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Ernestina Ricardo Zavale

Isaura Malhaeie;

Joana Branquinho Mário

Lurdes Fernando Vuma

Penina Zeiape Cossa

Teresa Narciso Matsinhe

Vicente Naftal Maposse,

Sistemas Agrários

Licenciatura em Ensino de Historia

Universidade Pedagógica

Gaza

2018
1

Ernestina Ricardo Zavale

Isaura Malhaeie;

Joana Branquinho Mário

Lurdes Fernando Vuma

Penina Zeiape Cossa

Teresa Narciso Matsinhe

Vicente Naftal Maposse,

Licenciatura em Ensino de Historia

Trabalho de investigação sobre os sistemas agrários


para efeitos de avaliação em grupo na cadeira
didáctica de Geografia Agrária sob orientação do
Msc Joaquim Machava

Universidade Pedagógica

Gaza

2018
2

Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 3

1.1. Objectivos do trabalho ................................................................................................. 4

1.2. Metodologia do trabalho .............................................................................................. 4

2. Abordagem conceptual ....................................................................................................... 5

2.1. Tipos de Agrossistemas ............................................................................................... 6

3. Sistema Moderna: Uma agricultura de mercado, ligado ao sistema capitalista,


mecanizada e Científica ............................................................................................................ 12

3.1. Problemas ambientais dos agrosistemas .................................................................... 13

4. Modelo de Von Thunen .................................................................................................... 15

4.1. Vida e obra ................................................................................................................. 15

4.2. Fundamentos do Modelo de Thunen ......................................................................... 16

4.3. Importância do Modelo de Thunen ............................................................................ 17

5. Conclusão ......................................................................................................................... 18

Referencias bibliográfica .......................................................................................................... 19


3

1. Introdução

Com este trabalho pretende-se trazer uma abordagem sobre os sistemas agrários com
objectivo de trazer debates sobre as diversificações formas de agrosistemas, bem como sobre
o modelo de Von Thunen.

A importância do trabalho vai para além de funcionar como instrumento para a avaliação,
poderá também inspirar os desafios sobre a viabilidade dos sistemas implementados em
Moçambique, tomando em conta os debates avançado por diversos autores sobre a matéria, no
tocante da necessidade de uma agricultura que não apenas satisfaça o mercado nacional, mas
sim para a exportação, tendo em conta a as condições geomorfológicas que apresenta.

Para a produção do trabalho, o grupo baseou-se da pesquisa bibliográfica que consistiu na


apreciação dos fundamentos avançados por diversos autores de reconhecido mérito
internacional na área da agronomia, os quais na sua plenitude fazem parte integrante das
referências bibliográficas do mesmo.
4

1.1. Objectivos do trabalho

a) Objectivo Geral

 Conhecer os sistemas agrários;

b) Objectivos Específicos

 Caracterizar os diferentes sistemas agrários;


 Explicar o Modelo Von Thunen

1.2. Metodologia do trabalho

Para a elaboração deste trabalho, o grupo recorreu a:

 Consultas bibliográficas que consistiu na leitura e interpretação de artigos científicos bem


como obras que fazem parte da bibliográfica deste presente trabalho;
 Debate que consistiu na discussão dentro do grupo sobre alguns assuntos pertinentes ao
tema.
5

2. Abordagem conceptual

a) Sistemas agrários

Segundo Mazoyer e Roudart apud Ferreira (2001), sistema agrário é um modo de exploração
constituído por forças de produção, mediante às condições bioclimáticas de um espaço com
vista a satisfazer necessidades sociais.

Para estes autores um sistema agrário corresponde a inter-relação das seguintes variáveis: o
meio cultivado ou original e as suas transformações; os instrumentos de trabalho utilizados
(as máquinas, os materiais biológicos, nomeadamente: as plantas cultivadas e os animais
domésticos) e a força de trabalho social (física e intelectual); o modo de artificialização do
meio que resulta na reprodução e na exploração do ecossistema cultivado; a divisão social do
trabalho entre a agricultura, o artesanato e a indústria; os excedentes agrícolas, que além de
destinar-se a atender as necessidades do produtor, possibilita satisfazer as necessidades dos
outros grupos sociais; as relações de troca entre os ramos associados, ou seja, as relações de
propriedade, as relações de força que regulam a divisão dos produtos do trabalho, dos bens de
produção e dos bens de consumo, e as relações de troca entre os sistemas concorrentes.

Segundo Vissac apud Andrade (2009) sistema agrário é associação dos processos de produção
e das técnicas colocadas em prática por uma sociedade com vistas a satisfazer suas
necessidades.

Segundo a Teoria dos Sistemas Agrários, “um sistema agrário é um modo específico de
artificação da natureza, visando a obtenção de produtos biológicos de interesse do homem
(NETO AT AL s/d)”.

No entender do grupo, sistema agrário é a relação articulada, interdependente e sincronizada


entre o ecossistema, processos de produção, técnicas aplicadas e os meios (materiais,
humanos e financeiros) usados na produção agraria. De forma mais simples, sistemas
agrícolas refere-se á diferentes formas de agricultura.

Fazendo uma crítica Dufumier apud Ferreira (2001), refere que para se afirmar que um
sistema agrário encontra-se em desenvolvimento é necessário a existência de uma acumulação
de capital em todos os tipos de estabelecimentos rurais de forma que permita a melhoria das
condições de vida para o conjunto dos agricultores. Contudo, o que acontece é uma
acumulação de capital desigual e, muitas vezes, contraditória entre as unidades de produção.
6

Refere ainda que é comum constatar-se sistemas agrários em que alguns tipos de unidades de
produção estão em processo de capitalização, enquanto outros tipos descapitalizam-se.

2.1.Tipos de Agrossistemas

Segundo Fereira s/d os vários tipos de sistemas agrários são definidos, com base na densidade
de produção, tipo de mercado, forma e tamanhos de propriedade da terra, tipos de tecnologias
e técnicas usadas no processo produtivo.

i. Sistemas agrários baseados na densidade de produção

Estes sistemas distinguem-se a partir do tamanho da área cultivada e do índice de


produtividade alcançado e, distingue-se entre intensiva e extensiva.

O Sistema intensivo, opera em espaços menores e possui um aproveitamento mais intenso do


solo, ou seja, com maior produtividade e utilização mais acentuada de tecnologia e técnicas
avançadas de produção.

Neste sistema usa-se: a mecanização (tractores, colheitadeiras, plantadeiras, implementos)


aliada ao uso de insumos, que são aplicados na preparação do solo, além de sementes
seleccionadas que são imunes de pragas e adequadas ao tipo de clima, herbicidas, insecticidas,
entre outros, com acompanhamento de um técnico (um agrónomo ou um técnico agrícola).

Esse sistema de produção agrícola é conhecido também como agricultura moderna ou


comercial; seus produtos têm como destino a exportação.

Podemos extrair como vantagem neste sistema a produtividade que repercute no especto
económico. Porém, a sua maior desvantagem é a saturação do solo devido a aplicação de
agro-químicos.

O Sistema extensivo é aquela que utiliza maiores espaços com menor concentração produtiva
o que provoca o alargamento das terras e o aumento do índice de desmatamento.

Neste sistema, são usados os elementos dispostos na natureza sem a inserção de tecnologias,
por isso possui uma baixa produtividade. A produção depende unicamente da fertilidade
natural do solo.

Este sistema é característico dos países do terceiro mundo e apresenta desvantagens de bolsas
de fome, pois, é vulnerável a condições ecológicas (secas). No entanto, como vantagem é que
garante a sobrevivência dos mais necessitados.
7

ii. Sistemas agrários baseados no tipo de mercado

A classificação dos agro-sistemas pautada no tipo de mercado diferencia as produções em


subsistência e comerciais. A produção de subsistência é aquela que volta o seu modelo
produtivo para o atendimento das necessidades familiares e comercializado o excedente. A
produção comercial é realizada apenas para fins económicos e, quase sempre, ocorre a partir
de monoculturas.

iii. Sistemas agrários baseados no tipo de propriedade

Nesta classificação, os agro-sistemas são divididos em três tipos: privada, colectiva e a estatal.

O sistema privado refere-se àquela de propriedade individual, cujo dono é uma única pessoa
ou uma empresa, responsável pela contratação de todos os funcionários e compra de todos os
equipamentos e responsável por todo o lucro.

O Colectivo é aquele que pertencente a uma comunidade ou a um grupo de pessoas, que


dividem não somente a posse, mas todas as actividades realizadas sobre uma determinada
propriedade.

Já o sistema Estatal é aquele pertencente ao poder público e todos os trabalhadores que nela
actuam são funcionários vinculados ao Estado. Esse tipo de sistema é mais comum em países
de economia planificada, que se autodenominam socialistas.

iv. Sistemas agrários segundo o tamanho das propriedades

Tendo em consideração o critério do tamanho das propriedades, dividem-se em dois tipos: os


latifúndios e os minifúndios. Os latifúndios referem-se a grandes propriedades, de áreas
cultivada ao passo que os minifúndios fazem referência às pequenas áreas de cultivo.

v. Sistemas agrários segundo o nível tecnológico ou técnico

As classificações dos agro-sistemas a partir do nível tecnológico diferenciam-se em três tipos:


tradicionais, modernos e alternativos.

Tradicionais são aqueles que envolvem baixo uso de tecnologia frequentemente utilizados em
minifúndios e também em agriculturas de subsistência, além de apresentarem-se, quase
sempre no sistema extensiva.

Moderno é um sistema caracterizado por uso intensivo de tecnologia, na maior parte dos
casos, destina-se a efeitos comerciais e voltada para exportação ou atendimento de um amplo
8

mercado interno. Outra característica é o suo em grande quantidade de maquinaria e


equipamentos, bem como carga de produtos químicos e procedimentos avançados.

Alternativo é o sistema preocupado em manter um ambiente sustentável e ecologicamente


equilibrado. Consiste em evitar os impactos ambientais e sociais, como os danos ao solo ou a
concentração elevada de terras. A principal característica é o não uso de agrotóxicos, insumos
e defensivos agrícolas por considerar que esses prejudicam a saúde e também a natureza e
abdica-se pelo uso de métodos naturais e alternativos para adubação e controle de pragas.

Segundo Silva (2017) os sistemas agrários dividem-se em dois grandes grupos,


nomeadamente: sistema tradicional e moderno.
a) Agricultura tradicional
Esta agricultura iniciou desde o período da pré-história e utiliza técnicas simples dependentes
das condições naturais. Este sistema subdivide-se em:
i. Agricultura itinerante
É a forma mais primitiva e extensiva predominante na África intertropical, América Latina e
nas montanhas do sudoeste asiático, caracterizado pelo uso de queimadas para desbravar a
terra, uso das cinzas como fertilizante e uso de enxada e machado.
ii. Agricultura sedentária de sequeiro
É mais intensiva e minuciosa que surge para responder o aumento da densidade populacional,
é praticada nas regiões da África ocidental e oriental, na América Latina e em faixas da
Europa mediterrânea. Caracteriza-se pela ocupação do solo em volta da Aldeia, estruturação
do solo, sistema de rotação de cultura, intensa diversificação de cultura, uso do atracão
animal.
iii. Agricultura das monções
É mais praticada nas regiões do clima de monções1, nomeadamente na Península Indochina,
Correia, Japão, sendo o arroz a sua principal cultura. É bastante intensiva e policultural,
porém, usa técnicas simples e rudimentares, bem como fertilizantes orgânicos e uso da força
manual.
iv. Agricultura nos oásis2
É uma agricultura praticada nos lugares desérticos, nomeadamente Sahara, bem como nas
planícies dos grandes rios que atravessam o desértico (Nilo, Tigre, Indo, Eufrates, Jordão etc),
caracteriza-se por ser muito intensivo, uso de sistemas de rotação de culturas sem pousio, uso

1
Ventos periódicos de durante o inverno sopram do continente para o mar e no verão do mar para o continente.
2
Feixes de água nas zonas desérticas.
9

de técnicas avançadas de cultivo, detenção, captação e condução de água (barragens, canais,


diques), as suas principais culturas são palmeiras e tamareiras.
v. Agricultura em campos abertos e fechados
A agricultura em campos abertos ocorre em locais sem qualquer tipo de vegetação, onde a
terra pertence a comunidade, predomina na França Oriental e Alemanha ocidental.
Caracteriza-se por uso de afolhamento trienal pousio, é extensiva, com sistemas de rotação de
cultura, as suas principais culturas são cereais (trigo, milho aveia).
A agricultura em campos fechados ocorre em campos separados por vedações, as
propriedades são privadas ou individuais. Predomina na Escandinávia e Filadelfia e
caracteriza-se por uma agricultura intensiva, sendo principais culturas a batata, feijão e
legumes.
b) Agricultura moderna

A agricultura moderna é um conjunto de processos que, com a utilização de técnicas agrícolas


evoluídas permite tirar o máximo proveito do meio natural.

Esta agricultura surge em consequência da revolução industrial e é praticada


predominantemente nos países desenvolvidos da Europa ocidental, América do norte e África
do sul sob formas de plantações.

Na apreciação de Mazoyer e Roudart (2010) os principais sistemas agrários que participam da


herança agrária da humanidade são:

 Sistemas de cultivo de derrubada – queimada;

 Sistema de cultivo com alqueive


 Sistema de cultivo com enxada
 Sistemas de rizicultura aquática;
 Sistemas agrários hidráulicos;
 Sistema de bacias e de cultivo de vazantes;
 Sistema de cultivo irrigados;
 Sistema agrário de cultivo com tracção leve;
 Sistema agrário de cultivo com tracção pesada; e
 Agricultura moderna.
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a) Sistemas de cultivo de derrubada – queimada

É uma agricultura característica desde o período neolítico, consistia em destruir as arvores,


queima e plantar novas culturas através de uso de instrumentos rudimentares.

b) Sistema de cultivo com alqueive


É uma técnica de adubação que consiste em cultivar a terra e deixar em repouso para a
próxima lavoura.
c) Sistema de cultivo com enxada
Tal como seu nome revela, trata-se de um sistema agrícola cuja enxada é o principal
instrumento de trabalho. É evidentemente praticado em por comunidades tradicionais.
d) Sistemas de rizicultura aquática

É uma agricultura característica das regiões tropicais húmidas, onde os vales são
periodicamente submersos pelas cheias dos rios pelo escoamento superficial das águas ou
mesmo directamente pelas chuvas. Nesta agricultura a cultura principal é o arroz e predomina
nas regiões de monções, como o caso da índia e China meridional.

e) Sistema de bacias e de cultivo de vazantes

É uma agricultura alimentada pelas chuvas tropicais do hemisfério norte, onde a altura da
água, variável conforme o lugar e a importância. Os cultivos de vazante são feitos após o
recuo das águas, quando os solos estavam embebidos e enriquecidos pelos depósitos de
aluviões.

f) Sistema de cultivo irrigados

É sum sistema que consiste em criação de infra-estruturas hidráulicas para irrigação dos
campos cultivados devido à escassez de chuva. Também é usada na agricultura intensiva
como forma de garantir a humidade e fertilização do solo.

g) Sistema agrário de cultivo com tracção leve

O sistema com alqueive e tracção leve, o trabalho era completamente manual com a pá ou o
enxadão, bem como uso do atracão animal para transporte. O trabalho braçal, além de ser um
trabalho lento e penoso, seu rendimento era tão baixo que não compensaria estendê-lo à
totalidade das áreas com alqueives, para além de que o transporte animal não permitia
transferir grandes quantidades.
11

h) Sistema agrário de cultivo com tracção pesada

Diferentemente da tracção leve, neste sistema, arados charruas e carroções exigiam uma força
de tracção muito elevada, daí foi aplicada a força animal principalmente, bois e cavalos para
puxar a charrua e a grade, ou pesados carroções de feno, de feixes de cereais, de esterco e de
lenha.

i) Agricultura moderna

É uma agricultura inteiramente especializada, equipadas com tractores pesados e grandes


máquinas fazem maciçamente apelo aos adubos minerais, aos produtos fitossanitários, aos
alimentos do gado, a variedades de plantas e raças de animais altamente seleccionados.

Fazendo uma análise das diferentes abordagens apresentados pelos autores


supramencionados, constata-se haver variados sistemas agrícolas tomando em consideração
ao ângulo de fundamentação de cada um. Porém, olhando intensamente para os argumentos,
são apenas diferenciações semânticas.

Por exemplo: Silva denomina de Agricultura das Monções aquela praticada nos vales
periodicamente submersos pelas cheias dos rios ou chuvas. A mesma agricultura e
denominado sistema de rizicultura aquática na abordagem feita por Mazoyer e Roudart.

Outros sistemas encontram-se intrinsecamente envolvidos ou resguardados ou seja, diferentes


sistemas agrários podem estar predominantes simultaneamente.

Uma agricultura familiar pode ser intensiva, moderna, privada, comercial, na medida em que
uma família pode organizar um espaço, aprimorar as técnicas avançadas de produção com
objectivo de lançar seus rendimentos ao mercado.

Contudo, na nossa abordagem achamos o mais conveniente a segregação dos sistemas


agrários em tradicional e moderna, dado que uma agricultura tradicional pode assumir várias
formas (intensiva, privada, estatal, comercial, etc), mas usando insumos não modernos.
Encontra partida, a moderna caracteriza-se fundamentalmente pelo uso de tecnologia de
ponta, ou seja, é mais nítida a diferenciação destes sistemas, na medida em que enquanto a
tradicional usa insumos vulgares e mão-de-obra excessiva a moderna embala-se de
instrumentos de alta tecnologia e uma redução da mão-de-obra.
12

3. Sistema Moderna: Uma agricultura de mercado, ligado ao sistema capitalista,


mecanizada e Científica

É uma agricultura de mercado, pois, está virada para a alta produtividade, cujos seus
rendimentos estão voltados para a comercialização, ou seja, o objectivo desta agricultura é o
comércio dadas quantidades enormes resultantes.

Nesta agricultura, os produtores são bem informados sobre os modos de cultivo mais
adequados, de maneira a obter o maior lucro possível, submetendo seus praticantes a cursos
de formação (SILVA,2017).

A sua ligação ao sistema capitalista está enraizada no facto de os seus rendimentos se


destinarem a venda e a consequente acumulação de lucro. A produção deste tipo de
agricultura embora canalizada para ajudas humanitárias, detêm sua contra parte, ou seja, o
doador espera um retorno pelo gesto feito.

Esta agricultura está ligada a indústria, pois fornece a indústria matérias-primas, bem como
para a transformação da produção e conservação.

A agricultura intensiva moderna envolve um grande fluxo da combinação de muitos recursos,


nomeadamente: Combustível e maquinaria elétrica; usa muita energia para produzir todos os
bens e serviços, assim como também o processamento e transporte de produtos, bem como
insumos de alto custo, tais como fertilizantes, máquinas e pesticidas.

Segundo Primavesi e Primavesi (1964) a agricultura intensiva trabalha estreitamente dentro


das leis naturais, em observância permanente da biocenose do solo3 e do seu equilíbrio, o
lavrador assume a responsabilidade de por todos processos químicos, físicos e biológicos no
solo para maior produção, devendo este ser bem tratado e cuidado com maior zelo.

No ponto de vista científico, nesta agricultura, a fertilidade do solo não pode ser
compreendida como um resultado estático de factores isolados, mas sim, como função de
processos dependentes e entrosados que em sua acção coordenada provocam a fertilidade
(Idem, p.8).

3
Biocenose do solo é a acção recíproca entre o solo-planta-microvida (decomposição da matéria orgânica, a
nitrificação e a fixação do nitrogénio)
13

Segundo Silva (2017), a cientificidade reside no facto de que esta agricultura usa técnicas
extremamente sofisticados, como o uso de fertilizantes, sistemas de irrigação adequado as
culturas, correcção de solos, uso de estufas e selecção de sementes.

Quanto a especialização os autores referem que esta agricultura trabalha com fins não
explorativo, mas sim conservacionista, onde todos métodos usados visam garantir a
conservação da fertilidade, sendo a alta produção a consequência logica e automática
(Ibidem.).

A especialização é também verificada no lavrador. Este deve estar adoptado de


conhecimentos específicos das actividades, plantas cultivadas, bem como todos os processos
necessários para promover a produtividade.

Segundo Silva (2017) é uma agricultura especializada na medida em que as produções são
adequadas ao clima, relevo, solo de modo a minimizar os custos e maximização dos lucros.

E também sistema mecanizado na medida em que todo o processo produtivo é feito


mecanicamente (idem).

3.1.Problemas ambientais dos agrosistemas

Segundo Mazoyer e Roudart (2010) esta agricultura será perigosa enquanto o uso de novos
meios e métodos de produção não forem confirmados para evitar os abusos e inconvenientes.
Para estes autores, o uso frequente sobre mesmo espaço degrada o solo. Igualmente o uso sem
precauções perto de fontes de água potáveis, os estrumes criam em muitas ocasiões
verdadeiros agentes letais.

Referem ainda que maiores seriam os estragos provocados pelo uso de meios tão potentes e
pelos extraordinários métodos de produção se esse uso não for consciente e socialmente
controlado, isto é, mantido a uma distância considerável dos perigos mais imediatos e das
consequências longínquas mais insuportáveis.

Chama-se atenção aos usuários deste sistema que se não houver limites, o uso de adubos e
produtos de tratamento poderá piorar a nocividade e os danos subsequentes e aconselha o uso
de políticas públicas acautelares.
14

No geral o sistema intensivo há ocupação permanente do solo, o mesmo campo recebe ao


longo do ano mais do que uma cultura, recorre-se à rega e adubação e a terra nunca tem
pousio.

Segundo Silva (2017), a agricultura apesar das suas vantagens tem muitas das vezes causado
graves problemas ambientais tais como: degradação do solo devido o uso de químicos, bem
coo das queimadas; polição das águas superficiais e subterrânea; aumento da resistência das
pragas aos pesticidas; desflorestamento e erosão dos solos.

Assim, o autor chama atenção aos agricultores para uma necessidade de tomada de uma
consciência responsável e consequente do trabalho por eles realizado, de modo que não olhem
apenas as vantagens individuais, mas, também os prejuízos subsequentes que esta prática
pode vir causar.
15

4. Modelo de Von Thunen

4.1.Vida e obra

Segundo Schneider (1992), Johann Heinric Von Thünen foi descendente de uma antiga
família feudal alemã e nasceu em Junho de 1783 no Grande Ducado de Oldenburg. Thunen
não teve uma educação comum, suas actividades académicas compreendiam treinamentos em
práticas agrícolas e outras disciplinas como a matemática.

Devido a expectativa de assumir as terras que foram de seu pai, Thünen ingressou como
estudante na propriedade de Gerrietshausen em 1799. Passou dois semestres na Universidade
de Gottingen e frequentou também a Escola Agrícola de Gross-Flottbeck, onde interessou-se
pelas diferentes formas de cultivo da terra.

Thunen cursou dois semestres na Universidade de Gottingen antes de se casar em 1806 com
Helene Berlin. Em 1810, Von adquiriu a propriedade Tellow, em Mecklemburg, onde passou
o resto de sua vida realizando estudos empíricos na área agrícola (FERREIRA, 1975).

Sua obra fundamental foi “O Estado Isolado”, publicada em 1826, a qual foi considerada um
marco histórico para as teorias da Economia Espacial. Contribuiu grandemente na criação das
bases da teoria marginalista, elaboração de um método lógico de análise, além de outras
teorias de finanças públicas e localização urbana e industrial.

Contribuiu também para o desenvolvimento da fórmula do “Salário Natural”, representada


por W = ap , onde o salário natural W é calculado através da média geométrica do salário de
subsistência do trabalhador, representado por a, e do produto bruto do esforço de cada um,
representado por p. Este salário permitiria que o trabalhador rural conseguir sua emancipação
a longo prazo, sendo um salário mais justo.

Apesar de ser reconhecido por suas contribuições, a obra de Thünen não foi muito popular
devido ao seu grande volume e por ter utilizado bastantes instrumentos matemáticos, facto de
que os economistas clássicos não davam importância à dimensão espacial relacionada à
Economia (FERREIRA, 1975).

Thunen faleceu a 22 de Setembro de 1850 devido a um derrame. Em sua lápide foi grafada a
fórmula do “Salário Natural”, que, segundo o próprio era o resultado mais importante de seus
vários anos de pesquisas.
16

O Modelo de é baseado em uma situação hipotética na qual deve-se distribuir a produção


agrícola em uma planície isotrópica4, isolada do mundo exterior, com custos constantes de
produção e transporte e que possui um único mercado consumidor localizado ao centro, de
forma que se obtenha uma maximização dos lucros da produção agrícola.

4.2.Fundamentos do Modelo de Thunen

O modelo thuniano fundamenta-se a partir de duas questões: os padrões de cultivo próximo as


cidades e sua relação com a distância do centro consumidor.

Para Thunen, os padrões de localização dos usos da terra e as diferenciações nos sistemas
agrícolas dependiam da competição entre os produtos e sistemas agrícolas erem controlados
pelo retorno líquido que se obtém por unidade de área numa determinada localização acima e
além daquele que se obteria em unidade de igual área na margem de produção.

Em linhas gerais, Thunen imagina um estado circular com um mercado central de forma que
os produtores fossem organizados em torno desse mercado através de anéis, os produtos mais
sensíveis e menos resistentes ao transporte devem ser produzidos nos anéis próximos do
mercado. Os produtos mais resistentes ao transporte devem ser produzidos nos anéis mais
afastados do mercado. Assim, os produtos cultivados próximos do mercado são os que terão
mais lucros, pois terão menos gasto com o transporte e os produtos afastados do mercado
terão menos lucros, pois, mais gastos terão com o transporte.

Para esta teoria conclui-se que os custos de transporte afectam o preço das mercadorias, pois
os produtos mais fácies de estragar deveriam ser cultivados mais próximo do mercado,
cabendo a eles menos custos com o transporte e maior renda ao agricultor.

Para Von existe uma relação entre a renda do agricultor e a distância com o mercado. A
medida que se aproxima do mercado os custos com o transporte são mais baratos, logo, a
renda do agricultor é maior, possibilitando a ele uma maior aplicação do capital na sua
produção.

O Modelo de é baseado em uma situação hipotética na qual deve-se distribuir a produção


agrícola em uma planície isotrópica5, isolada do mundo exterior, com custos constantes de
produção e transporte e que possui um único mercado consumidor localizado ao centro, de
forma que se obtenha uma maximização dos lucros da produção agrícola.

4
Que apresenta as mesmas propriedades físicas em todas as direcções
5
Que apresenta as mesmas propriedades físicas em todas as direcções
17

Segundo Matos (2005) Thunen apontava o custo de transporte como a causa e a renda como
consequência, de importantes diferenciações dos produtos agrícolas de acordo com a distância
do mercado.

Através do modelo de localização agrícola proposto por Von Thünen seria possível aumentar
a produtividade agrícola e maximizar os lucros, gerando uma solução para os problemas
económicos.

O modelo de uso do solo de Von Thünen, estuda a distribuição das atividades produtivas
agrícolas situadas ao redor de um centro urbano consumidor, é um caso de análise de áreas de
abastecimento. Como existe um predomínio da agricultura nas atividades estudadas na análise
destas áreas de abastecimento estas unidades de produção agrícolas são obrigadas a se
dispersarem no espaço geográfico em torno do centro urbano, pois precisam ocupar certa
extensão de terra para produzir.

4.3.Importância do Modelo de Thunen

O modelo Thunen foi muito importante para a Geografia e Economia, dado que seus estudos
contribuíram para o desenvolvimento das bases da Análise Espacial e introduziram uma
preocupação com a distância em problemas de natureza económica. Daí Von Thunen é
considerado o fundador da Economia Matemática e da Econometria e também o pioneiro das
teorias da localização das actividades económicas.

Segundo Matos (2005), a teoria de Thunen visa obter a resposta para uma questão simples: “o
que produzir em um dado local?“. Deste modo, é possível determinar o que deve produzir em
um dado local de acordo com sua distância do mercado consumidor. A distância do centro
urbano é, de fato, um fator importante a ser considerado já que o produto deve ser
transportado para ser consumido no mercado. Assim, quanto maior for a distância entre o
local de produção e o mercado consumidor, maior será o custo para se fazer este transporte.

Segundo Ferreira (1975), como existe uma disponibilidade pequena de terra nas áreas de
abastecimento mais próximas do centro consumidor, existe certa disputa para ocupar estas
áreas e uma consequente valorização destas terras. Um produtor pode pagar um dado valor
para ocupar terras próximas ao mercado consumidor com o objetivo de ter
18

5. Conclusão

Do exposto, transparenta-se que sistemas agrários ou agrosistemas são diferentes formas de


fazer a agricultura, onde são mobilizados diversos recursos, tecnologias e ecossistemas. Na
sua abordagem, vários são os posicionamentos dos autores no que se refere a identificação dos
diferentes tipos de agrosistemas, mas as mais evidentes podemos concluir que são: os
sistemas intensivos, extensivo, tradicional e modernos.

No entanto todos os tipos referenciados neste trabalho encontram seu enquadramento nos
sistemas tradicionais e modernos na medida em que a implementação destes pode necessitar
técnicas e insumos simples (a esse tipo por mais que seja outra classificação, estaria
enquadrada na tradicional), enquanto aplicada uma tecnologia de ponta seria o contrário- o
moderno.

Baseando-se nos diferentes sistemas agrícolas, temos a sublinhar que todas elas trazem
benefícios para o homem, pois garante a própria existência deste, uma vez garante a
alimentação humana. Contudo, a sua execução deve ter em conta uma tomada de consciência
responsável dado que qualquer tipo de sistema tem criado graves problemas ambientais,
nomeadamente: desflorestamento o que repercute na erosão e desertificação de algumas
zonas; poluição (do solo, ar e agua) devido o suso de fertilizantes e inseticidas, o que resvala
na destruição de ecossistemas e extinção de algumas espécies animais.

Relativamente ao modelo de Von Thunen, conclui-se que é um teórico económico clássico, o


qual teoriza um estado isolado com um mercado central e as actividades económicas
realizadas em forma de anéis. Esta teoria tenta trazer uma relação entre a distância entre o
local de produção e o mercado, sublinhando claramente que os produtos maleáveis aos
transportes deviam ser produzidos próximos do mercado para evitar desperdícios e garantir o
lucro. Esta teoria foi importantíssima para a sociedade pois, despoletou a necessidade de olhar
e escolher onde produzir em consonância com o mercado consumidor.
19

Referências bibliográfica

 ANDRADE, Miguel, Lovois de. Dinâmica e diferenciação de sistemas. 1ª ed, Porto


Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
 FERREIRA. José Romualdo Carvalho. Evolução e diferenciação dos sistemas agrários
do Município de Camaquã: uma análise da agricultura e suas perspectivas de
desenvolvimento. Editor UFRGS, Alegre, 2001;
 MATOS, G. M. SOARES DE. O Modelo de von Thünen: Um Aplicativo Computacional,
Belo Horizonte, 2005.
 MAZOYER, Marcel e ROUDART Laurence. História das agriculturas no mundo: do
neolítico à crise contemporânea
 NETO, Silva, B. Sistemas agrários do Rio Grande do Sul: análise e recomendações de
políticas. Ijuí: Ed. UNIJUI, 2005;
 PRIMAVESI. Artur e PRIMAVESI Anna Maria. A moderna Agricultura Intensiva. Vol.I,
ed. Pallotti, Santa Maria,1964;
 SILVA.José Julião. Geografia 9ª Classe. Livro do Aluno. Plural Editores, Maputo, 2017;

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