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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

ALLAN BRUCE PAIVA DE MORAIS


JONIEL BELO SARAIVA

MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULO DA ESTAÇÃO


DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

Belém
2017
2

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
1. PARÂMETROS DE PROJETO .................................................................................. 5
2. VAZÕES DE PROJETO .............................................................................................. 6
2.1. VAZÃO MÍNIMA ................................................................................................... 6
2.2. VAZÃO MÉDIA ..................................................................................................... 6
2.3. VAZÃO MÁXIMA ................................................................................................. 7
3. TRATAMENTO PRELIMINAR ................................................................................. 7
3.1. CALHA PARSHALL .............................................................................................. 7
3.1.1. Nível máximo .................................................................................................. 8
3.1.2. Nível mínimo ................................................................................................... 8
3.1.3. Desnível ........................................................................................................... 8
3.2. GRADEAMENTO................................................................................................... 8
3.2.1. Velocidade máxima ......................................................................................... 8
3.2.2. Área útil........................................................................................................... 9
3.2.3. Eficiência da grade.......................................................................................... 9
3.2.4. Seção da grade ................................................................................................ 9
3.2.5. Largura da grade ............................................................................................ 9
3.2.6. Velocidade no canal da grade ....................................................................... 10
3.2.7. Número de barras e espaçamento na grade ................................................. 10
3.2.8. Perda de Carga ............................................................................................. 10
3.2.9. Altura da Grade ............................................................................................ 11
3.3. CAIXA DE AREIA ............................................................................................... 11
3.3.1. Área da Seção Transversal ........................................................................... 12
3.3.2. Comprimento da caixa de areia ................................................................... 12
3.3.3. Largura da caixa de areia ............................................................................. 12
3.3.4. Verificação da taxa de escoamento superficial ............................................ 12
3.3.5. Verificação da quantidade de areia gerado ................................................. 13
3.3.6. Altura do rebaixo da caixa de areia ............................................................. 13
4. TRATAMENTO SECUNDÁRIO .............................................................................. 14
4.1. DIMENSIONAMENTO DO REATOR UASB ...................................................... 14
3

4.1.1. Carga Afluente Média .................................................................................. 14


4.1.2. Volume do Reator ......................................................................................... 15
4.1.3. Número de Módulos...................................................................................... 15
4.1.4. Volume do Módulo........................................................................................ 15
4.1.5. Área de cada módulo do reator .................................................................... 15
4.1.6. Dimensões do módulo ................................................................................... 16
4.1.7. Carga Orgânica Volumétrica ....................................................................... 16
4.1.8. Verificação das velocidades ascendentes ...................................................... 16
4.1.9. Velocidade de passagem para o compartimento de decantação .................. 17
4.1.10. Verificação da Taxa de Aplicação Superficial ............................................. 17
4.1.11. Sistema de distribuição do esgoto afluente .................................................. 18
4.1.12. Estimativa de remoção de DBO e DQO ....................................................... 19
4.1.13. Estimativa do Efluente.................................................................................. 19
4.1.14. Avaliação da Produção de Metano ............................................................... 20
4.1.15. Avaliação da produção de biogás ................................................................. 21
4

INTRODUÇÃO

A água é um recurso necessário a todos os aspectos da vida e ao desenvolvimento


das atividades humanas. As diversas utilizações da água resultam em esgoto, seja ele de
origem doméstica, hospitalar, industrial, entre outros (PIMENTA et al, 2002). “Os esgotos
domésticos contêm aproximadamente 99,9% de água. A fração restante inclui sólidos
orgânicos e inorgânicos, suspensos e dissolvidos, bem como microrganismos”. (VON
SPERLING, 2014). Portanto, a necessidade do tratamento de esgotos está relacionada a essa
fração de 0,1% das águas usadas, que podem ser responsáveis por algumas doenças de
veiculação hídrica.
O lançamento de efluentes in natura nos recursos hídricos resulta em
consequências diretas sobre o meio ambiente, podendo causar a diminuição da concentração
de oxigênio dissolvido nos corpos d’água, provocando impactos significativos sobre a vida
aquática, além do escurecimento da água e exalação de odores (PIMENTA et al, 2002). No
Brasil, segundo dados do Instituto Trata Brasil (2015), 50,3% da população tem acesso à
coleta de esgoto, dos quais apenas 42,67% são tratados antes de serem lançados nos corpos
receptores.
Atualmente, existem vários sistemas de tratamento de esgoto, que para sua
empregabilidade deve considerar vários fatores que irão influenciar na escolha das opções
tecnológicas, tais como a disponibilidade de área, a eficiência de remoção desejada, o impacto
ambiental do lançamento no corpo receptor, o objetivo do tratamento, entre outros
(PIMENTA et al, 2002; VON SPERLING, 2014).
Assim, o tratamento de esgoto sanitário é fundamental para o desenvolvimento
urbano em termos de dotação da infraestrutura requerida para proteger o meio ambiente.
Portanto, investir em sistemas de tratamento de esgoto deve-se tornar uma das prioridades dos
Governos, a fim de possibilitar condições de qualidade de vida para a população e para a
busca da sustentabilidade.
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1. PARÂMETROS DE PROJETO

O presente projeto consiste em uma estação de tratamento de esgoto (ETE),


composta por tratamento preliminar e reator UASB prismático (Figura 1).

Figura 1 – Fluxograma do reator UASB

Fonte: Von Sperling, 2014.

Para o dimensionamento das unidades, foram utilizados os parâmetros


apresentados na Tabela 1 e seguiram-se as recomendações fornecidas pela ABNT NBR
12.209/11 – Elaboração de projetos hidráulico-sanitários de estações de tratamento de
esgotos sanitários e ABNT NBR 9649/86 – Projetos de redes coletoras de esgoto sanitário.

Tabela 1 – Parâmetros de Projeto


Parâmetros de Projeto Valor Unidade
População 210.000 Habitantes
Consumo Per Capita de Água 230 L/Hab.d
C (Coef. de Retorno do Esgoto) 0,8 -
Temperatura (T) 27 °C
Taxa de Infiltração (Qinf) 0,00005 L/s.m
DQO Afluente (So) 650 mg/L
DBO Afluente 450 mg/L
Coeficiente de Produção (Y) 0,18 KgSST/KgDQOapl
Coeficiente de produção de sóliods, em termos de DQO (Yobs) 0,21 -
Concentração Esperada para o Lodo de Descarte 4 %
Densidade do Lodo 1020 KgSST/m³
Extensão de Rede 380 Km

O reator UASB deve ser no formato retangular, tendo as suas dimensões a relação
largura/comprimento de 1:4.
Para os cálculos realizados, considerou-se três casas decimais para as vazões e
duas casas para as dimensões. Vale ressaltar, que as dimensões do presente projeto não foram
arredondadas em nenhuma etapa dos cálculos.
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2. VAZÕES DE PROJETO

Inicialmente foram determinadas, com base nos parâmetros fornecidos, as vazões


que irão alimentar a estação de tratamento de esgoto projetada. Para atender a população do
projeto, foram consideras duas ETEs, a fim facilitar o dimensionamento e a operação da
mesma, além de contribuir para a prevenção do corpo receptor, caso ocorra uma eventual
interrupção na operação do sistema. Dessa forma, nos cálculos a seguir, a população de
projeto e a extensão de rede foram dividas de forma igual entre as duas ETEs.

2.1. VAZÃO MÍNIMA

Para o cálculo da vazão mínima foi considerado o coeficiente da hora de menor


consumo igual a 0,5 (K3=0,5), de acordo com a NBR 9649/86.

2.2. VAZÃO MÉDIA

O cálculo da vazão média foi realizado da seguinte forma:


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2.3. VAZÃO MÁXIMA

Para o cálculo da vazão máxima foi considerado o coeficiente do dia de maior


consumo igual a 1,2 (K1=1,2) e coeficiente da hora de maior consumo igual a 1,5 (K2=1,5), de
acordo com a NBR 9649/86.

A Tabela 2 demonstra um resumo das vazões de projeto, bem como sua conversão
para outras unidades.

Tabela 2 – Vazões de Projeto


Vazões de Projeto (L/s) (m³/s) (m³/h) (m³/d)
Vazão Mínima (Qmín) 121,306 0,121 435,600 10.454,400
Vazão Média (Qméd) 233,111 0,233 838,800 20.131,200
Vazão Máxima (Qmáx) 412,000 0,412 1483,200 35.596,800
Fonte: Autores, 2017.

3. TRATAMENTO PRELIMINAR

3.1. CALHA PARSHALL

A calha Parshall consiste em uma unidade, que geralmente, é instalada


posteriormente ao tratamento preliminar, a fim de se realizar a medição de vazão do efluente.
Além disso, contribui com o desempenho do desarenador, pois mantém a velocidade
praticamente constante na caixa de areia, fazendo com que os sólidos sedimentem nesta
unidade (VON SPERLING, 2014).
Será adotada a calha 1’, com valores de N igual a 1,522 (N=1,522) e K igual a
0,690 (K=0,690) com tamanho padronizado que atenderá as vazões projetas
Assim, foram calculado para as vazões máxima e mínima de projeto, os níveis de
água máximo e mínimo para a grade e caixa de areia.

3.1.1. Nível máximo

3.1.2. Nível mínimo

3.1.3. Desnível

O desnível existente entre a caixa de areia e a calha Parshall foi calculada da


seguinte forma.

3.2. GRADEAMENTO

O gradeamento consiste na etapa do tratamento preliminar que tem a finalidade de


remover sólidos grosseiros, retendo os materiais de dimensões maiores do que o espaçamento
entre as barras (VON SPERLING, 2014).
Para esta etapa do dimensionamento foram utilizadas grades finas, com dimensões
de 0,79x3,81 cm, 60° de inclinação e 2 cm de espaçamento entre as barras, atendendo as
recomendações para grade fina da NBR 12.209/11.

3.2.1. Velocidade máxima

A velocidade máxima de passagem entre as barras não deverá ser muito elevada,
afim de não arrastar o material previamente retido (ABREU, DE SÁ, 2014). Recomenda-se
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que a velocidade de escoamento entre as barras esteja entre 1,20 e 1,40 m/s. Dessa forma, foi
adotado o seguinte valor para velocidade máxima:

3.2.2. Área útil

A área útil consiste na superfície de contato por onde o esgoto passa (ABREU,
DE SÁ, 2014), a qual resultou numa área de 0,31 m².

3.2.3. Eficiência da grade

A eficiência da grade consiste na qualidade do esgoto a jusante, observando-se a


não obstrução das barras e o fluxo normal dos esgotos, com mínima perda de carga. A qual
resultou em uma eficiência de 71%.

3.2.4. Seção da grade

Área de passagem transversal do efluente no canal, a qual resultou em uma seção


de 0,43 m².

3.2.5. Largura da grade

Calculada para atender a área transversal necessária, juntamente com a altura do


canal, resultando em uma largura de 0,60 m.
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3.2.6. Velocidade no canal da grade

Consiste na velocidade do fluxo do canal de instalação da grade, a qual deve estar


de acordo com as recomendações da NBR 12.209/11, que preconiza uma velocidade máxima
para vazão final de 1,20 m/s. A velocidade encontrada foi da ordem de 0,95 m/s.

3.2.7. Número de barras e espaçamento na grade

Para se realizar o cálculo do número de espaçamentos entre as barras, é necessário


que seja calculado o número de barras que irá compor o gradeamento.

3.2.8. Perda de Carga

A perda de carga no gradeamento deve ser calculada para 50% de obstrução, de


acordo com a NBR 12.209/11, visto que a limpeza desta será realizada de forma manual.
Assim, foi encontrado uma perda de carga da ordem de 0,18 m.
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3.2.9. Altura da Grade

A altura da grade é calculada levando-se em consideração a perda de carga gerada


com 50% de obstrução. Será considerada uma borda livre de 0,50 m acima da altura da grade.
Portanto, a altura da grade será 1,39 m.

A Tabela 3 apresenta as características calculadas para o gradeamento utilizado no


tratamento preliminar da estação de tratamento de esgoto projetada.

Tabela 3 – Características do gradeamento


Características do Gradeamento Valor
Dimensões da Grade 0,78 x 3,81 cm
Espaçamento entre as barras 2 cm
Inclinação do gradeamento 60°
Área Útil 0,31 m²
Eficiência da Grade 71%
Seção da Grade 0,43 m²
Largura da Grade 0,60 m
Velocidade no Canal da Grade 0,95 m/s
Número de barras 21
Número de Espaçamentos 22
Perde de Carga com a Grade Limpa 0,18 m
Altura da Grade 1,39
Fonte: Autores, 2017.

3.3. CAIXA DE AREIA

A caixa de areia é a unidade do tratamento preliminar que tem a finalidade de


remoção de areia através da sedimentação desta, a fim de evitar a abrasão nos equipamentos e
tubulações (VON SPERLING, 2014).
O desarenador projetado será de limpeza manual, com fluxo horizontal e seção
retangular, considerando-se uma unidade reserva, conforme recomenda a NBR 12.209/11.
12

3.3.1. Área da Seção Transversal

De acordo com a NBR 12.209/11, a seção transversal deve ser tal que a
velocidade de escoamento esteja na faixa de 0,20 a 0,40 m/s. Assim, foi adotada uma
velocidade na caixa de areia de 0,30 m/s, resultando em uma área de 1,37 m².

3.3.2. Comprimento da caixa de areia

O comprimento calculado tem por objetivo atender aos parâmetros da taxa de


aplicação superficial, resultando em um comprimento de 12,82 m.

3.3.3. Largura da caixa de areia

A largura da caixa de areia é calculada resultou em 2,40 m.

3.3.4. Verificação da taxa de escoamento superficial

De acordo com a NBR 12.209/11, todos os tipos de desareneadores, devem conter


uma taxa de escoamento superficial compreendida entre 600 e 1.300 m³/m².d. Assim, a taxa
de escoamento superficial calculada foi da ordem de 1.156,94 m³/m².d, atendendo as
recomendações da norma.
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3.3.5. Verificação da quantidade de areia gerado

A verificação da quantidade de areia gerada foi calculada da seguinte forma:

3.3.6. Altura do rebaixo da caixa de areia

Com a quantidade de areia encontrada no calculo anterior, é possível encontrar a altura do


rebaixo da caixa de areia, compartimento onde a areia se depositará por sedimentação. A altura
encontrada foi da ordem de 0,98m.

A Tabela 4 apresenta as caracterísiticas calculadas para o sistema de desarenador


da estação de tratamento de esgoto

Tabela 4 – Características da caixa de areia


Características da Caixa de Areia Valor
Área da seção transversal 1,37 m²
Comprimento da caixa de areia 12,82 m
Largura da caixa de areia 2,40 m
Taxa de escoamento superficial 1.156,94 m³/m².d
Quantidade de areia gerada 60,39 m³/d
Altura do rebaixo da caixa de areia 0,98 m
Fonte: Autores, 2017.
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4. TRATAMENTO SECUNDÁRIO

4.1. DIMENSIONAMENTO DO REATOR UASB

Os reatores anaeróbios de manta de lodo são comumente conhecidos como


reatores UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket). São unidades de tratamento que podem
operar de forma única ou seguidas de alguma forma de pós-tratamento, porém, sempre devem
ser antecedidas pela etapa do tratamento preliminar (VON SPERLING, 2014).
Nos reatores UASB, a biomassa cresce dispersa no meio e possui concentração
bastante elevada. O líquido entre no fundo, na zona de digestão, e possui fluxo ascendente.
Como resultado da atividade anaeróbia, são formados gases que são coletados por uma
estrutura localizada no topo dos reatores. Esta estrutura é denominada de separador trifásico e
tem a função de impedir a saída da biomassa com o efluente, além de separar as zonas de
digestão, sedimentação e coletora de gás. Além disso, a produção de lodo nos reatores é bem
baixa e este já sai devidamente digerido e adensado, podendo ser apenas desidratado em leitos
de secagem (VON SPERLING, 2014).
A estação de tratamento de esgoto utiliza o reator UASB como unidade de
tratamento antes de lançar o efluente no corpo receptor. O reator possui formato retangular, é
composto por 14 módulos de tratamento, no qual cada módulo possui 3 separadores trifásicos.
O biogás produzido nos módulos é devidamente coletado e enviado para a etapa de
tratamento. A seguir são apresentas as etapas do dimensionamento do reator UASB.

4.1.1. Carga Afluente Média

A carga afluente consiste na quantidade de matéria orgânica, presente no esgoto,


que deverá ser tratada no reator UASB diariamente. A carga orgânica calculada é da ordem de
13.085 KgDQO/d.
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4.1.2. Volume do Reator

Para o dimensionamento do volume do reator UASB, o tempo de detenção


hidráulica (TDH) foi fixado em 8 horas, conforme recomendações feitas pela literatura para
regiões de clima quente. Assim, o volume calculado para a ETE é da ordem de 6.710,40 m³.

4.1.3. Número de Módulos

Devido ao formato retangular do reator UASB, possibilita-se a modulação do


tratamento, pois uma parede pode servir a dois módulos contíguos. A definição do número de
módulo seguiu as orientações de Chernicharo (2007), o qual recomenda que o volume dos
módulos não sejam superiores a 400-500 m³.

4.1.4. Volume do Módulo

O volume de cada módulo pode ser calculado através da divisão entre o volume
total do reator UASB e o número total de módulos. Assim cada módulo terá 479,31 m³ de
volume.

4.1.5. Área de cada módulo do reator

Para o dimensionamento da área útil do reator, adotou-se uma altura de 4 m,


atendendo as recomendações da NBR 12.209/11 que recomenda que a profundidade dos
reatores do tipo UASB deva estar entre 4 m e 6 m. A área do módulo é da ordem de 119,82
m².
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4.1.6. Dimensões do módulo

Conforme estabelecido pelos parâmetros de projeto, o reator UASB possui


formato retangular, com relação largura/comprimento de 1:4.

 Comprimento

 Largura

4.1.7. Carga Orgânica Volumétrica

A carga orgânica volumétrica consiste na quantidade de matéria orgânica que será


aplicada diariamente no reator UASB, sendo da ordem de 1,95 KgDQO/m³.d.

4.1.8. Verificação das velocidades ascendentes

De acordo com a NBR 12.209/11, as velocidades ascendentes deverão ser


menores que 0,70 m/h para vazão média e 1,20 m/h para vazão máxima. As velocidades
calculadas atendem as recomendações estabelecidas pela norma.
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4.1.9. Velocidade de passagem para o compartimento de decantação

Para o cálculo da velocidade de passagem da zona de digestão para o


compartimento de decantação, foi necessário realizar o calculo da área de passagem que
separa uma região da outra. Assim, foram considerados 3 separadores trifásicos, com largura
de passagem de 0,40 m.

Assim, realizou os cálculos da velocidade de passagem entre os compartimentos,


a qual deve ser igual ou inferior a 2,5 m/h para vazão média e a 4,0 m/h para vazão máxima,
conforme estabelece a NBR 12.209/11. As velocidades calculadas atendem as recomendações
fornecidas.

4.1.10. Verificação da Taxa de Aplicação Superficial

Para realizar a verificação da taxa de escoamento superficial, foi necessário


calcular as dimensões do compartimento de decantação. Serão adotados 3 separados trifásicos
por módulo, tendo suas paredes inclinas angulação superior a 50°, respeitando as
recomendações da NBR 12.209/11.
18

Assim, foi possível calcular a área do compartimento de decantação, a qual


influenciará diretamente na taxa de aplicação superficial.

A taxa de aplicação superficial no compartimento de decantação, de acordo com a


NBR 12.209/11, deve ser igual ou inferior a 1,2 m³/h para vazão máxima. A taxa de aplicação
superficial calculada atende a recomendação fornecida pela norma.

4.1.11. Sistema de distribuição do esgoto afluente

O sistema de distribuição do afluente consiste na forma se dará a distribuição da


vazão de esgoto no fundo de cada módulo. Assim é necessário que a alimentação do reator
ocorra de forma uniforme, garantindo a distribuição do efluente por toda a área, não gerando
caminhos preferenciais. Para tal, é necessário que cada ponto de distribuição possua uma
determinada área de influencia (Ai) no fundo do tanque.
A Tabela 5 apresenta algumas diretrizes obtidas em estudos científicos para a
definição da área de influência.

Tabela 5 – Diretrizes para a determinação da área de influência de cada tubo distribuídos de


esgoto afluente.
Tipo de lodo Carga orgânica Área de influência de
volumétrica cada distribuidor (m²)
(KgDQO/m³.d)
Denso e floculento (concentração > 40 < 1,0 0,5 – 1,0
KgSST/m³) 1,0 – 2,0 1,0 – 2,0
> 2,0 2,0 – 3,0
Mediamente denso e floculento 1,0 – 2,0 1,0 – 2,0
(concentração > 20-40 KgSST/m³) > 3,0 2,0 – 5,0
< 2,0 0,5 – 1,0
2,0 – 4,0 1,0 – 2,0
Granular
> 4,0 > 2,0
Fonte: Chernicharo, 2007.
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Assim, com base na carga orgânica volumétrica calculada, foi adotado o lodo do
tipo mediamente denso e floculento com 2 m² de influência de cada distribuidor, o que
resultou em 60 distribuidores por módulo e um total de 840 distribuidores em toda a estação
de tratamento de esgoto.

4.1.12. Estimativa de remoção de DBO e DQO

A estimativa de remoção de DQO nos reatores UASB, segundo Von Sperling


(2014), encontra-se entre 55% e 60%. A estimativa calculada foi de 67,15%.

A estimativa de remoção de DBO nos reatores UASB, segundo Von Sperling


(2014), encontra-se entre 60% e 75%. A estimativa calculada foi de 75,25%.

4.1.13. Estimativa do Efluente

De posse da estimativa de remoção do reator, foi possível estimar-se prováveis


concentrações de matéria orgânica no efluente do reator UASB, a qual na forma de DQO
apresentou concentração de 213,52 mg/L, e 124,87 mg/L na forma de DBO.
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4.1.14. Avaliação da Produção de Metano

O reator UASB, por tratar-se de tratamento anaeróbio, apresentará produção de


biogás no seu interior, o qual se apresentará, em grande parte, sob a forma de metano. Assim,
foi calculada a carga de metano produzida, encontrando-se uma produção de 6.109,81
KgDQOCH4/d.

Tendo calculado a carga de metano produzida, é necessário realizar-se a


calibração da pressão atmosférica e da temperatura local do projeto, a qual é de 27°C,
conforme estabelecido pelos parâmetros de projeto. Assim, este fator de correção é da ordem
de 2,59 KgDQO/m³.

Assim, foi calculada a vazão volumétrica de metano, sendo da ordem de 2.359,00


m³/d.
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4.1.15. Avaliação da produção de biogás

É toda a vazão de gás gerada no processo anaeróbio no interior do reator UASB, onde a
concentração de metano no biogás é da ordem de 75%, resultando em 3.145,33 m³/d.

Para facilitar os cálculos na etapa do coletor de gás, a vazão de biogás foi


transformada para m³/h.

4.1.16. Coletor de Gás

O gás gerado no interior do reator UASB será coletado pela estrutural central do
separador trifásico e seguirá para o tratamento. Esta estrutura coletora será devidamente
impermeável, protegida e resistente contra corrosão. Desta forma, foi calculada a área do
coletor de um módulo da estação de tratamento de esgoto, levando-se em consideração o
formato prismático do reator UASB.

Assim, foi calculada a taxa de liberação de biogás em toda a estação de tratamento


de esgoto, a qual deve estar entre a faixa de 1 m³/m².h e 5 m³/m².h, resultando em 1,42
m³/m².h.

4.1.17. Produção e Vazão de Lodo

Para o cálculo do lodo gerado será usado o coeficiente de produção de sólidos, da


ordem de 0,18 KgSST/KgDQO. Assim, a produção de lodo na estação de tratamento de
esgoto será da ordem de 2.355,35 KgSST/d.
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A vazão de lodo gerado no reator UASB foi calculada considerando-se uma


densidade de 1.020 KgSST/m³ e uma concentração esperada para o lodo de descarte de 4%,
conforme estabelecido pelos parâmetros de projeto. A vazão de lodo gerado no reator UASB
será de 57,22 m³/d.

A Tabela 6 apresenta o resumo das principais caracaterísticas do reator UASB


projetado para a estação de tratamento de esgoto.

Tabela 6 – Características do reator UASB


Características do reator UASB Valor
Carga Afluente Média (CO UASB) 13.085,28 KgDQO/d
Volume do reator 6.710,40 m³
Número de módulos 14
Volume dos módulos 479,31 m³
Área do módulo 119,82 m²
Comprimento do módulo 21,89 m
Largura do módulo 5,47 m
Carga Orgânica Volumétrica (COV) 1,95 KgDQO/m³.d
Velocidade ascendente média 0,49 m/h
Velocidade ascendente máxima 0,88 m/h
Área de Passagem 52,53 m²
Velocidade de passagem média 1,14 m/h
Velocidade de passagem máxima 2,01 m/h
Área de decantação 99,81 m²
Taxa de aplicação superficial 1,06 m/h
Número de distribuidores/módulo 60
Número de distribuidores total 840
Estimativa de remoção de DQO 67,15%
Estimativa de remoção de DBO 75,25%
Estimativa de efluente em DQO 213,52 mg/L
Estimativa de efluente em DBO 124,87 mg/L
Carga de metano produzida 6.109,81 KgDQOCH4/d
Vazão de biogás 131,05 m³/h
Área do coletor 6,56 m²
Taxa de liberação de biogás 1,42 m³/m².h
Produção de lodo 2.355,35 KgSST/d
Vazão de lodo 52,72 m³/d
Fonte: Autores, 2017.
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REFERÊNCIAS

ABREU, Geisa Cristina Real; DE SÁ, Vanessa Pio Torres. Dimensionamento de uma
Estação de Tratamento de Esgoto para a Cidade Universitária de Acordo com o Plano
Diretor de 2020. 2014, 63 f. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Engenharia
Civil) – Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9649: Projetos de redes


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