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FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MONTES CLAROS

Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa,


Monografia e Trabalhos Científicos

Montes Claros
2012
Eduardo Simões
Renato Dourado Maia

Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa,


Monografia e Trabalhos Científicos
Presidente do Conselho de Administração:
Ariovaldo de Melo Filho

Diretora Superintendente:
Ângela Maria Carvalho Veloso

Diretora Acadêmica:
Daniela Fernandes Jorge de Mello

Diretor Administrativo:
Haroldo de Moraes Lopes

FICHA CATALOGRÁFICA

M294
2012 Simões, Eduardo; Maia, Renato Dourado. Manual para
Normalização de Projetos de Pesquisa, Monografia e Trabalhos
Científicos / Eduardo Simões; Renato Dourado. Montes Claros: FACIT,
2012.
103 p.

1. Publicações técnicas - Normas. 2. Trabalhos científicos –


Preparação. 3. Simões, Eduardo; Dourado, Renato. II. Título.

CDD
025.00218
Dez Mandamentos da Produção Científica

1º) Não cobiçarás o tema do teu próximo, porque a


grama do jardim do teu vizinho não é a mais verde;

2º) Não pesquisarás o que está apenas na tua cabeça,


a menos que o estudo seja precisamente sobre ela;

3º) Não investigarás tema sem fonte, porque a tua


tarefa é fazer os dois se comunicarem;

4º) Não te perderás em meio à falta ou ao excesso de


planejamento, a menos que a tua genialidade te
permita prescindir dele;

5º) Não desprezarás a rotina, porque ela pode te liberar


para o exercício da criatividade;

6º) Não menosprezarás as normas, a menos que


pretendas transformá-las;

7º) Não te julgarás incompetente, porque não o és, até


prova em contrário;

8º) Não escreverás uma obra-prima, a menos que já


estejas maduro para produzi-la;

9º) Não farás uma colcha-de-retalhos, porque és capaz


de um trabalho verdadeiramente intelectual;

10º) Não ignorarás os teus leitores, a menos que te


aches mais importante do que eles.

Azevedo (2001)
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Capa (orientações gerais)......................................................................28


FIGURA 2 – Capa (modelo definitivo)........................................................................29
FIGURA 3 – Folha de rosto (orientações gerais).......................................................30
FIGURA 4 – Folha de rosto (modelo definitivo)..........................................................31
FIGURA 5 – Lista de Ilustrações................................................................................32
FIGURA 6 – Lista de Tabelas.....................................................................................32
FIGURA 7 – Lista de Abreviaturas.............................................................................33
FIGURA 8 – Lista de Siglas........................................................................................33
FIGURA 9 – Lista de Símbolos..................................................................................34
FIGURA 10 – Sumário................................................................................................35
FIGURA 11 – Modelo de Cronograma.......................................................................47
FIGURA 12 – Modelo de orçamento..........................................................................48
FIGURA 13 – Modelo de Glossário............................................................................49
FIGURA 14 – Modelo de Apêndice............................................................................50
FIGURA 15 – Modelo de Índice..................................................................................51
FIGURA 16 – Estrutura do trabalho acadêmico.........................................................53
FIGURA 17 – Lombada..............................................................................................55
FIGURA 18 – Padrão de folha de aprovação FACIT.................................................56
FIGURA 19 – Modelo definitivo de folha de aprovação FACIT..................................57
FIGURA 20 – Dedicatória...........................................................................................58
FIGURA 21 – Resumo................................................................................................59
FIGURA 22 – Abstract................................................................................................60
FIGURA 23 – Paginação............................................................................................67
FIGURA 24 – Margens...............................................................................................68
FIGURA 25 – Espaço entrelinhas entre títulos e texto...............................................68
FIGURA 26 – Divisão do trabalho em seções............................................................70
FIGURA 27 – Eletroforese em gel de poliacrilamida (ECPA) do RNA do vírus isolado
e de diferentes espécies de rotavírus.........................................................................72
FIGURA 28 – Osso alveolar, bovino jovem................................................................73
FIGURA 29 – Citação curta........................................................................................76
FIGURA 30 – Citação longa.......................................................................................77
FIGURA 31 – Citação indireta....................................................................................78
FIGURA 32 – Citação de citação...............................................................................79
FIGURA 33 – Nota de referência...............................................................................80
FIGURA 34 – Nota de explicativa...............................................................................81
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.....................................................................................................09
CAPÍTULO 1 A PESQUISA CIENTÍFICA E SEUS PRÉ-REQUISITOS....................11
1.1 O que é Pesquisa?.............................................................................................12
1.2 Quais são os tipos possíveis de pesquisa?....................................................12
1.2.1 A pesquisa quantitativa..................................................................................13
1.2.1.1 Pesquisa quantitativa com dados primários.............................................13
1.2.1.1.1 Estudos observacionais ..........................................................................14
1.2.1.1.2 Experimentos.............................................................................................16
1.2.1.2 Pesquisa quantitativa com dados secundários........................................17
1.2.1.2.1 Pesquisa documental................................................................................18
1.2.1.2.2 Revisão de literatura.................................................................................18
1.2.1.2.3 Metaanálise................................................................................................20
1.2.2 A pesquisa qualitativa.....................................................................................21
1.2.2.1 Entrevista......................................................................................................21
1.2.2.2 Grupos Focais..............................................................................................23
1.2.2.3 Observação direta........................................................................................24
CAPÍTULO 2 O PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA.........................................26
2.1 Elementos de um projeto de pesquisa.............................................................27
2.1.1 Elementos pré-textuais...................................................................................27
2.1.1.1 Capa ..............................................................................................................27
2.1.1.2 Folha de rosto ..............................................................................................29
2.1.1.3 Listas: de ilustrações, de tabelas, de abreviaturas e siglas e de
símbolos....................................................................................................................31
2.1.1.4 Sumário.........................................................................................................34
2.1.2 Elementos textuais..........................................................................................35
2.1.2.1 Introdução.....................................................................................................36
2.1.2.2 Tema..............................................................................................................36
2.1.2.3 Problema de pesquisa.................................................................................37
2.1.2.4 Hipótese(s)....................................................................................................39
2.1.2.5 Objetivo(s).....................................................................................................39
2.1.2.6 Justificativa ..................................................................................................40
2.1.2.7 Referencial teórico.......................................................................................41
2.1.2.8 Metodologia..................................................................................................42
2.1.2.8.1 Instrumentos de coleta de dados............................................................43
2.1.2.9 Cronograma de atividades..........................................................................47
2.1.2.10 Orçamento...................................................................................................47
2.1.3 Elementos pós-textuais..................................................................................48
2.1.3.1 Referências...................................................................................................48
2.1.3.2 Glossário.......................................................................................................49
2.1.3.3 Apêndice.......................................................................................................49
2.1.3.4 Anexos...........................................................................................................50
2.1.3.5 Índice.............................................................................................................50
CAPÍTULO 3 MONOGRAFIAS: ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO.................52
3.1 Elementos estruturais de uma monografia......................................................52
3.1.1 Parte externa: capa e lombada.......................................................................53
3.1.2 Parte interna: os elementos pré-textuais......................................................55
3.1.3 Parte interna: os elementos textuais.............................................................61
3.1.3.1 Introdução.....................................................................................................61
3.1.3.2 Desenvolvimento..........................................................................................61
3.1.3.2.1 Capítulo 1 Revisão da literatura...............................................................62
3.1.3.2.2 Capítulo 2 Materiais e métodos................................................................63
3.1.3.2.3 Capítulo 3 Resultados: apresentação, análise e discussão..................63
3.1.3.2.4 Capítulo 4 Aplicação.................................................................................64
3.1.3.3 Considerações finais...................................................................................64
3.1.4 Parte interna: os elementos pós-textuais.....................................................65
CAPÍTULO 4 FORMATAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS............................66
4.1 Apresentação gráfica de um trabalho acadêmico...........................................66
4.1.1 Tipo de papel e fonte.......................................................................................67
4.1.2 Margens, paginação e numeração.................................................................67
4.1.3 Espacejamento e parágrafos..........................................................................68
4.1.4 Alinhamentos...................................................................................................69
4.1.5 Numeração progressiva das seções de um documento.............................69
4.1.6 Ilustrações........................................................................................................71
4.1.6.1 Figuras...........................................................................................................71
4.1.6.2 Gráficos.........................................................................................................73
4.1.6.3 Tabelas e quadros........................................................................................74
4.1.7 Citações............................................................................................................76
4.1.8 Notas de rodapé..............................................................................................80
4.1.9 Referências......................................................................................................81
4.1.9.1 Referência de livros.....................................................................................82
4.1.9.1.1 Capítulo de livros......................................................................................83
4.1.9.1.2 Livro com subtítulo...................................................................................83
4.1.9.1.3 Livro com autor espanhol.........................................................................84
4.1.9.1.4 Livro com tradutor.....................................................................................84
4.1.9.1.5 Livro integrado com coleção-série..........................................................84
4.1.9.1.6 Livro com dois ou três autores................................................................84
4.1.9.1.7 Livro com mais de três autores...............................................................84
4.1.9.1.8 Livro com o mesmo autor da referência anterior...................................84
4.1.9.1.9 Livro cujo autor é uma entidade..............................................................84
4.1.9.1.10 Livros anônimos......................................................................................86
4.1.9.1.11 Livros com Compilador ou Organizador...............................................86
4.1.9.2 Publicações periódicas no todo.................................................................86
4.1.9.3 Partes de publicações periódicas...............................................................87
4.1.9.4 Monografias, dissertações, teses e outros trabalhos acadêmicos.........88
4.1.9.5 Congressos, conferências, encontros e outros eventos científicos.......89
4.1.9.6 Trabalhos apresentados em congresso ou outro evento........................90
4.1.9.7 Referências Legislativas – Leis, decretos, portarias, etc. .......................90
4.1.9.7.1 Acórdãos, decisões e sentenças das Cortes ou Tribunais...................91
4.1.9.8 Normas Técnicas..........................................................................................91
4.1.9.9 Patentes.........................................................................................................92
4.1.9.10 Referência com notas especiais...............................................................93
4.1.9.11 Referências de materiais especiais..........................................................94
4.1.9.12 Depoimentos e entrevistas........................................................................96
4.1.9.13 Manuscritos................................................................................................96
4.1.9.14 Documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico..........................98
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................100
6 REFERÊNCIAS.....................................................................................................102
9

APRESENTAÇÃO

Toda atividade investigativa de cunho científico necessita de ordenação que lhe


assegure a qualidade final de seus produtos, o que pode a esses franquear um lugar
de destaque no mercado consumidor ou de serviços, porém, não deve ser essa a
principal meta almejada pelo pesquisador, que tem por dever observar o não
desperdício de recursos naturais renováveis e não-renováveis, o zelo pelo
patrimônio público material e imaterial, a proteção da vida humana, bem como da
fauna e da flora, o respeito às diversidades culturais, étnicas, sexuais e religiosas,
assim contribuindo para a melhoria das relações humanas e a preservação da vida
em nosso planeta. Assim, seja com o desenvolvimento de soluções de imediata
aplicação, seja com a proposição de estudos e produtos inovadores, o pesquisador
deve estar consciente de seu importante papel social, que se renova a cada dia com
a sua própria atuação. Decorre dessas evidências e responsabilidade o
indispensável estudo da atividade de pesquisa, verificando-lhe a pertinência de seus
procedimentos e a adoção de normas que possibilitem o debate e a integração dos
conhecimentos gerados pela comunidade científica de todo o mundo.
É sabido que, desde os seus primórdios a produção científica está
intrinsecamente vinculada ao estabelecimento e à adoção de métodos para o
alcance de seus objetivos. O Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa,
Monografia e Trabalhos Científicos, elaborado pelos professores Eduardo Simões e
Renato Dourado Maia, tem a proposta de elucidar os passos que orientam a
elaboração de trabalhos científicos condizentes com o conjunto de prescrições
estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
As principais virtudes deste manual são: linguagem acessível ao pesquisador
iniciante, estruturação capitular ordenada de acordo com a efetiva prática da
atividade, detalhamento de pontos pouco explicitados em outros manuais do gênero,
ilustrações, tabelas e textos que bem exemplificam os assuntos tratados, facilitando
assim ao jovem pesquisador o entendimento das sequências procedimentais
necessárias para a concretização de projetos de pesquisa, monografias e demais
trabalhos científicos, bem como auxilia na estruturação e apresentação das
pesquisas dos mais experientes.
10

Por esses e por outros bons motivos que os leitores certamente encontrarão
neste manual, a recomendação para a sua adoção faz-se até mesmo
desnecessária.

Prof. Dr. Elcio Lucas


FACIT / UNIMONTES
11

CAPÍTULO 1 A PESQUISA CIENTÍFICA E SEUS PRÉ-REQUISITOS

Crê-se que o projeto de pesquisa é sempre o primeiro passo para a


constituição de uma pesquisa posterior. Isso parece ser óbvio, na medida em que
não se é possível pensar em um produto final, sem se pensar antes em como ele foi
projetado. Um Engenheiro Civil, por exemplo, não autoriza a construção de um
edifício sem que os devidos projetos tenham sido esboçados: o projeto arquitetônico,
o projeto estrutural, o projeto elétrico, o projeto hidráulico, etc. De posse de tudo o
que foi projetado é que se executa a obra. Da mesma forma acontece em pesquisa;
é preciso que o pesquisador tenha uma previsão de que será o seu “produto final”.
Talvez seja por isso que boa parte dos materiais sobre Metodologia Científica já
inicia sua redação com o tema “Projeto de Pesquisa”.
No entanto, o que muitos manuais parecem não dar conta é que, antes mesmo
da constituição de um projeto de pesquisa, deve-se atentar para um procedimento
que lhe é prévio, a saber, o da instrumentalização do pesquisador. E o que aqui é
entendido por instrumentalização? Para tal resposta deve-se retroceder, dentre
outras coisas, ao entendimento sobre o que é pesquisa (ou, pelo menos, o que é
que o proponente pretende com a sua pesquisa em específico) e sobre quais são os
tipos possíveis de pesquisa – isso tudo, para que ele entenda onde se encaixa a sua
proposta. No entanto, alguém poderia ainda retorquir: “Mas, o item do projeto de
pesquisa intitulado ‘Metodologia’ não pressupõe a resposta ao que é a pesquisa e
sobre o entendimento dos ‘tipos possíveis de pesquisa’?” Supriria sim, caso o
proponente pesquisador tivesse plena clareza a respeito do caminho que ele deverá
trilhar. Afinal, o próprio sentido etimológico de método ou metodologia é justamente
este, do grego méta, “junto”, “em companhia”, e hodós, “caminho” – refere-se à
especificação dos passos que devem ser tomados, em certa ordem, a fim de se
alcançar determinado fim.
Nossa prática docente com disciplinas propedêuticas para a pesquisa, no
entanto, mostra-nos que não é bem assim; que, na maioria das vezes, os nossos
acadêmicos apresentam grandes dificuldades em visualizar o caminho pelo qual
deverão trilhar na execução dos seus projetos de pesquisa. E um dos fundamentos
dessa dificuldade, que ainda não resolve todos os seus problemas metodológicos,
está no fato da não clareza sobre o que é pesquisa (no sentido acadêmico do termo)
e sobre quais são os tipos de possíveis.
12

1.1 O que é Pesquisa?

Para a pergunta em questão encontram-se as mais variadas respostas. De


acordo com Ander-Egg (1978, p. 28), por exemplo, pesquisa trata-se de um
“procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir
novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento.” No
entanto, não haverá unanimidade de respostas para esta questão, e qualquer uma
delas estará sempre relacionada com uma área de conhecimento específico. Sendo
assim, não caberá aqui tentar apresentar uma resposta geral ou institucional oficial;
no lugar disso, serão apresentados, em linhas gerais, como se faz pesquisa.
Pesquisador é aquele que utiliza de métodos consagrados de pesquisa. Trata-
se também de quem, além de utilizar os métodos de sua área de domínio, tem bons
conhecimentos a respeito das teorias científicas que sustentam a sua ciência. Um
bom pesquisador em Engenharia, por exemplo, não deve possuir somente o domínio
do cálculo e da construção de artefatos; para além das fronteiras das equações e
produções materiais, ele deve ser um bom conhecedor da fundamentação teórica de
sustentação de sua área. Os objetivos que o pesquisador propõe devem ser
passíveis de serem alcançados e compatíveis com pelo menos parte do
conhecimento existente, isto é, não devem ser divorciados do conhecimento
previamente existente, sob o risco de não ser alcançado. Sendo assim, o
pesquisador deverá preparar-se para as etapas da pesquisa que se seguem do
planejamento e suas fases até a execução e posterior apresentação do resultado do
que foi pesquisado, em nosso caso, a apresentação do trabalho monográfico. Para
isso, um bom passo será entender sobre os tipos possíveis de pesquisa.

1.2 Quais são os tipos possíveis de pesquisa?

Com base na abordagem da realidade, podem-se aventar dois tipos possíveis


de pesquisa: a pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa. E, com base nos
objetivos gerais da pesquisa desenvolvida, pode-se ainda pensar em três tipologias
de estudo: explicativo, descritivo e exploratório. As corriqueiras divisões dos tipos de
13

pesquisa de que tratam os manuais de Metodologia Científica (pesquisa


bibliográfica, documental, de campo, experimental, etc.), na verdade, são partícipes
destes dois tipos básicos de pesquisa, a saber, a quantitativa e a qualitativa.

1.2.1 A pesquisa quantitativa

Caracterizada pelo fato de classificar, ordenar e mensurar variáveis, a pesquisa


quantitativa pretende ou descrever as relações entre variáveis ou estabelecer
associações e relações entre elas. Nesse tipo de pesquisa, o conhecimento acaba
por ser generalizado: o resultado é estendido para toda a população de onde proveio
o material coletado e analisado – respeitando, é óbvio, certa margem de erro.
Na pesquisa quantitativa o próprio pesquisador pode levantar os seus dados.

Um engenheiro pode fazer, por exemplo, medições em corpos de prova,


para estudar a resistência de diferentes materiais. Um arquiteto pode
conferir escores ao estado de deterioração de domicílios, para descrever a
situação de um patrimônio histórico. Um médico pode classificar pacientes
em curados e não-curados, para comparar dois medicamentos (VIEIRA,
2008, p. 101).

Sendo os dados levantados pelo próprio pesquisador, diz-se que os mesmos


são primários. E isso pode acontecer, por exemplo, em pesquisas observacionais e
experimentos.
Por outro lado, o pesquisador pode, no decorrer de sua pesquisa, utilizar-se de
dados secundários. Dados secundários são aqueles que foram levantados e
utilizados por outrem. Esse tipo de levantamento de dados tem uma vantagem
adicional que é a forma rápida e barata de consegui-los. São dados geralmente
advindos de estatísticas oficiais (ou não oficiais), coletados e compilados, por
exemplo, pelos governos (IBGE, por exemplo), pela Organização das Nações
Unidas (ONU), pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelos conselhos
federais e regionais de engenharias e por Organizações Não Governamentais
(ONGs), etc.

1.2.1.1 Pesquisa quantitativa com dados primários


14

Como fora dito, a pesquisa quantitativa com dados primários consiste


primordialmente de dados levantados pelo próprio pesquisador, quer seja por meio
de estudos observacionais (levantamento de observações já existentes) ou por
experimentos (criação de condições artificiais controladas).

1.2.1.1.1 Estudos observacionais

Os estudos observacionais são aqueles em que os participantes não são


sorteados para os respectivos grupos, porque já pertencem a eles antes do início da
pesquisa. Eles podem ser divididos em estudo de corte transversal (ou estudo
transversal), em estudos prospectivos e em estudos retrospectivos.
O denominado estudo de corte transversal ou estudo transversal caracteriza-se
pela coleta de dados em um período específico de tempo. São feitos para descrever
os indivíduos de uma população com relação às suas características pessoais e às
suas histórias de exposição a fatores causais, em determinado momento.
Caracterizam-se por ser meramente descritivos, visto de sua necessidade de se
responder a questões imediatas como é o caso da seguinte questão: “o que está
acontecendo agora?” Exemplos de estudo de corte transversal são as pesquisas de
intenção se votos em uma eleição, os censos, as pesquisas de opinião pública, as
pesquisas de mercado sobre preferências de consumidores, etc. Um caso mais
específico de estudo de corte transversal é o feito, em tempos de eleições, pelo
Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (IBOPE), quando quer saber, por
exemplo, “se a eleição fosse hoje, você votaria em quem?”. No entanto, o
levantamento de informações em estudo por corte transversal pode ser feito por
outro instrumento de coleta de dados que não necessariamente questionários ou
formulários. É o caso do estudo que pretende, por exemplo, averiguar a prevalência
de certa epidemia, numa determinada região e num determinado período. Esse
levantamento de dados demandaria algo mais do que um questionário, a saber,
análise de anamneses, de prontuários de pacientes internados, de exames
laboratoriais, etc. Enfim, quando para verificar se existe relação entre variáveis, o
pesquisador toma uma amostra da população e conta o número de elementos que
caem em cada categoria, diz-se que foi feito um estudo transversal (VIEIRA;
HOSSNE, 2001).
15

Nos estudos prospectivos, conforme o próprio significado do termo, é feita uma


prospecção, isto é, os dados são coletados ao longo do tempo. Trata-se de estudos
longitudinais, diferentemente dos transversais expostos acima, e se dividem em
estudo de tendências e estudo de painel (conhecido como estudo de coorte nas
áreas médicas).
Estudos de tendências são aqueles em que pessoas de uma mesma
população, mas não as mesmas pessoas, são estudadas ao longo do tempo. Nas
pesquisas eleitorais, por exemplo, estudos são feitos no decorrer da campanha;
comparando-se os resultados de vários levantamentos feitos com amostras de
pessoas diferentes na mesma cidade, o pesquisador pode detectar eventuais
mudanças nas intenções de voto.
Já no estudo de painel, ou coorte (multidão) nas áreas médicas, estudam-se as
mesmas pessoas ao longo de um tempo para verificar ocorrência de mudanças com
essas pessoas. A amostra é denominada painel. Nesse tipo de estudo é preciso
recrutar um grande número de indivíduos e dividi-los em grupos, conforme eles
tenham ou não sido expostos ao fator causal suspeito. O primeiro grupo que
apresenta o fator causal é denominado “grupo caso” e o segundo, que não
apresenta esse fator, é chamado “grupo controle”. Depois de um período
relativamente longo, que pode se estender por vários anos, contam-se quantos
indivíduos adquiriram, por exemplo, uma doença em estudo. Veja um exemplo de
como isso se dá em pesquisas das áreas médicas:

O pesquisador seleciona pessoas que considera estarem expostas a


determinado risco (fumantes, por exemplo, por estarem expostos ao risco
de câncer de pulmão) e pessoas não expostas a esse risco (não fumantes).
O pesquisador segue, então, os dois grupos de pessoas por um período
longo de tempo e compara a incidência da doença nos dois grupos (no caso
do exemplo, a incidência do câncer de pulmão em fumantes e em não
fumantes) (VIEIRA, 2008, p. 103).

De outra forma, o painel também pode ser montado em outros tipos de


pesquisa. E mais uma vez o nosso exemplo será o da pesquisa eleitoral. O
pesquisador promove uma coleta de dados longitudinais em todo o período da
pesquisa repetindo sempre ao eleitorado a pergunta sobre em quem irá votar nas
próximas eleições. O painel aqui
16

consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas


pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As
perguntas devem ser formuladas de maneira diversa, para que o
entrevistado não distorça as respostas com essas repetições (MARCONI;
LAKATOS, 2010, p. 180).

De posse dos dados coletados longitudinalmente ele poderá associar


características pessoais a quem muda e a quem não muda a intenção de voto.
Por fim, os estudos retrospectivos, pela sua própria natureza, tendem a
retornar ao passado tentando associar suas ocorrências com os fatos do presente.
Toma-se, por exemplo, um grupo de pessoas que tem problemas respiratórios e
outro que não tem. Compara-se o histórico de exposição ou não exposição de
ambos os grupos a fatores de risco; por exemplo, exposição aos riscos químicos aos
trabalhadores expostos à inalação de fumos de solda e poeira metálica no trabalho
em tornearia mecânica e em serralheria. O pesquisador calculará, então, a
proporção daqueles que estão diretamente expostos aos riscos e daqueles que não
estão, e verificará se a ocorrência de problemas respiratórios está associada com a
frequência com que os trabalhadores que estiveram expostos ao fator de risco,
nesse caso, à inalação de fumos de solda e poeira metálica. Isso só será possível
por meio de um estudo retrospectivo.
A diferença entre um estudo prospectivo e um estudo retrospectivo está,
portanto, na direção. Nos estudos prospectivos, os indivíduos são seguidos da
“causa” para o “efeito”, ou seja, para frente. Nos estudos retrospectivos, a situação
se inverte: os indivíduos são seguidos do “efeito” para a “causa”, ou seja, para trás.

1.2.1.1.2 Experimentos

Muito comuns nas áreas de engenharias, os experimentos caracterizam-se


pela criação de condições que, embora artificiais, são controladas pelo pesquisador.
Servem para determinar qualidade e eficiência de produtos em diversas áreas, para
comparar e analisar espécies, para definir quantidade, para designar tratamento,
para levantar fatores de risco para as doenças, para elaborar descrições causais,
para levantar efeitos colaterais de medicamentos, para comparar a qualidade e
eficiência de métodos de produção, de técnicas de laboratório, de produtos
alimentícios, materiais de construção, etc.
17

Para planejar um experimento, no entanto, é preciso:


a) definir a unidade experimental (por exemplo, uma cobaia);
b) especificar os tratamentos em comparação (por exemplo, dois produtos
alimentícios, um novo, outro tradicional);
c) definir a variável que vai ser analisada (por exemplo, peso das cobaias);
d) definir a quantidade das que serão utilizadas (por exemplo, 12);
e) casualizar ou randomizar, ou seja, é obrigatório designar os tratamentos às
unidades experimentais por sorteio.
Nas áreas médicas, muitas vezes os pacientes são monitorados enquanto
tratados para se saber, por exemplo, qual é o melhor de dois tratamentos. Os
tratamentos são designados aos pacientes por processo randômico, ou seja, por
simples sorteio. Nesses casos, os experimentos recebem o nome de ensaios
clínicos (porque os pacientes estão sendo tratados durante o período de
experimentação).
No campo de Engenharia de Produção, por exemplo, poder-se-ia considerar
que um fabricante pretendesse testar três tipos de tinta com diferentes composições,
cujo intento seria o de identificar qual tinta apresentaria melhor força de adesão do
que a tinta atual (MIGUEL, 2012). Para este experimento, o fabricante disporia de
uma unidade experimental (a tinta), dividida em dezoito unidades experimentais
homogêneas (quantidade a ser utilizada), que ainda poderiam ser divididas em três
condições experimentais (para fins de tratamento de comparação), cuja
característica pretendida seria a força de adesão (variável a ser analisada). Nesse
caso, as seis unidades seriam alocadas aleatoriamente, ou por sorteio, para
condição experimental (randomização).

1.2.1.2 Pesquisa quantitativa com dados secundários

Como foi dito, a pesquisa quantitativa com dados secundários é aquela em


que o pesquisador utiliza-se de dados já levantados por outrem. Nesse tipo de
pesquisa, pode-se lançar mão de dados ditos oficiais e não oficiais. Constituem-se
dados oficiais aquelas estatísticas coletadas e compiladas por órgãos do governo,
por exemplo. Trata-se de registros de nascimento, óbitos, casamentos, divórcios,
estatísticas das indústrias que incluem acidentes de trabalhos, motivos de faltas ao
18

trabalho, além de registros policiais, crimes ambientais, etc. Existe também uma
grande quantidade de dados não oficiais. Referem-se àquelas estatísticas que são
coletadas e compiladas por instituições públicas ou privadas, por empresas ou
indústrias, em princípio para uso próprio, e que não foram publicadas, mas que
podem ser utilizadas por pesquisadores – desde que o pesquisador tenha
autorização formal da instituição e que o seu projeto tenha sido aprovado por sua
Instituição de Ensino Superior (IES).
Antes de se utilizarem esses dados, que muitas das vezes são coletados e
compilados de forma rudimentar, é preciso estudar possíveis erros na sua coleta e
compilação, sem que se tirem deles todas as informações.
Apresentam-se aqui alguns tipos de pesquisas quantitativas com dados
secundários. É o caso da pesquisa documental, das revisões de literatura (pesquisa
bibliográfica) e a metaanálise.

1.2.1.2.1 Pesquisa documental

Na pesquisa documental o pesquisador vale-se de materiais que foram


levantados por outrem para qualquer propósito que não o trabalho que está sendo
planejado, mas que ainda não receberam um tratamento analítico (documentos
oficiais, reportagens de jornais, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias,
gravações etc.), ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos
da pesquisa (relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas
etc.).
A pesquisa documental diferencia-se da pesquisa bibliográfica apenas na
natureza das fontes, pois, enquanto a primeira se utiliza fundamentalmente das
contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a segunda vale-se
de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

1.2.1.2.2 Revisão de literatura


19

As revisões da literatura podem também ser admitidas como pesquisas


quantitativas com dados secundários. Elas podem ser feitas de forma assistemática
ou sistemática. As revisões assistemáticas apresentam apenas resumos de estudos
primários em sequência temporal ou por assunto (como aqueles que fazemos ao
nos preparar teoricamente para um concurso). Trata-se de uma espécie de
ajuntamento de citações sem muito critério, nem comentários; são subjetivas e
geralmente tendenciosas. Já as revisões sistemáticas são planejadas. Deve-se ter
todo um planejamento para esse tipo de revisão. Todo o texto deve ser revisado a
partir de uma metodologia previamente especificada e obrigatoriamente aplicada. E
é preciso considerar se os resultados numéricos foram analisados corretamente, em
termos das estatísticas utilizadas e das generalizações feitas. O material da
pesquisa bibliográfica basear-se-á nas obras de referência da pesquisa ao se
selecionar de uma bibliografia básica.
A revisão de literatura começa pela identificação clara do objeto de estudo, da
listagem dos documentos e das fontes escritas que tratem do assunto a ser
pesquisado. Essa primeira fase consiste numa primeira leitura de reconhecimento.
Concluída a localização das fontes, parte-se para a seleção do material que será
consultado. Essa seleção é feita através da leitura preliminar de reconhecimento,
consultando-se a folha de rosto, o sumário, a bibliografia, a introdução ou prefácio,
orelhas, data de publicação e número de edições. Trata-se de uma técnica
possibilita identificar os livros mais recentes, os autores originais, as publicações de
maior aceitação e o conteúdo tratado. A tomada de apontamentos deverá ser feita
pela leitura reflexiva e crítica de cada texto. O pesquisador deverá criar um arquivo
para cada texto consultado e deverá ali transcrever todos os dados e informações
pretendidos com a pesquisa. Tal procedimento deverá evidenciar o enfoque dado ao
tema e aos objetivos do trabalho. Para isso, o primeiro passo, como foi dito, deverá
ser a consulta da introdução, do resumo ou prefácio, ou da estruturação das ideias
por meio do sumário. Para proceder à análise do conteúdo, o pesquisador deverá
transcrever as principais ideias do autor (por meio de citações, por exemplo),
construir paráfrases, interpretar e citar, identificar aspectos positivos e negativos,
articular ideias visando superar os pontos negativos e expor suas próprias sugestões
contrastando com as ideias de diferentes autores. De posse da sua revisão, deverá
o pesquisador esboçar o seu próprio trabalho a partir dos dados que conseguiu
levantar. É justificável que tente estruturar um sumário do que ele tem em mãos com
20

nomes dos capítulos, partes, seções, etc. e criar um arquivo para cada capítulo,
parte ou seção; sugere-se, ainda, que se abra um arquivo para cada texto, que se
recorte e cole os trechos selecionados em função da natureza de cada capítulo,
parte ou seção, e que se escolha o capítulo, parte ou seção mais promissor para
que se inicie a “costura” dos trechos analisados e ali registrados. Ao final terá o
pesquisador uma redação provisória do levantamento bibliográfico ao juntar os
arquivos harmonicamente. Quanto à redação final, é necessário fazer as correções
necessárias ao trabalho que fora redigido provisoriamente. É preciso que se atente
para correção gramatical e para exposição concisa, clara e objetiva das ideias
pretendidas. Por fim, resta lembrar que o produto de uma revisão de literatura, a
saber, o rebento que dela procede (o texto posterior) não se trata de uma “colcha de
retalhos” produzida por citações desconexas; muito menos, pela fala solitária dos
autores que serão encadeados ao longo da escrita. Trata-se de um texto original em
que o diálogo com os autores e a paráfrase dos textos revisados serão quem
vigorará1.

1.2.1.2.3 Metaanálise

O último item da pesquisa quantitativa com dados secundários trata da


metaanálise. E o que é uma metaanálise? O próprio termo sugere que se trata da
análise das análises. A meta-análise, ou metanálise, ou ainda, metaanálise
(quantitalive review; pooling; quantitative synthesis) é o método estatístico utilizado
na revisão sistemática para integrar os resultados dos estudos incluídos. O termo
também é utilizado para se referir a revisões sistemáticas que utilizam a meta-
análise. Trata-se de um procedimento estatístico em que uma revisão complexa da
literatura é feita por um grupo de especialistas de diversas áreas. Seu objetivo é o
de resolver uma falta de unanimidade de opiniões devido aos resultados
contraditórios encontrados na literatura ou à falta de evidência científica sobre
determinado assunto (VIEIRA, 2008).

1
Para um bom exemplo de revisão de literatura (pesquisa bibliográfica) vide:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed.
São Paulo: Atlas, 2010. p. 26-56.
21

1.2.2 A pesquisa qualitativa

Predominante nas Ciências Humanas, a pesquisa qualitativa, pela própria


oposição histórica instaurada no campo das Ciências da Natureza entre objetividade
X subjetividade, ainda hoje é vista por muitos como uma mudança radical na
maneira de se fazer ciência. No entanto, o desentendimento instaurado entre o que
hoje conhecemos por Ciências Humanas e Ciências da Natureza não procede,
tendo em vista o fato de que, dado aos seus objetivos específicos, obviamente suas
metodologias obrigatoriamente serão diferentes. A pesquisa qualitativa, que também
é utilizada nas Ciências da Natureza tanto quanto nas Engenharias, tem como
objetivo examinar problemas específicos de maneira mais aberta, de forma a gerar
informações que não poderiam ser obtidas de outra maneira. Ela busca explorar a
compreensão das pessoas a respeito de sua vida diária, ou seja, busca dar sentido
ou interpretar fenômenos em termos das significações que as pessoas oferecem
para eles (DENZIN; LINCOLN, 1992). Sendo assim, ela pode ser considerada
anterior à pesquisa quantitativa.
Os instrumentos utilizados na pesquisa qualitativa incluem, além de outros, a
entrevista, a observação direta a análise de dados advindos do discurso, por
exemplo, dos grupos focais, os quais serão considerados aqui.

1.2.2.1 Entrevista

A entrevista visa revelar opiniões, ideias e juízos desconhecidos pelo


pesquisador e que constituem objeto de sua análise. Trata-se de um método
qualitativo de adquirir informações, mas que, dependendo do modelo de
instrumento, pode gerar também dados quantitativos. Uma entrevista deve ser
minimamente organizada, tendo em vista o planejamento prévio que objetiva a
pesquisa como um todo. Pretende identificar significado atribuído a questões e
situações, e sua base depende dos objetivos da pesquisa. Nela o pesquisador
deverá se atentar, dentre outras coisas, para a formação e linguagem do
entrevistado.
As vantagens de uma entrevista é que ela permite maior facilidade de acesso
aos diversos respondentes, a obtenção de um maior percentual de repostas e uma
22

maior flexibilidade na aplicação das questões. Entretanto, ela pode também


apresentar limitações e essas, geralmente, estão envolvidas com o seu custo (por
exemplo, com a logística e aquisição de materiais, como aparelhos de captação de
som e imagens), com as dificuldades de expressão tanto do entrevistador como do
entrevistado e com a possibilidade de influência do primeiro sobre o segundo. As
entrevistas podem ser estruturadas, semi-estruturadas e não estruturadas (ou
despadronizada, ou em profundidade).
Nas entrevistas estruturadas o roteiro já está dado, ele é previamente
estabelecido. Nelas o pesquisador não poderá alterar ou adaptar as perguntas, nem
alterar a ordem dos itens e nem incrementar novas questões. Ela é realizada de
acordo com o formulário e efetuada de preferência com pessoas anteriormente
selecionadas de acordo com o planejamento do pesquisador.

O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas


perguntas, permitindo “que todas elas sejam comparadas com o mesmo
conjunto de perguntas, e que as diferenças devem refletir diferenças entre
os respondentes e não diferenças nas perguntas” (LODI, 1974, p. 16 apud
MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 180).

Nesse tipo de entrevista os formulários podem ser organizados no sentido de


se obter respostas diretas e pontuais do entrevistado; por exemplo, “sua saúde é
excelente, boa, regular ou ruim?” Dessa forma, poder-se-á ter um resultado mais
direto, abrindo para a possibilidade de quantificação. É por isso que

muitos autores não definem a entrevista estruturada como método de


pesquisa qualitativa por considerar que ela gera dados quantitativos. No
caso do exemplo, o pesquisador provavelmente faria algumas contagens,
ou seja, seus achados seriam quantificáveis. De qualquer modo,
pesquisadores da área qualitativa calculam frequências e frequências
relativas (porcentagens), mas nunca usam técnicas estatísticas sofisticadas
(VIEIRA, 2008, p. 107).

No caso da entrevista semi-estruturada, permite-se fugir o protocolo quando da


abertura para que questões secundárias possam ser acrescidas ao formulário.
Nesse tipo de entrevista, o entrevistador e o entrevistado podem, inclusive, discutir
pontos que podem ser pertinentes ao objetivo geral da pesquisa quanto ao
desvelamento da realidade. Questões como a apresentada acima poderiam se
23

expandir para uma análise mais ampla, por exemplo, “o que é boa saúde? E sua
saúde, como está?” (VIEIRA, 2008, p. 107).
Quanto às entrevistas não estruturadas, nelas o entrevistador tem o requisito
de encaminhar suas questões para a direção que considera mais adequada para os
propósitos de sua pesquisa. É uma forma de explorar mais amplamente uma
questão, buscando-lhe os detalhes. As perguntas são mais abertas e podem ser
respondidas dentro de uma conversação informal a respeito de pontos mais centrais.
Sendo assim, nesse tipo de entrevista, o entrevistador restringe seu questionamento
a poucas perguntas (duas ou três) e novas questões só poderão surgir para sanar
dúvidas a respeito das respostas do interlocutor no que concerne às questões
centrais.

1.2.2.2 Grupos Focais

A proposta principal do trabalho com grupos focais é a da atuação junto a


grupos que refletem e posicionam-se acerca de um foco de estudo, seja das
atitudes, das preferências, das necessidades ou dos sentimentos dos envolvidos na
pesquisa. No que se refere à sistemática do grupo focal é indispensável a utilização
de critérios, tanto para a formação dos grupos, quanto para a operacionalização das
sessões, pois o registro inadequado e a imprecisão na definição dos objetivos
podem levar a resultados incoerentes e não aplicáveis (OLIVEIRA et al., 2008). Além
disso, para a garantia dos pressupostos éticos da pesquisa, o pesquisador deverá
garantir a privacidade dos participantes, pois além do grupo focal ser gravado, exige
posicionamentos pessoais que serão revelados a pessoas desconhecidas.
Seu foco não se encontra na análise dos conteúdos manifestos nos grupos,
mas sim no discurso que permite inferir o sentido oculto, as representações
ideológicas, os valores e os afetos vinculados ao tema investigado (LEOPARDI et
al., 2001). Os dados obtidos com a realização do grupo focal são ricos, pois
possibilita capturar expressões e formas de linguagem não apreensíveis por outras
técnicas. Seus comentários são, em geral, mais críticos do que aqueles obtidos com
as entrevistas no “face a face”. No entanto, é preciso que haja um moderador que
possa apresentar uma variedade de tópicos relevantes a serem discutidos e que não
permita a imposição de ideias e nem deixe que a conversa se centralize em
24

personagens específicos. Para conseguir tal intento, ele precisará limitar ao máximo
suas intervenções e permitir que a discussão flua, só intervindo para introduzir novas
questões e para facilitar o processo em curso.
Esse tipo de dinâmica de pesquisa geralmente funciona com até 50 (cinquenta)
grupos de pessoas, divididos em blocos aproximados de 06 (seis) pessoas. E se a
ideia é saber o que as pessoas pensam, valoriza-se, sobretudo, a comunicação
entre os participantes da pesquisa.
Vieira (2008, p. 108) apresenta um modelo que pode ser aplicado, por
exemplo, em pesquisas da área de Engenharia de Produção:

Imagine que um fabricante de produtos alimentícios queira saber o aspecto


que deve focalizar na propaganda de um novo tipo de bolo que irá lançar no
mercado. Pode reunir 20 grupos de sete donas de casa e discutir, em cada
grupo, que critérios elas adotam para comprar um bolo: “bonito?”, “natural?”,
“light?”, “saudável?”, “que parece feito em casa?” e sair dessas discussões
com boas ideias.

A partir da discussão, o moderador apresenta os resultados aos participantes,


faz a validação dos mesmos e elabora um relatório do grupo focal que constará da
descrição e da análise desses resultados. Isso dará ao pesquisador um norte sobre
suas futuras ações.

1.2.2.3 Observação direta

O que se entende por observação direta em pesquisa qualitativa é obtenção de


conhecimentos da realidade a partir da utilização dos sentidos. No entanto, essa
técnica não pode ser reduzida apenas ao ver e ao ouvir, pois que o seu objetivo
principal é o da análise e exame dos fatos ou fenômenos estudados. Várias são as
modalidades de observação: segundos os meios utilizados, pode ser não
estruturada (assistemática) ou estruturada (sistemática); quanto à participação do
observador, pode ser não participante e participante; quanto ao número de
observações, pode ser individual ou em equipe; quanto ao lugar onde se realiza,
pode ser efetuada na vida real (pesquisa de campo) ou em laboratório (ANDER-
EGG, 1978). Aqui a análise será restringida à observação sistemática.
25

Com a observação sistemática é possível ter um acesso à informação que nem


sempre é possível, por exemplo, por meio de uma pesquisa com grupos focais.
Nesses, prevalece o discurso, a retórica, a comunicação intersubjetiva. Contudo,
nem sempre se faz o que se diz fazer; discurso e prática nem sempre andam juntos.
É por meio da observação sistemática que se pode certificar se o discurso é
adequado à prática daquilo que é afirmado pelo investigado. Com ela pode-se
realizar condições controladas para responder a propósitos preestabelecidos. “Na
observação sistemática, o observador sabe o que procura e o que carece de
importância em determinada situação; deve ser objetivo, reconhecer possíveis erros
e eliminar sua influência sobre o que vê ou recolhe” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.
176). Os instrumentos utilizados na observação sistemática podem ser: quadros,
anotações, escalas, dispositivos mecânicos, etc.
A principal vantagem de uma observação é a de que os fatos são percebidos
diretamente pelo pesquisador, sem intermediação. E a sua principal desvantagem é
a de que a presença do observador pode provocar alterações no comportamento
dos observados. Acrescenta-se ainda um questionamento de ordem ética na prática
da observação: até que ponto o observador pode se infiltrar em um grupo de
pessoas, às vezes fingindo a ele pertencer, somente para obter as informações que
lhes são necessárias? Segundo Vieira (2008, p. 108), “essa atitude é defensável
apenas nos raríssimos casos em que a informação obtida pela pesquisa é
absolutamente essencial e não pode ser obtida por outros meios”.
26

CAPÍTULO 2 O PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA

O que se entende por projeto de pesquisa científica, na verdade, é o


planejamento racional, sistemático e objetivo que visa buscar respostas para
determinado problema de pesquisa científica. Trata-se, pois, da previsão do que se
tem intenção de fazer em um futuro trabalho de pesquisa. Ele é imprescindível para
o planejamento prévio da pesquisa, pois permite que o pesquisador, desde o início,
tenha a visão e o controle de suas etapas. Dessa forma, subsidia o trabalho
posterior evitando o retrabalho, a perda de tempo, de dinheiro, que podem advir ou
da inobservância de aspectos importantes da pesquisa ou da extensão dada ao
escopo do objeto a ser investigado. A estruturação do projeto de pesquisa deve se
desenvolver no sentido de responder às seguintes questões: O quê? Por quê?
Baseado em quem? Para quê? Como? Onde? Quando? Quanto?
De acordo com a ABNT NBR 15287:2011, a estrutura de um projeto de
pesquisa encaminha-se na seguinte ordem:

a) elementos pré-textuais:
- capa (elemento obrigatório);
- folha de rosto (elemento obrigatório);
- lista de ilustrações (elemento opcional);
- lista de tabelas (elemento opcional);
- lista de abreviaturas e siglas (elemento opcional);
- lista de símbolos (elemento opcional);
- sumário (elemento obrigatório).

b) elementos textuais:
- introdução (com a delimitação do assunto);
- tema;
- problema de pesquisa;
- hipótese(s);
- objetivos (geral e específicos);
- justificativa;
- referencial teórico;
27

- metodologia;
- cronograma de atividades;
- orçamento.

c) elementos pós-textuais:
- referências (elemento obrigatório. Elaboradas conforme a ABNT NBR
6023);
- glossário (elemento opcional);
- apêndice (elemento opcional);
- anexo (elemento opcional);
- índice (elemento opcional).

2.1 Elementos de um projeto de pesquisa

Apresentamos aqui os elementos de cada uma das partes do projeto de


pesquisa, doravante adotados como padrão FACIT.

2.1.1 Elementos pré-textuais

Trata-se da parte que antecede o projeto propriamente dito. É aqui que se


apresenta o “cartão de identificação” do projeto e em que se responde às questões
quem e qual: quem é o executor do projeto? Qual é a sua entidade de origem? Qual
é o título? Quem é o orientador? Qual é a equipe técnica? Qual é a cidade? Em que
ano? Essas são apenas algumas das questões a que se deve responder na
constituição da parte pré-textual, tendo a origem das suas respostas desde a capa.

2.1.1.1 Capa

Trata-se de um elemento obrigatório que, segundo a ABNT NBR 15287:2011,


deve conter os seguintes componentes:
a) nome da entidade para a qual deve ser submetido, quando solicitado;
b) nome(s) do(s) autor(es);
28

c) título;
d) subtítulo. Se houver, deve ser precedido de dois pontos, evidenciando a sua
subordinação ao título;
e) número do volume: se houver mais de um, deve constar em cada capa a
especificação do respectivo volume;
f) local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado:
- NOTA: No caso de cidades homônimas recomenda-se o acréscimo da
sigla da unidade da federação.
g) ano de depósito (da entrega).
Padrão de capa FACIT

Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros


(fonte 14, espaço simples, centralizado, sem negrito, digitado após a
margem superior)

Nome do aluno
Nome Completo do Aluno (fonte 14, negrito)
(cinco espaços simples antes do Nome)

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER


(fonte 16, Caixa Alta, centralizado às margens e na folha)

Montes Claros - MG
2012
(fonte 14, maiúsculo e minúsculo, centralizado, espaço simples)

FIGURA 1 – Capa (orientações gerais)


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)
29

Modelo definitivo da capa FACIT

Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros

Nome do aluno

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER

Montes Claros - MG
2012

FIGURA 2 – Capa (modelo definitivo)


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

2.1.1.2 Folha de rosto

Trata-se de um elemento obrigatório e apresenta suas informações na seguinte


ordem:
30

a) nome(s) do(s) autor(es);


b) título; subtítulo, se houver;
c) número do volume; se houver mais de um, deve constar em cada folha de
rosto a especificação do respectivo volume;
d) tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade a que deve ser submetido;
e) nome do orientador, coorientador ou coordenador, se houver;
f) local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado;
g) ano de depósito (da entrega).

Padrão de folha de rosto FACIT

Nome Completo do Aluno


(fonte 14, só as primeiras letras maiúsculas, negrito, centralizado)

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER


(fonte 14, maiúsculo, negrito, centralizado)

Projeto de pesquisa
apresentado ao Curso de
Engenharia..., da Faculdade de
Ciência e Tecnologia de
Montes Claros como parte dos
requisitos para a obtenção do
título de Engenheiro de....

(Fonte 12, alinhado a 1 cm da


margem direita, justificado,
negrito, espaço simples)

Orientador: PROF. (nome


acompanhado da titulação)
(tamanho 12, nome do professor
negrito, maiúsculo)

Montes Claros - MG
2012
FIGURA 3 – Folha de rosto (orientações gerais)
Fonte: Guia para Elaboração de Monografia dee Graduação
(fonte 14, negrito, maiúsculo minúsculo, centralizado)
FACIT (adaptado)
31

Modelo definitivo da folha de rosto FACIT

Nome Completo do Aluno

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER

Projeto de pesquisa apresentado


ao Curso de Engenharia..., da
Faculdade de Ciência e
Tecnologia de Montes Claros
como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Engenheiro
de....

Orientador: PROF.

Montes Claros - MG
2012

FIGURA 4 – Folha de rosto (modelo definitivo)


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

2.1.1.3 Listas: de ilustrações, de tabelas, de abreviaturas e siglas e de


símbolos

Todas essas listas são, na verdade, elementos opcionais dentre os elementos


pré-textuais.
32

A lista ilustrações (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos,


mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outras) é elaborada de acordo
com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome
específico, travessão, título e respectivo número da folha ou página.

FIGURA 5 – Lista de Ilustrações


Fonte: www.unisul.br

A lista de tabelas é elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto,


com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo
número da folha ou página.

FIGURA 6 – Lista de Tabelas


Fonte: www.unisul.br

No caso da lista de abreviaturas e siglas, essa consiste na relação alfabética


das abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras ou expressões
33

correspondentes grafadas por extenso. Deve-se evitar ao máximo a utilização de


abreviaturas. No caso das siglas, quando aparecerem pela primeira vez no texto (e
não na lista de siglas), deverão ser citadas primeiramente por extenso, seguida da
sigla entre parênteses. Exemplo: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO).
Na norma, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo –
abreviaturas e siglas.

FIGURA 7 – Lista de Abreviaturas


Fonte: www.unisul.br

FIGURA 8 – Lista de Siglas


Fonte: www.unisul.br
34

Com relação à lista de símbolos, essa deverá ser apresentada na mesma


ordem em que os símbolos são apresentados no texto, cada um deles deverá vir
seguido do significado correspondente na lista.

FIGURA 9 – Lista de Símbolos


Fonte: www.unisul.br

2.1.1.4 Sumário

Elaborado de acordo com a ABNT NBR 6027:2003, o sumário tem por


finalidade dar uma visão geral do trabalho e facilitar a localização dos assuntos. Ele
deverá conter as principais partes do texto (divisões, seções e outras), obedecendo
à mesma ordem e grafia em que aparecem no texto, seguindo a numeração
progressiva. Cada parte deverá ser acompanhada da respectiva página. Devem-se
utilizar somente algarismos arábicos e os títulos devem ser destacados tal como na
sua apresentação tipográfica no texto. Devem ser digitados alinhados à esquerda da
página e os elementos que antecedem ao sumário (dedicatória, agradecimentos,
resumo, etc.) não devem ser descritos no mesmo. A palavra sumário deve ser
centralizada e com a mesma tipologia da fonte utilizada para as seções primárias e
os títulos, e os subtítulos, se houver, sucedem os indicativos das seções. Se houver
um único sumário, podem ser colocadas traduções dos títulos após os títulos
originais, separados por barra oblíqua ou travessão; e se o documento for
apresentado em mais de um idioma, para o mesmo texto, recomenda-se um sumário
separado para cada idioma, inclusive, com a palavra sumário em páginas distintas.
35

Modelo FACIT de sumário acordado com a norma

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 08
1.1 Objetivo ............................................................................................................................. 09
1.2 Estrutura ............................................................................................................................ 10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 12


2.1 Geossistemas .................................................................................................................... 13
2.2 Geoprocessamento ............................................................................................................ 20

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................... 65


3.1 Material ............................................................................................................................. 66
3.2 Etapas Do Trabalho ........................................................................................................... 68
3.3 Metodologia ...................................................................................................................... 73
3.3.1 Análise geossistêmica ..................................................................................................... 86
3.3.1.1 Meios bióticos ............................................................................................................... 89
3.3.1.2 Avaliação da fragilidade ambiental ............................................................................... 93
3.3.1.2.1 Rochas carbonáticas ................................................................................................. 94
3.3.1.2.2 Relevo cárstico .......................................................................................................... 95
3.3.1.2.3 Carste encoberto ....................................................................................................... 96
3.3.2 Qualidade ambiental .......................................................................................................109

4 RESULTADOS .................................................................................................................... 115

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................ 125

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................. 137

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 139

APÊNDICE ............................................................................................................................. 141

ANEXOS ................................................................................................................................. 143

FIGURA 10 – Sumário
Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

2.1.2 Elementos textuais

Os elementos textuais de um projeto de pesquisa são os que compõem o


substrato do projeto ou o projeto propriamente dito. Trata-se dos itens principais que
delinearão como de fato ocorrerá a pesquisa posterior, monitorada por um
cronograma. A parte textual, em termos gerais, é composta pelos seguintes
elementos: introdução, tema, problema de pesquisa, hipótese(s), objetivos (geral e
específicos), justificativa, referencial teórico, metodologia, cronograma de atividades
e orçamento. Todos esses itens visam aperfeiçoar o trabalho do pesquisador,
36

impedindo que ele perca tempo, dinheiro, ou que tenha retrabalho com etapas não
ou mal planejadas.

2.1.2.1 Introdução

É a apresentação da proposta geral do projeto de pesquisa. É aqui que se deve


delimitar o assunto, apresentar o problema de pesquisa e propor os objetivos, em
um formato de texto que seja conciso e em tom de apresentação propriamente dita.
A introdução pretende responder às questões: o quê? Por quê? Para quem?
Segundo França e Vasconcellos (2009, p. 82), fica a critério de o autor apresentar
nesse item “um breve histórico, justificativas e objetivos do projeto, definições
conceituais e das variáveis, formulação de hipóteses e uma pequena revisão de
literatura”. No entanto, para fins de otimização, organização estética e formal e
clarificação do que se pretende com o projeto de pesquisa apresentado pelos
pesquisadores da FACIT, recomenda-se que os itens do projeto sejam
desenvolvidos em separado e após o texto introdutório.

2.1.2.2 Tema

Sobre esse item, devemos ter clareza sobre a aplicação de três termos que
geralmente são confundidos na composição de um tema de pesquisa: assunto, tema
e título. O que é um assunto? O que é um tema? E o que é um título? As respostas
para essas questões, que parecem apontar para um mesmo caminho, na verdade,
contêm especificidades que podem confundir o pesquisador.
Primeiramente, o que se entende por assunto é a inspiração que pode surgir de
situações profissionais, pessoais, de experiências científicas, de leituras, de
questionamentos levantados através da observação e constatação de fatos
vivenciados na realidade. Um acadêmico que, por exemplo, vivencie
profissionalmente, no ramo de telecomunicações, a experiência com telemetria,
poderá pensar em um assunto de pesquisa que envolva essa questão. No entanto,
pensar em um assunto ainda não é ter um tema, tal como se recomenda em
pesquisa, a saber, delimitado ou especificado. Sendo assim, o que se denomina por
37

tema, trata-se da delimitação do assunto que se deseja estudar e pesquisar e que


deve conter algumas características essenciais como a originalidade (não quer dizer
que seja inédito, mas que dê um novo enfoque a um assunto antigo), a importância
e a viabilidade (CASTRO, 1977).
Delimitar é selecionar um tópico ou parte a ser focalizada. Não significa
restringir a abrangência do tema, mas, sim, definir os limites, ou seja, qual é o
sujeito, o objeto, a extensão e a circunstância que envolve o tema (SALVADOR,
1986). O sujeito do tema delimitado é o próprio assunto, a realidade sobre a qual se
deseja saber algo. O objeto é o que se deseja saber ou realizar a respeito do sujeito.
A extensão trata das qualidades ou estados especiais do sujeito e do objeto e as
circunstâncias são aquelas de tempo e espaço. No caso, por exemplo, do
acadêmico, cuja experiência profissional se constituiu em telemetria, no campo de
telecomunicações, o seu tema poderia ser delimitado da seguinte forma:
“Telemetria: aplicações com ênfase em monitoramento de rede de distribuição
elétrica no Norte de Minas Gerais (2010-2012)”. O sujeito seria o assunto
“telemetria”; o objeto, “as aplicações”; a extensão, “em monitoramento de rede de
distribuição elétrica”; e as circunstâncias seriam o tempo “2010-2012” e o espaço
“Norte de Minas Gerais”. É importante ressaltar, entretanto, que nem sempre as
circunstâncias de tempo e espaço revelam-se no enunciado do tema, no entanto,
isso não deve ser motivo para que elas não sejam delimitadas no projeto de
pesquisa.
Com relação ao título do projeto de pesquisa, acompanhado ou não por um
subtítulo, este se difere do que vimos por tema. O título é a sintetização do conteúdo
da delimitação do tema. Trata-se da apresentação “comercial”, por assim dizer, do
tema do projeto. Um projeto pode ter um tema “X”, com um título de capa diferente
do mesmo, isso porque, “o título de uma pesquisa não corresponde ao tema, nem à
delimitação do tema, mas emana dos objetivos geral e específicos, quase como uma
‘síntese’ dos mesmos” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 200). No caso do exemplo
acima, o título de capa poderia ficar, por exemplo, da seguinte maneira: “Telemetria:
aplicações em rede de distribuição elétrica”.

2.1.2.3 Problema de pesquisa


38

Depois de escolhido e delimitado o tema, deve-se fazer questionamentos a


respeito do mesmo, instituindo o problema que deverá ser solucionado por meio da
pesquisa. O problema deve ser formulado por meio de pergunta(s) a respeito do
tema abordado, de acordo com as dificuldades encontradas nas reflexões sobre o
assunto. Consiste na situação-problema sobre uma questão não resolvida e que é
objeto de discussão. Surge da hesitação, da perplexidade, da curiosidade do
pesquisador.
Aristóteles, em sua obra Metafísica (982b 12-13), já afirmava que a
investigação científico-filosófica tinha a sua origem no espanto, na estranheza e
perplexidade que os homens sentem diante dos enigmas do universo e da vida. É o
espanto que nos leva a formular perguntas e nos conduz à procura das respectivas
soluções. E é justamente disso que se trata um problema de pesquisa: apresentar a
nossa perplexidade por meio de uma ou mais perguntas que merecem investigação
científica. É desejável que o problema seja enunciado por questões na forma
interrogativa, geralmente com os verbos no presente.
O problema pode ser apresentado separadamente ou junto com a justificativa e
pretende responder à questão: o que pesquisar? No entanto, nem tudo que
pensamos ser um problema de pesquisa de fato o é. Eis alguns casos de pseudo-
problemas de pesquisa (DUARTE; FURTADO, 2002):
a) questões de valor e moral, que indagam sobre o certo e o errado das coisas,
suas qualidades ou defeitos, desejos, boa ou má:
- é bom ou ruim bater nos filhos?
b) os chamados problemas de engenharia, que expressam como fazer alguma
coisa:
- como melhorar o transporte coletivo?
Estas perguntas podem ser reformuladas no sentido de se transformarem em
verdadeiros problemas de pesquisa. Por exemplo:
a) existe uma relação entre adultos agressivos com crianças que apanharam
na infância?
b) quais as características do setor de transporte com maior desempenho e
com menor desempenho?
Certo é que, desde cedo, é preciso atentar ao pesquisador da FACIT sobre o
que é um problema de pesquisa e um problema de intervenção e sobre a distinção
entre os dois. O projeto que aqui se propõe é o projeto de pesquisa, de investigação
39

da realidade a ser desvendada. Uma posterior intervenção poderá surgir do trabalho


de pesquisa e é permissível; no entanto, é importante que o pesquisador não
confunda as duas coisas. Quase sempre, problemas de intervenção, constituem-se
problemas de engenharia; não Engenharia enquanto ciência, mas daquela que
expressa como fazer algo que, como se viu acima, não se trata de um problema de
pesquisa. A investigação deverá preceder à intervenção.

2.1.2.4 Hipótese(s)

A hipótese é a resposta antecipada ao problema de pesquisa. Consiste em


oferecer ao problema uma resposta “provável, suposta e provisória” que será
confirmada ou refutada com a conclusão da pesquisa. Pode-se apresentar no
projeto de pesquisa o que se chama hipótese básica (a principal resposta) e aquelas
secundárias (complemento à principal). Nos estudos explicativos é obrigatória a
enunciação de hipóteses. Geralmente, as hipóteses não são explicitadas nos
estudos de caráter exploratório e nos estudos em que o objetivo é descrever um
determinado fenômeno ou características de uma população. A formulação de
hipóteses é comumente feita de forma afirmativa e no tempo presente; podendo,
contudo ser formulada de forma condicional. Eis os seguintes exemplos: a) “a
profundidade do sono influencia a espécie de humor que a pessoa tem no dia
seguinte” (hipótese na forma afirmativa); b) “Se constata diferentes graus na escala
do sono de pessoa diferentes, então, constatar-se-á diferentes espécies de humor
no dia seguinte” (hipótese na forma condicional)2.

2.1.2.5 Objetivo(s)

Os objetivos da pesquisa são as operacionalizações das questões definidas.


Deve-se iniciar a redação dos mesmos com verbos no infinitivo e é desejável que se
indique um objetivo geral (de forma global, o resultado principal que se deseja
alcançar – decorrente da hipótese) e tantos objetivos específicos quantas forem as

2
Para uma boa indicação de como se produz uma hipótese em ciência, leia:
COPI, Irving M. Ciência e hipótese. In: _____. Introdução à lógica. 2. ed. Trad. Álvaro Cabral. São
Paulo: Mestre Jou, 1978. p. 377-422.
40

questões formuladas. Cada objetivo específico servir-se-á para operacionalizar o


objetivo geral. Os objetivos de um projeto pretendem responder à questão: para que
pesquisar?
Sobre a dificuldade na utilização de verbos no infinitivo, apresentamos aqui
alguns verbos que podem ser utilizados em cada nível do domínio cognitivo:

QUADRO 1
Verbos aplicados aos níveis do domínio cognitivo

CONHECIMENTO COMPREENSÃO APLICAÇÃO ANÁLISE SÍNTESE AVALIAÇÃO


Apontar Descrever Aplicar Analisar Avaliar Avaliar
Definir Discutir Demonstrar Calcular Compor Escolher
Enunciar Explicar Dramatizar Categorizar
Conjugar Estimar
Inscrever Expressar Empregar Comparar Constituir Julgar
Marcar Identificar Esboçar ContrastarCoordenar Medir
Nomear Localizar Ilustrar Criticar Criar Selecionar
Recordar Narrar Interpretar Debater Dirigir Taxar
Registrar Reafirmar Inventariar Diferenciar
Erigir Validar
Relacionar Reconhecer Operar DistinguirEsquematiza Valorizar
Relatar Revisar Praticar Examinar Formular
Repetir Traduzir Traçar Provar Organizar
Sublinhar Transcrever Usar InvestigarPlanejar
Reunir
Fonte: Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos – Unimontes (Adaptado)

2.1.2.6 Justificativa

É a única parte do projeto de pesquisa que procura responder à questão: por


que pesquisar? Para alguns pesquisadores, principalmente aqueles que recorrem
habitualmente às agências de fomento em busca de subsídio para as suas
pesquisas, a justificativa torna-se um dos mais importantes itens do projeto, visto
que, contribuirá decisivamente para a aceitação ou não da pesquisa a ser
financiada. Dito popularmente é nela que se “vende o peixe”. Portanto, é preciso
justificar convincentemente a escolha do tema e demonstrar que se trata de uma
questão relevante a ser pesquisada.
Nesse movimento de justificativa, é fundamental informar, de forma objetiva e
precisa, sobre o que está sendo “construído” pelo autor do trabalho: é outra forma de
discutir um assunto? Em que ponto se encontra a discussão? Está buscando outro
tipo de abordagem? Devem-se indicar, ainda, as contribuições que se esperam
41

atingir, do ponto de vista teórico e prático, depois de concluído o estudo. Uma boa
justificativa deve enfatizar:

 o estágio em que se encontra a teoria respeitando ao tema;


 as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer:
- confirmação geral
- confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa
- especificação para casos particulares
- clarificação da teoria
- resolução de pontos obscuros etc.;
 Importância do tema do ponto de vista geral;
 Importância do tema para os casos particulares em questão;
 Possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada
pelo tema proposto;
 Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares etc.
(MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 202).

Aconselha-se, ainda, acrescentar trabalhos relevantes publicados na área em


questão, equiparando seus conceitos aos conceitos principais do projeto de
pesquisa.

2.1.2.7 Referencial teórico

O projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos


sobre os quais o pesquisador fundamentará sua interpretação. É imprescindível
correlacionar os dados e fatos colhidos através de fonte primária com o universo
teórico, optando-se por um modelo teórico que sirva de embasamento à
interpretação do significado daquelas informações obtidas. Tudo isso porque,
mesmo no caso de uma pesquisa de caráter exploratório (avaliação de uma situação
concreta desconhecida) ou descritivo (exposição de uma situação concreta
qualquer), “em um dado local, alguém ou um grupo, em algum lugar, já deve ter feito
pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da
pesquisa pretendida” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 208). Seria muita pretensão
querer atingir um conhecimento ou inovação absolutamente genuínos e
completamente originais, divorciados de todo o conjunto de conhecimentos
produzidos pela humanidade até o presente. Em algum lugar da literatura, alguém
deve ter pensado algo de semelhante ao que pensamos que poderá fundamentar as
nossas ideias. Sendo assim, resta-nos buscar a fundamentação teórica e com ela
42

relacionar a nossa matéria, sob diferentes aspectos, à literatura pertinente,


conseguindo com isso, maior clareza e segurança na formulação, delimitação e
resolução do problema a ser pesquisado. Só devemos tomar cuidado para não
reescrevermos a obra dos autores que embasam a teoria escolhida, reconstruindo
um verdadeiro tratado, certamente desinteressante e de menor qualidade.
Em muitos projetos de pesquisa o referencial teórico já é apresentado na
introdução. No entanto, quando a quantidade de elementos levantados na revisão de
literatura é elevada, a apresentação do referencial teórico na introdução torna-se
desinteressante por ampliar por demais o texto introdutório – pressupostamente uma
breve apresentação do projeto. Sendo assim, a proposta para a constituição do
referencial teórico do projeto de pesquisa desenvolvido na FACIT, será de que o
mesmo seja desenvolvido em um tópico a parte.

2.1.2.8 Metodologia

Segundo Minayo (1995, p. 42), “a metodologia é uma parte complexa e deve


requerer maior cuidado do pesquisador”. Esta é a fase em que o projeto de pesquisa
apresenta, em pormenores, o caminho, a trajetória que será seguida para buscar
respostas para as questões da pesquisa. A principal questão a ser respondida com a
metodologia é sobre como pesquisar? Que vai desde a indicação da tipologia do
estudo a ser desenvolvido, à indicação da população e da amostra do objeto de
estudo, à estratégia de pesquisa e aos instrumentos de coleta de dados e
informações que serão utilizados. Muitas outras questões ainda precisam ser
respondidas na constituição de uma metodologia. Eis algumas delas (DUARTE;
FURTADO, 2002):
a) qual o tipo de pesquisa? (quantitativa? qualitativa? ou quali-quantitativa?);
b) qual a tipologia de estudo? (descritivo? explicativo? ou exploratório?);
c) quais os métodos utilizados? (levantamento? – Survey - , experimental?
estudo de caso?...);
d) qual a técnica de coleta de dados? (entrevista? questionário? formulário?
pesquisa de campo?...);
e) com que fazer? (orçamento);
f) como tratar as informações? (tabulação? análise e interpretação de dados?);
43

g) quem irá fazer? (o próprio pesquisador? um serviço terceirizado?);


h) qual a unidade de análise? (aquilo que será descrito e analisado);
i) qual(is) a(s) unidades de observação? (informantes? ou fontes de
observação?);
j) quais as variáveis serão analisadas? (variáveis independentes e
dependentes; variáveis moderadoras e de controle; variáveis extrínsecas e
componentes; variáveis intervenientes e antecedentes);
k) que categorias ou atributos serão observados? (projetos? serviços?
reuniões?...);
l) quais os procedimentos estatísticos serão utilizados? (Análise de variância?
correlação? teste de Student? qui-quadrado? regressão? proporção?);
m) qual o outro tipo de técnica e tratamento dos dados será utilizado? (Análise
de conteúdo: hermenêutica ou categoria numérica?).
Gostaríamos de abrir aqui um adendo para alguns aspectos que se referem a
uma das etapas mais concretas de uma pesquisa, a saber, a utilização de
instrumentos de coleta de dados. Sobre as outras respostas às perguntas
supramencionadas, em função dos limites deste texto não será possível tratá-las em
suas particularidades para além daquilo que já foi tratado no capítulo 1 (sobre
pesquisa quantitativa e qualitativa), que adianta a resposta para muitas destas
questões3.

2.1.2.8.1 Instrumentos de coleta de dados

Como foi visto no capítulo 1 deste manual, a própria percepção sobre se uma
pesquisa caracteriza-se como quantitativa ou qualitativa está diretamente
relacionada ao(s) modelo(s) de instrumento(s) de coleta de dados utilizado pelo
pesquisador nessa pesquisa. Vimos ali que os dados de uma pesquisa podem ser
levantados de forma quantitativa (com dados primários: estudos observacionais,
experimentos; e com dados secundários: pesquisa documental, revisão e
metaanálise) e qualitativa (por entrevista, grupos focais e observação direta). Sendo

3
Sobre uma boa indicação de literatura a respeito de constituição do item Metodologia do Projeto de
pesquisa leia:
DUARTE, S. V.; FURTADO, M. S. V. Manual para elaboração de monografias e projetos de pesquisa.
3. ed. Montes Claros: Ed. Unimontes, 2002. p. 49-67.
44

assim, o levantamento de dados é feito pelos procedimentos de pesquisa


bibliográfica, pesquisa documental e contatos diretos (pesquisa de campo ou
laboratório).
A coleta de dados é, portanto, a etapa da pesquisa em que se inicia a
aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas. Elaborados os
instrumentos de pesquisa, o procedimento mais utilizado para averiguar a sua
validade é o teste-preliminar ou pré-teste que consiste em testar os instrumentos da
pesquisa sobre uma pequena parte da população do “universo” (5 a 10%) ou da
amostra, antes de ser aplicado definitivamente, a fim de evitar que a pesquisa
chegue a um resultado falso. O seu objetivo, portanto, é verificar até que ponto
esses instrumentos têm, realmente, condições de garantir resultados isentos de
erros (MARCONI; LAKATOS, 2010). Os instrumentos de coleta de dados são:
a) coleta documental;
b) observação;
c) entrevista;
d) questionário;
e) formulário;
f) medidas de opinião e de atitudes;
g) técnicas mercadológicas;
h) testes;
i) análise de conteúdo;
j) história de vida.
Desta lista, o capítulo 1 deste manual já tratou da coleta documental, da
observação, da entrevista, das medidas de opinião e atitudes (tendências), das
técnicas mercadológicas (grupo focal), dos testes (experimentos) e da análise de
conteúdo (revisão). Falta-nos, portanto, discorrer a respeito de questionário,
formulário e história de vida.
Com relação ao questionário, enquanto um dos mais utilizados instrumentos de
coleta de dados, trata-se de um conjunto ordenado e consistente de perguntas a
respeito de variáveis e situações que se deseja medir ou descrever. A base para a
utilização de um questionário dependerá dos objetivos específicos da pesquisa.
Existem dicas que são importantes na organização de um questionário:
a) não existem normas rígidas para sua elaboração;
b) o pesquisador deverá incluir instruções para o seu preenchimento;
45

c) as questões deverão estar organizadas em uma ordem lógica e sequencial;


d) atente-se para o tamanho do questionário, não o estenda demais;
e) aplique um pré-teste antes do questionário definitivo;
f) os tipos de perguntas de um questionário podem sem:
- abertas (totalmente desestruturadas, com associação de palavras, ou
complemento de frase);
- fechadas (dicotômicas ou de múltipla escolha);
- outros (ordenação; atribuição notas);
- mistas (duplas).
g) quanto à formulação das perguntas:
- devem ser claras e compreensíveis;
- não devem causar desconforto aos respondentes;
- devem se referir a uma única ideia de cada vez;
- não devem induzir respostas;
- as alternativas oferecidas devem ser coletivamente exaustivas e
mutuamente excludentes.
Algumas são as vantagens para o uso de questionário, por exemplo, em
relação ao uso de entrevista:
a) economia de tempo, recursos financeiros, etc.;
b) atinge maior número de pessoas simultaneamente;
c) pode abranger uma área geográfica mais ampla;
d) maior liberdade de respostas para sujeitos da pesquisa.
No entanto, pode-se ainda apontar para algumas limitações, como, por
exemplo:
a) dificuldades com retorno dos questionários por parte dos respondentes;
b) perguntas sem respostas e respostas invalidadas;
c) dificuldades de compreensão das perguntas por parte do respondente.
Mesmo assim, é inquestionável a efetividade do uso do questionário, sendo
este instrumento de coleta de dados um dos maiores aliados do pesquisador no
desvelamento da realidade.
No caso do formulário, esse se presta para a obtenção das informações
diretamente do entrevistado, numa situação face a face. Trata-se de
46

uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de dados


resultantes quer da observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento
é feito pelo próprio investigador, à medida que faz as observações ou
recebe as respostas, ou pelo pesquisado, sob sua orientação (NOGUEIRA,
1968, p. 129).

O formulário apresenta, então, essa particularidade frente ao questionário, pois


seu preenchimento dá-se no frente a frente com o entrevistado, permitindo que as
informações sejam coletadas direta e imediatamente.
Tal como o questionário, que apresenta vantagens de desvantagens, o mesmo
ocorre com o formulário. Eis algumas delas (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Com relação às vantagens:
a) pode ser aplicado em quase todos os seguimentos da sociedade, pois o seu
preenchimento é feito pelo entrevistador;
b) a harmonia investigativa pode ser favorecida devido ao contato pessoal
entre o pesquisador e o respondente;
c) a presença do pesquisador é um fato positivo, pois ele pode explicar os
objetivos da pesquisa, orientar no preenchimento e elucidar as perguntas
que não estejam muito claras;
d) há uma flexibilidade para se adaptar às necessidades de cada situação. O
formulário pode ser reajustado para facilitar a compreensão;
e) obtenção de dados mais complexos e úteis;
f) facilidade na aquisição de um número representativo de informantes, em
determinado grupo;
g) uniformidade dos símbolos utilizados, pois é preenchido pelo próprio
pesquisador.
Quanto às desvantagens, temos:
a) menor liberdade nas respostas, em virtude da presença do entrevistador;
b) risco de distorções, pela influência do aplicador;
c) menos prazo para responder às perguntas; não havendo tempo para pensar
elas podem ser invalidadas;
d) mais demorado, por ser aplicado a uma pessoa de cada vez;
e) insegurança das respostas pela falta do anonimato;
f) pessoas possuidoras de informações necessárias podem estar em
localidades muito distantes, tornando a resposta difícil, demorada e
dispendiosa.
47

Certo é que as vantagens do formulário são evidentes, principalmente pelo fato


de que será o pesquisador aquele que terá o contato direto com o respondente,
evitando assim, que informações sejam omitidas ou que se falte com a verdade no
preenchimento do instrumento, como é possível que se ocorra com os questionários,
quando possibilitam, pelo fato de serem recolhidos a posteriori, que terceiros
respondam em lugar dos verdadeiros interessados à pesquisa.
Com a história de vida o que se pretende é “obter dados relativos è
‘experiência íntima’ de alguém que tenha significado importante para o
conhecimento do objeto de estudo” (MARCONI; LAKATOS, 2012, p. 206). Muito
utilizado em Ciências Humanas, principalmente, nas pesquisas historiográficas.

2.1.2.9 Cronograma de atividades

O cronograma é a previsão do tempo a ser gasto com as respectivas etapas da


pesquisa, que vão desde a preparação do projeto de pesquisa até a entrega do
trabalho redigido. Discrimina quando cada atividade prevista será realizada,
podendo ser mais ou menos detalhado conforme o interesse do pesquisador.
Ele é apresentado em uma tabela, cujo cabeçalho contém as etapas e o tempo;
e em seu corpo se assinala o período gasto por etapa. O cronograma deve
responder à questão: quando pesquisar?

FIGURA 11 – Modelo de Cronograma


Fonte: Centro Universitário do Paraná (2007)

2.1.2.10 Orçamento
48

Para se ter uma estimativa dos gastos com a pesquisa, convém que seja
elaborado um orçamento onde serão discriminadas e quantificadas as despesas
previstas (material de escritório, pessoal, serviços de terceiros, transportes, estadias,
outros); bem como, a origem dos recursos necessários à realização da pesquisa
(recursos próprios, patrocínio, financiamento). O item orçamento deve responder a
seguinte questão: com que recursos?

FIGURA 12 – Modelo de orçamento


Fonte: Mercado de Montes Claros/MG, agosto, 2012.

2.1.3 Elementos pós-textuais

Constituem os elementos pós-textuais de um projeto de pesquisa: as


referências, o glossário (elemento opcional), o apêndice (elemento opcional), os
anexos (elemento opcional), índice (elemento opcional).

2.1.3.1 Referências

Existe normalização específica para referências e esta consta da ABNT NBR


6023:2002. As referências são o conjunto de indicações que permitem a
identificação de publicações no todo ou em parte que foram consultadas e utilizadas
49

na elaboração do projeto de pesquisa. Geralmente é apresentada em ordem


alfabética.
A ABNT NBR 15287:2011 que trata da estrutura do projeto de pesquisa, não
apresenta como parte dos elementos pós-textuais de um projeto a “bibliografia”. Se
assim o fosse, estaria se referindo a todo material que fora consultado, referenciado
ou não, para o trabalho de constituição do projeto. Em vez disso, a norma fala de
“referências”, isto é, da relação do material escrito efetivamente consultado e
utilizado para a elaboração do documento final, que coincide com as citações no
texto do trabalho final. As instruções sobre a normalização e apresentação das
referências constarão no capítulo 4 deste manual.

2.1.3.2 Glossário

O glossário é um vocabulário no qual é dado o significado de palavras ou


expressões relativas à determinada especialidade técnica, científica, etc. ou de
sentido obscuro, as quais aparecem em ordem alfabética.

FIGURA 13 – Modelo de Glossário


Fonte: www.unisul.br

2.1.3.3 Apêndice
50

São constituídos por documentos que servem como suporte para elucidar ou
ilustrar o trabalho, embora não sejam essenciais à sua compreensão. Sua
elaboração é de responsabilidade do próprio autor (NBR 14724:2011).

FIGURA 14 – Modelo de Apêndice


Fonte: www.unisul.br

2.1.3.4 Anexos

São os documentos não elaborados pelo autor e que servem de


fundamentação, comprovação ou ilustração. Exemplo: mapas, leis, estatutos, etc.

2.1.3.5 Índice

O índice é o detalhamento dos assuntos, divisões, nomes, datas e outros


elementos que o autor deseja salientar, indicando sua exata localização dentro do
texto. Ele é elaborado de acordo com a ABNT NBR 6034:2004 e é composto por
51

uma relação de palavras ou frases que remetem e localizam informações abordadas


no texto do trabalho. Deve obedecer à ordem alfabética: autores, assuntos, títulos,
pessoas e/ou entidades, nomes geográficos, anunciantes e matérias publicitárias.
Serão observadas, também, a ordem sistemática, a ordem cronológica, a ordem
numérica e a ordem alfanumérica, sucedidas do número da folha de sua localização
no texto. Para trabalhos acadêmicos, é utilizado, comumente, o índice geral
(assuntos e autores), ordenados alfabeticamente.
O título é composto pela palavra índice, seguida da definição do seu conteúdo,
em maiúsculo e negrito, com alinhamento centralizado.
O texto tem alinhamento esquerdo, podendo ser dividido em colunas, e
espacejamento entrelinhas de 1,5.

FIGURA 15 – Modelo de Índice


Fonte: www.unisul.br
52

CAPÍTULO 3 MONOGRAFIAS: ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO (NBR


14724:2011)

Os termos monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado, na


prática, acabam por marcar uma determinada etapa da produção acadêmica e não
propriamente delimitar características científicas radicalmente diferentes. Eles
podem indicar, inclusive, trabalhos em nível de profundidade semelhante, a
depender dos objetivos do autor e das exigências da IES à qual o pesquisador se
vincula. No entanto, é prática acadêmica histórica se esperar que monografias (ou
projeto de graduação, ou projeto de monografia) sejam mais simples, mais genéricas
e menos profundas e especializadas do que as dissertações de mestrado e as teses
de doutorado.
As monografias são exigidas geralmente ao final dos cursos de graduação
(especialmente nos bacharelados) e de especialização ou pós-graduação Lato
sensu. No caso das dissertações, estas são apresentadas como conclusão do
mestrado; não exigem originalidade, mas que o pesquisador revele a capacidade
para tratar academicamente de um determinado assunto. No caso da tese de
doutorado, nesta encontra-se a exigência de originalidade; originalidade não no
sentido de que o pesquisador terá que “reinventar a roda”, mas no sentido de que o
enfoque dado à questão proposta, ainda não tenha sido devidamente analisado,
aprofundado e desvendado como se propõe a tese. Dissertações e teses são
exigidas como conclusão de cursos de pós-graduação Stricto sensu, que darão aos
alunos os títulos de mestre e doutor, respectivamente.
Para fins de normalização do trabalho monográfico da FACIT, o presente
manual apresenta um aperfeiçoamento do “Guia para Elaboração da Monografia da
Graduação” (2007), tendo em vista da necessidade de apresentar além da forma,
uma contribuição de caráter epistemológico à produção, apontando ao pesquisador,
a partir da literatura especializada, um possível e eficaz caminho para a composição
do documento final. Sendo assim, apresentam-se aqui as orientações quanto ao
formato geral e quanto à distribuição dos capítulos da monografia para os cursos de
graduação e pós-graduação da FACIT.

3.1 Elementos estruturais de uma monografia


53

O que aqui se apresenta, trata-se de todos os elementos que compõem uma


monografia e a proposta é a de que todos os acadêmicos e professores sigam este
padrão tendo em vista um formato comum institucional.
Tal como o projeto de pesquisa, uma monografia é composta de elementos
pré-textuais, textuais e pós-textuais; sempre que os elementos de ambos se
apresentarem aqui como coincidentes faremos remição aos mesmos quando de sua
ocorrência no capítulo 2.
Conforme ABNT NBR 14724:2011, que versa sobre trabalhos acadêmicos, a
estrutura abaixo é a que constitui o documento que representa o resultado de um
estudo ou pesquisa sobre um assunto acadêmico, em nosso caso, uma monografia.

FIGURA 16 – Estrutura do trabalho acadêmico


Fonte: ABNT NBR 14724:2011

3.1.1 Parte externa: capa e lombada


54

Sobre os elementos que compõem a parte externa de uma monografia,


apresentamos aqui as regras para estes elementos que são:
a) capa (elemento obrigatório)
A capa é parte externa do trabalho, servindo como proteção física, constando
informações essenciais à sua identificação. Com relação à sua formatação,
especialmente à posição dos elementos, bem como, o tamanho de suas fontes, veja
o modelo FACIT no item 2.1.1.1 deste manual.
Para a composição da capa dura, enquanto exigência para o depósito da
versão final (aprovada e corrigida em termos metodológicos e quanto à ortografia e
gramática) na biblioteca, “o trabalho final deve ser encadernado com capa e
contracapa duras, em cor preta, com escritos em dourado, tendo na lombada o título
e nome do aluno em letras douradas” (FACIT, 2007)4.
b) lombada
As informações da lombada serão impressas conforme a ABNT NBR
12225:2004 que a normaliza. Orienta a norma:
- quanto à estrutura a lombada deve conter: o(s) nome(s) do(s) autor(es),
quando houver; o título do trabalho; os elementos alfanuméricos de
identificação de volume, fascículo e data, se houver;
- o nome do autor deve ser impresso no mesmo sentido da lombada. Se
houver mais de um autor, os nomes devem ser impressos um abaixo do
outro nas lombadas horizontais e separados por sinais de pontuação,
espaços ou sinais gráficos nas lombadas descendentes, abreviando-se
ou omitindo-se o(s) prenome(s), quando necessário, no caso de autores
pessoais;
- o título deve ser impresso no mesmo sentido do(s) nome(s) do(s)
autor(es), abreviado, quando necessário. O título da lombada FACIT
será impresso longitudinalmente (descendente) e legível, em dourado,
do alto para o pé da lombada. Esta forma possibilita a leitura, quando o
documento está com a face dianteira voltada para cima;

4
Refere-se ao documento:
GUIA PARA ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO. Elaboração Elciax Cristina de
Sousa. Montes Claros: FACIT, 2007.
55

- os elementos alfanuméricos de identificação, se houver, devem


corresponder ao conteúdo abrangido pelo documento, abreviados,
quando necessário, de acordo com sua natureza, separados por sinais
de pontuação, espaços ou sinais gráficos, e impressos no mesmo
sentido da lombada.

FIGURA 17 – Lombada
Fonte: ABNT NBR 12225:2004

3.1.2 Parte interna: os elementos pré-textuais

Quanto aos elementos pré-textuais de uma monografia, existem alguns


acréscimos em relação àqueles do projeto de pesquisa para os quais atentaremos
aqui. Na medida em que os elementos se coincidirem com os do projeto de
pesquisa, apontaremos para os modelos anteriores. Eis do que compõe os
elementos pré-textuais:
a) folha de rosto (elemento obrigatório)
Vide o modelo FACIT, apresentado no item 2.1.1.2 deste manual.
b) errata (elemento opcional)
A errata é a parte que trata exclusivamente da correção de erro material
ocorrido na publicação. É inserida logo após a folha de rosto, em papel avulso ou
encartado, com indicação das folhas e linhas em que ocorreram erros.
Ex:
ERRATA
Folha Linha Onde se lê Leia-se
32 3 merketing marketing
53 8 (SIQUEIRA, 1990) (CERQUEIRA, 1990)
56

c) folha de aprovação (elemento obrigatório)


Deve conter o nome do autor e título (e subtítulo) por extenso, o local e data de
aprovação, o nome dos membros que compuseram a banca examinadora, bem
como das instituições a que pertencem, e sua assinatura.
Padrão de folha de aprovação FACIT

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MONTES CLAROS


(caixa alta, tamanho 14, centralizado)
Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros
(iniciais maiúsculas, tamanho 14, negrito, centralizado)

Nome do autor
(tamanho 14, centralizado)

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER


(caixa alta, centralizado, tamanho 14)

Esta monografia foi julgada adequada como


parte dos requisitos para a obtenção do
diploma de Engenheiro... Aprovada pela
banca examinadora da Faculdade de
Ciência e Tecnologia de Montes Claros
(justificado, tamanho 12, recuado a 1 cm da
margem direita)

_______________________
Prof. Renato Dourado Maia
Coord. do Curso de Engenharia de Controle e Automação

Banca Examinadora

Prof. Renato Dourado Maia, FACIT/


(Orientador)

Prof. Sebastião R. A. Filho, FACIT

Prof. Marcel Veloso Campos, FACIT

Montes Claros, 07 de dezembro de 2012


(a partir da assinatura do coordenador do curso os elementos também terão o tamanho
da fonte em 12)

FIGURA 18 – Padrão de folha de aprovação FACIT


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)
57

Modelo definitivo de folha de aprovação FACIT

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MONTES CLAROS


Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros

Nome do autor

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER

Esta monografia foi julgada adequada


como parte dos requisitos para a
obtenção do diploma de Engenheiro...
Aprovada pela banca examinadora da
Faculdade de Ciência e Tecnologia de
Montes Claros
(justificado, tamanho 12, recuado a 1 cm
da margem direita)

_______________________
Prof. Renato Dourado Maia
Coord. do Curso de Engenharia de Controle e Automação

Banca Examinadora

Prof. Renato Dourado Maia, FACIT/


(Orientador)

Prof. Sebastião R. A. Filho, FACIT

Prof. Marcel Veloso Campos, FACIT

Montes Claros, 07 de dezembro de 2012

FIGURA 19 – Modelo definitivo de folha de aprovação FACIT


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)
58

d) dedicatória (elemento opcional)


A dedicatória é uma homenagem prestada a uma ou mais pessoas,
considerando critérios puramente pessoais. É feita na última linha do texto, deve
situar-se na margem inferior a partir do centro da página.

Dedico este trabalho


a todos àqueles que
acreditam que a
ousadia e o erro são
caminhos para as
grandes realizações.

FIGURA 20 – Dedicatória
Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de
Graduação FACIT

e) agradecimentos (elemento opcional)


Os agradecimentos podem ser feitos tanto a pessoas quanto a entidades que
deram alguma contribuição relevante para a elaboração do trabalho. O texto deve
ser redigido em fonte tamanho 12, justificado às margens e com espaço entrelinhas
de 1,5. O título deverá vir centralizado, tamanho 12, não numerado, em caixa alta e
separado por dois espaços simples do texto.
f) epígrafe (elemento opcional)
É a citação de uma frase de algum autor que expresse, de forma consistente, o
conteúdo do trabalho. A localização, se nos elementos pré-textuais ou no início de
cada capítulo, fica a critério da estética do autor do trabalho. Deve vir acompanhada
59

do nome do autor da frase. Podem estar localizadas também nas folhas de abertura
das seções primárias. É um item dispensável. Quando colocada entre os elementos
pré-textuais, deve ser feita na última linha do texto e situar-se na margem inferior a
partir do centro da página.
g) resumo (informativo), seguido de palavras-chave (elemento obrigatório)
O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões
do trabalho. Quanto à extensão:
- para monografias e artigos, até 250 palavras;
- para relatórios, dissertações e teses, até 500 palavras.
O espaço entrelinhas da redação do resumo deve ser espaço simples. O título
deverá vir centralizado, tamanho 12, não numerado, em caixa alta e separado por
dois espaços simples do texto.
Seguem-se ao resumo as palavras-chave (no mínimo três, representativas do
conteúdo).

RESUMO

O presente texto, organizado e revisado


pela bibliotecária Elciax Cristina de
Sousa, apresenta as normas a serem
seguidas pelos alunos da Faculdade de
Ciência e Tecnologia de Montes Claros
na disciplina Projeto de Graduação.

Palavras-Chave: modelo, projeto de


graduação, normas.

FIGURA 21 – Resumo
Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de
Graduação FACIT (adaptado)

h) resumo em língua estrangeira, seguido de palavras-chave no mesmo idioma


(elemento obrigatório)
O resumo em língua estrangeira é uma versão do resumo feito em português
para outra língua de veiculação internacional, como inglês (Abstract), francês
60

(Resumée), espanhol (Resumen) ou Alemão (Inhalt). Não esquecendo também das


palavras-chave. O espaço entrelinhas da redação do resumo em língua estrangeira
deve ser espaço simples. O título deverá vir centralizado, tamanho 12, não
numerado, em caixa alta e separado por dois espaços simples do texto.

ABSTRACT

The present text, organized and


revised for the librarian Elciax Cristina
de Sousa, presents the norms to be
followed for the pupils of the College of
Ciência e Tecnologia de Montes Claros
in disciplines of Graduation. Such
norms had been approved by the
Collegiate one in December of 2006.

Keywords: model, project of


graduation, norms.

FIGURA 22 – Abstract
Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de
Graduação FACIT (adaptado)

i) listas: ilustrações, tabelas, abreviaturas e siglas, símbolos (elementos


opcionais)
Para todas estas listas, valem as mesmas orientações dadas no item 2.1.1.3
deste manual. Favor retornar ao referido item e operacionalizar tal como ali
exemplificado.
O título deverá vir centralizado, tamanho 12, não numerado, em caixa alta e
separado por dois espaços simples das listas.
m) sumário (elemento obrigatório)
Vale a mesma orientação para o sumário. Retorne ao item 2.1.1.4 deste
manual e veja ali o modelo de sumário preconizado pela norma. O título deverá vir
61

centralizado, tamanho 12, não numerado, em caixa alta e separado por dois
espaços simples do sumário.

3.1.3 Parte interna: os elementos textuais

Constituem os elementos textuais de uma monografia o trabalho monográfico


propriamente dito. Trata-se da parte substancial da pesquisa onde sua
fundamentação, sua metodologia, seus resultados, suas discussões e sua aplicação
de fato aparecem. Os elementos textuais de uma monografia são constituídos pela
introdução, pelo desenvolvimento (aqui apresentado por meio da divisão em
capítulos) e pela conclusão. E o objetivo último é o de evidenciar a hipótese
produzida pelo autor a partir da enunciação do problema de pesquisa.

3.1.3.1 Introdução

Parte inicial do texto, que deve conter elementos necessários para situar o
leitor quanto ao assunto do trabalho, os objetivos da pesquisa, a relevância do
assunto, a sua delimitação, além de conter outros elementos necessários para situar
o tema, tais como universo de pesquisa, problema, justificativa e breve apresentação
dos capítulos do trabalho. Pode-se fazer aqui menção a outros trabalhos
relacionados ao tema. A introdução deve fornecer uma visão global da pesquisa
realizada, incluindo a formulação de hipóteses, delimitações do assunto tratado e os
objetivos da pesquisa. Trata-se de um item que deve ser redigido ao final de todo o
trabalho da pesquisa e da redação do restante da monografia; pois, se a introdução
objetiva apresentar ao leitor o que se encontra no trabalho, deve-se tê-lo findado
primeiramente, para somente depois proceder à apresentação do que se produziu.
A palavra introdução deverá vir em negrito, caixa alta, numerada e alinhada à
esquerda. O texto da introdução deverá estar separado da palavra por meio de dois
espaços entrelinhas simples.

3.1.3.2 Desenvolvimento
62

Trata-se do conjunto de partes (seções e subseções) que contêm exposições,


análises e interpretações detalhadas sobre o que foi pesquisado. Conforme a
presente normalização FACIT os capítulos da monografia terão sua divisão
predefinida que seguirá a orientação geral encontrada em França e Vasconcellos
(2009). Sendo assim, segue-se a organização dos capítulos e pede-se aos docentes
e discentes pesquisadores FACIT a atenção na observância da estrutura da
monografia ora normalizada.

3.1.3.2.1 Capítulo 1 Revisão da literatura

Nesse capítulo, o autor deverá demonstrar conhecimento da literatura sobre o


assunto, resumindo os resultados de estudos feitos por outros autores. É nele que
se reporta e avalia o conhecimento produzido em pesquisas prévias, feitas por
outros autores, destacando conceitos, procedimentos, resultados, discussões e
conclusões relevantes para o trabalho. A literatura citada deve ser apresentada
preferencialmente em ordem cronológica, em blocos de assunto, mostrando a
evolução do tema de maneira integrada. Todo documento analisado deve constar na
listagem bibliográfica e deve ser referenciado conforme as recomendações da
ABNT.
Sugere-se que o tempo verbal utilizado seja o presente, quando for se referir
ao próprio trabalho, aos objetivos, às conclusões, etc. No entanto, para relatar os
estudos e seus resultados solicita-se o uso do pretérito perfeito ou imperfeito, de
acordo com a duração da ação escrita. Escolha a terceira pessoa do singular, com a
partícula apassivadora “se”, quando for o caso. Isso dá um caráter de
impessoalidade ao texto, fazendo com que seu conteúdo se apresente como uma
verdade científica, no entanto, passível de contestação, é claro. Assim sendo, ao
invés de escrever “Procurei estudar...”, escreve-se: “O objetivo do presente trabalho
foi...”, ou então, “Buscou-se verificar...”.
O capítulo 1, quando necessário, será subdividido em seções numeradas por
meio de numeração progressiva (NBR 6024:2012) e suas citações serão reguladas
pela NBR 10520:2002. As normas concernentes à formatação de trabalhos
acadêmicos serão apresentadas no próximo capítulo deste manual.
63

3.1.3.2.2 Capítulo 2 Materiais e métodos

É a parte onde se descreve a metodologia adotada para o desenvolvimento do


trabalho e o instrumental (material) a ser utilizado. Com relação aos materiais, todas
as especificações técnicas necessárias acerca dos materiais e dos equipamentos
empregados são aqui apresentadas. Trata-se de uma descrição breve, porém,
completa e clara, das técnicas e processos empregados, bem como do
delineamento experimental. Devem ser descritos os métodos, técnicas,
procedimentos utilizados, cenário, universo, amostra etc., com a maior clareza
possível de forma que os outros leitores possam entender, contextualizar e reaplicar
em suas pesquisas os resultados obtidos pelo autor.
Sobre o item metodologia, as informações contidas no item 2.1.2.8 deste
manual, são suficientes. Cabe-nos, no entanto, alertar ao pesquisador em
engenharia, tendo em vista o maior contingente de pesquisa experimental e de
campo nessa área, para o devido cuidado para com as componentes metodológicas
de sua pesquisa, que vão desde a escolha do tipo de pesquisa, passando pela
população, pela amostra, pelo instrumento de coleta de dados, pela elaboração dos
dados (seleção, codificação, tabulação) até a forma como os dados obtidos serão
tratados (análise e interpretação).

3.1.3.2.3 Capítulo 3 Resultados: apresentação, análise e discussão

Esse capítulo deve ser apresentado de forma detalhada, propiciando ao leitor a


percepção completa dos resultados obtidos. Devem-se incluir ilustrações, como
quadros, gráficos, tabelas, mapas e outros. Concomitante à apresentação dos
resultados, os mesmos devem ser discutidos, correlacionando-os com os trabalhos
(pesquisas) citados na revisão de literatura. Devem ser descritas as descobertas ou
resultados com base na aplicação do método de pesquisa proposto. Trata-se da
comparação dos resultados alcançados.
A representação dos dados para discussão deve ser feita por meio de tabelas,
quadros e gráficos. O próximo capítulo deste manual tratará também do formato de
todos esses componentes visuais de um trabalho científico. Só para adiantar,
tabelas e quadros são métodos estatísticos sistemáticos de se apresentar os dados
64

em colunas verticais ou fileiras horizontais, que obedece à classificação dos objetos


ou materiais da pesquisa. A tabela caracteriza-se por ser construída pelo próprio
pesquisador. No caso do quadro, este é elaborado com base em dados secundários.
As tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente, enquanto os quadros
contêm informações textuais agrupadas em colunas (vide capítulo 4).
Já os gráficos são figuras que servem para a representação dos dados. O
termo figura é usado para a grande variedade de ilustrações: gráficos, esquemas,
mapas, diagramas, desenhos, etc.

3.1.3.2.4 Capítulo 4 Aplicação

Sabe-se que nem todas as pesquisas em engenharia pressupõem aplicação.


Uma boa pesquisa nessa área, por exemplo, poderá apresentar uma boa revisão de
literatura. No entanto, é o modelo experimental o que sobressai nessas pesquisas; e
isso não é diferente com FACIT. Sendo assim, este manual apresenta a sugestão de
que o capítulo 4 da monografia de graduação e pós-graduação seja um capítulo
voltado para a apresentação da aplicação da proposta de pesquisa feita pelo
pesquisador. É possível que se apresente, em termos práticos, os resultados de sua
pesquisa? Caso a resposta seja positiva, orienta-se que isso seja feito aqui.
Nesta apresentação da aplicação dos resultados da pesquisa, enseja-se que
os resultados apontem para uma inovação tecnológica a partir das tecnologias
disponíveis, bem como, apresente a constituição de uma nova tecnologia.

3.1.3.3 Considerações finais

Não admitida como conclusão, pois eis que nenhuma pesquisa está
definitivamente fechada, trata-se da parte final do texto na qual se apresentam
conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses. É opcional apresentar os
desdobramentos relativos à importância, projeção, repercussão, encaminhamento e
outros. Trata-se da síntese das ideias essenciais desenvolvidas em cada capítulo,
relacionando, de forma avaliativa, o que foi desenvolvido em cada um desses
capítulos com o objetivo geral da pesquisa. Devem ser destacados os resultados
65

obtidos, apontar críticas, recomendações, limitações do trabalho e sugestões para


futuras pesquisas. Deve ser demonstrado, para cada objetivo citado na introdução, o
resultado correspondente. Nas considerações finais não se pode incluir novos
resultados, a não ser aqueles que já tenham sido apresentados anteriormente no
capítulo 3. As conclusões devem estar vinculadas à hipótese de investigação, cujo
conteúdo foi comprovado ou refutado.
A introdução e a conclusão de qualquer trabalho científico, via de regra, são as
últimas parte a serem redigidas em uma monografia.

3.1.4 Parte interna: os elementos pós-textuais

Os elementos pós-textuais da monografia são exatamente aqueles


apresentados no item 2.1.3 deste manual. Sendo assim, sugere-se que o
pesquisador FACIT atente-se para os mesmos.
66

CAPÍTULO 4 FORMATAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS

Este último capítulo do “Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa,


Monografia e Trabalhos Científicos” vem apresentar, em termos gerais, as
recomendações aplicáveis aos diversos tipos de publicações científicas. As
recomendações aqui explicitadas, na verdade, constituem o núcleo de uma série de
normas da ABNT preconizadas por suas diversas NBRs. As edições das NBRs aqui
apresentadas tratam-se daquelas atualmente em vigor. Mas, como é próprio do
caráter de uma norma o fato de ser temporário e estar sempre sujeito a revisões,
recomenda-se aos pesquisadores da FACIT atentar-se para a conveniência da
utilização das versões mais recentes das normas que se seguem:
a) NBR 14724:2011 – Informação e documentação Trabalhos acadêmicos –
Apresentação;
b) NBR 10520:2002 – Informação e documentação – Apresentação de
citações;
e) NBR 6023:2002 – Informação e documentação – Referências – Elaboração;
f) NBR 6024:2012 – Informação e documentação – Numeração progressiva das
seções de um documento escrito – Apresentação.
O que se segue são as disposições gerais ordenadoras da formatação de um
trabalho acadêmico segundo a normalização brasileira.

4.1 Apresentação gráfica de um trabalho acadêmico

No dia 28/02/2005 a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)


cancelou a NBR 12256:1992 que padronizava a apresentação de originais para
editoração. Sem outra norma em seu lugar, recorre-se à ABNT NBR 6029:2006, que
versa sobre a apresentação de informação e documentação de livros e folhetos,
para suprir alguns gargalos deixados pela ausência da norma anterior. Mesmo
assim, para alguns elementos, a apresentação gráfica do texto ficará a cargo do
editor que tomará a decisão sobre seus formatos. Exemplos do que aqui se diz, são
os casos do tipo de fonte e parágrafo de um texto científico. Para os demais
componentes dos trabalhos acadêmicos, as NBRs 14744 e 15287 são suficientes.
Apresentaremos os elementos um por um.
67

4.1.1 Tipo de papel e fonte

Os textos devem ser apresentados em papel branco, formato A4 (21 cm x 29,7


cm), digitados ou datilografados no anverso das folhas, impressos em cor preta,
podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações. Recomenda-se, para
digitação, a utilização de fonte tamanho 12 para todo o texto, excetuando-se as
citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas das
ilustrações e das tabelas, que devem ser digitadas em tamanho 10. No caso de
citações de mais de três linhas (citações longas), deve-se observar, também, um
recuo de 4 cm da margem esquerda.
A norma, que trata do tamanho da fonte, não recomenta nenhum tipo. Há uma
espécie de convenção acadêmica para o uso das fontes Arial e Times New Roman.
No entanto, vale ressaltar que tais fontes pertencem ao processador de textos
Microsoft Word, produzido pela Microsoft, e não se aplica a outros processadores.

4.1.2 Margens, paginação e numeração

As folhas devem apresentar margem superior e esquerda igual a 3 cm e inferior


e direita igual a 2 cm. As folhas do trabalho deverão ser contadas desde a folha de
rosto, mas o número da página só deverá aparecer depois do sumário. A numeração
das páginas deverá ser colocada a partir da primeira página do texto (após o
sumário), em algarismos arábicos, dentro da margem direita superior – a 2 cm da
margem superior e 2 cm da margem direita. Havendo apêndice e anexo, as suas
folhas deverão ser numeradas de maneira contínua e a paginação deve dar
sequência a do texto principal.

FIGURA 23 – Paginação
Fonte: Microsoft Word
68

3 cm ↓

3 cm 2 cm

→ ←

2 cm ↑
FIGURA 24 – Margens
Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação
FACIT

4.1.3 Espacejamento e parágrafos

Todo o texto deve ser digitado com espaço entrelinhas 1,5, excetuando-se as
citações de mais de três linhas (citações longas), notas de rodapé, referências,
legendas das ilustrações e das tabelas, tipo de projeto de pesquisa, ficha
catalográfica e nome da entidade, que devem ser digitados em espaço simples. As
referências ao final do texto devem ser separadas entre si por dois espaços simples.
Os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede ou que os
sucede por dois espaços simples (ou um duplo).

FIGURA 25 – Espaço entrelinhas entre títulos e texto (dois simples)


Fonte: Autoria própria
69

Não existe menção na norma para espaçamento especial entre a borda


superior e o título de cada seção primária. A única recomendação é que cada seção
primária deve começar em folha distinta.
Quanto aos parágrafos, a norma também não faz menção sobre o espaço para
marcar o início de cada parágrafo. Tradicionalmente se recomendava cinco toques
da margem esquerda (tabulação), o que equivale a aproximadamente a 1 ou
1,25cm, dependendo do processador de textos ou máquina de datilografia.

4.1.4 Alinhamentos

Os títulos com indicativos numéricos de seção devem ser alinhados à


esquerda, separados por um espaço, sem nenhuma espécie de marcador de
separação. As seções (secundária, terciária, etc.) devem ser digitadas na mesma
página, seguindo a sequência do texto. Já as seções primárias deverão vir sempre
em página nova.
Os títulos sem indicativos numéricos (agradecimentos, lista de ilustrações, lista
de abreviaturas e siglas, lista de símbolos, resumos, sumário, referências, glossário,
apêndice(s), anexo(s) e índice(s)) devem ser centralizados.
O alinhamento das seções no sumário deve ser feito acompanhado a margem
esquerda, sem reentrâncias.
As referências, ao final do texto, são alinhadas apenas à margem esquerda.
Não aplicar o alinhamento justificado nesta parte.

4.1.5 Numeração progressiva das seções de um documento (NBR 6024:2012)

O objetivo primordial da numeração progressiva é proporcionar o


desenvolvimento claro e coerente de um texto apresentando uma estrutura
hierárquica da matéria e facilitando a redação de diferentes tipos de cada uma de
suas partes. Quanto à estrutura da numeração, sua primeira divisão resulta em
seções primárias que recebem o nome de capítulos. Cada capítulo pode ser
dividido em seções secundárias; estas, em terciarias, e assim por diante, em seções
70

quaternárias e quinárias. Não se recomenda subdivisão excessiva de um texto, ou


seja, que ultrapasse a seção quinária.

FIGURA 26 – Divisão do trabalho em seções


Fonte: ABNT NBR 6024:2012

O indicativo é alinhado à esquerda e precede o título de cada seção. Não é


adotada pontuação, nem sinais para separar o indicativo de seção de seu título. Os
indicativos são citados da seguinte forma:
... na seção 5 ...
... ver 9.2 ....
... em 2.4.3, § 3º ... ou ... 3º parágrafo de 2.4.3
... conforme 9.2.1.1, alínea b ...
Segundo a NBR supramencionada “todas as seções devem conter um texto
relacionado com ela.”
O texto de cada seção pode incluir vários parágrafos e o autor pode ainda
utilizar alíneas. Deve ser conforme as alíneas:
a) os diversos assuntos que não possuam título próprio, dentro de uma mesma
seção, devem ser subdivididos em alíneas;
b) o texto que antecede as alíneas termina em dois pontos;
c) as alíneas devem ser indicadas alfabeticamente, em letra minúscula,
seguida de parêntese. Utilizam-se letras dobradas, quando esgotadas as
letras do alfabeto;
d) as letras indicativas das alíneas devem apresentar recuo em relação à
margem esquerda;
e) o texto da alínea deve começar por letra minúscula e terminar em ponto e
vírgula, exceto a última alínea que termina em ponto final;
f) o texto da alínea deve terminar em dois pontos, se houver subalínea;
71

g) a segunda e as seguintes linhas do texto da alínea começam sob a primeira


letra do texto da própria alínea.
Caso seja necessário o uso de subalínea, essa deve ser organizada como se
segue:
a) as subalíneas devem começar por travessão seguido de espaço;
b) as subalíneas devem apresentar recuo em relação à alínea;
c) o texto da subalínea deve começar por letra minúscula e terminar em ponto
e vírgula. A última subalínea deve terminar em ponto final, se não houver
alínea subsequente;
d) a segunda e as seguintes linhas do texto da subalínea começam sob a
primeira letra do texto da própria subalínea.
Os títulos das diferentes seções devem ser destacados gradativamente,
utilizando-se recursos gráficos como negrito, itálico, grifo, caixa alta, versal ou outro.
O texto deve se iniciar em linha independente do título.

4.1.6 Ilustrações

As ilustrações (gráficos, gravuras, fotografias, mapas, esquemas, desenhos,


tabelas, quadros, fórmulas, modelos e outros) servem para elucidar, explicar e
simplificar o entendimento de um texto. Elas aparecem relacionadas em lista própria,
antes do sumário. Apresentaremos aqui o que a norma trata a respeito de
ilustrações; os exemplos subjacentes a cada modalidade serão, em boa parte,
aqueles apresentados por França e Vasconcellos (2009).

4.1.6.1 Figuras

As ilustrações (com exceção das tabelas, quadros e gráficos) são designadas e


mencionadas no texto, sempre como figuras.

4.1.6.1.1 Apresentação
72

As ilustrações são numeradas no decorrer do texto com algarismos arábicos, o


título deve ser breve, explicativo, digitado abaixo da ilustração; ele é escrito em
letras minúsculas (exceto a inicial da frase e nomes próprios), logo após a palavra
FIGURA e dela separado por hífen.
Caso necessário, a legenda do título pode ser colocada logo abaixo dele,
usando-se da mesma pontuação de uma frase comum. Deve-se evitar a continuação
da legenda em página seguinte à ilustração.
Toda ilustração já publicada deve conter, abaixo da legenda, dados sobre a
fonte (autor, data e página) de onde foi extraída (Lei n. 9.610 de 19 fev. 1998, cap. I,
art. 7º, IX, que regulamenta os direitos autorais). Qualquer alteração deve ser
registrada, obrigatoriamente, logo após a fonte.
Exemplo:

FIGURA 27 – Eletroforese em gel de poliacrilamida (ECPA)


Título do RNA do vírus isolado e de diferentes espécies de
→→→ rotavírus:
SC) Rotavírus bovino de 6º passagem em células MA – 104
Legenda SF) Rotavírus humano de suspensão fecal clarificada
AS) Rotavírus isolado de 3ª passagem em células MA – 10

Fonte Fonte: Guimarães; Nozowa (1991, p. 126 - adaptada)

4.1.6.1.2 Localização e disposição


73

As ilustrações devem ser centradas na página e impressas em local tão


próximo quanto possível do trecho onde são mencionadas no texto. Título, legenda e
fonte das ilustrações devem ser justificados às mesmas.
As ilustrações devem estar dispostas nas margens do texto. Duas ou mais
ilustrações podem constar da mesma página, cada uma contendo seu título e/ou
legenda e número.
Quando se tratar de ilustrações relacionadas, essas podem ser agrupadas sob
um mesmo título e/ou legenda e número, com identificação para cada figura.

FIGURA 28 – Osso alveolar, bovino jovem:


1º) Tmt C, 21X
2º) Tmt I, 21 X
3º) Paratireoide, bovino jovem, HE, 107X.
Heperplasia e hipertrofia.
Fonte: Nunes et al. (1991, p. 176 - adaptada)

4.1.6.2 Gráficos

Os gráficos são desenhos constituídos de traços e pontos, numerados com


algarismos arábicos. Seu título é precedido da palavra GRÁFICO em letras
maiúsculas. A citação no texto será pela indicação GRAF., acompanhada no número
de ordem a que se refere. Devem ser elaborados em papel milimetrado e conter
legenda digitada à parte.
74

As orientações relativas às figuras também se aplicam aos gráficos.

GRÁFICO 1 – Distribuição da
frequência de diagnósticos de RVS por
ELISA e PAGE, em leitões com
diarreia, na faixa etária de uma a oito
semanas de idade, Brasil 1987-1989.
Fonte: Alfieri et al. (1992, p. 296 -
adaptado)

4.1.6.3 Tabelas e quadros

As tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente, enquanto os


quadros contêm informações textuais agrupadas em colunas. Eles são numerados
sequencialmente em todo o trabalho, com algarismos arábicos.
Relacionam-se as tabelas em lista própria, antes do sumário, incluindo aquelas
que forem apresentadas como anexos.
As tabelas e os quadros devem ser dotados de um título claro e conciso, sem
abreviações, localizado acima deles. O título deve indicar, além da natureza do
assunto, as abrangências geográfica e temporal dos dados numéricos.
No cabeçalho de cada coluna indica-se o seu conteúdo. Os títulos das colunas
podem ser apresentados verticalmente, se necessário, para economizar espaço.
75

TABELA 1
Relação: estatura X peso (meninos de 13
anos)
Peso X Estatura Y
35 128
38 140
45 140
52 150
50 130
38 110
30 140
Fonte: Duarte (1985, p. 19 - adaptada)

Quanto ao corpo da tabela e dos quadros, usam-se os seguintes traços:


a) dois traços duplos horizontais, limitando o quadro; o primeiro para separar o
rodapé;
b) traço simples vertical, separando a coluna indicadora das demais e estas
entre si; no corpo de tabelas e de quadros evitam-se traços verticais para
separar as colunas;
c) traços simples horizontais para separar o cabeçalho;
d) no caso de ser necessário destacar parte do cabeçalho, ou parte dos dados
numéricos, usar um ou mais traços verticais paralelos;
e) no caso de uma linha representar uma soma ou total, deverá ser destacada
tipograficamente.
O quadro e a tabela não devem ser fechados lateralmente, tampouco se
colocam traços horizontais separando os dados numéricos ou textuais.

QUADRO 2
Elementos de uma Monografia
Elementos Pré- Elementos Elementos
textuais Textuais Pós-textuais
Capa Introdução Referência
Folha de rosto Desenvolvimento Glossário
Folha de Conclusão Anexos
aprovação Apêndices
Dedicatória
Agradecimentos
Epígrafe
Resumo
Abstract
Sumário
Fonte: Duarte; Furtado (2002 p. 139 – adaptado)
76

4.1.7 Citações5

Citações são informações retiradas de outras fontes consultadas com o intuito


de esclarecer, complementar, comparar ou confirmar as ideias do autor.
As citações deverão ser apresentadas conforme a ABNT NBR 10520:2002 que
apresenta várias formas de citações e diferentes maneiras de citá-las. Veja abaixo
formas que facilitam a leitura e a compreensão

4.1.7.1 Citação direta

Transcrição textual de parte da obra de outros autores, exatamente como


consta no original. Deve-se especificar, após a data, a página da referida citação.
Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição
responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e
minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser em letras maiúsculas.
Em citações curtas, de até três linhas, são indicadas no texto, entre aspas.

Exemplo 1: “A ironia seria assim uma forma implícita de


heterogeneidade mostrada”, conforme a classificação proposta
por Authier-Reiriz (1982).

Exemplo 2: O papel do pesquisador é o de servir como “veículo


inteligente e ativo” (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p.11) entre esse
conhecimento acumulado na área e as novas evidências que
serão estabelecidas a partir da pesquisa.

Exemplo 3: A inconfidência é uma “falta de fidelidade para com


alguém, particularmente para com o soberano ou Estado.”
(FERREIRA, 1978, p.37).
FIGURA 29 – Citações curtas
Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

5
O texto a respeito de citações e notas de rodapé, com raras exceções, manteve-se o mesmo do
“Guia para Elaboração de Monografia de Graduação” (2007) da FACIT.
77

Em citações longas, com mais de três linhas, são indicadas no texto em


parágrafo independente, com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra
tamanho 10, digitado em espaço simples sem aspas. Essas citações devem ser
destacadas do texto por meio de um espaço entrelinhas duplo antes e depois da
citação

Além disso, a qualidade do ensino fornecido era duvidosa,


uma vez que as mulheres que o ministravam não estavam
preparadas para exercer tal função.

A maior dificuldade de aplicação da lei de 1827


residiu no provimento das cadeiras das escolas
femininas. Não obstante sobressaírem as mulheres
no ensino das prendas domésticas, as poucas que se
apresentavam para reger uma classe dominavam tão
mal aquilo que deveriam ensinar que não logravam
êxito em transmitir seus exíguos conhecimentos. Se
os próprios homens, aos quais o acesso à instrução
era muito mais fácil, se revelavam incapazes de
4 cm ministrar o ensino de primeiras letras, lastimável era o
nível do ensino nas escolas femininas, cujas mestras
estiveram sempre mais ou menos marginalizadas do
saber (SAFFIOTI, 1997, p. 193).

FIGURA 30 – Citação longa


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

4.1.7.2 Citação indireta

Quando se reproduzem as ideias e informações do documento, sem


transcrever as palavras do autor. Nas citações indiretas, a indicação da(s) página(s)
consultada(s) é opcional.
As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados
em anos diferentes e mencionados simultaneamente, têm as suas datas separadas
por vírgula.
Exemplos:
(DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)
78

(CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999, 2000)

As citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados


simultaneamente, devem ser separadas por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética.
Exemplos:
Ela polariza e encaminha, sob a forma de “demanda coletiva”, as necessidades
de todos (FONSECA, 1997; PAIVA, 1997; SILVA, 1997).

De acordo com Authier-Reiriz (1982), a ironia seria assim


uma forma implícita de heterogeneidade mostrada.

Como lembra Martins (1984), o futuro desenvolvimento da


informação está cada dia mais dependente de um plano
unificado de normalização.

No texto:
As resoluções do Partido Comunista Brasileiro (1996)
determinam a posição dos comunistas diante dos partidos
operários já constituídos.

Referência:
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO. Resoluções do XI
Congresso do Partido Comunista Brasileiro. Rio de Janeiro,
1996.

FIGURA 31 – Citação indireta


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

4.1.7.3 Citação de citação

É a citação feita por outro pesquisador, cuja obra original não foi consultada.
Cite o sobrenome do autor do documento não consultado, seguido das expressões:
79

citado por, apud, conforme ou segundo, e o sobrenome do autor do documento, da


data efetivamente consultado seguido da data.
Obs.: apud = citado por.
Deverá aparecer nas referências os dados completos do documento
consultado, ou, mencionar a referência do documento original em notas de rodapé.
Quando não se usa nota de rodapé, devem-se incluir duas entradas nas
referências:
a) uma relacionando o documento não consultado, seguido da expressão
“apud” (citado por) e os dados do documento efetivamente consultado;
b) outra entrada será feita relacionando apenas os dados da fonte consultada.

No texto (sem nota de rodapé):


Ponce (1982) apud Silva (1994, p. 20), “declara que
instrução, no sentido moderno do termo, quase não existia entre
os espartanos.”

Na Referência (sem nota de rodapé):


PONCE, A. Educação e luta de classes. 13. ed. São Paulo :
Cortez, 1982 apud SILVA, João. Classes sociais e cultura no
Brasil. São Paulo: SIARTE, 1994.

No texto (com nota de rodapé):


Ponce¹ (1982) apud Silva (1994), “declara que instrução,
no sentido moderno do termo, quase não existia entre os
espartanos.”

Na Referência: (com nota de rodapé)


SILVA, J. Classes sociais e cultura no Brasil. São Paulo:
SIARTE, 1994.

Em Notas de rodapé (no final da folha):


________
¹ PONCE, A. Educação e luta de classes. 13. ed. São Paulo : Cortez, 1982.

FIGURA 32 – Citação de citação


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)
80

4.1.8 Notas de rodapé

Notas eventualmente necessárias devem ser incluídas o mais próximo possível


do texto, na parte inferior da página na qual a nota é utilizada, separadas do texto
por uma linha contínua de 3 cm, numeradas de forma consecutiva ao longo do texto,
no formato 1, 2, 3,..., digitadas em espaço simples e com caracteres tamanho 10.
Para os usuários do editor Microsoft Word, recomenda-se a inserção
automática das notas de rodapé.
Existem dois tipos de nota de rodapé: nota de referência e nota explicativa.

4.1.8.1 Notas de referência

Notas que indicam as fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra


onde o assunto foi abordado.

No texto:

“Às vezes a falácia se revela apenas quando o locutor é


questionado.”¹

Em nota de rodapé:
____________
¹ CARRAHER, Devid W. Senso crítico: do dia-a-dia às crenças humanas.
São Paulo: Pioneira, 1999.

FIGURA 33 – Nota de referência


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

4.1.8.2 Notas explicativas

Notas que apresentam comentários, esclarecimentos ou considerações


complementares que não possam ser incluídas no texto, devendo ser breves,
sucintas e claras.
81

No texto:
A analise feita por Souza e Freitas (2001) sugere a
participação de bibliotecários na elaboração de critérios e nas
visitas de avaliação das bibliotecas feitas pelo MEC (trabalho não
publicado)¹.

Na Referência
¹ SOUZA, Eduardo Pereira; FREITAS, Ézio F. Avaliação de
bibliotecas universitárias: estudos de metodologias utilizados em
cursos de direito no Brasil e EUA, 2001. (mimeogr.).

Em Notas de rodapé:
____________
¹ Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de
Biblioteconomia da UnB.

FIGURA 34 – Nota de explicativa


Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

4.1.9 Referências

Nenhum texto científico sai do imaginário de um autor como se ele estivesse


isolado do mundo. Quando se escreve um projeto de pesquisa, um artigo, uma
monografia, etc., referem-se constantemente a textos de outros autores. É
fundamental que se permita ao leitor encontrar os textos com os quais se está
estabelecendo um diálogo. Mas, como dizer ao leitor os livros que estão sendo
utilizados, os artigos citados, os capítulos nos quais se baseia, etc.? A maneira mais
simples é oferecer uma lista, ao final do trabalho, das obras que foram utilizadas
para compor o seu trabalho. Dessa forma, com o objetivo de que as coisas não
ficassem desorganizadas e sem um padrão geral, foi que a ABNT através da NBR
6023:2002 definiu para cada modalidade de referência um padrão específico. Esses
padrões serão aqui apresentados e os exemplos dados, em sua grande maioria,
encontram-se em França e Vasconcellos (2009) e Marconi e Lakatos (2010).
82

4.1.9.1 Referência de livros

Eis os elementos que compõem a referência de livros:


a) autor: Referenciado pelo último sobrenome, com exceção dos nomes
espanhóis, que entram pelo penúltimo e que têm dois sobrenomes, ligados
por traços de união.
b) elementos especiais:
- títulos: em negrito, sublinhado ou itálico.
- subtítulos: se houver, separado do título por dois pontos, sem grifo.
c) elementos complementares:
- número da edição: indica o número da edição seguido de ponto e
abreviatura da palavra adição (ed.).
- local da publicação: cidade.
- editora: apenas o nome que a identifique.
- ano de Publicação.
- número de páginas ou volumes: quando a publicação tem apenas um
volume, indica-se o número de paginas (não obrigatório), seguido de
abreviatura “p”. Quando tem mais de um volume, indica-se o número
deste, seguido de abreviatura “v”.
- título de série: indicam as séries ou coleções depois das notas
bibliográficas, entre parênteses, tal como figura na publicação.

Formato convencional:

AUTOR. Título: subtítulo. Edição. Local (cidade) de publicação: Editora, data.


Número de páginas ou volumes. (Nome e número da série)

CRUZ, Frederico Firmo de Souza. Faraday & Maxwell: luz sobre os campos. São
Paulo: Odysseus, 2005. (Imortais da Ciência, 17).

Formato eletrônico:
83

AUTOR. Título: subtítulo. Edição. Local (cidade) de publicação. Descrição do meio


eletrônico (disquete, CD-ROM, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>.
Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

CARROLL, Lewis. Alice’s Adventures in Wonderland. Texinfo ed. 2.1. Dortmund,


Germany: WindSpiel, Nov. 1994. Disponível em:
<http://www.germany.eu.net/books/carroll/alice.html> Acesso em: 10 feb. 1995. ISBN
0681006447.

4.1.9.1.1 Capítulo de livros

AUTOR DO CAPÍTULO. Título do capítulo. In: AUTOR DO LIVRO. Título: subtítulo


do livro. Edição. Local (cidade) de publicação: Editora, data. Volume, capítulo,
páginas inicial-final da parte.

MOTA, Regina. Tecnologia e Informação. In: DAYRELL, Juarez (Org.). Múltiplos


olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996. (Humanitas,
7)

Formato eletrônico:

AUTOR DO CAPÍTULO. Título do capítulo. In: AUTOR DO LIVRO. Título: subtítulo


do livro. Edição. Local (cidade) de publicação: Editora, data de publicação. volume
ou páginas. Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para
documentos online).

ALENCAR, José de. O guerreiro. In:_____. Ubirajara [s.n.t]. cap. 3. Disponível em:
<www.vestibaboom.com.br>. Acesso em: 30 nov. 2000.

Caso o autor do livro no todo seja o mesmo do capítulo, seu nome é substituído
por um travessão.

4.1.9.1.2 Livro com subtítulo


84

Nesse caso, o título do livro aparecerá com destaque e o subtítulo sem o


destaque, precedido por dois pontos (:):

TOCCI, Ronald J.; WIDMER, Neal S.; MOSS, Gregory L. Sistemas Digitais:
Princípios e Aplicações. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

4.1.9.1.3 Livro com autor espanhol

Nos livros com autor com nomes espanhóis, esses entram pelo penúltimo e
têm dois sobrenomes, ligados por traços de união.

ALONSO GARCIA, Manuel. Derecho del trabajo. Barcelona: Bosh, 1960.

4.1.9.1.4 Livro com tradutor

Nesse caso, a palavra tradução deverá vir abreviada, na forma “Trad.”, logo
após o título do livro ou do número da edição.

BODENHEIMER, Edgar. Direito: sociologia e metodologia teóricas. Trad. Enéas


Marzano. Rio de Janeiro: Forense, 1966.

4.1.9.1.5 Livro integrado com coleção-série

A indicação da coleção deverá vir ao final da referência, acompanhada do


nome e do número da série.

BUNGE, Mário. Física e Filosofia. Trad. Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva.
2000. (Debates, 165)

4.1.9.1.6 Livro com dois ou três autores


85

Nesse tipo de referência os nomes dos autores deverão vir separados por
ponto e vírgula (;):

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Como escrever com facilidade. São
Paulo: Círculo do Livro, 1992.

BRAGA, Antônio de Pádua; LUDERMIR, Tereza Bernarda; CARVALHO, André


Carlos. Redes Neurais Artificiais: Teoria e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

4.1.9.1.7 Livro com mais de três autores

A referência será feita somente ao primeiro autor que aparece na lista de


autores, seguida da expressão latina et al. = e outros.

MELIN, Patricia et al. Foundations of Fuzzy Logic and Soft Computing. New York:
Springer, 2007.

4.1.9.1.8 Livro com o mesmo autor da referência anterior

A repetição do autor é indicada na segunda referência por um travessão.

TANENBAUM, Andrew S. Redes de Computadores. 4. ed. São Paulo: Campus,


2003.
______. Banco de Dados. 2. ed. São Paulo: Campus, 2007.

4.1.9.1.9 Livro cujo autor é uma entidade

A entrada se dá pelo nome da entidade e em caixa alta.


86

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Código de prática para a


Gestão da Segurança da Informação: ABNT NBR ISO/IEC 17799: 2005. Rio de
Janeiro: ABNT, 2005.

4.1.9.1.10 Livros anônimos

Inicia-se pelas primeiras palavras do título que não vem sublinhado.

A PREVIDÊNCIA social no Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

4.1.9.1.11 Livros com Compilador ou Organizador

Nesse caso, as palavras “Compilador” ou “Organizador” deverão vir abreviadas


logo após o nome do autor na forma (Comp.) ou (Org.).

ALBUQUERQUE, Simões de Aguiar J. (Comp.). Modelos de contratos, procurações,


requerimentos e petições. 4. ed. Rio de Janeiro: Trio, 1974.

4.1.9.2 Publicações periódicas no todo

Compreendem-se aqui fascículo ou número de revistas, jornais, cadernos etc.,


editoriais, bibliotecas, Anais do senado, Câmara de Deputados etc., número do
mesmo jornal, caderno etc.

Formato convencional:

TÍTULO DA PUBLICAÇÃO. Local (cidade) de publicação: Editor-autor, ano do


primeiro volume. Periodicidade. ISSN.

REVISTA DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS APLICADAS. São Paulo: Ed. UNESP,


1993-. Anual. ISSN 0104-6314.
87

Formato eletrônico:

TÍTULO DA PUBLICAÇÃO. Local (cidade) de publicação: Editor-autor, data de


publicação. ISSN. Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano
(para documentos online).

CIONLINE. Brasília: IBICT, 2002. ISSN: 1518-8353. Disponível em:


<www.ibict.br/cionline>. Acesso em: 29 nov. 2002.

4.1.9.3 Partes de publicações periódicas

4.1.9.3.1 Artigos

Formato convencional:

AUTOR. Título do artigo. Título do periódico, Local de publicação (cidade), número


do volume, número do fascículo, páginas inicial-final, mês e ano.

SAVIANI, Demerval. A Universidade e a Problemática da Educação e Cultura.


Educação Brasileira, Brasília, v. 1, n. 3, p. 35-58, maio/ago. 1979.

Formato eletrônico:

AUTOR. Título do artigo. Título do periódico, Local de publicação (cidade), número


do volume, número do fascículo, páginas inicial-final, data. Disponível em:
<endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

REZENDE, Yara. Informação para negócios, os novos agentes do conhecimento e a


gestão do capital intelectual. Ciência da Informação Online, Brasília, v. 31, n. 2,
2002. Disponível em: <www.ibict.br/cionline>. Acesso em: 30 nov. 2002.

4.1.9.3.2 Artigo de jornal


88

Formato convencional:

AUTOR. Título do artigo. Título do jornal, Local, dia, mês, ano. Número ou título do
caderno, seção ou suplemento, páginas inicial-final.

AZEVEDO, Dermi. Sarney Convida Igrejas Cristãs para Diálogo sobre o Pacto. Folha
de São Paulo, São Paulo, 22 out. 1985. Caderno econômico, p. 13.

Formato eletrônico:

AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título do jornal, Local, data. Disponível em:
<endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

JOHNSON, Tim. Indigenous People Are Now More Combative, Organized. Miami
Herald. 5 dec. 1994. Disponível em gopher: <//summit.fiu.edu//MiamiHerald-Summit-
RelatedArticles/>. Acesso em: 5 dec. 1994.

4.1.9.4 Monografias, dissertações, teses e outros trabalhos acadêmicos

Formato convencional:

AUTOR. Título: subtítulo. Ano de apresentação. Número de folhas (f) ou volumes.


(Categoria e área de concentração) – Nome da Faculdade, Nome da Universidade,
cidade, ano da defesa.

LAKATOS, Eva Maria. O trabalho temporário: nova forma de relações sociais. São
Paulo, 1979, 2 v. Tese (Livre-docência em Sociologia). Escola de Sociologia e
Política de São Paulo.

Formato eletrônico:
89

AUTOR. Título: subtítulo. Ano da apresentação. (Categoria e área de concentração)


– Nome da Faculdade, Nome da Universidade, cidade, ano de defesa. Descrição
física do meio eletrônico (CD-ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço
eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

ASSUMPÇÃO, Solange Rodrigues Bonomo. O jogo da pontuação: a construção do


sentido na tessitura da escrita. 2001. Dissertação (Mestrado em Estudos
Linguísticos) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizontes, 2001. 1 CD-ROM.

4.1.9.5 Congressos, conferências, encontros e outros eventos científicos

Formato convencional:

NOME DO EVENTO, número, ano, local de realização (cidade). Título... subtítulo da


publicação. Local de publicação (cidade): Editora, data de publicação. Número de
páginas ou volumes.

SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE METAFÍSICA E FILOSOFIA


CONTEMPORÂNEA, 3, 2011, Montes Claros. Metafísica e Violência. Montes Claros:
Editora Unimontes, 2011. 119 p.

Formato eletrônico:

NOME DO EVENTO, número, ano, local de realização (cidade). Título... subtítulo.


Local de publicação: Editora, data de publicação. Descrição física do meio eletrônico
(CD-ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia
mês e ano (para documentos online).

SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ANÁLISE DO DISCURSO, 2, 2002, Belo


Horizonte. Discurso, ação & sociedade. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2002. 1 CD-
ROM.
90

4.1.9.6 Trabalhos apresentados em congresso ou outro evento

Formato convencional:

AUTOR DO TRABALHO. Título: subtítulo. In: NOME DO EVENTO, número, ano,


local de realização. Título da publicação... subtítulo. Local de publicação (cidade):
Editora, data. Páginas inicial-final do trabalho.

SIMÕES, Eduardo. Hertz e Wittgenstein: uma nova interpretação do Tractatus. In:


SEMINÁRIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFSCAR. 4, 2012, São
Carlos. Anais do Seminário da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar. São Carlos:
Edufscar, 2010. p. 154-166.

Formato eletrônico:

AUTOR DO TRABALHO. Título do trabalho. In: NOME DO EVENTO, número, ano,


local de realização. Título da publicação... subtítulo. Local de publicação (cidade):
Editora, data. Páginas inicial-final do trabalho. Descrição física do meio eletrônico
(CD-ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia
mês e ano (para documentos online).

ELMIRO, Marcos Antônio Timbó. Sistema de projeção cartográfica para os mapas


de Minas Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA, 20, 2001,
Porto Alegre. Trabalhos técnicos... Disponível em: <www.cartografia.org.br>. Acesso
em: 03 dez. 2002.

4.1.9.7 Referências Legislativas – Leis, decretos, portarias, etc.

SÃO PAULO (Estado). Decreto n°. 33.161, 2 abr. 1991. Introduz alterações na
legislação do imposto de circulação de mercadorias e prestações de serviços. São
Paulo Legislação: coletânea de leis e decretos. São Paulo, v. 27, nº 4, p. 42, abr.
1991.
91

BRASIL. Código Civil. Organização dos textos, notas remissivas e índices por Juarez
de Oliveira. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.

4.1.9.7.1 Acórdãos, decisões e sentenças das Cortes ou Tribunais

Ordem dos elementos:


a) local (país, estado ou cidade);
b) nome da Corte ou Tribunal;
c) ementa ou acórdão;
d) tipo e número de recurso (agravo de instrumento ou de petição), apelação
civil, apelação criminal, embargo, habeas corpus, mandado de segurança,
recurso extra ordinário, recurso de revista etc.;
e) partes litigantes;
f) nome do relator precedido da palavra Relator;
g) data do acórdão, sempre que houver;
h) indicação da publicação que divulgou o acórdão, decisão, sentença etc., de
acordo com as regras apresentadas no presente livro.

BRASIL. Supremo Tribunal. Deferimento de pedido de extradição. Extradição nº 41º.


Estados Unidos da América e José Antônio Fernandes. Relator: Ministro Rafael
Mayer. 21 de março de 1984. Revista Trimestral de Jurisprudência. v. 109, p. 870-
879, set. 1984.

4.1.9.8 Normas Técnicas

Formato convencional:

AUTOR. Número da norma: título e subtítulo. Local de publicação (cidade): Editora,


data. Número de páginas.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e


documentação - Citações em documentos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 7p.
92

Formato eletrônico:

AUTOR. Número da norma: título e subtítulo. Local de publicação (cidade): Editora,


data. Número de páginas. Descrição física do meio eletrônico (CD-ROM, disquete,
etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para
documentos online).

BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Saúde. 005/99:


norma técnica de fiscalização e vigilância sanitária em laboratórios de citopatologia...
Belo Horizonte, 1999. Disponível em: <www.pbh.gov.br/smsa/vigilancia/arquivos>.
Acesso em: 18 dez. 2002.

4.1.9.9 Patentes (requeridas por empresa ou pessoa física)

Formato convencional:

ENTIDADE RESPONSÁVEL. Autor. Título da invenção na língua original. Número


da patente, datas (do período de registro). Indicação da publicação onde foi citada a
patente, quando for o caso.

Formato eletrônico:

ENTIDADE RESPONSÁVEL. Autor. Título da invenção na língua original. Número


da patente, datas (do período de registro). Descrição física do meio eletrônico (CD-
ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês
e ano (para documentos online).

CENTRO DE HISTOTERAPIA PLACENTÁRIA CUBANA. Carlos Manuel Miyares


Cao. Composição para o tratamento da psoríase. PI 0008394-1 CU 00/00001, 22
fev. 2000, 31 ago. 2000. Disponível em: www.inpi.gov.br/pesq_patentes. Acesso em:
28 nov. 2002.
93

4.1.9.10 Referência com notas especiais

4.1.9.10.1 Relatório

CAMPOS, M. H. R. A Universidade não será mais a mesma. Belo Horizonte:


Conselho de Extensão da UFMG, 1984. 18 p. Relatório.

4.1.9.10.2 Ensaios

CHAMONE, M. O sentido social da Universidade e as perspectivas da sociedade


brasileira: uma proposta de integração. Belo Horizonte: Centro de Extensão ICB-
UFMG, 1984. 5 p. Ensaio

4.1.9.10.3 Bula de remédio

CLARITIN*D: xarope. Responsável técnico: Vera L. Branco Pereira. Rio de Janeiro:


Schering-Plough, 1997. Bula de remédio

4.1.9.10.4 Apostilas

MACEDO, Neusa Dias de. Orientação bibliográfica: material didático para a


disciplina biblioteca. São Paulo, Departamento de Biblioteconomia e Documentação,
ECA, USP, 1971.8 p. (mimeogr.).

4.1.9.10.5 Resumos

AGGIO, Alberto. República e revolução. In: SEMANA DA HISTÓRIA. 8. ed. Franca,


1989. Resumos: Unesp, 1989, p. 68.

4.1.9.10.6 Separatas
94

Edição feita separadamente, em volume, dos artigos publicados num jornal ou


numa revista, aproveitando-se a composição tipográfica.

PINHO, L. S. A questão das garagens no condomínio de apartamentos. Separata da


Revista dos Tribunais. São Paulo, v. 2, p. 51-60, out. 1959.

4.1.9.10.7 Folhetos

Geralmente são publicados com o número de páginas reduzido, mais ou


menos 40 páginas.

HERMES, Gabriel. A comunidade luso-brasileira: o Marquês de Pombal e a


Amazônia. Brasília, 1982. 35 p. (folheto).

4.1.9.11 Referências de materiais especiais

Material iconográfico (pinturas, fotos, gravuras, lâminas, postais, desenhos,


slides, transparências, radiografias, etc.)

4.1.9.11.1 Filme

AUTOR. Título (quando não existir, atribuir um ou indicar sem título, entre colchetes).
Data. Especificação do suporte. Havendo mais dados, podem ser acrescentados
para melhor identificação do material.

CARBONARI, Primo. AMAZÔNIA (filme). 1955. 11 min. Som. Color. 16 mm (série


didática).

Se for cópia rara, entre pela instituição na qual se encontra:


95

SÃO PAULO. Universidade. Museu Paulista. Hábitos alimentares entre os Caiçaras


(filme). Projeto Rondon, 1970. 30 min., mudo, color. 8 mm.

4.1.9.11.2 Microfilmes

Adotam-se as mesmas regras de livros, periódicos etc., acrescentando-se ao


final, entre parênteses, o termo microfilme.

UZTAZIZ, Gerônimo de. Theoria y prática de comercio y de marina. Madri: Antonio


Sanz, 1742. (microfilme)

4.1.9.11.3 Diapositivos

URIBURU, Teresa. História da Espanha. Madri: Aguilar, 1972. Diapositivos (200 fot.
col.).

4.1.9.11.4 Fotografias e cartões-postais

Se forem comerciais, entram pelo título.

RELÓGIO do sol (cartão-postal). Franca: Objetiva Social. Col. 15x11 cm.

Se forem únicos e raros, entram pela instituição na qual se encontram.

PETRÓPOLIS. Museu Imperial. Princesa Isabel (Retrato). 30 x 20 cm.

4.1.9.11.5 Pintura

Formato eletrônico:
96

AUTOR. Título. Data. Especificações do documento. Descrição física do meio


eletrônico (CD-ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>.
Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

CHAGALL, Marc. Primavera. 1938/39. Aquarela e pastel sobre cartolina s/ papelão.


64.0 x 48.3 cm. Disponível em: <www.mac.usp.br>. Acesso em: 05 dez. 2002.

4.1.9.11.6 Mapas

Esquema:
Autor/Título/Local: data da publicação/Mapa/Características do mapa: cor, escala
etc.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. São Paulo. São Paulo, 1965
(mapa) color. 1:1.000.000.

RELLEGARDE, Pedra Alcântara (Org.). Carta chorographica da província do Rio de


Janeiro. Rio de Janeiro, 1983 (mapa).

4.1.9.12 Depoimentos e entrevistas

Se forem únicos e raros, entra pela instituição depositária.

RIO DE JANEIRO. Museu da Imagem e do Som. Depoimento de Getúlio Vargas


(disco), 1948.

Se não forem únicos e raros, entram pelo entrevistado ou depoente.

MACEDO, Murilo. Entrevista concedida à ... (fita mag.). Franca, 1980.

4.1.9.13 Manuscritos
97

Eis os elementos de fontes manuscritas:


a) cidade onde se localiza a instituição (em português, se houver o
correspondente de uso corrente);
b) nome das instituições (na língua de origem);
c) título do documento;
d) palavra manuscrito abreviada (manuscr.);
e) identificação dentro da instituição.

LISBOA, Arquivo histórico do Ministério das Finanças. Copiador de cartas para os


administradores e governadores do Pará (manuscr.). Cód. 100A.

RIO DE JANEIRO. Biblioteca Nacional. Roteiro de Pernambuco ao Maranhão, por


Manuel Gonçalves Regeifeiro (manuscr.). 2, 31, 21, 11.

4.1.9.13.1 Vários manuscritos de uma mesma instituição

Se os manuscritos estiverem separados na referência, não há necessidade de


repetir a instituição, nem a palavra manuscrito. Entram por ordem alfabética as
designações dos arquivos e, dentro delas, por ordem cronológica, ou por outro
critério.

Fontes manuscritas:

SÃO PAULO. Arquivo Cúria Metropolitana Baptisados: Brancos e libertos: 1829-


1849. Livro nº. 13. Idem. 1880-1885. Livro nº. 19.

SÃO PAULO. Departamento do Arquivo do Estado. Ordens Régias. 1765-1780.


Caixa 62, nº. 420. Processos da Secretaria da Agricultura, 1901. Mar. 1.

Nos documentos pertencentes a uma coleção dentro de um arquivo, o nome da


coleção deve anteceder à identificação do documento.
98

RIO DE JANEIRO. Biblioteca Nacional. Seção de manuscritos. Carta de Afonso


Sampaio Botelho a D. Luis Antônio de Souza. São Paulo, 1767. (manuscr.). Arquivo
de Matheus, 3, 4, 568.

Arquivos particulares ainda não ligados à instituição entram simplesmente


pelo nome.

ARQUIVO SETEMBRINO DE CARVALHO. Carta a Assis do Brasil. Porto Alegre,


1940. (manuscr.). Pasta 2,3.

4.1.9.14 Documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico (bases de dados,


listas de discussão, sites, arquivos em disco rígido, softwares, mensagens
eletrônicas).

Formato eletrônico:

AUTORIA. Título do serviço ou produto. Versão (se houver). Local (cidade) de


publicação: Editor, data de publicação [citação]. Disponível em: <endereço
eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

a) bases de dados:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Faculdade de Letras. Biblioteca.


Peri. Versão 3.7. Belo Horizonte, 1999. Disponível em: <www.letras.ufmg.br>.
Acesso em: 03 fev. 2001.

b) listas de discussão:

COMUT online: lista de discussão. Brasília: ibict. Secretaria Executiva do COMUT,


1998. Disponível em: <www.ct.ibict.br:8000/listserver@ibict.br>. Acesso em: 10 dez.
2002.

c) sites:
99

Biblioteca “Prof. Rubens Costa Romanelli”. Desenvolvido por Fabiano Roberto e


Rosângela Costa, 2002. Apresenta produtos e serviços oferecidos pela Biblioteca da
Faculdade de Letras da UFMG. Disponível em: <HTTP://www.letras.ufmg.br>.
Acesso em: 13 dez. 2002.

d) arquivos em disco rígido:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Faculdade de Letras. Biblioteca.


Atualização CCN. Txt: hold-id modificados. Belo Horizonte, 2002. 1 disquete 3 ½ pol.
Word for Windows 7.0.

e) softwares

NOU-Rau: software livre. Versão beta 2. Campinas: UNICAMP, 2002. Disponível em:
<www.rau-tu.unicamp.br/nou-rau>. Acesso em: 05 dez. 2002.
100

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apresentamos para a comunidade acadêmica FACIT o “Manual para


Normalização de Projetos de Pesquisa, Monografia e Trabalhos Científicos”. A
divisão estabelecida por meio de capítulos foi providencial. Pretendíamos que este
manual se apresentasse didaticamente organizado no sentido de evidenciar as
nossas pretensões. Foi assim que apresentamos o Capítulo 1 apenas como um
elemento propedêutico, preparatório. Na verdade, a intenção primordial desse
capítulo era a de sair do caráter convencional da maioria dos manuais acadêmicos
pertinentes a esta matéria e apresentar algo que fosse para além do caráter formal
da Metodologia Científica. Sabemos que a normalização é muito importante e
mesmo imprescindível, do contrário, não teríamos uma uniformidade dos padrões.
No entanto, ser um bom pesquisador sugere uma instrumentalização que vai para
além do caráter formal. Afinal, o melhor dos acadêmicos em formatação de trabalhos
acadêmicos talvez não que seja o melhor pesquisador da instituição.
Foi pela certeza de que a formação acadêmica preconizada pela Faculdade de
Ciência e Tecnologia de Montes Claros (FACIT) pressupõe uma preparação para a
pesquisa enviesada para a produção de tecnologia que propusemos inserir esse
acadêmico pesquisador na noção do que é pesquisa e quais são os seus tipos.
Intentamos fazê-lo entender que, antes mesmo do trabalho de confecção do projeto
de pesquisa, existe uma etapa que lhe precede que é a do conhecimento de suas
formas e de seus instrumentos.
Já o Capítulo 2 objetivou apresentar ao pesquisador FACIT as condições de
elaboração e estrutura geral do um projeto de pesquisa. Diante da diversidade de
modelos de projetos de pesquisa apresentada nos diversos manuais de metodologia
científica, principalmente no que concerne a posição e localização de cada um de
seus itens, pretendeu-se ali uniformizar tanto o caráter formal dessa produção, como
fixar a identidade estrutural dos projetos que serão produzidos e redigidos nessa
Instituição de Ensino Superior (IES). Sendo assim, teremos unidade e consonância
em nossas produções.
O Capítulo 3, por outro lado, almejou apresentar aos pesquisadores FACIT o
formato geral da monografia que será adotado na instituição. Pretende-se também
com isso a consecução de um modelo padronizado e universal na esfera
101

institucional. Desse modo, deseja-se que os pesquisadores FACIT, bem como aos
professores de Metodologia Científica, Iniciação Científica, Metodologia da Pesquisa
e Projeto de Graduação, esforcem-se em fazê-la tornar-se realidade.
A pretensão do Capítulo 4, por fim, foi a de orientar os discentes e docentes da
FACIT a respeito da normalização geral que tange à formatação de trabalhos
acadêmicos. Resta-nos salientar que as normas ali apresentadas empregam-se a
qualquer modalidade de texto científico não se restringindo ao projeto de pesquisa
ou à monografia. Sendo assim, atentamos para a necessidade de que as produções
bibliográficas da Instituição sejam orientadas pelas normas ora apresentadas. O
esforço de cada um no acompanhamento do que se apresenta redundará na coesão
formal de nossas produções, bem como, estará em consonância com a norma
brasileira vigente.
102

6 REFERÊNCIAS

ANDER-EGG, Ezequiel. Introducción a las técnicas de investigación social: para


trabajadores sociales. 7. Ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978.

ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Edipro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e


documentação - Citações em documentos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT,
2002. 7p.

_______. NBR 12225: Informação e documentação – Lombada - Apresentação. Rio


de Janeiro: ABNT, 2004. 7p.

_______. NBR 14724: Informação e documentação – Trabalhos Acadêmicos -


Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. 15p.

_______. NBR 15287: Informação e documentação – Projeto de pesquisa -


Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. 10p.

_______. NBR 6023: Informação e documentação – Referências - Elaboração. Rio


de Janeiro: ABNT, 2002. 24p.

_______. NBR 6024: Informação e documentação – Numeração progressiva das


seções de um documento escrito - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. 4p.

_______. NBR 6027: Informação e documentação – Sumário - Apresentação. Rio de


Janeiro: ABNT, 2003. 2p.

_______. NBR 6029: Informação e documentação – Livros e folhetos -


Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2006. 14p.

_______. NBR 6034: Informação e documentação – Índice - Apresentação. Rio de


Janeiro: ABNT, 2004. 8p.

AZEVEDO, Israel Belo de. O Prazer da Produção Científica: descubra como é fácil e
agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 12. ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2001.
103

CASTRO, C. de M. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw Hill do Brasil, 1977.

COPI, Irving M. Ciência e hipótese. In: _____. Introdução à lógica. 2. ed. Trad.
Álvaro Cabral. São Paulo: Mestre Jou, 1978.

DENZIN, N. K.; LINCOLH, Y. S. (Ed.). Handbook of qualitative research. Alderhot:


Avebury, 1992.

DUARTE, S. V.; FURTADO, M. S. V. Manual para elaboração de monografias e


projetos de pesquisa. 3. ed. Montes Claros: Ed. Unimontes, 2002.

FRANÇA, J. L.; VASCONCELLOS, A. C. Manual para normalização de publicações


técnico-científicas. 8. ed. rev. Belo Horizontes: Editora UFMG, 2009.

LEOPARDI, M. T. et al. Metodologia da pesquisa na saúde. Santa Maria: Pallotti,


2001.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia


científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MIGUEL, Paulo Augusto Cauchick (Coord). Metodologia da Pesquisa em


Engenharia de Produção e Gestão de Operações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier:
ABEPRO, 2012.

MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. Petrópolis:


Vozes, 1995.

NOGUEIRA, Oracy. Pesquisa social: introdução às suas técnicas. São Paulo:


EDUSP, 1968.

OLIVEIRA, N. A. Contextualizando o grupo focal: técnica de coleta de dados em


pesquisa qualitativa. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 17, 2008,
Pelotas/RS. Conhecimento sem Fronteiras. Pelotas/RS: Editora UFPEL, 2008.
Disponível em: < http://www.ufpel.edu.br/cic/2008/cd/pages/pdf/CS/CS_01573.pdf>.
Acesso em: 15 jul. 2012.

SALVADOR, A. D. Métodos e Teoria de Pesquisa Bibliográfica. Porto Alegre: Editora


Sulina, 1986.
104

VIEIRA, Sonia. Como escrever uma tese. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

VIEIRA, Sonia; HOSSNE, William Saad. Metodologia científica para a área de


saúde. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.

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