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DPE MG
18- Assinale a alternativa correta quanto à distribuição constitucional das competências para
a prestação de serviços públicos.
I- Na Constituição Federal de 1988, o legislador constituinte adotou como critério para a
repartição de competências entre os entes federativos o princípio da predominância do
interesse.
II- Compete exclusivamente à União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
ou permissão os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens.
III- Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
IV- Compete aos Municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo.
Estão corretas:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III.
c) I e III.
d) II e IV.
Gabarito: A
I- Correta. Obs.: Se a matéria é de interesse predominantemente geral, a competência é
outorgada à União; já aos Estados, é reservada a competência para as matérias de interesse
predominantemente regional; por fim, aos Municípios, cabe a competência sobre as matérias
de interesse predominantemente local. Obs.: Ao Distrito Federal foram outorgadas, em regra,
as competências legislativas, tributárias e administrativas dos Estados e dos Municípios
(CF/88, art. 32, §1º).
II- Correta. CF/88, art. 21, XII, “a”. Obs.: O art. 21 da CF/88 estabelece a denominada
competência exclusiva da União, de natureza administrativa. Tal competência é indelegável a
outros entes da federação.
III- Correta. CF/88, art. 25, §2º. Obs.: O legislador constituinte não enumerou expressamente
as competências dos Estados-membros, reservando a estes as competências que não lhe
forem vedadas na Constituição (competência remanescente, não enumerada ou residual –
art. 25, §1º). Não obstante, há poucas competências conferidas expressamente no texto
constitucional, como a exploração direta ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado.
IV- Correta. CF/88, art. 30, V. Obs.: O legislador constituinte enumerou taxativamente a
competência dos Municípios, arrolando expressamente alguns casos e indicando o critério de
determinação dos demais, qual seja, o interesse local.
DIREITO PENAL
22- No que se refere ao tema Lei Penal no espaço, assinale a assertiva INCORRETA.
a) Conforme o princípio da nacionalidade passiva, aplica-se a lei do país pertencente à vítima do
crime, sem importar a nacionalidade do agente, local do crime ou bem jurídico violado.
b) De acordo com o princípio da defesa real (ou da proteção), aplica-se a lei nacional ao crime
cometido fora do território nacional, visando à tutela de bem jurídico nacional.
c) Com base no princípio do pavilhão, aplica-se a lei nacional ao crime cometido em qualquer
localidade, independentemente da nacionalidade do agente.
d) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações
e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que
se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em
alto-mar.
Gabarito: C
a) Correta. De acordo com o princípio da nacionalidade passiva (personalidade passiva),
aplica-se a lei do país pertencente à vítima do crime, sem importar a nacionalidade do
agente, local do crime ou bem jurídico violado. Vide art. 7º, §3º, CP.
Já conforme o princípio da nacionalidade ativa (personalidade ativa): aplica-se a lei do país
pertencente ao agente do crime, sem importar a nacionalidade da vítima, local do crime ou
bem jurídico violado. Vide art. 7º, II, “b”, CP.
b) Correta. Vide art. 7º, I, “a”, “b”, e “c”, CP.
c) Incorreta. Trata-se da definição do princípio da universalidade (ou justiça mundial).
Princípio da justiça penal universal (justiça penal cosmopolita): é o princípio que exige que se
faça justiça, sem importar onde. O agente fica sujeito ao país em que for encontrado. Aplica-
se a lei nacional ao crime cometido em qualquer localidade, independentemente da
nacionalidade do sujeito. Vide art. 7º, II, “a”, CP.
d) Correta. Art. 5º, §1º, CP.
27- Assinale a alternativa correta de acordo com o entendimento sumulado dos Tribunais
Superiores a respeito da aplicação da pena.
I- É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
base.
II- A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do
mínimo legal.
III- A reincidência penal pode ser considerada como circunstância agravante e,
simultaneamente, como circunstância judicial.
IV- Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará
jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal.
Estão corretas:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
Gabarito: B
I- Correta. STJ, súmula 444. Fundamento: princípio da presunção de inocência.
II- Correta. STJ, súmula 231.
III- Incorreta. STJ, súmula 241: A reincidência penal NÃO pode ser considerada como
circunstância agravante e, SIMULTANEAMENTE, como circunstância judicial. Fundamento:
evitar o bis in idem. Obs.: No caso de dupla reincidência ou de multirreincidência, há
posicionamento jurisprudencial que admite que uma delas seja utilizada para a agravar a
pena base (primeira fase, como maus antecedentes) e a outra seja utilizada como agravante,
na segunda fase da dosimetria da pena.
IV- Correta. STJ, súmula 545: Quando a confissão for utilizada para a formação do
convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código
Penal. Obs.: O STF, no entanto, possui julgado em sentido diferente – Vide HC 118.375, Rel.
Min. Carmen Lúcia, julgado em 08/04/2014 – (...) 1. Jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal: a retratação em juízo da anterior confissão policial obsta a invocação e a aplicação
obrigatória da circunstância atenuante referida no art. 65, inc. III, alínea ‘d’, do Código Penal.
Não é de se aplicar a atenuante da confissão espontânea para efeito de redução da pena se o
réu, denunciado por tráfico de droga, confessa que a portava apenas para uso próprio. (...)
28- Assinale a alternativa correta no que se refere aos Crimes contra a Honra.
I – Todos os crimes contra a honra definidos no Código Penal, à exceção da injúria qualificada,
encaixam-se no conceito de infração de menor potencial ofensivo, com a consequente
aplicação da Lei 9.099/95.
II – É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público,
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de suas funções.
III – Se a ofensa for feita na presença do funcionário público, no exercício da função ou em
razão dela, o crime será de desacato.
a) I, II e III são corretas.
b) II e III são corretas.
c) Apenas a III é correta.
d) Apenas a II é correta.
Gabarito: A
I – Correta. Todos os crimes contra a honra definidos no CP, à exceção da injúria qualificada
(art. 140, § 3º) encaixam-se no conceito de infração de menor potencial ofensivo, com a
consequente aplicação da Lei 9.099/95.
II – Correta. STF, súmula 714.
III – Correta. Injúria versus desacato: se a ofensa é feita na presença do funcionário público,
no exercício da função ou em razão dela, o crime é de desacato (art. 331 do CP). Na injúria, a
ofensa não é feita na presença do funcionário, mas está relacionada às funções exercidas.
Obs.: Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser
crime, conforme previsto no art. 331 do Código Penal. STJ. 3ª Seção. HC 379.269/MS, Rel.
para acórdão Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 24/05/2017.
30- Assinale a alternativa correta conforme a Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações
Criminosas).
I – Considera-se organização criminosa a associação de 3 (três) ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente,
com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de natureza pecuniária, mediante a
prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional.
II – Nas mesmas penas de quem promove, constitui, financia ou integra organização criminosa
incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que
envolva organização criminosa.
III – As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver
emprego de arma de fogo.
IV - A perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de
função ou cargo público em virtude de condenação com trânsito em julgado depende de
fundamentação idônea, não se tratando de efeito automático da condenação.
a) I, II, III e IV são corretas.
b) I, II e III são corretas.
c) II e III são corretas.
d) Apenas a II é correta.
Gabarito: C
I – Incorreta. Lei 12.850/2013, art. 1º, §1º: Considera-se organização criminosa a associação
de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de
tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem
de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
II – Correta. Lei 12.850/2013, art. 2º, §1º.
III - Correta. Lei 12.850/2013, art. 2º, §2º.
IV - Incorreta. Lei 12.850/2013, art. 2º, §6º: A condenação com trânsito em julgado acarretará
ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição
para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao
cumprimento da pena. Obs.: Trata-se de efeito automático da condenação transitada em
julgado pelos crimes cometidos no âmbito da Lei 12.850/2013, dispensando-se motivação.
31- No que tange à aplicação da lei penal, julgue as assertivas abaixo e assinale a correta.
a) A imunidade formal garante ao parlamentar de não ser responsabilizado por suas
manifestações, escritas ou orais, estabelecendo a CF que os deputados e senadores são
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
b) No tocante à imunidade material, nem mesmo o término do mandato permite que o
parlamentar possa ser acusado ou processado pelas manifestações proferidas à época do
mandato. Por isso essa imunidade material é também denominada de absoluta, pois acabou o
mandato, ele não poderá responder. Como se vê, a imunidade material é ultrativa.
c) Em relação ao nexo de causalidade entre a manifestação ofensiva e o exercício do mandato,
o STF entendeu que, se a manifestação foi exarada no Plenário haverá imunidade material
relativa, somente incidindo caso a manifestação tenha ligação com o exercício do mandato.
d) A imunidade parlamentar é renunciável.
Gabarito: B
a) Incorreta. Trata-se da imunidade material.
b) Correta. A imunidade material garante ao parlamentar de não ser responsabilizado por suas
manifestações, escritas ou orais, estabelecendo a CF que os deputados e senadores são
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
c) Incorreta. Em relação ao nexo de causalidade entre a manifestação ofensiva e o exercício do
mandato, o STF entendeu que se a manifestação foi exarada no Plenário, quer ela tenha ou não
ligação com o mandato, haverá imunidade material absoluta, pois haveria uma presunção iure
et iure, não podendo ser responsabilizado. Se a manifestação é proferida em lugar distinto do
Plenário, é preciso que haja o nexo de causalidade entre a manifestação e a função exercida.
d) Incorreta. A imunidade parlamentar é irrenunciável, pois se refere ao cargo e não ao sujeito
que o ocupa.
35- Assinale a alternativa INCORRETA no que tange ao tema Provas, conforme o Código de
Processo Penal.
a) O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
b) A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício
determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências
para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
c) São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
d) Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta poderá ser
utilizada na decisão condenatória, desde que não seja o único fundamento para a condenação.
Gabarito: D
a) Correta. CPP, art. 155, caput.
b) Correta. CPP, art. 156, II. Obs.: Os poderes instrutórios conferidos ao juiz pelo art. 156 do CP,
típicos de um sistema que privilegia a busca da verdade real, não pode permitir que o
magistrado venha a substituir a atividade probatória das partes. Nesse sentido, a atividade do
magistrado deve ser sempre complementar, haja vista que o Brasil adota como regra de gestão
da prova o sistema acusatório, no qual as partes (acusação e defesa) são as responsáveis pela
instrução probatória.
c) Correta. CPP, art. 157.
d) Incorreta. CPP, art. 157, §3º: Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada
inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o
incidente.
37- Assinale a alternativa correta de acordo com o entendimento sumulado dos Tribunais
Superiores.
I – A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal acarreta o
seu impedimento para o oferecimento da denúncia.
II – No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o
anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
III – É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
a) I, II e III são corretas.
b) Apenas II e III são corretas.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: B
I – Incorreta. STJ, súmula 234: A participação de membro do Ministério Público na fase
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da
denúncia.
II – Correta. STF, súmula 523.
III – Correta. Súmula Vinculante 14. Obs.: Fundamento, art. 5º, XXXIII, LIV e LV da CF/88; art.
7º, XIII e XIV, do Estatuto da OAB. Após a edição da súmula vinculante 14, foi alterado o
inciso XIV do art. 7º do Estatuto da OAB, que passou a prever como direito do advogado:
“examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em
andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos,
em meio físico ou digital” (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016). Portanto, é de se
concluir que a súmula vinculante 14 continua válida, mas sua interpretação deve ser
ampliada para abranger qualquer procedimento investigatório realizado por qualquer
instituição e não apenas aquele realizado “por órgão com competência de polícia judiciária”.
Bloco II
DIREITO CIVIL E DIREITO EMPRESARIAL
42- De acordo com o Novo Sistema das Incapacidades – Estatuto da Pessoa Com Deficiência
(Lei n. 13.146/2015), assinale a alternativa INCORRETA.
a) A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa para exercer o direito à guarda, à
tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas.
b) A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa para casar-se e constituir união
estável.
c) A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em
igualdade de condições com as demais pessoas.
d) A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva ordinária.
Gabarito: D
a) Correta. Lei n. 13.146/2015, Art. 6º, VI.
b) Correta. Lei n. 13.146/2015, Art. 6º, I.
c) Correta. Lei n. 13.146/2015, Art. 84.
d) Incorreta. Lei n. 13.146/2015, Art. 84, §3º: A definição de curatela de pessoa com
deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às
circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.
43- Assinale a alternativa INCORRETA no que tange aos negócios jurídicos NULOS.
a) O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
b) Se o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que
visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
c) Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o
prejudicará na parte válida, se esta for separável.
d) Não é passível de aplicação o princípio da conservação dos negócios jurídicos ao negócio
jurídico nulo.
Gabarito: D
a) Correta. CC/02, art. 169. Obs. IMPORTANTE! No que se refere ao princípio do
aproveitamento da vontade (conservação dos negócios jurídicos), apenas os negócios
jurídicos anuláveis permitem ratificação (confirmação/convalidação). Vide art. 172, CC/02.
b) Correta. CC/02, art. 170. Obs. IMPORTANTE! O negócio jurídico nulo admite, portanto, a
denominada conversão substancial.
c) Correta. CC/02, art. 184, 1ª parte. Obs IMPORTANTE! Os negócios jurídicos nulos (e também
os anuláveis) podem sofrer a denominada redução parcial, de modo que será possível o
aproveitamento da parte válida, se separável do todo. Cristiano Chaves de farias, nesse
sentido, fala em “isolamento da vontade”.
d) Incorreta. Conforme comentário da alternativa “b”, o negócio jurídico nulo admite a
denominada conversão substancial, prevista no art. 170 do CC/02. O Enunciado 13 da I
Jornada de Direito Civil assim também corrobora. Obs.: A conversão substancial depende de
decisão judicial. Exemplo de conversão substancial: título de credito nulo convertido em
confissão de dívida através do ajuizamento de ação monitória.
44- Assinale a alternativa INCORRETA quanto aos prazos prescricionais previstos no Código
Civil.
a) Prescreve em um ano a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele,
contado o prazo para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é
citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data
que a este indeniza, com a anuência do segurador.
b) Prescreve em dois anos a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em
que se vencerem.
c) Prescreve em três anos a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa.
d) Prescreve em um ano a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro
prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
Gabarito: D
a) Correta. CC/02, art. 206, §1º, II, “a”.
b) Correta. CC/02, art. 206, §2º.
c) Correta. CC/02, art. 206, §3º, IV.
d) Incorreta. CC/02, art. 206, §3º, IX. Prescreve em três anos a pretensão do beneficiário
contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil
obrigatório.
55- No que tange à Invalidade dos Atos Processuais, assinale a assertiva INCORRETA.
a) Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de
outro modo, lhe alcançar a finalidade.
b) Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei
expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe
preencham a finalidade essencial.
c) A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar
nos autos, sob pena de preclusão. Não se aplica o disposto às nulidades que o juiz deva
decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.
d) Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz
invalidará todos os atos praticados.
Gabarito: D
a) Correta. NCPC, art. 277. Trata-se do princípio da instrumentalidade das formas.
b) Correta. NCPC, art. 188. Trata-se, também, da previsão do princípio da instrumentalidade das
formas no campo processual civil.
c) Correta. NCPC, art. 278, caput e parágrafo único.
d) Incorreta. NCPC, art. 278, §1º: Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do
membro do Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em
que ele deveria ter sido intimado.
56- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa INCORRETA quanto ao tema Pedido.
a) O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a
prestação de mais de um modo. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao
devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda
que o autor não tenha formulado pedido alternativo.
b) A cumulação de pedidos é eventual quando o segundo pedido só puder ser examinado se o
primeiro não for acolhido. É o que ocorre, por exemplo, na denunciação da lide, em que o autor
da ação pretende, preferencialmente, a procedência do pedido principal, mas, caso este seja
rejeitado, será examinada a demanda regressiva formulada.
c) A cumulação de pedidos é simples quando os pedidos cumulados são independentes entre si
e a procedência ou improcedência de um não depende do resultado do julgamento do outro.
d) A cumulação é sucessiva quando o autor formula dois (ou mais) pedidos e afirma ser
indiferente qual deles será acolhido.
Gabarito: D
a) Correta. CPC, art. 325, caput e parágrafo único.
b) Correta. CPC, art. 326: É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de
que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. => cumulação eventual de
pedidos.
c) Correta. Alexandre Câmara exemplifica a cumulação simples como no caso de o autor
formular, com base em um mesmo evento, reparação por danos materiais e morais.
d) Incorreta. Trata-se do conceito de cumulação alternativa (e não sucessiva). CPC, art. 326,
parágrafo único: É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz
acolha um deles. Alexandre Câmara exemplifica a cumulação alternativa como no caso em que
o autor vai a juízo afirmando ter adquirido um produto defeituoso e afirma, em sua inicial, que
pretende obter a devolução do dinheiro ou a substituição do bem, sendo-lhe indiferente qual
das duas providências será acolhida.
58- Assinale a alternativa correta de acordo com o Código de Processo Civil de 2015 e com o
entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
I – Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
II – Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o julgador não está obrigado a
responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo
suficiente para proferir a decisão, possuindo o dever de enfrentar, apenas, as questões capazes
de infirmar a conclusão adotada na decisão recorrida.
III – A decisão produz a hipoteca judiciária, exceto se a condenação for genérica.
a) I, II e III estão corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: C
I – Correta. CPC, art. 489, §1º, VI.
II – Correta. Vide STJ, Info. 585 – O julgador não está obrigado a responder a todas as
questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir
a decisão. O julgador possui o dever de enfrentar apenas as questões capazes de infirmar
(enfraquecer) a conclusão adotada na decisão recorrida. Assim, mesmo após a vigência do
CPC/2015, não cabem embargos de declaração contra a decisão que não se pronunciou sobre
determinado argumento que era incapaz de infirmar a conclusão adotada. STJ. 1ª Seção. EDcl
no MS 21.315-DF, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região),
julgado em 8/6/2016. Obs. IMPORTANTE: Embora exista essa decisão do STJ, a doutrina
pátria ressalta a íntima ligação que há entre o princípio do contraditório e o da
fundamentação das decisões judiciais. Conforme lições de Alexandre Câmara, é que, sendo a
decisão construída em contraditório, através da comparticipação de todos os sujeitos do
processo, torna-se absolutamente fundamental que a decisão judicial comprove que o
contraditório foi observado, com os argumentos deduzidos pelas partes e os suscitados de
ofício pelo juiz, todos eles submetidos ao debate processual, tendo sido considerados na
decisão. Sempre vale recordar que um dos elementos formadores do princípio do
contraditório é o direito de ver os argumentos considerados (...) (O Novo Processo Civil
Brasileiro, 2ª ed., São Paulo: Atlas, 2016, p. 277).
III – Incorreta. CPC, art. 495, §1º. A decisão produz a hipoteca judiciária: I - embora a
condenação seja genérica; II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório
da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor; III - mesmo que impugnada
por recurso dotado de efeito suspensivo.
61 - (DPE PE 2018) A Lei Complementar n.º 80/1994 considera órgão auxiliar de promoção da
qualidade dos serviços prestados pelas defensorias públicas estaduais:
a) a Corregedoria Pública-Geral.
b) a Ouvidoria-Geral.
c) o Conselho Superior.
d) os núcleos da Defensoria Pública.
e) a Subdefensoria Pública-Geral.
Gabarito: B
Conforme disposto nos artigos 98, inc. IV, e 105-A da LC 80/94.
62 - (DPE PE 2018) Acerca das garantias conferidas aos defensores públicos estaduais,
assinale a opção correta de acordo com a Lei Complementar n.º 80/1994 e suas alterações.
a) A garantia da independência funcional não afasta o dever do defensor público de comunicar
de forma arrazoada ao defensor público-geral eventual recusa de patrocínio de ação judicial
manifestamente incabível.
b) Após dois anos de exercício no cargo, não pode o defensor público perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado, dado que lhe é garantida a vitaliciedade.
c) A garantia da irredutibilidade de vencimentos dos defensores públicos não alcança a verba
salarial relacionada ao recebimento de honorários sucumbenciais a que fazem jus em razão do
exercício de suas atribuições.
d) Em nome da independência funcional, o defensor público está desobrigado de observar
quaisquer normas administrativas do órgão que se relacionem ao exercício de suas atribuições,
ainda que visem à regularidade e ao aperfeiçoamento das atividades.
e) A garantia da inamovibilidade não impede a remoção compulsória do defensor público por
interesse público, com base em juízo de conveniência e oportunidade do defensor público-
geral.
Gabarito: A
Letra B: incorreta. De acordo com a EC nº 80/14, não se determina a aplicação à Defensoria
Pública dos artigos 95 ou 128, § 5º, da CF, que tratam, respectivamente, das garantias dos
membros do Judiciário e do MP (vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de
subsídios). Assim, os membros da DP continuam gozando apenas de inamovibilidade (art. 134,
§ 1º) e irredutibilidade de subsídios (art. 37, XV, da CF, c/c art. 135), mas não possuem
vitaliciedade (que continua a ser prerrogativa exclusiva dos membros do Judiciário, do MP e dos
Tribunais de Contas).
Letra C: incorreta. A remuneração do defensor público se dá exclusivamente por subsídio (art.
135 c/c art. 39, § 1º, CF), sendo-lhe assegurada a irredutibilidade (art. 37, XV), ressalvados os
tetos constitucionais. O defensor não recebe honorários sucumbenciais pela sua atuação
funcional. É atribuição da Defensoria Pública executar e receber as verbas
sucumbenciais decorrentes de sua atuação, inclusive quando devidas por quaisquer entes
públicos, destinando-as a fundos geridos pela Defensoria Pública e destinados, exclusivamente,
ao seu aparelhamento e à capacitação profissional de seus membros e servidores (art. 4º, XXI,
da LC 80/94).
Letra D: incorreta, pois os defensores tem autonomia funcional, mas não autonomia
administrativa. Nesse sentido, dispõe o art. 129, inc. II, da LC 80 que é dever do defensor
público desempenhar com zelo e presteza, dentro dos prazos, os serviços a seu cargo e os que,
na forma da lei, lhes sejam atribuídos pelo Defensor Publico-Geral. Ainda, as atividades
funcionais estão sujeitas a correição, conforme dispõe o art. 133 da LC 80/94.
Letra E: incorreta, pois os membros da Defensoria Pública do Estado são inamovíveis, salvo se
apenados com remoção compulsória, na forma da lei estadual (art. 118 da LC 80/94), a qual
somente será aplicada com prévio parecer do Conselho Superior, assegurada ampla defesa em
processo administrativo disciplinar.
64 - A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ações civis públicas que versem
sobre:
I - meio ambiente e ordem econômica.
II - patrimônio cultural e recursos hídricos.
III - improbidade administrativa e consumidor.
IV - mercado de capitais e ordem urbanística.
Estão certos apenas os itens
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) I, II e IV
e) II, III e IV
Gabarito: letra D
É constitucional a Lei nº 11.448/2007, que alterou a Lei n.° 7.347/85, prevendo a Defensoria
Pública como um dos legitimados para propor ação civil pública.
Vale ressaltar que, segundo o STF, a Defensoria Pública pode propor ação civil pública na defesa
de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
STF. Plenário. ADI 3943/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6 e 7/5/2015 (Info 784)
A doutrina majoritária tem defendido que a Defensoria só tem adequada representação se
estiver defendendo interesses relacionados com seus objetivos institucionais e que se
encontram previstos no art. 134 da CF.
Segundo a posição tranquila no STJ, a Defensoria Pública só tem legitimidade ativa para ações
coletivas se elas estiverem relacionadas com as funções institucionais conferidas pela CF/88.
Exemplo em que o STJ reconheceu não haver legitimidade, no caso concreto, para a
Defensoria Pública propor ACP:
Segundo decidiu o STJ, a Defensoria Pública não tem legitimidade para ajuizar ACP em favor de
consumidores de plano de saúde particular. Para a Corte, ao optar por contratar plano
particular de saúde, parece intuitivo que não se está diante de um consumidor que possa ser
considerado necessitado, a ponto de ser patrocinado, de forma coletiva, pela Defensoria
Pública.
Ao revés, trata-se de grupo que, ao demonstrar capacidade para arcar com assistência de saúde
privada, presume-se em condições de arcar com as despesas inerentes aos serviços jurídicos de
que necessita, sem prejuízo de sua subsistência, não havendo que se falar em hipossuficiência.
Assim, o grupo em questão não é apto a conferir legitimidade ativa adequada à Defensoria
Pública, para fins de ajuizamento de ação civil.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.192.577-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/5/2014 (Info
541).
66 - (FCC 2015) A Lei Orgânica nacional (LC 80/94) investe o Defensor Público do poder de
“certificar a autenticidade de cópias de documentos necessários à instrução de processo
administrativo ou judicial, à vista da apresentação dos originais”. Tal investidura, segundo
sua natureza jurídica, pertence ao estatuto de:
a) funções institucionais;
b) proibições do cargo;
c) prerrogativas do cargo;
d) garantias do cargo;
e) deveres do cargo.
Gabarito:C
Art. 108, parágrafo único, inc. III, da LC 80/94.
68 - (FCC) Em análise de caso concreto, a 3a Defensoria Pública da Família do município de São Luis
conclui que a competência para apresentar determinada demanda judicial é de uma das Defensorias
Públicas de São José de Ribamar. Porém, a 1a Defensoria Pública desse município também se viu
incompetente, entendendo que cabe a uma das Defensorias da capital maranhense a propositura da
medida judicial solicitada pelo assistido. Diante desse impasse, à luz da Lei Complementar 80/94, a
solução desse conflito de atribuição compete:
a) à Corregedoria-Geral, com recurso ao Conselho Superior.
b) ao Núcleo da Defensoria Pública do Maranhão cuja competência seja compatível, com recurso à
Defensoria Pública-Geral.
c) à Ouvidoria-Geral, com recurso ao Defensor Público Geral.
d) ao Conselho Superior, sem recurso no âmbito da Defensoria Pública.
e) à Defensoria Pública-Geral, com recurso ao Conselho Superior.
Gabarito: E
Art. 4º, § 8º, e art. 8º, inc. VIII, da LC 80/94.
Especificamente no que diz respeito à Defensoria Pública dos Estados, a citada lei
complementar, em seu art. 128, dispõe acerca de diversas prerrogativas atinentes ao Defensor
Público Estadual, em rol meramente exemplificativo, diga-se, porquanto ressalva, in fine, que a
lei local poderá estabelecer outras prerrogativas.O inciso X do artigo em questão dispõe que é
prerrogativa do Defensor Público Estadual requisitar, de autoridade pública ou de seus agentes,
exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações,
esclarecimentos e providências necessárias ao exercício de suas atribuições.
70 - (DPE SP 2013) Um Defensor Público, (1) principiando seu expediente verifica no correio
eletrônico convocação para participar de reunião com a Subdefensoria Pública-Geral
competente, por meio de videoconferência. Em seguida, (2) passa a analisar autos judiciais
que vieram em carga para ciência de decisões judiciais, refletindo sobre a utilidade de se
interpor recurso em cada caso. Após o almoço, (3) dirige-se ao Fórum para realizar audiências
em substituição de outro Defensor Público licenciado por saúde. O princípio institucional que,
preponderantemente, incidiu sobre cada fato é, respectivamente:
A atuação, portanto, não é do Defensor Público, mas da Instituição que este presenta, figura
despersonalizada.
Note-se que a unidade é um princípio que vige em relação a cada Defensoria Pública, de sorte
que inexiste unidade entre Defensorias Públicas Estaduais, nem destas com a da União ou do
Distrito Federal.
Externamente, o membro da Defensoria Pública deve agir de acordo com sua convicção
pessoal, sem ingerências de outros poderes, notadamente de magistrados, parlamentares,
membros do Ministério Público.
Decerto que o princípio da independência funcional apresenta limites, pois não pode servir de
justificativa de atuação imotivada de seus membros, nem para posicionar-se ao arrepio da lei.
A indivisibilidade, por sua vez, é o conceito de que os membros da Defensoria Pública podem
substituir-se uns aos outros, a fim de preservar a continuidade na execução de suas finalidades
institucionais. São hipóteses que exemplificam e justificam a aplicação do princípio da
indivisibilidade: impedimento, licenças, férias.
Essa substituição prescinde de substabelecimento, até porque a procuração não é exigida (art.
16, parágrafo único, da Lei 1.060/50). Disso resulta que não há simulacro de defesa, por não ter
sido dado à parte assistida um defensor público que o defendesse do início ao fim, mas mera
substituição do representante da Instituição para cada ato. (FONTE: SANTOS JÚNIOR, Filovalter
Moreira dos. Princípios institucionais da Defensoria Pública. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-
4862, Teresina, ano 18, n. 3746, 3 out. 2013. Disponível
em: <https://jus.com.br/artigos/25453>). O autor é Defensor Público do Estado de São Paulo.
Bloco III
DIREITOS HUMANOS
72- São instrumentos internacionais de proteção específica dos direitos humanos, EXCETO:
a) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
b) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a
Mulher.
c) Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes.
d) Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.
Gabarito: D
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos compõe o Sistema Global de Proteção dos
Direitos Humanos, mas não o de proteção específica como os demais instrumentos citados na
questão. Obs.: O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos impôs aos Estados-
membros sua imediata aplicação (autoaplicabilidade), diferentemente do Pacto Internacional
dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que determinou sua aplicação progressiva.
Os instrumentos internacionais de proteção específica dos direitos humanos compõem o
Sistema Global de Proteção Específica. Segundo Norberto Bobbio, trata-se do processo de
especificação dos sujeitos titulares dos direitos protegidos. Essa especificação ocorreu com
relação seja ao gênero, seja às várias fases da vida, seja à diferença entre estado normal e
estados excepcionais na existência humana (A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
p. 59).
73- Assinale a alternativa incorreta sobre a Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
a) Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por delitos
comuns conexos com delitos políticos.
b) Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpetração do delito, for
menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
c) Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da
pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de
morte enquanto o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade competente.
d) As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a punição pelo crime
perpetrado, reforma e a readaptação social dos condenados.
Gabarito: D
A) CORRETA. Art. 4o, 4.
B) CORRETA. Art. 4o, 5.
C) CORRETA. Art. 4o, 6.
D) ERRADA. Art. 5o, 6.
74- No que tange à comissão e à corte interamericana de direitos humanos, é coreto afirmar:
a) A Comissão é omposta por cinco comissários, que deverão ser pessoas de alta autoridade
moral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos.
b) A Comissão não pode receber petições interestatais contendo alegações de violações de
direitos humanos.
c) A Corte Interamericana é órgão vinculado à Comissão Interamericana, com função consultiva.
d) A Corte Interamericana só pode ser acionada pelos Estados contratantes e pela Comissão
Interamericana de Direitos humanos, que exerce a função similar à do Ministério Público
brasileiro.
Gabarito: D
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (COMISSÃO IDH)
• Composta por sete comissários, que deverão ser pessoas de alta autoridade moral e de reco-
nhecido saber em matéria de direitos humanos.
• Membros eleitos por quatro anos e só poderão ser reeleitos uma vez.
• Mandato é incompatível com o exercício de atividades que possam afetar independência e
imparcialidade, ou a dignidade ou o prestígio dos comissionários.
• Em relação à Convenção Americana de Direitos Humanos, a Comissão pode receber petições
individuais e interestatais contendo alegações de violações de direitos humanos.
• O procedimento individual é considerado de adesão obrigatória e o interestatal é facultativo.
• A Convenção Americana de Direitos Humanos dispõe que qualquer pessoa – não só a vítima –
pode peticionar à Comissão, alegando violação de direitos humanos de terceiros.
• Medidas cautelares: Provimentos de cognição não exaurientes exarados pela Comissão Inte-
ramericana de DH em situações de extrema gravidade e urgência. Tem o objetivo de evitar
danos irreparáveis às pessoas ou ao objeto do processo. Com a expedição de tais medidas,
objetiva-se salvaguardar os interesses dos indivíduos e resguardar a tutela da Comissão Inte-
ramericana de DH. A concessão dessas medidas não implica pré-julgamento do mérito do
processo.
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
• Órgão judicial autônomo
• Sede em San José, Costa Rica,
• Objetivo: aplicar e interpretar a Convenção Americana de Direitos Humanos e outros trata-
dos de Direitos Humanos.
• A Corte Interamericana só pode ser acionada pelos Estados contratantes e pela Comissão In-
teramericana de Direitos humanos, que exerce a função similar à do Ministério Público bra-
sileiro.
• A vítima (ou seus representantes) possui somente o direito de petição à Comissão Interame-
ricana de Direitos Humanos (E NÃO À CIJ).
75- Assinale a alternativa correta a respeito dos Direitos Humanos sob a ótica geracional.
I – A primeira geração trata dos direitos civis e políticos. A titularidade de tais direitos é
atribuída ao indivíduo, razão pela qual são conhecidos como direitos individuais, os quais têm
por fundamento a ideia de liberdade.
II – Os direitos de segunda geração apareceram em primeiro lugar na Constituição mexicana de
1917 e na Constituição alemã de 1919 (Constituição de Weimar).
III – Os direitos de terceira geração são, em linhas gerais, de titularidade da humanidade e são
classificados como difusos. Têm por fundamento a ideia de fraternidade e de solidariedade.
a) I, II e III são corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: A
I – Correta. A divisão dos direitos humanos em gerações foi idealizada por Karel Vasak. Vale
frisar que tal análise perde um pouco de seu sentido quando o enfoque recai sobre países
ditos novos, como o Brasil e a Austrália, pois a maioria dos tipos de direito humanos foram
reconhecidos, logo disciplinados, de uma só vez em suas respectivas Constituições (...) quando
a análise leva em conta os países europeus, por exemplo, entende-se muito bem que o
reconhecimento dos direitos humanos é um processo que perpassa vários séculos. Assim, os
direitos civis apareceram no século XVIII para garantir a liberdade do indivíduo perante o
Estado (opressor). Essa maior liberdade permitiu uma atuação mais ativa por parte das
pessoas, o que eclodiu no reconhecimento dos direitos políticos no século XIX, ou seja, esse
direito, antes exclusivo de poucos, foi estendido para grande parcela da população masculina,
incluindo os trabalhadores. E o exercício desses direitos políticos, sobretudo pela classe
trabalhadora, permitiu a constituição dos direitos sociais no século XX (MARSHALL, Thomas.
Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro: Zahar, 1967, p. 57 a 114). A primeira geração
trata dos direitos civis (liberdades individuais) e políticos. A titularidade de tais direitos é
atribuída ao indivíduo, razão pela qual são conhecidos como direitos individuais, os quais têm
por fundamento a ideia de liberdade. Sobre os direitos de liberdade, faz-se interessante
verificar que a sua defesa foi feita, sobretudo, pelos EUA, sob a perspectiva liberal dos
direitos humanos, consagrados no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos.
II – Correta. A segunda geração trata dos direitos sociais, culturais e econômicos, de
titularidade da coletividade. O fundamento dos direitos sociais é a ideia de igualdade.
III – Correta. Os direitos de terceira geração (direito à paz, ao desenvolvimento, ao meio
ambiente, à propriedade do patrimônio cultural, entre outros) são, em linhas gerais, de
titularidade da humanidade e são classificados como difusos. Têm por fundamento a ideia de
fraternidade e de solidariedade. Não se pode esquecer, todavia, que tais direitos possuem,
também, faceta de direito individual. Os direitos de terceira geração foram consagrados na
Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, de 1972, na
Convenção sobre a Diversidade Biológica, de 1992 e na Declaração sobre o Direito ao
Desenvolvimento, de 1986.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
81- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – O antigo Código de Menores do Brasil (Dec. n.º 5.083/1926), já tutelava os direitos
subjetivos da criança e do adolescente por meio da adoção de medidas necessárias à sua
proteção integral.
II – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária. A garantia de prioridade compreende
a preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas.
III – O direito à proteção especial da criança, do adolescente e do jovem abrange a garantia de
direitos previdenciários e trabalhistas.
a) I, II e III estão corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas II e III são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: C
I – Incorreta. No Código de Menores do Brasil (Dec. n.º 5.083/1926), adotava-se a doutrina da
situação irregular e não a doutrina da proteção integral. Os menores não eram tratados como
sujeitos de direitos. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (Lei 8.069/90) adota a
doutrina da proteção integral, prevendo em seu art. 1º: Esta Lei dispõe sobre a proteção
integral à criança e ao adolescente. Ademais, prevê seu art. 3º: A criança e o adolescente
gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental,
moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Parágrafo único. Os
direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem
discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição
econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as
pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.
II – Correta. ECA, art. 4º, caput, parágrafo único, alínea “c”.
III – Correta. CF/88, art. 227, caput e §3º, II.
83- Assinale a alternativa correta de acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores e
com a legislação correlata.
I – É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu
nome.
II – A responsabilidade das pessoas jurídicas exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou
partícipes do mesmo fato.
III – Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo
ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
a) I, II e III são corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e III são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: C
I – Correta. É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu
nome. A jurisprudência não adota mais a denominada teoria da "dupla imputação". Vide STJ.
6ª Turma. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015 (Info
566). STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/8/2013 (Info 714).
II – Incorreta. Lei 9605/98, art. 3º, parágrafo único: A responsabilidade das pessoas jurídicas
NÃO exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
III – Correta. Lei 9605/98, art. 4º. A doutrina majoritária afirma tratar-se de aplicação da
teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica, para a qual basta a insolvência
da pessoa jurídica para que se possa atingir o patrimônio de seus membros.
87- Leia as seguintes afirmações com relação à ação civil pública (Lei n° 7.347/85) e assinale a
alternativa errada.
a) O Presidente do Tribunal a quem competir o conhecimento do recurso poderá, a
requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, em decisão motivada e
irrecorrível, suspender a execução de liminar concedida em ação civil pública, para evitar grave
lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública.
b) Se a associação legitimada desistir, infundadamente, da ação civil pública por ela proposta, o
Ministério Público ou outro legitimado assumirá o polo ativo da relação processual.
c) A multa fixada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão
favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que for configurado o descumprimento.
d) Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a
associação autora promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada a mesma
iniciativa aos demais legitimados.
Gabarito: A
A) ERRADA – Art. 12, p. 1o. LACP.
B) CERTA– Art. 5o., p. 3o., LACP.
C) CERTA – Art. 12, p. 2o., LACP.
D) CERTA– Art. 15, LACP.
92- Assinale a alternativa correta conforme a Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/1984).
I – O condenado que cumpre a pena em regime fechado, semiaberto ou aberto poderá remir,
por trabalho, parte do tempo de execução da pena. A contagem do tempo será feita à razão de
1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
II – O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação
profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observada a razão
de 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias.
III – O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso
de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena,
desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
IV - Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
V- O tempo remido não será computado como pena cumprida.
a) I, II, III, IV e V são corretas.
b) II, III e IV são corretas.
c) I, IV e V são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: B
I – Incorreta. LEP, art. 126: O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: I - 1 (um) dia de pena a
cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio,
inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no
mínimo, em 3 (três) dias; II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. Observação:
o condenado que cumpre pena em regime ABERTO somente poderá remir parte do tempo de
execução da pena por estudo, pois o trabalho é condição para que o condenado ingresse e
permaneça no regime aberto (LEP, art. 114: Somente poderá ingressar no regime aberto o
condenado que: I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo
imediatamente;).
II – Correta. LEP, art. 126, §6º.
III - Correta. LEP, art. 126, §5º.
IV - Correta. LEP, art. 127. Obs.: Vide Súmula Vinculante n. 9.
V – Incorreta. LEP, art. 128: O tempo remido será computado como pena cumprida, para
todos os efeitos.