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RITOS
Ritos são procedimentos do Processo Penal, da denúncia a sentença. O Processo Penal
é uma sequencia de atos em determinada ordem, com finalidade jurídica. O Processo
Penal deve seguir a ordem legal. O processo penal é inegociável.
Rito Comum se divide em:
o Ordinário: quando a pena máxima em abstrato do crime cometido for maior
ou igual a 4 anos. Este procedimento se inicia com a denúncia do réu (ação
penal pública), ou com a queixa-crime (ação penal privada). Neste
procedimento as partes poderão arrolar até 8 testemunhas.
o Sumário: quando a pena em abstrato for superiores a 2 anos e inferiores a 4
anos. Aqui podem ser arroladas até 5 testemunhas. O procedimento sumário
ocorrerá da mesma forma que o ordinário, respeitando as mesmas regras
processuais.
o Sumaríssimo: adotado para o julgamento de infrações penais de menor
potencial ofensivo, ou seja, quais quer contravenções penais ou crimes cujas
penas máximas em abstrato não ultrapassem 2 anos e a competência para o
julgamento destes é do Juizado Especial Criminal.
Todo rito começa com a denúncia, onde inicia a Ação Penal Pública.
DENÚNCIA
De acordo com Gustavo Badaró, a denúncia passa por um controle interno (interna
corporis), sendo ela recebida ou rejeitada. O MP oferece a denúncia, conforme o artigo
41 (qualifica, expõem os fatos e tipifica), sendo que esta é enviada para o juízo, que
pode recebê-la, ou rejeita-la sumariamente.
Na década de 90, no recebimento da denúncia, foi criado pelo TJ/SP, o in dubio pro
societa (também usado na sentença de pronuncia – Júri), pois caso existisse dúvida
sobre o FAD, em prol da sociedade, punindo o acusado indevidamente.
Recebimento: o recebimento da denúncia não pode ser automático, devendo o juiz ao
recebe-la, esclarecer seus motivos, e justificar o recebimento.
Não pode ocorrer:
o O recebimento imotivado da denúncia, sendo obrigatória sua fundamentação.
o O recebimento da denúncia, com base no in dubio pro societa.
Rejeição sumária: sumária significa sem dilação probatória ou prova inicial. Prevista
no Artigo 395, nas seguintes hipóteses:
o For manifestamente inepta: que não se consegue exercer sua função
o Faltar pressuposto processual: trata-se de capacidade postulatória. Ex: APPI
para MP e APPC por particular.
Condição para o exercício da ação penal: permitir o andamento dos autos,
sabendo que irá prescrever.
o Faltar justa causa para o exercício da ação penal: TATBESTAND – ter um
pouco ou mínimo de prova (conjunto probatório mínimo), existindo FCD.
CITAÇÃO DO RÉU
Após o recebimento da denúncia, o réu deve ser citado. Se existir IP (que é
dispensável), o acusado já deve ter conhecimento do IP, pois em tese já foi chamado
para depor ou intimado para comparecer a Delegacia, já tendo conhecimento do FAD
que lhe é atribuído. Caso a ação seja iniciada pelo MP, sem a delegacia, pode que o réu
não tenha conhecimento.
Comunicação Inicial para o acusado: é a comunicação feita exclusivamente ao
acusado, da existência do processo contra ele. Demais comunicação para o réu no
decorrer do processo, são intimações. A partir da citação, o réu toma conhecimento da
existência de um processo contra ele. No momento da citação, é necessário o mandado
de citação conter cópia integral da denúncia. O acusado deve apor seu ciente, e em
caso de recusa, o oficial de justiça irá certificar a ocorrência da recusa, mas que o ato
(citação) ocorreu.
Defesa – presença do acusado – direito ou dever?
Revelia ≠ mera ausência: Não se pode confundir revelia, com mera ausência (que é
não comparecer aos autos do processo).
o Revelia: todos os fatos alegados pela outra parte são tidos como verdadeiros.
Inexiste revelia no Processo Penal.
o Mera ausência: perda de uma chance de defesa (risco de assunção). A defesa
pode ocorrer em outras situações, como as alegações finais.
CITAÇÃO
Não basta que ocorra a citação, ela tem que ser válida, pois trata-se do ato em que se
comunica o acusado da existência de um processo contra ele. O nome correto é citação
inicial do réu. Após este ato, o réu, no mesmo processo, será somente intimado, não
mais citado.
o Real: é aquela realizada pessoal e diretamente ao acusado, não sendo aceita
que seja realizada através de outra pessoa. Deve ocorrer de forma sigilosa,
discreta, contendo cópia da denúncia, contendo a data da ocorrência do ato.
o Por hora certa: Ocorre quando o oficial de justiça deixa aviso a 3ºs, de que
retornará em outro dia e horário previamente estabelecido, e que pede a esse
terceiro que avise disto, para o acusado. A citação é fei
o Ficta Art. 366 do CPP – Consequência: “falsa”, forjada, fictícia.
DENÚNCIA
Não recebimento
Recebimento citação válida resposta do acusado
A Denúncia pode ser recebida ou não. O in dubio pro societa jamais poderá ser usado
para condenar o réu. Após deve ocorrer a citação do réu, que caso não seja válida, deve
ocorrer nos moldes do art. 366 do CPP. Após a citação, deve ocorrer a resposta do réu.
RESPOSTA DO ACUSADO
As defesas técnica e pessoal são autônomas.
Defesa Pessoal (renunciável): exercida pelo próprio réu, é um direito, podendo
ser renunciada, pela confissão do réu. Ocorre somente uma vez, no interrogatório
(em caso de Júri, são 2 vezes, pois o réu é ouvido em plenário).
Defesa Técnica (irrenunciável): ocorre por advogado, que tem a obrigação de
contestar a acusação. É exercida durante todo o processo. Na resposta a acusação,
conterá:
o O endereçamento: juízo a quem será endereçada.
o A qualificação: do réu.
o A defesa do fato: pode ser completa, mas de praxe deve ser básica. A
defesa completa deve ocorrer nas alegações finais. Na defesa prévia, alega-
se somente a improcedência da denúncia, informando que a defesa irá ser
comprovada, se necessário, na instrução. Arrola-se até 8 testemunhas
(informante não pode ser considerado como testemunha). A defesa da tese
a ser explorada, deve ser apresentada somente nas alegações finais, pois
assim o MP não terá subsídios para “contra-atacar”. Essa defesa básica, na
fase de Defesa Prévia, também é chamada de defesa genérica.