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Introdução à Exergia
2° semestre/2016
1
onde
∆U
∆U = m = m(u2 − u1 ) (2)
u: energia interna específica; m
( )
V: velocidade;
z: altura em relação a um 1
referencial fixo; ∆EC = m V22 − V12 (3)
g: aceleração da gravidade; 2
m: massa.
∆EP = mg ( z2 − z1 )
1
2
(4)
2
1
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Para a maioria das aplicações, as variações da energia cinética e/ou potencial são
desprezíveis durante um processo e assim a variação da energia é função
unicamente da variação da energia interna:
∆E = ∆U = m(u2 − u1 )
(5)
E
E& = (6)
∆t
e a energia por unidade de massa, ou energia específica, é dada por:
E
e= (7)
m
Energia pode ser transferida para ou de um sistema em 3 formas: massa, calor e
trabalho.
Transferência de massa:
F = PA (8)
Para empurrar todo o elemento de fluido para o volume de controle, essa força necessita agir
sobre uma distância L. Dessa forma, o trabalho para movimentar o fluido é dado por:
~
Wesc = FL = PAL = PV (9)
~
onde V .Assim, o trabalho de escoamento por unidade de massa fica:
wesc = Pv (10)
2
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Considerando a Eq. (1), a energia, por unidade de massa, pode ser expressa como:
V2
e = u + ec + ep = u + + gz (11)
2
Somando essa energia com a energia de escoamento, o resultado é apresentado como a energia
total de escoamento:
V2
θ = Pv + e = Pv + u + + gz (12)
2
A combinação das propriedades Pv+u é definida como entalpia, h. Assim, a energia total,
definida pela equação anterior, pode ser escrita como:
V2
θ = h+ + gz (13)
2
A energia é uma propriedade conservativa e não é sabido de nenhum processo que tenha sido
executado violando a 1ª. Lei.
No entanto, mesmo satisfazendo a primeira lei, não há garantias que o processo será realizado,
uma vez que ela não restringe a direção na qual o processo seja executado.
Isso é resolvido introduzindo outro princípio geral, a 2ª. Lei de Termodinâmica. Dessa forma,
para que um processo se realize, necessita satisfazer tanto a 1ª. quanto a 2ª. Lei da
Termodinâmica.
Além de identificar a direção na qual o processo se realize, a 2ª. Lei introduz um conceito muito
importante: a energia possui qualidade.
Assim, a 2ª. Lei é uma ferramenta que permite determinar a qualidade, bem como o grau de
degradação da energia durante um processo.
A 2ª. Lei também está diretamente associada com o conceito de perfeição. Na verdade, a 2ª. Lei
define a perfeição de um processo termodinâmico, podendo ser utilizada para quantificar o nível
de perfeição e apontar a direção para eliminar as imperfeições encontradas.
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Calor e trabalho são formas de energia. No entanto, 100% de trabalho pode ser convertido em
calor mas apenas uma fração de calor pode ser convertida em trabalho.
TH = 1000 K
TH = 1000 K
Q = 100 KJ
Q = 100 KJ
W
TC = 300 K
TC = 300 K
TH − TC T 300
η= = 1− C = 1− 0 ,7 = 70%
TH TH 1000
até 70% dessa energia poderia ser convertida em trabalho, ou seja, evitaria que 70 kJ de
potencial de trabalho fosse rejeitado em função do processo de transferência de calor,
degradando energia.
Enunciado de Kelvin-Plank
Enunciado de Clausius
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Entropia
Conforme Clausius (1822-1888), a integral cíclica de δQ/T é sempre menor ou igual a zero, isso
é:
(14)
∂Q
dS = (15)
T int rev
Entropia, S, é uma propriedade extensiva de um sistema enquanto que s é uma propriedade
intensiva, chamada de entropia específica.
A variação de entropia de um sistema durante um processo pode ser determinada pela integração
da Eq. (15), entre os estados inicial e final, conforme a Eq. (16):
2 ∂Q
∆S = S 2 − S1 = ∫1
(16)
T int rev
Entropia
Da mesma forma que para outras propriedades, a entropia tem valores fixos em estados fixos.
Assim, a variação de entropia entre dois estados é sempre a mesma, independente do caminho
realizado para mudar de estado durante o processo, reversível ou irreversível.
2 ∂Q 1 ∂Q
∫1 + ∫2 ≤0 (17)
T T int rev
A segunda integral dessa relação é a mesma da Eq. (16), reconhecida como a variação de entropia
S2-S1. Portanto:
2 ∂Q
∫1 + S1 − S 2 ≤ 0 (18)
T
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Entropia
2 ∂Q
S 2 − S1 ≥ ∫1 (19)
T
O sinal de desigualdade dessa equação mostra que a variação de entropia em um sistema
fechado, durante um processo irreversível é sempre maior que a transferência de
entropia.
Isso significa que alguma entropia é gerada durante um processo irreversível e essa geração
deve-se exclusivamente à presença de irreversibilidades.
2 ∂Q (20)
∆S sis = S 2 − S1 = ∫1 + S gen
T
A geração de entropia é sempre uma quantidade positiva ou zero. Seu valor depende do
processo e, portanto, não é uma propriedade do sistema. Da mesma forma, na ausência de
qualquer transferência de entropia, a variação de entropia é igual à geração de entropia.
Entropia
A Eq. (20) apresenta implicações importantes na termodinâmica. Para um sistema isolado (ou
adiabático), a transferência de calor é zero e a Eq. (20) se reduz a:
∆Sisolado ≥ 0 (21)
Ou seja, a entropia de um sistema isolado durante um processo sempre aumenta ou, no caso
limite de um processo reversível, permanece constante.
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Entropia
Assim, um sistema e a vizinhança podem ser vistos como dois subsistemas de um sistema isolado
e a variação de entropia desse sistema durante um processo é a soma das variações de entropia
do sistema e sua vizinhança, que é igual a geração de entropia pois em um sistema isolado não há
transferência de entropia, ou seja:
Nessa equação, a igualdade é válida para processos reversíveis e a desigualdade para processos
irreversíveis.
O princípio do aumento da entropia não implica que a variação de entropia em um processo não
possa ser negativa, mas a geração de entropia não.
Visto dessa forma, a geração de entropia pode ser utilizada como uma medida quantitativa das
irreversibilidades associadas com o processo.
Balanço de entropia
A Eq. (23) estabelece que a variação de entropia do sistema durante um processo é igual à
transferência líquida de entropia através das fronteiras do sistema e a entropia gerada dentro do
sistema.
Entropia pode ser transferida por calor e massa. A transferência de entropia pelo calor é dada
pela Eq. (24):
Q
S calor = (24)
T
E a transferência de entropia pela massa é dada por:
S massa = ms (25)
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Balanço de entropia
Quando dois sistemas estão em contato, a transferência de entropia do sistema mais quente é
igual à transferência de entropia para o sistema mais frio, no ponto de contato.
Isso significa que a entropia não pode ser criada ou destruída na fronteira porque a fronteira não
tem espessura e não ocupa nenhum volume.
Deve ser lembrado também que não há transferência de entropia pelo trabalho.
O balanço de entropia mostrado na Eq. (23), pode ser escrito na forma de taxa, é dado por:
dS
S&e − S&s + S& gen = sis (26)
dt
Balanço de entropia
Considerando o sistema fechado mostrado na figura abaixo, seu balanço de entropia é dado por:
Q Q
− + S& gen = m(s2 − s1 ) (27)
T e T s
m = cte
Qe We
Estado 1
Qs Ws
Estado 2
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Exergia
Assim, análise exergética é uma técnica baseada na 2ª. Lei que fornece meios alternativos e
esclarecedores para avaliação e comparação de processos e sistemas de forma racional .
Na prática, a análise exergética fornece eficiências que representam uma medida verdadeira de
quão próximo está o desempenho de um sistema em relação a um sistema ideal além de
identificar mais claramente que a análise energética as causas e locais das perdas
termodinâmicas e o desse sistema no meio ambiente.
Estado morto
Exergia
Estado morto
As propriedades de um sistema no estado morto são representadas pelo subscrito zero, como por
exemplo: P0, T0, h0, u0 e s0.
Como regra geral, as propriedades do estado morto são: T0 = 25 °C e P0 = 1 atm (101,325 kPa).
A ideia do estado morto é que se a temperatura do sistema no final de um processo for maior (ou
menor) que a temperatura do meio onde se encontra, é sempre possível produzir trabalho
adicional rodando uma máquina térmica entre esses dois níveis de temperatura.
Se a pressão final for maior (ou menor) do que a pressão do meio, ainda é possível obter trabalho
adicional deixando o sistema expandir até essa pressão.
O mesmo acontece com a velocidade: se a velocidade for maior que zero, é possível produzir
trabalho a partir de uma turbina, produzindo trabalho de eixo.
É importante perceber que exergia não representa a quantidade de trabalho que um dispositivo
irá fornecer após sua instalação, mas sim um limite superior da quantidade de trabalho que um
dispositivo irá fornecer sem violar nenhuma lei da termodinâmica.
Outra observação importante é que exergia é uma propriedade combinada entre sistema e
vizinhança.
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Exergia
Reversibilidade e irreversibilidade
Esses dois conceitos, apesar de bastante conhecidos, são muito importantes para a análise
termodinâmica de processos e sistemas.
Energia cinética é uma forma de energia mecânica e, dessa forma, pode ser convertida
inteiramente em trabalho. Assim, o potencial de trabalho ou a exergia da energia cinética de
um sistema é dado por:
V2
xec = (29)
2
onde V é a velocidade do sistema relativa ao meio. Como pode ser visto, a exergia da energia
cinética é a própria energia cinética pois é independente da temperatura e pressão do meio.
Da mesma forma acontece com a energia potencial, que é outra forma de energia mecânica e,
portanto, pode ser totalmente convertida em trabalho. Assim, a exergia da energia
potencial é dada por:
(30)
xep = gz
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Imagine um dispositivo com movimentação das fronteiras durante o processo, como mostrado na
figura abaixo representando um sistema cilindro-pistão. Quando o gás presente no cilindro
expande, parte do trabalho realizado pelo gás é utilizado para empurrar o ar atmosférico para
fora do cilindro.
Esse trabalho, que não pode ser recuperado nem utilizado para produzir trabalho útil, é
representado por:
(
~ ~
Wviz = P0 V2 − V1 ) (29)
~
onde V é o volume.
A diferença entre o trabalho real, W, o trabalho da vizinhança, Wviz é chamado de trabalho útil e é
representado por:
~ ~
Wu = W − Wviz = W − P0 V2 − V1 ( ) (30)
Quando o sistema expande e realiza trabalho, parte do trabalho feito é utilizado para superar a
pressão atmosférica e aí o Wviz representa uma perda. Quando o sistema é comprimido, a pressão
atmosférica auxilia o processo de compressão e então o Wviz representa um ganho.
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Trabalho reversível, Wrev, é definido como a máxima quantidade de trabalho útil produzido ou o
mínimo trabalho fornecido a um sistema para realizar um processo entre dois estados, de uma
forma completamente reversível.
A exergia destruída é uma quantidade positiva para qualquer processo real. A exergia destruída
pode ser vista como um potencial de produção de trabalho perdido.
Variação de exergia
~ ~
( )
X = (U − U 0 ) + P0 V − V0 − T0 (S − S 0 ) + m
V2
2
+ mgz (32)
onde as propriedades com subíndice “0” representam as do estado-morto. Por unidade de massa,
a exergia de um sistema fechado (sem escoamento) é dada por:
V2
φ = (u − u0 ) + P0 (v − v0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz (33)
2
onde v é o volume específico, u a energia interna específica e s a entropia específica.
∆X = (U 2 − U1 ) + P0 (V2 − V1 ) − T0 (S1 − S 2 ) + m
V22 − V12
+ mg (z 2 − z1 )
~ ~ (34)
2
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Variação de exergia
V22 − V12
∆φ = (u 2 − u1 ) + P0 (v2 − v1 ) − T0 (s2 − s1 ) + + g ( z 2 − z1 ) (35)
2
Para um sistema fechado estacionário, os termos de energia cinética e potencial são iguais a zero.
Variação de exergia
X = PV − P0V = (P − P0 )V
~ ~ ~ (37)
Então, a exergia de uma corrente de um fluido escoando é obtida pela soma da exergia do
escoamento mais a exergia do fluido não escoando, Eq. (33), já por unidade de massa:
V2
= (u − u0 ) + P0 (v − v0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz + (P − P0 )v (38)
2
Essa equação pode ser rearranjada como:
V2
= (u + Pv ) − (u0 + P0 v0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz (39)
2
e reconhecendo os dois primeiros termos como a propriedade entalpia, a equação fica:
V2
ψ = (h − h0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz (40)
2
onde ψ é a exergia de escoamento.
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Variação de exergia
Finalmente, a variação de exergia de uma corrente escoando é dada pela diferença entre as
exergias final e inicial durante um processo, de acordo com:
V22 − V12
∆ψ = ψ 2 −ψ 1 = (h2 − h1 ) − T0 (s2 − s1 ) + + g (z 2 − z1 ) (41)
2
Para uma corrente onde as variações da energia cinética e potencial são desprezíveis, a Eq. (41)
fica:
T
X cal = 1 − 0 Q (43)
T
X trab = W (44)
~ ~
(
X trab = W − Wviz = P0 V2 − V1 ) (45)
V2
X massa = mψ = m (h − h0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz (46)
2
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Balanço de exergia
A natureza da exergia é oposta a da entropia, uma vez que a exergia pode ser destruida mas não
pode ser criada.
Em forma de taxa:
dX
X& e − X& s − X& dest = (48)
dt vc
Essas duas expressões são conhecidas como balanço de entropia dentro de um volume de
controle.
Ws
Massa: m1 = m2 = cons tan te (50)
m = cte
Qe − Ws = m(u2 − u1 )
Qe
Estado inicial 1
Energia: (51)
Estado final 2
+ S gen = m(s2 − s1 )
Qe
Entropia: (52)
Ts
Exergia:
T
[ (
~ ~
)]
Qe 1 − 0 − Ws − P0 V2 − V1 − X dest = X 2 − X 1 (53)
Ts
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Massa: (54)
Qe
Entropia: + m& 11s1 + S gen = m& 2 s2
Ts (56)
T
Exergia: Q& e 1 − 0 + m& 1ψ 1 = m& 2ψ 2 + W& s + X& dest (57)
Ts
onde: ψ = h − h0 − T0 (s − s0 )
Eficiência
Ee = Es − E perd (59)
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Considere duas máquinas térmicas operando entre duas fontes quentes, com temperaturas
diferentes, mas com as duas fontes frias na mesma temperatura. Essas duas máquinas
apresentam a mesma eficiência térmica, ηth=30%. Operando com máquinas térmicas reversíveis,
as eficiências máximas de cada uma são calculadas como:
T 300
η rev ,A = 1 − L = 1 − = 0 ,5
T H A 600
TL 300
η rev ,A = 1 − = 1 − = 0,7
TH B 1000
A eficiência da 2ª. Lei também pode ser representada como a relação entre o trabalho útil e o
trabalho máximo reversível para máquinas térmicas que produzem trabalho, isso é:
Wu
η II = (63)
Wrev
Wrev
η II = (64)
Wu
COP
η II = (65)
COPrev
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A eficiência da 2ª. Lei ou eficiência exergética busca servir como medida da aproximação para o
caso de uma operação reversível, variando desde zero no pior caso (completa destruição de
exergia), até um, o melhor caso (sem destruição de exergia).
Com isso em mente, a eficiência da 2ª. Lei ou exergética para um processo pode ser definida
como:
Saída de exergia X X
ε= = s = 1 − dest (66)
Entrada de exergia Xe Xe
onde
X e = X s + X dest (67)
Essas relações de eficiência da 2ª. Lei estabelecem as medidas de perfeição do processo ou ciclo,
uma vez que o processo perfeito é reversível. Para acomodar os limites inferiores da eficiência da
segunda lei, essa definição é alterada. Assim, define-se
Exergia recuperada X Exergia destruida
ε= = 1 − dest 1 −
Exergia gasta X gasta Exergia gasta (68)
pois
X gasta = X rec + X dest
Nessas equações, Xgasta representa a porção de exergia proveniente de uma fonte. Pode ser o
trabalho de eixo para acionar um compressor ou o decréscimo de exergia de uma corrente de
fluido, no caso de uma turbina a vapor, por exemplo.
Exergia recuperada é a porção da exergia gasta que é mantida como exergia, ou seja, salva da
destruição dentro do sistema, durante um processo.
Saída de exergia X X
ε= = s = 1 − dest (69)
Entrada de exergia Xe Xe
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Considere uma turbina bem isolada (adiabática), expandindo um gás ou vapor desde o estado 1
até o estado 2, em um processo em regime permanente. Sua eficiência exergética é definida
como:
ou
X& X& W& − W&
ε = 1 − & dest = 1 − & dest& = 1 − &rev & s
X gasta X1 − X 2 X1 − X 2 (71)
Considere um compressor comprimento um gás ou vapor desde o estado 1 (entrada) até o estado
2 (saída), em um processo em regime permanente. Sua eficiência exergética é definida como:
ou
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Como a diferença de temperaturas entre a saída e a entrada da bomba são pequenas, o que
produz diferenças de entalpia e entropia também pequenas, é razoável assumir que a potência
reversível na entrada da bomba será aproximadamente igual a sua potência isentrópica.
W& m& v (P − P )
η isen ,bomba = & isen = 2 1
(75)
Wreal m& (h2 − h1 )
A operação de uma turbina hidráulica é similar ao de uma bomba. Assim, modificando a Eq. (75):
W& W&
η isen ,bomba = &real = real
(76)
Wisen m& v (P1 − P2 )
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A eficiência isentrópica de um bocal é definida como a relação entre a energia cinética real do
fluido na saída do bocal e a energia cinética na saída para um bocal isentrópico, para as mesmas
condições de entrada e pressão de saída.
V22
η isen ,bocal = (77)
V22,s
Se a velocidade de entrada é desprezível, a eficiência pode ser escrita como:
h1 − h2
ηisen ,bocal = (78)
h1 − h2 ,s
No bocal, a exergia recuperada é o aumento da energia cinética do fluido enquanto que a exergia
gasta é o decréscimo da exergia da corrente de fluido, desconsiderando a energia cinética na
saída do bocal, a qual corresponde ao trabalho de eixo da turbina. Assim:
V22 V12
X& −
ε bocal = & rec = 2 2 (79)
V12
h1 − h2 − T0 (s1 − s2 ) +
X gasta
2
V22
X& rec (80)
ε bocal = ≈ 2
X& gasta h1 − h2 − T0 (s1 − s2 )
Pode-se notar, conforme a Eq. (77), que a exergia gasta corresponde à energia cinética na saída
do bocal, em um processo isentrópico.
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X& 0
ε valve = & rec = & =0 (81)
X gasta X 1 − X& 2
ou
Nesse processo, a fonte é a energia elétrica disponível na rede e a exergia gasta é a exergia é a
exergia da eletricidade gasta pelo aquecedor (resistência) elétrico.
T
Q& e 1 − 0 (83)
X& X& Tr = 1 − T0
ε elet = rec = calor =
&
X gasta W&e W&e Tr
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1 1
COPHP ,rev = = = 11,9
TL 273 K
1− 1−
TH 298 K
COP 1
ε conv = = = 0 ,084 = 8,4%
COPHP ,rev 11,9
Q& e 2kW
W&e ,min = = = 0 ,17 kW
COPHP ,rev 11,9
Em um trocador de calor, duas correntes de fluido trocam calor sem misturar-se. Há diversas
maneiras de definir a fonte de exergia. Uma forma é considerar a corrente de fluido mais quente
como fonte de exergia e desprezar a corrente de fluido mais frio como fonte potencia de exergia.
Outra forma ainda mais complicada é quando a corrente quente está em uma temperatura maior
que a temperatura da vizinhança enquanto que a corrente mais fria está abaixo, de tal forma que
a exergia das duas correntes diminui durante a troca térmica.
Quando ambas correntes estão em uma temperatura acima de T0, o fluido frio apresenta um
acréscimo de sua exergia e nenhuma exergia e nenhuma exergia dessa corrente é gasta. Assim, a
corrente quente deve ser considerada a da fonte quente enquanto que o incremento da exergia da
fonte fria representaria a exergia recuperada. Dessa forma:
(85)
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Se a corrente de fluido frio é aquecida de T1 para T2 e o fluido quente é resfriado de T3 para T4, a
expressão anterior pode ser escrita como:
(86)
Essa relação resulta em uma eficiência exergética de 100% para um trocador de calor contra-
corrente onde dois fluidos idênticos entram no trocador, na mesma vazão e o fluido frio é
aquecido até a temperatura de entrada do fluido quente enquanto que o fluido quente é resfriado
até a temperatura de entrada do fluido frio.
A Eq. (85) é válida também se o trocador de calor perde calor para o ambiente a temperatura T0,
desde que a região do gradiente de temperatura entre o trocador e a vizinhança é incluída na
análise.
Se o trocador perde calor a uma taxa igual a para um meio a TR, a exergia recuperada
também incluirá a exergia armazenada no meio a TR como um resultado da transferência de
calor. Pare esse caso, a eficiência exergética é dada por:
(87)
Caso especial 1:
Considere um trocador de calor onde o fluido quente é resfriado até uma temperatura acima da
T0 enquanto que o fluido frio permanece numa temperatura abaixo de T0, entre a condição de
entrada e de saída quando é aquecido. Nesse caso, tanto a exergia da corrente que está resfriando
quanto a que está aquecendo irá diminuir e nenhuma exergia será recuperada.
Nesse caso é mais apropriado considerar a “energia gasta” como a soma da redução da exergia
das duas correntes. Essa soma será igual a destruição de exergia e, como resultado, a eficiência
exergética será igual a zero, isso é:
(88)
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ou
(91)
Todas as correntes que experimentam um decréscimo em seu conteúdo de exergia devem ser
consideradas na estimativa da exergia gasta.
Da mesma forma, todas as correntes que experimentam um aumento de seu conteúdo de exergia
devem ser considerados para a estimativa da exergia recuperada.
Uma corrente de fluido que cruza o estado morto deve ser considerada para a estimativa tanto da
exergia gasta quanto da exergia recuperada. Para tal corrente de fluido, a exergia gasta é a exergia
no estado inicial e a exergia recuperada é a exergia no estado final.
Esse é o caso onde duas correntes de fluido se misturam para produzir uma terceira corrente de
fluido, em uma câmara de mistura.
Quando as duas correntes estão acima da temperatura T0, a fonte de exergia é o fluido quente e a
exergia gasta é a diminuição da exegia do fluido quente.
A exergia recuperada é o aumento da exergia do fluido frio. Utilizando o estado 1 como a entrada
do fluido quente, estado 2 como a entrada do fluido frio, estado 3 como o estado comum de
mistura:
(92)
(93)
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Notando que:
(94)
(95)
Se a câmara de mistura perde calor para um meio na temperatura TR, a exergia recuperada
incluirá também a exergia associada com a transferência de calor:
(96)
wliq ,s qe − qs q
ηth ,1 = = = 1− s (97)
qe qe qe
Para o ciclo de Rankine simples representado abaixo, Qe geralmente é representado como o calor
específico fornecido ao fluido de trabalho e é dado por:
qe = h3 − h2 (98)
onde m & comb é a taxa de massa do combustível e PC seu poder calorífico, que pode ser o poder
calorífico superior ou o poder calorífico inferior.
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Para o caso onde a água é um dos componentes que saem pelos gases de exaustão, como é o caso
das caldeiras, utiliza-se o poder calorífico inferior. No entanto, se houver alguma possibilidade de
recuperação de energia dos gases de exaustão, pela condensação do vapor, a eficiência deve ser
calculada utilizando-se o poder calorífico superior.
Wliq ,s xdest
ε= = 1− (100)
xe xe
onde xe é a exergia específica que entrada no ciclo e xdest é a destruição total de exergia específica
no ciclo. A exergia que entra no ciclo é o aumento de exergia do fluido de trabalho na caldeira e é
dada por:
xe = h3 − h2 − T0 (s3 − s2 ) (101)
Wliq ,s
ε1 = (102)
h3 − h2 − T0 (s3 − s2 )
Pela definição da Eq. (102), as irreversibilidades durante a transferência de calor da caldeira para
o vapor não são consideradas, como mostrado na figura abaixo. Assim, de uma forma alternativa,
a entrada de exergia no ciclo pode ser definida com a entrada de exergia acompanhada de
transferência de calor, definida como:
wliq ,s
ε2 = (103)
T
qin 1 − 0
Ts
onde Ts é a temperatura da fonte quente enquanto que qe é dada pela Eq. (98). Essa definição de
exergia incorpora a irreversibilidade durante a transferência de calor para o vapor, na caldeira.
W&liq ,s
ε3 = (104)
m& comb xcomb
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Também é assumido que o combustível encontra-se no estado morto (T0 e P0) e que reage com o
ar que também entra nas condições do estado morto. Assim, a exergia produzida para a
conversão do combustível em produtos de combustão deve-se a diferença entre o potencial
químico do combustível e a vizinhança. Já que o ar fornecido para a reação encontra-se no estado
morto, não há exergia fornecida com o ar.
Esse sistema é escolhido para que qualquer transferência de calor entre o sistema e a vizinhança
cruzem a fronteira do sistema na temperatura da vizinhança. Isso é, não há fluxo de exergia para
ou do sistema associado com a transferência de calor.
Da mesma forma, os produtos da combustão saem do sistema no estado morto e devem estar em
completo equilíbrio com a vizinhança para não haver nenhuma exergia. Ou seja, os produtos
estão na mesma temperatura e pressão da vizinhança. Por último, os produtos apresentam a
mesma composição que a vizinhança de maneira que não haja potencial químico relativo ao
estado morto.
H R + Qe = H P + Ws (104)
onde HR e HP são as entalpias dos reagentes e dos produtos, respectivamente. Notar que na
equação anterior os termos relativos à energia cinética e potencial são desprezados.
Qe (105)
SR + = SP
T0
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Substituindo a Eq. (106) na Eq. (104), obtém-se o máximo trabalho possível, ou seja, a exergia do
combustível:
X comb = Ws = H R − H P − T0 (S R − S P ) (107)
X comb ≈ PC (108)
A entropia dos reagentes, por mol de combustível, pode ser calculada como:
NR
S R = ∑ ni si ,0 (111)
i =1
NP
S P = ∑ n j s j ,0 (112)
j =1
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W&liq ,s
ηth = (113)
m& comb PC
W&liq ,s
ε1 = (114)
m& comb xcomb
Essa planta é modelada também considerando um ciclo fechado, como mostrado na figura
abaixo. Assume-se que o fluido de trabalho seja o ar e que o processo de combustão seja
substituído por um processo de adição de calor. Nesse caso, a eficiência térmica do ciclo é:
Notar que o calor adicionado ao ciclo é igual ao calor resultante do processo de combustão e que
a Eq. (115) é similar à Eq. (113). A eficiência exergética da planta pode ser calculada por
diferentes aproximações:
W&liq ,s
ε2 = (116)
T
Q& e 1 − 0
Ts
W& W&
ε 3 = & liq ,s& = liq ,s
(117)
X 3 − X 2 m& ar [h3 − h2 − T0 (s3 − s2 )]
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Mostrando lado a lado essas mesmas equações, fica evidente que cada uma delas fornecerá
resultados diferentes.
W&liq ,s
ε1 = (114)
m& comb xcomb
W&liq ,s
ε2 = (116)
T
Q& e 1 − 0
Ts
W& W&
ε 3 = & liq ,s& = liq ,s
(117)
X 3 − X 2 m& ar [h3 − h2 − T0 (s3 − s2 )]
A Eq. (116) não considera a destruição de exergia durante o processo de combustão enquanto que
a Eq. (117) não considera a destruição de exergia durante a combustão e durante atransferência
de calor para o fluido de trabalho do ciclo.
Utilizando como referência uma planta de cogeração com vapor simples, conforme o esquema
mostrado abaixo, a eficiência energética da planta é expressa como:
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Utilizando como referência uma planta de cogeração a gás, conforme o esquema mostrado
abaixo, a eficiência energética da planta é expressa como:
Considerando o esquema abaixo que apresenta um ciclo de refrigeração operando entre tuas
temperaturas, o balanço energético é dado por:
QH = QL + W (124)
QL
COPR = (125)
W
QL 1 1
COPR = = = (126)
Q H − QL Q H − QL Q H − 1
Q L QL QL
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O ciclo de bomba de calor é exatamente igual ao ciclo de refrigeração, mudando apenas o seu
propósito. Em um refrigeração, o propósito é retirar calor de um espaço refrigerado enquanto
que o ciclo de bomba de calor é fornecer calor ao um ambiente aquecido.
QH
COPBC = (127)
W
QH 1 1
COPBC = = = (128)
QH − QL QH − QL 1 − QL
QH QH QH
Considere o ciclo de refrigeração por compressão apresentado abaixo, operando entre duas
temperaturas, TL e TH. A eficiência do ciclo reversível de Carnot operando entre essas duas
temperaturas é dada por:
TL
COPR = (130)
TH − TL
Um ciclo real é, obviamente, menos eficiente que o ciclo ideal em função das irreversibilidades
presentes mas pela análise da Eq. (130) fica evidente que o COP é inversamente proporcional a
diferença entre as temperaturas TH – TL, que é igualmente válido para os ciclos reais.
Um dos objetivos da análise da 2ª. Lei ou da análise exergética é determinar quais componentes
poderiam ser melhorados. Isso é feito identificando os locais com maiores destruição de exergia.
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Compressor (adiabático):
Condensador:
Q&
X& dest ,2−3 = T0 S& gen ,2−3 = T0 m& (s3 − s2 ) + H (135)
TH
T
Q& H 1 − 0
X& recup X& QH TH
ε cond = = = (136)
X& gasta X& 2 − X& 3 X& 2 − X& 3
T
Q& H 1 − 0
TH X&
ε cond = = 1 − dest ,2−3 (137)
m& [h2 − h3 − T0 (s2 − s3 )] X& 2 − X& 3
Notar que quando TH = T0, que é geralmente o caso, εcond =0, pois não há exergia recuperada
nesse caso.
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Dispositivo de expansão:
X& recup 0
ε exp = & = =0 (139)
X gasta X& 3 − X& 4
ou
Evaporador:
Q&
X& dest ,4−1 = T0 S& gen ,4−1 = T0 m& (s1 − s4 ) − L (141)
TL
(T − T )
Q& L 0 L
X& recup X& QL TL
ε evap = = = (142)
X& gasta X& 4 − X& 1 X& 4 − X& 1
ou
(T − T )
Q& L 0 L
TL X&
ε evap = = 1 − dest ,4−1 (143)
m& [h4 − h1 − T0 (s4 − s1 )] X& 4 − X& 1
Nessa equação, X& Q& L representa o valor positivo da taxa de exergia associada com a retirada de
calor do meio a baixa temperatura, TL, a uma taxa igual a Q& L. Assim, quando TL < T0, as direções
das transferência de calor e exergia tornam-se opostas, isso é, a exergia do meio a baixa
temperatura aumenta quando ele perde calor.
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Evaporador (cont.):
O termo X& Q& L é equivalente à potência que poderia ser produzida por uma máquina térmica de
&
Carnot recebendo calor a T0 e rejeitando calor para o meio a baixa temperatura, TL, a uma taxa QL
que pode ser demonstrado pela equação:
T −T
X& QL = Q& L 0 L (144)
TL
X& dest ,total = X& dest ,1−2 + X& dest ,2−3 + X& dest ,3−4 + X& dest ,4−1 (146)
Pode ser mostrado que para um ciclo de refrigeração, a destruição de exergia é obtida pela
diferença entre a exergia fornecida (potência de entrada) e a exergia recuperada (a exergia do
calor retirado do meio a baixa temperatura):
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Substituindo:
Q& L T −T
W&e = e X& Q& = Q& L 0 L (149)
COPR L
TL
T −T
Q& L 0 L
X& Q& TL COPR COPR
ε ciclo = L
= = = (150)
W&e Q& L TL COPR ,rev
COPR (TH − TL )
Bibliografia:
Kreith, F. (ed.), 2000. The CRC handbook of termal engineering. Capítulo 1: Engineering
thermodynamics, Moran, M.J. e Tsatsaronis, G.
fdf
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