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2019 04 04 – VERTIGO/ UM CORPO QUE CAI / 1958, 129minutos

UM FILME DE ALFRED HITCHCOCK NO AUGOSTO-AUGUSTA –


CONTINUANDO CICLO 2019 DE FILMES DO AMOR “NOIR” EM
TECHNICOLOR / VERSÃO INTEGRAL/Cópia RESTAURADA 2000@

Completando este segundo mês de filmes de amor não convencional, subversivo e mesmo escandaloso,
além de trazer novos aspectos do amor noir em tecnicolor, apresentamos hoje um filme chave para a
figura da mulher fatal, enigmática, encantadora, feiticeira e por isso sempre de dupla face – aqui na
figura dupla loira e ruiva de Madeleine Elster/ Judy Barton, protagonizada por Kim Novak.

Filme que acrescenta a questão do amor, pouco ou nada representada nos demais filmes de AHitchcock. E
amor, ilusão e encantos que aqui se impõe com fio condutor do suspense escrito por Pierre Boileau e
Thomas Narcejac, dupla de autores franceses que vinha se destacando no cinema francês. Aliás, cabe
explicitar que inicialmente Hitchcock quisera filmar Les Diaboliques, mas o argumento já fora comprado
por Henri-Georges Clouzot. Imediatamente a dupla Boileau/Narcejac escreveu outra história e a propôs
para o produtor/diretor Hitchcock. Negócio fechado, esse novo argumento intitulado “D’Entre les Morts”
entregue ao escritor Maxwell Anderson e ao roteirista Alec Coppel ficou mais de ano, indo e voltando
para remanejamentos sem ser aprovado. Um terceiro tratamento do roteiro coube a Samuel A. Taylor que
trouxe para a história à la francesa todo um conjunto de locais e apropriação de lugares típicos de San
Francisco e seus arredores. Deu resultado. Porém a produção teve que ser adiada novamente, porque a
atriz que ficou grávida! [Vera Miles era a escolhida por Hitchcock, estava preparada para o papel e já
tinha feito todos os testes]. Ou seja, Kim Novak entrou quase que por acaso, ou a contragosto de
Hitchcock [talvez imposta pelo studio Paramount]. Para completar o desastre anunciado o filme foi
resultou num enorme fracasso comercial em 1958. Em The NewYorker, já a época uma voz respeitada na
crítica de cinema, afirma categórico: “-É um longo non-sense. Em cores!”.

Procurei detalhar um pouco as atribulações anteriores à produção e outras que se seguiram [como as
brigas de Hitchcock com Kim Novak, atriz então emergente da Columbia Pictures] para explicitar uma
vez mais que o resultado-filme-exibido inclui necessariamente, via de regra por ser todo um processo
industrial e “orgânico” [de vários elementos conjugados entre si], uma dose de acasos não pequena e nem
negligenciáveis. Minhas afirmações anteriores de que Vertigo é o que é em virtude de Kim Novak e não
de Hitchcock, poderiam parecer arbitrárias mas não eram. Eu conhecia as brigas de Hitchcock com a
Kim, mas não conhecia a meia-dúzia de tratamentos californianos que o roteiro teve. O que só veio
confirmar o que se percebia ao ver o filme. Conheço bem a questão do roteiro e das mudanças na
filmagem que vão resultar numa outra coisa bem diversa do plano inicial. Vide A Ilha. Nunca o filme
escrito será o filme exibido.

Por isso mesmo, os cinéfilos franceses desde 1926 ousavam e ainda hoje usam publicar a découpage do
filme todo a partir da cópia exibida em circuito comercial, numa publicação como a l’Avant-Scène
[incluem fotos e todos os diálogos transcritos in extenso], publicação que hoje se tornou histórica.

Outro aspecto a se destacar é que estes filmes de amour noir, via de regra um “estranho e perverso jogo”.
são exceções nas filmografias de seus realizadores, pois não chegam a formar um padrão ou modelo de
realização. E nem se pretendem – justamente porque se afirmam como um cinema fora do comum, o
cinema cinema extra-ordinário.

VERTIGO, 1958, 129 minutos -Tecnicolor. Diretor: Alfred Hitchcock. Argumento Boileau/Narcejac, e
roteiro by Samuel A.Taylor. Producer: Herbert Coleman (e A Hitchcock); Cinematography by Robert
Burks; Art Direction henry Bumstead, Hal Pereira; Film Editing by George Tomasini;. Music by Bernard
Herrmann. Stars: James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes, Tom Helmore, Henry Jones.

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