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As autoridades religiosas de Jerusalém outorgaram a Saulo cartas que lhe garantiam o direito
de prender os cristãos. Todavia, no caminho de Damasco, Saulo teve um encontro memorável
com Jesus. Este encontro mudou radicalmente sua vida. Diante do Rei dos reis, Saulo, o
perseguidor de cristão, se prostra. Um dia, todos terão que se curvar diante de Jesus. As
convicções religiosas de Saulo também são lançadas ao chão naquele momento. Embora cego,
Saulo sai daquele encontro transformado e “enxergando” a realidade! Esse novo homem ficou
três dias sem comer ou beber nada, certamente pensando em tudo que lhe aconteceu. Mais
tarde Paulo aprendeu o que é padecer pelo Senhor. Por intermédio desse “vaso escolhido” a
igreja tornou-se basicamente gentia.
• Fariseu (23.6);
SAULO DE TARSO
Na comunidade judaica, Paulo era conhecido por um nome bem hebreu: Saulo (At 9.1,4,11).
Ele provinha de uma família benjamita que, apesar de viver na Diáspora, era mui fiel à tradição
(Fp 3.5). Tendo em vista sua formação cultural e religiosa; mostrou-se mais do que hábil para
atuar como o apóstolo dos gentios.
A formação cultural de Paulo. Instruído aos pés de Gamaliel (At 22.3), Saulo pertencia ao
partido religioso mais conceituado do Judaísmo — os fariseus (At 26.5; Fp 3.5). Ele conhecia
profunda e intimamente o Antigo Testamento (Rm 1.17; 3.4,5,10-18; 9.6-33), as tradições de
seu povo (At 26.24: 28.17,18; Gl 1.13-14) e a língua hebraica (At 22.1,2). Era tão bem versado
no meio religioso de Israel que, dos principais sacerdotes, recebera autorização para perseguir
os discípulos de Cristo (At 26.10).
As evidências indicam que Paulo cursou a universidade de Tarso. Haja vista o seu domínio do
idioma grego e dos autores clássicos, dos quais cita pelo menos dois: Aratos e Epimênides (At
17.28; Tt 1.12). Cidadão romano, falava também mui provavelmente o latim.
Paulo, cidadão romano. Natural de Tarso, na Cilícia (At 9.11; 21.39; Gl 1.21), Paulo tornara-se,
por nascimento, cidadão de Roma, pois a cidade era província romana (At 22.25-29). Naquele
tempo, a nacionalidade romana era adquirida de três maneiras: por direito de nascença, por
concessão imperial e por aquisição pecuniária (At 22.28; 23.27; 24.7,22).
Embora conhecesse muito bem os seus direitos como romano (At 22.25-29; 25.10-12,21,27),
era-lhe a cidadania celeste (Ef 2.19; Fp 3.20) mais importante do que os privilégios concedidos
pelos homens. Esta é a razão pela qual renunciou a todas as regalias terrenas para assumir a
cruz de Cristo (Fp 3.7-9). Como tem agido você como cidadão do céu?
A CONVERSÃO DE PAULO
A conversão de Paulo está narrada em três capítulos de Atos dos Apóstolos (9.3-18; 22.6-21 e
26.12-18). Vejamos os relatos segundo o desenvolvimento cronológico dos fatos.
O Encontro com Jesus. Saulo solicita autorização aos principais sacerdotes, afim de perseguir
os discípulos de Cristo que se achavam em Damasco (At 9.1-2; 22.5; 26.10-11). Já próximo da
cidade, ele e seus companheiros são envolvidos subitamente por uma luz do céu, muito mais
forte que o sol (At 9.3; 22.6; 26.13). E todos caem por terra (At 9.4; 22.7; 26.14). Em língua
hebraica, Jesus deu-se-Ihe a conhecer (At 26.14,15).
Os que o acompanhavam não viram a ninguém. Aturdidos, ouviram, sim, a voz, mas não
entenderam a mensagem (At 9.7; 22.9; cf. Jo 12.28-30). Paulo, então, é confrontado por Jesus
Cristo (At 9.5; 22.7; 26.14,15) e por este é comissionado a levar o evangelho tanto aos filhos de
Israel como aos gentios (At 26.16-18). Em seguida, o Senhor orienta-o a seguir viagem até
Damasco, onde receberia novas instruções (At 9.6; 22.10).
Erguendo-se, Saulo nada enxerga. Conduzido por seus auxiliares até Damasco, na cidade
permanece durante três dias sem nada ver, sem nada comer e sem nada beber (At 9.8,9;
22.11).
Ananias visita a Paulo. Enquanto isso, o Senhor em visão aparece a Ananias, homem piedoso e
justo que morava em Damasco, e ordena-lhe que vá à casa de Judas, que ficava na rua Direita,
e pergunte “por um homem de Tarso chamado Saulo”. Naquele instante, este orava e via
numa visão a Ananias que, entrando em seus aposentos, impunha-lhe as mãos para que
voltasse a enxergar (At 9.10-12; 22.12).
Ananias, então, retruca. Sabe ele qual o propósito de Paulo na cidade (At 9.13-14). O Senhor,
porém, afiança-lhe que o perseguidor será doravante um vaso escolhido para tornar o
evangelho conhecido em todo o mundo (At 9.15-16; 26.16-18). Imediatamente Ananias vai ao
encontro de Saulo e, impondo-lhe as mãos, confirma a comissão que ele recebera do Senhor,
recobra-lhe a visão e batiza-o (At 9.17-18; 22.13-16).
Os objetivos de Cristo ao confrontar Saulo na estrada de Damasco são desenvolvidos nas três
narrativas de sua conversão de Atos dos Apóstolos (9.3-18; 22.6-21; 26.12-18).
Sofrer a favor de Cristo e do evangelho. Em virtude de sua audácia, muito sofre por amor a
Cristo (Gl 6.17). O que dantes perseguira a Igreja de Cristo, vê-se de repente perseguido por
causa deste mesmo nome. No capítulo 11 de sua Segunda Epístola aos Coríntios, discorre ele
acerca das muitas perseguições por ele sofridas, quer por parte de seus patrícios, quer por
parte dos gentios. Mesmo perseguido, o evangelho foi poderosamente anunciado através de
suas
A conversão e vocação de Paulo ensinam-nos que Deus chama e capacita a quem ele quer para
ministérios específicos. Ele transforma o mais terrível dos homens num “vaso escolhido”, a fim
de que proclame o seu Evangelho até aos confins da terra.Você foi chamado para anunciar a
mensagem da cruz? Obedeça, já. É o tempo de segar.
Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34). Criador de tudo quanto existe, a todos
preserva pela sua bondade e justiça (At 17.25-28). Ele ama a todos indistintamente e
deseja a salvação de toda a humanidade (Jo 3.16) através de Jesus Cristo (Mt 1.21; At
4.12). Esta é a mensagem que os apóstolos de Nosso Senhor proclamaram aos gentios.
No Filho, todos somos amados pelo Pai, sem quaisquer distinções. Está você também
disposto a anunciar o evangelho até aos confins da terra? Há muita terra ainda a ser
conquistada.
Toda a humanidade descende de um único casal a quem Deus formara segundo a sua
imagem e semelhança (Gn 1.27; 5.2). Embora criado santo, justo e bom para a glória do
Senhor (Gn 5.1; Sl 115.1), o homem desobedeceu-lhe as ordens e veio a conhecer
experimentalmente o pecado. Com a sua apostasia, fez com que a maldade tomasse
conta do mundo (Gn 4.8,23). A Deus, então, não restou outra alternativa senão destruir
a primeira civilização através de um dilúvio universal (Gn 6-9).
Um novo começo com Noé. Apenas Noé e a sua família salvaram-se daquele cataclismo.
Por intermédio dos filhos do piedoso e santo patriarca: Jafé (Gn 10.2-5), Cam (Gn 10.6-
20) e Sem (Gn 10.21-31), vieram a formarem-se as nações com as suas respectivas
geografias (Gn 10 - 11). Infelizmente, a humanidade porfiou em desobedecer a Deus (Gn
11.1-9). Em meio a essa desolação espiritual e moral, Deus santifica um descendente de
Sem, Abraão, para que dele uma nova nação fosse formada (Gn 12.1-3). Em Abraão,
fomos todos abençoados.
A exclusividade dos descendentes de Abraão (Gn 15.5,6). Ao chamar Abraão, o Senhor
dá início à história de Israel (Gn 12.1-3). Seu propósito à nação judaica (Gn 18.18; 22.18)
era torná-la uma propriedade peculiar, um reino sacerdotal e um povo santo (Êx 19.5,6).
Ele a constituiu para que esta lhe fosse uma possessão distinta e particular (Is 44.1-2), a
fim de que, por seu intermédio, alcançasse os gentios.
A partir de então, todas as demais etnias passaram a ser conhecidas como gôyim —
gentios (Gn 15.18-21). Isso não significa, porém, que Deus não ame as demais nações.
Ele as ama, sim! E de tal maneira amou-as, que deu o seu Único Filho, para que todo
aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Além do mais, em Abraão
foram benditas todas as nações da terra (Gn 12.3).
O Novo Testamento faz questão de realçar o amor de Deus não somente por Israel, mas
por todos os povos. João 3.16 deixa isso bem claro. Não resta dúvida: a salvação vem
dos judeus, mas não se restringe aos judeus, mas através dos judeus deve alcançar a
todos os não-judeus.
Nos Evangelhos. Nos evangelhos há várias referências aos gentios (Mt 6.7,32: Mc 10.33;
Lc 12.30; 18.32). Descritos às vezes com certa reserva (Mt 20.19; Mc 10.33), são eles
vistos como a grande seara a ser alcançada pelos apóstolos que, no cumprimento da
Grande Comissão, deixariam Jerusalém e a Judeia para evangelizar e ensinar todas as
nações (Mt 28.18-20). Aliás, Isaías já destacava a missão do Cristo entre os gentios (Is
42.1-4). Durante o seu ministério terreno, o Senhor Jesus agraciou alguns destes como
a mulher cananeia (Mt 15.21-28) e o centurião (Lc 7.1-10).
Nos Atos dos Apóstolos. Embora Atos 1.8 estabeleça a obrigatoriedade da missão entre
os gentios, somente no capítulo 9 e versículo 15, após a conversão de Paulo, é que se
declara aberta e enfaticamente a evangelização das nações (ver At 13.44-47). A
resistência inicial dos apóstolos em discipulá-Ios (At 10.9-16) é vencida quando Cornélio,
sua família e demais assistentes, recebem o batismo com o Espírito Santo (At 10.44-48).
O fato trouxe perplexidade no colégio apostólico (At 11.1-3,18), mas após a apologia de
Pedro (At 11.4-17 ver 15.7-11), a Igreja glorificou a Deus pelo fato de os gentios serem
também objeto do amor de Deus (At 10.45).
Missão e Salvação entre os Gentios. Se Pedro, com o evangelho da circuncisão, é
proeminente nos capítulos de 1 a 12 de Atos, nos capítulos de 13 a 28, destaca-se Paulo
com o evangelho da incircuncisão (Gl 1.7). O primeiro diz respeito aos judeus, o segundo
aos gentios (At 13.44-47). Trata-se, porém, de um só evangelho — o evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Paulo estava consciente de que fora chamado por Deus para anunciar o evangelho aos
gentios (At 9.15), sem os entraves da lei (At 15.19,28,29; Rm 4.9-16). Em suas viagens
missionárias, não foram poucos os gentios que se converteram ao Senhor (At 11.1,18) e
de bom grado ouviram a exposição da graça divina (At 13.42).
Você se preocupa com a evangelização transcultural? Se você não foi chamado ao
campo, coopere financeiramente com a Obra Missionária e ore pelos que se acham
além-fronteira falando do amor de Deus. A responsabilidade pelo “Ide” também é sua.