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ÍNDICE DE ASSUNTOS
ADIn e Emenda à CF
Consulta ao TSE: Natureza Administrativa
Desistência do Direito de Recorrer
Estabilidade Financeira: LC 43/92 de SC
Imunidade Tributária e Finsocial
Prazo para Pagamento do Preparo
Princípio da Liberdade Sindical: Relatividade
Recurso em Sentido Estrito: Cabimento
Reforma Agrária: Notificação Prévia
Regime de Cumprimento de Pena: Critérios
Regime Prisional e Crime Hediondo
Regressão de Regime Prisional e Audiência
Revisão de Benefícios Previdenciários
PLENÁRIO
Reforma Agrária: Notificação Prévia
A notificação a que alude o § 2º do art. 2º da Lei
8.629/93 (“Para fins deste artigo, fica a União, através do
órgão federal competente, autorizada a ingressar no imóvel
de propriedade particular, para levantamento de dados e
informações, com prévia notificação.”) deve ser feita em
momento anterior ao da realização da vistoria do imóvel, sob
pena de violação ao art. 5º, LIV, da CF (“ninguém será
privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;”). Com esse fundamento, o Tribunal deferiu mandado
de segurança impetrado contra decreto do Presidente da
República que declarara de interesse social para fins de
reforma agrária imóvel rural de propriedade dos impetrantes,
por considerar inválida a notificação feita aos proprietários
do imóvel no mesmo dia em que a equipe do INCRA iniciou
os seus trabalhos. Precedente citado: MS 22.164-SP (DJU de
17.11.95). MS 22.385-MS, rel. Min. Ilmar Galvão, 19.3.98.
ADIn e Emenda à CF - 1
Prosseguindo no julgamento ação direta acima
mencionada, o Tribunal conheceu da ação na parte em que se
discute a Emenda Constitucional nº 16/97, que deu nova
redação ao § 5º, do art. 14, da CF (“O Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos
para um único período subsequente.”) em face da
jurisprudência do STF no sentido de que só é viável o
controle abstrato de constitucionalidade contra emenda à
Constituição Federal na hipótese de violação ao § 4º, do art.
60 (“Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir: I – a forma federativa de Estado; II – o
voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação
dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais.”).
Precedente citado: ADI 939-DF (RTJ 151/755). ADInMC
1.805-DF, rel. Min. Néri da Silveira, 26.3.98.
ADIn e Emenda à CF - 2
Em seguida, o Tribunal, por maioria, indeferiu a
medida liminar em que se requeria fosse concedida
interpretação conforme à Constituição Federal ao
mencionado § 5º, do art. 14, da CF, pretendendo a aplicação,
aos casos de reeleição para o mesmo cargo, da renúncia do
mandato prevista no § 6º do mesmo art. 14, da CF (“Para
concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
antes do pleito.”). À primeira vista, entendeu-se não ser
possível interpretar a CF de modo a criar cláusula restritiva
de direitos políticos não prevista, expressamente, no texto
constitucional. Considerou-se, ainda, que a tese sustentada
pelos autores da ação — ofensa aos princípios
constitucionais da razoabilidade, da proporcionalidade, da
isonomia e da moralidade na administração (CF, art. 60, § 4º,
IV c/c § 2º, do art. 5º) — não possuía a relevância jurídica
necessária para justificar a concessão de medida liminar,
uma vez que não restou comprovada a ofensa direta a
nenhuma das cláusulas pétreas pelo mencionado § 5º, do art.
14, da CF, porquanto não se declara a inconstitucionalidade
de ato normativo por violação ao sistema da CF, mas apenas
a dispositivo expresso desta. Vencido o Min. Marco Aurélio,
que deferia a cautelar por entender que não se poderia
emprestar alcance ao § 5º do art. 14, da CF, de modo a que
os candidatos à reeleição permanecessem nos seus
respectivos cargos sem a necessidade da
desincompatibilização, sob pena de conflito com o sistema
constitucional em vigor. ADInMC 1.805-DF, rel. Min. Néri
da Silveira, 26.3.98.
PRIMEIRA TURMA
Regressão de Regime Prisional e Audiência
Não configura constrangimento ilegal a regressão
provisória do regime de cumprimento da pena imposta ao
condenado, em face de sua fuga da prisão. Com esse
entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus,
considerando, ainda, que a audiência prévia do condenado a
que se refere o § 2º, do art. 118, da LEP, é exigida apenas na
hipótese de imposição definitiva da sanção de regressão.
Matéria similar foi julgada pela 2ª Turma no HC 76.270-SP,
rel. Min. Marco Aurélio, em 17.3.98 (v. Informativo 103).
HC 76.271-SP, rel. Min. Sydney Sanches, 24.3.98.
SEGUNDA TURMA
Recurso em Sentido Estrito: Cabimento
Não sendo taxativa a enumeração do art. 581 do
CPP, é cabível a interposição de recurso em sentido estrito
pelo Ministério Público contra sentença de pronúncia que
deixou de decretar a prisão provisória do réu. HC 75.798-DF,
rel. Min. Carlos Velloso, 23.3.98.
Regime de Cumprimento de Pena: Critérios
Reconhecendo serem favoráveis as circunstâncias
judiciais do art. 59 do CP já que a pena-base do réu, primário
e de bons antecedentes, fora fixada no mínimo legal, a
Turma por maioria de votos deferiu parcialmente a ordem
para assegurar ao paciente o regime semi-aberto de
cumprimento da pena, nos termos do art. 33, § 2º, b, do CP
(“o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a
quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio,
cumpri-la em regime semi-aberto;”). Vencidos os Ministros
Carlos Velloso e Maurício Corrêa que desvinculavam a
quantificação da pena-base da imposição do regime
prisional, considerando a periculosidade do agente e
segurança da sociedade fundamentos suficientes para a
imposição do regime mais gravoso. HC 75.642-SP, rel. Min.
Marco Aurélio, 24.3.98.
CLIPPING DO DJ
27 de março de 1998
ADIn N. 1.614
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE -
ADMISSIBILIDADE - VENCIMENTOS - REAJUSTE.
Para a ilustrada maioria, configura ato normativo autônomo,
passível de ser atacado mediante ação direta de
inconstitucionalidade, decisão de Tribunal prolatada em
processo normativo, reconhecendo o direito dos servidores e
juízes a certo reajuste de vencimentos, uma vez estendida a
todo o quadro funcional.
VENCIMENTOS - REAJUSTE - LEIS Nº 8.676, DE 13 DE
JULHO DE 1993 E Nº 8.880, DE 27 DE MAIO DE 1994, E
MEDIDAS PROVISÓRIAS NºS 434, 457, 482, TODAS DE
1994. Na dicção da ilustrada maioria, em relação à qual
guardo reservas, decisão de tribunal, em processo
administrativo, reconhecendo o reajuste dos vencimentos dos
servidores e agentes públicos, na ordem de 47,94%,
correspondente a 50% do índice de reajuste do salário
mínimo, apurado nos meses de janeiro e fevereiro de 1994, a
incidir a partir do mês de março de 1994, possui contornos
normativos, sendo passível de ataque na via do controle
concentrado de constitucionalidade. Também sob a óptica da
maioria, concorre, na espécie, o risco de manter-se com
eficácia o ato formalizado, sendo, considerada a relevância
do pedido, deferível a liminar.
ADIn N. 1.653
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Portaria nº
865, de 14 de setembro de 1995.
- Não cabe ação direta de inconstitucionalidade quando o ato
normativo de hierarquia inferior à Lei viola diretamente esta
e apenas indiretamente a Constituição. No caso, se os artigos
1º, 4º e 5º da Portaria em causa violarem a Carta Magna, essa
violação será indireta.
- Quanto aos demais artigos da Portaria em apreço, não
foram eles objeto de ataque específico, nem a eles são
pertinentes os fundamentos em que se estriba a presente ação
direta.
Ação direta de inconstitucionalidade não conhecida.
ADIn N. 1.716
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: I. Medida provisória: limites materiais à sua
utilização: autorizações legislativas reclamadas pela
Constituição para a prática de atos políticos ou
administrativos do Poder Executivo e, de modo especial, as
que dizem com o orçamento da despesa e suas alterações no
curso do exercício: considerações gerais.
II. Ação direta de inconstitucionalidade, entretanto,
inadmissível, não obstante a plausibilidade da argüição
dirigida contra a Mprov 1.600/97, dado que, na
jurisprudência do STF, só se consideram objeto idôneo do
controle abstrato de constitucionalidade os atos normativos
dotados de generalidade, o que exclui os que, malgrado sua
forma de lei, veiculam atos de efeito concreto, como sucede
com as normas individuais de autorização que conformam
originalmente o orçamento da despesa ou viabilizam sua
alteração no curso do exercício.
III. Ação de inconstitucionalidade: normas gerais e normas
individuais: caracterização.
AG (AgRg) N. 202.625
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
HABEAS-CORPUS - COISA JULGADA. O habeas-corpus
é imune à preclusão maior. Possível é a impetração ainda que
o pano de fundo versado tenha sido objeto de análise em
habeas anterior, desde que configurado um novo
enquadramento e, portanto, causa de pedir com contornos
próprios.
RE (AgRg) N. 164.103-7
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Agravo regimental.
- Agravo que, na parte em que se alude à pendência do
julgamento de agravo de instrumento contra despacho que
não admitiu recurso extraordinário, está prejudicado pelo
posterior não-provimento desse agravo de instrumento com
trânsito em julgado.
- Por outro lado, não tem razão a agravante quando sustenta
que, no caso, a decisão do Plenário ou do Órgão Especial do
Tribunal só tem eficácia vinculadora no caso concreto, o que
não ocorreu na hipótese, uma vez que ela se deu com relação
a outro processo, o que possibilitaria ao relator, na espécie,
de adotar os seus próprios fundamentos. Com efeito, por
economia processual se tem admitido que se o Plenário ou o
Órgão Especial do Tribunal já se manifestou pela
inconstitucionalidade em incidente para esse exame, essa
decisão proferida com referência a um processo vincula as
Turmas ou Câmaras dele em outros processos em que a
mesma questão constitucional seja discutida, observando-se,
assim, o preceito do artigo 97 da Constituição. Em razão
disso, em qualquer dos processos em que se invoque a
decisão do incidente de inconstitucionalidade, é esta que tem
de ser, por seus fundamentos, atacada pelo recurso
extraordinário, e não as considerações feitas pelo relator do
acórdão da Turma ou da Câmara que, a esse respeito, estava
vinculado à decisão do Plenário ou do Órgão Especial.
Agravo que se julga prejudicado em parte, e na parte em que
dele se conhece a ele se nega provimento.
RE (AgRg) N. 191.030
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Estão os serventuários de notas e registros
sujeitos à aposentadoria por implemento de idade (artigos
40,II, e 236, e seus parágrafos, da Constituição Federal).
Precedentes do Supremo Tribunal (RE 178.236, T. Pleno e
RE 189.736, 1ª Turma).
MS (AgRg) N. 22.986
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Não cabe agravo regimental, ao Plenário do
Supremo Tribunal, contra a decisão do relator, que, em
mandado de segurança, indefere o pedido de medida liminar.
Precedentes: AGRMS 20.941, 20.995 e 22.899.
RE (EDcl) N. 145.177
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: O exame da matéria infraconstitucional em favor
do contribuinte, pelo Superior Tribunal de Justiça, não
impede o julgamento da questão constitucional, pelo
Supremo Tribunal, diante do recurso extraordinário
diretamente oposto pela Fazenda, ao acórdão da Corte
estadual.
RE N. 154.028-1
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
COMPETÊNCIA - AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE - LEI MUNICIPAL
CONTESTADA EM FACE DA CARTA DO ESTADO, NO
QUE REPETE PRECEITO DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. O § 2º do artigo 125 da Constituição Federal não
contempla exceção: a competência para julgar a ação direta
de inconstitucionalidade é definida pela causa de pedir
lançada na inicial; sendo esta o conflito da norma atacada
com a Carta do Estado, impõe-se concluir pela competência
do Tribunal de Justiça, pouco importando que ocorra
repetição de preceito de adoção obrigatória inserto na Carta
da República. Precedentes: Reclamação nº 383/SP e Agravo
Regimental na Reclamação nº 425, relatados pelos Ministros
Moreira Alves e Néri da Silveira, com acórdãos publicados
nos Diários de Justiça de 21 de maio de 1993 e 22 de
outubro de 1993, respectivamente.
RE N. 157.940
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. ART. 8º, I E II DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INSTRUÇÃO NORMATIVA
Nº 09 DA SECRETARIA NACIONAL DO
TRABALHO/MT. IMPUGNAÇÃO DOS REGISTROS
SINDICAIS AUTORIZADOS. VIOLAÇÃO A DIREITO
LÍQUIDO E CERTO. INEXISTÊNCIA. SEGURANÇA
INDEFERIDA.
1. A norma constitucional inserta no art. 8º, inciso II da
Constituição Federal veda a sobreposição, na mesma base
territorial, de mais de um organismo representativo da
categoria, e ao órgão ministerial encarregado dos registros
dos sindicatos, a que se refere o inciso I do mencionado
artigo, compete zelar pelo cumprimento do dispositivo da
Lei Fundamental.
2. Registro sindical efetivado sob a égide da IN nº 05/90.
Aplicação da IN nº 09/90: fiscalização dos registros
autorizados. Vulneração a direito adquirido. Inexistência. O
ato de fiscalização estatal se restringe à observância da
norma constitucional no que diz respeito à vedação da
sobreposição, na mesma base territorial, de organização
sindical do mesmo grau.
2.1. Interferência estatal na liberdade de organização
sindical. Inexistência. O Poder Público, tendo em vista o
preceito constitucional proibitivo, exerce mera fiscalização,.
3. Faculdade deferida aos "terceiros interessados" pela
Instrução Normativa nº 09/90 para impugnar os registros
sindicais anteriormente autorizados. Ofensa a direito líquido
e certo da entidade. Alegação improcedente. A impugnação
dos registros por "terceiros interessados" tem como único
objetivo a observância da norma fundamental, que veda a
existência, na mesma base territorial, de mais de uma
entidade sindical do mesmo grau. Se a concessão do registro
se deu sem atenção à vedação constitucional, não há que se
falar em direito líquido e certo à sua manutenção, ou em
existência de direito adquirido, pois cabe à Administração
Pública anular seus próprios atos quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade.
4. Mandado de segurança. Ausência dos pressupostos
necessários à concessão do writ, visto que a autoridade
apontada como coatora não cassou o registro anteriormente
deferido, limitando-se a facultar aos "terceiros interessados",
em prazo certo, a sua impugnação.
Recurso extraordinário conhecido e provido para cassar a
segurança.
RE N. 168.421-6
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - ANTERIORIDADE -
MEDIDA PROVISÓRIA CONVERTIDA EM LEI. Uma vez
convertida a medida provisória em lei, no prazo previsto no
parágrafo único do artigo 62 da Carta Política da República,
conta-se a partir da veiculação da primeira o período de
noventa dias de que cogita o § 6º do artigo 195, também da
Constituição Federal. A circunstância de a lei de conversão
haver sido publicada após os trinta dias não prejudica a
contagem, considerado como termo inicial a data em que
divulgada a medida provisória.
RE N. 169.077
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Multa por degradação do meio ambiente.
Exercida defesa previa à homologação do auto de infração,
não padece de vício de inconstitucionalidade a legislação
municipal que exige o depósito prévio do valor da multa
como condição ao uso de recurso administrativo, pois não se
insere, na Carta de 1988, garantia do duplo grau de
jurisdição administrativa. Precedentes: ADI 1049, sessão de
18-5-95, RE 210.246, 12-11-97.
Contrariedade não configurada, do disposto nos incisos
XXXV, LIV e LV do art. 5º da Constituição.
Recurso extraordinário de que, por esse motivo não se
conhece.
RE N. 172.212
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONSTITUCIONAL. VEREADORES. REMUNERAÇÃO.
FIXAÇÃO EM CADA LEGISLATURA PARA A
SUBSEQÜENTE. ART. 29, V DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL.
1. A remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
Vereadores será fixada pela Câmara Municipal em cada
legislatura para a subseqüente.
2. Vereadores. Fixação de remuneração para viger na própria
legislatura. Ato lesivo não só ao patrimônio material do
Poder Público, como à moralidade administrativa,
patrimônio moral da sociedade.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
RE N. 174.352
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
CONTRA DENEGAÇÃO DE MANDADO DE
SEGURANÇA (ARTIGOS 102, III E 105, II, "A", DA C.F.).
1. O Recurso Extraordinário não comporta conhecimento,
porque interposto contra acórdão denegatório de Mandado
de Segurança, quando cabível, na verdade, seria o Recurso
Ordinário, para o Superior Tribunal de Justiça, nos termos do
art. 105, II, "a", da Constituição Federal.
2. Por isso mesmo, o Superior Tribunal de Justiça não
conheceu do Recurso Especial igualmente interposto pelo
impetrante, ora recorrente.
3. No caso, tanto o acórdão, que denegou o Mandado de
Segurança, quanto o que rejeitou os Embargos Declaratórios,
foram proferidos quando já vigorava a Constituição Federal
de 05.10.1988. Por conseguinte, também sob a regência
desta é que o R.E. foi interposto: indevidamente, porque não
enquadrável nas hipóteses do art. 102, III, da C.F.
4. Aliás, o aresto recorrido não precisou tratar de temas
constitucionais, para concluir como concluiu.
5. R.E. não conhecido.
RE N. 196.567-3
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ACESSO AO
JUDICIÁRIO - VIABILIDADE. Se em questão os preceitos
dos incisos XXXV e LXV do rol das garantias
constitucionais, cabe ao Supremo Tribunal Federal sopesar
as peculiaridades do caso e, então, dizer da ocorrência, ou
não, de ofensa ao Diploma Maior. Impossível é alçar a
dogma a jurisprudência segundo a qual o malferimento à
Carta, suficiente a impulsionar o extraordinário, há de ser
frontal e direto, não servindo aquele intermediado pelo
desrespeito a normas estritamente legais. A tomada linear
desse enfoque acabaria por relegar à inocuidade princípios
básicos, como são os do acesso ao Judiciário e do devido
processo legal, cujos parâmetros estão na legislação comum.
Configura-se a violência ao princípio do acesso ao Judiciário
e ao devido processo legal exigir de procurador autárquico a
apresentação de instrumento de mandato.
RE N. 197.999-2
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
AÇÃO RESCISÓRIA - VIOLAÇÃO À CARTA POLÍTICA
DA REPÚBLICA - INTERPRETAÇÃO
CONTROVERTIDA. Versando a rescisória sobre violência à
Constituição Federal, o óbice relativo a tratar-se de preceito
que mereceu interpretação controvertida há de ser perquirido
considerados os pronunciamentos do Supremo Tribunal
Federal, no que exerce, mediante o julgamento de recurso
extraordinário e pouco importando a espécie de ação na qual
haja sido interposto, a atribuição de guarda maior da Carta.
Inexistência de dissenso jurisprudencial, na Corte Suprema,
acerca da aplicação do artigo 33 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias aos débitos da Fazenda
decorrentes de desapropriações e existentes quando
promulgada a Carta de 1988. Irrelevância do conflito
interpretativo verificado nos demais tribunais.
EXECUÇÃO - FAZENDA - DÉBITOS -
PARCELAMENTO - DESAPROPRIAÇÃO - ARTIGO 33
DO ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS DA
CARTA FEDERAL DE 1988 - INEXISTÊNCIA DE
CONFLITO COM A PARTE PERMANENTE. A norma
inserta no artigo 33 do Ato das Disposições Transitórias da
Constituição Federal objetivou a passagem do sistema de
satisfação de débitos previsto na Carta anterior, no que
inadmitida, segundo a óptica do Supremo Tribunal Federal, a
atualização da quantia estampada no precatório,
perpetuando-se as execuções, para o atual, a implicar o
desejável pagamento do que devido. Inexistência de
incompatibilidade entre o preceito transitório e os
permanentes - artigos 5º, inciso XXII e 100 da Carta Política
da República.
EXECUÇÃO - FAZENDA - DÉBITOS -
PARCELAMENTO - DESAPROPRIAÇÕES. O preceito do
artigo 33 do Ato das Disposições Transitórias da
Constituição Federal de 1988 aplica-se aos débitos
decorrentes de desapropriação existentes à época da
respectiva promulgação. Provimento judicial em sentido
contrário, uma vez trânsita em julgado, desafia ação
rescisória, considerada a violência à citada norma
constitucional.
RE N. 207.663
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Concurso público: se, além dos 500 candidatos
melhor colocados na 1ª fase, lei superveniente autorizou a
convocação de outros, "conforme as necessidades dos
serviços", não afronta o princípio da isonomia que a
Administração haja limitado a 1000 o número dos chamados
à segunda, eis que, para tanto, observou a ordem de
classificação.
* noticiado no Informativo 100
RE N. 212.081
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Captação, por meio de fita magnética, de
conversa entre presentes, ou seja, a chamada gravação
ambiental, autorizada por um dos interlocutores, vítima de
concussão, sem o conhecimento dos demais.
Ilicitude da prova excluída por caracterizar-se o exercício de
legítima defesa de quem a produziu.
Precedentes do Supremo Tribunal HC 74.678, DJ de 15-8-97
e HC 75.261, sessão de 24-6-97, ambos da Primeira Turma.