Sunteți pe pagina 1din 101

CALENDÁRIO DE PROVAS – 2019-1

DISCIPLINA P1 P2 2a. CH P3
19/04

Português Instrumental 12/04 14/06 28/06


17/06
PORTUGUÊS
INSTRUMENTAL

Professora:
Conceição Almeida da Silva
2019.1

PRIMEIRO PERÍODO PROPEDÊUTICO


PLANO DE ENSINO
Todos os Bacharelados, Licenciaturas e
CURSO Tecnólogos MATRIZ 01

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL Despacho Conjunto 01/ 2016

DISCIPLINA/UNIDADE CARGA HORÁRIA


CÓDIGO PERÍODO
CURRICULAR (HORAS)
PU1 1º. 60h
Português Instrumental

PRÉ-REQUISITO Não há

EQUIVALÊNCIA Não há
O aluno deverá compreender as estratégias envolvidas no
processamento da leitura e produção de textos, tendo em
vista o caráter dialógico da língua, caracterizada pelas
interações sociocomunicativas que se estabelecem entre os
seus diversos usuários.
OBJETIVOS
Deverá também adquirir conceitos e informações que lhe
permitam desenvolver habilidades de reconhecimento e
distinção dos aspectos cognitivos, linguístico-semânticos e
textuais, tanto do ponto de vista da produção dos textos
quanto do ponto de vista da recepção.
1. Leitura e Interpretação.
2. Produção de textos.
EMENTA
3. Atualização gramatical.
4. Redação técnico-científica.
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
BECHARA, Evanildo. Gramática da Língua Portuguesa. RJ: Lucerna, 2002.
_______. O que muda com o novo acordo ortográfico. RJ: Nova Fronteira, 2008.
KOCH, Ingedore Villaça e TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. São Paulo, Contexto, 2009.

Bibliografia Complementar:
AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de Gramática do Português. RJ: Jorge Zahar, 2004.
CUNHA, C. F. e CINTRA, L. F. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro, Editora
Nova Fronteira, 2001.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2012.
CITELI, Beatriz. Produção e leitura de textos. São Paulo, Cortez, 2003.
VIANA, Antônio Carlos. (org.) Roteiro de Redação – Lendo e Argumentando. SP: Scipione, 2004.
CALENDÁRIO DE AULAS E PROVAS – NOITE
MÊS DIAS PROVAS
FEVEREIRO 22
MARÇO 01 08 15 22 29
ABRIL 05 12 26 12/04 – P1
MAIO 03 10 17 24 31
14/06 – P2
07 14 21 28
JUNHO 17/06 – 2ªCh
24/06 – P3
16 aulas + 4 dias de avaliação.

Planejamento de aulas
Conectivos e outros
Leitura e interpretação
22/02 03/05 operadores argumentativos
Tipos de leitura
Teste 2 – trabalho em grupo
Fichamento
Texto e textualidade
01/03 10/05 Praticando – trabalho em
Fatores de textualidade
grupo
Pressupostos e subentendidos
Resumo
08/03 Frase, oração, período e parágrafo: 17/05
frase, oração, período.
Parágrafo – tipos de parágrafo.
Trabalho em grupo –
15/03 A frase e os fatores de textualidade 24/05
resumo
O parágrafo padrão
Coesão e coerência
22/03 31/05 Resenha
Coesão e relações de sentido
A importância do ato de ler – leitura
e debate.
29/03 Teste 1 – trabalho em grupo 07/06 Revisão para a prova
Habilidades básicas de produção
textual
A construção de períodos coesos e
05/04 coerentes 14/06 PROVA – P2
Gêneros e tipos textuais
Vista de provas: P2 e 2a
Chamada
12/04 PROVA – P1 21/06
Entrega de trabalhos
pendentes
Vista de prova P1
O texto dissertativo Vista de prova final – P3
26/04 28/06
O parágrafo dissertativo: parágrafo- Entrega de resultados finais
padrão
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................... 6
I – LEITURA E INTERPRETAÇÃO ..................................................... 7
Tipos de leitura .............................................................................. 10
Texto e textualidade ...................................................................... 12
Pressupostos e subentendidos ..................................................... 15
Frase, oração/período e parágrafo ................................................ 18
Coesão e coerência ....................................................................... 24
II – PRODUÇÃO DE TEXTOS ............................................................ 36
Habilidades básicas de produção textual ...................................... 36
A construção de períodos coesos e coerentes ............................. 41
Gêneros e tipos textuais ................................................................ 44
O texto dissertativo ......................................................................... 48
Coectivos e outros operadores argumentativos ............................ 52
III – REDAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA ............................................. 60
Fichamento .................................................................................... 60
Resumo ......................................................................................... 67
Resenha ........................................................................................ 74
IV – ATUALIZAÇÃO GRAMATICAL (consulta) ................................. 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 101
Esta apostila tem por objetivo servir como um guia para o
acompanhamento das aulas de Português Instrumental. No entanto,
esse material não exclui a necessidade de consultar outras fontes,
tanto as relacionadas na bibliografia quanto outros materiais, digitais
ou fotocopiados.

I –Introdução
Você está iniciando o seu curso de nível superior, o que exigirá de
você uma habilidade cada vez maior no uso da língua portuguesa.
Portanto, rever alguns conceitos e aprender a usá-los para alcançar
determinados fins comunicativos será uma das metas desse curso de
português.

Ademais, ao longo do curso, teremos


“É praticando
também que se oportunidade de revisar diversas questões
aprende a ler e a gramaticais que serão muito úteis tanto na
escrever.” leitura quanto na produção dos textos
acadêmicos com os quais você terá que
lidar.

Aprender a ler e a escrever requer de cada um de nós muita


dedicação, atenção e cuidado. Segundo defendido por Paulo Freire,
“se é praticando que se aprende a nadar, se é praticando que se
aprende a trabalhar. É praticando também que se aprende a ler e a
escrever. Vamos praticar para entender e aprender para praticar
melhor”. (FREIRE, 2008 p.47).

Desejamos que você tenha muito êxito em sua vida acadêmica e


acreditamos que ser um usuário eficiente da língua portuguesa pode
contribuir grandemente para tal êxito.

Sendo assim, aproveite bastante o curso. Bons estudos!

6
II – Leitura e interpretação
O que é ler? O que é interpretar?

Uma busca rápida no Google nos dá as


seguintes definições para o verbo LER:

7
Veja agora a definição dada pelo Google para o verbo INTERPRETAR:

Observe os textos seguintes e reflita sobre a diferença entre


decodificar e ler:

Qual a diferença entre decodificar, ler e interpretar?


DECODIFICAR LER
Identificar ou reconhecer um código; Interpretar sentidos possíveis a uma palavra em
Passar de um código a outro; diferentes empregos;
Reconhecer uma letra, um número ou uma Saber atribuir sentidos às palavras em função de
palavra; seu contexto de uso.
Saber juntar letras para formar sílabas; Compreender frases complexas;
Saber juntar sílabas para formar palavras;
Saber juntar palavras para formar frases.

Portanto, ler é ir além da mera decodificação. Quem lê precisa


decodificar, mas quem decodifica, não necessariamente lê.

8
COMPREENDER INTERPRETAR
Reconhecer o que está escrito no texto; Estabelecer conexões entre o texto e o contexto
Entender palavras, expressões e frases no texto; (ou seja, o que não está no texto), tendo por base
Reconhecer as ideias do texto, de modo objetivo, as palavras e as frases do texto;
baseando-se nas frases e nas palavras que Reconhecer as ideias do texto, de modo subjetivo,
formam o texto. baseando-se em seus conhecimentos prévios.

A compreensão depende apenas do texto e de A interpretação depende do texto e de tudo o


nada mais. que contribuiu para a elaboração do texto.

“Atualmente se admite que a leitura é um processo de


interação entre o texto e o leitor, é um processo ativo que não
se esgota meramente no sentido literal. Nesse aspecto, a
leitura passa a ser entendida como uma ato social entre
leitor e autor que participam de um processo interativo. ”
(SOUZAL.M. CARVALHO, W. C. Compreensão e produção de textos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. P. 61)

“Os especialistas nos estudos já assinalaram diferentes


modalidades de leitura: a leitura para obter informações
como nos jornais; a leitura recreativa, como nas histórias em
quadrinhos, revistas e romances; e a leitura para
compreensão e retenção de informações culturais como nos
livros didáticos e científicos.”
(SOUZAL.M. CARVALHO, W. C. Compreensão e produção de textos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. P. 61)

9
Tipos de leitura1
A – Leitura inspecional: leitura rápida, feita para tomar conhecimento
do conteúdo geral do texto, através de títulos e da fixação de alguns
parágrafos. Esse tipo de leitura pode ser realizado em alguma
situações – quando se está com muita pressa, por exemplo –, mas não
é suficiente para se dizer que entedeu o texto, sendo necessário voltar
ao texto para lê-lo outra vez, com mais calma e atenção. É a leitura
inspecional que realizamos quando lemos as manchetes de jornais, os
anúncios ou os quadros de
aviso da faculdade, por
exemplo.
ATENÇÃO! Uma leitura
apressada, feita sem atenção,
pode provocar falha de B – Leitura analítica: leitura
compreensão e levá-lo a uma
atenta, reflexiva, pausada, com
conclusão equivocada sobre o
texto lido. releitura de alguns trechos ou
parágrafos, que tem o propósito
de captar e guardar as
informações principais do texto.
Esse é o tipo de leitura que se deve fazer quando se pretende
assimilar conteúdos novos, quando se busca reter novos
conhecimentos, quando se pretende ampliar conhecimentos prévios
sobre algum assunto e quando se lê textos acadêmicos com a
finalidade de aprendizagem. A realização da leitura analítica requer o
emprego de algumas estratégias:
 Estratégias textuais e linguísticas: títulos, parágrafos, coesão e coerência, conteúdo
lógico semântico do texto etc.
 Estratégias contextuais ou extralinguísticas: intenções do autor, contexto situacional,
interlocutores (quem fala, para quem) etc.
 Estratégias intertextuais: conhecimentos prévios adquiridos por meio de todos os
textos com os quais interagimos ao longo da vida.

1
Leia mais em: SOUZAL.M. CARVALHO, W. C. Compreensão e produção de textos. Petrópolis,
RJ: Vozes, 1995. P. 61.

10
P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
Leia o texto seguinte para responder as questões apresentadas na
sequência:

1) Considerando as informações apresentadas no texto, que tipo de


leitura foi realizada pelos deputados: leitura analítica ou leitura
inspecional? Por quê?

2) Você conhece ou já passou por alguma situação semelhante à


relatada no texto? Conte como foi.

11
P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......

12
P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
1) Como a autora define texto ou discurso?

2) Considerando as informações dadas por Costa Val e os


conhecimentos que você já tem sobre o que seja um texto, tente
explicar em poucas linhas o que você entendeu quando a autora fez
as seguintes afirmações:
a. Um texto é uma unidade de linguagem em uso.

b. Um texto cumpre uma função identificável num jogo de atuação


sociocomunicativa.

c. Um texto constitui uma unidade semântica.

d. Um texto é uma unidade formal, material.

3) No trecho “São elementos desse processo as peculiaridades de


cada ato comunicativo...”, a expressão “desse processo” remete
exatamente a quê?

4) Quais peculiaridades do ato comunicativo foram enumeradas pela


autora?

5) Com base no texto, por que o contexto sociocultural constitui


elemento condicionante do sentido do texto/discurso?

6) Após realizar a leitura do texto e das atividades apresentadas,


escreva, de forma resumida e com suas palavras, uma resposta
para a pergunta: “O que é texto?”.

13
Fatores de textualidade
Para ter textualidade, um texto precisa respeitar uma série de fatores,
entre os quais destacaremos:

 os fatores pragmáticos:
Intencionalidade  produtor do texto;
o
Aceitabilidade  receptor do texto;
o
Situacionalidade  situação de produção do texto;
o
Informatividade  quantidade de informações conhecidas e
o
novas;
o Intertextualidade  conhecimento de outros textos.
 a coerência: relativa ao sentido;
 a coesão: relativa às relações lógicas entre os elementos
linguísticos do texto, que contribuem com a coerência.

P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......

1) Observe o texto apresentado a seguir. Trata-se da capa do


jornal Meia Hora. Analise-a com base nos fatores pragmáticos
de textualidade.

a. O que podemos dizer sobre a intencionalidade do


autor do texto?
b. A quem se destina o texto? Quem irá recebê-lo?
c. Caso fossem outros os destinatários, como ficaria a
aceitabilidade do texto?
d. É possível identificar a situacionalidade por trás desse
texto? Comente.
e. Sobre a informatividade, responda:
i. O texto traz alguma informação conhecida?
Como essa informação ajuda na compreensão
do texto?
ii. Traz alguma informação nova? Qual?
f. Há alguma intertextualidade no texto lido?

14
Pressupostos e subentendidos
Considere as frases seguintes:

1) Encontrei Pedro na faculdade.


2) Pedro parou de fumar.

15
3) Pedro sabe que José chegou?
4) Pedro trabalhou pouco na última semana.
5) Pedro gosta de carros importados.
6) Pedro concluiu o doutorado em 2 anos.

A partir dessas frases, é possível tirar algumas conclusões, como:

1) Pedro foi à faculdade. Eu fui à faculdade.


2) Pedro fumava antes. Pedro não fuma mais.
3) José chegou.
4) Pedro trabalha. A quantidade de trabalho realizada por Pedro
foi menor que a esperada. / Pedro costuma trabalhar mais do
que trabalhou na última semana.
5) Pedro provavelmente não gosta de carros nacionais.
6) Se Pedro conseguiu concluir o doutorado em 2 anos, você
também consegue.

Qual dessas conclusões podem ser tiradas com base em alguma


palavra dada na prórpia frase?

PRESSUPOSTOS: São informações implícitas, possibilitadas


por elementos linguísticos. Tanto o autor do texto quanto o
receptor têm acesso a essas informações, pois estão dadas, em
geral, na própria frase. É possível que uma pressuposição não
seja linguística. Nesse caso, considera-se que é uma
pressuposição quando a informação implícita não pode ser
negada.

Pressuposto = informação implícita que não pode ser negada


pelo locutor. Em geral, está atrelada a algum elemento
linguístico dado no próprio texto.

SUBENTENDIDOS: São informações implícitas que dependem,


principalmente, da situacionalidade e não estão relacionadas a

16
nenhum elemento linguístico da frase. Subentendidos são
efeitos secundários da enunciação, estão implicados de modo
indireto e precisam ser descobertos pelo interlocutor. Os
subentendidos podem ser negados pelo autor do texto.

Subentendido = informação implícita que, se for captada pelo


interlocutor, pode ser negada pelo locutor. Está sempre atrelada
à situação, ao contexto comunicativo.

P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
O diálogo seguinte possui algumas informações implícitas. Você
consegue identificá-las?

Laura: Será que daria pra você trazer meu CD amanhã?


Carol: Amanhã vai ter manifestação na Av. Paulista...!
Laura: Nossa! Amanhã? Então a gente se vê na quarta...
Carol: Que pena! Eu ia passar na sua casa pra gente ir junto...

17
Frase, oração/período e parágrafo

2
Frase : unidade textual
de sentido completo, que se inicia
Frase é todo enunciado com letra maiúscula e termina com
capaz de estabelecer um sinal de pontuação (. ? ! ...)
comunicação; é a unidade
mínima da comunicação.  Nominal (sem verbo):
Tudo bem?, / Atenção, pessoal!
“Dia de muito, véspera de nada.” /
“Cada macaco no seu galho.” /
Tempo claro a parcialmente nublado, com chuva isolada no final do
dia.”

 Verbal (com verbo): Você está bem?,/ Peço a atenção de todos!

Segundo a finalidade de quem fala ou escreve, as frases podem ser de


cinco tipos:
a) frase declarativa: “Ele perdeu muito dinheiro no jogo.”
b) frase interrogativa: “Por que ele perdeu tanto dinheiro no jogo?”
c) frase imperativa: “Não perca seu dinheiro jogando.”
d) frase exclamativa: “Quanto dinheiro ele perdeu no jogo!”
e) frase optativa (expressa um desejo): “Tomara que ele não perca
dinheiro no jogo!”

Observe que, em todos os exemplos dados, as frases


sempre começam com letra maiúscula e terminam com
um sinal de pontuação.

 Oração: construção linguística, estruturada em torno de um


VERBO (ou locução verbal).

2
A parte da gramática que descreve as regras segundo as quais as palavras se
organizam em frases se chama SINTAXE.

18
 Eu acordei tarde. / Eu fui à escola. / Chegamos cedo ontem. / Vou
trabalhar até tarde hoje.

Uma frase pode conter mais de um verbo. Nesse caso, cada verbo da
frase equivale a uma oração.

 Acordei cedo, arrumei a casa rapidamente e fui para o trabalho.


 Sabemos que você não gostou da festa.

 Período: Frase composta por orações: pode ser uma oração


(período simples); podem ser duas ou mais orações (período
composto).

 Eu acordei tarde e fui à escola. (período composto por duas orações).


 Eu acordei tarde, mas fui à escola e estudei bastante. (período
composto por três orações).

 Parágrafo: Segmento que compõe os textos e que é formado


pela reunião de frases e períodos.

Existem diferentes parágrafos para diferentes tipos de texto. Vejamos


alguns exemplos:

A – parágrafos descritivos:

A cama de ferro, a colcha branca, o travesseiro com fronha de morim.


O lavatório esmaltado, a bacia e o jarro. Uma mesa de pau, o tinteiro
niquelado, papéis, uma caneta. Quadros nas paredes.
(Fonte: VERISSIMO, Erico. Clarissa, p. 220.)

Venda ou locação: apartamento recém-lançado na Barra da Tijuca em


condomínio arborizado, com área de lazer e próximo ao Parque
Natural de Marapendi e ao Oceano Atlântico. (Anúncio classificado)

19
B – parágrafos narrativos:

A Casa Verde foi o nome dado ao asilo, por alusão à cor das janelas,
que pela primeira vez apareciam verdes em Itaguaí. Inaugurou-se com
imensa pompa; de todas as vilas e povoações próximas, e até
remotas, e da própria cidade do Rio de Janeiro, correu gente para
assistir às cerimônias, que duraram sete dias. Muitos dementes já
estavam recolhidos; e os parentes tiveram ocasião de ver o carinho
paternal e a caridade cristã com que eles iam ser tratados.
(ASSIS, Machado. 1999, p. 12).

Um transeunte quis saber de um rapazinho em lágrimas que


encontrou na rua a razão de suas penas.
__ Eu tinha nas mãos dois marcos para pagar uma entrada de
cinema – disse-lhe o menino – quando de repente chegou um garoto
mais forte do que eu e me arrancou um deles das mãos.
E apontou um jovem, que ainda podia ser visto a uma certa
distância.
(“O menino Inerme”, conto minimalista, Bertolt Brecht)

C – parágrafos dissertativos:
 Cada parágrafo deve falar de uma única ideia-núcleo (ideia
principal), e essa ideia deve ter relação com o assunto tratado no
texto. Veja as qualidades esperadas de um parágrafo dissertativo:

1 – Unidade: deve trazer apenas uma ideia central;


2 – Coerência: ordenação lógica de ideias;
Coesão: relação linguística entre as ideias;
3 – Concisão: não deve falar nem demais nem de menos, apenas o
necessário;
4 – Clareza: precisa comunicar exatamente o que precisa comunicar,
sem confusões.

As crescentes alterações ambientais provocadas pelo homem, assim


como o desmatamento e a caça às presas silvestres e às próprias
onças são as principais causas da diminuição da população de onças
no Brasil. Reduzir essas ameaças é fundamental para garantir a
sobrevivência da onça-pintada e a integridade dos ecossistemas.
(WWF)

20
A FRASE e os fatores de textualidade

Comecemos por analisar a seguinte frase:

A porta está aberta.


Agora identifique o que ela pode significar nos seguintes casos:

- Você precisa falar com a vizinha, mas não sabe se ela está em casa.
Então alguém que está com você olha para a casa da vizinha e diz: “A
porta está aberta.”

- Seu patrão te convoca para uma reunião na sala dele. Você entra e
se senta. Ele então te diz: “A porta está aberta.”

- Um casal começa a discutir. Até que um diz ao outro que não


aguenta mais e que vai embora, e recebe a seguinte resposta: “A
porta está aberta.”

O que faz com que essas frases tenham sentidos diferentes em cada
um dos casos analisados?

O PARÁGRAFO-padrão e a compreensão de textos

Frase-resumo da ideia-núcleo. Comentários que desenvolvem a ideia núcleo.


Conclusão/fechamento do parágrafo (opcional).

EXEMPLO:
Pode-se transformar o sistema imunológico, ao mudar a forma de
pensar. Para isso, é preciso desenvolver uma autoimagem positiva,
amando a si mesmo e dispondo-se a abandonar o passado e a
perdoar. O corpo sempre reflete o estado da consciência em
determinado momento. À medida que as crenças são mudadas, o ser
humano transforma-se tanto física como emocionalmente. Portanto,
tudo isso contribui para que as pessoas se tornem completas e se
curem de seus males.

21
O parágrafo-padrão facilita a nossa compreensão do texto, visto que
traz, de forma resumida, já na primeira frase, qual é a ideia central do
parágrafo.

P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
1) Leia os parágrafos seguintes e identifique se eles são
descritivos, narrativos ou dissertativos.

a) Dois quiosques da Praia de Itaipu, na Região Oceânica de Niterói,


pegaram fogo na noite da última terça-feira (27). O incêndio começou
por volta das 19h, e rapidamente se alastrou pelos estabelecimentos,
que tinham em sua estrutura sapê e madeira. A equipe do Corpo de
Bombeiros chegou pouco tempo depois para controlar as chamas. De
acordo com a assessoria de imprensa da corporação, o acionamento
foi registrado às 19h40, e ninguém ficou ferido. Os dois quiosques
foram totalmente destruídos. (O Fluminense, 28/09/2016)

b) A onça-pintada ou jaguar, também conhecida por onça-preta, é uma


espécie de mamífero carnívoro da família Felidae encontrada nas
Américas. É o terceiro maior felino do mundo, após o tigre e o leão, e o
maior do continente americano. (Wikipedia)

c) O dinheiro pode nos dar conforto e segurança, mas ele não compra
uma vida feliz. O dinheiro compra a cama, mas não o descanso.
Compra bajuladores, mas não amigos. Compra presentes para uma
mulher, mas não o seu amor. Compra o bilhete da festa, mas não a
alegria. Paga a mensalidade da escola, mas não produz a arte de
pensar. Você precisa conquistar aquilo que o dinheiro não compra.
Caso contrário, será um miserável, ainda que seja um milionário.
(Augusto Cury)

d) Um visitante ilustre foi até a casa do pescador Roberto Alves de


Souza, de 43 anos, no Passo do Lontra, região do Pantanal a 130
quilômetros de Corumbá. Câmeras de monitoramento, instaladas na
residência do homem, registraram o momento em que uma onça-
pintada faz uma ronda pelo local e, em seguida, abocanha um dos
cães do pescador. (G1, 08/07/2015)

22
2) O texto seguinte trata-se de uma redação de vestibular todo
escrito com parágrafo-padrão. Leia-o, atentamente, e
identifique qual é a ideia núcleo de cada um dos parágrafos.

MOBILIDADE URBANA

Mobilidade urbana relaciona-se à possibilidade de um indivíduo se


deslocar facilmente na cidade. Todavia, o que se observa no Brasil,
diariamente, principalmente nas grandes metrópoles, são os
congestionamentos estressantes e um transporte público ineficaz.
Nesse sentido, é importante criar condições para que as pessoas
deixem os carros em suas casas, para minimizar o problema do
contexto atual.
Em princípio, vale lembrar que a infraestrutura de muitas cidades
brasileiras, apresenta-se precária diante da quantidade de carros que
circulam pelas vias públicas. De fato, o congestionamento e a lentidão
do tráfego, faz com que as pessoas constantemente se atrasem para
chegar a seu destino, tal situação poderá causar problemas de saúde
para aqueles que ficam horas preso no trânsito.Dessa forma, fazer
com que menos carros circulem pelas ruas é uma necessidade, e não
um fato opcional.
Ademais vale ressaltar que, embora o transporte coletivo seja a
única opção para muitos brasileiros, ele nem sempre atende a
população de maneira eficaz. De fato, em grandes centros urbanos do
país, priorizou-se por muito tempo, o transporte individual. Verificam-se
investimentos em túneis, viadutos e vias expressas em detrimento dos
sistemas metroviário e ferroviário. Observa-se, hoje, trens e metrôs em
estado precário, superlotados e não suprem totalmente a necessidade
daqueles que os utilizam. É preciso mais qualidade e eficiência no
transporte público, para que se torne uma boa opção para todos.
Torna-se evidente, portanto, que a mobilidade nas metrópoles
brasileiras, é realmente um problema: há excesso de veículos nas ruas
e os ônibus não atendem às necessidades das pessoas. Cabe ao
Governo e demais responsáveis, investir em infraestruturas,
reestruturação das vias públicas, construção e ampliação de ciclovias.
Além disso, expandir os sistemas de metrô e trem, na qualidade de
linhas e conforto. Assim, o brasileiro terá reais condições de deixar o
carro em casa, quando for se locomover pela cidade.

23
Coerência e Coesão

Coerência:
 fator responsável pelo sentido do texto;
 pressupõe a construção de sentidos a partir da interação entre
conhecimentos compartilhados pelos interlocutores;
 suscita a mobilização tanto de informações explícitas, dadas
no próprio texto, como de informações implícitas, que precisam
ser inferidas (pois estão subentendidas) ou que estão
pressupostas.
 envolve aspectos lógicos, semânticos e cognitivos;
o aspectos lógicos: dizem respeito ao emprego da
razão para a interpretação das informações
apresentadas. Ao ler o texto esperamos que as ideias
não sejam contraditórias; que as informações sigam
uma progressão (não seja tautológico, repetitivo) e que
traga informações relevantes.
o aspectos semânticos: dizem respeito ao
conhecimento linguístico, ao significado das palavras e
das expressões da língua.
o aspectos cognitivos: dizem respeito ao modo como
percebemos e interagimos com o mundo, com as
diferentes situações nas quais estamos inseridos, e
que nos possibilita compartilhar conhecimentos com os
demais.

24
Coesão:
 “forma como os elementos linguísticos presentes na superfície
textual se interligam, se interconectam, por meio de recursos
também linguísticos, de modo a formar um ‘tecido’ (tessitura)”
(KOCH, 2004, P.35);
 pode ser de dois tipos: coesão referencial e coesão sequencial;
 Coesão referencial:
o anáfora e catáfora:
 anáfora: refere algo que já foi dito antes;
 catáfora refere algo que ainda será dito depois.
o mecanismos gramaticais e lexicais.
 mecanismos gramaticais: pronomes, artigos, elipse,
concordância, correlação entre tempos verbais,
conjunções etc.
 mecanismos lexicais:
 reiteração: repetição de palavra ou nominalização;
 substituição: sinônimos antônimos, hipônimos,
hiperônimos;
 associação: emprego de palavras que pressupõem
outras pertencentes ao mesmo campo semântico.
 Coesão sequencial: progresso do texto, elementos que fazem
com que o texto “ande”, diga sempre algo mais. Isso pode ocorrer
por meio da manutenção do tema, por meio da progressão
temática ou por ligações semânticas.

Exemplos: “Em primeiro lugar”, “a seguir”, “Sendo assim” etc.

25
P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
Texto: [Conto] Circuito fechado – Ricardo Ramos

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental,


água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina,
sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente.
Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó.
Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço. Relógio, maço
de cigarros, caixa de fósforos, jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires,
prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro,
fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda,
copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de
entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo.
Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone,
relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes,
telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços
de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de
filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel.
Mictório, pia. Água. Táxi, mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos,
talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de
fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis,
telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno,
externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel,
pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel,
telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta.
Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona,
copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos,
guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e
fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa,
sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos.
Coberta, cama, travesseiro.
https://revistamacondo.wordpress.com/2012/02/29/conto-circuito-fechado-ricardo-ramos/

1) Lembrando os conceitos de coesão referencial, coesão sequencial e


coerência, avalie o texto lido.
2) Considere os diferentes empregos da vírgula em um texto. Com que
finalidade a vírgula está sendo empregada nesse texto? (Consulte o
uso da vírgula)

26
3) Considere a finalidade do emprego do ponto final em um texto.
Analise que efeitos de sentido o ponto final possibilita no texto.

4) Avaliando os substantivos usados na construção do texto e


lembrando para que servem os substantivos, a que conclusão
podemos chegar sobre as escolhas de palavras feitas pelo autor desse
texto?

5) Tendo em vista o que um texto precisa para ser considerado texto,


por que esse conjunto de palavras e sinais de pontuação pode ser
considerado um texto, e não com
conglomerado de palavras apenas.

6) Realizando uma compreensão e


uma interpretação atentas do texto,
responda:
a. Sobre a personagem, é um homem
ou uma mulher? Por quê?
b. A profissão da personagem pode ser
inferida? Justifique.
c. Que se pode dizer sobre o lugar
onde essa personagem habita?
d. Que se pode dizer sobre vícios e
hábitos dessa personagem?

8) Observe a tira cômica do Recruta


Zero (ao lado) para responder às
questões seguintes:

a) Que tipo de coesão o pronome “isto”,


sublinhado, estabelece?
b) Esse pronome retoma exatamente o
quê?
c) A repetição na fala do personagem é
responsável pela coerência do texto.
Explique que sentidos essa repetição
provoca.

27
7) Na tira cômica do Hagar (acima), o impasse do diálogo foi causado
por um problema de coesão. Explique.

COESÃO E REÇAÇÕES DE SENTIDO

Identifique as relações de sentido que são estabelecidas por


meio dos seguintes elos coesivos:

I - Estudar é importante e estimulante.


II - Estudar além de ser importante também é estimulante.
III - Estudar não só é importante como também estimulante.
IV - Estudar é tão importante quanto estimulante.

I - A ponte balança quando venta forte.


II - Mesmo que não vente forte, a ponte balança.
III - Se ventar forte, a ponte balança.
IV - A ponte balança porque venta forte.

I - Estudar é importante porque amplia o conhecimento sobre o


mundo.
II - Estudar é importante uma vez que ajuda a ter uma profissão.
III - Estudar é importante pois aumenta nossa capacidade de analisar
os fatos de modo crítico.
IV - Estudar é importante porque amplia o conhecimento e ajuda a tem
uma profissão, além de aumentar nossa capacidade de analisar os
fatos de modo crítico.

28
TESTE 1
Vamos testar suas habilidades de leitura e interpretação de textos?

QUESTÃO 1
“Beber é mal, mas é muito bom.”
(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.)

a) O ponto de vista do autor sobre o ato de beber (álcool) está implícito na frase.
Explique qual é esse ponto de vista.

b) O ponto de vista do autor é expresso por um pressuposto ou por um


subentendido? Explique.

QUESTÃO 2 – ENEM 2011


O texto é uma propaganda de um
adoçante que tem o seguinte mote:
“Mude sua embalagem”.

A estratégia que o autor


utiliza para o convencimento do
leitor baseia-se no emprego de
recursos expressivos, verbais e não
verbais, com vistas a

a) ridicularizar a forma física do


possível cliente do produto anunciado, aconselhando-o a uma busca de
mudanças estéticas.
b) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos
alimentares saudáveis, reforçando tal postura.
c) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da
população, propondo a redução desse consumo.
d) associar o vocábulo açúcar à imagem do corpo fora de forma, sugerindo a
substituição desse produto pelo adoçante.
e) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não desenvolve
atividades físicas, incentivando a prática esportiva.
QUESTÃO 3
Releia o texto da questão 1. Para compreender e interpretá-lo corretamente, o
leitor precisa, principalmente, saber:

a) decodificar a palavra “açúcar” e a frase “Mude sua embalagem.”.


b) identificar as cores e as formas da imagem presente no texto.
c) reconhecer que a imagem é uma embalagem de açúcar.
d) interpretar as informações sem considerar o que o texto apresenta.
e) entender palavras, frases e imagens, e dialogar com conhecimentos prévios.

QUESTÃO 4 – (ENEM – 1999)


Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com
passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo
constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os
seguintes textos:

I. Quando nasci, um anjo torto


Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)

II. Quando nasci veio um anjo safado


O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)

III. Quando nasci um anjo esbelto


Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos
Drummond de Andrade, por

a) reiteração de imagens.
b) oposição de ideias.
c) falta de criatividade.
d) negação dos versos.
e) ausência de recursos.

QUESTÃO 5 (ITA-2002)
Assinale a interpretação sugerida pelo seguinte trecho publicitário: Fotografe os
bons momentos agora, porque depois vem o casamento.

a) O casamento não merece fotografias.


b) A felicidade após o casamento dispensa fotografias.
c) Os compromissos assumidos no casamento limitam os momentos dignos de
fotografia.
d) O casamento é uma segunda etapa da vida que também deve ser registrada.
e) O casamento é uma cerimônia que exige fotografias exclusivas.

QUESTÃO 6 (ENEM 2012)


“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um
romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando
o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e
Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura
brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também
folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal
e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse
personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada.
História Viva, n. 99, 2011.

Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura
digitalização de sua obra, depreende-se que

a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam


compreender seus romances.
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma
vasta obra literária com temática atemporal.
c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra
sua importância para a história do Brasil Imperial.
d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na
preservação da memória linguística e da identidade nacional.
e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua
temática indianista.

QUESTÃO 7 – (Simulado Inep)


Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo.
O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis
fósseis e das queimadas, pode ter consequências calamitosas para o clima
mundial, mas também pode afetar diretamente o crescimento das plantas.
Cientistas da Universidade de Basel, na Suíça, mostraram que, embora o dióxido de
carbono seja essencial para o crescimento dos vegetais, quantidades excessivas
desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos incalculáveis na
agricultura de vários países.
O Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32.

O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção


temática. A partir dessa perspectiva, conclui-se que

a) a palavra “mas”, na linha 2, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.


b) a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra
complemento no restante do texto.
c) as expressões: “consequências calamitosas”, na linha 2, e “efeitos incalculáveis”,
na linha 6, reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.
d) o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade
ao texto, uma vez que se fala em “estudo” no título do texto.
e) a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas
linhas 1 e 2, reforçando a ideia de catástrofe.

QUESTÃO 8 (ENEM 2013)


Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série
de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que
disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o
italiano
influenza
e o francês
grippe
O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava
“influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal do
verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento
como o vírus se apossa do organismo infectado.
RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor
reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída
predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O
fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:

a) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe […]”.
c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava
‘influência dos astros sobre os homens’.”
d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper […]”.
e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do
organismo infectado.”

QUESTÃO 9 (ENEM 2014)


Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal ‒
eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica
algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em
certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que
mostram sua cara escrevendo para reclamar: moderna demais, antiquada demais.
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos
que parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você
escreveu exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus
pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os
estímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é como me
botarem no colo ‒ também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por
leitores como na janela do jornal. De modo que está sendo ótima, essa brincadeira
séria, com alguns textos que iam acabar neste livro, outros espalhados por aí.
Porque eu levo a sério ser sério… mesmo quando parece que estou brincando: essa
é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua sendo
a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.

Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a articulação entre suas
partes. Quanto à construção do fragmento, o elemento

a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”.


b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.
c) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.
d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”.
e) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.

QUESTÃO 10 (ENEM 2017)


Essas moças tinham o vezo de afirmar o contrário do que desejavam. Notei a
singularidade quando principiaram a elogiar o meu paletó cor de macaco.
Examinavam-no sérias, achavam o pano e os aviamentos de qualidade superior, o
feitio admirável. Envaideci-me: nunca havia reparado em tais vantagens. Mas os
gabos se prolongaram, trouxeram-me desconfiança. Percebi afinal que elas
zombavam e não me susceptibilizei. Longe disso: achei curiosa aquela maneira de
falar pelo avesso, diferente das grosserias a que me habituara. Em geral me diziam
com franqueza que a roupa não me assentava no corpo, sobrava nos sovacos.
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record. 1994.

Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam estratégias para introduzir


e retomar ideias, promovendo a progressão do tema.

No fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é introduzido pela expressão

a) “a singularidade”.
b) “tais vantagens”.
c) “os gabos”.
d) “longe disso”.
e) “em geral”.
A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER – Paulo Freire

(...) A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior


leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.
Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do
texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das
relações entre o texto e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a
importância do ato de ler, eu me senti levado - e até gostosamente - a
"reler" momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória,
desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha
adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da
importância do ato de ler se veio em mim constituindo.
(...) Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em que me movia;
depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha
escolarização, foi a leitura da “palavramundo”.
(...) Daquele contexto - o do meu mundo imediato - fazia parte, por outro
lado, o universo da linguagem dos mais velhos, expressando as suas
crenças, os seus gostos, os seus receios, os seus valores. Tudo isso ligado a
contextos mais amplos que o do meu mundo imediato e de cuja existência
eu não podia sequer suspeitar.
(...) Refiro-me a que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra
e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. Na proposta a
que me referi acima, este movimento do mundo à palavra e da palavra ao
mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do
mundo mesmo através da leitura que dele fazemos. De alguma maneira,
porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas
precedida pela leitura do mundo mas por uma certa forma de “escrevê-lo”
ou de “reescreve-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática
consciente. (...)
Fonte: FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores
Associados: Cortez, 1989.
III – Produção de textos

Habilidades básicas de
produção textual

Leia os fragmentos seguintes


Um texto é uma sequência com atenção:
de orações: mas nem toda
sequência de orações
constitui um texto.
1) No rádio toca um rock.
O rock é um ritmo moderno. O
coração também tem ritmo. Ele
é um músculo oco composto de
duas aurículas e dois ventrículos.

2) O Pedro vai buscar as bebidas. A Sandra tem que ficar com os


meninos. A Teresa arruma a casa. Hoje eu vou precisar da
ajuda de todo mundo.
Fonte: COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. Martins Fontes: São
Paulo, 2004, p. 7-8.

Agora, analise e compare os dois fragmentos:


- Quantas orações eles possuem?
- Qual é o tema principal de cada um deles?
- O que se pode dizer sobre a coesão?
- E sobre a coerência?
- Qual dos dois textos é mais claro e preciso?

Observe que o fragmento 1 começa falando sobre rock, depois fala


sobre ritmo e termina falando sobre coração. Ou seja, o mesmo
parágrafo tem 3 ideias núcleos distintas. Além disso, não fica claro o
que exatamente se quer comunicar sobre nenhum dos três temas, falta
clareza. As ideias estão concisas demais, precisavam ser melhor
explicadas.

36
Quanto ao fragmento 2, fica claro desde o início que se trata de uma
pessoa distribuindo afazeres entre doutras três. As três primeiras
frases falam sobre isso, e a última retoma e reforça o que a pessoa
vinha falando. Portanto, esse parágrafo possui unidade, fala de um
único assunto. As ideias estão claras, e a quantidade de informações é
suficiente – não está conciso demais nem diz mais que o necessário.

Quanto à coesão e à coerência, cabe destacar que o fragmento 1 está


coeso, mas incoerente; enquanto o fragmento 2 não está coeso, mas
coerente. Além de coesão e coerência, a construção de um texto
requer outras características essenciais:

Correção vocabulário simples, porém culto,


Um texto deve obedecer às regras evita o risco do seu texto não ser
gerais da língua, ressalvando-se compreendido.
sempre algumas liberdades como
consequência do estilo. Portanto, Concisão e precisão
deve-se evitar os desvios da norma Consiste em apresentar uma ideia em
culta que são comumente poucas palavras, sem, contudo,
encontrados nas redações – comprometer a clareza; deve ser
ortografia, pontuação, concordância entendida como sinônimo de
e regência. precisão, exatidão, brevidade. É a
virtude de expressar um fato, uma
Clareza opinião com o menor número
Se o texto não obedece às normas possível de frases e palavras. Cuidado
gerais da língua, torna-se pouco porém com o excesso de concisão,
claro, difícil de ser compreendido. pois pode redundar em
As palavras devem ser bem obscuridade.O procedimento oposto
colocadas, as ideias devem é a prolixidade, que deve ser evitada.
obedecer a uma determinada lógica. Ser prolixo é usar muitas palavras
Não seja esnobe empregando para dizer pouco ou nada.
palavras “difíceis”; o uso de um

Falta de clareza, correção, coesão, coerência e concisão, não são os


únicos defeitos que um texto pode apresentar e que devem ser
evitados. Vejamos outros:

37
Repetição da mesma palavra Ambiguidade e duplo sentido
A América Latina é uma região A prefeitura tem procurado
que tem dívidas. Sua dívida aproveitar espaços públicos como
externa chega a bilhões de estacionamentos para a realização
dólares, sendo o Brasil, a de espetáculos.
Argentina e a Venezuela os • O enunciado permite duas
principais países que alimentam interpretações:
essa dívida. 1. A prefeitura transforma
espaços públicos em
Repetição de ideias estacionamentos para realização
O governo do Estado, por meio de de espetáculos.
planejamento antecipado, decidiu 2. A prefeitura utiliza espaços
verificar todos os sintomas públicos, como estacionamentos,
indicativos de fraude na para a realização de espetáculos.
Previdência. Cada um,
isoladamente, dos casos serão Pleonasmos
analisados. O aniversário foi uma bela
surpresa inesperada.
Você deve comparecer
Repetição da palavra “quê” pessoalmente ao Detran.
Os recursos que resultaram dos Mantenha a mesma velocidade.
esforços que a Secretaria da Gostaria de conviver junto a
Cultura e Educação despendeu natureza.
não deveriam ser empregados em
matérias que duram pouco. Redundância
Os recursos resultantes dos A redundância consiste no uso de
esforços despendidos pela ideias supérfluas, de detalhes
Secretaria da Cultura e inúteis ou óbvios, de ideias e
Educação não deveriam ser palavras repetidas, que
empregados em materiais comprometem a clareza da
não duráveis. mensagem. Por exemplo:

Vimos por meio desta carta convidar Vossa Senhoria, devido a sua formação
na área de educação, a participar, no dia 30 de outubro do presente ano, do II

38
Congresso Nacional de Educadores. Informamos, ainda, que no Congresso
estarão presentes educadores de todo o Brasil. O Congresso será realizado no
Memorial da América Latina, às 9h da manhã.

Convidamos Vossa Senhoria a participar do II Congresso Nacional de


Educação, a ser realizado no dia 30 de outubro de 2007, no Memorial
da América Latina, às 9h.

P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
1) Leia os fragmentos de texto a seguir e identifique se possuem:
coesão, coerência, clareza, correção, concisão e precisão.

Na sequência, reescreva-os, resolvendo os problemas encontrados.

A – Após batalhas tentando provar sua igualdade a mulher conseguiu


provar seu valor, modificou vários cenários provando sua igualdade
para com o homem, sofriam muitos tipos de preconceitos e
discriminação, hoje encontram-se em um cenário na qual todos as
veem com igualdade, sabendo da capacidade feminina e fácil
identificar também a superioridade em alguns setores profissionais.

B – De repente, um homem de chapéu na cabeça desceu as escadas,


parou diante da moça, olhou para a plateia e fez uma surpresa
inesperada para ela. Encarou a moça de frente e gritou alto que tinha
certeza absoluta de que a moça era uma pessoa humana que nunca
decapitaria a cabeça de ninguém. A multidão de pessoas que havia ido
assistir à estreia da peça de teatro, que se apresentava pela primeira
vez no teatro, bateu palmas com as mãos entusiasmadamente.

2) É importante saber escrever de forma resumida, com concisão,


evitando repetições desnecessárias, empregando o mínimo de
palavras possível. Sobre a concisão textual, analise as frases
seguintes, identifique qual é o problema e resolva-o.

39
a) A largada será no Leme. A chegada acontecerá no mesmo
local da partida.

b) O procurador encaminhou ofício à área criminal da


Procuradoria determinando que o réu seja investigado.

c) A posição do Governo brasileiro é de que esgotem todas as


possibilidades de negociação para que se alcance uma
solução pacífica.

d) A América Latina é uma região que tem dívidas. Sua dívida


externa chega a bilhões de dólares, sendo o Brasil, a Argentina
e a Venezuela os principais países que alimentam essa dívida.

e) O governo do Estado, por meio de planejamento antecipado,


decidiu verificar todos os sintomas indicativos de fraude na
Previdência. Cada um, isoladamente, dos casos serão
analisados.
f) Com isso, surgem, como consequências, várias doenças. Para
exemplificar melhor ainda, pode-se dizer que são: problemas
neurológicos, cirrose, gastrite...

3) As frases seguintes apresentam ambiguidade. Identifique qual


é a ambiguidade e reescreva as frases solucionando o
problema.

a) As crianças comeram bolo e sorvete de chocolate.


b) Ele viu a moça com um binóculo.
c) Ela saiu da loja de roupa.
d) As crianças esconderam os brinquedos que encontraram no porão.
e) Acabaram de roubar o banco da entrada da universidade.
f) Falei com minha prima que estava brava.
g) Venceu o Brasil a Argentina.
h) Na década de 70, os jogadores do Vasco não levavam os treinos a
sério, como acontecia no Cruzeiro.

40
i) Campanha contra a violência do governo do estado entra em nova
fase.

4) Leia as tiras cômicas a seguir e explique como o humor foi


construído.

Tira 1:

Tira 2:

A construção de períodos coesos e coerentes


Vimos, anteriormente, que o período pode ser composto por uma ou
mais orações e que os parágrafos são construídos pela reunião de
períodos que tratam de uma mesma ideia núcleo. Quando escrevemos
um texto qualquer e, principalmente, um texto acadêmico, devemos

41
nos preocupar em ser claros, coerentes e coesos (volte a consultar, na
unidade anterior, os conceitos de coesão e coerência para relembrar).

Observe a sequência de períodos simples a seguir. Depois, veja como


eles foram organizados em um único período composto, de forma
coesa e coerente.

I – A população brasileira envelhece em alta velocidade. O processo


de urbanização e a maior escolaridade fazem a taxa de natalidade cair
bastante. Existem muitos problemas com a escolarização da
população. As despesas com aposentadorias e pensões estão
aumentando. As receitas estão sendo reduzidas. Os jovens entram
cada vez menos no mercado de trabalho.

II – O fato de a população brasileira envelhecer em alta velocidade,


enquanto a taxa de natalidade cai bastante devido ao processo de
urbanização e à maior escolaridade da população, com todos os
problemas que existem nesta área, faz com que se aumentem as
despesas com aposentadorias e pensões e se reduzam as receitas,
pela entrada cada vez menor de jovens na força de trabalho.

P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
1) Reúna os períodos simples seguintes em um único período
composto, fazendo os ajustes necessários e empregando elos
coesivos adequados.

I – A educação é um tema muito discutido no Brasil. A educação é o


principal aspecto de desenvolvimento de uma nação.

II – O investimento em educação é mal aplicado principalmente nas


pequenas cidades. Nas pequenas cidades, as verbas para a educação
são desviadas. Os desvios das verbas para a educação impede o
desenvolvimento do país.

III – A educação no Brasil não avança. Nosso governo investe em


expansão econômica e financeira. Nosso governo não investe em

42
educação de qualidade. A falta de educação de qualidade leva o país a
ter muitos problemas estruturais.

2) O texto seguinte é uma redação de vestibular sobre o tema


“Votar em palhaço é uma forma válida de protestar?”,
relacionado com a eleição do Palhaço Tiririca, em 2010.

Todos os parágrafos apresentam problemas: gramaticais, de


pontuação, de coesão e coerência, de clareza etc. Você
deverá reescrevê-los, fazendo as correções necessárias.

Para isso, siga as seguintes instruções:


a. Leia cada período e identifique se ele poderia ser
unido a outro para garantir mais coesão e coerência;
b. Identifique erros de ortografia, de pontuação e
gramaticais, antes de reescrever.
c. Faça as adaptações que julgar necessárias, mas não
modifique as ideias principais de cada parágrafo.

“ O eleitor deixou clara sua insatisfação com o político corrupto.


Elegeu um palhaço analfabeto ao cargo de deputado federal. A piada
se tornará sem graça, quando o eleito se mostrar politicamente
inexperiente, influenciável e sem projetos.

A falta de experiência política de alguns candidatos é visível. Como é o


caso do palhaço Tiririca. O político é analfabeto e declarou a jornais e
revistas não saber as funções de um deputado federal. Cargo para o
qual foi eleito na última eleição.

Um político que desconhece suas obrigações demonstra desinteresse.


Todo candidato tem um partido que, por sua vez, tem políticos
experientes e que sabem que artistas são bonecos de fantoches que
agradam o eleitor descontente.

43
No horário político ouviu-se muitas anedotas. Faltaram os projetos
sócios econômicos. Ao eleitor faltou perceber que uma nação não vive
só de palhaçada. Necessita de segurança, educação e saúde.

Com o fim das eleições o brasileiro talvez veja que quem atuará no
espetáculo circense será ele próprio. Fazendo o papel de pierrot, o
palhaço triste. E descubra com o passar do tempo que 'pior que ta
fica’.”

Gêneros e tipos textuais

Os gêneros textuais são formas de textos usados na comunicação.


Dependem de fatores como: práticas sociais, situação comunicativa,
práticas discursivas, áreas do conhecimento etc. Sempre que vamos
escrever um texto, precisamos
saber quais desses fatores
estão envolvidos – existe
diferença entre escrever um “...a comunicação verbal só
texto na faculdade e excrever é possível por algum gênero
textual.”. (MARCUSCHI, 2008, p. 154)
um texto no trabalho, falar
com um amigo é diferente de
falar com o médico, se
comunicar na igreja é
diferrente de se comunicar em
uma boate, etc.

Alguns exemplos: anúncio publicitário, redação escolar, guia turístico,


novela televisiva, entrevista radiofônica, debate político, santinho
eleitoral, notícia, artigo científico etc.

 Redação de vestibular: é um gênero escrito produzido em


âmbito escolar ou de concursos, é produzido por um
aluno/candidato para um professor/corretor, precisa ter de três
a cinco parágrafos, sendo um parágrafo de introdução, até três
de desenvolvimento e um de conclusão. Além disso, precisa

44
ter opinião (tese) e argumentos (provas). Se a redação de
vestibular não for produzida respeitando minimamente essas
instrução, não será uma redação de vestibular.
 Carta comercial: é um gênero escrito produzido no âmbito das
empresas, apresenta autor e destinatários que são
funcionários da empresa ou de outra empresa, pode ter alguns
ou vários parágrafos, depdende da finalidade da carta, precisa
ter local, data, saudação, conteúdo, despedida e assinatura.
Se uma carta não apresentar minimamente esses elementos,
não será uma carta.
 Aula: é um gênero oral produzido em âmbito escolar ou
acadêmico, é produzido por um professor e destinado a
alunos, precisa ter uma linguagem clara e correta. Além disso,
precisa respeitar as possibilidades de conteúdo previstos pela
situação de comunicação.
 Conversa: é um gênero oral produzido por duas ou mais
pessoas, de modo que todas possam falar alternadamente,
sobre temas que sejam do interesse de todos os envolvidos.
Deixa de ser uma conversa se apenas uma pessoa fala.

Veja a seguir outros gêneros que circulam no âmbito acadêmico e que


você deve começar a ter contato:

 Tese;  Ensaio;
 Dissertação;  Resenha;
 Monografia;  Resumo;
 TCC – Trabalho de  Fichamento.
conclusão de curso
 Artigo;

Os tipos textuais são formas linguísticas usadas nos textos com


determinadas finalidades. Os principais tipos textuais usados nos
textos são os seguintes:

Descrição
Adjetivos e expressões que expressam características; verbos no
pretérito imperfeito e verbos no infinitivo. Tempo estático. Cenário,
cena. Lugares, objetos, pessoas, procedimentos, componentes etc.

45
Narração
Advérbios de tempo e lugar. Verbos no pretérito perfeito. Palavras que
expressam ações e movimentos, nomeiam seres. Personagens.
Mudança no tempo e no espaço. Relação entre anterior e posterior.

Dissertação-expositiva (Exposição)
Verbos impessoais. Nominarizações. Modalizações. Linguagem formal,
objetividade, clareza, simplicidade.

Dissertação-argumentativa (Argumentação)
Conjunções, locuções conjuntivas, advérbios, locuções adverbiais.
Operadores argumentativos. Juízo de valor.

Injunção/instrução
Verbos no imperativo e no infinitivo. Perguntas, ordens, instruções,
modos de fazer, orientações, interpelações.

Produzir textos significa escrever ou falar de acordo


com algum gênero textual, dentro de uma situação
comunicativa, em função de alguma área do
conhecimento ou de acordo com alguma prática social
específica.

Produzir textos significa utilizar os recursos


linguísticos em função da finalidade discursiva –
descrever algo, contar um fato, informar, defender um
ponto de vista, dar uma ordem...

P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
1) Identifique qual é o tipo textual predominante nos seguintes
textos:

46
Texto 1: Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-
me cedo, ansiada como está, coitadinha e disse: "Sei que você vai ser
sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de sua avozinha
que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu
larguei dos braços dela e vim desengasgar-me aqui no meu quarto,
chorando escondida. (MORLEY, Helena. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das Letras, 1942.)

Texto 2: “Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas
ossudas, dentes afiado, olhos azuis esbugalhados e cabelos cor de
limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com fome.
Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...” (SUZAK, Markus. A menina que
roubava livros, Intínseca, 2005)

Texto 3: Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como


fazemos com os adultos, estamos admitindo que eles devem pagar pela
ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a proteção
constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira
o indivíduo infrator da sociedade com a intenção de ressocializá-lo,
segregando-o, para depois reintegrá-lo. Com a redução da menoridade
penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.
(https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/reducao-da-maioridade-penal-grande-falacia-
ems1jrgy501486ya77d8wzb66/)

Texto 4: Ingredientes: 2 xícaras de açúcar; 1 xícara de água; 2 colheres


de sopa de vinagre branco. Modo de preparo: Leve ao fogo o açúcar e a
água, deixando ferver até o ponto de bala mole (pingue a calda em uma
xícara com água para verificar o ponto). Adicione o vinagre e deixe no
fogo até ficar com cor de champagne (no ponto de quebrar). Abaixe o
fogo ao mínimo. Jogue os doces um a um na calda, retire-os e coloque-
os sobre superfície untada com manteiga. (http://seja-ead.com.br/2-ensino-medio/ava-ead-
em/1-ano/01-lp/aula-ead/aula-ead-49-52.pdf)

Texto 5: Cervo-do-pantanal (nome científico: Blastocerus dichotomus),


também chamado suaçuetê, suaçupu, suaçuapara, guaçupuçu ou
simplesmente cervo, é um mamífero ruminante da família dos cervídeos
e único representante do gênero Blastocerus. Ocorria em grande parte
das várzeas e margens de rios do centro da América do Sul, desde o sul
do rio Amazonas até o norte da Argentina, mas atualmente, a espécie só
é comum no Pantanal, na bacia do rio Guaporé, na ilha do Bananal e em
Esteros del Iberá. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipédia:Artigos_destacados/arquivo/Cervo-do-pantanal)

47
O texto dissertativo

A produção de um texto dissertativo requer o respeito a algumas


características importantes. Algumas já foram vistas anteriormente. A
seguir veremos outras.

Nível e grau de pessoalidade do texto dissertativo

Compare as seguintes frases:


 FRASE 1:  FRASE 2:
Eu acho que a criminalidade é um A criminalidade é um problema de
abacaxi que ninguém tá a fim de difícil resolução que ninguém está
descascar. disposto a resolver de modo efetivo.
Uso coloquial da língua: “tá a fim” Uso do padrão culto da língua
Jargão popular: “descascar um abacaxi” Ausência de gírias ou jargão
Uso da primeira pessoa: “eu acho” Uso da 3ª pessoa do singular que
(imprime um grau máximo de (imprime maior grau de
pessoalidade ao texto). impessoalidade ao texto0.

Observe que a frase 1 apresenta algumas características que são


impróprias para a elaboração de um texto dissertativo. Isto porque a
dissertação é um texto que pode se prestar a duas finalidades
principais:
- expor ideias;
- argumentar em defesa de uma opinião.

Em ambos os casos, há a necessidade de:


• Utilizar o padrão culto formal da língua portuguesa – correção
ortográfica e gramatical, e adequação vocabular;
• Empregar uma linguagem objetiva e impessoal.

Essas características, que garantem maior credibilidade ao texto


produzido, estão contempladas na frase 2, mas não estão na frase 1.

P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
Observe os exemplos a seguir e observe os graus de pessoalidade
presentes em cada frase. Complete a tabela como exemplificado.

48
FRASE-EXEMPLO GRAU DE
IMPESSOALIDADE
Analisei todos os fatos e concluí que o - presença do eu – grau
réu é culpado. máximo de pessoalidade

Após todos os fatos terem sido - presença do nós – grau


analisados, concluímos que o réu é intermediário de
culpado. pessoalidade

Após a análise de todos os fatos, - presença da terceira


concluiu-se que o réu é culpado. pessoa do singular +
partícula se – grau máximo
de impessoalidade
Preciso tomar decisões para que isso -
não aconteça de novo com a gente.

Precisamos tomar decisões para que -


isso não volte a acontecer.

É preciso tomar decisões para coibir a -


criminalidade.

É indispensável que as autoridades -


esclareçam os recentes casos de
corrupção no país.

Está sendo comprovada a importância -


da escrita à mão no processo de
aprendizado.
Consideramos indispensável que a -
diretoria da empresa eleja um novo
coordenador executivo.

O parágrafo dissertativo

Vamos relembrar as qualidades do parágrafo dissertativo: unidade,


coerência, coesão, consisão e clareza.

49
Reveja a seguir o modelo de parágrafo apresentdo por Othon
Moacir Garcia, conhecido como parágrafo-padrão (já visto na parte
anterior):

1 – Tópico frasal ou tópico de parágrafo: apresenta a ideia


principal, o núcleo do parágrafo;
“Ora, o tópico frasal lhe facilita a tarefa [de escrever],
porque nele está a síntese do seu pensamento, restando-lhe
fundamentá-lo.” (GARCICA, 1976, p. 194)

2 – Desenvolvimento do parágrafo: desdobra o tópico frasal


expondo as ideias nele apresentadas;
“Desenvolvimento é a explanação mesma da ideia
principal do parágrafo. (...) a preocupação maior do autor
deve ser sempre a de fundamentar de maneira clara e
convincente as ideias que defende ou expõe(...).” (GARCIA, 1976,
p. 194)
3 – Conclusão (opcional): encerra a ideia central do parágrafo.

P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
1) Leia os parágrafos seguintes e identifique as três partes de um
parágrafo-padrão.

50
I – Não é difícil perceber que a liberação da arma de fogo para o uso
por civis pode ocasionar um problema ainda maior para a sociedade.
Recentemente, um fato divulgado nos noticiários chocou a população:
um policial atirou em direção a um grupo de jovens e acabou matando
um adolescente de 16 anos com um tipo pelas costas. Se um
profissional treinado para o ofício age com tal descontrole, imagina um
cidadão comum que não recebe preparo nenhum? Desse modo, torna-
se difícil sustentar o argumento de que a liberação da arma diminuirá o
número de casos de violência, visto que, como demonstrado, pode
acabar provocando ainda mais mortes.

II – O Brasil tem potencial para investir em diversos tipos de


transportes metropolitanos, desafogando a malha rodoviária que já se
encontra saturada a muito tempo. A greve dos caminhoneiros, que fez
o país parar, demonstra que o funcionamento do país é dependente do
sistema rodoviário: são os caminhões que transportam a comida, as
pessoas, os produtos em geral. Logo, é importante investir em outros
modais, como o ferroviário e o aquático para que se disponha de
outras opções de transporte tanto para a população quanto para a
circulação de mercadorias.

2) Redija um parágrafo-padrão (ideia-núcleo, desenvolvimento e


conclusão) obedecendo às seguintes instruções:

Assunto: desinteresse dos jovens pela leitura


Delimitação do assunto: a participação da internet no desinteresse
dos jovens pela leitura.
Objetivo do parágrafo: mostrar que o surgimento da internet diminuiu
o interesse dos jovens pela leitura de livros, revistas e jornais.

3) Escreva um parágrafo-padrão dissertativo que possua entre 7


e 12 linhas sobre o seguinte tema:
“A principal conquista da mulher ao longo da sua história de luta por direitos”

51
Conectivos e outros operadores argumentativos

As conjunções ou operadores argumentativos são palavras ou


expressões que são responsáveis pela ligação, pela coesão de duas
orações. Outra função é mostrar a força argumentativa dos
enunciados, a direção (sentido) para o qual apontam. Portanto, ao
fazer essa ligação, eles indicam que tipo de relação: causa,
consequência, conclusão, oposição ou ressalva, soma de duas ideias,
objetivo ou finalidade, e assim por diante.
Por isso, há vários tipos desses operadores argumentativos, que
indicam argumentos diferentes e sentidos diferentes no texto. Vejamos
o esquema:
Período composto Operador argumentativo
indica:
João quer ir ...porque quer ter uma porque indica causa
à escola... profissão melhor. explicação ou justificativa.
... portanto terá portanto indica conclusão.
empregos melhores.
... mas terá de se mas indica argumento
esforçar para aprender. contrário, e mais forte.
... apesar de trabalhar apesar indica ressalva,
muito. mas o seu argumento é
mais fraco que o outro.

... para ter um futuro para indica finalidade,


melhor. objetivo.
... se tiver tempo. se indica implicação (=
relação de uma coisa com
outra).
... quando mudar para a quando não indica
cidade. argumento, mas tempo.

Veja lista com alguns dos principais operadores argumentativos na


parte de atualização gramatical.

52
TESTE 2
Vamos testar suas habilidades de produção de textos?

QUESTÃO 1 (Enem/2003)
No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de
violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:

CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE

A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o


objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:

a) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase.


b) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.
c) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.
d) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.
e) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.

QUESTÃO 2 (Enem/2013)

Disponível em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br. Acesso em: 21 set. 2011. (Foto: Reprodução)


Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está
indicado pelo(a)

a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao


final.
b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.
c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele
atribuídos.
d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho
em relação à “mãe”.
e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as
orações.

QUESTÃO 3 (Enem/2010)
O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer
uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões,
isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time
dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do
bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área.

No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita


de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson
apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim
apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em
cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).

O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol,
realizado em 2 9, contém vários conectivos, sendo que

a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter


rebatido a bola de cabeça.
b) enquanto conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo.
c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo
em ordem cronológica de ocorrência.
d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola", ter dificuldade
não é algo naturalmente esperado.
e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo
motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio.

QUESTÃO 4 (PUC - Campinas)


Observe o texto abaixo. É a resposta de uma jovem ao repórter que lhe fez a
seguinte pergunta: o que é, para você, ser feliz?

“Sei lá o que te dizer sobre esse negócio de ser feliz, mas acho que, pra todo mundo
encontrar a felicidade, a gente tem que dizer um ‘não’ bem grande pras coisas ruins
que acontecem pra gente na vida.”

Assinale a alternativa que propõe a transposição dessa frase para uma forma
adequada ao português escrito culto.

a) Não sei muito bem o que te dizer sobre isto que você está perguntando, o que é
ser feliz?, mas acho que, talvez, precisamos, todo mundo, negar fortemente as
coisas ruins que nos acontece, para, assim, alcançar a felicidade.
b) É difícil de dizer o que seja ser feliz, mas a gente tem de tentar encontrar a
felicidade, dizendo “não”, com bastante energia, a tudo que acontece de ruim na
vida, não só para mim, mas para todo mundo igual.
c) Não sei exatamente o que dizer a respeito de “o que é ser feliz”, mas acredito que
seja necessário negar energicamente todos os aspectos ruins da vida para se
alcançar a felicidade.
d) Tenho dificuldade em falar disso que você perguntou, mas acredito que ser feliz
implica dizer “não”, com muita força, às coisas ruins que acontecem para nós, para
que alcances, e ttodo mundo também, a felicidade.
e) Isso de “ser feliz” é complexo, e por isso não sei muito bem o que falar, mas
imagino que para todo mundo mesmo encontrar a felicidade precisam de negar
veementemente os acontecimentos negativos da vida.

QUESTÃO 5 (TTN-1989)
Marque a opção que não completa, de forma lógica e gramaticalmente coesa, o
trecho fornecido.

Todo ano, nessa época, São Paulo festeja o Santo Genaro, padroeiro dos
napolitanos. A rua São Genaro é pequena e apresenta riscos para os
frequentadores das atividades. Em virtude disso, _____

a) as barracas ficarão espalhadas pelas calçadas adjacentes.


b) a assessoria da prefeitura entrou em entendimentos com a comunidade de
bairro visando à transferência do local.
c) recomenda-se aos pais que a presença de crianças na festa não ultrapasse as 21
horas.
d) os festeiros definiram, para este ano, a realização dos festejos na Rua San
Genaro.
e) a comunidade napolitana solicita seja indicado local alternativo para as
festividades.

QUESTÃO 6 (FGV - 2018 - TJ-SC - Analista Jurídico)

O texto 1 é uma pequena notícia de primeira página de O Globo, cujo conteúdo é


ampliado em reportagem no interior do jornal.

A marca mais característica de ser este um texto resumido é:

a) a presença marcante de frases curtas;


b) a preferência por sinais de pontuação em lugar de conectivos;
c) a ausência de adjetivos e advérbios;
d) a seleção de temas de destaque;
e) a utilização de verbos indicadores de ação rápida.
QUESTÃO 7 (FGV - 2018 - TJ-SC - Analista Jurídico)
“Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem
cotidiana, usamos os dois termos indistintamente”.

Nesse segmento do texto 2, o conector “entretanto” só NÃO pode ser substituído de


forma semanticamente adequada por:
(A) contudo;
(B) todavia;
(C) conquanto;
(D) no entanto;
(E) porém.

QUESTÃO 8
Considerando os aspectos que diferenciam tipos textuais e gêneros textuais, faça a
associação entre os conceitos apresentados na coluna A e as informações
apresentadas na coluna B:
A – narração, descrição, dissertação, injunção.
B – conto de fadas, lista de chá de bebê, redação de
vestibular, publicidade.
C – formas diferentes de concretização dos textos, que
apresentam características específicas.
1 – Gêneros textuais D – sequência teoricamente definida pela natureza
linguística de sua composição.
2 – Tipos textuais E – artefatos culturais construídos historicamente pelo ser
humano.
F – aspectos lexicais e sintáticos, tempos verbais, relações
lógicas.
G – forma composicional, estilo, conteúdo, propriedades
funcionais.
Assinale a alternativa que apresenta a associação CORRETA:

a) 1 – A, D, G; 2 – B, C, E, F.
b) 1 – B, C, D, G; 2 – A, E, F.
c) 1 – B, C, E, G; 2 – A, D, F.
d) 1 – C, E, F; 2 – A, B, D, G.
e) 1 – D, E, F, G; 2 – A, B, C.

QUESTÃO 9
Considerando a definição de tipo textual, faça a associação entre as características
apresentadas na coluna A e os exemplos apresentados na coluna B:

A – O cenário da peça é composto por uma lona


I – contar um cheia de lama, quatro personagens sujos de
acontecimento/fato (narrar) lama, um balde e uma mistura de argila, areia e
água.
II – apresentar uma reflexão
teórica sobre um fato B – Essa peça impressiona em todos os
(dissertar) sentidos. O espetáculo é imperdível, a atuação
dos atores é primorosa e o cenário é
III – convencer alguém de seu
surpreendente.
ponto de vista (argumentar)
C – Amiga, você deveria ir ao teatro assistir essa
IV – apresentar características
peça. Chame seu marido para ir com você! Vocês
de uma situação (descrever)
vão adorar!
V – incentivar alguém a fazer
D – Eu e meu namorado fomos ao teatro ontem e
algo (incitar)
assistimos a uma peça muito interessante.
E – Todos precisam ter a oportunidade de ir ao
teatro periodicamente e vivenciar a experiência
estética proporcionada pelo espetáculo.

Assinale a alternativa que apresenta a associação CORRETA:


a) I – D; II – E; III – B; IV – A; V - C.
b) I – A; II – C; III – B; IV – D; V - E.
c) I – B; II – E; III – D; IV – A; V - C.
d) I – C; II – B; III – E; IV – A; V - D.
e) I – E; II – D; III – B; IV – C; V - A.

QUESTÃO 10
Classifique os textos seguintes de acordo com os seguintes códigos:
(A) gênero aviso
(B) gênero classificado
(C) gênero tira cômica
(D) gênero verbete

I – esfera escolar, exposição de informações.


II – esfera de imprensa, narração, relato.
III – esfera cotidiana, instrução.
IV – esfera de imprensa, descrição.
IV – Redação técnico-
científica

55

Fichamento3

Conceitualmente, fichamento é
um resumo das principais ideias de um texto. É bastante utilizado
como técnica de estudo e no processo de revisão da literatura. Nele,
são resumidas e destacadas as partes mais importantes do texto com
o objetivo de fazer futuras consultas.

Como fazer o fichamento?


1) Fazer leitura do texto a ser fichado;
2) Destacar no próprio texto a ideia-núcleo ou as partes mais
importantes;
3) Trocar ideias sobre o texto com colegas ou professor pode ajudar;
4) Escrever o fichamento.

Se você já tiver o objetivo geral e específico do seu TCC definidos ou


questões de pesquisa iniciais, você já pode começar a registrar no
fichamento os trechos do texto em que aquele artigo ou livro responde
às questões de pesquisa ou estão contribuindo com seu objetivo geral
e específico. Em resumo, através do fichamento você pode identificar,
analisar, conhecer e destacar os pontos mais importantes de um
determinado assunto.

Fichamento nas normas e regras da ABNT

3
Para mais informações acerca da elaboração de fichamentos, também pode consultar
os seguintes links:
60
http://www.monografias.brasilescola.com/regras-abnt/tipos-trabalhos-academicos-
fichamento.htm
http://www.fichamento.com.br/comofazer.html
Em muitos casos, é interessante que você siga normas da ABNT na
construção do seu fichamento. Ao seguir as normas da ABNT, você
poupará tempo caso precise utilizar este documento para futuros
trabalhos.

Tipos de fichamento
Existem modelos diferentes deste recurso, cada um utilizado conforme
a sua necessidade. Desta forma, é necessário saber exatamente o que
você quer com o fichamento. Existe o fichamento bibliográfico, o
fichamento de citações e o fichamento de resumo ou conteúdo. Cada
um deles é explicado detalhadamente a seguir.

Fichamento Bibliográfico: Utiliza a descrição, com comentários, de


parte de uma obra ou dela inteira. As ideias selecionadas, podem ser
organizadas por temas seguida pelo número da página onde foi
encontrada na obra. Exemplo:

SILVA, Maria lima. A antropologia social em sua plenitude. Manaus: Revista ser, 1987.

A obra insere-se no campo da história e da antropologia social. A autora utiliza-se de fontes


secundárias colhidas por meio de livros, revistas e depoimentos. A abordagem é descritiva
e analítica (p. 34).
Aborda os aspectos históricos da condição feminina no Brasil a partir do ano de 1500. A
autora descreve em linhas gerais todo s processo de lutas e conquistas da mulher (p. 43).
Não obstante, o desenvolvimento contínuo de distintas formas de atuação assume
importantes posições no estabelecimento das direções preferenciais no sentido do
progresso (p. 54).

Fichamento de Citações: Também chamado de temático, é aquele


em que serão transcritos trechos importantes do conteúdo. Ou seja,
você vai copiar as partes mais relevantes do texto, aquelas que
atendem aos seus objetivos, ou aquelas que contém a ideia-núcleo,
não se esquecendo de colocar as devidas aspas. Caso você não
queira o trecho todo, insira “[…]” antes e/ou depois, destacando que
fez o corte da frase. Exemplo:

61
Educação da mulher: a perpetuação da injustiça (pp. 30 – 132). Segundo capítulo.

SILVA, Maria lima. A antropologia social em sua plenitude. Manaus: Revista ser, 1987.

“(...) uma das primeiras feministas do Brasil, Nísia Floresta Augusta, defendeu a abolição
da escravatura, ao lado de propostas como educação e a emancipação da mulher e a
instauração da República (...)” (p. 3 ).
“(...) na justiça brasileira, é comum os assassinos de mulheres serem absolvidos sob a
defesa de honra (...)” (p. 132).
“(...) a mulher buscou com todas forças sua conquista no mundo totalmente masculino
(...)” (p. 43).

Fichamento de Resumo : Também chamado de fichamento de leitura


ou de conteúdo. Nele, suas ideias podem ser inseridas seguindo a
ordem em que aparecem no texto. Você deve utilizar suas próprias
palavras, criar diferentes esquemas e colocar exemplos e argumentos.
Exemplo:

Educação da mulher: a perpetuação da injustiça (pp. 30 – 132) segunda capítulo.

SILVA, Maria lima. A antropologia social em sua plenitude. Manaus: Revista ser, 1987.

O trabalho da autora baseia-se em análise de textos e na própria vivência nos


movimentos feministas, como relato de uma prática.
A autora divide seu texto em fases históricas compreendidas entre Brasil Colônia
(1500 – 1822), até os anos de 1975 em que foi considerado o Ano Internacional da
Mulher.

A autora trabalha ainda assuntos como mulheres da periferia de São Paulo, a luta por
creches, violência, participação em greves, saúde e sexualidade.

Fonte: Disponível em: https://blog.fastformat.co/como-fazer-um-fichamento/

62
P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
I. O fichamento é um dos gêneros acadêmicos mais solicitados
pelos professores universitários. Leia o fragmento de texto a
seguir. Depois, faça as atividades apresentadas na sequência.

COMO ELABORAR UM FICHAMENTO


Magna Campos

Conceituação:
Dentro do empreendimento acadêmico e/ou científico, muito do esforço
de organizar e sistematizar os conhecimentos, de modo a obter novas
informações, consiste precisamente em registrá-lo adequadamente à
medida que se coleta. Estas rotinas são denominadas genericamente
de ”documentação”, e consistem na competência de fazer
apontamentos ao se coletar material adequado para análise ou
pesquisa ou composição de trabalhos.

Fichar um texto significa sintetizá-lo, o que requer a leitura atenta do


texto, sua compreensão, a identificação das ideias principais e seu
registro escrito de modo conciso, coerente e objetivo. Pode-se dizer
que esse registro escrito – o fichamento – é um novo texto, cujo autor é
o "fichador", seja ele aluno ou professor. A prática do fichamento
representa, assim, um importante meio para exercitar a escrita,
essencial para a elaboração de resenhas, papers, artigos, relatórios de
pesquisa, monografias de conclusão de curso, etc. Além de ser uma
das bases da leitura acadêmica.

A importância do fichamento para a assimilação e produção do


conhecimento é dada pela necessidade que tanto o estudante, como o
docente e o pesquisador têm de manipular uma considerável
quantidade de material bibliográfico, cuja informação teórica ou factual
mais significativa deve ser não apenas assimilada, como também
registrada e documentada, para utilização posterior em suas
produções escritas, sejam elas de iniciação à redação científica (tais
como os primeiros trabalhos escritos que o estudante é solicitado a
produzir na academia); de textos para aulas, palestras ou conferências,
no caso do professor; ou, então, do relatório de pesquisa, elaboração

63
da monografia de conclusão de curso do graduando, da dissertação de
mestrado, da tese do doutorando.

A principal utilidade da técnica de fichamento, portanto, é otimizar a


leitura, seja na pesquisa científica, seja na aprendizagem dos
conteúdos das diversas disciplinas que integram o currículo
acadêmico, na universidade.

Existem diferentes concepções e, por decorrência, diferentes


modalidades ou opções para dar conta desta atividade acadêmica,
conforme encontradas nos manuais de Metodologia Científica e, mais
recentemente, nos manuais de gêneros acadêmicos.
O fichamento é, portanto, uma técnica de trabalho intelectual que
consiste no registro sintético e documentado das ideias e/ou
informações mais relevantes (para o leitor) de uma obra científica,
filosófica, literária ou mesmo de uma matéria jornalística.

1) Dos trechos transcritos a seguir, qual deles explica o que é


fichamento e qual explica o que é documentação?

• “(...) esforço de organizar e sistematizar os conhecimentos, de modo


a obter novas informações (...)”

• “(...) competência de fazer apontamentos ao se coletar material


adequado para análise ou pesquisa ou composição de trabalhos.”

• “(...) é um novo texto, cujo autor é o "fichador", seja ele aluno ou


professor.”

• “(...) otimizar a leitura, seja na pesquisa científica, seja na


aprendizagem dos conteúdos das diversas disciplinas que integram o
currículo acadêmico, na universidade.”

• “(...) uma técnica de trabalho intelectual que consiste no registro


sintético e documentado das ideias e/ou informações mais relevantes

64
(para o leitor) de uma obra científica, filosófica, literária ou mesmo de
uma matéria jornalística.”

2) Transcreva do texto o trecho que explica o que significa fichar


um texto. Para responder essa questão, copie do texto o
trecho do jeito que ele aparece no texto, colocando-o entre
aspas.

3) Transcreva, do terceiro parágrafo do texto, o trecho que


explica qual é a importância da prática do fichamento para a
assimilação e produção de conhecimento. Use aspas e
parênteses onde for necessário.

II. Leia as informações seguintes, que reforçam as explicações


que foram dadas sobre o fichamento. A seguir, resolva a
questão 4.

Tipos de fichamentos: Os autores Henriques & Medeiros (1999, p.59)12


nomeiam a atividade de pesquisa de fichamento como sendo a tomada de
notas. Para estes autores, existem:
 O fichamento de transcrição, também chamado de fichamento de
citação direta;
 O fichamento de indicação bibliográfica, que deve conter o nome
do autor, o título da obra e o assunto de que trata a obra em questão;
 O fichamento de resumo.

Do ponto de vista da estrutura, o fichamento deve estar subdividido em duas


partes:
 o cabeçalho, em que será feita a indicação bibliográfica, no padrão
da NBR 6023, do texto fichado;
 o corpo do fichamento, em que será recuperada a estrutura
informacional do texto e variará conforme o tipo de fichamento
realizado.

Fichamento tipo citação: Aplica-se para partes de obras ou capítulos.


Consiste na transcrição fiel de trechos fundamentais da obra estudada e é o
mais comum no início dos cursos de graduação. Obedece a algumas normas:
 toda citação deve vir entre aspas;

65
 após a citação, deve constar entre parênteses o número da página de
onde foi extraída a citação;
 a transcrição tem que ser textual e não esquemática;
 a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se
no local da omissão, três pontos, entre colchetes [...] ou entre
parênteses (...).
 O fichamento não deve conter opiniões ou posicionamentos do leitor.
 O fichamento não deve acrescentar novas informações ao que foi
exposto pelo texto.
 Se houver erros de grafia ou gramaticais, copia-se como está no
original e escreve-se entre parênteses (sic).

Veja um exemplo, a seguir:

4) Considerando as informações apresentadas, qual dos


fragmentos a seguir estaria transcrito de maneira incorreta
para um fichamento de citações? Por quê?
a) A prática do fichamento representa, assim, um importante meio
para exercitar a escrita...
b) (...) A prática do fichamento representa, assim, um importante
meio para exercitar a escrita.
c) “A prática do fichamento representa, assim, um importante
meio para exercitar a escrita (...)

66
d) “A prática do fichamento representa, assim, um importante
meio para exercitar a escrita (...)”.
e) A prática do fichamento representa, assim, um importante meio
para exercitar a escrita”

Resumo4

De modo geral, um resumo tem por objetivo apresentar de modo


sucinto e objetivo as ideias fundamentais de um texto, como linguagem
clara e objetiva, em ordem direta, com coerência e coesão e sem
apresentar juízo de valor.

De acordo com a NBR 6028, o resumo é a apresentação concisa e


objetiva de um texto, com ênfase nas principais ideias que se quer
destacar. Deve evidenciar os principais objetivos, métodos
empregados, resultados e conclusões, permitindo ao leitor decidir
sobre a conveniência da leitura do texto na íntegra.

O resumo de textos acadêmicos científicos pode ser classificado como:


- simples estruturado; - simples não estruturado;
- expandido (ou estendido).

É muito comum aparecerem incorporados a artigos, ensaios,


monografias, dissertações e teses. Mas também podem ser produzidos
com outros fins, como por exemplo, para publicação em anais, para
divulgação de eventos ou ainda para indexação em base de dados. A
composição de um artigo vai depender das diretrizes dadas pelo
suporte em que ele será publicado. Assim, podem variar a quantidade
de palavras, a extensão, os requisitos etc.

Exemplo de resumo simples estruturado segundo orientações da


Revista de Enfermagem da UERJ:

4
Para mais informações acerca da elaboração de resumos, consultar os seguintes links:
www.biblioteca.fsp.usp.br/~biblioteca/guia/a_cap_05.htm
http://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/DOCUMENTOS/20110919083303.pdf.
67
O resumo deve ser elaborado na forma de resumo estruturado, com no máximo 155
palavras.
No caso de relatos de pesquisa ou revisões sistemáticas o resumo deve conter objetivo,
método ou metodologia, resultados e conclusão, conforme exemplificado a seguir:

RESUMO
Objetivo: iniciar com o verbo no infinitivo. Método: apresentar o método de pesquisa
contendo características da amostra, grupo de estudo ou material selecionado para
análise, procedimentos utilizados para a coleta e análise de dados, local e período do
estudo; informar sobre aspectos éticos. Resultados: indicar os resultados mais
relevantes. Conclusão: responder apenas ao objetivo.

Disponível em: http://www.facenf.uerj.br/revenfermuerj.html.

 No resumo, apresentam-se os pontos mais relevantes do texto e


este deve ser apresentado de forma concisa, clara e inteligível;
 Deve ressaltar o objetivo, o tema, o método, resultados e
conclusões do trabalho;
 A norma NBR 6028 recomenda a utilização de parágrafo único e
com extensão de 150 a 500 palavras (fonte tamanho 10, espaço
simples entre linhas e em itálico).
 Deve conter palavras-chave representativas do conteúdo do
trabalho, logo abaixo do resumo.
 Utilizar uma sequência concisa de frases e não uma enumeração
de tópicos;
 Não utilizar parágrafos, frases negativas, símbolos e ilustrações,
empregos de
 Deve aparecer em folha distinta, precedendo o texto;
 Usar espaçamento simples para o texto do resumo, devendo ser
encabeçado.

P
PRRA
ATTIIC
CAAN
NDDO
O......
1) Leia o texto seguinte para resolver as atividades propostas.

Cultura da paz (Leonardo Boff)

A cultura dominante, hoje mundializada, se estrutura ao redor da vontade de poder que se


traduz por vontade de dominação da natureza, do outro, dos povos e dos mercados. Essa é a

68
lógica dos dinossauros que criou a cultura do medo e da guerra. Praticamente em todos os
países as festas nacionais e seus heróis são ligados a feitos de guerra e de violência. Os
meios de comunicação levam ao paroxismo a magnificação de todo tipo de violência, bem
simbolizado nos filmes de Schwazenegger como o “Exterminador do Futuro”. Nessa cultura
o militar, o banqueiro e o especulador valem mais do que o poeta, o filósofo e o santo. Nos
processos de socialização formal e informal, ela não cria mediações para uma cutura da
paz. E sempre de novo faz suscitar a pergunta que, de forma dramática, Einstein colocou a
Freud nos idos de 1932: é possivel superar ou controlar a violência? Freud, realisticamente,
responde: “É impossível aos homens controlar totalmente o instinto de morte…Esfaimados
pensamos no moinho que tão lentamente mói que poderíamos morrer de fome antes de
receber a farinha”.
Sem detalhar a questão, diríamos que por detrás da violência funcionam poderosas
estruturas. A primeira delas é o caos sempre presente no processo cosmogênico. Viemos de
uma imensa explosão, o big bang. E a evolução comporta violência em todas as suas fases.
São conhecidas cerca de 5 grandes dizimações em massa, ocorridas há milhões de anos
atrás. Na última, há cerca de 65 milhões de anos, pereceram todos os dinossauros após
reinarem, soberanos, 133 milhões de anos. A expansão do universo possui também o
significado de ordenar o caos através de ordens cada vez mais complexas e, por isso
também, mais harmônicas e menos violentas. Possivelmente a própria inteligência nos foi
dada para pormos limites à violência e conferir-lhe um sentido construtivo.
Em segundo lugar, somos herdeiros da cultura patriarcal que instaurou a dominação do
homem sobre a mulher e criou as instituições do patriarcado assentadas sobre mecanismos
de violência como o Estado, as classes, o projeto da tecno-ciência, os processos de produção
como objetivação da natureza e sua sistemática depredação.
Em terceiro lugar, essa cultura patriarcal gestou a guerra como forma de resolução dos
conflitos. Sobre esta vasta base se formou a cultura do capital, hoje globalizada; sua lógica é
a competição e não a cooperação, por isso, gera guerras econômicas e políticas e com isso
desigualdades, injustiças e violências. Todas estas forças se articulam estruturalmente
para consolidar a cultura da violência que nos desumaniza a todos.
A essa cultura da violência há que se opôr a cultura da paz. Hoje ela é imperativa. É
imperativa, porque as forças de destruição estão ameaçando, por todas as partes, o pacto
social mínimo sem o qual regredimos a níveis de barbárie. É imperativa porque o potencial
destrutivo já montado pode ameaçar toda a biosfera e impossibilitar a continuidade do
projeto humano. Ou limitamos a violência e fazemos prevalecer o projeto da paz ou
conheceremos, no limite, o destino dos dinossauros.
Onde buscar as inspirações para cultura da paz? Mais que imperativos voluntarísticos, é o
próprio processo antroprogênico a nos fornecer indicações objetivas e seguras. A
singularidade do 1% de carga genética que nos separa dos primatas superiores reside no
fato de que nós, à distinção deles, somos seres sociais e cooperativos. Ao lado de estruturas

69
de agressividade, temos capacidades de afetividade, com-paixão, solidariedade e
amorização. Hoje é urgente que desentranhemos tais forças para conferir rumo mais
benfazejo à história. Toda protelação é insensata.
O ser humano é o único ser que pode intervir nos processos da natureza e co-pilotar a
marcha da evolução. Ele foi criado criador. Dispõe de recursos de re-engenharia da
violência mediante processos civilizatórios de contenção e uso de racionalidade. A
competitividade continua a valer mas no sentido do melhor e não de destruição do outro.
Assim todos ganham e não apenas um.
Há muito que filósofos da estatura de Martin Heidegger, resgatando uma antiga tradição que
remonta aos tempos de César Augusto, vêem no cuidado a essência do ser humano. Sem
cuidado ele não vive nem sobrevive. Tudo precisa de cuidado para continuar a existir.
Cuidado representa uma relação amorosa para com a realidade. Onde vige cuidado de uns
para com os outros desaparece o medo, origem secreta de toda violência, como analisou
Freud. A cultura da paz começa quando se cultiva a memória e o exemplo de figuras que
representam o cuidado e a vivência da dimensão de generosidade que nos habita, como
Gandhi, Dom Helder Câmara e Luther King e outros. Importa fazermos as revoluções
moleculares (Gatarri), começando por nós mesmos. Cada um estabelece como projeto
pessoal e coletivo a paz enquanto método e enquanto meta, paz que resulta dos valores da
cooperação, do cuidado, da com-paixão e da amorosidade, vividos cotidianamente.

Disponível em: http://www.leonardoboff.eco.br/site/vista/2001-2002/culturapaz.htm

1) Após leitura atenta do texto, eleja cinco palavras-chave que, no


seu entendimento, resumem o artigo de Leonardo Boff.
2) A seguir, são apresentados três resumos sobre o artigo “A cultura da
paz” de Leonardo Boff. Considerando as características primordiais de
um resumo, indique qual dos três resumos foi melhor elaborado e
informa com precisão dados sobre o artigo. Aponte, nos outros dois,
que problemas eles apresentam.

Resumo 1: Ele diz que a cultura dominante se caracteriza pela


vontade de dominação da natureza e do outro. É possível superar a
violência? Freud diz que é impossível controlar o instinto de morte. Boff
diz que a evolução humana sempre esteve regida pela violência. Em
segundo lugar, a cultura patriarcal instalou a dominação da mulher pelo
homem e que a lógica de nossa cultura é a competição. Veja- se, por

70
exemplo, o número de atos de violência contra a mulher em São Paulo.
Precisamos opor a cultura da paz à cultura da violência. Onde buscar
as inspirações para a cultura da paz? Somos seres sociais e
cooperativos, temos capacidades de afetividade. O homem pode
intervir no processo de evolução. Desde os tempos de César Augusto,
os filósofos acham que o cuidado é a essência do ser humano. Gandhi,
dom Hélder Câmara e Luther King são figuras que deram exemplo de
comportamento. Eu acho que todos nós devemos lutar pela paz.

Resumo 2: Leonardo Boff inicia o artigo “A cultura da paz” apontando


o fato de que vivemos em uma cultura que se caracteriza
fundamentalmente pela violência. Diante disso, o autor levanta a
questão da possibilidade de essa violência poder ser superada ou não.
Inicialmente, ele apresenta argumentos que sustentam a tese de que
seria impossível, pois as próprias características psicológicas humanas
e um conjunto de forças naturais e sociais reforçariam essa cultura da
violência, tornando difícil sua superação. Mas, mesmo reconhecendo o
poder dessas forças, Boff considera que, nesse momento, é
indispensável estabelecermos uma cultura da paz contra a da
violência, pois esta estaria nos levando à extinção da vida humana no
planeta. Segundo o autor, seria possível construir essa cultura, pelo
fato de que os seres humanos são providos de componentes genéticos
que nos permitem sermos sociais, cooperativos, criadores e dotados
de recursos para limitar a violência e de que a essência do ser humano
seria o cuidado, definido pelo autor como sendo uma relação amorosa
com a realidade, que poderia levar à superação da violência. A partir
dessas constatações, o teólogo conclui, incitando-nos a despertar as
potencialidades humanas para a paz, construindo a cultura da paz a
partir de nós mesmos, tomando a paz como projeto pessoal e coletivo.

Resumo 3: No artigo “A cultura da paz”, Leonardo Boff defende a


necessidade de construirmos a cultura da paz a partir de nós mesmos.
O autor considera que isso é impossível, uma vez que o homem é
dotado de características genéticas especiais que lhe permitiram
vencer a violência.

71
03) Leia o resumo científico seguinte e classifique-o em simples não
estruturado ou simples estruturado.

Resumo 4: Introdução - Destaca a influência da internet no processo da


comunicação científica de pesquisadores da área de saúde pública do Brasil.
Objetivo - Conhecer a influência da internet nas atividades acadêmico-
científicas dos docentes da área de saúde pública e as alterações provocadas
pela inserção das novas tecnologias da informação no processo da
comunicação científica. Métodos - A população foi constituída por 372
pesquisadores vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva das Instituições de Ensino Superior no Brasil, nos níveis Mestrado e
Doutorado, cadastradas no sistema CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), no ano de 2001. Para a
obtenção dos dados optou-se pelo uso de questionário via internet. Para os
que não responderam o instrumento eletrônico, foram enviados questionários
impressos. Resultados - A taxa de retorno dos questionários eletrônicos e
impressos foi de 64,8%. O uso da internet foi apontado por 95,0% dessa
comunidade, sendo o correio eletrônico (92,1%) e a web (55,9%) os recursos
mais utilizados, diariamente. A influência mais marcante da internet foi na
comunicação informal entre os docentes, principalmente para o
desenvolvimento de pesquisas, propiciando maior colaboração com colegas de
instituições brasileiras e de outros países. Quanto à divulgação de resultados
de pesquisa, ainda há predominância dos formatos impressos, sendo
principalmente, em artigos de periódicos de circulação nacional. Os docentes
que declararam não utilizar a internet argumentaram a falta de tempo e
facilidade de conseguirem de seus colegas o que precisam. Conclusões - Os
dados mostram que a internet influenciou no trabalho dos acadêmicos e vem
afetando o ciclo da comunicação científica, principalmente na rapidez com que
a informação pode ser recuperada, porém com forte tendência em eleger a
comunicação entre os pesquisadores como a etapa que mais passou por
mudanças desde o advento da internet no mundo acadêmico brasileiro.

DESCRITORES: Programas de Pós-Graduação; Pesquisadores; Tecnologia


da Informação; Internet; Saúde Pública.

72
04) Leia o resumo científico seguinte e classifique-o em simples não
estruturado ou simples estruturado.

Resumo 5: O presente trabalho tem como objetivo relatar os resultados de


uma investigação, de caráter aplicado, sobre o processo de produção do
gênero resumo acadêmico/escolar, a partir de sequências didáticas, que teve o
intuito de verificar como se dá o processo de ensino-aprendizagem de
produção textual do gênero, por parte dos alunos investigados. A presente
pesquisa é de natureza quali-quantitativa, de caráter aplicado e
intervencionista. Tomamos por base a proposta de sequências didáticas,
apresentada por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), haja vista que, neste
procedimento, a escrita ocorre de maneira modular e sistematizada, a partir de
uma concepção interacionista de língua e ensino. Além disso, nos baseamos
no conceito de gênero discursivo proposto por Bakhtin (2000). A aplicação do
procedimento ocorreu por meio de uma intervenção realizada com alunos do
primeiro período de um curso de graduação numa universidade pública
paraibana. Participaram do processo 35 alunos. Para a análise dos resultados,
o nosso corpus foi constituído por 10 (dez) resumos acadêmico/escolares, em
sua primeira e última versão, produzidos pelos sujeitos da pesquisa. Os
resultados obtidos, através das análises, mostraram que houve uma evolução
na maioria dos resumos da segunda produção, em relação à primeira,
sobretudo no que diz respeito aos aspectos estruturais e de conteúdo do
gênero. A investigação nos levou a concluir que a proposta de ensino-
aprendizagem do gênero resumo acadêmico/escolar, a partir de sequências
didáticas, é um método bastante eficiente para se trabalhar a competência
linguística dos alunos, principalmente no que se refere à produção do referido
gênero.

Palavras-Chave: Ensino/aprendizagem de escrita. Sequências Didáticas.


Gênero resumo acadêmico.

5) Analisando o resumo 5, apresentado anteriormente, identifique


que elementos de conteúdo ele evidencia: objetivos, hipóteses,
metodologia, resultados, conclusões etc.

73
Resenha5

A resenha consiste na apresentação sucinta e na apreciação crítica do


conteúdo de uma obra. Compreende, basicamente, a apresentação do
autor e da obra, o resumo, o comentário crítico e a indicação de uma
obra, seja ela de cunho artístico, científico ou literário.

A resenha deve levar ao leitor informações objetivas sobre o assunto


de que trata a obra, destacando a contribuição do autor no que tange à
abordagem inovadora do tema ou problema, aos novos
conhecimentos, às novas teorias, às relações com os saberes de uma
determinada área do conhecimento. Além de ser capaz indicar o “leitor
virtual” mais adequado para a leitura da obra. (...)

É importante chamar a sua atenção no sentido de que há diferentes


possibilidades de se elaborar uma resenha, remetendo, portanto, a
contextos de produções diferentes. Como a resenha é um gênero
textual que fala sobre outro gênero textual de outro autor, é natural que
haja comentários sobre a obra resenhada e sobre seu autor. Assim,
nem todas as resenhas apresentam o mesmo formato, pois o gênero
textual resenha varia de acordo com o tipo:

Resenha Indicativa ou Descritiva: É aquela encontrada em jornais e


encartes de Dvds, por exemplo, cuja função é fazer uma breve
apresentação da obra (livro ou filme), seguida de uma classificação do
material, além de fazer uma indicação de público alvo (leitor virtual).

5
Para saber mais sobre como elaborar uma resenha, consulte: CAMPOS, Magda. Manual de
gêneros acadêmicos: Resenha, Fichamento, Memorial, Resumo Científico, Relatório, Projeto de
Pesquisa, Artigo científico/paper, Normas da ABNT. 1ª edição. 2015. Disponivel em:
https://www.academia.edu/10981399/Manual_de_gêneros_acadêmicos_Resenha_Fichamento_Me
morial_Resumo_Científico_Relatório_Projeto_de_Pesquisa_Artigo_científico_paper_Normas_da_
ABNT.

74
Apresenta comumente: 1. Resumo bem sintético; 2. Dados gerais da
obra; 3. Apreciação.

EXEMPLO:
Ficha técnica:
Tropa de Elite 2 Brasil , 2010 - 116 min Ação /
Drama
Direção: José Padilha
Roteiro: José Padilha, Bráulio Mantovani
Elenco: Wagner Moura, André Ramiro, Maria
Ribeiro, Pedro Van Held, Irandhir Santos, Seu
Jorge, Milhem Cortaz, Fernanda Machado, Tainá
Müller

Sinopse:
2010. Nascimento (Wagner Moura) enfrenta um novo inimigo: as milícias. Ao bater
de frente com o sistema que domina o Rio de Janeiro, ele descobre que o problema
é muito maior do que imaginava. E não é só. Ele precisa equilibrar o desafio de
pacificar uma cidade ocupada pelo crime com as constantes preocupações com o
filho adolescente. Quando o universo pessoal e o profissional de Nascimento se
encontram, o resultado é explosivo.
Crítica a Tropa de Elite 2: O filme apresenta uma imagem negativa do Brasil no
exterior, principalmente a do Rio de Janeiro, uma vez que é evidenciada a
corrupção na polícia civil, na política e na secretaria de segurança. Mostra o
envolvimento do governador do Rio de Janeiro com milicianos, apresenta a câmara
dos deputados como um ninho de corruptos. O filme foi estreado no ano de eleição o
que pode ser visto como uma forma sutil de oposição ao atual governo do Estado do
Rio de Janeiro.
O filme elimina toda esperança de solução para o problema da criminalidade no
Brasil, já que existe uma parceria entre os governantes e os criminosos onde estes
muitas das vezes financiam as campanhas eleitorais. Por outro lado exalta o BOP
em detrimento a policia civil, sendo este o único órgão onde não existe corrupção.
Sabemos que o Brasil enfrenta muitos problemas com a corrupção, porém não se
pode generalizar, visto que existem muitas pessoas íntegras e comprometidas em
fazer o que é certo nesses órgãos tidos como a banda podre, como é o caso da
polícia civil apresentada pelo filme.

75
Resenha Temática: Trata-se de uma leitura apreciativa de um mesmo
tema em textos diferentes ou em diferentes autores. De acordo Köche,
Boff e Pavani (2009, p. 105)3 “a resenha temática consiste em um
gênero textual que sintetiza mais de um texto ou obra, em torno de um
só assunto, estabelecendo relações entre suas ideias”.

Geralmente esse tipo de resenha segue o seguinte ordenamento: 1.


Título, 2. Apresentação do tema, 3. Resumo dos textos ou dos
posicionamentos, 4. Conclusão, 5. Fontes bibliográficas.

76
Resenha Crítica: A resenha crítica é um tipo de resenha que se inicia
pela referência bibliográfica do texto resenhado, apresenta o autor e a
obra, resume as principais ideias do texto, apresenta uma apreciação
crítica tanto de aspectos formais quando conteudísticos desse mesmo
texto e ainda faz uma recomendação “crítica” de quem deve lê-lo.

A resenha de obras científicas é, em geral, feita por cientistas que,


além do conhecimento especializado do tema, têm condições de emitir
um juízo crítico (ou seja, juízo de valor). Quando realizada como um
trabalho acadêmico, tem o propósito de exercitar a capacidade de
compreensão e de leitura crítica do estudante, bem como a associação
dos textos resenhados com o(s) conteúdo(s) de uma(s) disciplina(s) de
um curso específico.

Portanto, a resenha crítica deve apresentar: 1. Referência bibliográfica


do texto resenhado; 2. Credenciais do autor e/ou da obra; 3. Resumo
informativo; 4. Crítica à forma e ao conteúdo; 5. Indicação de leitura.
(pode conter ao final outras referências bibliográficas, caso sejam
usadas fontes extratextuais).

77
Para saber mais sobre esses e outros gêneros acadêmicos, você pode
consultar:

CAMPOS, Magda. Manual de gêneros acadêmicos: Resenha,


Fichamento, Memorial, Resumo Científico, Relatório, Projeto de
Pesquisa, Artigo científico/paper, Normas da ABNT. 1ª edição. 2015.
Disponivel em:
https://www.academia.edu/10981399/Manual_de_gêneros_acadêmicos
_Resenha_Fichamento_Memorial_Resumo_Científico_Relatório_Projet
o_de_Pesquisa_Artigo_científico_paper_Normas_da_ABNT.

78
V – Atualização Gramatical

Morfologia – Classes de palavras

79
Sintaxe – a estrutura da oração.

80
Observação: verbo nocional = verbo que expressa uma noção, que possui um significado
claro.

81
O emprego da vírgula

82
Na escrita, a vírgula serve para indicar uma pausa a ser feita na leitura.
Se for ignorada, a interpretação do texto poderá ficar comprometida e
até adquirir um outro sentido. Veja:

“Quando eu tinha 10 anos, dei uma torta de maçã para minha mãe
supergostosa.”
ou
Quando eu tinha 10 anos, dei uma torta de maçã para minha mãe,
supergostosa.

No 1º caso, lendo sem a pausa, o texto não apresenta clareza.


Supergostosa está se referindo à mãe ou à torta?
No 2º, com a vírgula, podemos concluir que quem é supergostosa é a
torta.

Eis alguns casos de emprego da vírgula:

A - Usa-se a vírgula para separar, na frase, o vocativo. Veja:

Paulo, vá visitar suas velhas tias.


Vá, Paulo, visitar suas velhas tias.
Vá visitar suas velhas tias, Paulo.

"Paulo" é o nome da pessoa que foi chamada ( invocada ). É o


vocativo. Note que o vocativo sempre virá separado do restante da
frase por vírgula(s): no início, no meio ou no fim.

Obs.: O vocativo também pode


vir separado pelo ponto de
exclamação. Isto quando o
chamamento for forte ou Vocativo é o termo da
autoritário. Veja: oração por meio do qual
chamamos ou interpelamos
"Paulo !Paulo ! Ouça tua mãe, o nosso interlocutor, real ou
Paulo ! imaginário.

B - Usa-se a vírgula para


separar, na frase, o aposto.

83
Veja:

Paulo, rapaz do interior, foi morar na cidade grande.

A expressão "rapaz do interior" explica


quem é Paulo. Essa expressão é o aposto.
Aposto são palavras ou expressões que Aposto é uma
dão pequenas explicações, referindo-se explicação adicional,
introduzida na frase
a expressões ditas anteriormente. Note
para explicar alguma
que o aposto vem separado do restante da outra palavra.
frase por vírgula(s).

C - Usa-se a vírgula para separar, nas


frases, as enumerações. Veja:
Arranha-céu, edifícios enormes, apartamentos sem ar, vizinhos
indiferentes e falta de solidariedade são termos usados pela mãe de
Paulo para referir-se à moradia e aos moradores da cidade.

Enumeração é a listagem de palavras, ou de expressões, ou de


frases curtas. Obs.: Nas enumerações, a vírgula substitui a palavra "
e " para que o texto não fique repetitivo demais. Compare, lendo e
trocando as vírgulas dos exemplos acima por " e ".

Vamos continuar a nossa conversa sobre o uso da vírgula.

D - Usa-se a vírgula para separar o local da data em


correspondências e documentos. Veja:
"Chácara das Flores, 18 de fevereiro de 1993."

E - Usa-se vírgula nos endereços, separando o nome da rua do


número do prédio,casa. Veja:
"Rua Raul Pena, 1202."

F - Usa-se a vírgula para separar da frase os termos deslocados.


Observe os exemplos:

Observa-se que há mais solidariedade nas cidades pequenas.


Eu lhe enviarei um cartão no Natal do ano que vem.

84
Estou vencendo mais uma etapa dos meus estudos corajosamente.

Ou

Nas cidades pequenas, observa-se que há mais solidariedade.


No Natal do ano que vem, eu lhe enviarei um cartão.
Corajosamente, estou vencendo mais uma etapa dos meus estudos.

Ou

Observa-se que, nas cidades pequenas, há mais solidariedade.


Eu lhe enviarei, no Natal do ano que vem, um cartão.
Estou vencendo, corajosamente, mais uma etapa dos meus estudos.

"Nas cidades
pequenas" indica um
lugar, "No ano que Adjunto adverbial é o termo da oração
vem" indica um que indica uma circunstância (dando
tempo, ideia de tempo, lugar, modo, causa,
"Corajosamente" finalidade, etc.).
indica um modo. São
adjuntos adverbiais.

Essas expressões indicadoras de tempo, lugar, modo, normalmente


deveriam aparecer no final da frase, mas foram deslocadas para seu
início ou meio. Nesse caso, dizemos que a frase está numa ordem
inversa, ou seja, não comum ao jeito normal de falar e, por isso, essas
expressões vêm separadas do restante da frase por vírgulas. Se
viessem no final da frase, não precisariam das vírgulas. Veja: Observa-
se que há mais solidariedade nas cidades pequenas.

Obs.: No caso de termos deslocados curtos, a vírgula não é


obrigatória.
Ex.: Hoje aprenderei pontuação.

Uso da crase

85
SEMPRE OCORRERÁ A CRASE QUANDO:

1) Antes de numeral, seguido da palavra hora, mesmo que ela esteja


subentendida.
Ex: Chegou às 11 horas. / Começou o seu trabalho às 7:30.

2) Na expressão à moda de ou à maneira de, mesmo que estas


expressões venham ocultas.
Ex: Usam sapatos à (moda de) Luís XV.

3) Nas locuções adverbiais femininas.


Ex: Cheguei à tarde Falo à vontade
Ficou à direita Irei à noite

Veja algumas locuções adverbiais:


à direita às pressas
à esquerda à sorrelfa  disfarça
à vezes à socapa  disfarça
à meia voz às escâncaras
à toa à unha
à vontade à noite
às avessas à noitinha
à claras à tarde
às escuras à tardinha
às direitas à força(s)
às escondidas às cegas
Observação:
Na locução adverbial “a distancia” só se usa crase quando for
especificada.
Ex: O líder assistia a tudo a distância.
O líder assistia a tudo à distância de 100m.

4) Nas locuções conjuntivas e prepositivas constituídas de palavras


femininas.
Ex: à medida que, à proporção que, à custa de, à beira de.
Veja algumas locuções prepositivas e conjuntivas:

86
Prepositivas
à espera de à ocidental
à cata de  busca à razão de
à semelhança de às expensas de  custas
à primeira vista à farta
à hora certa à vista
à milanesa à procura de
à espanhola à beira de
à roda de à parte
à custa de Conjuntivas:
à americana à medida que
à oriental à proporção que

5) Ocorrerá a crase somente se o verbo exigir a preposição. (verbo


transitivo indireto).
Ex: Dirigir-me à cidade
Obedecemos à determinação.

6) Se o termo regido aceita o artigo feminino A/As, ocorrerá a crase.


Uma boa forma de sabermos isso, é usando a preposição da, se
aceitar é sinal de que há crase. Se for empregado de, não há crase.

Ex: Vou à Bahia Vou à Itália


(Volto da Bahia) (Volto da Itália)
Vou a Brasília Vou a Rondônia
(Volto de Brasília) (Volto de Rondônia)

CASOS ESPECIAIS DA CRASE:

A) As palavras casa (no sentido de lar, morada), terra (no sentido de


chão firme, [oposto a mar ou ar]) e as palavras referentes a nomes de
cidade, só aceitarão o uso da crase, se vierem determinadas.
Ex: Voltei a casa cedo. / Voltei à casa de meus pais.
Os marinheiros já voltaram a terra.
Os marinheiros já voltaram à terra dos seus sonhos.
Fiz uma viagem a Roma. / Fiz uma viagem à Roma antiga.

87
B) Usa-se crase antes dos pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s) e aquilo somente se o verbo exigir a preposição, ou seja, o
verbo precisa ser um verbo transitivo indireto. Para sabermos isso,
podemos utilizar o artifício de trocar tais pronomes pelos pronomes
também demonstrativos este(s), esta(s), isto. Se esses pronomes
vierem procedidos pela preposição a ocorrerá a crase.
Ex:
a) Amo aquela menina  Amo esta menina
b) Falo àquela menina Falo a esta menina
c) Adoro aquele teatro Adoro este teatro
d) Vou àquele teatro Vou a este teatro
e) Aquilo nunca me interessou Isto nunca me interessou.
f) Jamais me referi àquilo Jamais me referi a isto.

C) Usa-se crase antes de qual, quais, a que, a de, somente se o


masculino correspondente for:
A qual Ao qual | A quais Ao quais
A de Ao(s) de | A que Ao(s) que

Ex: Esta é a festa à qual me referi.


Esta é o festival ao qual me referi
Houve uma sugestão anterior à que você deu.
Houve um palpite anterior ao que você deu.
Minha opinião é igual à de todos.
Meu palpite é igual à de todos.

Observação: Se com o antecedente masculino, ocorrer ao no feminino


não ocorrerá crase.
Ex:
Não gostei da peça a que você me referiu.
Não gostei do teatro a que você me referiu.

CASOS FACULTATIVOS:

1) Antes nomes próprios femininos. Excerto a nomes próprios de


pessoas célebres

88
Ex: Não te refiras a(à) Maria José.
Nunca se usa:
Camões referiu-se a Inês de Castro.

2) Antes de pronomes possessivos femininos. Excerto aos que se


referem a parentesco.
Ex: Não te dirijas a(à) tua gente.
Nunca se usa:
Dei o livro a minha tia.
Entregue o presente a nossa irmã.

3) Depois da preposição Até seguida de nomes femininos. Podendo


indicar exclusão.
Ex: Cheguei até a(à) muralha.
O fogo destruiu quase toda a vila até à casa da esquina. Foi
preservada a casa da esquina.
O fogo destruiu quase toda a vila até a casa da esquina.
Inclusive a casa da esquina foi destruída.

CASOS EM QUE NUNCA SE USA CRASE:

1) Antes de palavras masculinas e antes de verbos.


Ex: Ande a pé.
Viagem a cavalo.
Estou apto a discutir.
Não estava disposto a dar satisfações.

2) Antes de expressões formadas por palavras repetidas.


Ex: Estamos cara a cara.
Vamos ficar frente a frente.

3) Antes nomes de cidade que não estejam determinados.


Ex: Viajarei a Florianópolis.

4) Quando um A (sem o S de plural), preceder a um nome feminino


que esteja no plural.
Ex: Não falo a pessoas estranhas.

89
Mas: Se houver o S de plural, é sinal que ocorreu o artigo e então,
haverá a crase.
Não falo às pessoas estranhas.

5) Antes de expressões que exprimem idéias de tempo futuro ou


distância.
Ex: Sairá daqui a pouco, conforme prometeu a todos.
Chegamos a 100m do leão.
6) Antes de artigo indefinido (um e uma):
Ex: Contou seu segredo a uma mulher estranha.

7) Antes de pronomes em geral. Com exceções feitas à senhora,


senhorita, dona, outra, própria e mesma. Seguidos do s de plural ou
não.

Ex: Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza.


Não me referia a ela.
Falava a qualquer pessoa.
Achei a pessoa a quem você procurava.
Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu.
Exceções: Obviamente, se o pronome aceitar a crase, ocorrerá a
crase.
Ex: Dirigiu-se à Sra. aspereza.
Fiz alusão à mesma pessoa.
Estavam colocadas umas às outras.

8) Após preposições em geral. Com exceção da preposição até, que se


enquadra nos casos facultativos.
Ex: Não estava bem de saúde desde a data de seu aniversário.

Veja algumas preposições: até, de, entre, por, sobre, antes, com,
contra, desde, sob, após, em, para, perante, sem, trás.

VALE LEMBRAR QUE:

 Crase não é apenas a fusão de a + a, pois podemos ter também


palavras que se mostram com vogais iguais na pronuncia.
Ex: Compreender --- Cooperar

90
Empreender --- Caatinga
Contra-almirante --- Contra-abertura

Há = Referente ao verbo haver, será usado apenas quando


quisermos nos referir a tempo passado.
Ex: Partimos há pouco tempo, à procura de Gleissinho.

Existem expressões das quais podem ser utilizadas antes de palavras


ou conjunto de palavras, a fim de determinarmos a ocorrência ou não
da crase. Expressões como: Eu falo da... Para a Masculino ao.
Ex: Dirigi-me à professora.
{Falo da professora}
Ela foi à sala.
{Ela foi para a sala}
Saio à procura dela.

PRONOMES

 PRONOME é a palavra que substitui ou acompanha um


substantivo.
 PRONOMES PESSOAIS são aqueles que representam as pessoas
do discurso.

PRONOMES PESSOAIS
Pessoa do discurso CASO RETO CASO OBLÍQUO
1ª pessoa do singular Eu me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu te, ti, contigo
3ª pessoa do singular ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo
1ª pessoa do plural Nós nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós vos, convosco
3ª pessoa do plural eles, elas os, as, lhes, se, si, consigo

Observação: Os pronomes o, a, os, as se ex: Ele vai vender o carro.


transformam em: Ele vai vendê-lo.
 lo, la, los, las – quando vêm depois dos
verbos terminados em r, s ou z.

91
 no, na, nos, nas – quando vêm depois ex: Eles levaram o cachorro.
de verbos terminados em som nasal. Eles levaram-no.

 PRONOMES POSSESSIVOS são palavras que se referem às


pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de algo.

PRONOMES POSSESSIVOS
Pessoa Singular Plural
1ª meu, minha meus, minhas
2ª teu, tua teus, tuas
3ª seu, sua seus, suas
1ª nosso, nossa nossos, nossas
2ª vosso, vossa vossos, vossas
3ª seu, sua seus, suas

 PRONOMES DEMONSTRATIVOS são aqueles que indicam a


posição dos seres em relação às três pessoas do discurso.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Pessoa Variáveis Invariáveis
1ª este, esta, estes, estas isto
2ª esse, essa, esses, essas isso
3ª aquele, aquela, aqueles, aquelas aquilo

 PRONOMES INDEFINIDOS são aqueles que se referem à terceira


pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica.

PRONOMES INDEFINIDOS
Variáveis Invariáveis
algum, alguma, alguns, algumas alguém
todo, toda, todos, todas tudo
outro, outra, outros, outras nada
muito, muita, muitos, muitas algo
pouco, pouca, poucos, poucas cada

 PRONOMES INTERROGATIVOS introduzem frases interrogativas


e se referem à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São

92
interrogativos os pronomes: que, quem, qual (quais), quanto (quanta,
quantos, quantas).

 PRONOME RELATIVO é uma classe de pronome que substitui um


termo da oração anterior e estabelece relação entre duas orações:
variáveis invariáveis
O qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, Que, quem, onde (=n(o) qual)
cujos, quanto, quanta, quantos, quantas

Observação importante:

Palavras variáveis são aquelas que variam em gênero, número, tempo,


pessoa etc.:
menino, menina, meninos, meninas;
estudo, estudas, estudamos, estudaram etc.

Palavra invariável é aquela que não varia nem em gênero, nem em


número: ontem, agora, dentro etc.

USO DOS PORQUÊS


Início/meio da frase: Por
que você não foi à festa?
POR QUE
Eu gostaria de saber por
PERGUNTA que você não foi.
Final da frase: Você não foi
POR QUÊ à festa por quê?
Por quê?

RESPOSTA, Não fui à festa porque


PORQUE
EXPLICAÇÃO estava doente.

SUBSTANTIVO QUE Ela fica querendo saber o


PORQUÊ SIGNIFICA MOTIVO, porquê de tudo.
RAZÃO Nem tudo tem um porquê.

93
ACENTUAÇÃO
Para aprender as regas de acentuação, vale relembrar:

Hiato: sílaba formada por uma vogal sozinha ou seguida de consoante


– hi-a-to, con-so-an-te.
Tritongo: sílaba formada por semivogal + vogal + semivogal – U-ru-
guai, sa-guão.
Ditongo crescente: a sílaba possui uma semivogal seguida de uma
vogal – dia, rua, fa-zia, tuas.
Ditongo decrescente: a sílaba possui uma vogal seguida de uma
semivogal – le-vei, céu, pa-pai, pos-sui.

Regras principais

Palavras oxítonas: Recebem acento na sílaba tônica as palavras


oxítonas terminadas em a, e, o (tônicas abertas, seguidas ou não de s:
-á, -ás, -é, -és, -ó, -ós).
Bidé ou bidê
Canapé – canapê
Nené ou nenê

Palavras paroxítonas: Recebem o acento na sílaba tônica as palavras


paroxítonas terminadas em -l, -n, -r, -x e -ps e seus respectivos plurais.

Sémen ou sêmen
Fémur ou fêmur
Fénix ou Fênix

Palavras paroxítonas: Recebem o acento na sílaba tônica as palavras


paroxítonas terminadas em –ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, uns ou -us e
seus respectivos plurais.

94
Bónus ou bônus
Pónei ou pônei

EXCEÇÃO: Quando a sílaba tônica da palavra paroxítona possui os


ditongos -ei, -oi, não recebe acento: boleia, baleia, heroico, paranoico
etc.

Palavras paroxítonas: Recebem o acento na sílaba tônica as palavras


paroxítonas terminadas em ditongo crescente: -ea, -eo, -ia, -ie, -io, -ao,
-ua, -uo etc. e seus respectivos plurais.

Palavras proparoxítonas: Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Académico ou academic

Regras adicionais de acentuação

OXÍTONAS

I – acentuar “pôr” verbo, mas não acentuar “por” preposição;

pôr (verbo): Pode pôr os livros na estante.


por (preposição): Essa estrada passa por muitas cidades.

I – acentuar “têm”(3ª pessoa do plural do presente do indicativo), mas


não acentuar “tem” (3ª pessoa do singular do presente do indicativo).

Ele tem pouco dinheiro, mas juntos eles têm muito potencial.

II – acentuar vogal “i” das oxítonas terminadas em –air e –uir, quando


seguidas de -lo(s), -la(s) – o verbo perde o “r” final e o “i” ganha acento.

Atrair-la  atraí-la X ouvir-la  ouvi-la

III – acentuar as vogais ‘i” e “u”, sozinhas ou com “s”, formando hiato
em sílaba final de palavras oxítonas.

85
Baú, aí, Piauí, país, tuiuiú X saci, angu, tutu, ali

PAROXÍTONAS

I – acentuar “pôde” (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do


indicativo); não acentuar “pode” (3ª pessoa do singular do pretérito
perfeito do indicativo).

Ontem ele não pôde sair da cama, mas hoje ele já pode.

II- acentuar as vogais ‘i” e “u”, sozinhas ou com “s”, formando hiato em
palavras paroxítonas.

EXCEÇÃO: quando a vogal vier antes de


–nh- ou depois de ditongo decrescente:
Araújo, atraísse, ciúme,
egoísmo
moinho, rainha, bocaiuva, feiura.

III – NÃO TÊM MAIS ACENTO: paroxítonas que possuem os ditongos


–ei e –oi em sua sílaba tônica.

EXCEÇÃO: Caso a palavra se encaixe


nessa e em outra regra das paroxítonas,
deverá se acentuada de acordo com a
Antes: idéia, bóia
outra regra:
Agora: ideia, boia
Méier, contêiner.

IV – NÃO TÊM MAIS ACENTO: paroxítonas que possuem a letra “o”


em sua sílaba tônica, seguida de –o ou -os.

Antes: vôo EXCEÇÃO: Caso a palavra se encaixe


Agora: voo, voos nessa e em outra regra das paroxítonas,

96
deverá se acentuada de acordo com a
outra regra:

heróon / heróon.

V – NÃO TÊM MAIS ACENTO: paroxítonas que possuem a letra “e”


em sua sílaba tônica, seguida de –em [-eem].

Antes: crêem, lêem


Agora: creem, leem

VI – NÃO TÊM MAIS ACENTO DIFERENCIAL: paroxítonas


homógrafas – que se escrevem da mesma forma, mas possuem
significados diferentes.

Antes: Agora:
Pára (v. parar) X para (preposição) Para = verbo e preposição
Péla (v. pelar) X pela (preposição) Pela = verbo e preposição
Pélo (v. pelar) X pêlo (substantivo) X Pelo = verbo, substantivo e
pelo (preposição) preposição

PRINCIPAIS OPERADORES ARGUMENTATIVOS6

 Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma


conclusão, isto é, eles indicam a soma de duas ideias: e,
também, ainda, não só... mas também, além de..., além disso...,
aliás...

a) João é o melhor candidato: além de ter boa formação em Economia,


tem experiência no cargo, e também não se envolve em negociatas.

6
Disponíveis em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com.br/2013/06/operadores-argumentativos_12.html. (adaptado)

97
Observe que além de e e também dão ideia de soma. Somam as
ideias de boa formação em Economia + não se envolver em
negociatas.

b) João é o melhor candidato: a par de uma boa formação em


Economia, também tem experiência no cargo; além de que, não se
envolver em negociatas.

Novamente temos operadores - a par de, também e além de - que


somam argumentos a favor de uma mesma conclusão.

 Operadores que indicam a conclusão relativamente a argumentos


apresentados em enunciados (= frases, orações) anteriores:
portanto, logo, por conseguinte, pois, em decorrência,
consequentemente...

a) O custo de vida continua subindo bastante; as condições de saúde


do povo brasileiro são péssimas e a educação vai de mal a pior
portanto (= logo, por consequinte, consequentemente) o Brasil não é
um país de primeiro mundo.

 Operadores que indicam comparação entre elementos, com vista


a uma dada conclusão: mais... que, menos... que, tão... como,
etc.

Antônio propõe: Vamos convocar Lúcia para redigir o contrato.


Jorge responde: Márcia é tão competente quanto Lúcia.

 Operadores que indicam uma causa, justificativa ou explicação


relativamente ao enunciado (= frase, oração) anterior: porque,
que, já que, pois (= porque), por causa de, por...

_ Estou alegre porque fiz um bom exame.


_ Fiz isso por você.

Observação:
De acordo com Garcia (1988), legitimamente, só os fatos ou
fenômenos físicos têm causa; os atos ou atitudes praticados ou

98
assumidos pelo homem têm razões, motivos ou explicações. Da
mesma maneira, os primeiros têm efeitos; e os segundos,
consequências.

 Operadores que apresentam argumentos que indicam ideias


contrárias, ou seja, operadores que ligam enunciados (= orações,
frases) de sentido contrário, aqui temos dois grupos:
Grupo A : mas, porém, contudo, todavia, no entanto, etc;
Grupo B : embora, ainda que, posto que, apesar de (que),...

Toda oração que vem à direita dos operadores: mas, porém, contudo,
todavia e no entanto sempre tem o argumento mais forte, o argumento
que predomina. Exemplo:

a) O candidato esforçou-se para causar boa impressão, mas ele não


foi selecionado.

Observe que o argumento que está à direita do mas é o mais forte,


podemos dizer que ele vence o argumento anterior.

É diferente, porém, o que acontece com os operadores: embora, ainda


que, posto que, apesar de (que). Esses operadores admitem o outro
argumento, colocando apenas uma ressalva. Por isso, o argumento
introduzido por eles não predomina sobre o outro argumento.

a) Embora o time tenha jogado bem, perdeu.

Mesmo trocando a ordem das orações, não mudaria o efeito de


sentido.

b) O time perdeu, embora tenha jogado bem.

 Operadores que indicam o argumento mais forte de um enunciado


(= frase, oração): até, mesmo, até mesmo, inclusive, pelo menos,
no mínimo.

99
a) A apresentação foi coroada de sucesso: estiveram presentes
personalidades do mundo artístico, pessoas influentes nos meios
políticos e até o Presidente da República.

b) O homem teme o pensamento como nada mais sobre a terra, mais


ainda que a ruína e mesmo mais que a morte. (Bertrand Russel)

O filósofo usou o operador mesmo para indicar o que seria (para ele) o
argumento mais forte neste enunciado.

c) O rapaz era dotado de grandes ambições; pensava em ser, no


mínimo, prefeito da cidade onde tinha nascido.

 Operadores que se distribuem em escalas opostas:


o quase: o argumento indica maioria;
o apenas (só, somente, poucos): o argumento aponta
para a negação da totalidade. :

A maioria dos alunos estuda bastante: quase 80%.


São poucos os alunos que não estudam, apenas 20%.

 Operadores que indicam uma relação de condição, de


condicionalidade, de implicação entre um antecedente e um
consequente: se, caso. Exemplo:

Se o aluno estudar, (então) fará uma boa prova.

A condição de o aluno estudar, implica numa boa prova.

 Os operadores que indicam uma relação de tempo no enunciado:


quando, assim que, logo que. no momento em que... Exemplo:

Assim que Antonio chegar, peça para ele vir a minha sala.

 Operadores que indicam finalidade, objetivo no enunciado: para,


para que, a fim de (que)...

Eu estudo para entender melhor a minha profissão.

100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de Gramática do Português. RJ: Jorge


Zahar, 2004.
BAKHTIN, M. [1979]. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação
verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37.ed. revista, ampliada e atualizada
conforme o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
_______. O que muda com o novo acordo ortográfico. RJ: Nova Fronteira, 2008.
CITELI, Beatriz. Produção e leitura de textos. São Paulo, Cortez, 2003.
COSTA VAL, M. da. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
CUNHA, C. F. e CINTRA, L. F. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de
Janeiro, Editora Nova Fronteira, 2001.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 15. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1992.
KOCH, Ingedore Villaça e TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. São Paulo,
Contexto, 2009.
_______. A inter-ação pela linguagem. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2001a.
_______. O texto e a construção dos sentidos. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2001b.
_______. A coesão textual. 10. ed. São Paulo: Contexto, 1998.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A.P;
MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.) Gêneros Textuais e Ensino. Rio de Janeiro:
Editora Lucerna, 2002.
MOYSÉS, Carlos Alberto. Língua Portuguesa: atividades de leitura e produoção de
texto. 4ª ed. SP: Saraiva, 2016.
VIANA, Antônio Carlos. (org.) Roteiro de Redação – Lendo e Argumentando. SP:
Scipione, 2004.

101

S-ar putea să vă placă și