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WBA0520_V1.

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Energia Eólica e Solar
Energia Eólica e Solar
Autoria: Prof. José Paulo Diogo Júnior
Como citar este documento: DIOGO JÚNIOR, José Paulo. Energia Eólica e Solar. Valinhos: 2017.

Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Noções Gerais sobre Energia Solar 05
Assista a suas aulas 21
Unidade 2: Conceitos em Energia Solar 28
Assista a suas aulas 48
Unidade 3: Aplicabilidades da Energia Solar 55
Assista a suas aulas 78
Unidade 4: Particularidades da Energia Solar 87
Assista a suas aulas 107

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Energia Eólica e Solar
Autoria: Prof. José Paulo Diogo Júnior
Como citar este documento: DIOGO JÚNIOR, José Paulo. Energia Eólica e Solar. Valinhos: 2017.

Sumário
Unidade 5: Conceitos em Energia Eólica 114
Assista a suas aulas 132
Unidade 6: Princípios do Funcionamento 139
Assista a suas aulas 160
Unidade 7: Aplicabilidades: Energia Eólica 167
Assista a suas aulas 185
Unidade 8: Particularidades da Energia Eólica 193
Assista a suas aulas 213

3
3/220
Apresentação da Disciplina

O conhecimento sobre as diversas fontes de para a evaporação da água, mantendo o ci-


energia existentes e também suas formas clo natural de rios, e é também crucial para
de serem coletadas, utilizadas e armazena- o processo de fotossíntese, que garante o
das é de extrema importância para o pro- crescimento de plantas, alimentando ani-
fissional que se interessa pelas alternativas mais e organismos que estão na base da ca-
energéticas. Atualmente, muito se discute deia alimentar; enquanto o vento, conven-
sobre o consumo de energia proveniente de cionalmente, representa uma força motriz
fontes não renováveis, como de petróleo e utilizada em barcos com velas para locomo-
nuclear; e o aumento do uso de fontes reno- ção e moinhos de vento para a produção de
váveis para substituí-los, mitigando, assim, farinha.
o impacto ambiental causado pela geração Nesta disciplina, além de contextualizar e
de energia. explicar conceitos sobre energia solar e eó-
Entre as fontes de energia renováveis, des- lica, vamos também entender conceitos de
tacam-se a solar e a eólica, pois são utiliza- captação e uso dessas energias para a área
das há séculos pela humanidade, desde a residencial, comercial e industrial. Indepen-
era feudal e colonial, sendo abundantes por dentemente do caminho que deseja seguir,
ter diversos locais disponíveis para sua cap- é essencial o entendimento sobre produção,
tação. A energia solar sempre foi necessária captação e uso de energia solar e eólica.
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Unidade 1
Noções Gerais sobre Energia Solar

Objetivos

1. Apresentar a disciplina, expondo as


características do sol.
2. Discorrer sobre as formas de energia e
sua condução.
3. Exemplificar as reações químicas que
ocorrem no sol.

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Introdução

No nosso sistema solar, o Sol pode ser con- sendo reconhecida como a maior velocida-
siderado o astro mais importante, pois é o de a ser atingida.
responsável pela manutenção natural do A energia solar vem sendo empregada há
ecossistema terrestre através da radiação muito tempo como forma térmica por meio
para o planeta Terra. O Sol é constituído de aquecedores solares, pois, por conta do
predominantemente por hidrogênio e hélio, custo de produção e instalação, consegue
sendo que através da fusão de seus núcle- ser acessível e gerar um grande impac-
os em isótopos (deutério e trítio) ocorre a to positivo na conta de energia elétrica do
emissão de luz e energia. consumidor.
A energia solar é enviada apenas de uma Já a energia solar como forma de produção
forma para a Terra, mas ela pode ser capta- de energia elétrica vem sendo utilizada ex-
da e utilizada de diversos modos, por exem- clusivamente na área de pesquisa e tecno-
plo, energia elétrica ou térmica. A luz é uma logia por conta dos altos custos de produção
forma de onda eletromagnética, dessa for- e baixos rendimentos. A grande maioria do
ma não necessita de substâncias para sua uso de energia solar tem sido em satélites,
transmissão. A luz tem uma velocidade, que por ser uma fonte permanente de energia;
foi denominada por velocidade da luz, equi- porém, com o avanço da tecnologia, hoje
valente aproximadamente a 300 000 m/s, é possível produzir painéis solares com um
6/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar
custo menor e com maior eficiência, fazen-
do com que se tornem uma excelente opção Para saber mais
para uso comercial e industrial. Alguns paí-
Em nossa história, já foram realizados alguns tes-
ses já utilizam essa tecnologia aliada a con-
tes envolvendo armas de fusão nuclear, como em
centradores solares, que tentam assim au-
1952, quando os Estados Unidos da América lan-
mentar ainda mais a eficiência dos painéis
çaram a primeira bomba atômica de hidrogênio
solares.
denominada “Mike”; chegou-se a conclusão de
que ela possuía uma potência mil vezes maior que
1. Sol
a bomba de Hiroshima (ZERO HORA, 2016).
Segundo pesquisas realizadas por diversos
astrônomos, o Sol é uma entre bilhões de 1.1 Características do Sol
estrelas presentes no universo, porém, en-
Embora o Sol possa parecer só mais uma es-
tre todas elas, é a mais perto do planeta Ter-
trela no espaço, seu brilho aparente é 200
ra. O Sol é uma esfera de gás incandescente
bilhões de vezes maior que o da estrela Si-
na qual, em seu interior, acontecem diversas
rius, porém, suas características são co-
reações termonucleares. O seu estudo é de
muns entre as estrelas, como pode ser visto
extrema importância, pois pode ser utiliza-
na Tabela 1.1.
do como base em diversas áreas da ciência.
7/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar
Para saber mais Temperatura central

Hidrogênio = 91,2%
A Estrela Sirius, muitas vezes denominada por
Composição química Hélio = 8,7%
“Estrela Canina”, consta nos registros astronômi-
principal (mol) Oxigênio = 0,078%
cos mais antigos e está somente a 8,7 anos luz da
Carbono = 0,043%
Terra (MARRACCINI, 2000).
Fonte: adaptado de Oliveira e Saraiva (2016).

Tabela 1.1| Principais características do sol O Sol gera aproximadamente 1366 W/m2 ao
ano, isso é aproximadamente o equivalente
Massa
a queimar 7x1020 litros de gasolina por se-
Raio 695 500 km gundo, ou seja, 10 milhões de vezes a pro-
Massa específica média dução anual de petróleo na Terra. Para gerar
toda essa energia, o Sol transforma aproxi-
Distância madamente 600 milhões de toneladas de
Luminosidade hidrogênio em hélio por segundo.

Temperatura efetiva

8/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar


mando produtos com maior massa, como o
Link Hélio (He4) e pósitrons (β). Para que essa re-
ação ocorra, é necessária uma quantidade
A NASA mantém um canal na internet com ima- de energia, sendo esta provida de tempe-
gens da Terra vindas da Estação Espacial Inter- raturas extremamente elevadas presentes
nacional (ISS) ao vivo. USTREAM. ISS HD Earth no Sol. Em síntese, Cecatto (2010) ilustra a
Viewing Experiment. Disponível em: <http:// reação nuclear por:
www.ustream.tv/channel/iss-hdev-paylo-
ad>. Acesso em: 10 maio 2017.

1.2 Reações Químicas no Sol

A fusão nuclear, que é exatamente o con-


trário da fissão, é a união de dois ou mais
núcleos pequenos e leves que formarão um
núcleo maior, resultando na liberação de
uma quantidade considerável de energia.
Essa reação que ocorre no Sol tem como re-
agentes o Hidrogênio e seus isótopos, for-
9/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar
ela não seja compensatória, por isso a fusão
Link dos isótopos de Hidrogênio, deutério ( 21H ) e
trítio ( 31H ) torna-se extremamente necessá-
O Sol apresenta um potencial de energia imen- ria, podendo essas reações liberarem dez ve-
surável. Estima-se que, internamente, em um se- zes mais energia que uma fissão nuclear. As
gundo, há a produção de energia pelo Sol numa reações químicas estão ilustradas a seguir:
quantidade superior à já utilizada pela humanida-
de em toda a sua existência. Informações e curio-
sidades podem ser vistas em “Vantagens e des-
vantagens da energia solar”. Nas reações de fu-
são dos núcleos de hidrogênio, 4 bilhões de quilos
de matéria por segundo são convertidos à medida Link
que matéria é convertida em energia. Disponível Os neutrinos são gerados através de reações em
em: <https://www.portal-energia.com/van- cadeia próton-próton. Teorizados em 1930 por
tagens-e-desvantagens-da-energia-solar/>. Wolfgang Pauli (1900-1958), ainda são motivos de
Acesso em: 2 jun. 2017. muito estudo. CICLO Próton-Próton. 3 set. 2014.
Disponível em: <http://astro.if.ufrgs.br/evol/
Entretanto, essa reação consome muita reacoes/reacoes.htm> Acesso em: 30 abr. 2017.
energia do Sol, fazendo com que somente
10/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar
Existem diversas formas de visualizar a se- sença do oxigênio é a água, enquanto na fu-
quência que leva o Hidrogênio a ser trans- são, a queima do hidrogênio na ausência do
formado em Hélio. Contudo, algumas rea- oxigênio gera o elemento químico Hélio.
ções são excluídas pelas leis de conserva- Inicialmente imaginados por Wolfgang Pau-
ção, são elas: li, a reação dominante em cadeia próton-
• Lei da conservação de cargas. -próton I (ppI). Existe também outra reação
próton-próton, conhecida como reação em
• Número de Bárions (prótons e nêu-
cadeia próton-próton II (ppII), responsável
trons).
por 15% da energia produzida pelo Sol. Essa
• Lei da conservação da energia. reação pode ser vista a seguir:
As reações de queima do Hidrogênio são
conhecidas por serem extremamente vio-
lentas e energéticas, por estarem na pre-
sença de oxigênio. No espaço, essa reação É possível perceber que, na primeira reação,
torna-se impossível de acontecer por conta é gerada radiação gama (γ), que é uma onda
da ausência do oxigênio, por isso o hidro- eletromagnética com carga e massa nulas,
gênio no Sol sofre o processo de fusão. O que emite continuamente calor e tem capa-
resultado da queima do hidrogênio na pre- cidade de ionizar o ar tornando-o um con-
11/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar
dutor elétrico. Na segunda reação, tem-se a • Térmica: energia associada a tempe-
formação de um neutrino (v). ratura de objetos e fluidos.
• Elétrica: energia utilizada para uso em
2. Formas de Energia equipamentos.
A energia é responsável pela realização de • Química: Energia armazenada, geral-
trabalho, em outras palavras, qualquer sis- mente em baterias.
tema que esteja realizando algum tipo de • Nuclear: energia proveniente da fusão
movimento é uma forma de trabalho, o qual ou fissão nuclear.
pode ser positivo ou negativo. A energia
A fissão nuclear é muito utilizada em rea-
nunca é gasta, ela sempre será consumida
tores nucleares com o elemento químico
e transformada em outra forma de energia.
Urânio. Ele é enriquecido com raios gama
Existem vários tipos de energia, por exem-
e, ao ser disposto em um reator com bar-
plo:
ras de carbono, gera um diferencial elétrico,
• Cinética: energia associada ao movi- gerando assim energia elétrica. Esse modo
mento. energético “quebra” o urânio em outros di-
versos elementos químicos; ao contrário do
• Mecânica: energia relacionada ao tra-
Sol, que gera sua energia através da fusão
balho.
12/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar
nuclear, unindo átomos menores gerando em repouso, de tal forma que as partículas
elementos químicos maiores e mais pesa- constituintes da matéria encostadas umas
dos.Toda a energia gerada por essa fusão é nas outras transferem calor através da agi-
enviada para todas as direções, sendo par- tação molecular.
te dela transferida para a Terra na forma de A convecção é a forma de transmissão de
energia térmica. energia através de correntes de substân-
cias. Para que ela ocorra, é necessário que
Para saber mais as moléculas fiquem encostadas durante
A distância entre a Terra e o Sol é de 149,6 mi- um breve momento na fonte de calor, ge-
lhões de quilômetros, fazendo com que a luz solar rando assim um fluxo ou uma corrente. Essa
demore cerca de oito minutos para chegar a Terra forma de transmissão só ocorre em fluidos
(TODA MATÉRIA, 2016). em movimento, independentemente se o
fluxo é laminar ou turbulento.
2.1 Transmissão de Energia A radiação térmica pode ocorrer no vácuo,
isso significa que não são necessárias par-
Existem três formas de transmissão de ca- tículas para que essa transferência de ca-
lor, sendo elas a condução, convecção e ra- lor aconteça; isso ocorre porque a radiação
diação. A condução processa-se nos corpos térmica se propaga através de ondas eletro-
13/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar
magnéticas, de maneira semelhante às ondas de rádio, às radiações luminosas, aos raios X, entre
outros. Dessa forma, para radiação, apenas seu comprimento de onda, também conhecido como
lambda (λ), importa. Como podemos ver na Figura 1.1, o comprimento de onda do espectro ele-
tromagnético é inversamente proporcional a sua energia, ou seja, quanto menor o comprimento
da onda, maior será sua energia.
Figura 1.1 | Relação do comprimento de onda pela energia da radiação térmica

Fonte: Leopoldino (2012).

14/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar


a maior parte de sua energia emitida com
Link comprimento de onda menor que 3 µm, en-
quanto o filamento de lâmpada a 1 000 °C
A única forma de energia térmica solar que con- emite 90% de sua radiação em uma faixa
segue chegar à Terra é a radiação, pois há vácuo de comprimento de onda entre 1 e 10 µm.
entre o Sol e a Terra. Veja: MECANISMOS de trans- Desse modo, pode-se concluir que qualquer
ferência de calor. Disponível em: <http://fisica. material a uma temperatura acima do zero
ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-9. absoluto (“0 K”) mantém uma transmissão
html>. Acesso em: 10 maio 2017. de calor por radiação térmica em sua super-
fície (SILVA, [s.d.]).
A faixa de comprimentos de onda encon-
trados na radiação térmica é de 0,1 até 100
µm, sendo essa faixa dividida em outras Para saber mais
três: ultravioleta, visível e infravermelho. A A maioria da radiação infravermelha emitida pela
intensidade da radiação é uma relação di- Terra é absorvida por dióxido de carbono e vapor
reta com a temperatura da superfície emis- de água e é irradiada de volta para o planeta ou
sora, utilizando para comparação o Sol e espaço exterior, sendo a irradiação que volta para
uma lâmpada. O Sol tem uma temperatu- nós conhecida por efeito estufa.
ra de superfície na ordem de 10 000 °C e
15/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar
Glossário
Escoamento laminar: um fluxo de um fluido no qual existe um mínimo de agitação das várias
camadas do fluido.
Escoamento turbulento: um escoamento de um fluido em que as partículas se misturam de for-
ma não linear.
Radiação alfa (α): partículas carregadas por dois prótons e dois nêutrons, podendo ser conside-
radas núcleos de hélio. Apresentam carga “+2” e número de massa “4”.
Radiação beta (β): partículas de elétrons, pois apresentam carga “-1” e número de massa “0”.
Radiação gama (γ): ondas de radiação que têm um comprimento de onda que varia de 0,005 a
0,5 Å. Possuem carga e massa nulas.

16/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar


?
Questão
para
reflexão

Ao longo desse tema, você viu como o Sol tem uma par-
ticipação importante na manutenção da Terra. Reflita
sobre este assunto escolhendo um ou mais objetos a
sua volta tentando identificar a participação da energia
solar de forma direta ou indireta para a produção deste
objeto.

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Considerações Finais
• O Sol é de extrema importância para a manutenção da fauna e da flora da
Terra.
• A energia gerada pelo Sol é muito maior que a consumida por todos no pla-
neta Terra.
• As reações químicas que ocorrem no Sol geram diversos elementos quími-
cos.
• Existem vários tipos de energia, cada uma com suas vantagens e desvanta-
gens.

18/220
Referências

CARACTERÍSTICAS do Sol. Toda Matéria, 2016. Disponível em: <https://www.todamateria.com.


br/caracteristicas-do-sol/>. Acesso em: 30 abr. 2017. 

CECATTO, Jose Roberto. O Sol. In: MILONE, André de Castro et al.Introdução à Astronomia e As-
trofísica. São José dos Campos: – INPE, 2003. Disponível em: <http://www.das.inpe.br/ciaa/pdfs/
capitulo4.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2017. 

CICLO Próton-Próton. 3 set. 2014. Disponível em: <http://astro.if.ufrgs.br/evol/reacoes/reacoes.


htm> Acesso em: 30 abr. 2017.

LEOPOLDINO, Karlo.  Visão além do alcance.  O Fantástico da Física, 20 out. 2012. Dispo-
nível  em:  <http://ofantasticodafisica.blogspot.com.br/2012/10/visao-alem-do-alcance.
html>. Acesso em: 30 abr. 2017. 

MARRACCINI, Graziela. Sirius Astrology. jun. 2000. Disponível em: <http://www.astrosirius.com.


br/aestrela.htm>. Acesso em: 30 abr. 2017. 

MECANISMOS de transferência de calor. Disponível em: <http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/


cap2/cap2-9.html>. Acesso em: 10 maio 2017.

OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza; SARAIVA, Maria de Fátima Oliveira. O sol: a nossa estrela. 2016.
Disponível em: <http://astro.if.ufrgs.br/esol/esol.htm>. Acesso em: 30 abr. 2017. 

19/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar


SILVA, Castro. Fenômenos dos Transportes. Notas de Aula. S.l.: Universidade Federal do Vale do
São Francisco, s.d. Disponível em: <http://www.univasf.edu.br/~castro.silva/disciplinas/FT/Apos-
tila_Transcal_Mecfluidos.pdf>. Acesso em: 10 maio 2017.

USTREAM. ISS HD Earth Viewing Experiment.. Disponível em: <http://www.ustream.tv/channel/


iss-hdev-payload>. Acesso em: 30 abr. 2017. 

VANTAGENS e desvantagens da energia solar. Portal Energia, 5 jan. 2016. Disponível em: <ht-
tps://www.portal-energia.com/vantagens-e-desvantagens-da-energia-solar/>. Acesso em: 2 jun.
2017.
ZERO HORA. Bomba H, infinitamente mais poderosa que Hiroshima. 2016. Disponível em:<http://
zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/01/bomba-h-infinitamente-mais-poderosa-que-hiro-
shima-4945383.html>. Acesso em: 30 abr. 2017. 

20/220 Unidade 1 • Noções Gerais sobre Energia Solar


Assista a suas aulas

Aula 1 - Tema: Noções Gerais sobre Energia So- Aula 1 - Tema: Noções Gerais sobre Energia Solar.
lar. Bloco I Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/pA-
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/e2e-
1d/78392a647a37a9f0a3b475051b8bfd86>. 7c508d283357fafc694e2405636bf>.

21/220
Questão 1
1. Assinale a alternativa correta. No Sol, quando ocorre a fusão do Hidrogê-
nio, boa parte deste é transformado em qual elemento químico?

a) Hélio (He).
b) Urânio (U).
c) Cromo (Cr).
d) Criptônio (Kr).
e) Níquel (Ni).

22/220
Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta o valor aproximado da massa do
Sol.

a) 2 ×1030 kg.
b) 10 ×1030 kg.
c) 3 ×108 kg.
d) 8 ×108 kg.
e) 30 ×102 kg.

23/220
Questão 3
3. Assinale a alternativa que identifica a porcentagem de energia gerada
pela reação próton-próton II em relação à energia total gerada no Sol.

a) 90%.
b) 15%.
c) 100%.
d) 50%.
e) 2%.

24/220
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Qual o tipo de radiação que tem como uma
de suas características a massa e a carga iguais a 0?

a) Radiação alfa.
b) Radiação gama.
c) Radiação beta.
d) Radiação de nêutrons.
e) Radiação ionizante.

25/220
Questão 5
5. Assinale a alternativa que explica, de modo simplificado, o que é ener-
gia cinética.

a) Energia capaz de produzir, exclusivamente, trabalho.


b) Energia que eleva a temperatura de objetos e fluidos.
c) Energia associada ao movimento.
d) Energia utilizada para uso em equipamentos hidráulicos.
e) Energia armazenada em baterias.

26/220
Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: B.
A fusão do Hidrogênio no Sol gera diversos A radiação gama tem como característica a
elementos químicos, porém, em sua grande ausência de carga e massa, pois se trata de
maioria, dois átomos de hidrogênio se fun- uma onda magnética.
dem para formar um átomo de Hélio.
5. Resposta: C.
2. Resposta: A.
A energia cinética tem como característica
A massa do Sol é extremamente grande e foi a realização de movimento, podendo ser li-
calculada em referência a sua massa espe- near ou angular, independentemente de ser
cífica provável e volume. um movimento uniforme ou uniformemen-
te variado.
3. Resposta: B.
A reação ppII gera uma quantidade menor
de energia, mas necessária para o balance-
amento energético do Sol.

27/220
Unidade 2
Conceitos em Energia Solar

Objetivos

1. Discorrer sobre os principais aspectos


de energia.
2. Exemplificar equipamentos de capta-
ção de energia solar.
3. Apresentar equipamentos de armaze-
namento de energia solar.

28/220
Introdução

A energia solar pode ser aproveitada de três


formas diferentes: aquecimento, elétrica Link
e heliotérmica. Em cada uma dessas, são A energia heliotérmica já é algo estudado há al-
necessários equipamentos que têm como guns anos no Brasil e no mundo. BRASIL. O que
objetivo transformar a energia térmica so- é Energia Heliotérmica? Disponível em: <http://
lar em outra forma de energia. energiaheliotermica.gov.br/pt-br/energia-
O sistema de aquecimento solar utiliza a ra- -heliotermica/o-que-e-energia-heliotermi-
diação solar para aquecer placas de vidro, ca>. Acesso em: 6 jun. 2017.
transportando a energia até a água por
condução e convecção. O sistema fotovol- 1. Energia
taico utiliza a radiação solar para gerar um
diferencial elétrico na placa, “criando” uma Energia é um termo muito abrangente,
corrente elétrica. O sistema heliotérmi- como visto no tema anterior, que pode ser
co utiliza a radiação térmica para aquecer aplicado de diversas formas e possui inúme-
água e produzir vapor, o qual move turbinas ros tipos de fontes. Quando ocorre a trans-
que então geram energia elétrica. ferência de energia para um objeto, esta se
“transforma” em trabalho. Para a realização
de trabalho, não é obrigatória a movimen-
29/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar
tação do objeto, sendo qualquer esforço
físico ou mental uma forma de trabalho, Para saber mais
o qual se relaciona com a potência (P) por James Watt foi um matemático e engenheiro es-
meio do quociente entre a taxa de variação cocês. Construtor de instrumentos científicos,
de trabalho (W) e o intervalo de tempo (∆t): destacou-se pelos melhoramentos que introdu-
ziu no motor a vapor, que se constituíram num
passo fundamental para a Revolução Industrial
(WATT, 1996).
No sistema internacional de medidas, a uni-
dade de potência é o Joule por segundo (J/s), 1.1 Energia no Mundo
também denominado por watt (W). A medi-
da de energia mais conhecida é o kW.h, que A média diária de consumo de energia dos
é equivalente a 1 000 watts em 3 600 se- humanos vem aumentando ao longo dos
gundos. anos. Os primeiros agricultores tinham um
consumo médio diário de 12 000 kcal, levan-
do em consideração a alimentação e o fogo
gerado por queima de madeira. A Revolução
Industrial foi um conjunto de mudanças que
30/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar
ocorreu em três etapas. Durante a segunda siderado a fonte primária de energia nos
etapa dessa revolução, no século XIX, países Estados Unidos da América. Com a abun-
como Estados Unidos e Inglaterra possuíam dância de petróleo e gás natural, o consu-
um consumo de energia de 60 000 kcal/dia mo dessas fontes triplicou em apenas 30
para cada habitante, sendo boa parte dessa anos. Naturalmente, países mais desenvol-
energia utilizada para a produção de vapor vidos sentiram mais o impacto do aumen-
destinado a acionar trens e motores a va- to do consumo de energia, por exemplo, os
por para a indústria. No início do século XXI, EUA contendo apenas 4,7% da população
o consumo per capita global ficou em 125 mundial consumia 25% da energia global,
000 kcal/dia. enquanto a Índia, com 16% da população
Inicialmente, a energia era gerada pela quei- mundial, consumia apenas 1,5% da energia
ma de biomassa para cozimento e geração global (MILLER, 1985 apud BRAGA, 2005)
de vapor, mas em 1869 foi realizada a per-
furação do primeiro poço de petróleo. Esse
tipo de tecnologia despertou, rapidamente,
o interesse das pessoas, substituindo as ou-
tras formas de energia existentes, fazendo
com que em 1950 o petróleo já fosse con-
31/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar
Link
Cada uma das fases da Revolução Industrial ocorreu de forma completamente diferente em locais dife-
rentes. Existem diversos filmes que relatam aspectos dessas revoluções, por exemplo: Germinal, Tempos
Modernos, Oliver Twist, Um Grito de Justiça e A Modernidade Chega a Vapor. Assim, indica-se que você
assista a esses filmes. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eNORsDsZxSE>;

LIMA, Jadson Rodrigo Ferreira de. Tempos Modernos Charlie Chaplin filme completo. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ieJ1_5y7fT8>. Acesso em: 31 maio 2017.

CANAL Extraclasse. Oliver Twist – versão 1948 filme completo. Disponível em: <https://www.youtu-
be.com/watch?v=HDgfnevD24g>. Acesso em: 31 maio 2017.

Como pode ser visto na Figura 2.1, no início do século XXI as fontes não renováveis eram respon-
sáveis por aproximadamente 86% da oferta de energia no mundo, ficando as energias renová-
veis com os 14% restantes.

32/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


Figura 2.1 | Oferta mundial de energia por fonte

Fonte: adaptado de MME (2003) apud BRAGA (2005).

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) criou um embargo em 1973, alteran-
do drasticamente o preço do barril de petróleo, passando de U$ 2,70 para U$ 10 e posteriormen-
te, em 1979, elevou para U$ 34.
33/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar
O maior número de REL demonstra eficiên-
Link cia no uso da fonte de energia, enquanto
uma menor REL demonstra uma perda de
A OPEP é uma organização para o controle inter-
energia para a sua produção. A razão líqui-
nacional do preço do petróleo. ORGANIZATION
da do petróleo é alta por conta da facilida-
of the Petroleum Exporting Coutries. Disponível
de de obtenção, porém, por ser uma fonte
em: <http://www.opec.org/opec_web/en/>.
não renovável, é necessária a perfuração de
Acesso em: 31 maio 2017.
novos poços, sendo estes cada vez mais di-
1.2 Energia Líquida fíceis de serem encontrados e perfurados,
desse modo, diminuindo sua razão líqui-
Um dos parâmetros utilizados para a veri- da até o ponto que o REL do petróleo fique
ficação da eficiência de fontes de energia é abaixo da unidade, sendo neste momento o
a Razão de Energia Líquida (REL), sendo ex- petróleo automaticamente substituído por
pressa pelo quociente entre a energia obti- completo por outras fontes de energia, não
da e a energia gasta na sua produção. sendo obrigatório elas serem renováveis ou
não. As usinas nucleares têm uma REL baixa
por conta da enorme quantidade de ener-

34/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


gia despendida para a construção e operação da usina. Na Tabela 2.1 é possível observar alguns
exemplos de REL.
Tabela 2.1 | Razão líquida para três usos em função da fonte de energia empregada

Fonte Aquecimento Doméstico Processos Industriais Transporte


Sol 5,8 REL 0,9 REL -
Petróleo 4,5 REL 4,7 REL 4,1 REL (gasolina)
Fonte: adaptado de MILLER (1985) apud BRAGA (2005).

1.3 Aquecimento Solar

O sistema de aquecimento solar tem aplicabilidade na área residencial e industrial. Na residen-


cial, a água aquecida por um sistema solar pode ser utilizada para banhos, extinguindo a neces-
sidade do uso de chuveiros elétricos, que são equipamentos que consomem muita energia em
pouco tempo para aquecer água. A água tem um calor sensível muito alto, sendo necessário 1
000 calorias para elevar 1 litro de água em 1 oC, sendo assim, é necessário 1 W.h para elevar 1
litro de água a 1 oC. Na indústria, pode ser utilizado para diminuir ou extinguir a necessidade de
caldeiras elétricas ou de fontes de energia como carvão e biomassa.

35/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


1.4 Energia Solar Elétrica
Link Por meio de placas fotovoltaicas é possível
Toda substância/material tem um determinado transformar a energia térmica do Sol em
calor específico e latente, sendo que o primeiro energia elétrica, que é produzida na forma
é responsável pela elevação de temperatura e o
de corrente contínua, tendo de ser utilizada
outro pela mudança de fase. Um site bastante in-
em uma curta distância ou armazenada em
teressante para coletarmos esses dados é o NIST
sistemas de baterias, quando em off-grid,
(National Institute of Standards and Technology), por
ou na rede, quando em grid-tie. Ela também
exemplo, as informações do 1-Butanol podem ser
pode ser convertida em corrente alterna-
obtidas acessando o link: NATIONAL Institute of
Standards and Technology. 1-Butanol. Disponí-
da, podendo ser utilizada em equipamentos
vel em: <http://webbook.nist.gov/cgi/cbook. comuns, com um conversor elétrico.
cgi?ID=C71363&Mask=2%3E>. Acesso em: 31
maio 2017.
Recomenda-se, também, para esse propósito, o
seguinte livro: GREEN, Don W.; PERRY, Robert H.
Perry’s chemical engineers’ handbook. 8. ed.
Nova York: Mcgraw Hill, 2007.

36/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


ta ao aquecimento de água, enquanto os fo-
Para saber mais tovoltaicos podem utilizar a sua energia em
qualquer equipamento elétrico. Nas figuras
A diferença entre grid-tie e off-grid é que o siste-
2.2 e 2.3 são exemplificados esses sistemas.
ma grid-tie fica conectado à rede elétrica externa,
Figura 2.2 | Exemplo de um painel fotovoltaico
enquanto o off-grid utiliza sistemas de baterias
para o armazenamento de energia.

2. Equipamentos

Todos os equipamentos utilizados para a


captação e o armazenamento da energia
solar são projetados para cada caso de apli-
cação e equipamentos, por exemplo, equi-
pamentos para aquecimento não podem
ser utilizados para a produção de energia.
Fonte: <http://pt.freeimages.com/photo/solar-
Equipamentos para aquecimento têm um -panels-1226199>. Acesso em: 24 set. 2017.
custo muito mais acessível em relação aos
fotovoltaicos, porém sua utilização é restri-

37/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


Figura 2.3 | Exemplo de painel aquecedor solar qualidade e eficiência, utilizando materi-
ais pouco estudados e com mão de obra
técnica precária. Os estudos da tecnologia
de aquecimento de água por meio do Sol
vêm aumentando e se aprimorando com o
tempo, reduzindo os custos de produção e
aumentando a eficiência de geração ener-
gética. Em geral, as placas são compostas
por tubos de cobre e uma chapa refleto-
ra de cobre ou alumínio, fechadas por uma
placa de vidro e isoladas termicamente por
lã de vidro. O vidro pode ser feito de pyrex
Fonte: <http://pt.freeimages.com/photo/anages-
criando uma caixa de ar usando o efeito de
-solar-heater-1420678>. Acesso em: 24 set. 2017. convecção através de uma placa refletora.
O melhor arranjo dos tubos são aqueles que
2.1 Placa de Aquecimento ficam com espaçamento zero entre eles,
podendo ser serpenteados ou paralelos. Um
As placas de aquecimento solar tiveram esquema desse sistema pode ser visto na Fi-
o seu início de uso em 1950, com baixa gura 2.4.
38/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar
Figura 2.4 | Esquema de uma placa aquecedora solar

Fonte: <http://www.thermosolar.sk/>. Acesso em: 24 set. 2017.

Placas com maior eficiência apresentam materiais diferentes e mais caros, necessitando assim
de um cálculo de custo-benefício. Geralmente o custo-benefício é melhor para placas mais bara-
39/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar
tas, porém placas com materiais melhores, 2.2 Placa Fotovoltaica
como dióxido de cobre II, aço banhado a
ouro entre outros, podem ser consideradas As placas fotovoltaicas tiveram seu início
quando o espaço para a instalação é reduz- em 1839 pelas mãos do francês Becquerel,
ido. O fluido para a convecção do calor das que descobriu que alguns materiais poderi-
placas para a água geralmente é água com am produzir pequenas quantidades de cor-
um anticongelante, para em épocas frias rente elétrica quando expostos à luz. Em
evitar o congelamento da placa e assim a 1873, Smith conseguiu demonstrar esse
perda total de eficiência. fenômeno com o uso de selênio, levando a
A água aquecida é armazenada em um reser- pesquisas destes e outros materiais, como
vatório chamado boiler, que pode trabalhar óxidos de cobre, para o desenvolvimento
sem pressão, em baixa ou em alta pressão das primeiras placas fotovoltaicas em 1914
dependendo do sistema a ser empregado. com uma eficiência inicial de 1 a 2%.
A água fria é injetada nele, e ele mantém o
Entre o século XIV e XV, começou-se a em-
sistema de circulação para as placas e abas-
pregar o silício cristalino de alta pureza,
tece a saída de água para os chuveiros, por
processo criado por Czochralski, posterior-
exemplo, servindo como reservatório de
água quente, mas também como recircula- mente gerando as células de silício monoc-
dor ao mesmo tempo. ristalino nos laboratórios Bell com uma efi-
40/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar
ciência de 6% e, em 1958, células de 14% Placas fotovoltaicas têm o funcionamento
de eficiência. baseado no efeito voltaico, que consiste na
O programa espacial voltado para satélites conversão da energia luminosa em semi-
fez com que os painéis fotovoltaicos sofres- condutores para corrente elétrica. As placas
sem um salto tecnológico. O avanço na área fotovoltaicas são constituídas de uma placa
de informática com semicondutores tam- de silício, ou outro material que será utili-
bém tive grande contribuição para esse de- zado como camada absorvedora e coberto
senvolvimento, mas o custo de fabricação com uma fina camada de vidro apenas para
ainda era muito elevado, levando a REL das a proteção do material quando necessário.
placas fotovoltaicas a valores próximos a 1 Quando fótons atingem a camada absorve-
(um). Alguns materiais como silício amorfo, dora de uma célula, pares entre os elétrons
telureto de cádmio, disseleneto de cobre e do material são gerados e separados pelo
índio e o arseneto de gálio foram propostos campo elétrico embutido, surgindo assim
como promissores, pois reduziam a quan- uma diferença de potencial nos terminais
tidade de material necessária para a fabri- da célula. O intervalo de onda solar captado
cação, diminuindo assim o custo para a pro- pela placa que gera sua energia pode ser 1,1
dução das placas. - 3,1V, dependendo do material e da faixa de
intervalo interceptada. Atualmente existem

41/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


6 tipos de células fotovoltaicas comercial-
mente conhecidas.
Toda esta energia é feita em corrente con-
tínua, muito pouco utilizada em equipa- Link
mentos elétricos de grande porte, como Esses equipamentos e uma explicação breve do
computadores, TVs e geladeiras; dessa for- seu funcionamento podem ser observados nos
ma requer-se um conversor de potência links indicados: FUNCIONAMENTO painéis so-
para transformar toda essa energia em cor- lares térmicos para aquecimento. Portal Ener-
rente contínua para corrente alternada, po- gia, 3 nov. 2009. Disponível em: <https://www.
dendo assim ser utilizada para abastecer a portal-energia.com/funcionamento-pai-
rede elétrica. neis-solares-termicos-para-aquecimento/>.
Acesso em: 31 maio 2017. e DASOL Abrava. Siste-
ma de Aquecimento Solar Residencial. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=-
ZEqK4KmpeLg>. Acesso em: 31 maio 2017.

42/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


Glossário
Anticongelante: um fluido que tem uma temperatura de congelamento muito abaixo do normal.
Corrente alternada: fluxo de elétrons que carrega a energia elétrica dentro de um fio e não se-
gue um sentido único. Ora os elétrons vão para a frente, ora para trás, mudando de rota 120
vezes por segundo.
Corrente contínua: o fluxo de elétrons passa pelo fio sempre no mesmo sentido. Como não há
alternância, essa corrente não é aceita pelos transformadores e não ganha voltagem maior. 
Sistema internacional métrico: um sistema internacional que considera como base as medidas
de tempo em segundos, distância em metros e massa em gramas.

43/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


?
Questão
para
reflexão

Você viu como a energia é importante para a humani-


dade e que ela pode ser suprida de diversas fontes dife-
rentes, porém há muito tempo o petróleo vem sendo o
maior fornecedor de energia para a sociedade. Pesquise
sobre a OPEP, quais seus membros e objetivos, e reflita
sobre a importância dessa organização para o controle
da exploração do petróleo.

44/220
Considerações Finais

• A potência é uma relação entre energia e tempo.


• Sistemas de aquecedores solares são de uso exclusivo para elevação de
temperatura de água.
• Placa fotovoltaica é um equipamento para a transformação da luz solar em
energia elétrica.
• Relação de Energia Líquida (REL) é importante para determinar o uso de
uma determinada fonte de energia.

45/220
Referências

BRAGA, Benedito et al. Poluição ambiental: a energia e o Meio Ambiente. In: BRAGA, Benedito et


al. Introdução à Engenharia Ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. p. 55-58. 
BRANCO, Anselmo Lázaro. Revoluções Industriais: primeira, segunda e terceira revoluções. Uol
Educação, 30 out. 2007. Disponível em:<https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/rev-
olucoes-industriais-primeira-segunda-e-terceira-revolucoes.htm>. Acesso em: 10 maio 2017.

BRASIL. O que é Energia Heliotérmica? Disponível em: <http://energiaheliotermica.gov.br/pt-


-br/energia-heliotermica/o-que-e-energia-heliotermica>. Acesso em: 6 jun. 2017.

CANAL Extraclasse. Oliver Twist – versão 1948 filme completo. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=HDgfnevD24g>. Acesso em: 31 maio 2017.

CARVALHO, Júlio C de. Anticongelantes: líquidos de arrefecimento e aditivos. Uol Educação, 16


out. 2008. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/quimica/anticongelantes-li-
quidos-de-arrefecimento-e-aditivos.htm>. Acesso em: 10 maio 2017. 

DASOL Abrava. Sistema de Aquecimento Solar Residencial. Disponível em: <https://www.youtu-


be.com/watch?v=ZEqK4KmpeLg>. Acesso em: 31 maio 2017.

46/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


FUNCIONAMENTO painéis solares térmicos para aquecimento. Portal Energia, 3 nov. 2009. Dis-
ponível em: <https://www.portal-energia.com/funcionamento-paineis-solares-termicos-para-a-
quecimento/>. Acesso em: 31 maio 2017.

GREEN, Don W.; PERRY, Robert H. Perry’s chemical engineers’ handbook. 8. ed. Nova York: Mc-
graw Hill, 2007.
LIMA, Jadson Rodrigo Ferreira de. Tempos Modernos Charlie Chaplin filme completo. Disponí-
vel em: <https://www.youtube.com/watch?v=ieJ1_5y7fT8>. Acesso em: 31 maio 2017.
NATIONAL Institute of Standards and Technology. 1-Butanol. Disponível em: <http://webbook.
nist.gov/cgi/cbook.cgi?ID=C71363&Mask=2>. Acesso em: 31 maio 2017.

ORGANIZATION of the Petroleum Exporting Coutries. Disponível em: <http://www.opec.org/


opec_web/en/>. Acesso em: 31 maio 2017.

WATT, James (1736-1819). Disponível  em:<http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/per-


son/watt.htm>. Acesso em: 10 maio 2017. 

47/220 Unidade 2 • Conceitos em Energia Solar


Assista a suas aulas

Aula 2 - Tema: Conceitos – Definição de Energia Aula 2 - Tema: Conceitos – Definição de Energia
Solar. Bloco I Solar. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
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ce48849b0455951eb8c14e8e572a6f4c>. 8f5f27330b7680ded9a03d82466718e9>.

48/220
Questão 1
1. Assinale a alternativa que apresenta a utilidade de um sistema fotovoltaico.

a) Aquecer água.
b) Gerar água.
c) Gerar luz.
d) Gerar energia elétrica.
e) Resfriar água.

49/220
Questão 2
2. Assinale a alternativa que identifica o resultado da divisão entre o trabalho
de um sistema e o tempo necessário para uma determinada operação.

a) Potência.
b) Energia.
c) Velocidade.
d) Aceleração.
e) Gravidade.

50/220
Questão 3
3. Assinale a alternativa que indica o consumo médio diário de energia dos
primeiros agricultores.

a) 12 000 kcal.
b) 80 000 kcal.
c) 15 000 kcal.
d) 25 000 kcal.
e) 30 000 kcal.

51/220
Questão 4
4. Assinale a alternativa que identifica o marco histórico da humanidade que
disparou o consumo diário de energia.

a) Feudalismo.
b) Colonização.
c) Revolução Industrial.
d) Mercantilismo.
e) Agropecuária.

52/220
Questão 5
5. Assinale a alternativa que significa REL.

a) Relíquia.
b) Relação de Energia Elétrica.
c) Razão de Energia Líquida.
d) Restante de Energia Líquida.
e) Resto da Energia Liquidada.

53/220
Gabarito
1. Resposta: D. 4. Resposta: B.

A placa fotovoltaica tem uso exclusivo para A radiação gama tem como característica a
geração de energia elétrica. Essa energia ausência de carga e massa, pois se trata de
pode ser utilizada para diversas coisas, mas uma onda magnética.
apenas se for utilizada em um equipamento
elétrico. 5. Resposta: C.

2. Resposta: A. REL significa Razão de Energia Líquida, que


é a razão entre a energia obtida e a energia
O trabalho dividido pelo tempo tem como gasta na sua produção.
resultante a potência.

3. Resposta: A.

Os primeiros agricultores tinham um con-


sumo diário em média de 12 000kcal, levan-
do em consideração a alimentação e o fogo
gerado por queima de madeira.
54/220
Unidade 3
Aplicabilidades da Energia Solar

Objetivos

1. Apresentar as equações para o uso de


energia solar.
2. Exemplificar equações de uso de ener-
gia solar.
3. Identificar ferramentas para o uso de
energia solar.

55/220
Introdução

O uso de energia solar depende do tipo de


equipamento que está sendo utilizado e da Link
incidência solar. O equipamento pode ser O site do CRESESB contém uma base de dados so-
escolhido tendo como princípios o espaço bre a irradiação solar no Brasil. CENTRO de Refe-
disponível para a instalação do sistema e rência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de S.
também os custos envolvidos na compra Brito. Disponível em: <http://www.cresesb.ce-
dos equipamentos e da instalação, gerando pel.br/index.php?>. Acesso em: 1 jun. 2017.
assim um custo-benefício para o sistema
como um todo. A incidência solar é espe-
cífica para cada região do planeta, caben- Deve ser levado em consideração também
do ao projeto apenas adicioná-la como um o destino dessa energia e o ramo no qual
dado, o qual é fruto de pesquisa por parte será utilizada para assim ser encontrado o
de organizações voltadas para a coleta da melhor custo-benefício para o empreen-
incidência solar com o uso de estações me- dimento. A quantidade de equipamentos e
teorológicas. o horário no qual serão utilizados também
devem ser levados em conta no projeto do
sistema.

56/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


a oportunidade de reunir, em Belo Hori-
Para saber mais zonte, uma quantidade representativa de
entidades de diversos ramos, propondo es-
A equipe do CRESESB apresentou em 2008 o pro-
tratégias e diretrizes para serem debatidas
tótipo de um carro solar capaz de transportar
no sentido de resultar em ações definitivas
uma carga de 70 kg com autonomia de 4 horas.
para o setor. A declaração de Belo Horizonte
Em 2015, alunos do MIT projetaram o SERVe (So-
identificou a necessidade de um centro de
lar Eletric Road Vehicle) com autonomia de 145
referência para as energias solar e eólica no
quilômetros.
Brasil, sendo assim, instalado no CEPEL, por
recomendação dos ministérios de Minas e
1. CRESESB
Energia e da Ciência e Tecnologia.
O CRESESB é uma instituição implementada
no CEPEL (Centro de Pesquisas de Energia
Elétrica) com a finalidade de estudar ener-
gias renováveis, como a eólica e a solar. Em
1994 foi realizado um encontro para a defi-
nição das diretrizes para o desenvolvimento
das energias solar e eólica no Brasil, tendo
57/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar
O Planejamento Estratégico Tecnológico do CEPEL prevê sua atuação: em
fontes não convencionais de energia onde estas possam representar solu-
ções técnicas economicamente viáveis; na busca de tecnologias que pos-
sam ampliar o atendimento com energia elétrica às propriedades e comu-
nidades rurais; e na ampliação da capacitação tecnológica em fontes não
convencionais de geração. (CRESESB, [s.d])
As estratégias do centro de referência são coletar e difundir conhecimentos e experiências por
meio de publicações e treinamento, além de apoiar soluções tecnológicas e critérios de unifor-
midade de avaliação.
Segundo o órgão do CRESESB, a sua missão é promover o desenvolvimento das energias solar e
eólica por meio da difusão de conhecimentos, da ampliação do diálogo entre as entidades envol-
vidas e do estímulo à implementação de estudos e projetos.

58/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


1.1 Dados de Irradiação Solar no da linha do Equador, embora tenham alguns
Brasil estados acima da linha do Equador, a região
Norte (N).
Para a obtenção da intensidade da irradia-
ção do local, primeiramente são necessá-
rias as coordenadas de latitude e longitude
Link
O Google Maps é uma excelente ferramenta para
do local. Para isso, pode ser utilizado o site
a obtenção de dados geográficos. GOOGLE Maps.
do Google Maps, no qual você indica o local
Disponível em: <https://www.google.com.br/
e ele fornece as informações requeridas. No
maps>. Acesso em: 14 jun. 2017.
Brasil a longitude se apresentará com um
número negativo ou seguido da letra “O”
ou de “W”, pois toda a extensão do territó-
rio nacional se encontra na região Oeste da
linha de Greenwich; já a latitude poderá ser Após obter os dados de latitude e longitude
apresentada de duas formas: por um núme- do local onde será instalado o sistema solar,
ro positivo ou pela letra “N” ou por um nú- é necessário entrar no site do CRESESB, cli-
mero negativo ou a letra “S”, pois a maior car na aba “Potencial Energético” e depois
parte do país se encontra na região Sul (S) na aba “Potencial Solar”; na área Coordena-
da Geográfica basta escrever as coordena-
59/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar
das de Latitude e Longitude, não se esquecendo de verificar na parte de Latitude se é Norte ou
Sul. Após os dados inseridos, clicar em buscar. Algumas localidades contêm os dados da cidade,
porém algumas cidades não têm estações de monitoramento de irradiação instaladas, sendo
necessária a escolha da cidade mais próxima. Ao ser realizada essa escolha, caso necessário, será
apresentada uma imagem semelhante à Figura 3.1.
Figura 3.1 | Apresentação de dados do site CRESESB

Fonte: CRESESB ([s.d.]).

60/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


No título da tabela é mostrado o nome da localidade, o Estado da Federa-
ção. Os dados da tabela mostram a irradiação solar diária média mensal
(kWh/m2.dia) para todos os meses do ano, a partir de janeiro. Adicional-
mente são mostrados o valor da menor irradiação diária média mensal
(Mínimo), da maior irradiação diária média mensal (Máximo), da irradia-
ção diária média anual (Média) e da diferença entre a máxima e a mínima
(Delta). (CRESESB, [s.d.])
Os dados obtidos serão fundamentais para o projeto de um sistema que colete a energia solar,
independente se este tem finalidade de produção de energia elétrica ou energia térmica.

Para saber mais


A energia solar que atinge a Terra corresponde a 6 800 kJ/m²/dia no norte da Europa e a 23 000 kJ/m²/dia
nas regiões próximas à linha do Equador. Anualmente, a insolação no território norte-americano é 2 000
vezes maior que a quantidade de energia gerada pela produção de carvão do país (HINRICHS, KLEINBACH
e REIS, 2016, p. 199).

61/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


2. Sistemas de Energia Solar 2.1 Aquecimento

Os sistemas de energia solar são dois: ener- As placas aquecedoras têm um igual fun-
gia solar para aquecimento e energia solar cionamento independente da marca, o qual
para produção de energia. Cada equipa- consiste na circulação da água pelas placas
mento tem sua forma de utilização e, con- para serem aquecidas e armazenadas no
sequentemente, de eficiência. boiler. Cada placa tem uma eficiência espe-
cífica sendo calculada de forma empírica,
isso significa que são necessários vários da-
Link dos do fabricante para o dimensionamento
O Greenpeace é uma entre várias ONGs que
poder ser feito dentro do projeto, como a
apoiam o uso de energia solar. GREENPEACE.
área da placa, a potência e a eficiência.
Energia Solar. Disponível em: <http://www. Após esses dados fornecidos pelo fabrican-
greenpeace.org/brasil/pt/O-que-fazemos/ te, utiliza-se a equação a seguir para esti-
Clima-e-Energia/juventude-solar/energia- mar a demanda energética mensal em kWh:
-solar/>. Acesso em: 1 jun. 2017.

62/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


Em que: residências pode ser feito um questioná-
DE: Demanda Energética Mensal, em kWh. rio com perguntas abrangentes para os
residentes e assim se calcular o consumo,
V: Volume de água quente em m3. ou considerar um consumo médio diário,
ρ: Massa específica da água (1 000 Kg/m3, como o seguinte:
em condições ambientes).
• Duchas: 40 a 60 L/banho.
Cp: Calor específico da água (4,18 kJ/Kg.°C).
• Cozinha: 10 a 15 L/pessoa.
TA: Temperatura de armazenagem da água
• Lavatório e ducha higiênica: 3 a 5 L/
quente em °C (50 °C, em média).
pessoa. 
TF: Temperatura de água fria em °C (40 °C,
• Lavanderia: 10 a 15 L/kg de roupa
em média).
seca.
Nesse caso o volume de água quente ne-
O volume de água quente é a quantidade cessário é apenas uma soma desses con-
consumida em um dia. No ramo industrial, sumos levando em conta a quantidade de
essa quantidade é medida no hidrômetro residentes.
da máquina ou por cálculos no local, em

63/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


Ao fim calcula-se a área média coletora necessária segundo a equação:

Após isso é realizado um gráfico com os 12 meses do ano e feito um cálculo de média de área.
Utilizando a área de cada placa, é possível assim descobrir a quantidade mínima de placas re-
queridas para o sistema.

Para saber mais


De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma pessoa necessita de um consumo mínimo de
110 litros de água por dia.

2.2 Energia Elétrica

As placas fotovoltaicas têm um funcionamento igual, independente da marca, e consistente na


criação de uma diferença de potencial elétrico, gerando assim uma corrente elétrica.

64/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


Cada placa tem uma determinada eficiên- energia elétrica necessária no imóvel para
cia, potência e área do painel, as quais são todos os equipamentos elétricos, basta re-
disponibilizadas pelo fornecedor da pla- alizar um cálculo da média de consumo de
ca fotovoltaica. Com essas informações, é energia do imóvel por meio da conta de
possível calcular a energia produzida pelo energia elétrica fornecida pela concessioná-
painel fotovoltaico por meio da equação: ria quando o sistema for grid-tie. Quando o
sistema for off-grid, requer-se a elaboração
de uma tabela com todos os equipamentos
Em que: que serão utilizados junto com o tempo de
utilização e a potência de cada aparelho.
Ep: Energia Produzida pelo Painel Fotovol-
taico Mensal (kWh). Para o valor da insolação diária, é emprega-
do o valor da irradiação média anual (Mé-
Id: Insolação Diária (kWh/m2.dia) obtida no
dia) para sistemas grid-tie e menor irradia-
site do CRESESB.
ção diária média mensal (Mínimo) para sis-
Ap: Área do painel Fotovoltaico em m2. temas off-grid.
: Eficiência do Painel (adimensional).
Para saber qual deve ser a quantidade de

65/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


3.1 Prática: Energia Térmica
Para saber mais Em uma residência situada na cidade de São
O Atlas de Energia Elétrica da ANEEL (Agência
Paulo com quatro ocupantes, será instalado
Nacional de Energia Elétrica) contém dados so-
um sistema de aquecedor solar apenas para
bre a energia solar. ENERGIA Solar. Disponível
banhos. Deseja-se saber a quantidade de
em: <http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/
placas de aquecimento que deve ser insta-
atlas/pdf/03-Energia_Solar(3).pdf>. Acesso
lada, considerando que cada placa contém
em: 17 jun. 2017.
1,72 m2 de área de aquecimento. Obser-
vação: a Figura 3.2 deve ser utilizada para
3. Exemplificações o valor de Produção Específica de Energia,
dado que é referente à placa aquecedora
A seguir, serão realizados exercícios que nos
utilizada, cujos dados são fornecidos pela
auxiliarão no entendimento dos cálculos de
empresa produtora da placa.
produção de energia por meio da radiação
solar.

66/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


Figura 3.2 | Produção de Energia X Clima Coletor Vertical KPU.5 (1,72 m2)

Fonte: adaptado de Cardoso (2008).

Resolução
Considerando que para cada banho sejam consumidos 60 litros de água, temos que para quatro
habitantes serão 240 litros diários, se dividirmos pelo fator de conversão 1 000, o valor será 0,24
m3. Utilizando a equação de Demanda Energética Mensal temos:

67/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


Com a demanda energética mensal calculada, é necessário calcular a área coletora para cada
mês utilizando a expressão:

A Tabela 3.1 apresenta o resultado mensal da área coletora (A em m²) para a cidade de São Paulo.
Observe que os resultados foram arredondados e utilizadas duas casas decimais.
Tabela 3.1 | Área coletora mensal

Mês Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DE 83,6 83,6 83,6 83,6 83,6 83,6 83,6 83,6 83,6 83,6 83,6 83,6
PEE 100 105 110 90 80 75 85 90 85 90 85 85
A 0,84 0,80 0,76 0,93 1,05 1,12 0,98 0,93 0,98 0,93 0,98 0,98
Fonte: elaborado pelo autor.

68/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


Após ser feito o cálculo para a área de coleta a cada mês, pode ser realizado um gráfico de barras
para melhor visualização, como mostra a Figura 3.3.
Figura 3.3 | Área coletora mês a mês

Fonte: elaborado pelo autor.

Restando agora o cálculo da média de consumo no ano, representado pela soma da área dos 12
meses e dividindo por 12, pois corresponde ao período em questão, que resulta em 0,94 kWh/

69/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


m2/mês. Para saber o número de placas, é necessário dividir a média de área pela área de cada
placa (1,72 m2), obtendo 0,55, sendo assim é necessária uma placa.

3.2 Exercício de Energia Elétrica

Um imóvel situado na cidade de São Paulo tem o consumo anual como o mostrado na tabela 3.2.
Considerando que serão utilizadas placas fotovoltaicas com potência igual a 250 W, área 1,1 m2
e eficiência de 11%, qual deverá ser a quantidade mínima de placas a serem instaladas conside-
rando um sistema grid-tie?
Tabela 3.2 | Consumo anual de um imóvel na cidade de São Paulo em kWh/mês

Mês Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Consumo
118 118 142 142 140 130 140 136 130 120 110 80
(kWh/mês)
Fonte: elaborado pelo autor

Resolução:
Realizando o cálculo da média do consumo da residência, que é a soma do consumo dos 12 me-
ses e depois dividindo por 12, por serem 12 meses, o consumo anual médio desse imóvel é de
125,5 kWh/mês.
70/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar
O índice da maior radiação diária média mensal na cidade de São Paulo foi de 4,83 kWh/m2.dia
referente ao mês de fevereiro, como pode ser visto na Figura 3.4.
Figura 3.4 | Irradiação solar na cidade de São Paulo

71/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


Fonte: CRESESB ([s.d]).

Com esses dados, é possível calcular a Energia Produzida pelo Painel Fotovoltaico Mensalmen-
te (Ep):
72/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar
Ep = 4,83 . 1,1 . 0,11 . 30
Ep = 17,5 kWh/mês
Para calcular a quantidade de placas, re-
quer-se a divisão do consumo anual mé-
dio do imóvel (125,5 kWh/mês) pela ener-
gia produzida pelo painel fotovoltaico (17,5
kWh/mês), resultando em 7,17, ou melhor,
8 placas.

73/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


Glossário
Custo-benefício: relação entre o investimento, o valor gasto e o que se recebe como lucro.
Missão: detalhamento da razão de ser da empresa e o que ela pretende oferecer à sociedade.
Planejamento estratégico: dar forma aos negócios e produtos de uma empresa.

74/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar


?
Questão
para
reflexão

Você viu como a energia solar térmica e solar elétrica


podem ser produzidas utilizando poucos equipamen-
tos. Reflita como a combinação de aquecedores solares
e placas fotovoltaicas pode ser eficiente e aumentar a
relação custo-benefício para um imóvel.

75/220
Considerações Finais

• O CRESESB tem uma importante função para coleta de dados no uso da


energia solar.
• Sistemas de aquecedores solares utilizam apenas os dados de água quente
para os cálculos da quantidade de placas necessária.
• Sistemas fotovoltaicos utilizam todos os equipamentos elétricos para os
cálculos da quantidade de placas necessária.
• Média é uma ferramenta estatística muito utilizada para sistemas de ener-
gia solar.

76/220
Referências

CARDOSO, Leonardo Chamone. Dimensionamento e Instalação de Aquecedor Solar. Téchne, ed.


136, jul. 2008. Disponível  em:  <http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/136/artigo285727-4.
aspx>. Acesso em: 18 maio 2017. 

CENTRO de Referência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de S. Brito. Disponível em: <http://
www.cresesb.cepel.br/index.php?>. Acesso em: 1 jun. 2017.

CRESESB.  Carro Solar do CRESESB.  Disponível  em:  <http://www.cresesb.cepel.br/index.php?-


section=com_content&cid=carro_solar>. Acesso em: 18 maio 2017. 

__________. Metas e Linhas de Ação do CRESESB. Disponível em: <http://www.cresesb.cepel.br/


download/o_cresesb/missao_estrategia_CRESESB.pdf>. Acesso em: 18 maio 2017. 

ENERGIA Solar. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/03-Energia_So-


lar(3).pdf>. Acesso em: 17 jun. 2017.
GREENPEACE. Energia Solar. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/O-que-fa-
zemos/Clima-e-Energia/juventude-solar/energia-solar/>. Acesso em: 1 jun. 2017.

GOOGLE Maps. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps>. Acesso em: 14 jun. 2017.


HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin; REIS, Lineu Belico dos. Energia e meio ambiente. São
Paulo: Cengage Learning, 2016.
77/220 Unidade 3 • Aplicabilidades da Energia Solar
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Bloco I Bloco II
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985d15024cd957d0b2874fa5db078128>. e5acbb088e1ea43863aaa62fa71283b5>.

78/220
Verificação de Leitura

Para os exercícios de 1 a 5, utilize as seguintes informações:


Em uma residência será instalado um sistema de aquecedor solar com placas de 1,72 m2 de área
de aquecimento. A figura que segue deve ser utilizada para o valor de Produção Específica de
Energia.
Figura 3.5 | Produção de Energia X Clima Coletor Vertical KPU.5 (1,72 m2)

Fonte: adaptado de Cardoso (2008).

79/220
Questão 1
1. Assinale a alternativa que apresenta, aproximadamente, a produção de
energia em Salvador no mês de março.

a) 140 kWh/mês.
b) 160 kWh/mês.
c) 120 kWh/mês.
d) 100 kWh/mês.
e) 60 kWh/mês.

80/220
Questão 2
2. Assinale a alternativa que indica, aproximadamente, a produção de ener-
gia em Curitiba no mês de agosto.

a) 130 kWh/mês.
b) 60 kWh/mês.
c) 120 kWh/mês.
d) 100 kWh/mês.
e) 80 kWh/mês.

81/220
Questão 3
3. Assinale a alternativa que apresenta a demanda de energia para a residên-
cia, caso seja utilizada apenas para banhos de 6 residentes e o imóvel estiver
situado em Belo Horizonte.

a) 125,4 kWh/mês.
b) 140,8 kWh/mês.
c) 150 kWh/mês.
d) 111,1 kWh/mês.
e) 118,6 kWh/mês.

82/220
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Qual será a área coletada em Belo Horizonte
no mês de fevereiro?

a) 1,9 kWh/m2/mês.
b) 0,8 kWh/m2/mês.
c) 1,5 kWh/m2/mês.
d) 1,1 kWh/m2/mês.
e) 2,0 kWh/m2/mês.

83/220
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Qual será a quantidade de placas aquece-
doras para a residência, caso seja utilizada apenas para banhos de 6 resi-
dentes e o imóvel estiver situado em Belo Horizonte?

a) 1 placa.
b) 3 placas.
c) 4 placas.
d) 5 placas.
e) 7 placas.

84/220
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: D.

O gráfico tem escada de 20 kWh/mês, sen- O cálculo da área de coleta para fevereiro é
do assim o valor é de 160 kWh/mês, como realizado pela equação:
pode ser visto na figura.

2. Resposta: E.
O gráfico tem escada de 20 kWh/mês, sendo 5. Resposta: A.
assim o valor é de 80 kWh/mês, como pode
A média de área de coleta é 0,99 m2, sendo
ser visto na figura.
as placas de 1,72 m2, a quantidade de pla-
cas necessária é de 1 placa.
3. Resposta: A.

O cálculo da Demanda de Energia (DE) é fei-


to pela equação:

85/220
Gabarito
Com a demanda energética mensal calculada, é necessário calcular a área coletora para cada
mês, conforme a equação:

Utilizando os valores de PEE encontrados na figura e a equação para área coletora, temos os se-
guintes resultados mensais:
Mês Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DE 125,4 125,4 125,4 125,4 125,4 125,4 125,4 125,4 125,4 125,4 125,4 125,4
PEE 115 110 145 145 140 135 140 145 130 125 105 100
A 1,09 1,14 0,86 0,86 0,90 0,93 0,90 0,86 0,96 1,00 1,19 1,25

A área média corresponde ao somatório das áreas coletoras mensais dividido por 12 meses, o
que resulta em: 0,99 kWh/m²/mês. Finalmente, podemos obter o número de placas dividindo a
área média calculada pela área da placa (1,72 m²), resultando em 0,58, ou seja, uma placa.

86/220
Unidade 4
Particularidades da Energia Solar

Objetivos

1. Apresentar os dados referentes à


energia solar no Brasil.
2. Informar sobre o panorama da energia
solar em diversos países do mundo.
3. Identificar aspectos da evolução do
consumo de energia solar.

87/220
Introdução

A energia solar teve um crescimento im- correspondendo a 70% de toda a energia


portante e constante em muitos países do solar do mundo.
globo durante o século XX. Isso foi devido Segundo a Agência Internacional de En-
à rápida melhoria do projeto voltada para ergia, a energia solar poderá em 2050 ser
células fotovoltaicas. Resumidamente, responsável por 11% da oferta mundial de
essa tecnologia é representada por quatro energia elétrica, o que seria equivalente a
momentos: aplicação espacial, alternativa 5 mil TWh, cobrindo uma área de 8 mil km2
para o petróleo (crise 1970), pagamento de em painéis fotovoltaicos. A título de com-
tarifas-prêmio (1990) e energia solar como paração, essa área é 1,5 vez a área do Dis-
uma alternativa competitiva com fontes trito Federal (TOLMASQUIM, 2016).
convencionais.
No ano de 2014, a potência instalada de
geração de energia solar fotovoltaica no
mundo foi de 180 GW, o que representa 40,2
GW a mais que no ano de 2013. Em 2013
os cinco países que apresentaram a maior
potência instalada foram Alemanha, China,
Japão, Itália e Estados Unidos da América,
88/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar
moradores que instalassem placas fotovol-
Link taicas, fazendo com que seus cidadãos ge-
rassem sua própria eletricidade e vendes-
O primeiro avião movido a energia solar comple- sem o excedente para os vizinhos a preços
tou uma volta ao mundo rodando 43 mil quilô- competitivos. Isso fez com que a geração de
metros sem combustível. PRIMEIRO avião movi- energia solar aumentasse 300 vezes entre
do a energia solar completa volta ao mundo. G1, 2000 e 2011. A quantidade de energia solar
26 jul. 2016. Disponível em: <http://g1.globo. gerada foi tão grande que entre 12 h e 13 h
com/jornal-nacional/noticia/2016/07/pri- do dia 26 de maio de 2012 o país gerou 22
meiro-aviao-movido-energia-solar-com- GW de eletricidade apenas com energia do
pleta-volta-ao-mundo.html>Acesso em: 2 sol, um recorde mundial, pois isso é o equi-
jun. 2017. valente a 1,5 vez a produção de energia de
Itaipu no mesmo período. Na média mensal,
1. Cenário – Alemanha as placas fotovoltaicas geraram, em 2012,
10% da energia consumida no país (FELITTI,
Em 2010, 20% da energia da Alemanha era 2012).
proveniente de energia atômica. Esse cená-
rio se alterou, pois no ano de 2000 o gover- Em 2012 o país detinha 31% do mercado
no passou a oferecer um subsídio para os global de energia solar, o que corresponde a
89/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar
um acréscimo de 7,6 GW na planta energé- 2. Cenário – China
tica do país, gerando, em 2011, um inves-
timento de US$ 17 bilhões em energia lim- No ano de 2012, a China foi o país que mais
pa, fazendo com que sejam gerados 44% da investiu no setor de energias renováveis, US$
energia solar produzida na Europa (TERRA, 67 bilhões, sendo que aproximadamente
2013). 37% deste valor foi aplicado em tecnologia
solar; investimento que garantiu a segunda
colocação no ranking dos países com maior
capacidade instalada: 5,5 GW de potência,
Para saber mais só em 2012. O país mantém uma política de
Em 1921, o Prêmio Nobel da Física foi atribuído incentivo à instalação de sistemas de ener-
ao alemão Albert Einstein por experimentos com gia solar de pequena escala com subsídios
energia solar e solar fotovoltaica. SANTOS, C. A. para tentar diminuir a dependência energé-
dos. O Prêmio Nobel de Einstein. Disponível em: tica do carvão (TERRA, 2013).
<http://www.if.ufrgs.br/einstein/efeitofo-
Segundo a Organização Mundial da Saúde
toeletricopremionobel.html>. Acesso em: 2
(OMS), em 2016, a China detinha o título de
jun. 2017.
pior índice de poluição do ar, mesmo sen-
do o país que mais produziu energia solar.
90/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar
Segundo o NEA, a capacidade fotovoltaica podendo causar ataques cardíacos prema-
chinesa mais que dobrou em 2016, subindo turos, câncer de pulmão, acidente vascular
para 77,42 GW, acréscimo de 34,54 GW só cerebral e problemas respiratórios.
em 2016. Considerando que uma cidade de
1,5 milhão de habitantes consome em mé-
dia 1 GW, a China demonstrou todo o poder Para saber mais
de sua capacidade fotovoltaica. Com o ob- Na China, para economizar espaço e diminuir
jetivo de até 2020 instalar mais de 110 GW a perda com temperatura de painéis fotovol-
em energia solar, ela pretende manter um taicos, estão sendo construídas usinas solares
investimento nesta área de US$ 360 bilhões flutuantes. Recomendamos a leitura de MAIOR
em projetos e subsídios. Esse investimento usina solar flutuante do mundo começa a ge-
ocorreu no momento mais crítico da Chi- rar energia. Engenheiro na Web, 26 maio 2017.
na, pois em dezembro de 2016 dez cidades Disponível em: <https://engenheironaweb.
decretaram alerta vermelho por apresenta- com/2017/05/26/maior-usina-solar-flu-
rem nível de partículas tóxicas até 30 vezes tuante-do-mundo-comeca-a-gerar-ener-
maior que o limite permitido pela OMS. Essa gia/>. Acesso em: 2 jun. 2017.
névoa poluente, chamada “smog”, reduz a
visibilidade a quase zero, cancelando voos e

91/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar


3. Cenário – Itália Em 23 de novembro de 2010, a Itália inau-
gurou, na época, a maior usina de energia
Segundo relatório da Joint Research Centre solar com capacidade de 70 MW, podendo
da Comissão Europeia, a Itália foi o segundo abastecer 17 mil residências. A usina fica
país da Europa com maior geração de ener- na província de Rovigo, norte da Itália, e sua
gia solar em 2011, gerando 12,8 GW, 20% utilização vai evitar a emissão de 40 mil to-
do produzido no continente, ficando atrás neladas de gás carbônico para a atmosfera,
apenas da Alemanha. Em caráter global, a isso é equivalente a 8 mil carros sendo tira-
Itália ficou em terceiro em capacidade de dos de circulação (TERRA, 2013).
geração e em quarto no quesito investimen-
A Itália gerou 5 GW em 2010, 12,8 GW em
to, ficando apenas atrás de Estados Unidos,
2011, porém, em 2012, houve uma queda
China e Alemanha, com um investimento
de 53% na produção, mesmo com um in-
total de 21 bilhões de euros (TERRA, 2013).
vestimento de US$14,1 bilhões de dólares.
Entre os anos de 2007 e 2010, foi investi-
do US$ 1,4 trilhão em energia fóssil, caso 4. Cenário – Estados Unidos
tivesse sido destinado à energia solar, esse
investimento seria capaz de gerar 340 GW Segundo o EIA (Administração de Informa-
(MAIOR, [s.d]). ção de Energia), de 2010 a 2014, a capaci-
92/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar
dade de energia solar aumentou 418% nos ficou em 3,3 GW, sendo equivalente a 7% da
Estados Unidos, indo de 2,3 GW para 12 GW, energia solar global, enquanto em 2009 era
sendo isso equivalente a um salto de 0,2% de 10 %. Para tentar reverter esse quadro, foi
para 1,13% da energia elétrica total do país. criado um incentivo para a instalação de pai-
Mais da metade dessas instalações foi fei- néis fotovoltaicos (CUSICK, 2014).
ta por donos de empresas e residências que Apenas em 2013, 700 MW de capacidade
participam de programas de mediação lí- termossolar foi disponibilizada com a con-
quida dos serviços. Essas mediações permi- clusão de três grandes usinas no estado
tem a venda do excesso da capacidade de do Arizona e duas no estado da Califórnia
energia à sua fornecedora de energia a pre- (TERRA, 2013).
ço de varejo (TERRA, 2013).
Em 2014 a Califórnia se destacou como o
Os Estados Unidos e o Japão foram um dos maior produtor, com 38% do total do país;
precursores na implantação da tecnologia estados como Massachusetts e Nova Jersey
de geração de energia solar por placas foto- também têm produções significativas. Se-
voltaicas. Apesar disso, em 2012 o país ain- gundo o EIA, esses setores têm fortes pers-
da era o quarto colocado no ranking dos que pectivas de crescimento em curto prazo com
mais investiram em energia solar. Em 2012 a instalações fotovoltaicas de grande escala
capacidade instalada de energia solar no país e usinas termossolares (CUSICK, 2014).
93/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar
tores nucleares foram desligados para pas-
Link sar por inspeções de segurança. No final de
maio de 2012, o reator na ilha de Hokkaido
O Google criou uma ferramenta chamada Project foi fechado, e assim permanece a fim de eli-
Sunroof com a finalidade de verificar a disponibi- minar gradativamente toda a matriz ener-
lidade do uso de energia solar no telhado de um gética nuclear do Japão (TERRA, 2013).
imóvel. PROJECT Sunroof. Disponível em: <ht-
tps://www.google.com/get/sunroof#p=0> Em 2012 o governo japonês criou o pro-
Acesso em: 2 jun. 2017. grama denominado FIT (Feed-in-tariffs),
obrigando serviços públicos locais a com-
5.Cenário – Japão prarem 100% da energia gerada a partir de
instalações solares que tenham capacidade
Em março de 2011, ocorreu um terremoto maior que 10 kW pelo período de 20 anos.
no mar do Japão, ocasionando um tsunami Neste ano o aumento de investimentos na
em Fukushima, que resultou num grande área foi de 56%, chegando a US$ 13,1 bi-
desastre na usina nuclear da cidade. Com lhões (EFE, 2012).
esse evento, o país passou a apostar na Em 2013 a usina solar Kagoshima Nanat-
energia solar como forma de superar sua sujima Mega Solar Power Plant, com ca-
crise energética. Após a catástrofe, 54 rea- pacidade de 70 MW, iniciou sua operação
94/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar
ocupando uma área de 1,2 milhão de metro
quadrado. A usina contém 290 mil painéis Para saber mais
fotovoltaicos e fica situada na região sul do Após o desastre de Fukushima, muitos países pas-
país. Em 2017, a capacidade acumulada de saram a discutir sobre o uso de fontes de energia
energia solar no país atingiu 6,7 GW, com in- nuclear haja vista as consequências geradas. AL-
vestimento de US$ 16 bilhões, fazendo com MEIDA, Thiago. Fukushima: 5 anos depois, a ener-
que seja responsável pela geração de 7% do gia nuclear ainda é um fantasma que nos ron-
mercado mundial de energia solar. O apoio da. Greenpeace, 11 mar. 2016. Disponível em:
do governo para implementação da ener- <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/
gia solar no país foi considerado três vezes fukushima-5-anos-depois-a-energia-nucle-
maior do que o oferecido pelos governos de ar-ain/blog/55827/>. Acesso em: 2 jun. 2017.
Alemanha e China (TERRA, 2013).
6. Cenário – Espanha

Na Espanha a produção de energia para


autoconsumo é livre de impostos e muito
atrativa aos habitantes do país. Em 2013
a Espanha enfrentou um déficit de US$ 40

95/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar


bilhões por nunca ter repassado à popula- 7. Cenário – Austrália
ção o custo da produção de energia elétri-
ca solar. Dessa forma, a opção do governo Em 2013 a Austrália comemorou ter atin-
foi reduzir os pagamentos feitos aos 60 mil gido a marca de um milhão de residências
produtores de energia solar no país. Essa foi com painéis fotovoltaicos instalados. O país
a decisão tomada em vez de gerar um au- contém uma ambiciosa política de incen-
mento de 40% no preço da energia ao con- tivo à microgeração de energia, denomi-
sumidor (DALEY, 2014). nado por Esquema de Energias Renováveis
de Pequena Escala (Small-scale Renewable
Com uma geração de apenas 5 GW em
Energy Scheme), cujo princípio é uma ajuda
2016, o governo afirma estar interessado
financeira a qualquer residente que almeja
no aumento da geração de energia solar de
instalar alguma forma de geração limpa de
forma progressiva, fazendo com que novos
energia na residência.
geradores de energia solar sem a autoriza-
ção do governo sofram multas, o país até Em 2013, a Austrália era o maior exportador
este momento não possui subsídios e gran- de carvão do planeta e tem como principal
des incentivos. fonte de energia na sua matriz a queima
deste combustível fóssil. Em 2017, o país
estipulou uma meta que 20% de sua matriz
96/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar
energética deve ser formada por energias 9. Cenário – Brasil
renováveis (DORIA, 2013).
O Brasil localiza-se em uma região com in-
8. Cenário – Bélgica cidência mais vertical dos raios solares, o
que beneficia altos índices de irradiação em
Em 2011 foi construído um túnel com apro- extensa faixa do país, conforme pode ser
ximadamente 3 km de extensão utilizando visto na Figura 4.1 (PORTAL BRASIL, 2016).
painéis fotovoltaicos. Esses painéis forne-
cem energia elétrica para a estação central
além de garantir o funcionamento dos pró-
prios trens. São 16 mil painéis solares ge-
rando 3,3 MW/h, o que equivale à metade
da energia elétrica consumida pela estação
no mesmo período.

97/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar


Figura 4.1| Distribuição da irradiação solar no plano inclinado – Brasil

Fonte: adaptado de Tolmasquim (2016).

98/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar


Com a Resolução n° 482/2012 da ANEEL ses leilões foram feitos na modalidade de
(Agência Nacional de Energia Elétrica), pas- energia reserva.
sou a ser permitido que todo cidadão use O potencial de energia solar no Brasil é
seu telhado para gerar a própria eletrici- imenso, principalmente na região nordeste.
dade e receber descontos na conta de luz. O ministério de Minas e Energia lançou em
Segundo o EPE (Empresa de Pesquisa Ener- 2016 o Programa de Geração Distribuída de
gética), se todo potencial teórico de gera- Energia Elétrica (ProGD) com o objetivo de
ção de energia solar fosse instalado em to- estimar a geração de energia para autocon-
das as residências brasileiras, seria possível sumo com base em fontes de energia reno-
abastecer duas vezes o consumo residencial váveis, em especial a fotovoltaica. Segundo
do país, referente a 2016, podendo signifi- o governo do país, existe o potencial para a
car uma economia de R$95 bilhões por ano instalação de 23,5 GW até o ano de 2030.
para a população.
Segundo o ministério de Minas e Energia, a
Em 2014 ocorreu no país o primeiro leilão partir de 2018 o país deverá estar entre os
de energia solar com capacidade de 890 20 países com maior geração de energia
MW, já em 2015 foram mais dois leilões solar. Com o Plano Decenal de Expansão de
totalizando 2653 MW com perspectiva de Energia (PDE-2014), é estimada a capaci-
início de operação entre 2017 e 2018. Es- dade instalada de geração solar de 8,3 GW
99/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar
em 2024. Estimam também que em 2050,
18% dos domicílios no Brasil terão produ-
ção de energia fotovoltaica, resultando em
8,6 TWh (PORTAL BRASIL, 2016).

Link
No site do CRESESB é possível encontrar links
que direcionam para as legislações relaciona-
das com as energias renováveis. Disponível em:
<http://www.cresesb.cepel.br/index.php?-
section=com_content&cid=leis>. Acesso
em: 2 jun. 2017.

100/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar


Glossário
EIA: Agência Internacional de Energia.
NEA: Administração Nacional de Energia.
Smog: um dos principais problemas socioambientais latentes no espaço geográfico das cidades,
fruto da poluição intensiva por parte das práticas humanas.

101/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar


?
Questão
para
reflexão

Você viu como a energia solar fotovoltaica é importante


em muitos países, participando cada vez mais da matriz
energética. Reflita como a posição do governo, com au-
xílios e subsídios, sobre a instalação de sistemas foto-
voltaicos pode ajudar ou não na difusão da energia solar
fotovoltaica.

102/220
Considerações Finais
• A Alemanha oferece um subsídio para os moradores que instalarem placas
fotovoltaicas.
• O Japão reduziu a energia nuclear de sua matriz energética.
• Estados Unidos e Japão foram os primeiros países a implementar a energia
solar na sua matriz energética.
• O Brasil tem um grande potencial em relação à energia solar.

103/220
Referências

ALMEIDA, Thiago. Fukushima: 5 anos depois, a energia nuclear ainda é um fantasma que nos
ronda. Greenpeace, 11 mar. 2016. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/
fukushima-5-anos-depois-a-energia-nuclear-ain/blog/55827/>. Acesso em: 2 jun. 2017.

CRESESB. Legislação Brasileira.  Disponível  em:  <http://www.cresesb.cepel.br/index.php?sec-


tion=com_content&cid=leis>. Acesso em: 2 jun. 2017. 

CUSICK, Daniel.  Energia solar nos Estados Unidos aumenta 400% em quatro anos.  24 abr.
2014. Disponível  em: <http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/energia_solar_americana_au-
menta_400__em_quatro_anos.html>. Acesso em: 2 jun. 2017. 
DALEY, Suzanne. Produção de energia solar sofre recuo na Espanha. Folha de S. Paulo, 4 fev. 2014.
Disponível  em:  <http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/02/1406121-producao-de-ener-
gia-solar-sofre-recuo-na-espanha.shtml>. Acesso em: 2 jun. 2017. 
DORIA, Carlos A. Austrália comemora a marca de um milhão de residências com painéis foto-
voltaicos. 10 abr. 2013. Disponível em: <https://petroleiroanistiado.wordpress.com/2013/04/10/
energia-solar-na-australia/>. Acesso em: 2 jun. 2017. 

EFE. Japão desliga neste sábado seu último reator nuclear em atividade. G1, 5 maio 2012. Dis-
ponível  em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/05/japao-fica-sem-nenhum-reator-nu-
clear-em-funcionamento-apos-42-anos.html>. Acesso em: 2 jun. 2017. 
104/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar
FELITTI, Chico. Alemanha bate recordes de produção de energia solar. [S.l.]: Galileu, 2012. Dis-
ponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI314126-18537,00-ALEMAN-
HA+BATE+RECORDES+DE+PRODUCAO+DE+ENERGIA+SOLAR.html>. Acesso em: 2 jun. 2017. 

MAIOR usina solar flutuante do mundo começa a gerar energia. Engenheiro na Web, 26 maio
2017. Disponível em: <https://engenheironaweb.com/2017/05/26/maior-usina-solar-flutuante-
-do-mundo-comeca-a-gerar-energia/>. Acesso em: 2 jun. 2017.

PORTAL Brasil. Brasil estará entre os 20 países com maior geração solar em 2018. 3 jan. 2016.
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2016/01/brasil-estara-entre-os-20-pais-
es-com-maior-geracao-solar-em-2018>. Acesso em: 2 jun. 2017. 
PRIMEIRO avião movido a energia solar completa volta ao mundo. G1, 26 jul. 2016. Disponível
em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/07/primeiro-aviao-movido-energia-so-
lar-completa-volta-ao-mundo.html>Acesso em: 2 jun. 2017.

PROJECT Sunroof. Disponível em: <https://www.google.com/get/sunroof#p=0> Acesso em: 2


jun. 2017.
SANTOS, C. A. dos. O Prêmio Nobel de Einstein. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/einstein/
efeitofotoeletricopremionobel.html>. Acesso em: 2 jun. 2017.

105/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar


TERRA. Energia solar: veja países com maior capacidade instalada.  3 ago. 2013. Dis-
ponível  em: <https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/sustentabilidade/energia-solar-ve-
ja-paises-com-maior-capacidade-instalada,bdde94fdabe30410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.
html>. Acesso em: 2 jun. 2017. 
TOLMASQUIM, Maurício. (Org.). Energia Renovável: Hidráulica, Biomassa, Eólica, Solar, Oceâni-
ca. Rio de Janeiro: Epe, 2016. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/Documents/Energia Ren-
ovável - Online 16maio2016.pdf>. Acesso em: 2 jun. 2017.

106/220 Unidade 4 • Particularidades da Energia Solar


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1d/5baf8782d1c14c422be84144d4d768d0>. fd73be2a6844e588d42e2a400d3d5517>.

107/220
Questão 1
1. Assinale a alternativa que indica a porcentagem do mercado global em
energia solar que a Alemanha detinha em 2012.

a) 21%.
b) 31%.
c) 11%.
d) 41%.
e) 51%.

108/220
Questão 2
2. Assinale a alternativa correta. Qual país bateu o recorde de produção de
energia solar em maio de 2012?

a) Alemanha.
b) China.
c) Itália.
d) Japão.
e) Estados Unidos.

109/220
Questão 3
3. Assinale a alternativa que apresenta o investimento em energias reno-
váveis feito pela China em 2012.

a) US$ 57 bilhões.
b) US$ 47 bilhões.
c) US$ 37 bilhões.
d) US$ 67 bilhões.
e) US$ 77 bilhões.

110/220
Questão 4
4. Assinale a alternativa que apresenta o país que detinha em 2016 o pior
índice de poluição no ar.

a) Alemanha.
b) China.
c) Itália.
d) Japão.
e) Estados Unidos.

111/220
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Em 2011, qual a quantidade de energia
gerada pela Itália?

a) 11,3 GW.
b) 13,2 GW.
c) 14,4 GW.
d) 15,6 GW.
e) 12,8 GW.

112/220
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: B.

Em 2012 o país detinha 31% do mercado Em 2016 a China detinha o título de pior ín-
global de energia solar, gerando um acrés- dice de poluição do ar segundo a Organiza-
cimo de 7,6 GW. ção Mundial da Saúde.

2. Resposta: A. 5. Resposta: E.

Entre 12h e 13h do dia 26 de maio de 2012, Segundo relatório da Joint Research Centre
o país gerou 22 GW de eletricidade apenas da Comissão Europeia, a Itália foi o segundo
com energia do Sol, um recorde mundial. país da Europa com maior geração de ener-
gia solar em 2011, gerando 12,8 GW.
3. Resposta: D.

No ano de 2012, a China foi o país que mais


investiu no setor de energias renováveis:
US$ 67 bilhões.

113/220
Unidade 5
Conceitos em Energia Eólica

Objetivos

1. Apresentar as principais característi-


cas do vento.
2. Discorrer sobre a disponibilidade da
energia eólica.
3. Exibir um histórico da energia eólica.

114/220
Introdução

A energia eólica, ou seja, a energia que pro- vantagens e desvantagens relacionadas à


vém do vento, é utilizada há milênios por instalação e à operação.
diversos povos em variados momentos his-
tóricos. O seu princípio de funcionamento
baseia-se na transformação de uma ener-
Link
Para saber o posicionamento do vento e a sua
gia cinética de translação em energia ciné-
presença basta utilizar uma biruta. Aprenda a fa-
tica de rotação por turbinas. Antigamente,
zer uma com o Clube de Ciências. ROBÉRIO. Como
utilizava-se tração animal para poder moer
fazer uma biruta. Disponível em <http://robe-
grãos e realizar o bombeamento de água.
rioprofciencias.blogspot.com.br/2009/04/
Após a descoberta da energia dos ventos,
como-fazer-uma-biruta.html>. Acesso em: 1
todos esses equipamentos passaram a ope-
jun. 2017.
rar com energia eólica e receberam o nome
de moinhos de vento.
1. Disponibilidade de Recursos
Existem diversos geradores eólicos, cada
qual voltado para áreas diferentes, offsho- Ao contrário da energia solar, a energia eó-
re e onshore, e para alturas diferentes, por lica não está disponível em qualquer lugar
exemplo, os aerogeradores horizontais e e depende de diversos fatores. Para saber o
verticais, sendo que cada um deles tem suas potencial eólico de um determinado local,
115/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica
requer-se uma coleta e análise minuciosa quantidade variável dependendo da região
de dados dos ventos da região. Os dados e do continente, não sendo uniformemente
coletados por estações meteorológicas e distribuída. Alguns destes dados são apre-
aeroportos podem ser auxiliares, pois po- sentados na Tabela 5.1.
dem demonstrar uma tendência dos ventos
no local, auxiliando na decisão de se deve
ser feito um estudo minucioso no local para
a instalação de energias eólicas.
Segundo a ANEEL ([s.d]), para que seja con-
siderada tecnicamente viável a instalação
da energia eólica no local, é necessário que a
produção seja maior ou igual a 500 W/m2 em
uma altura equivalente a 50 m; o que signi-
fica uma velocidade mínima de vento entre
7 a 8 m/s. Segundo a Organização Mundial
de Meteorologia, apenas 13% da superfície
terrestre possui ventos iguais ou maiores
que 7 m/s a uma altura de 50 m, sendo essa
116/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica
Tabela 5.1 | Distribuição da área de cada continente segundo a velocidade média do vento

Região – Continente Velocidade do vento a 50 m de altura (m/s)


6,4 a 7 7 a 7,5 7,5 a 11,9
[10³ km²] [%] [10³ km²] [%] [10³ km²] [%]
África 3750 12 3350 11 200 1
Austrália 850 8 400 4 550 5
América do Norte 2550 12 1750 8 3350 15
América Latina 1400 8 850 5 950 5
Europa Ocidental 345 8,6 416 10 371 22
Europa Ocidental e ex-URSS 3377 15 2260 10 1146 5
Ásia (exceto ex-URSS) 1550 6 450 2 200 5
Mundo 13650 10 9550 7 8350 6
Fonte: adaptado de ANEEL ([s.d.]) apud Grubb e Meyer (1993).

É estimado que o potencial eólico bruto mundial seja de 500.000 TWh por ano. Porém, devido a
custos socioambientais, apenas 10% desse potencial pode ser utilizado, mas isso não é algo a
ser desconsiderado, pois mesmo esses 10% (50.000 TWh) são considerados mais que o dobro do
consumo mundial de eletricidade.

117/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica


Muitos historiadores acreditam que em me-
Link ados do ano 2800 a.C., os egípcios foram os
primeiros a utilizarem a energia dos ventos
No Rio Grande do Sul, existe um centro de visita- construindo velas para ajudar a força dos
ção sobre energias eólicas. As visitas são gratui- remos dos escravos. Outra forma que en-
tas. Disponível em: <http://complexoeolico- contraram para o uso da energia dos ventos
deosorio.com.br/br/agende_visita_pub_ge- é para tarefas rotineiras, como moagem de
ral.php>. Acesso em: 22 jun. 2017. grãos em substituição da força motriz ani-
mal.
2.Histórico da Energia dos Ven-
Alguns séculos antes de Cristo os persas
tos
passaram a utilizar a energia dos ventos,
A energia eólica é a energia que tem como foi em 700 d.C. que estes povos começa-
fonte a energia cinética proveniente de ram a construir moinhos de vento verticais
deslocamentos de massas de ar. Historica- elevados ou panemones para a moagem de
mente, a energia eólica era utilizada para grãos.
bombeamentos de água, moagem de grãos Muitas outras civilizações do Oriente Mé-
e outras formas de energia mecânica, como dio, como os mulçumanos, continuaram
deslocamento de navios. fazendo o que os persas iniciaram e cons-
118/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica
truíram seus próprios moinhos de vento. queses. Em 1930 muitas empresas ameri-
Inicialmente, acreditava-se que as ideias canas passaram a fabricar esses “carrega-
relacionadas a moinhos haviam sido difun- dores de vento” e vendiam para fazendeiros
didas por conta das cruzadas para toda a máquinas que podiam fornecer até 1000 W
Europa, mas provavelmente foram os ho- de corrente contínua quando se tinha vento
landeses que desenvolveram o moinho de constante.
vento horizontal com hélices, os quais são Com o avanço desse tipo de tecnologia,
os mais comuns de se encontrar nos cam- muitos países europeus construíram gran-
pos ingleses e holandeses. des geradores eólicos. A França continha
Na época medieval, a energia do vento e a projetos de geradores eólicos com potência
água tornaram-se uma fonte primária de de 100 kW a 300 kW. Os alemães adiciona-
energia mecânica. Ao mesmo tempo, os ram esse tipo de tecnologia para aumentar
holandeses utilizaram a energia dos ventos a energia em suas linhas de transmissão,
para bombeamento de água, moagem de porém foram descartados com o advento
grãos e operações de serraria. de geradores experimentais de fluido fóssil.
A utilização de equipamentos para a trans- Com o surgimento da era da sustentabilida-
formação de energia eólica em energia elé- de provida pelo protocolo de Kyoto, passou
trica teve início no século XX pelos dinamar- a ser mais fácil encontrar esse tipo de fon-
119/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica
te de energia em diversos locais do mun- meta a instalação de 4000 MW em energia
do, pois a energia eólica é considerada uma eólica na Europa até o ano 2000 e 11500
energia renovável e limpa. MW até o ano de 2005. Muitas dessas me-
tas foram cumpridas antes da data limite,
Para saber mais sendo a meta de 4000 MW cumprida no ano
de 1996 e a meta de 11500 MW cumprida
O Protocolo de Quioto (Kyoto) é um instrumento
em 2001. Devido ao cumprimento dessas
internacional, ratificado em 15 de março de 1998,
metas, foi estabelecida uma nova meta de
que visa reduzir as emissões de gases poluentes
40000 MW instalados de energia eólica na
(BRASIL, 2014).
Europa até o ano de 2010. Essa meta foi al-
cançada e ultrapassada, chegando a 153,7
3. Turbinas Eólicas GW de energia eólica instalada em toda a
Europa.
A primeira turbina eólica comercial ligada à
rede elétrica pública foi instalada em 1976
na Dinamarca. Em 2003 já existiam mais
de 30 mil turbinas eólicas em operação no
mundo. No ano de 1991 a Associação Eu-
ropeia de Energia Eólica estabeleceu como
120/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica
O desenvolvimento tecnológico é essen-
Link cial para o crescimento no uso de energias
renováveis pelo mundo. No caso da ener-
As turbinas eólicas são tão grandes que necessi- gia eólica, os avanços em transmissão de
tam de uma logística especial para seu transpor- energia, melhoria em aerodinâmica e me-
te. REPÓRTER Jaime Alves. O bonito e complexo lhores controles de operação das turbinas
transporte de Pás Eólicas Repórter Jaime Alves. têm reduzido os custos de produção do
Disponível em: <https://www.youtube.com/ equipamento e de manutenção, aprimo-
watch?v=rKI5KjyCuVQ>. Acesso em: 22 jun. rando o desempenho e a confiabilidade
2017. nesses equipamentos.
Em 2003 os Estados Unidos continham um Os custos do equipamento sempre foram
parque eólico de 4600 MW instalados e com a maior barreira para esse tipo de energia.
um crescimento anual de 10%. Dessa for- Mas, no ano de 2002, houve grandes cortes
ma, estimou-se que no ano de 2020 toda a nos custos dos equipamentos fazendo com
energia gerada no mundo será 12% provi- que projetos de energia eólica desta época
da de energia eólica, sendo o equivalente a tivessem como custos valores equivalentes
1200 GW. a €820/kW para a instalação e €0,04/kWh
para a produção de energia.
121/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica
4. Potencial Eólico Brasileiro

Devido à falta de informações, os valores


do potencial energético eólico no Brasil são
muito variáveis, sendo alguns estudos equi- Para saber mais
valentes a 20000 MW e outros 60000 MW. O Brasil inaugurou em 2015 o maior parque eó-
Mesmo assim, os diversos estudos feitos lico da América Latina com 258 MW de potência
nesta área têm dado suporte e motivado a instalada, 129 aerogeradores em um terreno de
exploração comercial da energia eólica no 4,8 mil hectares. BRASIL. Brasil inaugura parque
país. Os estudos se iniciaram na região Nor- eólico do maior complexo da América Latina.
deste, especialmente nos estados do Ceará PAC, 27 fev. 2015. Disponível em: <http://www.
e em Pernambuco. Em 1998 a Universidade pac.gov.br/noticia/48d35480>. Acesso em:
Federal de Pernambuco publicou a primeira 10 jul. 2017.
versão do Atlas Eólico da Região Nordeste,
cuja continuidade resultou no panorama do
Potencial Eólico no Brasil, conforme ilustra
a Figura 5.1.

122/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica


Figura 5.1 | Velocidade média anual do vento a 50 m de altura

123/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica


Fonte: Feitosa et al. (2002, p.21).

Existem cinco condições topográficas, sendo elas:


• Zona costeira – áreas de praia, normalmente com larga faixa de areia, onde o vento incide
predominantemente do sentido mar-terra.
• Campo aberto – áreas planas de pastagens, plantações ou vegetação baixa sem muitas
árvores altas.
• Mata – áreas de vegetação nativa com arbustos e árvores altas, mas de baixa densidade, é
um tipo de terreno que causa mais obstruções ao fluxo de vento.
• Morro – áreas de relevo levemente ondulado, relativamente complexo, com pouca vegeta-
ção ou pasto.

124/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica


• Montanha – áreas de relevo complexo, • Classe 4 – regiões de alto potencial
com altas montanhas. eólico, corresponde aos melhores lo-
Existem quatro classes de potencial eólico, cais para aproveitamento dos ventos
sendo elas: no Brasil.
Os valores correspondentes à velocidade
• Classe 1 – regiões de baixo potencial
média anual do vento a 50 m de altura em
eólico, de pouco ou nenhum interes-
m/s (Vm) e à densidade média de energia
se para o aproveitamento da energia
média em W/m2 (Em) foram obtidos com de-
eólica.
terminadas condições padrões, por exem-
• Classes 2 e 3 podem ou não ser favo- plo, altitude igual ao nível do mar, tempera-
ráveis, dependendo das condições to- tura de 20 °C e fator de Weibull de 2,5. Deve
pográficas. Por exemplo: um local de ser considerado que a mudança de altitude
classe 3 na costa do Nordeste (zona para 1000 m acima do nível do mar acarreta
costeira) pode apresentar velocida- uma diminuição de 9% na densidade média
des médias anuais entre 6,5 e 8 m/s, de energia e a diminuição de temperatura
enquanto que um local de classe 3 no para 15 ºC provoca um aumento de cerca
interior do Maranhão (mata) apresen- de 2% na densidade de energia média.
tará apenas valores entre 4,5 e 6 m/s.

125/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica


Para saber mais
A  distribuição Weibull  é uma  distribuição  versá-
til que pode ser usada para modelar projetos em
energia eólica (MINITAB, [s.d.]).

Existem diversos estudos realizados por in-


stituições voltadas a energia eólica e ener-
gias renováveis, um desses foi realizado pelo
CRESESB, no qual consta o potencial eólico
brasileiro equivalente a 143 GW.

126/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica


Glossário
Aeolicus: o termo eólico vem do latim aeolicus, pertencente ou relativo a Éolo, deus dos ventos na
mitologia grega.
Aerodinâmica: é uma parte da Física que estuda a força do ar sobre os corpos sólidos em movi-
mento.
Panemones: nome dado aos moinhos de vento verticais.

127/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica


?
Questão
para
reflexão

Você viu como, ao contrário da energia solar, a energia


eólica depende de diversos fatores. Reflita sobre esse
assunto determinando, em sua opinião, quais seriam os
melhores locais para a instalação de turbinas eólicas.

128/220
Considerações Finais

• A energia eólica é utilizada há milênios.


• As turbinas eólicas não podem ser instaladas em qualquer local.
• O Brasil tem um potencial energético eólico considerável.
• A energia eólica é um exemplo de energia renovável.

129/220
Referências

AGENDAMENTO de Visita: Centro de Visitação e Difusão de Informações. Complexo Eólico Osó-


rio. Disponível em: <http://complexoeolicodeosorio.com.br/br/agende_visita_pub_geral.php>.
Acesso em: 22 jun. 2017.
ANEEL.  Atlas de Energia Elétrica do Brasil:  Agência Nacional de Energia Elétrica.  Disponível
em: <http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/06-energia_eolica(3).pdf>. Acesso em: 1 jun.
2017.
BRASIL. Brasil inaugura parque eólico do maior complexo da América Latina. PAC, 27 fev. 2015.
Disponível em: <http://www.pac.gov.br/noticia/48d35480>. Acesso em: 10 jul. 2017.
BRASIL. Saiba mais sobre o Protocolo de Quioto. Portal Brasil, 28 jul. 2014. Disponível em: <http://
www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2010/11/protocolo-de-quioto>. Acesso em: 10 maio 2017. 

FEITOSA et al. Panorama do potencial eólico no Brasil. Projeto BRA/00/029 – Capacitação do


setor elétrico brasileiro em relação à mudança global do clima. [S.l.: s.n.]: 2002. 66 p. Disponível
em: <http://www.mct.gov.br/upd_blob/0005/5181.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2017.
MINITAB. Suporte ao Minitab: Distribuição Weibull. Disponível em:<http://support.minitab.com/
pt-br/minitab/17/topic-library/basic-statistics-and-graphs/probability-distributions-and-ran-
dom-data/distributions/weibull-distribution/>. Acesso em: 1 jun. 2017.

130/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica


ROBÉRIO. Como fazer uma biruta. Disponível em <http://roberioprofciencias.blogspot.com.
br/2009/04/como-fazer-uma-biruta.html>. Acesso em: 1 jun. 2017.

REPÓRTER Jaime Alves. O bonito e complexo transporte de Pás Eólicas Repórter Jaime Alves.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rKI5KjyCuVQ>. Acesso em: 22 jun. 2017.

131/220 Unidade 5 • Conceitos em Energia Eólica


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Aula 5 - Tema: Conceitos em Energia Eólica. Aula 5 - Tema: Conceitos em Energia Eólica. Bloco
Bloco I II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/pA-
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1d/3c46c7172d3c13e859e89271dabf54c4>. 1c5871601906565a8fb05c36a71c>.

132/220
Questão 1
1. Assinale a alternativa que apresenta qual é a altura da medição de veloci-
dade do vento indicada.

a) 20 m.
b) 30 m.
c) 40 m.
d) 50 m.
e) 60 m.

133/220
Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta a velocidade mínima do vento ne-
cessária para turbinas eólicas serem instaladas.

a) 5 m/s.
b) 6 m/s.
c) 7 m/s.
d) 10 m/s.
e) 9 m/s.

134/220
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Segundo a Organização Mundial de Me-
teorologia, qual porcentagem da superfície terrestre tem ventos iguais ou
maiores do que a mínima necessária?

a) 10%.
b) 11%.
c) 12%.
d) 13%.
e) 14%.

135/220
Questão 4
4. Assinale a alternativa que indica o potencial estimado de energia eólica
bruto mundial por ano.

a) 100000 TWh.
b) 200000 TWh.
c) 300000 TWh.
d) 400000 TWh.
e) 500000 TWh.

136/220
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Devido a questões socioambientais, qual
é o potencial estimado de energia eólica mundial por ano que pode ser
utilizado?

a) 51000 TWh.
b) 52000 TWh.
c) 50000 TWh.
d) 54000 TWh.
e) 55000 TWh.

137/220
Gabarito
1. Resposta: D. têm ventos com velocidade igual ou supe-
rior a 7 m/s a uma altura de 50 m.
Para que seja considerada tecnicamente vi-
ável a instalação da energia eólica no local, 4. Resposta: E.
é necessário que a produção seja maior ou
igual a 500 W/m² em uma altura equivalen- É estimado que o potencial eólico bruto
te a 50 m. mundial seja de 500000 TWh por ano.

2. Resposta: C. 5. Resposta: C.
A velocidade mínima do vento necessária É estimado que o potencial eólico bruto
para serem instaladas turbinas eólicas é 7 a mundial seja de 500000 TWh por ano, po-
8 m/s. rém, devido a custos socioambientais, ape-
nas 10% desse potencial pode ser utilizado,
3. Resposta: D. sendo igual a 50000 TWh.

Segundo a Organização Mundial de Meteo-


rologia, apenas 13% da superfície terrestre

138/220
Unidade 6
Princípios do Funcionamento

Objetivos

1. Noções sobre a tecnologia de aeroge-


radores.
2. Princípios do funcionamento de aero-
geradores.
3. Apresentar os impactos socioambien-
tais no uso de energia eólica.

139/220
Introdução

O crescente consumo de energia elétrica querer um complexo estudo para viabilizar a


traz um questionamento a todos os países: instalação a fim de maximizar a produção e
como “gerar” mais energia com menos im- minimizar os custos.
pacto? Essa narrativa se estende por anos
fazendo com que muitos países passem a 1. Tecnologia
migrar sua matriz energética para fontes de
energia renováveis e de baixo impacto am- Quando a energia eólica passou a ser cogita-
biental. Deve ser salientado que encontrar da para a transformação da energia cinéti-
uma fonte de energia abundante e que con- ca dos ventos em energia elétrica, surgiram
siga saciar a fome de usuários cada vez mais diversos tipos de aparelhos, por exemplo,
conectados e dependentes de equipamen- equipamentos de eixo horizontal, eixo ver-
tos elétricos é extremamente difícil. tical, com apenas uma pá, duas e três pás,
gerador de indução, gerador síncrono, entre
Nesse contexto, a energia eólica inicia sua
outros. Ao passar do tempo foram apresen-
ideia com uma perspectiva atraente, por
tados projetos mais robustos, como eixo de
aproveitar uma fonte quase inesgotável e
rotação horizontal, três pás, alinhamento
simples, porém existem vários impactos so-
ativo, gerador de indução e estrutura não
cioambientais que tal uso gera, como ruí-
flexível, como pode ser visto na Figura 6.1.
dos e morte de animais aéreos, além de re-
140/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento
Figura 6.1 | Desenho esquemático de uma turbina eólica moderna

Fonte: adaptado de ANEEL (2002, p. 97).

141/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


Em relação à capacidade de geração elé- eficiência dos aerogeradores em velocida-
trica, as primeiras turbinas eólicas desen- des baixas. Com a evolução da tecnologia,
volvidas e produzidas em escala industrial esses multiplicadores de velocidade foram
eram de 10 a 50 kW de potência nominal. substituídos por grandes síncronos e sis-
Em 1990 a potencial nominal dessas turbi- temas de controle permitindo um aciona-
nas saltaram para 100 a 300 kW. Em 1995 mento direto dos geradores com velocida-
a maioria dos fabricantes já produzia tur- des variáveis em qualquer tipo de gerador.
binas eólicas com potência de 1 MW a 1,5 Em relação à aplicabilidade desses gerado-
MW, sendo essas máquinas de grande por- res eólicos, eles podem ser conectados à rede
te. Em 1999 surgiram turbinas de 2 MW e já elétrica (on-grid) ou destinadas ao suprimen-
em meados de 2010 já existia na Espanha to de eletricidade a comunidades ou sistemas
e Alemanha teste com turbinas eólicas com isolados (off-grid). Já em relação ao local para
potência nominal de 3,6 MW e 4,5 MW, res- instalação, podem ser em terra, conhecidos
pectivamente. Em 2000 já havia registro de por onshore, ou em região marítima, conhe-
mais de mil turbinas eólicas com potência cidos por offshore. O sistema offshore tem
superior a 1 MW instaladas no mundo. um custo mais elevado para instalação, po-
As primeiras turbinas utilizavam multiplica- rém seu potencial de geração é maior, quan-
dores de velocidade para tentar aumentar a do comparados com sistemas onshore.
142/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento
• Pequeno porte – potencial nominal
Para saber mais menor que 500 kW.
Uma discussão acerca do panorama da geração • Médio Porte – potencial nominal entre
eolielétrica offshore no mundo e as relações des- 500 kW e 1 MW.
se setor com o de petróleo e gás é apresentada na • Grande porte – potencial nominal
dissertação indicada. VITERBO, Jean Carlo. Gera- maior que 1 MW.
ção de energia elétrica a partir da fonte eólica Figura 6.2 | Exemplos de turbinas eólicas (da esquer-
offshore. 2008. 168 f. Dissertação (Mestrado) – da para a direita: pequena, média e grande)

Curso de Engenharia Naval Oceânica, Escola Po-


litécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.
Disponível em: <www.teses.usp.br/teses/dis-
poniveis/3/3135/tde-26092008-104511/>.
Acesso em: 23 jun. 2017.

Existem 3 tipos de turbinas quando relacio-


nadas ao porte, estas podem ser vistas na
Figura 6.2 e suas relações são as seguintes: Fonte: ANEEL (2002, p. 67).

143/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


2. Impactos Socioambientais porém, estão sujeitas a sazonalidade hidro-
lógica, o que pode impactar negativamen-
O uso de turbinas eólicas como uma fonte te na economia com a escassez energética,
de energia constitui uma boa alternativa como ocorreu no ano de 2001 no país.
para diversos níveis de demanda. O uso de
pequenas centrais pode suprir a necessida-
de energética em locais distantes da rede
Link
É muito importante o estudo da sazonalidade
elétrica. Em relação a centrais de grande hidrológica do Brasil para o planejamento e ma-
porte, podem suprir altas demandas ener- nutenção das usinas hidroelétricas. Confira na
géticas, contribuindo com uma parcela sig- íntegra esse assunto no artigo publicado pela
nificativa do Sistema Interligado Nacional Revista Brasileira de Recursos Hídricos. FRANCA-
(SIN) com importantes ganhos, como a re- TO, Alberto Luiz; BARBOSA, Paulo Sergio Franco;
dução de emissão de gases na atmosfera, MARQUES, Felipe Cioffetti. Influência da Sazona-
a redução do uso de usinas térmicas e di- lidade Hidrológica no Planejamento da Manuten-
minuindo a necessidade de construção de ção de Usinas Hidroelétricas. Revista Brasileira
grandes reservatórios de água para hidro- de Recursos Hídricos, v. 17, nº 2, abr./jun. 2012.
elétricas. Há destaque para o caso do Brasil, Disponível em: <https://www.abrh.org.br/
onde o setor de hidroelétricas é responsável SGCv3/index.php?PUB=1&ID=62&SUMA-
pela maior parcela de produção energética, RIO=1088>. Acesso em: 23 jun. 2017.
144/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento
Entre os impactos socioambientais negati- cipalmente em parques eólicos. Em relação
vos relacionados a turbinas eólicas desta- a isso não há alternativa, sendo que alguns
cam-se os sonoros e visuais. Os impactos países estão preferindo as instalações of-
sonoros são relativos ao ruído provocado fshore para amenizar esse tipo de impacto.
pelos rotores acoplados às turbinas eóli- Porém, existe também, além destes efei-
cas, variando segundo as especificações do tos negativos, uma crescente percepção
equipamento; podemos citar o caso das tur- de que parques eólicos onshore têm criado
binas do tipo múltiplas pás, que são menos uma crescente demanda de turistas na re-
eficientes e mais barulhentas que os aero- gião, podendo assim gerar renda, empregos
geradores de hélices de alta velocidade. Na e promovendo o desenvolvimento regional.
tentativa de evitar transtornos à população
vizinha, o nível de ruído deve atender a nor-
mas e padrões estabelecidos pela legislação
vigente.
No que se refere ao impacto visual, a po-
pulação vizinha tem reclamado do agrupa-
mento de torres e de aerogeradores, prin-

145/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


dependendo do material utilizado na fabri-
Para saber mais cação das pás, local da instalação do parque
eólico e equipamentos das turbinas eólicas.
O Sistema Interligado Nacional (SIN) é um sistema
hidro-termo-eólico de grande porte, com predo-
minância de usinas hidroelétricas e com múlti- Link
plos proprietários (ONS, 2017). Mais informações Em 2001 o Brasil sofreu uma grave crise energé-
relacionadas ao SIN podem ser obtidas no link in- tica por falta de planejamento e investimentos
dicado. ONS. O que é o SIN: Sistema Interligado do governo. DA FALTA de estrutura fez-se a ‘cri-
Nacional. Disponível em: <http://www.ons.org. se do apagão” no Brasil do início do século XXI.
br/pt/paginas/sobre-o-sin/o-que-e-o-sin>. O Globo, 7 ago. 2013. Disponível em: <http://
Acesso em: 23 jun. 2017. acervo.oglobo.globo.com/fatos-histori-
cos/da-falta-de-estrutura-fez-se-crise-do-
Outro impacto negativo é a possibilidade
-apagao-no-brasil-do-inicio-do-seculo-
de interferências eletromagnéticas, que
-xxi-9396417>. Acesso em: 23 jun. 2017.
perturbam a transmissão de dados que po-
dem piorar ou até mesmo bloquear o acesso Um possível impacto ambiental que a ins-
ao sinal de rádio, televisão e celulares. Essas talação de grandes parques eólicos pode
interferências podem ter grandes variações causar é a interferência em rotas de voos de
146/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento
aves, sendo esse tipo de impacto ambiental 3.Tipos de Sistemas Eólicos
crucial, pois, além da morte de pássaros ao
se chocarem com os aerogeradores, pode Existem três tipos de sistemas eólicos: sis-
ocorrer de o equipamento ser avariado ao temas isolados, sistemas híbridos e siste-
ponto de ser necessária a troca das pás, ge- mas de injeção na rede. O sistema isolado,
rando um custo de manutenção ao equipa- também conhecido por off-grid, é aquele
mento e de não funcionamento durante um que não tem qualquer contato com a rede
determinado tempo. elétrica de distribuição de energia. Nesse
sistema, a energia gerada pelos aeroge-
radores é armazenada em baterias esta-
Para saber mais cionárias, para a energia elétrica poder ser
O estudo de impactos ambientais, também co- utilizada em momentos de não geração por
nhecido por EIA RIMA, deve ser feito por uma falta de condições mínimas de vento. Para
equipe interdisciplinar com competência am- poder utilizar a energia dos aerogeradores
biental (MATA, [s.d.]). é necessário alterná-la de corrente contí-
nua, corrente gerada pelas turbinas eólicas,
para corrente alternada, corrente utilizada
na maioria dos equipamentos elétricos (a

147/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


corrente alternada é o tipo de corrente uti- Figura 6.3 | Configuração de um sistema eólico isolado

lizada na transmissão de energia elétrica da


rede). Para que isso ocorra, é necessário o
uso de um inversor senoidal de corrente. O
equipamento é conhecido por ser senoidal,
pois a energia consumida no Brasil é refe-
rente a 60Hz, como foi instituída por Caste-
lo Branco por meio da lei no 4.454 de 6 de
novembro de 1964, quando olhados em um
osciloscópio revelam um gráfico na forma
de seno, sendo esta então a função de um
Fonte: adaptado de Eólica ([s.d.]).
osciloscópio, transformar a energia gerada
por uma turbina eólica em energia da rede Os sistemas híbridos são sistemas que pro-
elétrica. A configuração de um sistema eóli- duzem energia elétrica em simultâneo com
co isolado pode ser vista na Figura 6.3. outra fonte eletroprodutora. Essa fonte se-
cundária pode ser de origem fotovoltaica,
geradores elétricos de diesel, entre outros.
Nesse tipo de sistema o funcionamento é si-

148/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


milar ao sistema isolado, a única diferença é que neste caso as baterias são carregadas por mais
de um tipo de gerador. O diagrama de um sistema de rede híbrida utilizando energia solar e ener-
gia eólica pode ser visto na Figura 6.4.
Figura 6.4 | Configuração de um sistema eólico híbrido

Fonte: Eólica ([s.d.]).

149/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


Um sistema de injeção na rede, também conhecido por grid-tie, é um sistema que ao gerar ener-
gia elétrica a “injeta” na rede elétrica pública, utilizando a rede para transmitir a energia gerada.
Esse é o caso mais comum quando se trata de aerogeradores de alta tensão. Um esquema de
uma turbina eólica grid-tie pode ser visto na Figura 6.5.
Figura 6.5 | Configuração de um sistema eólico grid-tie

Fonte: Eólica ([s.d.]).

150/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


4.Como é a Energia Eólica
Link
A energia eólica é a energia cinética do ar Em 2005 foi inaugurado no Texas o maior par-
em movimento, sendo transformada em que eólico construído até então, com 421 aero-
energia cinética de rotação nas pás, que de- geradores. PRANDI, Jair. O maior parque eólico
vido ao contato com os geradores é trans- do mundo. Gigantes do mundo, 2012. Disponí-
formada em energia elétrica. O movimento vel em: <http://gigantesdomundo.blogspot.
do ar, ou deslocamento de massa de ar, é com.br/2012/01/o-maior-parque-eolico-
causado pelo aquecimento diferenciado na -do-mundo.html>. Acesso em: 8 jun. 2017.
superfície da Terra. Pelo fato da Terra não ser
uniforme, ocorre uma desigualdade na dis- Por meio de anemômetros instalados por
tribuição da incidência de energia solar que diversas instituições espalhadas pelo país,
chega até a Terra, provocando assim pontos cada um com objetivos diferentes, a energia
de diferentes temperaturas na superfície. eólica é capaz de ser medida e quantificada
por toda a extensão do território nacional.
Esses equipamentos medem a velocidade
do vento em m/s, mas também pode ser me-

151/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


dido em outras unidades como km/h e nós, mente não é constante durante o ano todo,
necessitando apenas serem convertidas. podendo ser essas variações referentes a
alterações climáticas, microclima, brisa ter-
Para saber mais restre e marítima, rajadas de ventos entre
outros fatores.
O anemômetro consiste em um instrumento para
medir a velocidade do vento ou de outros fluidos
4.1 Como Funciona um Aeroge-
em movimento.
rador
A quantidade de instituições que coletam
O princípio básico é a conversão da ener-
dados relacionados à velocidade do vento
gia cinética em elétrica. As turbinas eólicas
no Brasil é enorme, sendo algumas delas o
são produzidas com pás giratórias, para que
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
com a incidência do vento seja criado um
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
movimento de rotação, transmitindo essa
(INPE), concessionárias de energia elétrica,
energia giratória para o gerador, que por
entre outros.
meio do processo de conversão eletrome-
Por meio dessa coleta constante de dados cânica produzirá uma potência elétrica de
dos ventos, foi possível concluir que a dis- saída. Essas pás são aerodinâmicas e fun-
ponibilidade energética do vento geral-
152/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento
cionam pelo princípio físico da sustentação, exatamente o mesmo princípio utilizado em asas de
aviões. Um esquema da distribuição das forças nessas pás pode ser visto na Figura 6.6.
Figura 6.6 | Distribuição de forças em pás de aerogeradores

Fonte: CRESESB (2008).

A força de sustentação é perpendicular ao fluxo do vento resultante na pá (Vres), resultado da


subtração vetorial da velocidade do vento incidente (VW) com a velocidade tangencial da pá da
153/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento
turbina eólica (Vtan), como pode ser visto na
equação a seguir.

Em que Vtan é o produto da velocidade angu-


lar do rotor (Wrotor) pelo raio do rotor:
Vtan = Wrotor . Raio
A força de arrasto é produzida na mesma
direção de Vres. A resultante das componen-
tes da força de sustentação e de arrasto na
direção Vtan produz o torque (Tmec) da turbina
eólica. A potência mecânica (Pmec) extraída
do vento é igual ao torque vezes a velocida-
de angular do rotor, conforme a equação a
seguir.
Pmec = Tmec . Wrotor

154/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


Glossário
Força de arrasto: é a força que faz resistência ao movimento de um objeto sólido através de um
fluido.
Parque eólico: é um espaço, terrestre ou marítimo, onde estão concentrados vários aerogerado-
res destinados a transformar energia eólica em energia elétrica.
Sazonalidade: é algo relativo à periodicidade, coisas que são características de uma época ou
estação do ano.

155/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


?
Questão
para
reflexão

Você viu como a instalação e o uso de turbinas eólicas


podem ocasionar impactos socioambientais na região.
Reflita sobre esse assunto e como um bom estudo am-
biental na região pode determinar a aprovação ou de-
saprovação do projeto de instalação de aerogeradores.

156/220
Considerações Finais

• As turbinas eólicas desenvolveram-se consideravelmente com o passar dos


anos.
• As turbinas eólicas podem ter sua instalação em terra firme ou no mar.
• Os aerogeradores podem ter sua instalação feita em off-grid ou grid-tie.
• A potência nominal de uma turbina eólica é diretamente proporcional ao
seu tamanho.

157/220
Referências

AGÊNCIA Nacional de Energia Elétrica. Atlas de Energia Elétrica do Brasil: Energia Eólica.  Brasí-
lia: ANEEL, 2002. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.pdf>. Aces-
so em: 8 jun. 2017.
CRESESB. Energia e potência extraída do vento. Disponível em: <http://www.cresesb.cepel.br/
index.php?section=com_content&cid=221>. Acesso em: 10 jul. 2017.
DA FALTA de estrutura fez-se a ‘crise do apagão” no Brasil do início do século XXI. O Globo, 7 ago.
2013. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/da-falta-de-estrutura-
-fez-se-crise-do-apagao-no-brasil-do-inicio-do-seculo-xxi-9396417>. Acesso em: 23 jun. 2017.
FRANCATO, Alberto Luiz; BARBOSA, Paulo Sergio Franco; MARQUES, Felipe Cioffetti. Influência
da Sazonalidade Hidrológica no Planejamento da Manutenção de Usinas Hidroelétricas. Revista
Brasileira de Recursos Hídricos, v. 17, nº 2, abr./jun. 2012. Disponível em: <https://www.abrh.
org.br/SGCv3/index.php?PUB=1&ID=62&SUMARIO=1088>. Acesso em: 23 jun. 2017.
MATA Nativa. O que é EIA RIMA: Estudo e Relatório de Impacto Ambiental. Mata Nativa, [s.d.]. Di-
sponível em: <http://www.matanativa.com.br/blog/o-que-e-eia-rima-estudo-e-relatorio-de-im-
pacto-ambiental/>. Acesso em: 8 jun. 2017. 

ONS. O que é o SIN: Sistema Interligado Nacional. Disponível em: <http://www.ons.org.br/pt/


paginas/sobre-o-sin/o-que-e-o-sin>. Acesso em: 23 jun. 2017.

158/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


PRANDI, Jair. O maior parque eólico do mundo. Gigantes do mundo, 2012. Disponível em: <http://
gigantesdomundo.blogspot.com.br/2012/01/o-maior-parque-eolico-do-mundo.html>. Acesso
em: 8 jun. 2017.
VITERBO, Jean Carlo. Geração de energia elétrica a partir da fonte eólica offshore. 2008. 168
f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Engenharia Naval Oceânica, Escola Politécnica da Univer-
sidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: <www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3135/tde-
26092008-104511/>. Acesso em: 23 jun. 2017.

159/220 Unidade 6 • Princípios do Funcionamento


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1d/6aa6c1be31a368e3d55dadb408906d77>. 58e192d3b72ddd19be6f5e55aa2d4>.

160/220
Questão 1
1. Assinale a alternativa que indica a quantidade de pás que um gerador eó-
lico pode ter.

a) De 1 a 3.
b) De 1 a 6.
c) De 3 a 6.
d) Somente 1.
e) Somente 3

161/220
Questão 2
2. Assinale a alternativa correta. Em 1990 qual era a potência nominal das
turbinas eólicas produzidas em escala industrial?

a) De 10 a 50 kW.
b) De 1000 a 1500 kW.
c) De 2000 kW.
d) De 3600 a 4500 kW.
e) De 100 a 300 kW.

162/220
Questão 3
3. Em 1995 qual era a potência nominal das turbinas eólicas produzidas
em escala industrial?

a) De 10 a 50 kW.
b) De 1000 a 1500 kW.
c) De 2000 kW.
d) De 3600 a 4500 kW.
e) De 100 a 300 kW.

163/220
Questão 4
4. Em 1999 qual era a potência nominal das turbinas eólicas produzidas
em escala industrial?

a) De 10 a 50 kW.
b) De 1000 a 1500 kW.
c) De 2000 kW.
d) De 3600 a 4500 kW.
e) De 100 a 300 kW.

164/220
Questão 5
5. Em 2010 qual era a potência nominal das turbinas eólicas produzidas
em escala industrial?

a) De 10 a 50 kW.
b) De 1000 a 1500 kW.
c) De 2000 kW.
d) De 3600 a 4500 kW.
e) De 100 a 300 kW.

165/220
Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: C.
Geradores eólicos podem conter de 1 a 3 Em 1999 surgiram turbinas de 2 MW.
pás, mas com o tempo ficou conveniado o
uso ser de 3. 5. Resposta: D.

2. Resposta: E. Em meados de 2010, já existia na Espanha


e na Alemanha testes com turbinas eólicas
Em 1990 o potencial nominal dessas turbi- com potência nominal de 3,6 MW e 4,5 MW.
nas saltou para 100 a 300 kW.

3. Resposta: B.

Em 1995 a maioria dos fabricantes já produ-


zia turbinas eólicas com potência de 1 MW
a 1,5 MW, sendo estas máquinas de grande
porte.

166/220
Unidade 7
Aplicabilidades: Energia Eólica

Objetivos

1. Apresentar os principais componen-


tes dos aerogeradores.
2. Noções sobre os equipamentos de ae-
rogeradores.
3. Apresentar os conceitos básicos para
o uso de energia eólica.

167/220
Introdução
O avanço tecnológico da energia eólica co- área das pás dos aerogeradores é constan-
meçou em 1900 com aerogeradores com- te, pois estes influenciam diretamente na
plexos providos de peças com alto custo quantidade total de energia elétrica produ-
de fabricação e baixa credibilidade. Com o zida.
passar dos anos, novos modelos foram in-
seridos no mercado, com tecnologias ino- 1. Conversão da Energia Eólica
vadoras, mais confiáveis, criando modelos
em Eletricidade
que funcionam com velocidades diferentes
sem perder eficiência. Após algum tempo, A funcionalidade dos aerogeradores é utili-
foram inseridas turbinas eólicas com eixos zar as pás para captar o movimento do ar e
que permitiram o uso para ventos em qual- transformá-la de energia cinética em ener-
quer direção, sem a necessidade de equipa- gia rotacional. A extração da energia dispo-
mentos elétricos para rastreio do posiciona- nível no vento em energia elétrica através
mento do vento, fazendo com que a confia- de aerogeradores é baseada na teoria da
bilidade desses equipamentos aumentasse. quantidade de movimento axial. Essa ex-
A procura por alturas maiores com ventos tração contém um limite teórico, conhecido
mais constantes e com velocidades maiores, como limite de Lanchester-Betz, que esta-
aspectos relacionados à densidade do ar e a belece que o potencial máximo de extração

168/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica


de energia de um rotor é de aproximada- efeito estufa, mas também ocorreu por uma
mente 59%. necessidade de independência energética e
avanço tecnológico de empresas que pro-
Link duzem aerogeradores.
As turbinas eólicas possuem três elementos
Detalhamento acerca do limite de Lanchester-
principais, sendo eles o rotor, o eixo e o ge-
-Betz pode ser estudado no resumo: OKULOV, V. L.;
rador. Existem vários outros elementos que
VAN KUIK, G. A. M. The Betz-Joukowsky limit: on
variam de acordo com o tipo e o projeto do
the contribution to rotor aerodynamics by the Bri-
aerogerador. O rotor é formado por um con-
tish, German and Russian scientific schools. Dispo-
junto de pás e cubo, estes são responsáveis
nível em: <http://orbit.dtu.dk/fedora/objects/
por capturar a energia do vento. O eixo é o
orbit:15854/datastreams/file_7634625/con-
elo que transfere a energia captada no rotor
tent>. Acesso em: 27 jun. 2017.
para o gerador. O gerador é o equipamento
Foi a partir de 1990 que o uso da energia dos responsável pela transformação da energia
ventos passou a ser relevante para o seu uso mecânica em energia elétrica.
e transformação em eletricidade. Essa rele- Existem dois tipos básicos de rotores, que
vância foi inicialmente por preocupações são providos de eixo vertical ou eixo hori-
ambientais, como as emissões de gases do zontal, sendo que a maioria das turbinas
169/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica
eólicas encontradas tem a segunda confi- três pás é mais comum devido ao compro-
guração. As três pás devem rodar em torno misso entre a eficiência aerodinâmica, a ve-
de um eixo horizontal que deve permanecer locidade de rotação, o peso, a estabilidade,
alinhado com a direção do vento, podendo o ruído e principalmente o custo para meios
ser o vento a favor ou contra. No caso dos comerciais.
rotores projetados para ficar contra o vento, Os rotores de eixo vertical têm seu eixo de
upwind, o vento atinge as pás antes da torre rotação perpendicular à direção do vento,
evitando a influência da torre no vento, fa- dessa forma, consegue operar com ventos
zendo com que haja a necessidade de algum de qualquer direção. Os rotores de eixo ver-
mecanismo ativo que direcione o rotor para tical contêm duas configurações principais,
a direção do vento, sendo este sistema co- Savonius e Darrieus. No caso do Savonius a
nhecido como yawcontrol system. Enquan- energia é gerada utilizando a transferência
to nos rotores projetados para ficar a favor de quantidade de movimento, também co-
do vento, downwind, o vento atinge as pás nhecido por arrasto, caracterizado por um
após atingir a torre, fazendo com que seja alto torque, baixa velocidade e baixa efici-
necessário um design na nacelle para que o ência, geralmente inferior à metade do li-
vento passe por ela de forma passiva e não mite de Lanchester-Bertz. Enquanto o Dar-
interfira na geração de energia. O rotor com rieus usa as forças aerodinâmicas conheci-
170/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica
das por força de sustentação, caracterizado nius apresenta baixa eficiência e o impasse
por uma elevada velocidade e alta eficiên- do Darrieus é o custo da pá, pois sua pá tem
cia, com valores próximos ao limite de Lan- o dobro de tamanho quando comparada
chester-Betz. com um aerogerador de eixo horizontal, po-
rém tem uma área varrida equivalente, ge-
Para saber mais rando um aumento nos custos de produção
considerando que as pás representam 22%
O arrasto é a força de resistência gerada quando
dos custos de um aerogerador. Na Figura
um objeto se move no ar ou na água, que aumen-
7.1 podem ser vistos esses três tipos mais
ta proporcionalmente à velocidade e à forma do
comuns de aerogeradores.
objeto. Sugerimos a leitura do link indicado para
maiores esclarecimentos. COEFICIENTE de arras-
to. Disponível em: <http://ftp.demec.ufpr.br/
foguete/apostila/Capitulo_04_Cd_v2.pdf>.
Acesso em: 27 jun. 2017.

Em parques eólicos é comum o uso de aero-


geradores horizontais, pois os verticais têm
alguns problemas, por exemplo, o tipo Savo-
171/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica
Figura 7.1 | Tipos de rotores de aerogeradores

Link
Já foi realizada uma pesquisa de mestrado re-
lacionada com um estudo numérico de fatores
atmosféricos (turbulência) no desenvolvimento
de turbina eólica, confira na referência indica-
da. LUDWIG, Daniel Evandro. Análise numérica
da influência de fatores atmosféricos na estei-
ra aerodinâmica de turbinas eólicas. 2011. 98
f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Engenha-
ria Mecânica, Universidade Federal do Rio Gran- Fonte: Tolmasquim (2016).
de do Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível em: O início do uso de turbinas eólicas offshore
<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/hand- fez com que os aerogeradores verticais vol-
le/10183/30132/000778666.pdf?...1>. Acesso tassem a ser uma boa opção por conta de
em: 28 jun. 2011. que os equipamentos pesados dos aeroge-
radores podem ser instalados embaixo, mais
próximos ao nível do mar, fazendo com que
172/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica
ocorresse uma maior estabilidade na plata- Uma outra possível oportunidade do uso
forma do aerogerador reduzindo os custos para aerogeradores verticais é a geração
de instalação. Além de tudo isso, os aeroge- distribuída, pois neste caso os aerogerado-
radores verticais funcionam com ventos de res verticais têm alta tolerância para turbu-
qualquer direção não necessitando de um lência de ventos, sendo um fator particular-
sistema eletrônico para o controle de dire- mente importante para baixas alturas, en-
ção, o que torna o sistema mais confiável e tre 10 e 20 metros, locais onde ocorre muita
barato. influência da rugosidade no ar e a presença
de obstáculos em seu entorno.
Link 2.Equipamentos
A força de sustentação é a mesma força que man-
tém os aviões voando. Ela pode ser vista com um Com o crescimento da procura por aero-
experimento bem simples. FÍSICA Universitária. geradores, ocorreu a emersão de diversas
Tema 05 – Forças | Experimentos – Força de sus- tecnologias na área, sempre visando à re-
tentação. Disponível em: <https://www.youtu- dução de custos, ao aumento da eficiência
be.com/watch?v=f6AyKgzuCu8>. Acesso em: e à melhoria na confiabilidade. Essas evo-
18 jun. 2017. luções foram focadas nas pás, mecanismos

173/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica


de controle, no uso ou ausência de caixa de Em 1991 os aerogeradores sem caixa de
engrenagem e tipo de gerador. Essa evolu- engrenagem, acionamento direto, começa-
ção ocorreu tendo como base o aerogera- ram a surgir para tentar eliminar as falhas
dor com eixo horizontal com três pás e rotor ocasionadas à caixa de engrenagem e redu-
posicionado contra o vento, pois, segundo o zir problemas de manutenção. Após algum
mercado, esses têm sido a melhor opção de tempo, o gerador síncrono de excitatriz com
captação de energia. ímãs permanentes foi adotado para substi-
O tipo de turbina eólica mais antiga é o ge- tuir os aerogeradores eletricamente excita-
rador por indução (assíncrono) com rotor de dos.
gaiola conectado diretamente à rede. De-
vido ao desenvolvimento da eletrônica de 3. Componentes de um Aeroge-
potência, os aerogeradores de velocidade rador
variável com caixa de engrenagem de múl-
Os aerogeradores de eixo horizontal pos-
tiplo estágio, com gerador de indução du-
suem como principais componentes: a tor-
plamente excitado e conversor de escala,
re, as pás, o cubo, a nacelle, o gerador e, em
foram propostos para expandir a gama de
alguns tipos, a caixa de engrenagem.
funcionamento do sistema, a velocidade do
vento e aumentar a eficiência do sistema.
174/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica
Para saber mais
Nacelle é o compartimento, carenagem, que abriga os componentes essenciais para a geração de ener-
gia, sendo produzida no Brasil a partir de 2015. M.; Caroline. Nacelle para equipamentos eólicos é pro-
duzida no Brasil. Ambiente Energia, 10 mar. 2015. Disponível em: <https://www.ambienteenergia.
com.br/index.php/2015/03/nacelle-para-equipamentos-eolicos-e-produzida-brasil/25572>.
Acesso em: 28 jun. 2017.

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, ABDI, divulgou um mapeamento da cadeia produtiva


da indústria eólica no Brasil, confira em: AGÊNCIA de Desenvolvimento Industrial – ABDI. Mapeamento
da Cadeia Produtiva da Indústria Eólica no Brasil. 2014. Disponível em: <http://www.abdi.com.br/
Estudo_Backup/Mapeamento%20da%20Cadeia%20Produtiva%20da%20Ind%C3%BAstria%20
E%C3%B3lica%20no%20Brasil.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2017.

A torre sustenta a nacelle e o rotor, e os posicionam à altura de captação do vento. As torres são
geralmente tubulares feitas de aço laminado e concreto ou treliçadas, feitas com aço galvani-
zado. Algumas delas são fabricadas com mais de um material, conhecidas como torres híbridas,
em que a parte inferior da torre é construída em concreto e a parte superior em aço. A escolha da
torre e do material depende essencialmente do custo, da altura do aerogerador, do transporte, da
175/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica
montagem e da manutenção. No Brasil são estol. Esses sistemas de controle oferecem
comuns geradores eólicos com torres tubu- flexibilidade na operação das turbinas alte-
lares de aço ou as híbridas, porém, aquelas rando a direção das pás para limitar a po-
com torres feitas totalmente de concreto tência ou manter constante a velocidade da
têm ganhado espaço no mercado nacional. turbina.
O rotor é o componente mais crítico do ae-
rogerador, pois é o responsável pelo desem- Para saber mais
penho geral da turbina eólica, incluindo a Materiais compósitos são materiais de moldagem
captura de energia eólica e o controle da estrutural, formados por uma fase contínua poli-
turbina. O rotor é formado pelas pás e pelo mérica (matriz) e reforçada por uma fase descon-
cubo, que é o local onde as pás são fixadas. tínua (fibras) que se agregam físico-quimicamen-
As pás têm um perfil aerodinâmico para in- te após um processo de crosslinking polimérico
teragirem com o vento para gerar torque no conhecido por cura (ALMACO, [s.d.]).
eixo. Elas são fabricadas com um material
compósito, como resina epóxi ou poliéster A nacelle é uma estrutura situada sobre a
reforçado com fibra de vidro ou de carbono. torre, geralmente feita em aço, é a parte
O cubo contém as pás e os sistemas para elétrica do aerogerador e outros compo-
controle do ângulo, sistemas de passo e o nentes, como o eixo, construído em aço ou
176/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica
liga metálica de alta resistência, a caixa de 4. CRESESB para Energia Eólica
engrenagem, o gerador, o transformador e
o sistema de direcionamento. A caixa de en- O site do CRESESB contém uma base de da-
grenagem ou multiplicadora de velocidade dos sobre velocidade do vento em todo o
fica situada entre o rotor e o gerador, tendo Brasil. Para conhecê-la, basta acessar o site
a função de multiplicar a velocidade de ro- do CRESESB e clicar na aba energia eólica,
tação do rotor a fim de alcançar a velocidade digitar as coordenadas geográficas do local
mínima de trabalho do gerador. A caixa de e utilizar a velocidade média anual dos ven-
engrenagem necessita de muita manuten- tos caso seja um sistema grid-tie ou utilizar
ção e tem um alto índice de falhas. O gera- a menor velocidade, para sistemas off-grid.
dor transforma a energia mecânica do rotor Lembrando que para ser um sistema regu-
em energia elétrica. O transformador eleva lar, todos os meses devem ter uma velocida-
a tensão de saída do gerador convertendo de acima de 7 m/s.
a eletricidade produzida em uma voltagem
equivalente a da rede elétrica à qual o ge- 5. Conceitos
rador está conectado. O sistema de direcio-
Além das diferenças de pressão, o vento
namento existe para alinhar a face do rotor
também é influenciado pela rotação da Ter-
com o vento.
ra, conhecido por efeito Coriolis, os efeitos
177/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica
físicos de montanhas e outros obstáculos e Empiricamente pode-se observar que a ve-
da rugosidade dos terrenos. Somente uma locidade do vento aumenta conforme a al-
parcela do vento encontra-se próxima à tura, de acordo com a equação:
superfície da Terra, sendo até 200 metros,
para apenas dessa forma serem utilizados
para energia eólica.
Em que v1 e v2 são as velocidades encon-
Link tradas nas alturas h1 e h2, respectivamente,
e “n” é um coeficiente que varia conforme
O  Efeito Coriolis  ou a Força  Coriolis  é um siste-
a estabilidade da atmosfera, em que para
ma de referência em rotação uniforme, em que
condições de estabilidade neutra e terrenos
os corpos em movimento, quando vistos por um
planos, o valor de “n” é aproximadamente
observador no mesmo referencial, aparecem su-
0,143, por conta disso que sempre existe
jeitos a uma força perpendicular à direção do seu uma procura por ventos em maiores alturas.
movimento. MIRANDA, Juliana. Efeito Coriolis. Site
de Curiosidades, [s.d.]. Disponível em: <http://
O vento é constituído por moléculas de ar
em movimento que tem uma determina-
www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/
da massa específica, que é a relação da sua
efeito-coriolis.html>. Acesso em: 18 jun. 2017.
massa com o volume que ocupa:
178/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica
Em que ρ é a massa específica, m a massa e
Em que “A” é a área varrida do aerogerador,
V o volume.
“ρ” é a massa específica do ar e “v” é a ve-
Através do fluxo de ar de uma massa qual- locidade do ar.
quer “m”, movendo-se a uma determina-
da velocidade “v”, pode ser estabelecida a
energia cinética desse deslocamento de
massa com a seguinte equação:

Como potência é uma relação de energia e


tempo, pode-se dizer que:

179/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica


Glossário
Assíncrono: é um sistema que não apresenta sincronia, não segue um padrão.
Empírico: é baseado na experiência e na observação, metódicas ou não.
Perpendicular: referente ao que apresenta um ângulo reto em relação ao cruzamento de duas
retas ou planos.

180/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica


?
Questão
para
reflexão

Apresentamos ao longo desse tema uma diversidade de


turbinas eólicas. Reflita sobre este assunto e como a es-
colha do tipo de eixo pode aumentar ou diminuir no custo
final para a produção e utilização de energia elétrica.

181/220
Considerações Finais

• As turbinas eólicas tiveram o seu início de evolução em 1990.


• As turbinas eólicas podem ter seu eixo horizontal ou vertical.
• Os aerogeradores contêm 5 equipamentos essenciais para seu funciona-
mento.
• A massa específica do ar influencia diretamente na energia gerada.

182/220
Referências

AGÊNCIA de Desenvolvimento Industrial – ABDI. Mapeamento da Cadeia Produtiva da Indús-


tria Eólica no Brasil. 2014. Disponível em: <http://www.abdi.com.br/Estudo_Backup/Mapea-
mento%20da%20Cadeia%20Produtiva%20da%20Ind%C3%BAstria%20E%C3%B3lica%20no%20
Brasil.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2017.
ALMACO – ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE MATERIAIS COMPÓSITOS. Compósitos. [s.n.t.].
Disponível em: <http://www.almaco.org.br/compositos.cfm>. Acesso em: 15 jun. 2017.
COEFICIENTE de arrasto. Disponível em: <http://ftp.demec.ufpr.br/foguete/apostila/Capitu-
lo_04_Cd_v2.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2017.

FÍSICA Universitária. Tema 05 – Forças | Experimentos – Força de sustentação. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=f6AyKgzuCu8>. Acesso em: 18 jun. 2017.
LUDWIG, Daniel Evandro. Análise numérica da influência de fatores atmosféricos na estei-
ra aerodinâmica de turbinas eólicas. 2011. 98 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Engen-
haria Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/30132/000778666.pdf?...1>. Acesso em: 28
jun. 2011.

183/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica


M.; Caroline. Nacelle para equipamentos eólicos é produzida no Brasil. Ambiente Energia,
10 mar. 2015. Disponível em: <https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2015/03/na-
celle-para-equipamentos-eolicos-e-produzida-brasil/25572>. Acesso em: 28 jun. 2017.

MIRANDA, Juliana. Efeito Coriolis. Site de Curiosidades, [s.d.]. Disponível em: <http://www.site-
decuriosidades.com/curiosidade/efeito-coriolis.html>. Acesso em: 18 jun. 2017.

TOLMASQUIM, M. T. Energia Renovável: Hidráulica, Biomassa, Eólica, Solar, Oceânica. EPE: Rio de
Janeiro, 2016, 452 p.

184/220 Unidade 7 • Aplicabilidades: Energia Eólica


Assista a suas aulas

Aula 7 - Tema: Aplicabilidades: Energia Eólica. Aula 7 - Tema: Aplicabilidades: Energia Eólica.
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1d/1cc2a2b739b4e40fd9a2daed19e0c30c>. 33c705e011149791a66fbab226b1558e>.

185/220
Verificação de Leitura

Para os exercícios de 1 a 5 utilize o texto a seguir:


Em uma determinada cidade, a massa de ar e a composição do sistema eólico da região apresen-
tam algumas características identificadas na tabela que segue.
Tabela | Composição do sistema eólico

Dado Valor
Massa de ar 10 Kg
Volume do ar 0,0098 m3
Velocidade do ar (50 m) 7,1 m/s
Área das pás 15 m2
Fonte: elaborado pelo autor.

186/220
Questão 1
1. Assinale a alternativa que apresenta, aproximadamente, a massa específi-
ca do ar.

a) 1015 Kg/m3.
b) 1000 Kg/m3.
c) 1040 Kg/m3.
d) 1060 Kg/m3.
e) 1020 Kg/m3.

187/220
Questão 2
2. Assinale a alternativa que contempla a energia cinética do ar.

a) 282 J.
b) 232 J.
c) 152 J.
d) 252 J.
e) 352 J.

188/220
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Qual a potência nominal?

a) 2,1 MW.
b) 3,0 MW.
c) 2,7 MW.
d) 1,7 MW.
e) 3,7 MW.

189/220
Questão 4
4. Considerando que o consumo médio da cidade seja de 20 MW, qual a
quantidade mínima de aerogeradores que devem ser instalados?

a) 7 aerogeradores.
b) 8 aerogeradores.
c) 9 aerogeradores.
d) 10 aerogeradores.
e) 11 aerogeradores.

190/220
Questão 5
5. Utilizando o cálculo empírico de velocidade, qual será a velocidade do
ar a 65 metros de altura? (Utilize n=0,143).

a) 7,37 m/s.
b) 7,47 m/s.
c) 7,57 m/s.
d) 7,27 m/s.
e) 7,17 m/s.

191/220
Gabarito
1. Resposta: E. 4. Resposta: B.
Para definirmos a massa específica, é ne- O número de turbinas é expresso pela rela-
cessário efetuar: ção:

2. Resposta: D. 5. Resposta: A.

A energia relacionada ao movimento pode ser Aplicando-se a relação de velocidade e al-


tura a partir de um referencial, temos:
quantificada por:

3. Resposta: C.

A potência é calculada por:

192/220
Unidade 8
Particularidades da Energia Eólica

Objetivos

1. Apresentar os dados referentes à


energia eólica no Brasil.
2. Informar sobre o panorama da ener-
gia eólica em diversos países.
3. Identificar aspectos da evolução do
consumo de energia eólica.

193/220
Introdução

A energia eólica pode ser utilizada em di- no país. Apesar desse “atraso”, o Brasil tem
versos países, sendo os equipamentos ne- investido em fontes de energia renováveis,
cessários para a referida geração instalados fazendo o país subir no ranking entre os pa-
em terra ou no mar. Isso reflete uma espe- íses em destaque de produção de energia
cífica necessidade tecnológica e nos provo- eólica.
ca questionamentos acerca de como países
com pequena extensão territorial podem 1. Cenário – China
utilizar essa fonte renovável de energia. Ao
mesmo tempo, existem países cujo consu- No ano de 2014, a China era considerada
mo de energia elétrica é elevado em con- o principal país a gerar energia elétrica por
traste com o potencial eólico em seu ter- meio do vento com valores na casa de 75 GW,
ritório, fazendo com que seja uma opção sendo líder de investimento em energias re-
para sua matriz energética, mas não pode nováveis entre todos os países dessa época.
ser a única. A China ainda firmou uma meta de dobrar
a quantidade de turbinas eólicas até o ano
O Brasil teve um início tardio na exploração
de 2020 tentando assim atingir a marca de
da energia eólica mesmo tendo um grande
200 GW de produção de energia eólica. Para
potencial espalhado por todo o território
título de comparação, neste mesmo ano, os
que supera o consumo de energia elétrica
194/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica
países da União Europeia têm juntos um to- da energia gerada pelo vento (SHUKMAN,
tal de 90 GW de capacidade instalada em 2014).
todo o seu território (SHUKMAN, 2014). No ano de 2012, o consumo de 75% de ener-
Segundo o engenheiro da empresa Gol- gia pela China era proveniente de usinas a
dwind, principal fornecedor de turbinas eó- carvão, enquanto a energia eólica era de
licas no país, em 2007 a empresa tinha po- apenas 2%. Embora pareça pouco expres-
tencial de produção de uma turbina eólica a sivo, 2% do consumo anual da China é um
cada dois dias, em 2014 a produção dispa- valor muito grande, considerando que nes-
rou para duas turbinas eólicas por dia. te ano o consumo por habitante no país em
Um dos maiores desafios do uso da energia energia elétrica ficou na casa de 3478 kWh
dos ventos no país é que as regiões de maior para um país com quase 1,4 bilhões de ha-
produção ficam em regiões mais isoladas bitantes e 0,4% de crescimento vegetativo.
e de baixa densidade demográfica, como a Esse grande crescimento no uso de energia
província de Xinjuang com uma densidade eólica vem gerando impactos internacio-
populacional equivalente a 13 habitantes nais positivos. A alta demanda tem gerado
por quilômetro quadrado. Outro desafio são queda nos custos de produção e venda, in-
as redes de transmissão elétrica que não centivando a produção de turbinas eólicas
estão configuradas para a intermitência no país. Isso acarreta no rápido desenvolvi-
195/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica
mento de novas tecnologias a preços com-
petitivos, aumentando as exportações no Para saber mais
ramo e motivando países menos desenvol- Na província de Xinjiang, na China, foi instalado
vidos em continentes como Ásia, América um dos maiores parques eólicos offshore do país. A
Latina e África a instalarem os equipamen- CHINA amplia os investimentos em energia eólica.
tos necessários (SHUKMAN, 2014). EcoDebate, 31 jul. 2008. Disponível em: <https://
Para o governo chinês, o uso das energias www.ecodebate.com.br/2008/07/31/a-chi-
renováveis faz parte de uma estratégia na-amplia-os-investimentos-em-energia-
prioritária para diminuição da poluição do -eolica/>. Acesso em: 25 jun. 2017.
ar em diversas cidades, fazendo com que
haja diversos subsídios na instalação de 2. Cenário – Estados Unidos
fontes de energia renováveis, sendo a eó-
lica uma delas. Segundo o departamento de energia dos
Estados Unidos da América, a redução do
custo de produção e funcionamento de tur-
binas eólicas e o aumento da capacidade de
transmissão de energia pelo país aumen-
tarão a facilidade na expansão da instala-

196/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


ção de parques eólicos. Tudo isso ocorren-
do ao mesmo tempo leva o departamento a Link
acreditar que em 2050 todas as residências Em um evento em Nova York, no ano de 2014, o
americanas utilizarão energia elétrica pro- até então presidente americano Barak Obama
veniente de turbinas eólicas. Esse otimismo fez um discurso falando sobre a importância do
e investimento fizeram com que no ano de uso de fontes de energia renováveis. SHAREAME-
2015 os EUA ocupassem a colocação de lí- RICA. President Obama Climate Change (Por-
der global na redução das emissões de ga- tuguese). Disponível em: <https://www.you-
ses de efeito estufa, gases que são, por mui- tube.com/watch?v=cUadJbidf2s>. Acesso
tos especialistas na área, responsáveis pelas em: 25 jun. 2017.
mudanças climáticas a nível global (SHARE
AMERICA, 2017). Entre os anos de 2005 e 2015, a quantida-
de de energia produzida por meio de fontes
eólicas aumentou em mais de 60 GW, quan-
tidade suficiente para abastecer 16 milhões
de residências no país, e no mesmo período
o custo da energia eólica teve uma queda
referente a 90%. Por conta desses excelen-

197/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


tes resultados, a indústria eólica foi, nesta de dos habitantes e na diminuição de danos
época, o setor de energia que mais cresceu materiais devido à poluição, podendo resul-
em todo o país. tar em uma economia próxima de US$ 100
Em 2015 o uso de energia eólica ocorria na bilhões (SHARE AMERICA, 2017).
maioria dos 50 estados, sendo responsáveis
por 4,5% da eletricidade gerada em todo o Para saber mais
país. Segundo o departamento de energia, O site Energy contém diversos dados e atualida-
a previsão é que a produção anual de ener- des sobre energia eólica no território dos Esta-
gia limpa proveniente da energia dos ventos dos Unidos. ENERGY. Wind Vision: New Era for
aumente chegando a 10% em 2020 e 35% Wind Power in the United States. Disponível em:
em 2050, fazendo com que em 2050 seja <https://www.energy.gov/eere/wind/maps/
eliminado 12,3 Ggtc de emissões de gases wind-vision>. Acesso em: 25 jun. 2017.
de efeito estufa e diminuindo também a
emissão de milhões de toneladas de outros
3. Cenário – Alemanha
gases, como o dióxido de enxofre e óxidos
de nitrogênio. Segundo o relatório da Wind Em 24 de agosto de 1987, a Alemanha co-
Vision, a diminuição da emissão de gases meçou a exploração da energia eólica inau-
na atmosfera implica em melhoria na saú- gurando ao norte da foz do Rio Elba, em
198/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica
uma cidade chamada Koog Kaiser Wilhelm, A Alemanha pretende em 2020 atingir uma
o primeiro parque alemão de energia eólica. capacidade de 6,5 GW de energia eólica ins-
Em 1973 a crise do petróleo foi um dos mo- talada e 100% de suas turbinas eólicas co-
tivos do início pela procura de outras fontes nectadas à rede, em comparação ao ano de
de energia renováveis. Desde então o local 2014, em que apenas metade dos aeroge-
tornou-se o principal centro de pesquisa radores estava conectada, demonstrando
alemão voltado para a energia eólica (HEI- uma defasagem em infraestrutura desse
NISCH, 2016). tipo. Para se ter uma ideia, em 2015 o país
No ano de 2014 a Alemanha conseguiu ter conseguiu atingir até o final do ano um mí-
2,35 GW de capacidade eólica instalada em nimo de 3 GW de capacidade ligada à rede
todo o seu território. Isso é praticamente o elétrica, gerando um investimento equiva-
dobro se comparado ao ano anterior, em que lente a 10 bilhões de euros. No ano de 2015,
foi produzido 915 MW. Grande parte dessas já podia ser encontrado no país 543 usinas
novas instalações tem sido do tipo offsho- eólicas offshore instaladas em sua costa
re, o que demonstra ser um sistema muito marítima, compostas por modelos de tur-
interessante para ser utilizado (CICLOVIVO, binas mais restritas quando relacionadas
2015). ao tamanho, mas com eficiência adequada
(CICLOVIVO, 2015).

199/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


energia eólica, mas a expansão só teve iní-
Para saber mais cio após os anos 2000. Essa expansão se deu
quase que acidentalmente, que foi quando
No dia 8 de maio de 2016 a Alemanha bateu um
um empreendedor privado no país procura-
recorde na produção de energias renováveis que
va uma solução para a falta de energia para
fez com que o valor para esse tipo de energia atin-
sua indústria de poliéster. Essa necessidade
gisse cotação negativa, fazendo com que o gover-
ocorreu devido ao déficit na matriz energé-
no praticamente pagasse para as pessoas usarem
tica do país, que fazia com que sua fábrica
energia. ALEMANHA “paga” para seus cidadãos
parasse de funcionar diversas vezes ao dia
usarem eletricidade. R7, 16 maio 2016. Disponí-
por conta da baixa frequência ou inexistên-
vel em: <http://noticias.r7.com/internacio-
cia de energia elétrica na rede.
nal/alemanha-paga-para-seus-cidadaos-u-
sarem-eletricidade-16052016>. Acesso em: Em 1990 foi realizada a instalação de dois
25 jun. 2017. geradores eólicos em sua fábrica sanando
então este seu problema. Após algum tem-
4. Cenário – Índia po ele percebeu que este não era um pro-
blema exclusivamente seu, ao que tomou a
No início da década de 1980, o governo in- decisão de fechar sua fábrica e se dedicar a
diano lançou um programa de produção de energia eólica.
200/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica
Tulsi Tanti criou a empresa Suzlon Energy para 7,6 GW em 2007, sendo a maior par-
e em 2008 já detinha 50% do mercado in- te de projetos privados do setor industrial.
diano de energia eólica e 7,7% do mercado O governo fixou como meta uma produção
global. Após o governo adotar uma política adicional de 10,5 GW até 2012, conseguin-
fiscal favorável ao uso de turbinas eólicas do alcançar sua meta tão fácil quanto a
com uma depreciação de 80% no primeiro meta anterior, que era a de gerar 2,5 GW até
ano, muitos se sentiram incentivados a criar 2007.
parques eólicos no país, tornando a Índia o Segundo o governo indiano, o potencial eó-
quarto maior mercado de energia eólica no lico no país é de aproximadamente 45 GW
mundo. podendo, por meio de estudo mais recentes,
Em 2003 foi fixada uma lei sobre eletrici- atingir até 100 GW. Infelizmente toda essa
dade, que fixou uma porcentagem mínima energia é equivalente apenas a 6% de todas
de energia renovável que as empresas de as outras fontes energéticas do país fazen-
serviços públicos deveriam comprar e esta- do com que mesmo que todo potencial seja
beleceu tarifas preferenciais para a compra explorado, a energia eólica ainda teria uma
dessas energias (DEVESHWAR, 2008). parcela pouco expressiva na matriz energé-
No ano de 1992 a produção de energia eó- tica do país.
lica no país era de apenas 41 MW saltando
201/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica
Um mercado que vem crescendo muito no 5. Cenário – Espanha
país é a exportação de turbinas eólicas,
sendo que entre 2006 e 2007 o país expor- Em março de 2011, ocorreu um marco his-
tou US$ 250 milhões em turbinas e US$ 25 tórico no país relacionado à energia elétri-
milhões em pás para turbinas eólicas (DE- ca. Neste mês, as turbinas eólicas do país
VESHWAR, 2008). geraram 4738 GWh, 5% a mais relacionado
com o mesmo mês no ano anterior, fazendo
Link com que nesse mês a energia eólica fosse a
principal fonte de energia do país, ficando
O Google mantém um catálogo com dados pú-
atrás as hidroelétricas com 17,3%, a ener-
blicos do Banco Mundial sobre diversos assun-
gia nuclear com 19% e as termoelétricas
tos, entre eles sobre energia e meio ambiente.
com 12,9% em comparação com o consu-
Disponível em: <https://www.google.com.
mo total no país.
br/publicdata/explore?ds=d5bncppjof-
8f9_&met_y=eg_use_elec_kh_pc&idim=- A Espanha é o país com a maior participa-
country:CHN:PRK:IND&hl=pt&dl=pt#!c- ção da energia eólica em sua matriz energé-
type=l&strail=false&bcs=d&nselm=h&r- tica, porém em caráter de produção ocupa
dim=region&ifdim=region&hl=pt&dl=p- apenas a quinta colocação, tendo uma pro-
t&ind=false> Acesso em: 25 jun. 2017. dução anual de energia através dos ventos
202/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica
próxima a 20,5 GW, sendo isso apenas a me- ca, ultrapassaram a produção de energia
tade da energia eólica produzida nos Esta- das usinas de carvão do Reino Unido. Desde
dos Unidos (VEJA, 2016). 2012 a produção de energia proveniente de
gás vem caindo, e em quatro anos já havia
6. Cenário – Reino Unido ocorrido uma diminuição de 80% na pro-
dução de energia por meio dessa fonte. O
Segundo a National Grid, no dia 20 de ou- governo tem como plano erradicar o uso de
tubro de 2014, a energia eólica bateu um usinas a carvão até 2025 e mantém sua de-
recorde no Reino Unido fornecendo 24% da dicação para isso, sendo que apenas no ano
energia consumida em todo o país chegan- de 2016 foram fechadas três usinas (SPUT-
do a impressionantes 8,1 GWh, pico duran- NIK, 2017).
te meia hora. Em todo o território, o vento
gerou mais energia que as usinas nucleares 7. Cenário – Canadá
por 11 dias inteiros ao longo do mês, sen-
do o maior período entre os dias 17 e 24 do O Canadá é um país com um território bom
mesmo mês (ZOROWICH, 2017). para o uso de aerogeradores, porém parte
Em abril de 2016, as duas principais fontes desse terreno apropriado para esse tipo de
de energia renováveis no país, solar e eóli- empreendimento fica em locais isolados,

203/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


onde a rede elétrica não consegue alcançar. de parques eólicos offshore em seu territó-
Mesmo com essa dificuldade o país conse- rio. Até 2012 ela era o único país europeu
gue ter uma forma expressiva desse recur- com potencial eólico em sua costa que ain-
so em sua matriz energética. Em 1997 eram da não explorava esse tipo de energia. Ini-
apenas 60 turbinas eólicas instaladas em cialmente a licitação é para a instalação de
todo o país, porém houve um salto no uso 600 turbinas eólicas com capacidade total
dessa forma de energia fazendo com que de 3 GW, devendo iniciar a exploração até
em 2011 já houvesse 3094 turbinas eóli- 2015. Os aerogeradores serão posiciona-
cas instaladas no país. Isso fez com que em dos na costa do canal da mancha no oceano
2014 o país tivesse uma geração de 9,7 GW Atlântico. O projeto prevê a instalação de
de energia eólica correspondendo a 4% de 1200 aerogeradores, sendo um investimen-
toda a matriz energética do país (ECYCLE, to de 20 bilhões de euros, fazendo com que
2017). a França tenha uma capacidade de produ-
ção de energia através do vento equivalente
8. Cenário – França a 6 GW até 2020, sendo isso equivalente a
3,5% do consumo anual de energia elétrica
Em 2012 o governo francês abriu a primei- no país (PORTAL ENERGIA, 2011).
ra licitação para a construção e exploração

204/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


9. Cenário – Brasil O Brasil tem um maior potencial entre os
meses de junho a dezembro, que é exata-
No Brasil a primeira turbina eólica foi insta- mente o mesmo período de baixa incidência
lada em Fernando de Noronha em 1992. Em de chuvas em todo o território nacional.
2002 o governo criou o Programa de Incen-
Segundo a GWEC, Global Wind Energy Cou-
tivo às Fontes Alternativas de Energia Elé-
ncil, em 2016 houve um aumento de 2 GW
trica (Proinfa) para incentivar a instalação
de energia eólica no país, fazendo com que
de novas fontes de energia no país. Somen-
o Brasil alcançasse a quinta colocação en-
te em 2009 que ocorreu no país o primeiro
tre os países que mais geram energia eólica
leilão de energia eólica com a intenção de
no mundo. Tudo isso tem feito com que 7%
diversificar a matriz energética do país.
do consumo anual no país tenha sido através
O aumento da energia eólica é constante, da energia eólica, a qual apresenta um custo
saltando de 22 MW em 2003 para 602 MW inferior a energia produzida por usinas hidro-
em 2009, 1 GW já em 2011 e 4,4 GW já em elétricas. Em 2015 o Brasil assinou o compro-
2013, sendo que no país o potencial teórico misso internacional na COP 21 de aumentar
em todo o território nacional é de 140 GW para 33% o uso de fontes renováveis, além
(ENERGIA EÓLICA, 2012). da energia hídrica, na matriz energética do
país no ano de 2030 (BRASIL, 2017).
205/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica
Link
O site ABEEólica contém diversos dados sobre a
energia eólica no Brasil. ABEEÓLICA. Disponível
em: <http://www.abeeolica.org.br/>. Acesso
em: 25 jun. 2017.

206/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


Glossário
Crescimento vegetativo: é a diferença entre a quantidade de nascimentos pela de mortes em
um país. Sendo esta positiva, o país passa a ter crescimento populacional.
Déficit: é a quantidade de algo que falta para completar a demanda necessária.
Densidade demográfica: é a relação entre a população de um país e a área de superfície do ter-
ritório nacional.
Depreciação: é a desvalorização de um equipamento referente aos custos de uso e à defasagem
tecnológica.
Intermitência: é algo que não é constante, sofre oscilações.

207/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


?
Questão
para
reflexão

Você viu que a energia eólica no Brasil tem maior potên-


cia nos meses de estiagem. Reflita quais podem ser as
vantagens e desvantagens da alternância entre a ener-
gia eólica e a energia hidroelétrica para o país duran-
te os meses que cada uma tem maior potência. Analise
esse questionamento ponderando aspectos ambientais,
sociais e econômicos.

208/220
Considerações Finais
• Na China os melhores locais para instalação são os menos habitados.
• A França foi o ultimo país europeu a fazer parques eólicos offshore.
• Na Índia o potencial eólico é muito menor que o consumo de energia elétri-
ca no país.
• O Brasil tem um grande potencial em relação à energia eólica.

209/220
Referências

ABEEÓLICA. Disponível em: <http://www.abeeolica.org.br/>. Acesso em: 25 jun. 2017.


A CHINA amplia os investimentos em energia eólica. EcoDebate, 31 jul. 2008. Disponível em:
<https://www.ecodebate.com.br/2008/07/31/a-china-amplia-os-investimentos-em-energia-e-
olica/>. Acesso em: 25 jun. 2017.

ALEMANHA “paga” para seus cidadãos usarem eletricidade. R7, 16 maio 2016. Disponível em:
<http://noticias.r7.com/internacional/alemanha-paga-para-seus-cidadaos-usarem-eletricida-
de-16052016>. Acesso em: 25 jun. 2017.

BRASIL.  Brasil é o maior gerador de energia eólica da América Latina. Portal Brasil, 20 mar.
2017.  Disponível em:  <http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2017/03/brasil-e-o-maior-gera-
dor-de-energia-eolica-da-america-latina>. Acesso em: 25 jun. 2017.

CICLOVIVO.  Alemanha duplicou sua produção de energia eólica offshore em 2014. 21 jan.
2015. Disponível em: <http://ciclovivo.com.br/noticia/alemanha-duplicou-sua-producao-de-en-
ergia-eolica-offshore-em-2014/>. Acesso em: 25 jun. 2017.

DEVESHWAR, Shumita Sharma. Cresce uso de energia eólica pelos indianos. 2008. Disponível


em: <http://gvces.com.br/cresce-uso-de-energia-eolica-pelos-indianos?locale=pt-br>.  Acesso
em: 25 jun. 2017.

210/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


ECYCLE.  Com vasto potencial, Canadá incentiva diversas fontes renováveis para ger-
ação de energia. 2017. Disponível em:  <http://www.ecycle.com.br/component/content/
article/38-no-mundo/3063-com-vasto-potencial-canada-incentiva-diversas-fontes-ren-
ovaveis-para-geracao-de-energia.html>. Acesso em: 25 jun. 2017.
ENERGIA EÓLICA. Energia Eólica no Brasil. 2012. Disponível em: <https://evolucaoenergiaeolica.
wordpress.com/energia-eolica-no-brasil/>. Acesso em: 25 jun. 2017.

ENERGY. Wind Vision: New Era for Wind Power in the United States. Disponível em: <https://www.
energy.gov/eere/wind/maps/wind-vision>. Acesso em: 25 jun. 2017.

HEINISCH, Carsten.  1987: Alemanha inicia exploração da energia eólica. 2016. Disponível
em: <http://p.dw.com/p/1LIw>. Acesso em: 25 jun. 2017.
PORTAL ENERGIA.  França abre primeiro concurso para Parques Eólicos Offshore. 25 jul.
2011. Disponível em:  <https://www.portal-energia.com/franca-abre-primeiro-concurso-pa-
ra-parques-eolicos-offshore/>. Acesso em: 25 jun. 2017.

SHAREAMERICA. President Obama Climate Change (Portuguese). Disponível em: <https://


www.youtube.com/watch?v=cUadJbidf2s>. Acesso em: 25 jun. 2017

211/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


SHARE AMERICA. Aproveite a brisa. Acende as luzes. A energia eólica está expandindo a fon-
te energética dos EUA. Disponível em: <https://share.america.gov/pt-br/aproveite-brisa-acen-
da-luzes-energia-eolica-esta-expandindo-fonte-energetica-dos-eua/>. Acesso em: 25 jun. 2017.

SPUTNIK. Reino Unido generó más energía eólica que de carbón en 2016. Sputnik News, [S.l.], 7
jan. 2017.  Disponível em: <https://sptnkne.ws/dkhX>. Acesso em: 25 jun. 2017.
VEJA.  Pela 1ª vez, energia eólica é a mais usada na Espanha.  Veja,  [S.l.],  6 maio 2016.  Dis-
ponível em:  <http://veja.abril.com.br/ciencia/pela-1-a-vez-energia-eolica-e-a-mais-usada-na-
espanha/>. Acesso em: 25 jun. 2017.

ZOROWICH, Ana Clara. Energia eólica atinge recorde no Reino Unido. Disponível em: <http://
www.ecoeficientes.com.br/energia-eolica-atinge-recorde-no-reino-unido/>. Acesso em: 25 jun.
2017.

212/220 Unidade 8 • Particularidades da Energia Eólica


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213/220
Questão 1
1. Assinale a alternativa que indica a porcentagem do consumo da China
proveniente de usinas de carvão em 2012.

a) 25%.
b) 75%.
c) 15%.
d) 45%.
e) 55%.

214/220
Questão 2
2. Assinale a alternativa que indica a porcentagem do consumo da China
proveniente de usinas eólicas em 2012.

a) 1%.
b) 2%.
c) 3%.
d) 4%.
e) 5%.

215/220
Questão 3
3. Assinale a alternativa que apresenta qual será a economia de dinheiro
aos Estados Unidos em 2050 com a instalação dos parques eólicos.

a) US$ 50 bilhões.
b) US$ 75 bilhões.
c) US$ 100 bilhões.
d) US$ 125 bilhões.
e) US$ 150 bilhões.

216/220
Questão 4
4. Assinale a alternativa que apresenta o país que detinha em 2014 o ranking
do maior produtor de energia eólica.

a) Alemanha.
b) China.
c) Itália.
d) Japão.
e) Estados Unidos.

217/220
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Em 2014, qual a capacidade instalada de
energia eólica na União Europeia?

a) 60 GW.
b) 70 GW.
c) 80 GW.
d) 90 GW.
e) 100 GW.

218/220
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: B.
No ano de 2012, o consumo de 75% de No ano de 2014, a China era considerada o
energia pela China era proveniente de usi- país mais gerador de energia elétrica atra-
nas a carvão. vés do vento com valores na casa de 75 GW.

2. Resposta: B. 5. Resposta: D.
No ano de 2012, o consumo de 2% de ener- Os países da União Europeia têm juntos um
gia pela China era proveniente de usinas total de 90 GW de capacidade instalada de
eólicas.
energia eólica por todo o seu território.
3. Resposta: C.
A diminuição da emissão de gases na at-
mosfera implica em melhoria na saúde dos
habitantes e na diminuição de danos mate-
riais em razão da poluição, podendo assim
isso tudo resultar em uma economia próxi-
ma de US$100 bilhões.
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