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DOI: 10.1590/1413-81232017225.

33202016 1407

Os desafios para a formulação, implantação e implementação

ARTIGO ARTICLE
da Política Nacional de Vigilância em Saúde

Challenges for the formulation, implantation and implementation


of a National Health Surveillance Policy in Brazil

Raphael Mendonça Guimarães 1


Karina Cardoso Meira 2
Elisabete Pimenta Araújo Paz 3
Viviane Gomes Parreira Dutra 4
Carlos Eduardo Aguilera Campos 3

Abstract This article examines the evolution Resumo O artigo é um ensaio com o objetivo de
of health surveillance policies as actions, models resgatar a evolução da vigilância em saúde como
and systems, as well as contributing to the debate ação, modelo e sistema na história e trazer subsí-
about the constitution of the National Health dios para o debate acerca da constituição da Políti-
Surveillance Policy (PNVS). The article discuss- ca Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS). São
es conceptual elements regarding the notion of resgatados elementos conceituais sobre o conceito
health surveillance and its evolution in Brazil and de vigilância em saúde e sua evolução no Brasil
a trajectory is provided in relation to the construc- ao longo dos anos, e é definida uma trajetória da
tion of care models, particularly after the creation construção do modelo de atenção, principalmente
of the Unified Health System (SUS). The possibil- após a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
ity of using the framework of public policies based Pontua-se a possibilidade de utilização, como eixo
on evidence, and methods for analyzing health norteador, do referencial das políticas públicas ba-
situations, such as spatial analysis and time series, seadas em evidência, e do uso de métodos conhe-
are highlighted. To conclude, questions are raised cidos pela análise de situação de saúde, como as
regarding the effective creation of the PNVS, and análises espaciais e de séries temporais. Ao final,
the challenges that the federal executive faces in são elencados as questões para a efetiva criação da
driving this process. PNVS e os desafios colocados, principalmente, para
Key words Public health, Health surveillance, o executivo federal na condução deste processo.
Evidence-based public policy, Federal sphere Palavras-chave  Saúde pública, Vigilância em
1
Fundação Oswaldo saúde, Política pública baseada em evidência, Es-
Cruz. Av. Brasil 4365,
Manguinhos. 21041-360 fera federal
Rio de Janeiro RJ Brasil.
raphael.guimaraes@
fiocruz.br
2
Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Escola
de Saúde. Natal RN Brasil.
3
Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro RJ Brasil.
4
Fundação Oswaldo Cruz.
Instituto Nacional de
Infectologia. Rio de janeiro
RJ Brasil.
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Guimarães RM et al.

Introdução Considerando o contexto acima traçado, este


texto tem como objetivos resgatar a evolução da
A criação do SUS, impulsionada a partir da pro- vigilância em saúde como ação, modelo e sistema
mulgação da Carta Magna, em 1988, e estabeleci- na história e trazer subsídios para o debate acerca
da com a publicação das Leis Orgânicas de Saúde, da constituição da Política Nacional de Vigilância
em 1990, foi uma conquista importante para os em Saúde.
direitos sociais no Brasil. Entretanto, descortinou
a complexidade da situação epidemiológica do Uma breve história sobre vigilância
país, caracterizada pela tripla carga de doenças em saúde
na população: permanência de doenças agudas;
aumento do peso relativo das condições crônicas; Historicamente, fazer vigilância esteve asso-
e das causas externas1. Seriam necessárias ações ciado à ideia de vigiar lugares e pessoas expostas
que não se limitassem à prevenção de saúde e a algum grau de contaminação ou pestilência9.
controle de danos, mas que tomassem como ob- A prática, mais antiga, adotada para vigiar foi o
jeto a dinamicidade do processo saúde-doença. isolamento de pessoas doentes para impedir a
Nesse contexto, o modelo de atenção baseado na disseminação da doença. Algumas experiências
Vigilância em Saúde (VS) propõe-se a trabalhar nos séculos XVIII e XIX, na Europa, constituí-
a lógica de um conjunto articulado e integrado ram os elementos centrais das atuais práticas da
de ações, que compreendem a situação de saúde ‘vigilância em saúde’: a polícia médica ou medi-
da população em cada território transcenden- cina de estado, na Alemanha; a medicina urbana,
do os espaços institucionalizados do sistema de na França; e a medicina social, na Inglaterra10.
serviços de saúde2. Naquele momento, de reo- Somam-se a estas, experiências de Florence Ni-
rientação das políticas de saúde, buscou-se uma ghtingale na vigilância dos ambientes de campa-
interlocução maior entre os controle de ‘causas’, nha na Guerra da Criméia11, do médico Húnga-
‘riscos’ e ‘danos’ por meio da redefinição do ob- ro Ignaz Semmelweis com a vigilância da febre
jeto, dos meios de trabalho, das atividades e das puerperal, que levou à morte grande número de
relações técnicas e sociais”3. mulheres internadas no Primeiro Serviço da Ma-
Na literatura latino-americana, a vigilância à ternidade do Hospital de Viena (1844 a 1848)12 e
saúde se inspira no modelo cubano, partindo de o estudo de John Snow sobre os modos de trans-
um diagnóstico da situação de saúde de uma po- missão da cólera em Londres13, como importan-
pulação4. O diagnóstico do nível local, construído tes investigações empíricas, que contribuíram,
preferencialmente de forma participativa por meio sobremaneira, para a fundamentação e institu-
da educação popular, torna conhecidos os princi- cionalização das ações de vigilância ao redor do
pais problemas de saúde e orienta as ações trans- mundo.
formadoras da realidade5. O sistema de vigilância As primeiras medidas de saúde pública, no
deve ser dotado de estruturas de informação para Brasil, ocorreram no final do século XIX. Des-
subsidiar a tomada de decisões, o planejamento e te ponto da história, até os dias atuais, algumas
a avaliação permanente das intervenções realiza- ações foram emblemáticas para a criação das prá-
das sobre os problemas locais de saúde6. ticas de vigilância em saúde, conforme pontua o
Desta forma, a Vigilância em Saúde enquanto Quadro 1. Cabe destacar que, neste percurso his-
modelo de atenção caracteriza-se pela interven- tórico, a vigilância em saúde não era um termo
ção sobre problemas de saúde, ênfase naqueles cunhado desde o seu início.
que requerem atenção e acompanhamento con-
tínuos, operacionalização do conceito de risco, Uma história sobre modelos assistenciais
articulação entre as ações de promoção, pre- e de atenção em saúde no Brasil
venção e assistenciais, com atuação intersetorial
e sobre um território. Portanto, a vigilância em A palavra ‘modelo’ possui significados diver-
saúde valoriza a regionalização e a hierarquiza- sos, empregados em contextos e por pessoas ou
ção dos serviços, tentando dar conta do princípio grupos diferenciados. É usada tanto pelo senso
da integralidade7. Mais recentemente, no bojo da comum quanto pela ciência. Em ambos pode sig-
evolução das práticas assistências para políticas, nificar padrão, algo a ser seguido, normatizado,
a vigilância em saúde tem sido repensada como observado com rigor. Pode representar pessoas
uma política, o que em parte ressignifica a posi- exemplares, em alguma medida ou circunstância
ção do nível federal na tomada de decisão estra- (ídolo, ícone, figura pública), e, ainda, aferir às
tégica desta prática8. formas ou fórmulas modulação ou adaptação da
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Quadro 1. Momentos históricos da vigilância em saúde no Brasil.
Ano Evento
1889 Promulgada a primeira Regulamentação dos Serviços de Saúde dos Portos, com o
objetivo, de prevenir a chegada de epidemias e possibilitar o intercâmbio seguro de
mercadorias. Instituída a quarentena dos navios.
1904 Revolta da Vacina, rebelião popular cujo estopim foi a vacinação obrigatória.
Década de 40 Programas foram organizados sob a forma de serviços nacionais, encarregados de
controlar doenças prevalentes, como a febre amarela, a malária, a tuberculose e a peste
bubônica.
1968 Criação de um sistema de notificação regular para o monitoramento da situação
epidemiológica de um conjunto de doenças pelo Centro de Investigações
Epidemiológicas (CIE) da Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP)
1975 Criação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica.

1976 Criação, no âmbito do Ministério da Saúde, da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária.
Década de 80 Intensificação do processo de mudanças na constituinte. Criação do SUDS.
Década de 90 Reorganizada a área de epidemiologia e controle de doenças, com a extinção do Centro
Nacional de Epidemiologia (CENEPI) e a criação da Secretaria de Vigilância em Saúde.
1999 Definido o sistema nacional de vigilância sanitária e implantada a área técnica de
vigilância em saúde ambiental.
2002 Organizada de forma descentralizada e regionalizada a vigilância em saúde do
trabalhador.
2004 Publicação da Portaria GM/MS nº 1.172 e aprimoramento do processo de
descentralização das ações de vigilância em saúde.
2007 Publicação da Portaria GM/MS nº 1.956/07, que transfere a gestão da saúde do
trabalhador da Secretaria de Atenção à Saúde para a Secretaria de Vigilância em Saúde.
2009 Publicação da Portaria GM/MS nº 3.252/09, aprova diretrizes para execução e
financiamento das ações de vigilância em saúde pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios e define vigilância em saúde como análise permanente da situação de saúde
da população.
2013 Publicação da Portaria GM/MS nº 1.378, que amplia o escopo das ações de vigilância em
saúde, potencializando o processo de descentralização, junto a estados e municípios, de
acordo com o Pacto pela Saúde.
Fonte: Waldman9; Bertolli Filho14; Scliar15.

realidade observada, são exemplos as formula- geométricas ou pictóricas), fórmula matemática


ções estatísticas e as formas criadas por meio de (teorema ou gráfico) ou conjunto articulado de
material elástico para modelar15. conceitos, teorias e métodos (forma organizativa
No campo cientifico, o termo modelo é simplificada de um sistema econômico, de saúde,
muitas vezes aplicado como sinônimo de para- administrativo, educacional, outros)3,4.
digma. Esse último, aceito como representação Na saúde, modelo de atenção ou assistencial
simplificada da realidade, na qual estão descritos pode ser entendido como uma lógica que orien-
componentes e características principais que o ta ações e intervenções nas dimensões técnica e
distingue e o particulariza. Para alguns autores, gerencial do sistema de saúde, uma razão de ser
modelo é sempre parcial, esquemático e conven- que reúne fundamentos, características e racio-
cional, dado que não explicita (ou ignora), parte nalidades16.
do conteúdo do objeto sobre o qual se vincula No Brasil, ao longo da constituição do cam-
ou se debruça. Pode ser representado por plano po da saúde pública, vários modelos de atenção
(urbano, de saúde, outros), desenho (relações foram conformados para dar respostas às neces-
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sidades e aos problemas de saúde da população, racionalidades e formas organizativas específicas.


consoantes aos modelos de desenvolvimento São apropriados em vários contextos nos âmbi-
econômico, social e político vigentes em cada tos municipal, estadual e federal; inclusive, sob a
período16,17. Esses modelos receberam influên- forma de combinação entre eles. Destaca-se aqui
cia de movimentos de saúde ocorridos em nível a vigilância em saúde como proposta de modelo
internacional e nacional (medicina preventiva, que agrega um paradigma e uma estrutura pe-
medicina comunitária, atenção primária à saúde, culiares20.
promoção da saúde, outros), cujos legados foram
incorporados, em especial, ao SUS. Vigilância da saúde – modelo, paradigma
Na década de 1980 a expressão “modelos e estrutura
assistenciais” referia-se às diferentes formas de
organização dos serviços de saúde e sua corres- O debate em torno do termo e significado de
pondência em unidades de saúde com graus dis- vigilância no América Latina e Brasil gira em tor-
tintos de complexidade tecnológica18. Não havia no de três vertentes distintas, que se expressam
nenhuma referência a padrão ou tipo específico utilizando variações terminológicas como Vigi-
de organização da rede de serviços de saúde. lância da Saúde, Vigilância à Saúde e Vigilância
Concomitantemente, no Brasil, dois mode- em Saúde. O que as aproxima como eixo comum
los hegemônicos (principais) se consolidaram é a abertura para a epidemiologia, que contri-
– modelo médico e modelo sanitarista14,15. Es- bui para a análise dos problemas de saúde que
sas concepções estão relacionadas ao processo transcenda a mera sistematização de indicadores
de trabalho que envolve objetos, meios e ativi- gerais, e a questão do planejamento para a orga-
dades. Sendo assim, os modelos de atenção re- nização de sistemas e serviços, contribuindo para
fletem combinações tecnológicas dispostas nos a implantação de novas práticas e novos modelos
meios de trabalho, apresentando um determina- assistenciais.
do modo de dispor os meios técnico-científicos Nos anos 1980-90, o termo vigilância da saú-
existentes para intervir sobre riscos, causas e da- de consolida-se então como proposta de modelo
nos à saúde. O primeiro, voltado para a atenção de atenção alternativo aos hegemônicos médico
individual, entende a saúde, a doença e o cuidado -assistencialista e sanitarista-campanhista. Pro-
como mercadorias. Enfatiza a dimensão biológi- põe reestruturar as práticas sanitárias pela in-
ca e a prática médica para cuidar da pessoa, re- corporação da interdisciplinaridade, articulando
corre à medicalização dos problemas de saúde e saberes da epidemiologia, do planejamento, da
privilegia a medicina curativa, com estimulo ao comunicação e educação, da política e gestão, da
consumo médico. Já o segundo volta-se para as geografia e da organização dos serviços21.
dimensões das necessidades coletivas, centrado Inicialmente teve concepções distintas: 1)
no saber médico sob a influencia da medicina análise da situação de saúde, limitada ao diagnós-
norte-americana. Incide sobre doenças especí- tico epidemiológico e sanitário, sem incorporar
ficas, em geral transmissíveis (endemias), sob a ações voltadas ao enfrentamento dos problemas;
forma de campanhas e programas especiais (saú- 2) integração institucional entre as áreas de ‘vi-
de da criança e da mulher, vacinação, controle de gilância epidemiológica’ e ‘vigilância sanitária’,
tuberculose, entre outros), recorrendo às vigilân- englobando recentemente as áreas de vigilância
cias epidemiológica e sanitária como estruturas em saúde ambiental e em saúde do trabalhador,
operacionais complementares. se constituindo como forma organizativa institu-
De forma contra-hegemônica surgem pro- cional, e 3) redefinição das práticas sanitárias, or-
postas alternativas, gestadas no bojo do movi- ganizando os processos de trabalho em saúde sob
mento de reforma sanitária (anos 80-90), com a forma de operações para enfrentar problemas
ênfase no processo de descentralização e no que requerem atenção e acompanhamento contí-
protagonismo dos municípios na condução da nuos22. Essa última perdura até os dias atuais e se
política em âmbito local, em substituição ou in- incorpora, em maior ou menor intensidade, nos
corporação aos dois modelos principais, com o arranjos organizacionais do SUS com a denomi-
propósito de mudar as práticas de saúde, o pro- nação de vigilância em saúde.
cesso de trabalho e reorganizar a atenção e o cui- Os pilares de sustentação do processo de tra-
dado19. Os modelos de atenção alternativos ocu- balho da vigilância da saúde são: os problemas de
pam lugar importante no cenário das políticas de saúde (doenças, doentes, necessidades e determi-
saúde no Brasil. De forma semelhante aos mo- nantes sociais da saúde – riscos, causas e danos),
delos hegemônicos, têm características próprias, o território – espaço de relações (poderes) e da
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produção/reprodução social; a intersetorialidade em conjunto articulado de tecnologias volta-
possibilidade de interação e integração de dife- das para o pensar e agir em saúde. É referência
rentes setores responsáveis pela produção de saú- para a formulação de propostas e uma estratégia
de; práticas sanitárias, junção do trabalho pres- de organização de um conjunto heterogêneo de
crito com o não prescrito, ambos voltados para a políticas e práticas que assumem configurações
melhoria da saúde da população. Essa forma de específicas de acordo com a situação de saúde das
pensar e agir em saúde implica processo contí- populações em cada país, estado ou município
nuo de coleta, análise e sistematização de dados (territórios)20.
(demográficos, socioeconômicos, políticos, cul- Destaca-se que o Brasil, por sua dimensão
turais, epidemiológicos e sanitários) para produ- continental, possui grandes diferenças demo-
zir informação para ação. Dados e informações gráficas, econômicas e sociais entre suas regiões
são produzidos por diferentes profissionais do (norte, nordeste, sul, sudeste e centro oeste), ge-
SUS dos três entes federados (união, estados e rando desigualdade e iniquidades sociais, inclusi-
municípios) e, pelo princípio da regionalização, ve de acesso aos serviços de saúde, resultando em
por regiões de saúde, para compreender a situa- perfis de morbidade e mortalidade singulares26.
ção de saúde e condições de vida de populações Isso pode ser resultado da característica peculiar
em territórios delimitados23. das transições demográfica e epidemiológica, que
É importante destacar que o reconhecimen- não apresentam os mesmos padrões do modelo
to do território, por meio da territorialização de experimentado pela maioria dos países indus-
informações, compõe, portanto, o conjunto de trializados, havendo diferenças importantes nas
ferramentas básicas da vigilância da saúde e dá taxas de fecundidade e mortalidade entre as regi-
suporte ao planejamento estratégico-situacional, ões, bem como uma superposição entre as etapas,
cuja natureza é participativa, realizado de forma em que predominam tanto doenças transmissí-
contínua e ascendente a partir de um território veis, quanto não transmissíveis27.
definido. Essa base territorial contém uma série A discussão de modelo de atenção no Sistema
de informações referentes à população, à organi- Único de Saúde deve contemplar as diferenças
zação social e política, à cultura e à economia lo- mencionadas, e não cabe defender modelos base-
cal. Requer, portanto, combinação de diferentes ados estritamente na clínica e na cura de doentes.
tecnologias (duras, como os equipamentos bio- Ao contrário, deve pautar-se na diversidade de
médicos; e flexíveis, como as tecnologias sociais), contextos socioculturais, que privilegie não só a
selecionadas para atender alguns requisitos – cura de doenças, mas a possibilidade de melho-
adequação, eficácia e oportunidade, de modo a rar a qualidade de vida da população, em qual-
reestruturar as práticas de saúde e a organizar quer etapa do processo saúde/doença no qual a
a rede de serviços. Para possibilitar redefinir o pessoa ou o grupo se encontre. Essa é a natureza
processo de trabalho, propõe-se o planejamento da vigilância em saúde. Portanto, deve articular
e a programação de ações, desenvolvidos com a os vários níveis de prevenção e de organização da
equipe de saúde e a população do território24. atenção à saúde, enfatizando o desenvolvimento
Uma vez que o modelo de vigilância da saúde de um amplo espectro de ações que abarcam des-
traz em si aspectos de organização de serviços, de a formulação e a implementação de políticas
estabelecimento de redes, lida com uma diversi- intersetoriais e ações sociais para a melhoria de
dade de perfis e trabalha pela gestão do sistema condições de vida e saúde às ações de vigilância
de saúde, transita entre as dimensões técnica e sanitária, ambiental, epidemiológica, nutricional
política. Seu escopo engloba recursos metodo- e do trabalhador, que têm como objetos causas,
lógicos para o monitoramento de condições de riscos e danos individuais e coletivos, e que hoje,
vida e saúde por meio da epidemiologia; a reo- dado o conflito de paradigmas, agem com proces-
rientação dos serviços de saúde na superação das sos de trabalho absolutamente distintos entre si28.
desigualdades de cobertura, acesso e qualidade
do serviço, por meio da Estratégia Saúde da Fa- A transição da vigilância em saúde entre
mília e em consonância com propostas da pro- o modelo de atenção e a política pública
moção da saúde25.
No cenário atual, a implementação do mo- A definição original de vigilância correspon-
delo da vigilância da saúde é processo complexo de, essencialmente, à detecção, análise e dissemi-
que articula o “enfoque populacional” (promo- nação de informação sobre doenças relevantes,
ção) com o “enfoque de risco” (proteção) e o que deveriam ser objeto de monitoramento con-
“enfoque clínico” (assistência), constituindo-se tínuo. Ou seja, definida como observação contí-
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nua da distribuição e da tendência de incidência vigilância que, de maneira rotineira e sistemática,


de doenças mediante a coleta sistemática, a con- podem ser desenvolvidas em serviços de saúde
solidação e a avaliação de informes de morbidade públicos e privados nos vários níveis de atenção,
e mortalidade, assim como de outros dados rele- laboratórios, ambientes de estudo e trabalho e na
vantes, e a regular disseminação da informação a própria comunidade31.
todos que necessitam conhecê-la. Assim, os ele- A portaria 1378, ao revogar a portaria
mentos essenciais da atividade de vigilância, que 3.252/2009, redefine os componentes da vigilân-
a caracteriza e a diferencia de outras práticas de cia em saúde, regulamentando as responsabili-
saúde pública são: (1) caráter de atividade contí- dades de cada esfera de governo, e define novas
nua, permanente e sistemática, diferente de estu- diretrizes para a execução e o financiamento das
dos e levantamentos realizados de forma ocasio- ações relativos ao Sistema Nacional de Vigilância
nal; (2) foco dirigido a determinados resultados em Saúde31. Em especial, algumas disposições
específicos procurando estabelecer os objetivos merecem destaque, pois definem os próximos
e as metas a serem alcançados; (3) utilização de passos a serem adotados para a vigilância em saú-
dados diretamente relacionados com a prática da de no Brasil. A portaria estabelece, por exemplo,
saúde pública, particularmente de morbidade e uma disciplina normativa do Programa de Qua-
mortalidade; e (4) sentido utilitário e pragmático lificação das Ações de Vigilância em Saúde, que
da atividade que, em última análise, visa estabe- tem como objetivo induzir o aperfeiçoamento
lecer o controle de doenças e não apenas ampliar das ações de vigilância em saúde no âmbito esta-
o conhecimento sobre elas29. dual, distrital e municipal e é regulamentado por
Mais recentemente, com a emergência das ato específico do Ministro de Estado da Saúde.
doenças e agravos não transmissíveis, a rotina das Há, ainda, uma revisão dos valores relativos do
atividades de vigilância foi modificada, voltan- Piso Fixo da Vigilância em Saúde (PFVS) desti-
do-se para o monitoramento de estilos de vida, nados à Secretaria Estadual de Saúde e a cada um
fatores de risco, e suas prevalências, tais como dos Municípios da unidade federada. Finalmen-
obesidade, tabagismo, violência, uso de drogas, te, o texto assegura a instituição de um Grupo de
e outros, para propiciar ações de saúde. Desse Trabalho Tripartite para discussão e elaboração
modo, passa-se a utilizar o conceito de vigilância da Política Nacional de Vigilância em Saúde. Isto
em saúde pública, com definição ampliada de co- garante, além de mudanças substanciais do local
leta contínua e sistemática, análise, interpretação que a vigilância ocupa, um caminho de governa-
e disseminação de dados relativos a eventos da bilidade que traduz a capacidade Institucional do
saúde, com o objetivo de reduzir a mortalidade Executivo Federal em operacionalizar a vigilância
e a morbidade e melhorar as condições de saúde. em saúde.
Cabe destacar que a Portaria 3.252/2009 pas- Iniciou-se aí o processo de construção da Po-
sa a descrever a composição da vigilância em saú- lítica Nacional de Vigilância em Saúde. Em sua
de como sendo: vigilância epidemiológica; pro- origem, a proposta era a de articular e integrar
moção da saúde; vigilância da situação de saúde; todas as áreas da vigilância (epidemiológica, sa-
vigilância em saúde ambiental; vigilância da saú- nitária, ambiental e de saúde do trabalhador,
de do trabalhador e vigilância sanitária30. Ainda, assim como a promoção e a análise de situação
a Portaria 1.378/2013 esmiúça estas atribuições de saúde) em torno de um Sistema Nacional de
nas seguintes linhas: vigilância da situação de Vigilância em Saúde. Neste sentido, desde a pu-
saúde da população, com a produção de análises blicação da portaria 1.378/2013 e, posteriormen-
que subsidiem o planejamento, estabelecimento te, com a instituição de um Grupo de Trabalho
de prioridades e estratégias, monitoramento e composto por representantes do CONASS, CO-
avaliação das ações de saúde pública; detecção NASEMS, SVS e ANVISA, a esfera federal tem
oportuna e adoção de medidas adequadas para procurado coordenar esforços para a criação de
a resposta às emergências de saúde pública; vigi- uma proposta de documento base para a criação
lância, prevenção e controle das doenças trans- da Política Nacional de Vigilância em Saúde. A
missíveis; vigilância das doenças crônicas não minuta deste documento, apresentada em 2014
transmissíveis, dos acidentes e violências; vigi- em Reunião de Dirigentes no Ministério da Saú-
lância de populações expostas a riscos ambien- de, recebeu contribuições que foram avaliadas
tais em saúde; vigilância da saúde do trabalha- pelo Grupo de Trabalho e, em seguida, a versão
dor; vigilância sanitária dos riscos decorrentes da do documento foi validada, para seguir às próxi-
produção e do uso de produtos, serviços e tec- mas etapas, que são a apresentação do documen-
nologias de interesse à saúde; e outras ações de to para estimular a discussão com a sociedade
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(gestores, especialistas, profissionais e usuários) Cabe destacar que, mais recentemente, em
via Conferência Nacional de Vigilância em Saúde maio de 2016, o Ministério da Saúde, através da
e, em seguida passar por aprovação na Comissão portaria 1017/2016 convoca a 1ª Conferência
Intergestora Tripartite e no Conselho Nacional Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS), como
de Saúde32. uma tentativa de avaliar e discutir a Política Na-
Este documento tem como objetivo definir os cional de Vigilância em Saúde, tendo como tema:
fundamentos básicos da organização e das práti- “Vigilância em Saúde: Direito, Conquistas e De-
cas da vigilância em saúde no Sistema Único de fesa de um SUS público e de qualidade”. Espera-
Saúde, com a finalidade de promover e proteger a se que a CNVS ocorra no primeiro semestre de
saúde da população. Para isso, trata de organizar 2017, após etapas preparatórias que serão inicia-
os princípios, as diretrizes e as responsabilidades das no segundo semestre de 2016.
da PNVS, procurando com isso organizar o tra-
balho da vigilância em saúde, a partir dos seus Desafios para a Política Pública
processos de trabalho (hoje distintos, como men- de Vigilância em Saúde
cionado, pelas diferentes formas de operacionali-
zar a vigilância em saúde), e sua inserção na rede Do ponto de vista de políticas públicas em
de atenção à saúde. saúde, reduzir as disparidades sociais tem ampla
A PNVS adota alguns princípios, ou seja, repercussão para a população, pois os benefícios
bases ou fundamentos capazes de direcionar se estendem além dos grupos socialmente vulne-
valores na esfera individual e coletiva. Alguns ráveis26. São grandes os desafios metodológicos
dos princípios são comuns aos norteadores do para o acompanhamento dessas políticas. Um as-
próprio Sistema Único de Saúde. Em particular, pecto relevante diz respeito às próprias medidas
destacam-se a utilização da epidemiologia e do para avaliar e monitorar as diferenças sociais e
mapeamento de risco sanitário e ambiental para seu impacto sobre a ocorrência das doenças.
o conhecimento do território e o estabelecimen- Embora reunidas sob a égide da secretaria de
to de prioridades nos processos de planejamento, vigilância em saúde, ainda hoje perdura a com-
na alocação de recursos e na orientação progra- partimentalização entre as distintas vigilâncias,
mática; e a articulação das ações de vigilância em apesar de terem por base princípios e proces-
saúde com as demais ações e serviços desenvolvi- sos de trabalho semelhantes. O distanciamento
dos e ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) conceitual e operacional dificulta a atuação in-
para garantir a integralidade da atenção à saúde tegrada dessas estruturas para o enfrentamento
da população33. dos problemas de saúde, combinando saberes
Já com relação às diretrizes, ou seja, as linhas e tecnologias diversas para intervir sobre a rea-
que fundamentam as ações e explicitam as finali- lidade. Ademais, não propicia a integração com
dades da Política, destacam-se a abrangência das as outras redes do SUS (atenção e promoção da
ações voltadas à saúde pública, com intervenções saúde) e não considera o território como lugar da
individuais ou coletivas, prestadas por serviços produção social da saúde, onde diferentes ações
de vigilância sanitária, epidemiológica, em saúde (promoção, proteção e reabilitação) respondem
ambiental e em saúde do trabalhador, em todos às necessidades e aos problemas locais22,35.
os pontos de atenção (esta se destaca pelo fato de As ações de vigilância em saúde consideram,
contemporizar, trazendo como complemento ao na análise da situação de saúde e das condições
artigo 198 da Constituição Federal, a vigilância de vida, a base territorial para propor ações sobre
em saúde ambiental e em saúde do trabalhador); os problemas e as necessidades identificadas. O
a inserção das ações de vigilância em saúde em território reúne um conjunto articulado e indis-
toda a Rede de Atenção à Saúde e em especial na sociável de objetos e ações que lhes afere dinâmi-
Atenção Primária, como coordenadora do cui- ca e movimento constantes. Portanto, se caracte-
dado; e a integração das práticas e processos de riza como processo em permanente construção/
trabalho das vigilâncias epidemiológica, sanitá- reconstrução. A interação entre esses elementos
ria, em saúde ambiental e do trabalhador e dos constitutivos é mediada por relações de poder,
laboratórios de saúde pública, preservando suas que incidem sobre a vida cotidiana e o trabalho,
especificidades, compartilhando saberes e tecno- indicando, para a tarefa da vigilância as possibili-
logias, promovendo o trabalho multiprofissional dades e as dificuldades de intervenção.
e interdisciplinar (ou seja, reconhecer a diversi- Há, ainda, um consenso sobre o fato de que a
dade dos processos de trabalho internos à vigi- PNVS norteará as ações, e sua implementação re-
lância em saúde, porém buscando integrá-los)34. quererá mudanças nas práticas já adotadas histo-
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ricamente. Isto implica numa mudança da cultu- rativos (municípios e, por vezes, estados) para
ra organizacional, primeiramente do Ministério resolver seus problemas de saúde37.
da Saúde, que apesar do avanço das discussões, Há, pois, uma notável oportunidade de tor-
mantem um hiato entre Secretaria de Atenção à nar as políticas mais eficientes, considerando a
Saúde e Secretaria de Vigilância em Saúde; e em aplicação da prática baseada em evidências38.
seguida uma mudança nas secretarias estaduais e Esta parece ser a via possível para o estabeleci-
municipais26,28. mento de uma política pública de vigilância em
As prioridades das políticas de saúde no Bra- saúde. Isto significa incluir elementos relevantes,
sil baseiam-se no perfil de morbidade e mor- tanto do ponto de vista quantitativo (epidemio-
talidade dos diversos estados e municípios do lógicas, por exemplo), quanto do qualitativo
país, apresentando ampla variação de região (narrativas, por exemplo), para que se possa to-
para região. De posse das estimativas de casos mar as decisões nas esferas de poder. A política
incidentes, pode-se oferecer informações epide- pública baseada em evidência considera a análise
miológicas que são fundamentais para o plane- do processo (para a compreensão das abordagens
jamento de ações de promoção à saúde, detecção para aumentar a probabilidade da adoção de po-
e diagnóstico precoces em todos os níveis. Neste líticas), do conteúdo (para identificar elementos
sentido, reconhecer as desigualdades regionais específicos da política que possam ser suscetíveis
provocadas por diferenças no desenvolvimento é para serem eficazes), e dos resultados (para docu-
fundamental para descentralizar as ações de for- mentar o potencial impacto da política).
ma que elas se tornem mais efetivas. Em todas estas situações é importante lem-
O espaço construído e a distribuição da po- brar de aspectos relevantes para a melhor acu-
pulação nele não possuem um papel neutro na rácia destas evidências. Deve-se fornecer dados
formação dos estratos sociais. As diferenças entre com maior precisão numérica, tornando a in-
os lugares, no limite, são o resultado do arranjo formação mais específica, portanto, com uma
espacial dos modos de desenvolvimento, ou seja, evidência melhor qualificada. Neste caso, é vital
são determinadas pelas necessidades sociais, eco- considerar a qualidade dos dados e por isso é
nômicas e políticas. Parece razoável, portanto, a importante um esforço adicional na correção de
execução de estudos que utilizem o georreferen- vieses, como o subregistro de óbitos. Além disso,
ciamento como ferramenta para que possam ser a avaliação das políticas deve considerar efeitos
observadas diferenças na distribuição espacial de período, como ciclos eleitorais (donde as po-
das taxas de doença. Ou seja, a introdução do líticas se tornam de governo e não de Estado) e
espaço como unidade de análise no estudo de- a implementação de ações específicas. Conside-
monstra a não aleatoriedade da distribuição das ra-se, pois, importante localizar os principais
taxas no território, trazendo à tona uma discus- eventos marcadores das políticas, e a partir deles
são sobre o contexto socioeconômico e político observar o impacto das ações.
diverso dos estados brasileiros, e como sua mu- Ainda, de uma forma geral, o processo de
dança se dá num contínuo temporal36. tomada de decisões e de elaboração de políticas
Esta discussão, bem como os recursos neces- pode se dar num contexto confuso, em sistemas
sários para que as análises que a originam sejam sociais complexos, que se revestem não só de tec-
realizadas, parece ser diretamente dependente nologia (ou da falta dela), mas em normas cultu-
da capacidade da esfera federal em estabelecer a rais que podem restringir o acesso aos serviços
viabilidade deste tipo de inteligência estratégica. de saúde, seja ele de ordem geográfica ou insti-
Isto significa manter certa capilaridade para es- tucional39.
tados e municípios no que diz respeito ao acesso Finalmente, é preciso compreender a impor-
à tecnologia necessária, bem como a devida ca- tância da ação conjunta de diversas disciplinas,
pacitação dos técnicos nas três esferas para ter para que a decisão tomada seja adequada ao ter-
certa homogeneidade nas formas de manter flu- ritório onde será implementada. É preciso con-
xo de informações e comunicação para a análise siderar a multiplicidade de fatores envolvidos no
de situação de saúde integrada. Em função disso, sucesso de uma política, e para que estes fatores
as políticas públicas devem ser direcionadas de possam ser elencados e conectados de forma cor-
forma equitativa, de forma a atender as camadas reta, é preciso que a equipe envolvida na tomada
com maiores demandas ao serviço, garantindo a de decisão possua múltiplos olhares, com experti-
acessibilidade, mesmo para aqueles que se valem se na área da saúde, e também qualificadas em de-
da capacidade de mobilidade entre níveis fede- mografia, estatísticas oficiais e políticas públicas.
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Ciência & Saúde Coletiva, 22(5):1407-1416, 2017


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