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Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro TJ-RJ - RECURSO INOMINADO : RI 0154544-

45.2017.8.19.0001 RIO DE JANEIRO CAPITAL CARTORIO UNICO JUI ESP FAZENDA


PUBLICA

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro GAB. DRA. ROSANA ALBUQUERQUE FRANCA
Primeira Turma Recursal Fazendária Recurso Inominado nº.: 0154544-45.2017.8.19.0001
RECORRENTE: PATRÍCIA IGREJA DE ARAÚJO RECORRIDOS: MUNICÍPIO DO RIO DE
JANEIRO e DETRAN-RJ RELATÓRIO Trata-se de Ação Anulatória de Ato Administrativo
(autos de infração) em que alega a parte autora ser condutora profissional, via aplicativo
UBER, tendo sido autuada, por 06 (seis) vezes, por avanço de sinal vermelho, de madrugada.
Contestação do Município alegando a legalidade das multas aplicadas, uma vez que as
infrações não foram cometidas dentro das áreas taxativamente consideradas como de risco.
Em primeiro grau, o pedido foi julgado improcedente, o que ensejou a interposição de Recurso
Inominado pela autora, pugnando pela reforma da sentença. Essa é a matéria devolvida. VOTO
Conheço do Recurso, eis que presentes os requisitos de sua admissibilidade. Trata-se de ação
em que pretende a parte autora a anulação de 07 (sete) multas de trânsito, todas provenientes
de aferição por equipamento eletrônico de fiscalização (pardal) e fundamentadas no avanço de
sinal vermelho. É fato público e notório a situação de perigo e de risco à vida decorrente da
violência e criminalidade urbana do Rio de Janeiro, sendo certo que, durante a madrugada, a
insegurança pública é ainda maior, pois o policiamento é praticamente inexistente e as ruas
ficam desertas, o que claramente se vê nas fotografias das infrações, acostadas às fls.101/107.
Diante disso, o motorista carioca, temeroso pela prática de roubo, não raras vezes, desobedece
ao sinal de trânsito já muito tarde da noite e durante a madrugada. E nesse aspecto, não há
como se afirmar que o rol previsto no Decreto nº 30.404/09 dos locais considerados como
"área de risco" seja taxativo. A propósito, confira-se o seguinte julgado: DES. MARCO
ANTONIO IBRAHIM - Julgamento: 22/10/2014 - QUARTA CÂMARA CIVEL Direito
administrativo. Multa por infração de trânsito aferida por equipamento eletrônico de
fiscalização (Pardal) na cidade do Rio de Janeiro. Parte autora que reconhece que avançou
semáforo vermelho de trânsito, de madrugada. Legitimidade passiva do Município, autoridade
que lançou a multa. É fato público e notório a situação de perigo e de risco à vida decorrente
da violência e criminalidade urbana. Diante dessas circunstâncias, faz-se necessária certa
mitigação do "princípio da legitimidade" do ato administrativo, competindo ao Poder Público
demonstrar que no local e horário da infração de trânsito havia meios razoáveis de segurança
ao cidadão, o que não ocorreu no caso em tela. Insegurança pública reconhecida pelo próprio
Poder Público, que criou a Lei Municipal nº 4.892/08, afastando a aplicação de multas por
avanço de semáforo após às 22 horas, em áreas de risco. Embora o local onde a parte autora
praticou a infração de trânsito não tenha sido incluída no Anexo I do Decreto nº 30.404/2009,
que especifica os semáforos em que não se aplica multa, não restam dúvidas de que a Estrada
Intendente Magalhães é perigosa, principalmente às 03h10min da madrugada, quando o
policiamento é inexistente e as ruas ficam totalmente desertas e escuras, facilitando a
ocorrência de roubos. Norma legal instituidora dos sistemas eletrônicos de aferição de
velocidade que não pode se sobrepor à segurança dos cidadãos cariocas, dever do Estado.
Presunção de legitimidade do ato administrativo que se afasta. Anulação da multa e
impossibilidade de lançamento dos pontos pela infração. Precedentes desta Corte. Recurso a
que se nega provimento. Conforme destacado no julgado acima, a norma legal instituidora dos
sistemas eletrônicos de aferição de velocidade não pode se sobrepor à segurança dos cidadãos
cariocas, revelando-se plausível que o motorista, em determinados locais - ainda que não
definidos pelo Poder Público como "áreas de risco" - e horários, não se sinta seguro em
obedecer às regras de trânsito que o coloquem em evidente situação de perigo. Por óbvio, tal
qual ressaltado na sentença recorrida, o descumprimento da lei de trânsito, no que diz respeito
à velocidade e à observância ao semáforo, jamais pode colocar em risco a coletividade, sejam
demais motoristas ou pedestres. No caso em tela, entretanto, o Município não apenas deixou
de comprovar que no local e horário em que foram cometidas as infrações de trânsito havia
meios razoáveis de segurança ao condutor; como também de demonstrar que a autora expos,
concretamente, a coletividade a perigo. Por todas as razões acima expostas, merece ser provido
o recurso, impondo-se a anulação das multas e a exclusão das pontuações delas decorrentes
no prontuário da parte autora. Diante do exposto, VOTO pelo CONHECIMENTO e
PROVIMENTO do Recurso Inominado para REFORMAR a sentença a quo e JULGAR
PROCEDENTE o pedido inicial, nos termos do artigo 487, I, do CPC, com vistas a determinar
cancelamento dos autos de infração nº B63261387, B63261384, B62385766, B61790811,
B61782154, B61580237 e B61628410; com o consequente cancelamento dos pontos constantes
no prontuário da parte autora. Sem custas ou honorários advocatícios, ante o provimento do
recurso. Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2018. ROSANA ALBUQUERQUE FRANÇA Juíza
Relatora

(TJ-RJ - RI: 01545444520178190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL CARTORIO UNICO JUI


ESP FAZENDA PUBLICA, Relator: ROSANA ALBUQUERQUE FRANCA, Data de Julgamento:
15/03/2018, CAPITAL 1 TURMA RECURSAL DOS JUI ESP FAZENDA PUB., Data de
Publicação: 19/03/2018)

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