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1590/2317-4889201520150007
ARTIGO
Arcabouço geofísico-estrutural da
porção meridional do Cinturão Ribeira
Geophysical-structural framewok of southern Ribeira Belt
Luís Gustavo de Castro1*, Francisco José Fonseca Ferreira1
RESUMO: Os diversos estudos apresentados para explicar a configura- ABSTRACT: The diversity of works and models presented to ex-
ção atual e a evolução da porção meridional do Cinturão Ribeira refletem plain the evolution and current setting of southern portion of the
a complexidade dos processos envolvidos na formação desses terrenos. Ribeira Belt reflects the complexity of the processes involved in
Com base na análise qualitativa (realce de anomalias) e semiquantitativa such terrains. Based on qualitative (anomalies enhancement) and
(estimativas de profundidades de fontes) de dados aeromagnéticos e mo- semi-quantitative (source depths detection) analysis of aeromagnetic
delagem gravimétrica, o presente trabalho apresenta modelos geofísico-ge- data and gravity data modeling, this work presents geophysical-geo-
ológico-estruturais dessa região. A integração de resultados qualitativos e logical-structural models of this region. The integration of qualita-
semiquantitativos, balizada pela geologia da área, constituiu a base para tive and semi-quantitative analysis, constrained by the geological
elaboração dos modelos. A aplicação de métodos de realce de anomalias data, formed the basis for the elaboration of models. The application
(análise qualitativa) mostrou a continuidade de lineamentos corresponden- of methods of anomalies enhancement (qualitative analysis) showed
tes à Zona de Falha de Taxaquara e às zonas de cisalhamento Itapirapuã, that the lineaments of Taxaquara Fault Zone and Itapirapuã, Mor-
Morro Agudo e Lancinha sob a Bacia do Paraná. Tal interpretação foi va- ro Agudo and Lancinha shear zones spread under the Paraná Basin.
lidada pelas soluções de Euler, que mostram profundidades superiores a This interpretation was validated by Euler solutions, which located
2.000 m, relacionadas a essas estruturas, tanto no embasamento como em sources with depth greater than 2,000 m, related to these structures.
seus prolongamentos sob a Bacia do Paraná. Os modelos gravimétricos, The gravity models, which were elaborated in distinct depth levels,
elaborados em níveis de profundidade distintos, indicaram um afinamento indicate a crustal thinning from NW to SE, with different crustal
crustal de NW para SE, com porções de espessura crustal diferenciadas thickness portions bounded by the shear zones.
limitadas pelas zonas de cisalhamento. KEYWORDS: Aeromagnetometry; Gravity models; Shear zones
PALAVRAS-CHAVE: Aeromagnetometria; Modelos gravimétricos;
Zonas de cisalhamento.
Laboratório de Pesquisas em Geofísica Aplicada, Centro Politécnico, Departamento de Geologia, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Curitiba (PR), Brasil.
1
*Autor correspondente.
Manuscrito ID: 20150007. Recebido em: 12/06/2015. Aprovado em: 06/10/2015.
499
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Arcabouço geofísico do Cinturão Ribeira Sul
AA B
70o0’0’’W 60o0’0’’W 50o0’0’’W 40o0’0’’W
0o0’0’’S
10o0’0’’S
H
A
B
20o0’0’’S
C
D
E
F
G
H
30o0’0’’S
A – Amazonas Norte, B – Amazonas Sul, C – Borborema, D – Mantiqueira, E – Paraná, F – Parnaíba, G – São Francisco, H – Tocantins.
Adaptado de Basei et al. (1992), Siga Jr (1995), Portela Filho e Ferreira (2003), Cury (2009), Heilbron et al. (2008). Terrenos tectônicos: 1 – Apiaí;
2 – Curitiba; 3 – Luis Alves; 4 – Paranaguá; 5 – Juiz de Fora. Estruturas principais: ZCI – Zona de cisalhamento Itapirapuã; ZCMA – Zona de
cisalhamento Morro Agudo; ZCL – Zona de cisalhamento Lancinha; SP – Sutura Piên. Transectas relizadas: A, B e C.
Figura 1. (A) Províncias Estruturais do Brasil indicando a área de estudo (polígono preto), modificado de Almeida
et al. (1981) e Bizzi et al. (2001). (B) Compartimentação tectono-estrutural da área de estudo e alinhamentos do
Arco de Ponta Grossa.
500
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Luís Gustavo de Castro, Francisco José Fonseca Ferreira
com base em estudos geológicos envolvendo característi- um episódio metamórfico a 600 Ma (Heilbron et al. 2008,
cas litológicas, petrográficas, estruturais, geocronológicas Cury 2009).
e geoquímicas, além de dados gravimétricos (Basei et al. Seu limite com o Terreno Apiaí a noroeste é definido
1992, Cury 2009). pela Zona de Cisalhamento Lancinha (ZCL), interpretada
O Terreno Apiaí é constituído por sequências metavulcanos- por alguns autores como uma sutura entre as duas unida-
sedimentares meso e neoproterozoicas, núcleos do embasamento des (Basei et al. 1998). O limite com o Terreno Luis Alves
paleoproterozoico e maciços graníticos neoproterozoicos, cuja a sudeste é dado pela Zona de Cisalhamento Piên (ZCP)
associação compõe compartimentos tectônicos balizados por (Siga Jr. et al. 1995), cuja associação com rochas relaciona-
expressivas zonas de cisalhamento num contexto deformacional das a arco constitui para alguns autores uma evidência de
transpressivo (Fiori 1990, 1992, Campanha & Sadowski 1999, subducção (Heilbron et al. 2008).
Cury 2009, Heilbron et al. 2008, Siga Jr. 2010). O Terreno Luis Alves é constituído por gnaisses granu-
O Terreno Curitiba é composto por gnaisses-migma- líticos, metamorfisados em médio a alto grau (Basei et al.
títicos do Complexo Atuba gerados no Paleoproterozoico 1992, 1998). Ocorrem subordinadamente rochas migma-
(c.a. 2.0 Ga), sobrepostos por uma sucessão metassedimen- títicas e graníticas, básicas e ultrabásicas, além de gnaisses
tar de margem passiva representada pelos metassedimentos calciossilicáticos, kinzigitos, formações ferríferas e quartzi-
das sequências Capiru, Setuva e Turvo-Cajati, afetadas por tos (Cury 2009).
50o 48o
Terreno
0 10 50 100 km
Embu
1
Terreno
Terreno
Apiaí
25o Curitiba e
2 Luis Alves
Neoproterozoico Terreno
12 Paranaguá
Terreno
Apiaí 3 4 5 6
13 17
7
14 18
Bacia do
o
lântic
Paraná 8
Mesoproterozoico
no At
Terreno 9
Curitiba
Ocea
Paleoproterozoico - Estateriano
26o Paleoproterozoico - Riaciano
Terreno 10 11 15
Luis Alves
Arqueano - Paleoproterozoico
Terreno 16
Paranaguá
1 – Cobertura Fanerozoica; (2-11) Terreno Apiaí; 2 – Sequências molássicas do Grupo Castro e Formação Camarinha; granitos do tipo – A; 4 – Suíte
Itu; 5 – Bacias de Curitiba e Camarinha; 6 – Sucessões neoproterozoicas mais recentes; 7 – Granitos cálcio-alcalinos neoproterozoicos; 8 – Sucessões
neoproterozoicas mais antigas; 9 – Sucessões neoproterozoicas mais recentes; 10 – Formações do Estateriano; 11 – Ortognaisses peralcalinos
estaterianos; (12-16) Terrenos Curitiba e Luis Alves; 12 – Bacias extensionais e granitos peralcalinos; 13 – Sucessões neoproterozoicas; 14 – Granitos
cálcio-alcalinos neoproterozoicos; 15 – Ortognaisses riacianos; 16 – Ortognaisses e granulitos do Terreno Luis Alves; (17-18) Terreno Paranaguá;
17 – Granitos cálcio-alcalinos neoproterozoicos (CP – Cunhaporanga, TC – Três Córregos); 18 – Sucessões neoproterozoicas. Principais zonas de
cisalhamento: ZCI – Itapirapuã, ZCMA – Morro Agudo, ZCQO – Quarenta Oitava, ZCR – Ribeira, ZCL – Lancinha, ZCC – Cubatão; SP – Sutura Piên.
Figura 2. Mapa geológico da porção meridional da Faixa Ribeira (modificado de Heilbron et al. 2008).
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Arcabouço geofísico do Cinturão Ribeira Sul
O Terreno Paranaguá é constituído predominantemente por (Ferreira 1982b, Portela Filho & Ferreira 2003). Suas exten-
um complexo ígneo, composto de uma grande variedade de sões são superiores a 600 km, e as larguras variáveis entre 20
rochas graníticas, cujas encaixantes são gnaisses, xistos, quartzitos, e 100 km (Ferreira 1982b, Portela Filho e Ferreira 2003).
mármores, rochas calciossilicáticas e anfibolitos (Cury 2009). A influência tectônica do APG é registrada do Devoniano,
O contato com os terrenos Luis Alves e Curitiba é influenciando a sedimentação na Bacia do Paraná, com clí-
representado em sua porção sudoeste pelo lineamento do max durante a reativação Waldeniana, ao Juro-Cretáceo
Rio Palmital, na porção oeste-noroeste pelos lineamentos (Almeida 1980; Ferreira 1982b).
Alexandra e Serra Negra, além das zonas de cavalgamento
Serra Negra e Icapara em sua porção setentrional.
Com exceção do Terreno Paranaguá, os terrenos men- MATERIAL E MÉTODOS
cionados compõem o embasamento da Bacia do Paraná.
A bacia, tipicamente intracratônica (Almeida et al. 1981,
Milani e Ramos 1998), abrange uma área de aproximada- Dados aeromagnéticos
mente 1.750.000 km² (Almeida et al. 1981), ocupando a O conjunto de dados aeromagnetométricos utilizado foi
região Sul e porções das regiões Sudeste e Centro-Oeste do composto por oito levantamentos da base de dados de pro-
Brasil, além de parte do Paraguai, Argentina e Uruguai. jetos aerogeofísicos do Brasil da Companhia de Pesquisa de
Seu preenchimento atinge a espessura máxima 7.000 m Recursos Minerais - CPRM (www.cprm.gov.br). Os dados
(Milani et al. 2007), sendo predominantemente siliciclástico, foram reduzidos do IGRF- International Geomagnetic Reference
com carbonatos e rochas ígneas subordinadas. Comporta Field, de acordo com os parâmetros de aquisição (Tab. 1),
o registro estratigráfico entre o Ordoviciano e o Cretáceo micronivelados, continuados para cima (1.500 m) e inter-
(Zalán et al. 1987, Oliveira 1991, Milani e Ramos 1998). polados por curvatura mínima (Briggs 1974), com uma
A influência das estruturas do embasamento na instalação célula quadrada de 500 m. Foram integrados, resultando
e evolução da bacia é consensual e foi discutida por diversos no mapa do campo magnético anômalo (CMA) (Fig. 3A).
autores (Almeida et al. 1981, Ferreira 1982a, Soares et al. 1982; A confecção do mapa do campo magnético anômalo
Cordani et al. 1984; Brito Neves et al. 1984, Milani 1997, Milani reduzido ao polo (CMA-RTP) (Fig. 3B) foi elaborada com
e Ramos 1998, Zalán et al. 1987, Quintas 1995), permanecendo base nos dados reduzidos ao polo de cada projeto, conforme
controvérsias com relação a sua distribuição espacial e temporal. a localização e respectivas datas de aquisição, e depois inte-
O contexto regional se completa com o Arco de Ponta grados. Para atenuar os sinais de alta frequência espacial,
Grossa (APG), um enxame de diques de direção preferencial a malha unificada CMA-RTP foi continuada para cima
entre N50-60W delimitado pelos alinhamentos estruturais- (2.000 e 5.000 m), resultando, respectivamente, nos mapas
-magnéticos de Guapiara (Ferreira et al. 1981) a nordeste e do das Figuras 4C e 4D. O mapa continuado para 5.000 m
Rio Piquiri a sudoeste (Fig. 1B). Sua região central é balizada (CMA-RTP UW 5.000 m), observado na Figura 3D, cons-
pelos alinhamentos São Jerônimo-Curiúva e do Rio Alonzo tituiu a base da interpretação qualitativa.
1025 CPRM 8 - Serra do Mar Sul 1975 1.000 150 60 49.880 48.600
1039 CPRM 2 - SP-RJ Área SP 1978 1.000 150 100 52.436 58.000
7 - Ponta Grossa -
2010 NUCLEBRAS 1971 1.000 120 120 33.810 39.184
Criciúma (Área I)
1 - Plataforma
4009 PETROBRAS 1969 5.000 700 60 52.932 219.000
Continental Sul
4012 PETROBRAS 6 - Bacia do Paraná 1973 7.000 1500 70 20.650 116.400
4019 PETROBRAS 3 - Botucatu 1980 2.000 450 100 25.745 46.000
4023 PETROBRAS 5 - Rio Iguaçu 1980 2.000 500 100 39.600 66.486
4025 PETROBRAS 4 - Rio Ivaí 1981 2.000 450 66 25.726 48.840
Total 300.779 642.510
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Luís Gustavo de Castro, Francisco José Fonseca Ferreira
A B
24o0’0’’S
24o0’0’’S
26o0’0’’S
26o0’0’’S
C D
24o0’0’’S
24o0’0’’S
26o0’0’’S
26o0’0’’S
Figura 3. (A) Mapa do campo magnético anômalo (CMA) continuado para cima (1.500 m), (B) mapa do campo
magnético anômalo reduzido ao polo (CMA-RTP UW 1.500 m), (C) mapa do campo magnético anômalo RTP
continuado para cima a 2.000 m (CMA-RTP UW 2.000 m), (D) mapa do campo magnético anômalo RTP continuado
para cima a 5.000 m (CMA-RTP UW 5.000 m).
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Arcabouço geofísico do Cinturão Ribeira Sul
(Verduzco et al. 2004) e Inclinação do Sinal Analítico do Com base nesses valores, foram aplicados filtros
Gradiente Horizontal Total (ISA-GHT) (Ferreira et al. 2010, de corte de frequência, resultando no mapa de fontes
2013). A Figura 4 mostra os principais métodos de realce, profundas.
suas relações geométricas e respectivas equações.
Análise quantitativa
Análise semiquantitativa A modelagem dos dados gravimétricos foi reali-
Tendo em vista a estimativa de profundidades das fontes zada com base em Talwani et al. (1959) e Talwani e
anômalas e a relação de sua distribuição com a interpretação Heirtzler (1964), utilizando o algoritmo descrito por
qualitativa, foi aplicada a deconvolução de Euler (Thompson Won e Beavis (1987). Os valores de densidade utiliza-
1982, Reid et al. 1990). As soluções de maior correspon- dos foram obtidos dos trabalhos de Rosales (2004) e de
dência com a interpretação qualitativa foram obtidas com Telford et al. (1990).
índice estrutural igual a 0 (contato), tolerância máxima de A construção dos modelos gravimétrico-estruturais
profundidade igual a 3% e tamanho da janela igual a 10, foi realizada com base na integração dos resultados das
equivalente a 5.000 m. análises qualitativa e semiquantitativa, balizada pela
No intuito de decompor o sinal magnético em níveis de distribuição das principais feições geológicas da área
profundidade distintos, foi realizada a análise do espectro de de estudo.
potência radial dos dados magnéticos. A observação do espec-
tro possibilitou a separação do sinal nos seguintes intervalos:
■ Fontes profundas – comprimentos de onda maiores Tabela 2. Dados de produçãodas transecas levantadas.
que 32 km e profundidades entre 9 e 20 km. Transectas Extensão (km) Estações
■ Fontes intermediárias – comprimentos de onda entre A 215 100
16 e 32 km, com profundidades entre 7,4 e 9,2 km. B 313 149
■ Fontes rasas – comprimentos de onda entre 5,7 e 16 km C 425 135
e profundidades médias de 2,2 km. Total 953 384
( ( ( ]
(mGal/m ou nT/m)
θ
ASA=
( ] 6M 2
+
6M ( 2
+
6M (
2
Gradiente vertical Φ 6x 6y 6z
(direção z; Gz) = 6M
ASA = Amplitude do sinal analítico
(mGal/m ou nT/m) 6z (mGal/m ou nT/m)
(
(
(
( Φ = tg-1 GHT
θ = tg-1 Gz GZ
GZ
GHT
IGHT = Inclinação do gradiente horizontal total
ISA = Inclinação do sinal analítico (rad)
(rad)
( GHT ( 6 GHT
θ = cos-1
ISA_GHT=tg-1 6z 2 1/2
( ( ]
ASA ( ] 2 (
6ISA 6ISA
(66 ( ]
( ] 2 ( 2 1/2 GHT_ISA=
GHT 6GHT +
Theta Map + 6x 6y
(rad) x 6y
GHT_ISA= Gradiente horizontal total da inclinação do
ISA_GHT= inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total sinal analítico
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Luís Gustavo de Castro, Francisco José Fonseca Ferreira
A B
24o0’0’’S
24o0’0’’S
26o0’0’’S
26o0’0’’S
C D
24o0’0’’S
24o0’0’’S
26o0’0’’S
26o0’0’’S
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Arcabouço geofísico do Cinturão Ribeira Sul
indicaram profundidades maiores que 2.000 m para ambas assinaladas com o número 3 indicam o prolongamento do
as estruturas. Para o Lineamento Alto Iguaçu (Fig. 6D, 3), Lineamento Alto Iguaçu e da ZCP sob a bacia. O Complexo
foram estimadas profundidades de fontes maiores que 2.000 Granulítico Luis Alves, o Lineamento do Rio Alonzo e o
m, tanto na área da bacia como no embasamento adjacente. Complexo Alcalino de Jacupiranga se vinculam, respectiva-
As anomalias do mapa magnético de fontes profundas mente, às anomalias 4, 5 e 6.
(Fig. 6D) mostram correspondência tanto com os linea-
mentos de Zalán et al. (1987) como com feições mapea- Modelos gravimétricos
das em superfície. A anomalia 1 corresponde ao Complexo Visando decompor o sinal gravimétrico em sinais de
Batolítico Cunhaporanga, cuja proximidade com a Zona de profundidades distintas, foi aplicada a separação regional–
Falha de Taxaquara (ZFT) sugere uma relação em profundi- residual pela análise do espectro 1-D. A partir da média dos
dade. A anomalia 2 reflete o prolongamento da ZCL sob a bacia comprimentos de onda, foram estabelecidos os seguintes
e a convergência com a ZCI em subsuperfície. As anomalias valores de corte para as filtragens: acima de 37.144 m para
A B
24o0’0’’S
24o0’0’’S
26o0’0’’S
26o0’0’’S
C D
24o0’0’’S
24o0’0’’S
26o0’0’’S
26o0’0’’S
Terrenos: A – Terreno Apiaí, B – Terreno Curitiba, C – Terreno Luis Alves e D – Terreno Paranaguá. (preto). Zonas de cisalhamento (vermelho): a –
Itapirapuã, b – Lancinha, c – Alexandra, d – Piên e e – Mandirituba-Piraquara, 1 – Lineamento Alto Iguaçu;
1 – Zona de Falha Lancinha-Cubatão, 2 – Zona de Falha Taxaquara, 3 – Falha Jacutinga, 4 – Lineamento São Sebastião, 5 – Falha de São Jerônimo-
Curiúva, 6 – Zona de Falha Curitiba-Maringá, 7 – Arco de Ponta Grossa, 8 – Falha Rio Alonzo;
Figura 6. Mapas de interpretação: (A) ISA-GHT com a interpretação do arcabouço magnético estrutural (linhas azuis).
(B) Arcabouço magnético-estrutural (vermelho) sobreposto ao contorno do pré-cambriano e Fm. Serra Geral (cinza)
e lineamentos de Zalán et al. (1987) (preto). (C) Arcabouço magnético estrutural (vermelho) sobrepostas as soluções
de Euler, contorno do pré-cambriano e Fm. Serra Geral (cinza); (D) Mapa magnético de fontes profundas, entre 9 e
20 km, com indicação dos lineamentos de Zalán et al. (1987).
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NW ZCI ZCL SE
Grupo Castro CBC F. Itaiacoca CBTC
-50
Grav. (mGal)
-60
-70
Observado Calculado
-80
0
CCS
D=2,84
10
CCI
20 D=2,84
Prof. (km)
30 CCI-CI
D=3,09
40
MANTO
D=3,39
50
0 50 100 150
Distância (km)
CCS – Crosta Continental Superior, CCI-CS – Crosta Continental Inferior, Camada Superior, CCI-CI – Crosta Continental Inferior, Camada Inferior.
Principais estruturas: FRA – Falha do Rio Alonzo; ZFT – Zona de Falha de Taxaquara; ZCI – Zona de Cisalhamento Itapirapuã; ZFLC – Zona de
Falha Lancinha Cubatão; ZCL – Zona de Cisalhamento Lancinha; ZFC – Zona de Falha Caçador; CBC – Complexo Batolítico Cunhaporanga; CBTC –
Complexo Batolítico Três Córregos; Lin.1 – Lineamento Alto Iguaçu.
Figura 7. Anomalia gravimétrica regional da transecta A (painel superior) e o modelo correspondente (painel
inferior).
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Arcabouço geofísico do Cinturão Ribeira Sul
correspondente a um alto gravimétrico relativo. À sudeste a dois altos (3,8 e 2,0 mGal). Essa assinatura, recorrente
do prolongamento da ZCL, se verifica a maior espessura nos perfis “B” e “C” (Fig. 4), corresponde à resposta gravi-
crustal da transecta, cerca de 42 km, correspondente a um métrica do prolongamento de unidades do embasamento
baixo gravimétrico (-71,5 mGal). No extremo sudeste, é adjacente sob a bacia. Os baixos gravimétricos correspon-
observado um alto relativo (-60,5 mGal) relacionado à dimi- deriam aos complexos batolíticos Cunhaporanga (CBC)
nuição da espessura crustal (37,9 km), correspondente ao e Três Córregos (CBTC) e o Granito Passa Três (GPT),
Lineamento Alto Iguaçu (Fig. 6A,1). intercalados pelas rochas da Faixa Itaiacoca e rochas
A anomalia residual (Fig. 8) inicia com uma alternância básicas associadas. Um alto do embasamento sobre o qual
de altos e baixos entre de 1,6 e -3,2 mGal, possivelmente se prolonga a Formação Água Clara se reflete por um alto
relacionada a variações de espessura do Grupo Castro (indi- gravimétrico. O alto gravimétrico à sudeste do GPT foi rela-
viso), em profundidade. Em direção a SE, um alto gravimé- cionado a um alto do embasamento, seguido de um baixo
trico (2,2 mGal) pode ser relacionado a um alto do emba- subsequente correspondente, possivelmente, ao prolonga-
samento (Fig.10). mento da Sequência Votuverava, sob a bacia.
A porção central do perfil mostra uma série de três baixos O segmento sudeste é marcado pela ZCL, limite entre
gravimétricos relativos (-4,5; -2,4 e -5,2 mGal) intercalados os terrenos Apiaí e Curitiba, cuja resposta é um alto relativo
4
Grav. (mGal)
-4
0
2,45
C TC PT 2,55
2,55 2,66
2,87 2,55 2,76
2,55 2,5 2,58
Prof. (km)
2,84
2 2,74 2,74
0 50 100 150
Distância (km)
1 2 3 4 5 6 C 7 TC 8 PI 9
10 11 12 13
1 – Bacia do Paraná; 2 – Grupo Castro; 3 e 4 – Faixa Itaiacoca com rochas básicas associadas; 5 – Sequência Capiru; 6 – Complexo Batolítico
Cunhaporanga; 7 – Complexo Batolítico Três Córregos; 8 – Granito Passa Três; 9 – Sequência Água Clara; 10 – Sequência Votuverava; 11 –
Complexo Gnáissico- migmatíticos Atuba; 12 – Suíte Granítica Cálcio-Alcalina Rio Piên; 13 – Embasamento. Principais Estruturas: FRA – Falha
do Rio Alonzo; ZFT – Zona de Falha de Taxaquara; ZCI – Zona de Cisalhamento Itapirapuã; ZFLC – Zona de Falha Lancinha-Cubatão; ZCMA – Zona
de Cisalhamento Morro Agudo; ZCL – Zona de Cisalhamento Lancinha; CBC – Complexo Batolítico Cunhaporanga; CBTC – Complexo Batolítico
Três Córregos; Lin.1 – Lineamento Alto Iguaçu.
Figura 8. Anomalia gravimétrica residual da transecta A (painel superior) e modelo correspondente (painel
inferior).
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Luís Gustavo de Castro, Francisco José Fonseca Ferreira
discreto. A ocorrência de dois baixos gravimétricos relativos O baixo gravimétrico subsequente (-63,3 mGal) é limi-
(-2 mGal) intercalados por um alto (0,7 mGal) caracteri- tado à NW pela ZCI e à SE pela Zona de Cisalhamento
zaria a variação de espessura do Complexo Atuba. O extremo Morro Agudo (ZCMA), e reflete uma região de espessa-
sudeste do perfil exibe a anomalia de maior amplitude, cerca de mento crustal da ordem de 38,7 km.
6,2 mGal, relacionada ao Lineamento Alto Iguaçu (Fig. 6A,1). O segmento sudeste do perfil é marcado por um alto
gravimétrico (-47 mGal), limitado pela ZCMA e a Falha do
Transecta B Passaúna (FP), seguido por um baixo (-53,5m Gal), balizado
O modelo regional da Figura 10 inicia a NW com um à SE pela Zona de Cisalhamento Mandirituba-Piraquara
baixo gravimétrico relacionado à espessura crustal de cerca (ZCMP). Essas feições são associadas, respectivamente, a
de 38 km. À sudeste a espessura diminui, chegando a 35 km, uma zona de afinamento (34,5 km), seguida de um espes-
refletindo num alto gravimétrico expressivo (41,5 mGal), samento crustal (37 km).
no domínio do Terreno Apiaí (Fig. 9). Um alto expressivo no extremo sudeste do perfil (-42,12 mGal),
À sudeste da Falha de Castro (FC), observa-se um baixo gra- relacionado a uma espessura crustal de 35 km, guarda correspon-
vimétrico (-54 mGal) relacionado a um espessamento da crosta dência com a ZCP, limite entre os terrenos Apiaí e Luís Alves.
(37 km). O segmento central mostra um alto gravimétrico relativo A anomalia residual da Figura 10 mostra a distinção do
(-49,2 mGal) vinculado a uma zona de afinamento crustal sinal no domínio da Bacia do Paraná, com amplitudes meno-
(34 km) limitada pela ZFT e associada à ZCI. res (0,8 a -1,8 mGal), e o domínio do Cinturão Ribeira,
T. L. Alves
Terreno Apiaí Terreno Curitiba
-40
-50
-60
Observado Calculado
-70
0
CCS
D=2,84
10
CCI
D=2,84
Prof. (km)
20
CCI-CI
30 D=3,09
40 Manto
D=3,39
50
0 80 160 240
Distância (km)
CCS – Crosta Continental Superior, CCI-CS – Crosta Continental Inferior, Camada Superior, CCI-CI – Crosta Continental Inferior, Camada Inferior,
CBC – Complexo Batolítico Cunhaporanga; CBTC – Complexo Batolítico Três Córregos. Principais Estruturas: ZFCM – Zona de Falha Curitiba-
Maringá, FC – Falha de Castro; ZFT – Zona de Falha de Taxaquara; ZCI – Zona de Cisalhamento Itapirapuã; ZCMA – Zona de Cisalhamento Morro
Agudo; ZFLC – Zona de Falha Lancinha-Cubatão; ZCL – Zona de Cisalhamento Lancinha; FP – Falha de Passaúna; ZCMP – Zona de Cisalhamento
Mandirituba-Piraquara; ZCP – Zonas de Cisalhamento Piên.
509
Brazilian Journal of Geology, 45(4): 499-516, December 2015
Arcabouço geofísico do Cinturão Ribeira Sul
onde as amplitudes são mais altas, variando de -5,6 a À SE da ZCMA, um baixo gravimétrico limitado à SE
7,4 mGal. A variação no segmento NW do perfil é atribu- pela ZCL é a resposta conjunta da Sequência Votuverava
ída à variação de composição e espessura do Grupo Castro, e do Granito do Cerne. O alto subsequente (3,6 mGal)
tanto sob a bacia como em sua porção aflorante. foi relacionado à associação da Sequência Capiru com o
A porção central do perfil é marcada por dois baixos Complexo Atuba, sucedido por um baixo gravimétrico
gravimétricos intercalados a um alto, padrão semelhante (-5,3 mGal) na região da Bacia de Curitiba, refletindo, tal-
ao observado nas transecta “B” e “D”. Tal variação é rela- vez, uma variação composicional do Complexo Atuba, coin-
cionada à intercalação da Faixa Itaiacoca (FI), associada a cidente com o prolongamento da Falha do Passaúna (FP).
rochas básicas, correspondente ao alto, com os complexos A porção SE do perfil exibe um baixo gravimétrico
batolíticos Cunhaporanga (CBC) e Três Córregos (CBTC), ladeado por dois altos, atribuídos, respectivamente, à Suíte
relacionados aos baixos gravimétricos. O contato da Faixa Granítica Cálcio-alcalina Rio-Piên e suas associações com
Itaiacoca com o CBTC, dado em superfície pela ZCI, é mar- lentes ultramáficas em subsuperfície. As zonas de cisalha-
cado pela quebra do gradiente no sinal gravimétrico. O alto mento Mandirituba-Piraquara (ZCMP) e ZCP consti-
consecutivo é associado à variação das relações de contato tuem os limites dessa unidade, e a última separa os terrenos
do CBTC e Sequência Água Clara com o embasamento. Curitiba e Luís Alves.
T. L. Alves
Terreno Apiaí Terreno Curitiba
4
0
-4 Observado Calculado
2,79 2,79
1,4
2,99
2,68 2,78
2,1
0 80 160
Distância (km)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 C 10 TC 11 CE
12 13 14 15 16 17 18 19
1 – Bacia de Curitiba; 2 – Bacia do Paraná; 3, 4 e 5 – Grupo Castro; 6 e 7 – Faixa Itaiacoca; 8 – Sequência Capiru; 9 – Complexo Batolítico Cunhaporanga;
10 – Complexo Batolítico Três Córregos; 11 – Granito do Cerne; 12 – Sequência Água Clara; 13 – Sequência Votuverava; 14 e 15 – Complexo Gnáissico-
Migmatítico Atuba; 16 – Embasamento/Complexo Gnáissico-Migmatítico Atuba; 17 e 18 – Suíte Granítica Cálcio-Alcalina Rio Piên e lentes ultramáficas
associadas; 19 – Complexo Granulítico. Principais Estruturas: FC – Falha de Castro; ZFT – Zona de Falha de Taxaquara; ZCI – Zona de Cisalhamento
Itapirapuã; ZCMA – Zona de Cisalhamento Morro Agudo; ZFLC – Zona de Falha Lancinha-Cubatão; ZCL – Zona de Cisalhamento Lancinha; FP – Falha
do Passaúna; ZCMP – Zona de Cisalhamento Mandirituba-Piraquara; ZCP – Zona de Cisalhamento Piên.
Figura 10. Anomalia gravimétrica residual da transecta B (painel superior) e modelo correspondente (painel inferior).
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Brazilian Journal of Geology, 45(4): 499-516, December 2015
Luís Gustavo de Castro, Francisco José Fonseca Ferreira
BACIA DO
PARANÁ CINTURÃO RIBEIRA
Terreno Apiaí Terreno Curitiba T. Luis
Alves
ZCI ZCMA ZCL ZCMP ZCP
40
-40
Grav. (mGal)
Observado Calculado
-80
0
CCS
D=2,84
10
CCI
D=2,84
20
Prof. (km)
30 CCI-CI
D=3.09
40
MANTO
D=3,39
50
0 60 120 180
Distância (km)
CCS – Crosta Continental Superior, CCI-CS – Crosta Continental Inferior, Camada Superior, CCI-CI – Crosta Continental Inferior, Camada Inferior,
CBC – Complexo Batolítico Cunhaporanga; CBTC – Complexo Batolítico Três Córregos. Principais estruturas: ZCI – Zona de Cisalhamento Itapirapuã;
ZCMA – Zona de Cisalhamento Morro Agudo; ZFLC – Zona de Falha Lancinha-Cubatão; ZCL – Zona de Cisalhamento Lancinha; ZCMP – Zona de
Cisalhamento Mandirituba-Piraquara; ZCP – Zona de Cisalhamento Piên.
Figura 11. Anomalia gravimétrica regional de transecta C (painel superior) e o modelo correspondente.
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Brazilian Journal of Geology, 45(4): 499-516, December 2015
Arcabouço geofísico do Cinturão Ribeira Sul
BACIA DO
PARANÁ CINTURÃO RIBEIRA
Terreno Apiaí Terreno Curitiba T. Luis
Alves
ZFT ZCI ZCMA ZCL ZCMP ZCP
20
10
0
-10 Observado Calculado
-20
D=2,53 D=2,55 D=2,4 D=2,69
0 D=2,4
C TC MG G
D=2,68 D=2,56 D=2,73 D=2,7 D=2,87
D=2,8 D=2,56 D=2,82 D=2,61
2
D=2,55
D=2,7 D=2,78
Prof. (km)
4 D=2,78
D=2,79
6
D=2,81
8
0 60 120 180
Distância (km)
1 2 3 4 5 6 7 C 8 TC 9 MG 10 G 11
12 13 14 15 16 17 18
1 – Bacia de Curitiba; 2 – Bacia do Paraná; 3 – Grupo Castro; 4 e 5 – Faixa Itaiacoca; 6 – Sequência Capiru; 7 – Complexo Batolítico
Cunhaporanga; 8 – Complexo Batolítico Três Córregos; 9 – Granito Morro Grande; 10 – Granito Graciosa; 11 – Sequência Água Clara; 12 –
Sequência Votuverava; 13 e 14 – Complexo Gnáissico-Migmatítico Atuba; 15 – Embasamento/Complexo Gnáissico-Migmatítico Atuba;
16 e 17 – Suíte Granítica Cálcio-Alcalina Rio Piên e lentes ultramáficas associadas; 18 – Complexo Granulítico. Principais estruturas:
FC – Falha de Castro; ZFT – Zona de Falha de Taxaquara; ZCI – Zona de Cisalhamento Itapirapuã; ZCMA – Zona de Cisalhamento Morro Agudo; ZCL – Zona
de Cisalhamento Lancinha; ZCMP – Zona de Cisalhamento Mandirituba-Piraquara; ZCP – Zona de Cisalhamento Piên.
Figura 12. Anomalia gravimétrica residual da transecta C (painel superior) e modelo correspondente.
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Brazilian Journal of Geology, 45(4): 499-516, December 2015
Luís Gustavo de Castro, Francisco José Fonseca Ferreira
apresentado pelos autores (Fig. 13) se harmoniza aos mode- Faleiros (2008) apresenta a ZCL como uma estru-
los apresentados. tura gerada pela reativação de uma antiga zona de sutura,
No Terreno Apiaí, a variação da espessura crustal é não correspondendo atualmente a uma sutura caracte-
marcada pela ZCI em associação com a Faixa Itaiacoca rística. A ausência da assinatura geofísica correspon-
e a ZCMA. A assinatura geofísica (magnética e gravimé- dente seria explicada pela progressão da transcorrência
trica) relacionada à ZCI, observada nos modelos, permite e a consequente alteração de sua resposta (Castro et al.
sua interpretação como uma descontinuidade crustal. Basei 2014). Assim, a ZCL seria o testemunho de uma colisão
et al. (1998) relacionam essa estrutura com o limite da borda neoproterozoica, modificada pela progressão do cisalha-
leste do Cráton Paranapanema sob o Terreno Apiaí. mento, configurando atualmente o limite entre os ter-
Os modelos sugerem que a ZCL, limite entre os terrenos renos Curitiba e Apiaí como uma zona de cisalhamento
Apiaí e Curitiba, configura um dos marcos de variação de espes- predominantemente destral.
sura crustal, com mergulho vertical ou subvertical para NW. Dessa forma, o modelo de Basei et al. (1992, 1998), acres-
Na proposta apresentada por Basei et al. (1998), a ZCL exibe cido da proposta de Faleiros (2008) para a evolução da ZCL,
mergulhos relativamente mais baixos para NW, sob o Terreno seria compatível com os modelos apresentados. A Figura 14
Apiaí, destoando dos modelos gravimétricos apresentados. sintetiza essa intepretação.
Luis Paulo
Castro Curitiba Piên Alves Blumenau Brusque Lopes
NW SE
Craton
Parana
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Unidades: 1 – Coberturas quaternárias, 2 – Bacia do Paraná; bacias neoproterozoicas e granitoides: 3 - Granitos da Serra do Mar, 4 – Bacias
vulcanossedimentares; Granitos relacionados a arcos: 5 – Paranaguá, 6 – Suíte Rio Piên e lentes ultramáficas, 7 – Florianópolis, cruzes pequenas
granitos calcialcalinos deformados, cruzes grandes granitos alcalinos isotrópicos; 8 – Faixa Brusque e granitoides Valsungana, 9 – Faixa Apiaí e
granitoides indiferenciados; Domínios do embasamento: 10 – Microplaca Curitiba (Complexo Atuba), 11 – Microplaca Luís Alves.
Figura 13. Perfil geológico esquemático dos terrenos pré-cambrianos do Sul do Brasil (modificado de Basei
et al. 1998).
NW SE
Castro Curitiba
10
Prof. (km)
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9
1 – Bacia do Paraná, 2 – Granitos da Serra do Mar, 3 – Rochas vulcanossedimentares do Grupo Castro, 4 – Suíte Rio Piên e lentes ultrabásica associadas,
5 – Terreno Apiaí, 6 – Terreno Curitiba, 7 – Terreno Luís Alves, 8 – Bloco Paranapanema, 9 – Manto. Zonas de Cisalhamento: ZCI – Itapirapuã, ZCMA –
Morro Agudo, ZCL –Lancinha, ZCMP –Mandirituba-Piraquara, ZCP – Piên.
Figura 14. Perfil geológico esquemático da porção meridional do Cinturão Ribeira e regiões adjacentes modificado
de Basei et al. (1998).
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Brazilian Journal of Geology, 45(4): 499-516, December 2015
Arcabouço geofísico do Cinturão Ribeira Sul
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