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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº : 0000580-27.2015.8.05.0022

Classe: RECURSO INOMINADO

Recorrente: BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S A

Recorrido: ISAAC OLIVEIRA ROQUE

Origem: 1ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS – BARREIRAS

Relatora: MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. COMPRA E VENDA DE


VEÍCULO.ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. BANCO CREDOR QUE NÃO
PROCEDEU À BAIXA DO GRAVAME APÓS A REGULAR QUITAÇÃO DO
CONTRATO. CONDENAÇÃO DO BANCO DEMANDADO NA OBRIGAÇÃO
DE FAZER, CONSISTENTE NA BAIXA DO GRAVAME JUNTO AO DETRAN.
FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. REDUÇÃO DO QUANTUM, PARA ADEQUAÇÃO AOS
PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
SENTNEÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

ACÓRDÃO

Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais


Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA AUXILIADORA
SOBRAL LEITE Relatora, CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ e ISABELA
KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA Presidente, em proferir a seguinte decisão:
CONHEÇO DO RECURSO e DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO. UNÂMINE. Sem
custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte no recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 07 de Abril de 2016.

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

Juíza Relatora
BELA. ISABELA KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA

Juíza Presidente

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº : 0007430-72.2013.8.05.0150

Classe: RECURSO INOMINADO

Recorrente: BANCO ITAUCARD S A

Recorrido: CLAUDIONOR PASSOS SANTOS

Origem: 1º VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS LAURO DE FREITAS

Relatora: MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. COMPRA E VENDA DE


VEÍCULO.ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. BANCO CREDOR QUE NÃO
PROCEDEU À BAIXA DO GRAVAME APÓS A REGULAR QUITAÇÃO DO
CONTRATO. CONDENAÇÃO DO BANCO DEMANDADO NA OBRIGAÇÃO
DE FAZER, CONSISTENTE NA BAIXA DO GRAVAME JUNTO AO DETRAN.
FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. REDUÇÃO DO QUANTUM, PARA ADEQUAÇÃO AOS
PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
SENTNEÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

RELATÓRIO
Cuida-se de recurso inominado interposto pela parte ré da ação de origem,
BRADESCO FINANCIAMENTOS S/A,, contra sentença que julgou
parcialmente procedente os pedidos contidos na exordial, nestes termos : “ Do
exposto e por tudo mais que dos autos constam REJEITO A PRELIMINAR e no mérito julgo
procedente em parte o pedido para condenar a demandada a: a) pagar à parte autora a título de
indenização por danos morais, a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), devidamente corrigido
pelo INPC/IBGE, mais juros de 1% (um por cento) ao mês, tudo a partir desta data; b)
Determinar a ré que realize a baixa do gravame no prazo de 5 dias sob pena de multa diária de
R$ 100,00 (cem reais) limitada a R$ 15.000,00 (quinze mil reais). ”

O recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese, que: não


possui legitimidade para proceder à baixa do gravame do veículo no Detran após a
regular quitação, que apenas o adquirente poderia fazê-lo, bem como que não foram
verificados danos morais na espécie, e em caráter eventual pugna pela redução do
quantum.

Em contrarrazõpes, o recorrido pugna pela manutenção do decisum.

Presentes as condições de admissibilidade do recurso, recurso tempestivo e


devidamente preparado, conheço-o, apresentando voto com a fundamentação aqui
expressa, que submeto aos demais membros desta Egrégia Turma.

VOTO

Sem preliminares a serem analisadas.

No mérito, a sentença não merece reforma.


Conforme se verifica dos fatos narrados na exordial e dos documentos
trazidos aos autos, bem como da contestação, a sentença recorrida, merece ser mantida,
na íntegra, uma vez que não foi provado pela recorrente o fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor.

A demonstração do fato básico para o acolhimento da pretensão é ônus do


autor, segundo o entendimento do art. 333, I, do CPC, partindo daí a análise dos
pressupostos da ocorrência de indenização por danos morais, recaindo sobre o réu o
ônus da prova negativa do fato, segundo o inciso II do mesmo artigo supracitado.

No caso em tela, verifica-se que a recorrente não trouxe aos autos qualquer
documento capaz de contrariar as alegações da parte autora, bem como não juntou aos
autos qualquer prova que pudesse afastar a sua responsabilidade pelo vício do serviço,
consistente na ausência de baixa do gravame do veículo após a regular quitação do
financiamento.

A parte autora comprova nos autos a quitação do contrato ocorrida em


10/07/2014, conforme consta dos documentos juntados aos autos, no evento 01 do
projudi.

A jurisprudência é uníssona no concernente à obrigação da instituição


financeira credora de dar baixa no gravame quando da quitação do contrato, consoante
os seguinte julgado:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRATO


DE FINANCIAMENTO QUITADO. BAIXA DE GRAVAME DO
VEÍCULO NÃO REALIZADA. OBRIGAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA. MANUTENÇÃO DO ÔNUS NO SISTEMA DO
DETRAN/DF. PEDIDO LIMINAR DEFERIDO. AGRAVO PROVIDO. 1.
Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que
indeferiu pedido de antecipação de tutela para que fosse
determinada ao banco agravado a baixa de gravame de alienação
fiduciária, junto ao DETRAN, de veículo cujo financiamento foi
quitado. 2. Na hipótese, já foi declarada, em outro feito transitado
em julgado, a quitação do contrato de financiamento firmado pelas
partes. 2.1. Apesar disto, o banco não procedeu à baixa do gravame
junto ao DETRAN, o que impede a alienação do veículo a terceiros.
3. Cumpre à instituição financeira promover a regularização do
gravame, junto ao DETRAN, após a quitação do contrato de
financiamento, nos termos do art. 9º da Resolução 320/2009 do
CONTRAN. 4. No caso dos autos, patente a irregularidade da
incidência de gravame sobre o referido veículo, devendo ser
assegurado ao agravante o direito de ver baixada a restrição de
reserva de domínio. 5. Liminar deferida. 5.1. Agravo provido.

A ausência da regularização da transmissão da propriedade causa


intranquilidade e insegurança ao adquirente, que fica impossibilitado de retirar
documentos essenciais ao livre trânsito e usufruto do bem, podendo inclusive ter o veículo
retirado de circulação pelos órgãos de polícia de trânsito, que rotineiramente realizam
procedimentos fiscalizatórios visando apurar justamente a regularidade da documentação
do veículo, sendo o CRLV documento de porte obrigatório em todo o território nacional,
nos termos do CTB brasileiro.

O art. 14 do CDC, dispondo sobre a responsabilização do fornecedor pelo


fato do produto ou serviço, preleciona que:
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

Discutindo-se a prestação defeituosa de serviço, incide a responsabilidade


civil objetiva inerente ao próprio risco da atividade econômica, consagrada no art. 14,
caput, do CDC, que impõe ao fornecedor o ônus de provar causa legal excludente (§ 3º
do art. 14), algo que o recorrente não se desincumbiu.

Neste sentido tem sido pacifico o entendimento de nossos tribunais:

“A simplificação de procedimentos para agilização da


atividade econômica, em prejuízo da segurança, é risco
assumido pela empresa para bem exercer sua atividade de
fins lucrativos. Se houve falha nesse procedimento,
advindo dano à vítima, esta não pode ser responsabilizada,
mas a própria empresa, que assumiu o risco de sua
ocorrência ao exercer a atividade econômica”. (TAPR – AC
0244359-0 – (209920) – Foz do Iguaçu – 6ª C.Cív. – Rel. Juiz
Luiz Carlos Gabardo – DJPR 20.08.2004).

De igual sorte, o conjunto probatório demonstrou cabalmente a ocorrência


do dano moral que muito mais que aborrecimento e contratempo, resultou em situação
que por certo lhe trouxe intranqüilidade e sofrimento, configurando o dano moral, em
razão exclusivamente da conduta do recorrente.

O dano simplesmente moral, sem repercussão patrimonial, não há como


ser provado, nem se exige perquirir a respeito do animus do ofensor. Consistindo em
lesão de bem personalíssimo, de caráter eminentemente subjetivo, satisfaz-se a ordem
jurídica com a demonstração do fato que o ensejou. Ele existe tão-somente pela ofensa, e
dela é presumido, sendo o suficiente para autorizar a reparação.

Com isso, uma vez constatada a conduta lesiva e definida objetivamente


pelo julgador, pela experiência comum, a repercussão negativa na esfera do lesado, surge
à obrigação de reparar o dano moral, sendo prescindível a demonstração do prejuízo
concreto.
Na situação em análise, o Recorrido não precisava fazer prova da
ocorrência efetiva dos danos morais informados. Os danos dessa natureza presumem-se
pelos próprios fatos apurados, os quais, inegavelmente, vulneram sua intangibilidade
pessoal, sujeitando-o ao constrangimento, aborrecimento, dissabor e incômodo.

Reiteradamente manifestei posição de que o arbitramento do dano deve


obedecer aos critérios da prudência, da moderação, das condições da ré em suportar o
encargo e não aceitação do dano como fonte de riqueza.

Da mesma forma, a fixação do montante indenizatório deve guardar uma


equivalência entre as situações que tragam semelhante colorido fático. As variações nos
valores das indenizações existem conforme as circunstâncias fáticas que envolvam o
evento.

Assim, quanto ao valor arbitrado, tenho que o mesmo se mostra exagerado


e fora dos parâmetros arbitrados por este Sodalício em casos similares, merecendo uma
alteração na fixação daquele quantum.
Assim sendo, ante ao exposto, voto no sentido de CONHECER e
DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso interposto pelo Recorrente BANCO
ITAUCARD S/A, tão somente para reduzir o quantum condenatório
arbitrado a título de danos morais, que fixo em R$ 5.000,00 ( cinco mil
reais), corrigidos conforme definido na sentença, mantendo-a no mais
pelos seus próprios fundamentos. Sem custas processuais e
honorários advocatícios, ante o êxito da parte no recurso.

Salvador, 07 de Abril de 2016.

Bela. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

JUÍZA DE DIREITO – Relatora

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