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Instruções em histórias
Transcrições
Chitra Devi Dasi (Claudia Cristiane Camilo)
Tradução Oral
Taruni Gopi Devi Dasi (Talita Borges)
Capa
Bimal Krishna Das (Beto Campos)
Ilustrações
Bimal Krishna Das (Beto Campos), Jaya Sri Devi Dasi (Janna Brilyantova),
Ananda Pradayini Devi Dasi (Rússia)
Revisão
Chandra Devi Dasi (Claudia Segobia), Malini Devi Dasi (Marinês Trindade), Vraja-
sundari Devi Dasi (Maria Elisa Tassi), Monmohini Devi Dasi (Mayara Azambuja),
Taruni Gopi Devi Dasi (Talita Borges)
UPAKHYAN UPADESH
Instruções em histórias
1ª Edição
2017
6. CAMINHO DO AMOR 27
- O amor é como uma cobra que anda em zigue-zague
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A RELAÇÃO ENTRE ADORAÇÃO E ACEITAÇÃO
– A lógica da meia galinha –
Um homem muito rico, que tinha dois filhos, faleceu. No momento
da divisão da herança entre os filhos, deveria ficar 50% para cada herdeiro.
Um dos bens do homem era uma galinha e os irmãos teriam que
decidir com quem ficaria o animal.
Por decisão do chefe da vila, eles “dividiriam” a galinha em duas
partes, mas, para não matar o animal, decidiram que um a alimentaria, ou
seja, ficaria com a parte dianteira do animal, e o outro ficaria com os ovos,
ou seja, com a parte traseira da galinha. Porém, nem sobre isso houve um
consenso. Os dois filhos queriam ficar com a parte traseira do animal, pois
queriam apenas receber os ovos sem ter que alimentar a galinha; nenhum
dos dois queria apenas alimentar o animal sem receber os “frutos” disso.
Essa é, pois, a “filosofia da meia galinha”: querer apenas os ovos da
galinha, sem ter que cuidar do animal. Tal conduta é imperfeita, posto que
para se obter o “fruto”, há que se cuidar da galinha. 11
Moral da história
Este exemplo é perfeito para demonstrar o equívoco de se adorar
alguém sem aceitar a sua filosofia. Por exemplo, se adoramos Sri Vyasadeva,
devemos aceitar a sua filosofia. No entanto, há algumas pessoas que dizem
aceitar Vyasadeva, mas, de fato, não aceitam sua filosofia. Não é correto e
apropriado aceitar apenas o guru sem aceitar, realmente, as instruções
do guru. Portanto, se aceitamos um guru, devemos aceitar, também, suas
instruções.
Ao aceitarmos uma tarefa, devemos fazê-la por completo, caso
contrário, o melhor seria não fazer nada. Como no caso da galinha, seria
impossível dividi-la ao meio, ou fica-se com tudo ou abandona-se tudo.
Portanto, como na filosofia de Sri Vyasadeva, ou seguimos todas
as suas instruções, ou não realizaremos nada. Citando lógicas como a do
macaco, do gatinho e da meia galinha, Srila Bhaktisiddhanta Prabhupada
explicou isso muito bem e recorrentemente. A escritura Sri Caitanya
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Caritamrta também possui diversas passagens a esse respeito. Não deixe de
pesquisar acerca desse tema.
Moral da história
Essa história traz uma excelente metáfora sobre as diferenças deste
mundo para o mundo espiritual, o qual se chama Goloka Vrindavana.
O mundo espiritual é muito belo e quando vocês chegarem lá,
perceberão a sua beleza. Isso é descrito em diversas escrituras, como o
Sri Brahma-Samhita. Às vezes as pessoas mundanas não entendem as
descrições, narrações e ensinamentos que as pessoas autorrealizadas contam.
No entanto, quando tais pessoas alcançarem elas mesmas a autorrealização,
então, automaticamente, compreenderam por si sós como as palavras dos
santos eram verdade.
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No mundo material, as construções são feitas com tijolos, areia, vigas
etc. Já em Goloka Vrindavana, no mundo espiritual, por sua vez, as casas
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Uma princesa, usando um colar muito valioso, foi tomar banho no rio
com suas amigas. Enquanto brincava nas águas, pensou: “temo perder esse
colar na água, portanto, melhor tirá-lo”. E, assim, ela retirou-o e colocou-o
em cima de uma pedra na beira do rio, voltando a nadar com suas amigas.
De repente, um pássaro muito grande sobrevoou o local, apanhou o
colar e levou-o consigo. Ao se dar conta do ocorrido, a princesa começou a
chorar pela perda do colar.
Ao retornar ao palácio, disse ao seu pai que ele deveria ajudá-la a
encontrar o colar, pois, seu desespero era tamanho que ela seria capaz de
se matar! O rei, então, para acalmar a filha respondeu que o melhor era dar
outro colar à princesa, já que seria impossível saber para onde o pássaro teria
levado o valioso colar. 17
A princesa então respondeu:
Moral da história
O mundo material em que estamos agora é um reflexo pervertido do
mundo transcendental, como se fosse tudo de cabeça para baixo. Buscamos
a felicidade aqui neste mundo, mas a felicidade está, na verdade, no mundo
transcendental.
Como estamos totalmente iludidos pela potência ilusória do Senhor,
chamada maya, não sabemos onde estamos de fato. Sabemos muito pouco
sobre a nossa verdadeira identidade e qual é a natureza da alma. Pensamos
que somos o corpo e nos identificamos com ele. Não obstante, devemos
entender que não somos o corpo, somos alma, parte integrante do Senhor
Supremo, Deus, Sri Krsna.
É somente pela presença da alma no corpo que ele funciona. As
escrituras esclarecem que devemos descobrir quem somos verdadeiramente;
elas nos revelam que somos alma. Mas, qual é a natureza da alma? O que a
satisfaz? Essas perguntas fazem parte de um princípio científico, pois tudo o
que existe, qualquer substância, tem sempre sua natureza inerente.
Por exemplo, a fórmula da água é H2O. Duas partes de hidrogênio
(H) combinadas com uma parte de oxigênio (O) formam uma molécula
de água. Mas qual a natureza da água? Algumas das propriedades da água 19
são a liquidez; ela sempre escorre. A água, em sua condição natural, tende
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Moral da história
Somente um devoto puro de Deus (um sadhu) pode mudar a nossa
vida; não há outra forma. Por isso, todas as Escrituras Sagradas relatam as
glórias de nos associarmos com santos, nem que seja por um único instante:
Era uma vez um rei que, aos 25 anos, casou-se com uma bela princesa.
No dia da festa de casamento, ele deu à sua noiva um belíssimo colar de
presente. No colar, estavam gravadas a data do casamento e sua assinatura.
Ao presentear sua futura esposa, o rei lhe disse:
— Dou-lhe este colar, muito valioso, como um símbolo do nosso
amor e afeição. Portanto, guarde-o sempre com você, com muito zelo.
A princesa, por sua vez, assegurou-o:
— Guardarei este presente com muito cuidado e em um lugar seguro,
assim como farei com o nosso amor!
Neste mundo, as relações amorosas são assim: “eu só vou te amar se
você me amar de volta”. Só se ama alguém se for recíproco. Essa é a natureza
deste mundo material. Porém, existe uma outra forma de amor na qual se
ama independentemente de retorno. Isso se dá com os pais. Você pode gostar
ou não dos seus pais, mas eles nunca deixarão de gostar de você.
Continuando, a futura rainha afirmou que guardaria o valiosíssimo
colar como um símbolo do amor do casal. E houve o casamento.
Após quinze anos, a vida conjugal dos dois continuava muito bem,
sempre com trocas amorosas etc. Até que um dia...
Um dia, o rei recebeu em sua corte, no salão real, uma fantástica
dançarina. Sua apresentação foi tão bonita que deixou o rei extremamente
comovido. Terminada sua performance, portanto, o rei ofertou uma generosa
doação para a moça.
A moça, então, considerou: “Como ele me deu um presente, eu
também devo dar-lhe algo...” Sendo assim, em troca, a dançarina ofereceu ao
rei um colar.
Quando o rei pegou o presente que a dançarina lhe dera, reparou
e viu que era um colar. Atentando-se, o rei achou que já havia visto aquele
colar antes. Quando olhou por baixo do colar, viu uma coisa gravada. Era a 27
sua própria assinatura! E a data do seu casamento!
Moral da história
Essa é a qualidade do amor neste mundo material! O rei amava a
rainha, que amava o ministro, que amava a dançarina... Contudo, se você
amar a Deus, você amará a todas as pessoas.
Nossas Escrituras ensinam que devemos amar a Deus, pois Ele é o
princípio do amor puro.
Krsna, Deus, mora no coração de todos. Se você não amar a Deus,
mas ficar dizendo “eu te amo, eu te amo” para as pessoas; isso será apenas
uma enganação, um amor de mentira. Tente entender, ame a Deus e então
você amará a todos.
Você pode se perguntar: “Mas como eu conseguirei amar a Krsna se
nem O conheço, nunca O vi?...” A resposta para essa pergunta está também
nas Escrituras.
As Escrituras explicam que o processo de cantar os Santos Nomes de
Deus, faz com que também, automaticamente, comecemos a amá-lO. Isso
se deve ao fato de não haver diferença entre os Nomes de Deus e o Próprio
Deus. Caso amemos a Deus, amaremos também a todos os seres e, assim,
alcançaremos a paz e seremos felizes. Portanto, cantem:
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1 Outro nome de Deus, que significa que Ele é o abrigo para todos os seres huma-
nos.
38 OM NAMAH SHIVAYA
Moral da história
Essa história demonstra a importância de se ter sadhu-sanga, a
associação com um devoto puro de Deus.
O besouro rola-bosta simboliza a alma condicionada ao mundo
material. A alma condicionada à matéria se absorve no prazer limitado e
temporário trazido pelos sentidos materiais. O abelhão representa o sadhu, a
pessoa santa, e o Senhor Shiva retrata o guru perfeito.
Por ter se relacionado com o abelhão, que seria o sadhu, o besouro 39
rola-bosta obteve contato com o guru, que, no caso, era o senhor Shiva. Isso
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Quem pode ver Deus?
– O rei, o ministro e seu filho –
Uma vez, um rei perguntou ao seu ministro:
— Você sabe me dizer quem já viu Deus e o que Ele está fazendo
agora?
— Vossa Majestade, preciso de sete dias para poder dar uma resposta
— considerou o ministro.
No dia seguinte, o filho desse ministro, vendo o pai angustiado,
indagou-lhe sobre o que havia acontecido. O pai, então, contou-lhe sobre as
perguntas que o rei fizera e sobre o prazo para a resposta.
Ao ouvir o motivo do nervosimo do pai, o menino disse:
— Pai, não se preocupe! Eu tenho a solução para o seu problema!
Diga a Sua Majestade que as respostas que ele busca são tão simples que até
uma criança sabe responder.
Foi assim que, cumprindo o prazo, passados sete dias, o ministro
dirigiu-se ao rei:
— Vossa Majestade, as respostas daquelas perguntas que o senhor me
40 fez são tão simples, que quem lhe responderá será o meu filho!
O rei ficou surpreso, mas concordou. O filho do ministro apresentou-
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NÃO LEVAREMOS NADA APÓS A MORTE
– O santo e o recado para o rei –
Um dia, um santo aproximou-se de um rei e pediu-lhe uma audiência
com ele, mas o rei era muito ocupado com seus deveres e negou o pedido do
santo (sadhu).
Pessoas muito importantes nunca têm tempo para falar com ninguém.
Por exemplo, para conseguirmos falar com o presidente de um país ou com
um ministro, precisamos agendar o encontro com dois ou três meses de
antecedência.
Voltando à história, como não conseguiu falar com o rei, o santo
aproximou-se da rainha e disse-lhe:
— Vossa Majestade, ouça meu conselho: para obtermos frutos
espirituais devemos cantar os Santos Nomes de Deus. Sem prejuízo, como
seu marido não tem tempo para falar comigo, trago-lhe uma mensagem e
peço que repasse-a para Sua Majestade.
A rainha consentiu e o santo prossegiu:
— Sua Majestade, o rei, morrerá em exatos sete dias. Depois da morte,
contudo, devido às muitas atividades piedosas que realizou, o rei irá para os
Planetas Celestiais. Lá, ele ficará em um belíssimo aposento. Contudo, lá há
também muitos mosquitos e, embora em seu lindo quarto haja uma cama 43
com mosquiteiro, este possui vários rasgos, que o tornam inútil. Por conta
Moral da história
A fim de obter frutos espirituais eternos, todos devem cantar os
Santos Nomes, pois da vida nada se leva...nem mesmo um pequeno fio de
linha e uma agulha. Da vida, não levaremos nada material, tudo ficará aqui.
Por isso, não perca mais tempo e cante os Santos Nomes de Deus:
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