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PEREZ C1, SANDRI J P1, MESQUITA TJB1, MILESSI TSS1, GIORDANO R L C1,2
ZANGIROLAMI T C1,2
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Os ensaios fermentativos foram realizados em micro-reatores de 5 mL dotados de saída para
CO2, contendo 1 mL do meio de cultivo adequado e 1mL de células de levedura geneticamente
modificada GSE16-T18 HAA1 (MEIJNEN et al., 2016), imobilizadas em gel de alginato, conforme
metodologia descrita por Milessi (2017). Os ensaios foram realizados utilizando hidrolisado de
bagaço de cana de açúcar concentrado, gentilmente cedido pelos pesquisadores da Escola de
Engenharia de Lorena/USP (ANTUNES et al., 2015) e produzido a partir da hidrólise ácida de bagaço
de cana de açúcar. O hidrolisado foi utilizado em sua forma bruta (HB) e destoxificada (HD),
conforme metodologia descrita por Antunes et al. (2016) e em ambos os hidrolisados foi feito o ajuste
do pH até 5,6 e suplementação com peptona (20 g/L), extrato de levedura (10 g/L) e CaCl2 (2 g/L).
Um experimento de referência, para comparação, foi realizado com meio YPDX contendo as mesmas
concentrações de extrato de levedura, peptona e CaCL2 adicionados ao hidrolisado, suplementado
com glicose (9,5 g/L) e xilose (63 g/L) na mesma concentração do hidrolisado. Os ensaios foram
realizados em bateladas repetidas e interrompidos quando não houvesse mais mudança no perfil de
da massa de CO2 produzido. Todas as fermentações foram conduzidas a 35 oC em condição estática.
Ao final de cada fermentação, as células imobilizadas eram retidas no micro-reator,
enquanto o meio fermentado era removido e o novo meio de fermentação era adicionado, iniciando
um novo ciclo (batelada repetida). A quantificação de viabilidade celular foi realizada pela retirada
de uma alíquota de microcápsula a cada troca de meio, seguida por dissolução da mesma em acetato
de sódio, coloração com azul de metileno e contagem em câmara de Neubauer (MILESSI,
2017). As concentrações de glicose, xilose e etanol no sobrenadante recolhido foram
determinadas por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), utilizando o cromatógrafo
Waters e2695 com detectores de índice de refração e UV (MILESSI, 2017).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados em termos da produção de etanol, consumo de açúcares e viabilidade para cada
composição de meios após o primeiro e último ciclos são mostrados na Tabela 1.
Verifica-se que, ao final do primeiro ciclo, as células apresentavam viabilidade de quase
100% em todos os meios testados. Já após a última fermentação, as células perderam quase toda sua
viabilidade, apesar do elevado consumo de açúcares observado em ambos os ciclos.
Destaca-se que o HB contém três vezes mais compostos fenólicos em comparação com o HD,
e que na primeira batelada, a massa de CO2 liberado foi a mais elevada no meio destoxificado, como
mostra a Figura 1. A partir da segunda batelada, no entanto, a maior massa de CO2 produzido ocorreu
nos micro-retores contendo HB, sendo esta cerca de três vezes maior em relação às massas de CO2
produzidas dos reatores contendo meio HD e YPXD, que tiveram perdas de massa muito semelhantes
a partir do segundo ciclo e até a última batelada. Após a 6ª batelada as células em todos os meios
testados perderam sua viabilidade e não houve mais perda de massa significativa nos micro-reatores,
conforme mostra a Figura 1.
Tabela 1: Concentrações finais de etanol, glicose e xilose em g/L e viabilidades celulares após o
primeiro e último reciclos
1º Reciclo 7º Reciclo
HB HD YPDX HB HD YPDX
Etanol (g/L) 28,82 30,95 32,83 20,81 28,97 28,77
Glicose residual (g/L) 0,32 0 0 0,86 0,42 0
Xilose residual (g/L) 0,08 0,14 0 2,22 0,31 0
Viabilidade (%) 99 88 98 15 10 17
Figura 1: Perda de massa por fermentação em bateladas repetidas de xilose e glicose e liberação de
CO2 nos meios HB, HD e YPDX ao longo do tempo
0,16
0,14
0,12
0,1
0,08 HB
∆m (g)
0,06 HD
0,04 YPDX
0,02
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (h)
4. CONCLUSÃO
Os beads de alginato se mostraram um ótimo recurso para utilizar altas concentrações de
células de levedura nas fermentações, bem como apresentaram um efeito protetor para as células aos
contaminantes do meio, o que ocorre especialmente no meio HB, onde a concentração de compostos
fenólicos é a mais elevada. Dessa forma, encapsular a levedura T18 HAA1 em gel de alginato é uma
estratégia para manter altas taxas fermentativas por mais ciclos.
5. REFERÊNCIAS
6. AGRADECIMENTOS
Ao PPG-EQ/ UFSCar e às agências financiadoras CAPES, FAPESP (Processo FAPESP
2016/10.636-8) e CNPq (#409366/2016-1).