 − f )/100] ;
εc2 = 2,0 ‰
Para concretos de classe até C50
εcu = 3,5 ‰ ;
56

,
εc2 = 2,0 ‰ + 0,085 ‰ ∙ (f − 50)
Para concretos de classe entre C55 e C90 ( )
εcu = 2,6 ‰ + 35 ‰ ∙

Após substituição dos valores na Equação 4.2 obteve-se o Gráfico 1:

Gráfico 1 - Diagrama Tensão x Deformação do concreto comprimido para C30 pelo modelo
da NBR 6118 (2014).
35,00
30,00
25,00
Tensão (MPa)

20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Deformação (‰)

Fonte: Autora.

4.7.2.2 Modelo Constitutivo do Model Code 2010 (CEB fib-Bulletin 65, 2012)

O modelo do Model Code 2010 (fib-Bulletin 65, 2012) é um modelo já consagrado em


modelagens numéricas de estruturas de concreto armado, sendo apresentado na Figura 31:

Figura 31 - Curva teórica Tensão x Deformação do concreto comprimido pelo modelo do


Model Code 2010.

Fonte: Autora.
57

 Comportamento linear até 0,4 fcm ;


 A curva apresenta amolecimento após a tensão de pico;
 Para valores acima de 0,4 fcm a curva segue a equação:

σ k∙η−η
=− ( 4-3 )
f 1 + (k − 2) ∙ η
Onde:
η = εc / εc1
εc1: deformação correspondente a máxima tensão de compressão
Os valores de k, εc1, εc,1im são tabelados de acordo com o concreto, para C30 tem-se:

Tabela 6 - Dados C30 Model Code 2010 (fib-Bulletin 65, 2012).

C30
Eci (GPa) 33,6
Ecl (Gpa) 16,5
εc1 (‰) -2,3
εc,lim (‰) -3,5
k 2,0
Fonte: Autora.

Seguindo a Equação 4.4, obteve-se a curva do Gráfico 2:

Gráfico 2 – Diagrama Tensão x Deformação do concreto comprimido para C30 pelo modelo
do Model Code 2010.

40
35
30
Tensão (MPa)

25
20
15
10
5
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Deformação (‰)

Fonte: Autora.
58

4.7.2.3 Modelo Constitutivo proposto por PETRAUSKI (2016)

Petrauski (2016), em seu trabalho, idealizou uma curva para o comportamento à


compressão do concreto da seguinte forma:

Figura 32 - Curva teórica Tensão x Deformação do concreto comprimido pelo modelo de


Petrauski (2016).

Fonte: PETRAUSKI (2016).


 Comportamento linear até 0,5 fcm;
 Encruamento obtido pela equação 4.4 até a deformação de início do patamar plástico
(εc2); sendo n, εc2 e εcu os mesmos do modelo da NBR 6118 (2014);

ε ( 4-4 )
σ =f ∙ 1− 1−
ε

 Entre as deformações εc2 e εcu a tensão se mantém constante no valor de pico


equivalente a fcm;
 Amolecimento linear até a deformação onde o concreto atinge resistência nula (εc,null);
adotou valor de 15 ‰;
 Adoção de resistência residual do concreto (σult) devido engrenamento do material
rompido; adotando valor 20 % de fcm. Essa tensão residual tende ao infinito, portanto o
autor optou por adotar o valor de εult = 20 ‰ por ser um valor grande o suficiente para
representar esta manutenção da tensão residual.
59

Seguindo as observações de Petrauski (2016), obteve-se a curva do Gráfico 3:

Gráfico 3 - Diagrama Tensão x Deformação do concreto comprimido para C30 pelo modelo
de Petrauski (2016).

40,00
35,00
30,00
Tensão (MPa)

25,00
20,00

15,00
10,00

5,00
0,00
0,0 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 3,5 15,0 20,0
Deformação (‰)

Fonte: Autora.

Comportamento à tração

No ABAQUS o comportamento à tração pode ser representado por curvas de Tensão


x Deformação e curvas Tensão x Abertura de fissuras. Segundo Dutra (2014), utilizando a
relação Tensão x Deformação os resultados são fortemente influenciados pelo tamanho dos
elementos finitos. Já a relação Tensão x Abertura de Fissuras não depende do tamanho deste
fator. Assim, objetivando melhores resultados, neste estudo adotou-se a curva Tensão x
Abertura de Fissuras.
Assim como o comportamento à compressão, as curvas de tração também possuem
diversos formatos de acordo com as normas e pesquisadores, sendo as mais consagradas as
curvas do Model Code 2010 (fib-Bulletin 65, 2012) e a proposta por Hordijk (1991).
O Model Code 2010 (fib-Bulletin 65, 2012) desenvolve o seguinte modelo à tração,
separado em fase pré-pico e fase pós-pico.
60

Figura 33 - Comportamento à tração do concreto idealizado pelo Model Code 2010.

Fonte: fib-Bulletin 65 (2012).

O modelo de Hordijk (1991) apresenta a configuração idealizada da Figura 34. Nota-se


que o comportamento é curvo, diferente do Model Code 2010 (fib-Bulletin 65, 2012) admitido
linear. Devido a esta característica, foi adotada nesta modelagem a relação Tensão x Abertura
de fissuras proposta por Hordijk (1991).

Figura 34 - Comportamento à tração do concreto idealizado por Hordijk (1991)

Fonte: Autora.
61

Figura 35 - Comparação dos modelos do Model Code e Hordik (1991) para concreto C30.

Fonte: PETRAUSKI (2016).

A curva é governada pela seguinte equação proposta por Hordijk (1991):

w w w
σ =f 1+ c exp −c − (1 + c ) exp(−c ) ( 4-5 )
w w w

5,14G
w =
f ( 4-6 )

Onde:
w: abertura de fissuras;
GF: energia de fratura;
c1 = 3,00 e
c2 = 6,93
62

Gráfico 4- Diagrama Tensão x Abertura de Fissuras do concreto para C30 pelo modelo de
Hordijk (1991)

3,50

3,00

2,50
Tensão (MPa)

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
Abertura de Fissuras (mm)

Fonte: Autora.

Variáveis de dano

Segundo o manual ABAQUS, as variáveis de dano variam de zero para o material sem
dano para um com o material totalmente danificado e perda total de resistência. Também
explica que a formulação destes escalares é função de deformações plásticas, temperatura e
variáveis externas:

d =d ε , θ, f ; 0 < d < 1 ( 4-7 )

d =d ε , θ, f ; 0 < d < 1 ( 4-8 )

É notorio que a determinação dessas funções é trabalhosa e complexa. Assim Hassan,


Mahmud e Goran (2013) apresentam uma forma de simplificação de acordo com as Equações
4.9 e 4.10 para a fase pós pico:

σ
d =1− ( 4-9 )
f
σ ( 4-10 )
d = 1−
f
63

Aplicando as equações para todas as curvas, foram obtidos os seguintes gráficos para
dano à compressão:

Gráfico 5 - Variável de dano à compressão x Deformação para a curva de compressão da


NBR 6118 (2014)

0,25

0,2
Parâmetro do dano (Dc)

0,15

0,1

0,05

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Deformação (‰)

Fonte: Autora.

Gráfico 6 - Variável de dano à compressão x Deformação para a curva de compressão do


Mode Code (2010)

0,3

0,25
Parâetro de dano (Dt)

0,2

0,15

0,1

0,05

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Deformação (‰)

Fonte: Autora.
64

Gráfico 7 - Variável de dano à compressão x Deformação para a curva de compressão de


Petrasuki (2016)

0,9
0,8
Parâmetro de Dano (Dc)

0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0,0 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 3,5 15,0 20,0
Deformação (‰)

Fonte: Autora.

Para a variável de dano à tração utilizou-se apenas uma curva já que todos os modelos
foram admitidos com o comportamento à tração de Hordijk (1991).

Gráfico 8 - Variável de dano à tração x Abertura de fissuras para concreto C30

1,200

1,000
Parâmetro de dano (Dt)

0,800

0,600

0,400

0,200

0,000
0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300
Abertura de Fissuras (mm)

Fonte: Autora.
65

4.8 Modelo Constitutivo do CFRP

As características do material CFRP dependem da direção das fibras. Portanto, no


ABAQUS utilizou-se a opção Engineering Constants que considera diferentes propriedades de
acordo com os eixos. Além disto, foi admitido comportamento linear elástico durante toda a
análise. A fibra utilizada por Silva Filho (2001) foi a do sistema Mbrace CF130 do tipo alta
tensão, com características resumidas na Tabela 7:

Tabela 7 - Propriedades do CFRP

Módulo de Módulo de
Coeficiente
Eixo Elasticidade cisalhamento
de Poisson (μ)
(E - MPa) (G - MPa)
Eixo paralelo à fibra 228000 0,3 5120
Outros eixos 30000 0,3 5120
Fonte: Autora.

4.9 Malha

A malha é fator de grande influência em modelagem numérica. Vale observar que


malhas pouco discretizadas podem levar a resultados imprecisos, contudo, malhas muito
discretizadas geram maior esforço computacional e consequentemente aumentam o tempo de
processamento. Para calibração do modelo foram testados elementos finitos de 25 mm, 50 mm
e 100 mm.
66

CAPÍTULO 05 – RESULTADOS E DISCUSSÕES


5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Resultados analíticos

Cisalhamento

Na pesquisa foram feitos cálculos para a viga de referência de dimensionamento ao


cisalhamento segundo a NBR 6118 (2014) pelo Modelo de cálculo I e Modelo de cálculo II,
com inclinação das bielas (θ) de 45º, e ACI 318 (2011).
Para efeito de análise, optou-se por comparar as parcelas de cortante resistidas pelo
concreto, parcela de cortante resistida pela armadura, e dimensionar armadura de cisalhamento
para a carga de ruptura da VREF que foi de 360 KN.

Figura 36 - Esquema de análise de esforço cortante analítico.

Fonte: Autora.
67

Tabela 8 - Comparação de contribuição do concreto e armadura.

VCONCRETO VESTRIBO Asw


Norma
(KN) (KN) (cm²/m)
NBR 6118 (2014) Modelo I 46,30 137,00 9,86
NBR 6118 (2014) Modelo II 18,10 165,20 11,89
ACI 318 (2011) 49,61 194,79 10,97
Fonte: Autora.

No modelo experimental de Silva Filho (2001) a armadura adotada foi de 4,02 cm²/m,
valor muito abaixo do calculado pelas normas, indicando que as vigas estavam
subdimensionadas ao cisalhamento, sendo cerca de 59 % de diferença para o Modelo de Cálculo
I da NBR 6118 (2014) e 66 % para o Modelo de Cálculo II, para o ACI 318 (2011) a diferença
é de 63 %.
É importante salientar a proximidade dos valores das armaduras calculadas; resultado
este já esperado uma vez que todos os modelos utilizam a idealização do comportamento de
treliça de banzos paralelos.
A maior diferença é na parcela resistida pelo concreto, tanto no ACI 318 (2011) como
o Modelo de Cálculo I da NBR 6118 (2014) esta parcela tem valor fixo, já no Modelo de Cálculo
II a variável Vc é reduzida com o aumento da parcela proveniente da armadura transversal.
Com a armadura de 4,02 cm²/m, admitida por Silva Filho (2001), foi realizada a
estimativa da capacidade de carga pelos três modelos analíticos (Pest) e comparados os valores
com a carga de ruptura obtida experimentalmente (Pexp).

Tabela 9 - Estimativas de carga de ruptura para VREF.

Carga última
Norma Pexp./Pest.
estimada (KN)
NBR 6118 (2014) Modelo I 211,31 1,70
NBR 6118 (2014) Modelo II 185,24 1,94
ACI 318 (2011) 304,80 1,18
Fonte: Autora

A partir destes dados percebe-se que nenhum dos modelos analisados de fato atingiu a
carga de ruptura experimental de 360 KN. Isso se deve ao procedimento de estimativa de
resistência ao cisalhamento ser de difícil mensuração, envolvendo diversos mecanismos
auxiliares, nas normas apenas computados pela parcela Vc.
68

A disparidade de valores relacionada ao Modelo de Cálculo II da NBR 6118 (2014)


também é relacionado a parcela de Vc que possui menor valor quando comparado aos outros
métodos.
Contudo, vale ressaltar que todos os métodos de cálculo utilizados na pesquisa
apresentaram cargas de ruptura abaixo da ruptura experimental, ou seja, a favor da segurança
recaindo da premissa básica de dimensionamento à cortante de evitar de maneira rigorosa a
ruptura frágil do elemento.

Reforço com CFRP

As vigas reforçadas V2, V3 e V7 foram analisadas pelo ACI 440-2R (2008) e CEB fib-
Bulletin 14 (2001) cujos procedimentos de cálculo foram descritos no Capítulo 2. Assim foram
estimadas as cargas de ruptura PACI e PCEB com o intuito de comparar com as experimentais. Os
resultados estão dispostos na Tabela 10 a seguir.

Tabela 10 - Comparação de cargas de ruptura estimadas pelo ACI 440-2R (2008) e CEB fib-
Bulletin 14 (2001) das vigas reforçadas.

Carga última Carga última


Carga última
estimada estimada CEB
Viga experimental Pexp./PACI Pexp./PCEB
ACI440-2R fib-Bulletin 14
(KN)
(2008) (KN) (2001) (KN)
V2 590,00 461,82 1,28 466,29 1,27
V3 570,00 665,95 0,86 594,10 0,96
V7 480,00 418,39 1,15 445,16 1,08

Fonte: Autora.

Para as vigas V2 e V7 as estimativas de ruptura ficaram abaixo da experimental,


recaindo em um dimensionamento a favor da segurança inclusive com resultados mais
próximos que os estimados na VREF pelo ACI 318 (2011) e NBR 6118 (2014), indicando mais
sintonia entre norma e experimento.
Situação oposta ocorre com V3 que devido ao maior número de camadas de CFRP e
maior proximidade entre as faixas, deveria possuir maior carga de ruptura, raciocínio
comprovado pelos métodos analíticos. Porém o resultado experimental apresenta carga de
ruptura 15 % menor para o ACI 440-2R (2008) e 4% para o CEB fib-Bulletin 14 (2001) quando
69

comparada com a carga estimada, ou seja, contra a segurança. Isso aconteceu pelo fato dos
modelos analíticos ainda não representarem bem o mecanismo de descolamento das fibras e
desplacamento na região resina substrato de concreto.

Gráfico 9 - Comparação de cargas de ruptura.

700,00 665,95
590,00 594,10
600,00 570,00
461,82 466,29 480,00
500,00 445,16
418,39
400,00
300,00
200,00
100,00
0,00
V2 V3 V7

Carga última estimada ACI440-2R (2008) (KN)


Carga última estimada CEB fib-Bulletin 14 (2001) (KN)
Carga última experimental (KN)

Fonte: Autora.

A norma que mais se aproximou dos resultados experimentais foi o CEB fib-Bulletin 14
(2001). A principal diferença entre as normas é a consideração de altura útil no CEB fib-Bulletin
14 (2001), feita diferentemente do ACI 440-2R (2008) utilizando a altura útil do elemento.
Comparando as vigas V7 e V2, sabendo que ambas possuem iguais espessuras e
espaçamento de fibras, diferenciando no sistema de ancoragem, é notada a eficiência do sistema
de envolvimento total da fibra. Isso correspondeu a um valor mais elevado de resistência devido
ao fato de que sem a ancoragem eficaz o CFRP tem ruptura prematura por descolamento para
níveis de cargas inferiores aos esperados. Nesse caso, a ancoragem externa com barras de aço
não foi suficiente para evitar o descolamento da fibra para níveis mais elevados de cargas.
Vale observar a eficácia da ancoragem de envolvimento completo (V2) não representou
nos modelos analíticos das normas analisadas grande aumento de capacidade de carga, porém
experimentalmente constatou-se uma diferença de aproximadamente 23 %.
70

5.2 Resultados Numéricos

Calibração dos modelos

Na fase de calibração do modelo foram investigadas duas vertentes: avaliação das


condições de contorno e simetria e análise das malhas. Ambos os estudos foram realizados na
viga sem reforço (VREF).
Para o ajuste dos modelos foram analisados resultados numéricos da viga modelada sem
consideração das condições de contorno de simetria, ou seja, viga inteira, e considerando a
simetria modelando metade e um quarto da viga com malha de 25 mm obtendo as curvas carga
x deslocamento.
Os modelos estão representados nas Figura 37, 38 e 39. O processamento durou
aproximadamente dez horas para a viga inteira, cerca de duas horas e meia para o modelo de
metade e uma hora para o quarto de viga.

Figura 37 - Modelos analisados de modelagem completa, metade e um quarto da viga

Fonte: Autora.
71

Figura 38 - Vista frontal dos modelos de simetria

Fonte: Autora.

Figura 39 - Áreas de aplicação de condições de contorno de simetria.

Fonte: Autora.

Os gráficos representam as curvas Carga x Deslocamento obtidas pela simulação


numérica através do software ABAQUS usando o Método dos Elementos Finitos (MEF). Foram
plotadas curvas não lineares para o modelo constitutivo do concreto armado à compressão
idealizado pela NBR 6118 (2014), Model Code 2010 e Petrauski (2016). Em complemento
também foram simuladas as vigas apenas com parâmetros elásticos lineares. Por fim, os
resultados de deslocamentos foram comparados com os resultados experimentais de Silva Filho
(2001).
Todos os modelos analisados tiveram o comportamento esperado, de maiores
deslocamentos e deformações no meio do vão. As Figura 40 e 41 mostram o deslocamento da
viga e sua configuração deformada.
72

Figura 40 - Comportamento de deformação da viga inteira analisada.

Fonte: Autora.

Figura 41 - Comportamento de deformação da viga com considerações de simetria analisada.

Fonte: Autora.

Os Gráfico 10 ao Gráfico 12 mostram o deslocamento no meio do vão para VREF


modelada como viga inteira, como metade e um quarto da viga, ambas com malha de 25 mm.

Como esperado, todos os gráficos tiveram comportamentos semelhantes. Os modelos


constitutivos foram mais rígidos que a curva experimental. Antes de 100 KN os modelos são
quase lineares, conforme pode ser observado nos gráficos. Isso se deve a consideração de
linearidade dos modelos constitutivos para os carregamentos iniciais. Além disto, as curvas só
apresentaram maiores diferenças próximo da ruptura, mostrando que os modelos constitutivos
para níveis baixos e médios de carregamentos, não apresentam grandes diferenças de valores
de deformações e deslocamentos.
73

Gráfico 10 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF inteira e elementos
finitos de 25 mm.

350,00

300,00

250,00
EXPERIMENTAL
Carga (KN)

200,00
LINEAR
150,00
PETRAUSKI (2016)
100,00 MODEL CODE 2010
NBR 6118 (2014)
50,00

0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.

Gráfico 11 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF metade e elementos
finitos de 25 mm.

350,00

300,00

250,00
EXPERIMENTAL
Carga (KN)

200,00
LINEAR
150,00
PETRAUSKI (2016)
100,00 MODEL CODE 2010

50,00 NBR 6118 (2014)

0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.
74

Gráfico 12 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF um quarto e


elementos finitos de 25 mm.

350,00

300,00

250,00
EXPERIMENTAL
Carga (KN)

200,00
LINEAR
150,00
PETRAUSKI (2016)
100,00
MODEL CODE 2010
50,00 NBR 6118 (2014)
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.

Tabela 11 - Comparação dos modelos inteiro, metade e um quarto.

NBR
Petrauski Model Code
VREF Linear 6118
(2016) 2010
(2014)
Experimental Flecha máxima (mm) 16,84
Flecha máxima (mm) 7,06 13,19 13,15 13,83
Numérico
Diferença (mm) 9,78 3,65 3,69 3,01
um quarto
Diferença (%) 58,07% 21,66% 21,93% 17,87%
Flecha máxima (mm) 7,38 14,84 14,77 15,69
Numérico
Diferença (mm) 9,46 2,00 2,07 1,15
Metade
Diferença (%) 56,16% 11,90% 12,28% 6,84%
Flecha máxima (mm) 6,52 12,97 12,90 13,50
Numérico
Diferença (mm) 10,32 3,87 3,94 3,34
Inteira
Diferença (%) 61,29% 22,97% 23,42% 19,81%

Fonte: Autora.

Comparando os resultados numéricos com os experimentais e obtendo porcentagens de


diferença observa-se que a menor discrepância é a do modelo de metade da viga. Embora o
modelo com a consideração dos dois eixos de simetria (um quarto) contenha menos nós e,
portanto, deveria convergir mais rapidamente e com melhor resultado, este comportamento não
foi constatado. Isso se deve provavelmente ao fato do produto de inércia da seção em L ser
diferente de zero, influenciando nos resultados.
75

Outro fator importante observado durante as modelagens refere-se ao modelo de viga


inteira. Nesse modelo o processamento foi muito lento, cerca de dez horas e não conduziu a
resultados mais precisos do que os obtidos com os modelos de consideração de simetria.
Portanto as condições de simetria sempre que presentes nos modelos devem ser utilizadas,
cabendo ressaltar a cautela na sua utilização devido as condições de contorno do problema.
Com a constatação do modelo mais adequado de metade da viga, este foi utilizado em todos os
outros elementos.
Posteriormente foi realizada a análise das malhas de elementos finitos. Para tanto, para
o modelo de metade da viga na VREF foram simuladas além da malha de elementos finitos de
25 mm, elementos de 50 mm e 100 mm a fim de averiguar a influência do tamanho da malha e
se seria possível economia computacional.

Figura 42 - VREF malha 25 mm. Figura 43 - VREF malha de 50 mm.

Fonte: Autora. Fonte: Autora.


Figura 44 - VREF malha de 100 mm.

Fonte: Autora.
76

Os Gráficos 13 e 14 mostram o deslocamento no meio do vão para VREF modelada


com metade da viga utilizando malhas de elementos de arestas de 50 mm e 100 mm.

Observou-se com o aumento do elemento finito que as simulações numéricas tenderam a


ficar menos refinadas. Na viga VREF, o aumento da malha deixou o modelo mais flexível
aproximando do valor experimental. Isso pode ter acontecido devido aos modelos constitutivos
utilizados pelo programa enrijecerem mais os elementos finitos de menores dimensões. Com os
resultados da VREF também é possível averiguar a validade do procedimento de não
linearidade do Concrete Damaged Plasticity, uma vez que as curvas não lineares foram
condizentes com a experimental, com diferenças de 4,93% para o comportamento à compressão
idealizado pelo Model Code 2010 (fib-Bulletin 65 – 2012) e de aproximadamente 10 % para a
curva mais rígida Petrauski (2016), diferenças consideradas aceitáveis.
A partir dos resultados da VREF o modelo foi considerado calibrado e condizente com o
experimental, sendo utilizado nas demais vigas analisadas nessa pesquisa.

Gráfico 13 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF e elemento com
aresta de 50mm.

350,00

300,00

250,00
EXPERIMENTAL
Carga (KN)

200,00
LINEAR
150,00
PETRAUSKI (2016)
100,00 MODEL CODE 2010
50,00 NBR 6118 (2014)

0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.
77

Gráfico 14 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para VREF e elemento com
aresta de 100mm.
350,00

300,00

250,00
EXPERIMENTAL
Carga (KN)

200,00
LINEAR
150,00
PETRAUSKI (2016)
100,00 MODEL CODE 2010
50,00 NBR 6118 (2014)

0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.

Tabela 12 - Comparação do tamanho dos elementos.


Petrauski NBR 6118 Model Code
VREF Linear
(2016) (2014) 2010
Experimental Flecha máxima (mm) 16,84
Flecha máxima (mm) 7,38 14,84 14,77 15,69
Malha 25 mm Diferença (mm) 9,46 2,00 2,07 1,15
Diferença (%) 56,16% 11,90% 12,28% 6,84%
Flecha máxima (mm) 7,42 15,12 14,97 15,93
Malha 50 mm Diferença (mm) 9,42 1,72 1,87 0,91
Diferença (%) 55,93% 10,20% 11,11% 5,41%
Flecha máxima (mm) 7,57 15,29 15,63 16,01
Malha 100
Diferença (mm) 9,27 1,55 1,21 0,83
mm
Diferença (%) 55,06% 9,22% 7,20% 4,93%
Fonte: Autora.

Vigas reforçadas

Nas vigas V2 e V3 não houve convergência em nenhuma das curvas de modelos


constitutivos. Assim, foi preciso refinar a modelagem no ABAQUS a fim de atingir
convergência numérica. Para tanto forram feitas diversas tentativas com mudança de malhas,
elementos finitos, condições de contorno e propriedades dos materiais. Nesse item serão
78

mostrados os resultados considerados mais adequados por terem coerência com os resultados
experimentais.
Figura 45 - Modelo de vigas reforçadas com envolvimento total.

Fonte: Autora.

Figura 46 – Detalhe da direção das fibras das vigas reforçadas.

Fonte: Autora.

Para todas as vigas reforçadas, a configuração deformada foi como esperada de maiores
deslocamentos no meio do vão, a Figura 47 apresenta a conformação da deformada das
armaduras e compósitos, semelhantes em todas as vigas com CFRP.
79

Figura 47 - Configuração da deformada das barras e compósito.

Fonte: Autora.

Na execução das vigas com envolvimento total foi necessário fazer furos na mesa para
a passagem do compósito e, após aplicação das camadas de CFRP, a mesa foi recuperada com
grout. Para avaliar o comportamento ao considerar a interação da mesa com o compósito e a
ausência total desta interação, foram idealizadas duas tipologias: (a) viga sem furos na mesa e
consideração de região imersa no concreto e (b) vigas com furos na mesa de dimensões 50 mm
por 150 mm conforme ilustrado na Figura 48.

Figura 48 - Detalhe dos furos nas vigas V2 e V3.

Fonte: Autora.
80

Figura 49 - V2 sem furo. Figura 50 - V2 com furo.

Fonte: Autora. Fonte: Autora.

Gráfico 15 Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V2 sem furo.

600
550
500
450
400 EXPERIMENTAL
Carga (KN)

350
300 LINEAR
250
200 PETRAUSKI (2016)
150 MODEL CODE 2010
100
50 NBR 6118 (2014)
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.

Gráfico 16 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V2 com furo.


600
550
500
450
400
EXPERIMENTAL
Carga (KN)

350
300 LINEAR
250
PETRAUSKI (2016)
200
150 MODEL CODE 2010
100
50 NBR 6118 (2014)
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deflexão (mm)

Fonte: Autora
81

Tabela 13 - Comparação entre os resultados numéricos e experimentais para V2.

Fonte: Autora.

Para a viga em analise a consideração do furo não levou a maiores cargas de


convergência e os resultados foram pouco influenciados pela não consideração de interação
mesa CFRP, conforme evidenciado no Gráfico 17.

Gráfico 17 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V2 com furo e sem furo
na mesa para Model Code 2010.

600
550
500
450
400
Carga (KN)

350
300 EXPERIMENTAL
250 MODEL CODE 2010 sem furo
200
MODEL CODE 2010 com furo
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.

As Figura 51 e 52 ilustram os modelos estudados para a V3, com furo na mesa e sem a
consideração de furos na mesa.
82

Figura 51 - V3 sem furo. Figura 52 -V3 com furo.

Fonte: Autora. Fonte: Autora

Gráfico 18 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V3 sem furo na mesa.

600,00
550,00
500,00
450,00
400,00 EXPERIMENTAL
Carga (KN)

350,00
300,00 LINEAR
250,00
200,00 PETRAUSKI (2016)
150,00 MODEL CODE 2010
100,00
50,00 NBR 6118 (2014)
0,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.
Gráfico 19 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V3 com furo na mesa.

600,00
550,00
500,00
450,00
400,00
EXPERIMENTAL
Carga (KN)

350,00
300,00 LINEAR
250,00
PETRAUSKI (2016)
200,00
150,00 MODEL CODE 2010
100,00
NBR 6118 (2014)
50,00
0,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Deflexão (mm)

Fonte: Autora
83

A partir da análise dos dois gráficos pode-se observar que os modelos constitutivos
adotados possuíram comportamentos mais rígidos para cargas mais baixas e muito flexíveis
para elevados níveis de carga. Isso ocorreu em todos os modelos mesmo adotando malhas de
pequenas dimensões. Vale ressaltar que os resultados experimentais de Silva Filho (2001)
também apresentaram grandes deformações a partir de determinados níveis de carregamentos.
Portanto, em linhas gerais, o formato das curvas é condizente com a resposta experimental,
porém o início de deformação acentuada da curva numérica é atingido para uma carga próxima
a 470 KN enquanto no experimental essa carga é de 550 KN.
Tabela 14 - Comparação entre os resultados numéricos e experimentais para V3.

Fonte: Autora.
Para verificar se o furo possui influência nas deformações plotou-se o Gráfico 20 apenas
com a curva do Model Code 2010 com e sem furo.
Gráfico 20 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V3 com furo e sem furo
na mesa para Model Code 2010.

600,00
550,00
500,00
450,00
400,00
Carga (KN)

350,00
300,00 EXPERIMENTAL
250,00 MODEL CODE 2010 com furo
200,00 MODEL CODE 2010 sem furo
150,00
100,00
50,00
0,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.
84

Com o resultado é notada uma pequena diferença entre as curvas numéricas somente a
partir de 400 kN. A partir desta carga as curvas se distanciam sendo para o mesmo passo de
carga a curva sem furo mais flexível, evidenciando que existe influencia a interação mesa-
compósito. A curva mais próxima da experimental foi a da viga com furo. Entretanto, modelo
com furo possuiu maiores deformações finais por atingir maiores cargas de convergência.
Como observado anteriormente, os modelos foram mais flexíveis para maiores cargas.
Comparando ambas as vigas com ancoragem de envolvimento completo
observa-se que a viga V3 possui duas camadas de CFRP e espaçamentos de eixo a eixo de 200
mm, ou seja, menor que o espaçamento de V2 de 230 mm, e como já visto nos resultados
analíticos, capacidade de carga elevada e rompimento experimental com carga abaixo da
estimada. As deformações são maiores no modelo experimental e nos modelos numéricos se
comparadas a viga V2 demonstrando que a maior quantidade de fibras e menor espaçamento
levaram a maiores deformações apensar de não resultarem em maiores cargas.
O Gráfico 21 compara as duas vigas com a curva do Model Code 2010, evidenciando
esta influência nas deformações e a não interferência na carga de ruptura.

Gráfico 21 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V2 e V3.

600
550
500
450
400 EXPERIMENTAL V2
Carga (KN)

350
EXPERIMENTAL V3
300
LINEAR V2
250
200 LINEAR V3
150 MODEL CODE V2
100 MODEL CODE 2010 V3
50
0
0 10 20 30 40 50
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.

Para a viga com envolvimento em U (V7), diferente dos outros casos com compósitos,
houve convergência em todas as curvas, provavelmente por possuir menos contatos e
principalmente por estar submetida a cargas menores.
85

Figura 53 - V7.

Fonte: Autora.

Gráfico 22 - Diagrama Carga x Deslocamento no meio do vão para V7


500,00
450,00
400,00
350,00
EXPERIMENTAL
Carga (KN)

300,00
250,00 LINEAR
200,00 PETRAUSKI (2016)
150,00
MODEL CODE 2010
100,00
NBR 6118 (2014)
50,00
0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Deflexão (mm)

Fonte: Autora.

Tabela 15 - Comparação entre os resultados numéricos e experimentais para V7

Flecha Flecha
Diferença Diferença
Modelo máxima Experimental
(mm) (%)
(mm) (mm)
Linear 10,18 23,75 13,57 57,14%
Petrauski (2016) 25,50 23,75 -1,75 7,38%
NBR 6118 (2014) 26,42 23,75 -2,67 11,26%
Model Code 2010 27,26 23,75 -3,51 14,78%
Fonte: Autora
86

Com o resultado, nota-se que os modelos constitutivos idealizados e analisados pelo


Concrete Damaged Plasticity são próximos ao resultado experimental, sendo mais rígidos para
carregamentos iniciais e mais flexíveis nas cargas finais, porém sem pontos de alteração brusca
de deslocamentos como observado em V3. Observou-se também que, assim como nos outros
casos, na proximidade de 400 KN as curvas numéricas e experimentais coincidem e até
aproximadamente 100 KN os resultados são idênticos aos lineares.
Comparando os resultados numéricos das três vigas reforçadas neste trabalho estudadas,
observou-se que todas possuíram formatos de curvas similares ao experimental, entretanto não
ocorre convergência em modelos de ancoragem de CFRP com envolvimento total mesmo nas
modelagens de consideração de furos na mesa e contatos apenas tipo Tie.
87

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÃO
6. CONCLUSÃO

Nesse capítulo são apresentadas as principais conclusões obtidas nos estudos de


comparação de respostas experimentais obtidas por Silva Filho (2001), analíticas e numéricas
obtidas através do Método dos elementos finitos, em vigas reforçadas ao cisalhamento com
CFRP. Com o intuito de realizar uma análise mais realista foi considerada a não linearidade
física na qual foi utilizado o Concrete Damaged Plasticity, modelo que considera a perda de
rigidez com a fissuração e dano no concreto.
Para os resultados analíticos, avaliou-se capacidade de carga das vigas e ficou
evidenciado que os modelos analíticos das normas NBR 6118 (2014) e ACI 318 (2011) levam
a resultados de capacidade de carga distintos e inferiores aos experimentais.
Em relação aos estudos numéricos, para a viga de referência (VREF) e a viga com
envolvimento em U (V7) os resultados foram adequados e próximos aos experimentais. Já para
as vigas com envolvimento total, não houve convergência no processamento do software.
A análise linear, como esperado, levou a resultados muito distantes tanto dos obtidos
experimentalmente quanto através de uma análise numérica não linear, evidenciando a
necessidade de analises de modelos constitutivos não lineares mais próximos da realidade.
A calibração do modelo foi fundamental nos resultados, uma vez que na análise de
simetria o modelo discretizado com a viga inteira demandou muitas horas de processamento
computacional e não levou a resultados tão precisos quando comparado com a modelagem
utilizando somente a metade da viga.
Os modelos constitutivos analisados apresentaram-se da seguinte forma: o modelo
idealizado por Petrauski (2016) foi o mais rígido e muito similar ao modelo da NBR 6118
(2014) e o modelo do Model Code 2010 o mais flexível. Porém, de forma geral, não se observou
grandes diferenças entre as curvas.
Quanto à consideração da interação compósito-mesa, a diferença ocorreu em cargas
mais elevadas, evidenciando que a região da mesa considerada envolvida por concreto leva a
um comportamento um pouco mais rígido do elemento, porém sem grandes diferenças finais
nos níveis de deformações.
As vigas de envolvimento total precisam ser analisadas, principalmente em relação aos
contatos a fim de atingir convergência. Assim, para o refinamento dos modelos será preciso
estudar alteração de elementos finitos, chapas auxiliares, tamanho dos elementos, área de
aplicação de forças e reações de apoio.
88

Por fim, é importante ressaltar a cautela que o engenheiro deve assumir ao modelar um
problema em elementos finitos, bem como alertá-lo sobre a necessidade de validação do modelo
com a comparação com experimentais e do conhecimento do mesmo com o comportamento
estrutural, com intuito de evitar resultados incoerentes e até contrários a segurança.

6.1 Sugestões para trabalhos futuros

 Estudar alteração de elementos finitos, chapas auxiliares, tamanho das malhas, área de
aplicação de forças e reações de apoio;
 Analisar as V4, V5, V6 e V8 ensaiadas por Silva Filho (2001) a fim de avaliar outras
configurações de inclinação das fibras de CFRP;
 Analisar outros softwares de analise estrutural pelo Método dos Elementos Finitos
(MEF);
 Avaliar a fissuração e as tensões das vigas estudadas neste trabalho;
 Modelar as colas e adesivos a fim de considerar fraturas e perda de aderência entre
concreto e CFRP.
89

REFERÊNCIAS
7. REFERÊNCIAS

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