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Introdução
O apóstolo Paulo tem sua importância na história da salvação diante do volume
de material presente no cânon das Escrituras. Um terço do Novo Testamento foi escrito
por ele, além das várias doutrinas desenvolvidas, ao longo de suas epistolas, através do
Espirito Santo.
Além disso, é bem provável que Paulo trabalhe sua teologia ao longo das epistolas,
também de forma semelhante. Um dos tópicos aplicados a essa teologia é o de uma
estrutura fixa, que funciona como chave interpretativa. Essa estrutura pode ser melhor
visualizada a partir da Figura 1, abaixo.
Velha Nova
Era Era
Para explicar essa estrutura de forma mais clara, tomei a liberdade de defini-la a
partir do tema abordado na epístola aos Romanos, a carta escolhida para se trabalhar nesse
trabalho. Partindo do conhecimento prévio de que o tema principal de Romanos é a justiça
de Deus, e que a justificação pela fé é a base da doutrina presente nessa carta, o autor
Padilha Jr. (1989) classifica e caracteriza dois tipos de pessoas. Primeiro, os que não são
declarados justos por Deus, e que são definidos como escravos que vivem sob o reino da
lei, do pecado e da morte, declarados inimigos de Deus e alheios a Sua vontade. O outro
tipo é formado por aqueles que são justificados, que foram transportados para o reino de
Deus, da vida, ou seja, eles foram trasladados do presente século para o século vindouro
pelo ato de Deus em Cristo, dando início a uma nova criação. Cada um desses tipos de
pessoas expressa o que a estrutura denomina de “era”. A “Velha Era” representa o
primeiro grupo que foi descrito. Esta ainda não findou, mas se encontra nos seus “últimos
dias”. A “Nova Era”, caracterizada pela ausência do mal, já foi iniciada em Cristo, e já é
possível desfrutá-la, mas ainda não em plenitude.
Romanos 6:15-23
No versículo 16 desse capitulo, Paulo lembra os leitores que eles são escravos. E
que eles podem estar sob o domínio de dois senhores, pecado ou justiça (Cristo). Além
disso, Paulo acrescenta que esse domínio é determinado pela direção da obediência, ou
seja, a quem se oferecer, com frequência, esse será o seu senhor. Segundo Wiersbe (2000),
o verbo “oferecer” significa “colocar à disposição, apresentar, oferecer como sacrifício”.
Velho Homem
O primeiro termo que aparece na sequência, versículo 17, é “outrora”. Esse regime
é caracterizado pela expressão que aparece em seguida “escravos do pecado”, ou seja, em
outro tempo, nós éramos escravos do pecado, estávamos sob o seu domínio e por isso
vivíamos hostis a Deus. Se não fosse por Deus, como diz no início do versículo, e por sua
graça, não seria possível uma nova vida, uma nova humanidade. Passando para o
versículo 20, pode ser visto que Paulo dá uma característica, quando estávamos nessa
condição, “isentos em relação à justiça”. Uma outra versão traz a palavra “livres” em
lugar de “isentos”. Segundo Padilha Jr. (1989), Paulo está afirmando que anteriormente,
enquanto escravos do mal, a justiça não tinha domínio sobre nós, e por isso não podíamos
obedecê-la.
No versículo 19, Paulo continua seu raciocínio de que quando escravos do pecado,
estávamos isentos em relação a justiça e por isso entregue totalmente ao pecado. Por isso,
ele fala sobre o uso dos membros do corpo para impureza e maldade. Nesse caso,
“membros” refere-se aos instrumentos de operação do pecado, uma forma de resumir que
todo corpo caminhava para um fim de completa depravação.
Novo Homem
Conclusão
O estudo foi baseado no texto de Romanos 6:15 – 23, no qual foi aplicado a
estrutura de interpretação, comprovando sua usabilidade dentro da Teologia Paulina. O
tema escolhido para discussão foi a nova humanidade em Cristo. Primeiramente, foram
listados termos chaves que Paulo usou ao longo do texto, os quais caracterizaram o Velho
Homem, e posteriormente, listou-se também as características do regime no Novo
Homem.
PADILHA JR., W. Exposição da Epístola aos Romanos. São Paulo: Imprensa Batista
Regular, 1989.