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17/11/2016

Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS


Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica

Introdução à Exergia

2° semestre/2016
1

Energia – Primeira Lei da Termodinâmica

Energia é a capacidade de realizar trabalho. A energia de um sistema consiste nas


formas:

Energia interna: energia térmica (sensível ou latente), química ou nuclear;


Energia cinética: associada à velocidade;
Energia potencial: associada à altura em relação a um referencial fixo.

A variação da energia interna de um sistema, na ausência de outros efeitos


(magnéticos, elétricos ou tensão superficial) é expressada como:

∆E = E2 − E1 = ∆U + ∆EC + ∆EP (1)

onde
∆U
∆U = m = m(u2 − u1 ) (2)
u: energia interna específica; m
( )
V: velocidade;
z: altura em relação a um 1
referencial fixo; ∆EC = m V22 − V12 (3)
g: aceleração da gravidade; 2
m: massa.
∆EP = mg ( z2 − z1 )
1
2
(4)
2

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Energia – Primeira Lei da Termodinâmica

Para a maioria das aplicações, as variações da energia cinética e/ou potencial são
desprezíveis durante um processo e assim a variação da energia é função
unicamente da variação da energia interna:

∆E = ∆U = m(u2 − u1 )
(5)

A energia por unidade de tempo é a taxa de energia (potência), e é expressa como:

E
E& = (6)
∆t
e a energia por unidade de massa, ou energia específica, é dada por:

E
e= (7)
m
Energia pode ser transferida para ou de um sistema em 3 formas: massa, calor e
trabalho.

Energia – Primeira Lei da Termodinâmica

Transferência de massa:

Se a pressão do fluido é P e a área transversal do elemento de fluido é A, a força aplicada no


elemento de fluido por uma pistão imaginário será:

F = PA (8)

Para empurrar todo o elemento de fluido para o volume de controle, essa força necessita agir
sobre uma distância L. Dessa forma, o trabalho para movimentar o fluido é dado por:

~
Wesc = FL = PAL = PV (9)

~
onde V .Assim, o trabalho de escoamento por unidade de massa fica:
wesc = Pv (10)

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Energia – Primeira Lei da Termodinâmica

Considerando a Eq. (1), a energia, por unidade de massa, pode ser expressa como:

V2
e = u + ec + ep = u + + gz (11)
2
Somando essa energia com a energia de escoamento, o resultado é apresentado como a energia
total de escoamento:
 V2 
θ = Pv + e = Pv +  u + + gz  (12)
 2 

A combinação das propriedades Pv+u é definida como entalpia, h. Assim, a energia total,
definida pela equação anterior, pode ser escrita como:

V2
θ = h+ + gz (13)
2

Segunda Lei da Termodinâmica

A energia é uma propriedade conservativa e não é sabido de nenhum processo que tenha sido
executado violando a 1ª. Lei.

No entanto, mesmo satisfazendo a primeira lei, não há garantias que o processo será realizado,
uma vez que ela não restringe a direção na qual o processo seja executado.

Isso é resolvido introduzindo outro princípio geral, a 2ª. Lei de Termodinâmica. Dessa forma,
para que um processo se realize, necessita satisfazer tanto a 1ª. quanto a 2ª. Lei da
Termodinâmica.

Além de identificar a direção na qual o processo se realize, a 2ª. Lei introduz um conceito muito
importante: a energia possui qualidade.

Assim, a 2ª. Lei é uma ferramenta que permite determinar a qualidade, bem como o grau de
degradação da energia durante um processo.

A 2ª. Lei também permite determinar os limites teóricos de desempenho de processos


comumente utilizados na engenharia (motores, refrigeradores, etc.)

A 2ª. Lei também está diretamente associada com o conceito de perfeição. Na verdade, a 2ª. Lei
define a perfeição de um processo termodinâmico, podendo ser utilizada para quantificar o nível
de perfeição e apontar a direção para eliminar as imperfeições encontradas.

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Segunda Lei da Termodinâmica

Calor e trabalho são formas de energia. No entanto, 100% de trabalho pode ser convertido em
calor mas apenas uma fração de calor pode ser convertida em trabalho.

Por exemplo, se 100 kJ de calor é transferido de um corpo a TH =1000 K para um corpo a TC =


300 K, no final do processo haverá 100 kJ de energia a 300 K, o que na prática não tem
nenhum valor.

TH = 1000 K
TH = 1000 K

Q = 100 KJ
Q = 100 KJ
W

TC = 300 K
TC = 300 K

No entanto, se a conversão for realizada com uma máquina térmica:

TH − TC T 300
η= = 1− C = 1− 0 ,7 = 70%
TH TH 1000

até 70% dessa energia poderia ser convertida em trabalho, ou seja, evitaria que 70 kJ de
potencial de trabalho fosse rejeitado em função do processo de transferência de calor,
degradando energia.

Segunda Lei da Termodinâmica

Duas clássicas proposições da 2ª. Lei são:

Enunciado de Kelvin-Plank

É impossível construir um dispositivo, operando em um ciclo (máquina térmica, por exemplo)


que realize somente a extração de calor de uma fonte e o converta totalmente em trabalho.
Ou seja, é impossível que uma máquina térmica tenha uma eficiência de 100%.

Enunciado de Clausius

É impossível construir um dispositivo, operando em um ciclo (refrigerador ou bomba de calor,


por exemplo), que transfira calor da fonte de baixa temperatura para a fonte de alta temperatura
e não produza outro efeito qualquer.

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Entropia

Conforme Clausius (1822-1888), a integral cíclica de δQ/T é sempre menor ou igual a zero, isso
é:
(14)

Essa desigualdade é válida para todos os ciclos, reversíveis ou irreversíveis.


A propriedade entropia também foi desenvolvida por Clausius, e definida como:

 ∂Q 
dS =   (15)
 T int rev
Entropia, S, é uma propriedade extensiva de um sistema enquanto que s é uma propriedade
intensiva, chamada de entropia específica.

A variação de entropia de um sistema durante um processo pode ser determinada pela integração
da Eq. (15), entre os estados inicial e final, conforme a Eq. (16):

2  ∂Q 
∆S = S 2 − S1 = ∫1  
(16)
 T  int rev

Entropia

Da mesma forma que para outras propriedades, a entropia tem valores fixos em estados fixos.
Assim, a variação de entropia entre dois estados é sempre a mesma, independente do caminho
realizado para mudar de estado durante o processo, reversível ou irreversível.

Considere um ciclo composto de dois processos: processo 1-2 é arbitrário (reversível ou


irreversível), enquanto que o processo 2-1 é internamente reversível. A partir da desigualdade de
Clausius, Eq. (14):

2  ∂Q  1  ∂Q 
∫1   + ∫2   ≤0 (17)
T   T int rev

A segunda integral dessa relação é a mesma da Eq. (16), reconhecida como a variação de entropia
S2-S1. Portanto:

2  ∂Q 
∫1   + S1 − S 2 ≤ 0 (18)
T 

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Entropia

Rearranjando a Eq. (18):

2  ∂Q 
S 2 − S1 ≥ ∫1   (19)
 T 
O sinal de desigualdade dessa equação mostra que a variação de entropia em um sistema
fechado, durante um processo irreversível é sempre maior que a transferência de
entropia.
Isso significa que alguma entropia é gerada durante um processo irreversível e essa geração
deve-se exclusivamente à presença de irreversibilidades.

A entropia gerada durante um processo é chamada de geração de entropia e designada como


Sgen.
Notando que a diferença entre a variação de entropia em um sistema fechado e a transferência de
entropia é igual à geração de entropia, a Eq. (19) pode ser reescrita como:

2  ∂Q (20)
∆S sis = S 2 − S1 = ∫1   + S gen
 T 
A geração de entropia é sempre uma quantidade positiva ou zero. Seu valor depende do
processo e, portanto, não é uma propriedade do sistema. Da mesma forma, na ausência de
qualquer transferência de entropia, a variação de entropia é igual à geração de entropia.

Entropia

A Eq. (20) apresenta implicações importantes na termodinâmica. Para um sistema isolado (ou
adiabático), a transferência de calor é zero e a Eq. (20) se reduz a:

∆Sisolado ≥ 0 (21)

Ou seja, a entropia de um sistema isolado durante um processo sempre aumenta ou, no caso
limite de um processo reversível, permanece constante.

Isso é conhecido como o princípio de aumento de entropia. Assim, na ausência de


transferência de calor, a variação de entropia deve-se exclusivamente às irreversibilidades
presentes.

Como a entropia é uma propriedade extensiva (dependente da massa), a entropia total de um


sistema é igual a soma das entropias das partes do sistema.

Um sistema isolado pode consistir de diversos subsistemas. Um sistema e a vizinhança, por


exemplo, constituem um sistema isolado, na medida em que ambos estão enclausurados por uma
fronteira arbitraria suficientemente grande onde não haja transferência de calor, trabalho ou
massa.

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Entropia

Assim, um sistema e a vizinhança podem ser vistos como dois subsistemas de um sistema isolado
e a variação de entropia desse sistema durante um processo é a soma das variações de entropia
do sistema e sua vizinhança, que é igual a geração de entropia pois em um sistema isolado não há
transferência de entropia, ou seja:

S gen = ∆Stotal = ∆S sis + ∆S viz ≥ 0 (22)

Nessa equação, a igualdade é válida para processos reversíveis e a desigualdade para processos
irreversíveis.

O princípio do aumento da entropia não implica que a variação de entropia em um processo não
possa ser negativa, mas a geração de entropia não.

Visto dessa forma, a geração de entropia pode ser utilizada como uma medida quantitativa das
irreversibilidades associadas com o processo.

Balanço de entropia

Para um sistema qualquer, o balanço de entropia é dado por:

S e − S s + S gen = ∆S sis (23)

onde os sub-índices e e s significam entra e sai, respectivamente.

A Eq. (23) estabelece que a variação de entropia do sistema durante um processo é igual à
transferência líquida de entropia através das fronteiras do sistema e a entropia gerada dentro do
sistema.

Entropia pode ser transferida por calor e massa. A transferência de entropia pelo calor é dada
pela Eq. (24):

Q
S calor = (24)
T
E a transferência de entropia pela massa é dada por:

S massa = ms (25)

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Balanço de entropia

Quando dois sistemas estão em contato, a transferência de entropia do sistema mais quente é
igual à transferência de entropia para o sistema mais frio, no ponto de contato.

Isso significa que a entropia não pode ser criada ou destruída na fronteira porque a fronteira não
tem espessura e não ocupa nenhum volume.

Deve ser lembrado também que não há transferência de entropia pelo trabalho.

O balanço de entropia mostrado na Eq. (23), pode ser escrito na forma de taxa, é dado por:

dS
S&e − S&s + S& gen = sis (26)
dt

Balanço de entropia

Considerando o sistema fechado mostrado na figura abaixo, seu balanço de entropia é dado por:

Q Q
  −   + S& gen = m(s2 − s1 ) (27)
 T e  T  s

m = cte
Qe We
Estado 1

Qs Ws
Estado 2

Considerando o volume de controle apresentado na figura abaixo para um processo em regime


permanente, o balanço de entropia é dado por:

Q& e m& s Q Q


Q& s   + m& se −   − m& ss + S& gen = 0 (28)
v.c
W&e  e
T  T s
m& e
W&s

Nessas equações, T representa a temperatura na fronteira onde o processo de transferência de


calor se realiza. Se o sistema incluir a vizinhança, essa temperatura torna-se a temperatura da
vizinhança, podendo-se utilizar então a temperatura ambiente nessas equações.

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Exergia

A propriedade exergia foi definida em uma tentativa de quantificar a qualidade, ou


potencial de realizar trabalho da energia sob a ótica da 2ª. Lei.

Assim, análise exergética é uma técnica baseada na 2ª. Lei que fornece meios alternativos e
esclarecedores para avaliação e comparação de processos e sistemas de forma racional .

Na prática, a análise exergética fornece eficiências que representam uma medida verdadeira de
quão próximo está o desempenho de um sistema em relação a um sistema ideal além de
identificar mais claramente que a análise energética as causas e locais das perdas
termodinâmicas e o desse sistema no meio ambiente.

Então, o que significa exergia??

É o potencial de trabalho útil para uma dada quantidade de energia em um estado


termodinâmico especificado.

O potencial de trabalho da energia contida em um sistema, em um estado especificado, em


relação ao estado de referência (estado morto), é simplesmente o máximo trabalho útil que pode
ser obtido pelo sistema.

Estado morto

Quando o sistema estiver em equilíbrio termodinâmico com a sua vizinhança (mesma


temperatura e pressão que o meio), sem energia cinética ou potencial (velocidade zero e elevação
zero) e quimicamente inerte.

Exergia

Estado morto

As propriedades de um sistema no estado morto são representadas pelo subscrito zero, como por
exemplo: P0, T0, h0, u0 e s0.

Como regra geral, as propriedades do estado morto são: T0 = 25 °C e P0 = 1 atm (101,325 kPa).

Ou seja, no estado morto o sistema possui exergia igual a zero.

A ideia do estado morto é que se a temperatura do sistema no final de um processo for maior (ou
menor) que a temperatura do meio onde se encontra, é sempre possível produzir trabalho
adicional rodando uma máquina térmica entre esses dois níveis de temperatura.

Se a pressão final for maior (ou menor) do que a pressão do meio, ainda é possível obter trabalho
adicional deixando o sistema expandir até essa pressão.

O mesmo acontece com a velocidade: se a velocidade for maior que zero, é possível produzir
trabalho a partir de uma turbina, produzindo trabalho de eixo.

É importante perceber que exergia não representa a quantidade de trabalho que um dispositivo
irá fornecer após sua instalação, mas sim um limite superior da quantidade de trabalho que um
dispositivo irá fornecer sem violar nenhuma lei da termodinâmica.

Outra observação importante é que exergia é uma propriedade combinada entre sistema e
vizinhança.

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Exergia

Reversibilidade e irreversibilidade

Esses dois conceitos, apesar de bastante conhecidos, são muito importantes para a análise
termodinâmica de processos e sistemas.

Reversibilidade se refere ao processo durante o qual tanto o sistema quanto a vizinhança


podem retornar ao seus estados iniciais.

Irreversibilidade está associada com a destruição da exergia e, durante um processo


irreversível, tanto o sistema quanto a vizinhança não podem retornar aos seus estados iniciais em
funções das irreversibilidades que ocorreram, como atrito, transferência de calor, efeitos
mecânicos ou elétricos, etc.

Exergia associada às energias cinética e potencial

Energia cinética é uma forma de energia mecânica e, dessa forma, pode ser convertida
inteiramente em trabalho. Assim, o potencial de trabalho ou a exergia da energia cinética de
um sistema é dado por:

V2
xec = (29)
2

onde V é a velocidade do sistema relativa ao meio. Como pode ser visto, a exergia da energia
cinética é a própria energia cinética pois é independente da temperatura e pressão do meio.

Da mesma forma acontece com a energia potencial, que é outra forma de energia mecânica e,
portanto, pode ser totalmente convertida em trabalho. Assim, a exergia da energia
potencial é dada por:

(30)
xep = gz

onde g é a aceleração da gravidade e z é a elevação do sistema relativa ao nível de referência do


meio.

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Trabalho reversível e exergia destruída

Imagine um dispositivo com movimentação das fronteiras durante o processo, como mostrado na
figura abaixo representando um sistema cilindro-pistão. Quando o gás presente no cilindro
expande, parte do trabalho realizado pelo gás é utilizado para empurrar o ar atmosférico para
fora do cilindro.
Esse trabalho, que não pode ser recuperado nem utilizado para produzir trabalho útil, é
representado por:

(
~ ~
Wviz = P0 V2 − V1 ) (29)

~
onde V é o volume.

Trabalho reversível e exergia destruída

A diferença entre o trabalho real, W, o trabalho da vizinhança, Wviz é chamado de trabalho útil e é
representado por:

~ ~
Wu = W − Wviz = W − P0 V2 − V1 ( ) (30)

Quando o sistema expande e realiza trabalho, parte do trabalho feito é utilizado para superar a
pressão atmosférica e aí o Wviz representa uma perda. Quando o sistema é comprimido, a pressão
atmosférica auxilia o processo de compressão e então o Wviz representa um ganho.

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Trabalho reversível e exergia destruída

Trabalho reversível, Wrev, é definido como a máxima quantidade de trabalho útil produzido ou o
mínimo trabalho fornecido a um sistema para realizar um processo entre dois estados, de uma
forma completamente reversível.

Qualquer diferença entre o trabalho reversível, Wrev, e o trabalho real, W, é devido às


irreversibilidades presentes durante um processo. Essa diferença é chamada de irreversibilidade
ou exergia destruída, e representada como:

I = Wrev ,s − Wu ,s ou I = Wu ,e − Wrev ,e (31)


144 2443 1442443
dispositiv o que produz W dispositiv o que recebe W

A irreversibilidade, I, é equivalente à exergia destruída.

A exergia destruída é uma quantidade positiva para qualquer processo real. A exergia destruída
pode ser vista como um potencial de produção de trabalho perdido.

Variação de exergia

Em um sistema fechado com massa m, a exergia X, é dada por:

~ ~
( )
X = (U − U 0 ) + P0 V − V0 − T0 (S − S 0 ) + m
V2
2
+ mgz (32)

onde as propriedades com subíndice “0” representam as do estado-morto. Por unidade de massa,
a exergia de um sistema fechado (sem escoamento) é dada por:

V2
φ = (u − u0 ) + P0 (v − v0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz (33)
2
onde v é o volume específico, u a energia interna específica e s a entropia específica.

A variação de exergia em um sistema fechado, durante um processo, é simplesmente a diferença


entre as exergias final e inicial do sistema, conforme a equação:

∆X = (U 2 − U1 ) + P0 (V2 − V1 ) − T0 (S1 − S 2 ) + m
V22 − V12
+ mg (z 2 − z1 )
~ ~ (34)
2

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Variação de exergia

ou por unidade de massa:

V22 − V12
∆φ = (u 2 − u1 ) + P0 (v2 − v1 ) − T0 (s2 − s1 ) + + g ( z 2 − z1 ) (35)
2

ou, conforme a Eq. (11):

∆φ = (e2 − e1 ) + P0 (v2 − v1 ) − T0 (s2 − s1 ) (36)

Para um sistema fechado estacionário, os termos de energia cinética e potencial são iguais a zero.

Variação de exergia

A exergia associada ao escoamento de um fluido é dada por:

X = PV − P0V = (P − P0 )V
~ ~ ~ (37)

Então, a exergia de uma corrente de um fluido escoando é obtida pela soma da exergia do
escoamento mais a exergia do fluido não escoando, Eq. (33), já por unidade de massa:

V2
= (u − u0 ) + P0 (v − v0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz + (P − P0 )v (38)
2
Essa equação pode ser rearranjada como:

V2
= (u + Pv ) − (u0 + P0 v0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz (39)
2
e reconhecendo os dois primeiros termos como a propriedade entalpia, a equação fica:

V2
ψ = (h − h0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz (40)
2
onde ψ é a exergia de escoamento.

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Variação de exergia

Finalmente, a variação de exergia de uma corrente escoando é dada pela diferença entre as
exergias final e inicial durante um processo, de acordo com:

V22 − V12
∆ψ = ψ 2 −ψ 1 = (h2 − h1 ) − T0 (s2 − s1 ) + + g (z 2 − z1 ) (41)
2

Para uma corrente onde as variações da energia cinética e potencial são desprezíveis, a Eq. (41)
fica:

∆ψ = ψ 2 −ψ 1 = (h2 − h1 ) − T0 (s2 − s1 ) (42)

Mecanismos de transferência de exergia

Transferência de exergia pelo calor:

 T 
X cal = 1 − 0 Q (43)
 T 

Transferência de exergia pelo trabalho:

X trab = W (44)

Transferência de exergia no trabalho de fronteira:

~ ~
(
X trab = W − Wviz = P0 V2 − V1 ) (45)

Transferência de exergia pela massa:

 V2 
X massa = mψ = m (h − h0 ) − T0 (s − s0 ) + + gz  (46)
 2 

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Balanço de exergia

A natureza da exergia é oposta a da entropia, uma vez que a exergia pode ser destruida mas não
pode ser criada.

Portanto, a variação de exergia em um sistema, durante um processo, é menor que a


transferência de exergia por uma quantidade igual à exergia destruída durante o processo.

Assim, o princípio da diminuição da exergia é expresso como:

X e − X s − X dest = ∆X sist (47)

Em forma de taxa:
 dX 
X& e − X& s − X& dest =   (48)
 dt  vc
Essas duas expressões são conhecidas como balanço de entropia dentro de um volume de
controle.

A exergia destruída é proporcional à entropia gerada, expressa como:

X dest = T0 S gen (49)

Balanço de exergia: sistema fechado

Para o sistema fechado da figura abaixo, desprezando as energias cinética e potencial, e


envolvendo apenas entrada de calor e trabalho de fronteira saindo, os balanços são representados
como:

Ws
Massa: m1 = m2 = cons tan te (50)

m = cte
Qe − Ws = m(u2 − u1 )
Qe
Estado inicial 1
Energia: (51)
Estado final 2

+ S gen = m(s2 − s1 )
Qe
Entropia: (52)
Ts

Exergia:
 T 
[ (
~ ~
)]
Qe 1 − 0  − Ws − P0 V2 − V1 − X dest = X 2 − X 1 (53)
 Ts 

onde u é a energia interna, s é a entropia, Ts é a temperatura da fonte, T0 a temperatura do estado-


~
morto, Sgen a entropia gerada, P0 a pressão no estado-morto e V é o volume.

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Balanço de exergia: volume de controle

Para o volume de controle mostrado na figura abaixo, e desprezando as energias cinética e


potencial, os balanços são representados como:

Massa: (54)

Energia: m& 1h1 + Q& e = m2 h2 + W& s (55)

Qe
Entropia: + m& 11s1 + S gen = m& 2 s2
Ts (56)

 T 
Exergia: Q& e 1 − 0  + m& 1ψ 1 = m& 2ψ 2 + W& s + X& dest (57)
 Ts 

onde: ψ = h − h0 − T0 (s − s0 )

Eficiência

Eficiência é uma medida da efetividade ou desempenho de um sistema. Embora possam ser


utilizadas diferentes métricas para sua quantificação, dependendo da aplicação, a eficiência
geralmente é definida como:

Saída de energia E E perd (58)


η= = s = 1−
Entrada de energia Ee Ee

onde o subíndice s significa a condição de saída, e a condição de entrada enquanto Eper é a


energia perdida no processo:

Ee = Es − E perd (59)

Uma forma alternativa de definição de eficiência é dada por:

Energia recuperada E E perd


η= = rec = 1 − (60)
Energia gasta E gasta E gasta

pois: E gasta = Erec − E perd (61)

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Eficiência da 2ª. Lei

Considere duas máquinas térmicas operando entre duas fontes quentes, com temperaturas
diferentes, mas com as duas fontes frias na mesma temperatura. Essas duas máquinas
apresentam a mesma eficiência térmica, ηth=30%. Operando com máquinas térmicas reversíveis,
as eficiências máximas de cada uma são calculadas como:

 T  300
η rev ,A = 1 − L  = 1 − = 0 ,5
 T H A 600

 TL  300
η rev ,A = 1 −  = 1 − = 0,7
 TH B 1000

A máquina B, aparentemente, apresenta um maior potencial


disponível para trabalho e deveria ser uma máquina térmica
melhor que a A, mas operando de maneira mais pobre que a A.
Aplicando a eficiência da 2ª. Lei:

ηth 0 ,30 0 ,30


η II = η II ,A = = 0 ,6 e η II ,B = = 0 ,43
ηth ,rev 0 ,50 0,70

Eficiência da 2ª. Lei

A eficiência da 2ª. Lei também pode ser representada como a relação entre o trabalho útil e o
trabalho máximo reversível para máquinas térmicas que produzem trabalho, isso é:

Wu
η II = (63)
Wrev

Para dispositivos que recebem trabalho, a equação fica:

Wrev
η II = (64)
Wu

E para dispositivos que operam em ciclo, como refrigeradores e bombas de calor:

COP
η II = (65)
COPrev

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Eficiência da 2ª. Lei

A eficiência da 2ª. Lei ou eficiência exergética busca servir como medida da aproximação para o
caso de uma operação reversível, variando desde zero no pior caso (completa destruição de
exergia), até um, o melhor caso (sem destruição de exergia).

Com isso em mente, a eficiência da 2ª. Lei ou exergética para um processo pode ser definida
como:

Saída de exergia X X
ε= = s = 1 − dest (66)
Entrada de exergia Xe Xe

onde

X e = X s + X dest (67)

Essas relações de eficiência da 2ª. Lei estabelecem as medidas de perfeição do processo ou ciclo,
uma vez que o processo perfeito é reversível. Para acomodar os limites inferiores da eficiência da
segunda lei, essa definição é alterada. Assim, define-se
Exergia recuperada X Exergia destruida
ε= = 1 − dest 1 −
Exergia gasta X gasta Exergia gasta (68)
pois
X gasta = X rec + X dest

Eficiência da 2ª. Lei

Nessas equações, Xgasta representa a porção de exergia proveniente de uma fonte. Pode ser o
trabalho de eixo para acionar um compressor ou o decréscimo de exergia de uma corrente de
fluido, no caso de uma turbina a vapor, por exemplo.

Exergia recuperada é a porção da exergia gasta que é mantida como exergia, ou seja, salva da
destruição dentro do sistema, durante um processo.

Saída de exergia X X
ε= = s = 1 − dest (69)
Entrada de exergia Xe Xe

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Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Turbina:

Considere uma turbina bem isolada (adiabática), expandindo um gás ou vapor desde o estado 1
até o estado 2, em um processo em regime permanente. Sua eficiência exergética é definida
como:

Exergia recuperada X& s W& m& (h1 − h2 )


ε= = = s =
X& 1 − X& 2 W&rev m& [h1 − h2 − T0 (s1 − s2 )]
(70)
Exergia gasta

ou
X& X& W& − W&
ε = 1 − & dest = 1 − & dest& = 1 − &rev & s
X gasta X1 − X 2 X1 − X 2 (71)

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Compressor:

Considere um compressor comprimento um gás ou vapor desde o estado 1 (entrada) até o estado
2 (saída), em um processo em regime permanente. Sua eficiência exergética é definida como:

X& X& 1 − X& 2 W& rev


ε = & rec = = (72)
X gasta W&e W&e

ou

X& X& W&e − W& rev


ε = 1 − & dest = 1 − dest = 1−
X consumida W&e W&e (73)

19
17/11/2016

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Bomba:

A bomba é utilizada para aumentar a pressão de um líquido. Considere um compressor


comprimento um gás ou vapor desde o estado 1 (entrada) até o estado 2 (saída), em um processo
em regime permanente. Sua eficiência exergética é definida como:

X& X& 1 − X& 2 W&rev m& [h2 − h1 − T0 (s2 − s1 )]


ε = & rec = = = (74)
X gasta W&e W&e W&e

Como a diferença de temperaturas entre a saída e a entrada da bomba são pequenas, o que
produz diferenças de entalpia e entropia também pequenas, é razoável assumir que a potência
reversível na entrada da bomba será aproximadamente igual a sua potência isentrópica.

Assim, as definições para a eficiência exergética e a eficiência isentróprica são idênticas.

W& m& v (P − P )
η isen ,bomba = & isen = 2 1
(75)
Wreal m& (h2 − h1 )

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Turbina hidráulica:

A operação de uma turbina hidráulica é similar ao de uma bomba. Assim, modificando a Eq. (75):

W& W&
η isen ,bomba = &real = real
(76)
Wisen m& v (P1 − P2 )

20
17/11/2016

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Bocal:

Bocal é um dispositivo essencialmente adiabático em função da transferência de calor desprezível


através dele. É utilizado para acelerar um fluido. Portanto, o processo isentrópico serve como
modelo adequado para um bocal.

A eficiência isentrópica de um bocal é definida como a relação entre a energia cinética real do
fluido na saída do bocal e a energia cinética na saída para um bocal isentrópico, para as mesmas
condições de entrada e pressão de saída.
V22
η isen ,bocal = (77)
V22,s
Se a velocidade de entrada é desprezível, a eficiência pode ser escrita como:
h1 − h2
ηisen ,bocal = (78)
h1 − h2 ,s
No bocal, a exergia recuperada é o aumento da energia cinética do fluido enquanto que a exergia
gasta é o decréscimo da exergia da corrente de fluido, desconsiderando a energia cinética na
saída do bocal, a qual corresponde ao trabalho de eixo da turbina. Assim:

V22 V12
X& −
ε bocal = & rec = 2 2 (79)
V12
h1 − h2 − T0 (s1 − s2 ) +
X gasta
2

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
ou para energia cinética na entrada desprezível:

V22
X& rec (80)
ε bocal = ≈ 2
X& gasta h1 − h2 − T0 (s1 − s2 )

Pode-se notar, conforme a Eq. (77), que a exergia gasta corresponde à energia cinética na saída
do bocal, em um processo isentrópico.

21
17/11/2016

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Válvula de estrangulamento:

Uma válvula de estrangulamento é utilizada para diminuir a pressão de um fluido em um


processo de entalpia constante.

X& 0
ε valve = & rec = & =0 (81)
X gasta X 1 − X& 2

ou

X& X& − X&


ε valve = 1 − & dest = 1 − & 1 & 2 = 0 (82)
X gasta X1 − X 2

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Resistência elétrica:

Nesse processo, a fonte é a energia elétrica disponível na rede e a exergia gasta é a exergia é a
exergia da eletricidade gasta pelo aquecedor (resistência) elétrico.

Se o aquecedor encontra-se dentro de um espaço confinado, a uma temperatura Tr, localizado em


um ambiente a temperatura T0, a exergia recuperada é a quantidade de exergia do calor
fornecido para o espaço, na temperatura desse espaço.

 T 
Q& e 1 − 0  (83)
X& X&  Tr  = 1 − T0
ε elet = rec = calor =
&
X gasta W&e W&e Tr

pois, pelo balanço de energia:

Q& e = W&e (84)

22
17/11/2016

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Resistência elétrica:

Para o exemplo mostrado:

1 1
COPHP ,rev = = = 11,9
TL 273 K
1− 1−
TH 298 K

COP 1
ε conv = = = 0 ,084 = 8,4%
COPHP ,rev 11,9

Q& e 2kW
W&e ,min = = = 0 ,17 kW
COPHP ,rev 11,9

X& dest = W&e − W&e ,min = 2 ,0 − 0 ,17 = 1,83kW

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Trocadores de calor:

Em um trocador de calor, duas correntes de fluido trocam calor sem misturar-se. Há diversas
maneiras de definir a fonte de exergia. Uma forma é considerar a corrente de fluido mais quente
como fonte de exergia e desprezar a corrente de fluido mais frio como fonte potencia de exergia.

Outra forma é considerar o conteúdo de exergia de ambos os fluidos.

Outra forma ainda mais complicada é quando a corrente quente está em uma temperatura maior
que a temperatura da vizinhança enquanto que a corrente mais fria está abaixo, de tal forma que
a exergia das duas correntes diminui durante a troca térmica.

Quando ambas correntes estão em uma temperatura acima de T0, o fluido frio apresenta um
acréscimo de sua exergia e nenhuma exergia e nenhuma exergia dessa corrente é gasta. Assim, a
corrente quente deve ser considerada a da fonte quente enquanto que o incremento da exergia da
fonte fria representaria a exergia recuperada. Dessa forma:

(85)

23
17/11/2016

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Trocadores de calor (cont.):

Se a corrente de fluido frio é aquecida de T1 para T2 e o fluido quente é resfriado de T3 para T4, a
expressão anterior pode ser escrita como:

(86)

Essa relação resulta em uma eficiência exergética de 100% para um trocador de calor contra-
corrente onde dois fluidos idênticos entram no trocador, na mesma vazão e o fluido frio é
aquecido até a temperatura de entrada do fluido quente enquanto que o fluido quente é resfriado
até a temperatura de entrada do fluido frio.

A Eq. (85) é válida também se o trocador de calor perde calor para o ambiente a temperatura T0,
desde que a região do gradiente de temperatura entre o trocador e a vizinhança é incluída na
análise.

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Trocadores de calor (cont.):

Se o trocador perde calor a uma taxa igual a para um meio a TR, a exergia recuperada
também incluirá a exergia armazenada no meio a TR como um resultado da transferência de
calor. Pare esse caso, a eficiência exergética é dada por:

(87)

Caso especial 1:

Considere um trocador de calor onde o fluido quente é resfriado até uma temperatura acima da
T0 enquanto que o fluido frio permanece numa temperatura abaixo de T0, entre a condição de
entrada e de saída quando é aquecido. Nesse caso, tanto a exergia da corrente que está resfriando
quanto a que está aquecendo irá diminuir e nenhuma exergia será recuperada.

Nesse caso é mais apropriado considerar a “energia gasta” como a soma da redução da exergia
das duas correntes. Essa soma será igual a destruição de exergia e, como resultado, a eficiência
exergética será igual a zero, isso é:

(88)

24
17/11/2016

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Trocadores de calor (cont.):

ou

(91)

Como generalização, pode-se afirmar que:

Todas as correntes que experimentam um decréscimo em seu conteúdo de exergia devem ser
consideradas na estimativa da exergia gasta.

Da mesma forma, todas as correntes que experimentam um aumento de seu conteúdo de exergia
devem ser considerados para a estimativa da exergia recuperada.

Uma corrente de fluido que cruza o estado morto deve ser considerada para a estimativa tanto da
exergia gasta quanto da exergia recuperada. Para tal corrente de fluido, a exergia gasta é a exergia
no estado inicial e a exergia recuperada é a exergia no estado final.

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Câmara de mistura:

Esse é o caso onde duas correntes de fluido se misturam para produzir uma terceira corrente de
fluido, em uma câmara de mistura.

Quando as duas correntes estão acima da temperatura T0, a fonte de exergia é o fluido quente e a
exergia gasta é a diminuição da exegia do fluido quente.

A exergia recuperada é o aumento da exergia do fluido frio. Utilizando o estado 1 como a entrada
do fluido quente, estado 2 como a entrada do fluido frio, estado 3 como o estado comum de
mistura:

(92)

(93)

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17/11/2016

Eficiência de dispositivos operando em regime


permanente
Câmara de mistura (cont.):

Notando que:

(94)

e manipulando a última igualdade, chega-se a:

(95)

Se a câmara de mistura perde calor para um meio na temperatura TR, a exergia recuperada
incluirá também a exergia associada com a transferência de calor:

(96)

Eficiência em plantas de potência a vapor

A eficiência térmica, ou eficiência energética ou eficiência da 1ª. Lei:

wliq ,s qe − qs q
ηth ,1 = = = 1− s (97)
qe qe qe
Para o ciclo de Rankine simples representado abaixo, Qe geralmente é representado como o calor
específico fornecido ao fluido de trabalho e é dado por:

qe = h3 − h2 (98)

Essa abordagem simples despreza as perdas que ocorrem


na caldeira devido as perdas associadas aos gases quentes
de exaustão, a combustão incompleta, além de outras perdas
térmicas. Para incorporar essas perdas, a eficiência do ciclo
pode ser representada como:
Wliq ,s
ηth ,2 = (99)
m& comb PC

onde m & comb é a taxa de massa do combustível e PC seu poder calorífico, que pode ser o poder
calorífico superior ou o poder calorífico inferior.

26
17/11/2016

Eficiência em plantas de potência a vapor

Para o caso onde a água é um dos componentes que saem pelos gases de exaustão, como é o caso
das caldeiras, utiliza-se o poder calorífico inferior. No entanto, se houver alguma possibilidade de
recuperação de energia dos gases de exaustão, pela condensação do vapor, a eficiência deve ser
calculada utilizando-se o poder calorífico superior.

A eficiência da 2ª. Lei ou eficiência exergética, é definida como:

Wliq ,s xdest
ε= = 1− (100)
xe xe

onde xe é a exergia específica que entrada no ciclo e xdest é a destruição total de exergia específica
no ciclo. A exergia que entra no ciclo é o aumento de exergia do fluido de trabalho na caldeira e é
dada por:

xe = h3 − h2 − T0 (s3 − s2 ) (101)

Substituindo a Eq. (101) na Eq. (100):

Wliq ,s
ε1 = (102)
h3 − h2 − T0 (s3 − s2 )

Eficiência em plantas de potência a vapor

Pela definição da Eq. (102), as irreversibilidades durante a transferência de calor da caldeira para
o vapor não são consideradas, como mostrado na figura abaixo. Assim, de uma forma alternativa,
a entrada de exergia no ciclo pode ser definida com a entrada de exergia acompanhada de
transferência de calor, definida como:
wliq ,s
ε2 = (103)
 T 
qin 1 − 0 
 Ts 

onde Ts é a temperatura da fonte quente enquanto que qe é dada pela Eq. (98). Essa definição de
exergia incorpora a irreversibilidade durante a transferência de calor para o vapor, na caldeira.

De forma similar, a destruição de exergia associada ao combus-


tível (exergia química) a a perda de exergia pelos gases de
exaustão também podem ser incorporadas na eficiência
exergética, conforme a equação:

W&liq ,s
ε3 = (104)
m& comb xcomb

onde xcomb é a exergia específica do combustível.

27
17/11/2016

Eficiência em plantas de potência a vapor

A exergia de um combustível pode ser determinada considerando que 1 mol de combustível é


fornecido ao sistema junto com ar suficiente para permitir a conversão completa do combustível
em produto, como mostrado na figura abaixo.

Também é assumido que o combustível encontra-se no estado morto (T0 e P0) e que reage com o
ar que também entra nas condições do estado morto. Assim, a exergia produzida para a
conversão do combustível em produtos de combustão deve-se a diferença entre o potencial
químico do combustível e a vizinhança. Já que o ar fornecido para a reação encontra-se no estado
morto, não há exergia fornecida com o ar.

Esse sistema é escolhido para que qualquer transferência de calor entre o sistema e a vizinhança
cruzem a fronteira do sistema na temperatura da vizinhança. Isso é, não há fluxo de exergia para
ou do sistema associado com a transferência de calor.

Eficiência em plantas de potência a vapor

Da mesma forma, os produtos da combustão saem do sistema no estado morto e devem estar em
completo equilíbrio com a vizinhança para não haver nenhuma exergia. Ou seja, os produtos
estão na mesma temperatura e pressão da vizinhança. Por último, os produtos apresentam a
mesma composição que a vizinhança de maneira que não haja potencial químico relativo ao
estado morto.

O único fluxo associado à exergia é devido ao trabalho. Se não há destruição de exergia no


processo de conversão (processo reversível), então a exergia do combustível entrando no sistema
deve ser igual ao trabalho produzido, o qual é o máximo trabalho possível.

Fazendo um balanço de energia no sistema mostrado na figura anterior, temos:

H R + Qe = H P + Ws (104)

onde HR e HP são as entalpias dos reagentes e dos produtos, respectivamente. Notar que na
equação anterior os termos relativos à energia cinética e potencial são desprezados.

Um balanço de entropia no sistema fornece:

Qe (105)
SR + = SP
T0

e isolando o termo associado ao calor: Qe = T0 (S P − S R ) (106)

28
17/11/2016

Eficiência em plantas de potência a vapor

Substituindo a Eq. (106) na Eq. (104), obtém-se o máximo trabalho possível, ou seja, a exergia do
combustível:

X comb = Ws = H R − H P − T0 (S R − S P ) (107)

A quantidade (HR - HP ) ficará entre os valores do poder calorífico inferior e superior do


combustível se a T0 = 25 °C. O produto T0(SR-SP) é muito menor que o poder calorífico da
maioria dos combustíveis, de tal forma que na maioria das vezes pode ser desprezado. Assim:

X comb ≈ PC (108)

A entalpia dos reagentes, por mol de combustível, é dada por:


NR
H R = ∑ ni hi ,0 (109)
i =1
onde NR é o número de reagentes, ni é o coeficiente estequiométrico do reagente i na equação de
balanço químico para a conversão de 1 mol de combustível para o produto, hi ,0 é a entalpia
específica molar do reagente i, na pressão e temperatura do estado morto.
A entalpia dos produtos é dada por:
NP
H P = ∑ n j h j ,0 (110)
j =1

onde NP é o número de produtos, nj é o coeficiente estequiométrico do produto j e h j ,0 é a entalpia


específica molar do produto j, no estado morto.

Eficiência em plantas de potência a vapor

A entropia dos reagentes, por mol de combustível, pode ser calculada como:

NR
S R = ∑ ni si ,0 (111)
i =1

onde si ,0 é a entropia específica molar do reagente i, na pressão e temperatura do estado morto.


Se o reagente é uma substância pura quando entra do reator, sua entropia dever ser estimada na
pressão total do reagente. Se for um componente de uma mistura de gases, sua entropia deve ser
estimada pela sua pressão parcial.

A entropia dos produtos é estimada de uma forma similar:

NP
S P = ∑ n j s j ,0 (112)
j =1

onde s j ,0 é a entalpia específica molar do produto j, no estado morto.

29
17/11/2016

Eficiência em plantas de potência a gás

Considerando o esquema de um ciclo aberto de turbina a gás, mostrado abaixo, a eficiência


térmica é dada por:

W&liq ,s
ηth = (113)
m& comb PC

A eficiência exergética da planta é dada por:

W&liq ,s
ε1 = (114)
m& comb xcomb

Eficiência em plantas de potência a gás

Essa planta é modelada também considerando um ciclo fechado, como mostrado na figura
abaixo. Assume-se que o fluido de trabalho seja o ar e que o processo de combustão seja
substituído por um processo de adição de calor. Nesse caso, a eficiência térmica do ciclo é:

W&liq ,s W&liq ,s W&t ,s − W&comp ,e


ηth = = =
m& ar (h3 − h2 )
(115)
m& comb PC m& ar qe

Notar que o calor adicionado ao ciclo é igual ao calor resultante do processo de combustão e que
a Eq. (115) é similar à Eq. (113). A eficiência exergética da planta pode ser calculada por
diferentes aproximações:

W&liq ,s
ε2 = (116)
 T 
Q& e 1 − 0 
 Ts 

W& W&
ε 3 = & liq ,s& = liq ,s
(117)
X 3 − X 2 m& ar [h3 − h2 − T0 (s3 − s2 )]

30
17/11/2016

Eficiência em plantas de potência a gás

Mostrando lado a lado essas mesmas equações, fica evidente que cada uma delas fornecerá
resultados diferentes.

W&liq ,s
ε1 = (114)
m& comb xcomb

W&liq ,s
ε2 = (116)
 T 
Q& e 1 − 0 
 Ts 

W& W&
ε 3 = & liq ,s& = liq ,s
(117)
X 3 − X 2 m& ar [h3 − h2 − T0 (s3 − s2 )]

A Eq. (116) não considera a destruição de exergia durante o processo de combustão enquanto que
a Eq. (117) não considera a destruição de exergia durante a combustão e durante atransferência
de calor para o fluido de trabalho do ciclo.

A eficiência será mais elevada em (117) e mais baixa em (114).

Eficiência em plantas de cogeração a vapor

Utilizando como referência uma planta de cogeração com vapor simples, conforme o esquema
mostrado abaixo, a eficiência energética da planta é expressa como:

W&liq ,s + m& agua (h10 − h9 )


η cog = (118)
m& comb PCI

A exergia fornecida ao ciclo deve-se ao combustível e é dada por:

X& e = m& comb xcomb (119)

E a eficiência exergética é dada por:

W&liq + m& agua [h10 − h9 − T0 (s10 − s9 )]


ε= (120)
X&
e

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17/11/2016

Eficiência em plantas de cogeração a gás

Utilizando como referência uma planta de cogeração a gás, conforme o esquema mostrado
abaixo, a eficiência energética da planta é expressa como:

W&liq ,s + m& agua (h7 − h6 )


η cog = (121)
m& comb PCI

A exergia fornecida ao ciclo deve-se ao combustível e é dada por:

X& e = m& comb xcomb (122)

E a eficiência exergética é dada por:

W&liq + m& agua [h7 − h6 − T0 (s7 − s6 )]


ε= (123)
X&
e

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

Considerando o esquema abaixo que apresenta um ciclo de refrigeração operando entre tuas
temperaturas, o balanço energético é dado por:

QH = QL + W (124)

O indicador de eficiência de um ciclo de refrigeração é dado pelo coeficiente de performance


(COP), conforme a equação:

QL
COPR = (125)
W

Que também pode ser escrito como:

QL 1 1
COPR = = = (126)
Q H − QL Q H − QL Q H − 1
Q L QL QL

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17/11/2016

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

O ciclo de bomba de calor é exatamente igual ao ciclo de refrigeração, mudando apenas o seu
propósito. Em um refrigeração, o propósito é retirar calor de um espaço refrigerado enquanto
que o ciclo de bomba de calor é fornecer calor ao um ambiente aquecido.

O COP de uma bomba de calor é dado por:

QH
COPBC = (127)
W

Que também pode ser escrito como:

QH 1 1
COPBC = = = (128)
QH − QL QH − QL 1 − QL
QH QH QH

Também pode ser demonstrado que:

COPBC = COPR + 1 (129)

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

Considere o ciclo de refrigeração por compressão apresentado abaixo, operando entre duas
temperaturas, TL e TH. A eficiência do ciclo reversível de Carnot operando entre essas duas
temperaturas é dada por:
TL
COPR = (130)
TH − TL

Um ciclo real é, obviamente, menos eficiente que o ciclo ideal em função das irreversibilidades
presentes mas pela análise da Eq. (130) fica evidente que o COP é inversamente proporcional a
diferença entre as temperaturas TH – TL, que é igualmente válido para os ciclos reais.

Um dos objetivos da análise da 2ª. Lei ou da análise exergética é determinar quais componentes
poderiam ser melhorados. Isso é feito identificando os locais com maiores destruição de exergia.

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17/11/2016

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

A destruição de exergia em um componente pode ser determinada diretamente através de um


balanço de exergia ou indiretamente, calculando a geração de entropia e usando a seguinte
relação:

X& dest = T0 S& gen (131)

onde T0 é a temperatura do estado morto. Para um refrigerador, T0 é usualmente a temperatura


médio de mais alta temperatura, TH, enquanto que para uma bomba de calor, representa TL.

Compressor (adiabático):

X& dest = T0 S& gen ,1− 2 = m& T0 (s2 − s1 ) (132)

X& recup W& m& [h2 − h1 − T0 (s2 − s1 )] ψ 2 −ψ 1


ε comp = & = rev = =
m& (h2 − h1 )
(133)
X gasta W&e h2 − h1

X& dest ,1− 2


ε comp = 1 − (134)
W&e

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

Condensador:

 Q& 
X& dest ,2−3 = T0 S& gen ,2−3 = T0  m& (s3 − s2 ) + H  (135)
 TH 

 T 
Q& H 1 − 0 
X& recup X& QH  TH 
ε cond = = = (136)
X& gasta X& 2 − X& 3 X& 2 − X& 3

 T 
Q& H 1 − 0 
 TH  X&
ε cond = = 1 − dest ,2−3 (137)
m& [h2 − h3 − T0 (s2 − s3 )] X& 2 − X& 3

Notar que quando TH = T0, que é geralmente o caso, εcond =0, pois não há exergia recuperada
nesse caso.

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17/11/2016

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

Dispositivo de expansão:

X& dest ,3− 4 = T0 S& gen ,3− 4 = m& T0 (s4 − s3 ) (138)

X& recup 0
ε exp = & = =0 (139)
X gasta X& 3 − X& 4

ou

X& X& − X&


ε exp = 1 − &dest ,3− 4 = 1 − & 3 & 4 = 0 (140)
X gasta X3 − X4

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

Evaporador:

 Q& 
X& dest ,4−1 = T0 S& gen ,4−1 = T0  m& (s1 − s4 ) − L  (141)
 TL 
(T − T )
Q& L 0 L
X& recup X& QL TL
ε evap = = = (142)
X& gasta X& 4 − X& 1 X& 4 − X& 1

ou
(T − T )
Q& L 0 L
TL X&
ε evap = = 1 − dest ,4−1 (143)
m& [h4 − h1 − T0 (s4 − s1 )] X& 4 − X& 1

Nessa equação, X& Q& L representa o valor positivo da taxa de exergia associada com a retirada de
calor do meio a baixa temperatura, TL, a uma taxa igual a Q& L. Assim, quando TL < T0, as direções
das transferência de calor e exergia tornam-se opostas, isso é, a exergia do meio a baixa
temperatura aumenta quando ele perde calor.

35
17/11/2016

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

Evaporador (cont.):

O termo X& Q& L é equivalente à potência que poderia ser produzida por uma máquina térmica de
&
Carnot recebendo calor a T0 e rejeitando calor para o meio a baixa temperatura, TL, a uma taxa QL
que pode ser demonstrado pela equação:

T −T
X& QL = Q& L 0 L (144)
TL

Pela definição de reversibilidade, isso é equivalente à mínima, ou reversível, potência de entrada


necessária para remover calor a uma taxa Q& L e rejeitá-la para um meio a T0. Isso é,

W& rev ,e = W& min,e = X& Q& (145)


L

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

Taxa de destruição total da exergia:

A taxa de destruição total de energia do ciclo é a soma de cada destruição de exergia:

X& dest ,total = X& dest ,1−2 + X& dest ,2−3 + X& dest ,3−4 + X& dest ,4−1 (146)

Pode ser mostrado que para um ciclo de refrigeração, a destruição de exergia é obtida pela
diferença entre a exergia fornecida (potência de entrada) e a exergia recuperada (a exergia do
calor retirado do meio a baixa temperatura):

X& dest ,total = W&e − X& Q& (147)


L

A eficiência exergética do ciclo é dada por:

X& Q& W& e X& (148)


ε ciclo = & L = min, = 1 − dest ,total
We W&e W&e

36
17/11/2016

Eficiência em sistemas de refrigeração e bomba de calor

Taxa de destruição total da exergia (cont.):

Substituindo:

Q& L T −T
W&e = e X& Q& = Q& L 0 L (149)
COPR L
TL

na Eq. (148), resulta em:

T −T
Q& L 0 L
X& Q& TL COPR COPR
ε ciclo = L
= = = (150)
W&e Q& L TL COPR ,rev
COPR (TH − TL )

Pois T0 = TH para um ciclo de refrigeração.

Bibliografia:

Çengel, Y.A., Boles, M.A., 2015,Thermodynamics: an engineering approach. McGraw-Hill


Education: New York.

Kreith, F. (ed.), 2000. The CRC handbook of termal engineering. Capítulo 1: Engineering
thermodynamics, Moran, M.J. e Tsatsaronis, G.

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74

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