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Jones Colombo
Universidade Federal Fluminense
Introdução 1
2 Funções Elípticas 21
2.1 Estrutura Topológica de uma Cúbica não Singular em C P2 . . . . . . . . 21
2.2 Propriedades Gerais das Funções Elípticas . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3 A Função de Weierstrass . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.4 Uma Equação Diferencial para a Função de Weierstrass . . . . . . . . . . 29
2.5 Parametrização da Cúbica com a Ajuda da Função de Weiertrass . . . . 31
2.6 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Referências Bibliográficas 59
iii
Introdução
A maioria dos matemáticos sabem que existe uma conexão entre as curvas elípticas
e as integrais elípticas e que as mesmas medem o comprimento de arco de uma elipse,
mas poucos sabe explicar como é esta conexão. O objetivo destas notas é evidenciar
esta conexão.
As principais características destas notas é de darem uma abordagem elementar e
de terem uma visão histórica dos assuntos. Devido a abordagem histórica introduzo a
Lemniscata, pois foi exatamente para tratar de problemas em cima desta curva que boa
parte da teoria se desenvolveu. O que surgiu depois deste esforço de grandes nomes
da matemática é uma teoria profunda e de inúmeras aplicações. Como aplicações
podemos citar: pêndulo simples, pêndulo esférico, órbita planetária relativística,
movimento de um pião ou de um Giroscópio, Equações de movimento de Euler,
Fluxo da corrente em um placa condutora retangular, movimento de Projétil sujeito
à resistência proporcional a ao cubo de sua velocidade, entre outros.
Um fato interessante, é que apesar das inúmeras aplicações pouco se houve
falar das funções elípticas nos cursos de graduação. Parece que as aplicações deste
tópico ficaram na lacuna - por um lado os físicos e engenheiros não tem formação
matemática para levar a cabo estas aplicações, por outro lado, os matemáticos não
estão interessados em aplicações.
Em matemática, partes desta teoria são consideradas como o ponta pé inicial.
Exemplo de áreas de pesquisa que aparecem partes desta teoria são: Geometria
Algébrica (Curvas Elípticas), Formas Modulares (Grupo Modular) e Geometria
Hiperbólica (Variedades de Dimensão Baixa), Teoria Analítica dos Números (Função
Zeta).
Espero que estas notas seja o ponta pé inicial para a sua formação neste assunto.
1
2 Introdução
Capítulo 1
Neste capítulo vamos tratar do problema de somar pontos racionais sobre curvas,
em particular, sobre as Cúbicas. Introduzir os espaço projetivo - local natural para o
estudo das cúbicas. Estudo das tangentes e dos pontos de inflexão de uma cúbica,
formas normais de cúbicas não singular uma rápida descrição das cúbicas singulares e
concluir com a exposição que as cúbicas não singulares admitem uma parametrização
racional.
3
4 Capítulo 1: Geometria das Curvas Cúbicas
Sobre uma Cúbica, fixe um ponto E (Ele deverá fazer o papel do elemento neutro do
grupo). Considere dois pontos A e B, e desenhe a reta AB. Esta reta deve intersectar a
cúbica no ponto X. O ponto de interseção da reta XE com a cúbica, deve ser denotado
por A + B.
A definição de soma usou a seguinte propriedade duas vezes: Se uma linha reta
intersecta uma cúbica em dois pontos, então ela deve intersectar a cúbica em precisamente mais
um ponto.
Esta propriedade é a princípio óbvia. De fato, considere a equação da reta
ax + by + c = 0, isole x ou y e substitua seu valor na equação da cúbica. O que nos
fornece uma equação de terceiro grau. Por hipótese, duas de suas raízes são Reais,
portanto, deve existir uma terceira raiz Real.
Na realidade não é tão simples, e o problema não é só que um polinômio pode ter
três raízes repetidas. Pode, também, acontecer que o grau do polinômio seja menor
que 3. Nesta situação a soma não será possível de definir, vamos tratar desta situação
mais para frente.
Com respeito as propriedades desta operação: ela é claramente comutativa. E é
fácil de verificar que E faz o papel de elemento neutro. A igualdade: ( A + B) + C =
A + ( B + C ) é equivalente ao fato que a interseção de pontos de retas que conectam
A + B com C e B + C com A estarem sobre a cúbica.
Denote as retas descritas na figura 1.2. como se segue
p1 = AB, p2 = E( B + C ), p3 = C ( A + B),
q1 = BC, q2 = E( A + B), q3 = A( B + C ).
Admita que todas os pontos de interceções das retas pi e q j são dois a dois distintos.
Então esta afirmação pode ser demonstrada na seguinte formulação.
Teorema 1.2 Seja Aij os pontos de interseção das retas pi e q j , com 1 ≤ i, j ≤ 3 e os pontos
Aij dois a dois distintos. Suponha que é conhecido que todos os pontos Aij , exceto talvez, A33 ,
estejam sobre a cúbica. Então, A33 também deve estar sobre esta cúbica.
A30 x3 + A21 x2 y + A12 xy2 + A03 y3 + A20 x2 + A11 xy + A02 y2 + A10 x + A01 y + A00 = 0.
Ocorre que para levar a cabo tal classificação é melhor considerar um ambiente
mais propício. Apesar de ser possível fazer uma classificação no plano euclideano,
neste ambiente a quantidade de famílias é maior, além de que esta classificação não
nos fornece nenhum insight de algum propriedade geral. O local que acreditamos ser
mais adequado para fazer tal classificação se chama plano projetivo.
1
Figura 1.4: A cúbica e x = 2
dois pontos, e os pontos de intersecção tem multiplicidade 1. Desta forma não temos
como levar a cabo a soma destes dois pontos.
O plano projetivo vem de considerações geométricas, que são conhecidas como
geometria projetiva. A geometria projetiva é o estudo das propriedades geométricas
das figuras que não são alteradas pela projeção. Antes de passarmos para um exemplo
concreto, é preciso recordar que existem dois tipos de projeção:
• Projeção Central. Dado um ponto x e um plano P que tal que x não pertence ao
plano P, definimos a função projeção central por considerar o segmento [xy] e
f (y) = [ xy] ∩ P.
Para cada ponto y tal que o segmento [ xy] não é paralelo ao plano P. f é chamada
de projeção de x em P; x é o centro da projeção f .
• Projeção Paralela. Seja v um vetor não é paralelo a um plano P . Para cada ponto
y, considere a linha L(y) passando por y que é paralela a v. Defina a função
projeção pela fórmula.
g(y) = L(y) ∩ P.
g é chamado projeção em H paralela a v.
8 Capítulo 1: Geometria das Curvas Cúbicas
A projeção paralela pode ser visto como uma projeção central cujo o centro se
encontra no infinito.
Quando trabalhamos com geometria projetiva imaginamos que o nosso artista tem
apenas um olho e ele esta na origem do sistema de coordenadas.
x 1
x′ = e y′ =
z z
( x ′ , y′ , 1) esta sobre L1 se, e somente se, x ′ = 1. Daí, ( x, 1, z) esta na projeção de L1 se,
e somente se, x/z = 1, logo x = z. De maneira similar, a equação da projeção em L2 é
que x ′ = x/z = −1, daí x = −z. O horizonte de P é a interseção do plano com o plano
z = 0, o qual é paralelo a P. A projeção L1 e L2 encontra-se em um ponto em comum,
( x, y, z) = (0, 1, 0), que esta no horizonte de P1 . Portanto, duas retas paralelas se encontram
no infinito
Assim como fizemos no exemplo anterior vamos entender como esta parábola é projetada
no plano de visualização P1 = {( x, y, z) : y = 1}. Das igualdades já deduzidas obtemos
1/z = 1 + 1/4( x/z)2 . Multiplicando por z2 e completando quadrado obtemos
1
4( z − )2 + x 2 = 1
2
Que é uma elipse centrada em (0, 1, 12 ), com eixo menor igual a 1 paralelo ao eixo x e o maior
igual 2 e paralelo ao eixo z. Observe que a elipse é tangente ao horizonte no ponto (0, 1, 0).
10 Capítulo 1: Geometria das Curvas Cúbicas
Então se imaginarmos que o nosso olho esta na origem do sistema, e os pontos que
vemos se encontram no plano z = 1, os pontos que se encontram no infinito acontecem
quando a coordenadas de z → 0
Em geral, a regra é que qualquer figura que se estende para o infinito deverá
adquirir um ponto "no infinito” extra quando projetada.
A partir destes exemplos vamos introduzir o conceito de espaço projetivo.
Q( x, y) = bxr ys ( x − t1 y) · · · ( x − tm y)
F ( P + t( X − P)) = ∑ Fi ( P)(xi − pi )t + · · ·
1.3: Tangentes e Pontos de Inflexão 13
F1 ( P) x1 + F2 ( P) x2 = F1 ( P) p1 + F2 ( P) p2 .
∑ Fij ( P) pi p j = 2 ∑ Fj ( P) p j = 6F( P) = 0
Portanto, P pertence a curva, e a reta ∑i Fi ( P) xi = 0 é tangente a esta quadrática em P.
De fato, a equação da tangente da quadrática ∑ Fij ( P) xi x j = 0 no ponto P tem a forma
∑ Fij ( P)xi p j = 0
e novamente pela fórmula de Euler ∑i,j Fij ( P) xi p j = 2 ∑i Fi ( P) xi . Ainda não usamos
que a forma quadrática é degenerada, de qualquer forma a tangente à curva em P é
ao mesmo tempo tangente à forma quadrática ∑ Fij ( P) xi x j = 0. Mas no caso que esta
quadrática consiste de um par de retas elas estão contidas inteiramente na tangente.
Resumindo:
[ ]o conjunto de pontos de interseção da curva F = 0 e H = 0, onde
H = det Fij ( X ) , contém todos os pontos de inflexão da curva F = 0. A curva H = 0
é chamada de curva de Hesse ou Henssiana da curva F = 0. Se F é um polinômio
homogêneo de grau n então Fij é um polinômio homogêneo de grau n − 2. Portanto,
H é um polinômio homogêneo de grau 3(n − 2). Quando F = 0 é uma cúbica então a
Henssiana é também uma cúbica.
A invariânça dos conceitos de ponto de inflexão e de Henssiana para mudança de
coordenadas se prova de maneira semelhante que se faz para provar a invariânça da
tangente.
A procura por pontos de inflexão de uma curva se reduz a procurar os pontos de
interseção da curva com a sua curva de Hesse. Então, temos que encontrar os pontos
de interseção de duas curvas. Já fizemos isso, quando uma das curvas era uma reta.
No caso da reta, a sua equação permite expressar uma das variáveis em termos das
14 Capítulo 1: Geometria das Curvas Cúbicas
outras e substituindo esta variável na expressão da curva permite que esta variável seja
excluída. Para curvas de grau arbitrário também podemos excluir uma das variáveis,
mas isto não é tão fácil de ser feito.
Inicialmente vamos considerar curvas cartesianas ( x, y). Por simplicidade, vamos
analisar a situação para curvas de grau 3, mas o resultado vale em geral. É possível
expressar o polinômios de grau F ( x, y) e H ( x, y) da seguinte forma
F ( x, y) = a0 ( x )y3 + a1 ( x )y2 + a2 ( x )y + a3 ( x ),
H ( x, y) = b0 ( x )y3 + b1 ( x )y2 + b2 ( x )y + b3 ( x ),
a0 u0 −b0 v0 =0
a1 u0 + a0 u1 −b1 v0 −b0 v1 =0
a2 u0 + a1 u1 + a0 u2 −b2 v0 −b1 v1 −b0 v2 =0
a3 u0 + a2 u1 + a1 u2 −b3 v0 −b2 v1 −b1 v2 =0
+ a3 u1 + a2 u2 −b3 v1 −b2 v2 =0
+ a3 u2 −b2 v2 = 0.
Esse sistema de equações lineares homogêneas com respeito a u e v tem solução não
nula se, e só se, este determinante se anula, isto é,
a0 a1 a2 a3
a0 a1 a2 a3
a a a a
det 0
b0 b1 b2 b3
1 2 3 = 0.
b0 b1 b2 b3
b0 b1 b2 b3
Vamos multiplicar a segunda e quinta linhas por λ e terceira e sexta colunas por λ2 .
Como resultado, obtemos uma matriz em que a k-ésima coluna é multiplicada por λk .
Portanto, λ6 R(λx, λy) = λ15 R( x, y), isto é, R(λx, λy) = λ9 R( x, y).
O polinômio não nulo R( x, y) pode ser representado na forma ∏9i=1 (yi x − xi y),
onde xi e yi não se anulam simultaneamente. Para cada um dos nove pares ( xi , yi )
existe um zi tal que ( xi , yi , zi ) é a interseção das curvas F = 0 e H = 0. O polinômio
R( x, y) pode ter raízes repetidas, isto é, certos pares ( xi , yi ) podem ser proporcionais.
Portanto, nem todos os pares de cúbicas tem os nove pontos em comum distintos. Mas
em C P2 cada duas cúbicas tem no mínimo um ponto em comum. Daí
qualquer cúbica não singular tem pelo menos um ponto de inflexão
(nove pontos de inflexão, se contarmos multiplicidades).
Isto é exatamente o que necessitaremos na próxima seção.
No primeiro caso o polinômio x2 + px + q não pode ter raízes repetidas (se tiver
a curva é singular) e no segundo caso λ3 ̸= 1 (de outra forma a curva consiste de 3
linhas).
Considere uma curva cúbica ∑ aij xi y j z3−i− j = 0 não singular sobre C. Na seção
anterior mostramos que ela tem uma ponto de inflexão. Podemos assumir que as
coordenadas do ponto de inflexão são (0 : 1 : 0) e a tangente deste ponto é dado pela
equação z = 0. Em outras palavras, a restrição da função F ( x, y, z) = ∑ aij xi y j z3−i− j
para a reta z = 0 (isto é, o polinômio a30 x3 + a21 x2 y + a12 xy2 + a03 y3 ) tem raiz x = 0
de multiplicidade 3. Segue que a21 = a12 = a03 = 0 e a30 ̸= 0, uma vez que a curva
considerada deve conter a reta z = 0. A tangente em (0 : 1 : 0) é dada pela equação
por
Fx (0, 1, 0) x + Fy (0, 1, 0)y + Fz (0, 1, 0)z = 0.
Daí, Fx (0, 1, 0) = Fy (0, 1, 0) = 0 mas Fz (0, 1, 0) ̸= 0. Desde que de outra forma o ponto
(0 : 1 : 0) deveria ser singular. O valor do polinômio homogêneo Fz ( x, y, z) de grau 2
em (0 : 1 : 0) é igual a a02 e podemos assumir que a02 = 1. Nas coordenadas cartesianas
(não nas projetivas) a equação da curva assume a forma de
y2 − 2( ax + b)y + P3 ( x ) = 0,
isto é,
q( x ) = 3x4 + 4ax3 + 6bx2 − b2 = 0.
Vamos provar que o polinômio q não tem raízes múltiplas. Sua derivada é igual
12( x3 + ax2 + bx ). Portanto,
( )
q′ ( x ) b
q( x ) − 3x + a − = (4b − a2 ) x2 .
12 x
Suponha que x0 é tal que q( x0 ) = q′ ( x0 ). Então x0 ̸= 0 uma vez que q(0) = −b2 ̸= 0.
Por outro lado, (4b − a2 ) x02 = 0, onde 4b − a2 ̸= 0. Daí, x0 = 0 o que é um absurdo!
Já temos provado que o polinômio q( x ) tem 4 raízes distintas xi . Para cada raiz xi
q′ ( x )
existe dois valores correspondentes de y uma vez que y2 = x3 + ax2 + bx = 12i ̸= 0.
Disto, temos que F = 0 e H = 0 tem 8 distintos pontos em um domínio finito z ̸= 0.
Desde que F ( x, y, 0) = − x3 e H ( x, y, 0) = 24xy2 , segue que sobre reta infinita z = 0 as
curvas F = 0 e H = 0 tem precisamente um ponto em comum (0 : 1 : 0).
Infelizmente não temos tempo para tratar a outra forma normal de uma cúbica.
y2 = ( x − x1 )( x − x2 )( x − x3 ),
Seja x1 < x2 < x3 . Se as raízes x1 e x2 se fundirem, obtemos uma curva cuja equação
é = x2 ( x − 1) (veja figura 1.9); quando as raízes x2 e x3 se fundirem obtemos uma
y2
18 Capítulo 1: Geometria das Curvas Cúbicas
curva da forma y2 = x2 ( x + 1) (veja a figura 1.10). Sobre os R estas curvas são distintas,
mas sobre C a distinção entre elas desaparece.
Se todas as raízes se fundirem obtemos uma curva y2 = x3 (veja figura 1.11). Para
todos estas três curvas a origem é um ponto singular.
Qualquer reta da forma y = kx intercepta as curvas y2 = x2 ( x ± 1) e y2 = x3 em um
ponto singular com multiplicidade no mínimo 2. De fato, as equações y2 = x2 ( x ± 1)
e y2 = x3 tem x = 0 com raiz no mínimo dupla. Portanto, para qualquer reta que
conecta com qualquer outro ponto da cúbica a terceira interseção é novamente o ponto
zero. Portanto, a soma do ponto com qualquer outro ponto nos dá novamente o ponto
singular. daí, não podemos definir a soma neste ponto. Se excluirmos este ponto então
a soma sobre as curvas y2 = x2 ( x ± 1) e y2 = x3 esta bem definida, e em ambos os
casos se torna um grupo infinito. Se para o elemento nulo escolhermos um ponto no
infinito, então a curva y2 = x2 ( x + 1) sobre os R se torna o grupo dos números Reais
não negativos com respeito a multiplicação e a curva y2 = x3 se torna o grupo dos
números Reais com a adição.
√ √
Como R1 e R2 são primos entre si, segue que os polinômios αi R1 ± β i R2 devem
ser também quadrados perfeitos. Como resultado, na reta projetiva αQ1 + βQ2 na qual
tem 4 quadrados perfeitos nos fornece outra reta projetiva αR1 + βR2 na qual também
há quatro quadrados perfeitos. Para esta nova reta podemos, repetindo o raciocínio
obter ou reta projetiva com quatro quadrados perfeitos. Mas para cada passagem
diminuímos o grau de cada polinômio da forma αQ1 + βQ2 em um fator de 2. O que
nos dá um absurdo.
1.7 Exercícios
1. As retas AB e CD se intersectam no ponto P, as retas BC e AD se intersectam no
ponto Q. Uma cúbica passando nos pontos A, B, C, D, P, Q. Prove que as tangentes a
cúbica nos pontos P e Q se intersectam em um ponto que está sobre a cúbica.
Sugestão: Aplique o teorema 1.2 para o caso A31 = A32 e A13 = A23 .
2. Uma reta intersepta uma cúbica nos pontos A, B e C. As tangentes a cúbica nos
pontos A, B e C interceptam a cúbica nos pontos A1 , B1 e C1 . Prove que os pontos A1 ,
B1 e C1 estão sobre uma reta.
Funções Elípticas
Neste capítulo vamos estudar a estrutura topológica das curvas cúbicas, a definição
das funções elípticas, a função ℘(z) de Weierstrass e algumas de suas propriedades,
parametrização racional das curvas cúbicas e terminamos com as conexões com
integrais elípticas.
A Adição de pontos sobre a circunferência esta relacionada com as funções seno
e cosseno. Existe uma parametrização semelhante para cúbica, mas para obtê-las
precisamos introduzir as funções elípticas. As integrais elípticas estão diretamente
relacionadas com a elipse uma vez que o comprimento de um arco de elipse pode ser
expresso por uma integral elíptica especf́iica. Por isso mesmo estas integrais levam este
nome. As funções elípticas aparecem no processo de inversão de integrais elípticas que
foram estudadas por outra razão que o cálculo do comprimento de arco da elipse.
onde os números ai são dois a dois distintos. Esta equação determina em C uma curva
em C P2 de dimensão 1 e nos R de dimensão 2.
Para encontrar a estrutura topológica da curva (1) em C P2 , considere a projeção
21
22 Capítulo 2: Funções Elípticas
{mω1 + nω2 : m, n ∈ Z} .
Por considerações elementares, mas que não gostaríamos de nos alongar aqui,
podemos escolher ω1 , ω2 tais que ω1 /ω2 ∈ / R (são linearmente independentes), para
facilitar, assumimos também que IM(ω1 /ω2 ) > 0 (implica que a rotação de ω1 para
ω2 é no sentido horário e que os vetores estão no semiplano superior).
Neste texto estaremos interessados unicamente em funções meromorfa de período
duplo. Recorde que uma função analítica é dita meromórfica se em um finito domínio
de C ela não tem pontos singulares diferentes dos polos. Em uma vizinhança qualquer
de um ponto a uma função meromórfica pode ser expressa como uma série de
potências
f ( z ) = c0 ( z − a ) r + c1 ( z − a ) r +1 + · · · ,
onde c0 ̸= 0 e r é um inteiro. Vamos recordar alguns exemplos de funções meromorfas
z3 − 3x + 10 ez sen z
, e ,
z5 + 3z − 1 z (z − 1)2
24 Capítulo 2: Funções Elípticas
1 1
ln z, e sen .
sen(1/z) z
{ a 1 ω1 + a 2 ω2 : 0 ≤ a 1 , a 2 ≤ 1 } .
Demonstração: Suponha que a função elíptica f (z) não tenha polos. Então a função
| f (z)| é continua sobre C. Desde que os paralelogramo fundamental é um compacto,
| f (z)| ≤ M, para algum número M > 0. Mas então | f (z)| ≤ M, para todo z ∈ C. Isto
é, f é uma função analítica e limitada sobre C. Portanto, pelo teorema de Liouville, f é
constante.
Todos os pontos singulares de uma função meromorfa são isolados. Segue
disso que nos paralelogramos fundamentais só existe um número finito de pontos
singulares. Portanto, deve existir uma translação paralela do paralelogramo
fundamental tal que não existe nenhum ponto singular sobre os seus lados. Podemos
então assumir que não há pontos singulares sobre os lados do paralelogramo
fundamental.
Teorema 2.3 a) A soma dos resíduos de uma função elíptica nos pontos singulares dentro do
paralelogramo fundamental é igual a zero.
b) Para cada função elíptica, seja ai seus zeros e polos que estão dentro do paralelogramo
fundamental, e seja ri as suas ordens (positivos para zeros e negativos para polos). Então
∑ ri = 0 e ∑ ri ai ≡ 0(modΛ), isto é, ∑ ri ai = mω1 + nω2 , onde m e n são inteiros.
Demonstração: Como é conhecido em Variáveis Complexas, se o bordo do
paralelogramo fundamental P não tem valores singulares da função moromórfa g,
então ∫
1
∑ res g = 2π ∂P g(z)dz.
P
Para provar a parte a) basta usar a identidade g = f .
Para provar que ∑ ri = 0 e ∑ ai ri = 0( mod Γ) usamos que g(z) = f ′ (z)/ f (z) e/ou
g(z) = z f ′ (z)/ f (z), respectivamente.
Se f (z) é uma função elíptica, então g(z) = f ′ (z)/ f (z) e também é uma função
elíptica.
Se a ∈ C é um zero de ordem m de f , então
f (z) = (z − a)m h(z), com h( a) ̸= 0.
e h(z) analítica. Daí,
∫
f ′ (z) m h′ (z) 1 f ′ (z)dz
= + e = m.
f (z) z−a h(z) 2πi C f (z)
Se a ∈ C é um polo de ordem r de f , então deve existir ϕ(z) tal que ϕ(z) =
(z − a)r f (z) onde a é um ponto regular de ϕ(z) e ϕ( a) ̸= 0. Daí
ϕ(z)
f (z) = , f ′ ( z ) = − r ( z − a ) r −1 ϕ ( z ) + ( z − a ) −r ϕ ′ ( z ).
( z − a )r
e ∫
f ′ (z) r ϕ′ (z) 1 f ′ (z)dz
=− + ⇒ = −r.
f (z) z−a ϕ(z) 2πi C f (z)
26 Capítulo 2: Funções Elípticas
a + (z − a) rc0 (z − a)r−1 + · · · ar
g(z) = · −
= +··· ;
z−a c0 ( z − a ) r 1 +··· z−a
∫
Daí, o resíduo de g(z) em a é igual a ar. Agora, vamos calcular a integral ∂P g(z) dz.
A diferença das integrais
∫ α + ω1
z f ′ (z)
dz
α f (z)
e
∫ α + ω1 + ω2 ∫ α + ω1
z f ′ (z) ( z + ω2 ) f ′ ( z )
dz = dz
α + ω2 f (z) α f (z)
contribuem para esta integral. A diferença é igual a
∫ α + ω1
z f ′ (z)
− ω2 dz = −ω2 ln f (z)|αα+ω1 .
α f (z)
Desde que f (α + ω1 ) = f (α), o logarítmo de f (z) pode mudar somente 2πki, com
k ∈ Z quando z varia de α até α + ω1 . Como resultado vemos que a integral
∫
g(z) dz
∂P
para um par de lados é nω2 e para o outro par é mω2 , com m, n inteiros.
Como já dissemos, uma função elíptica não constante deve ter no mínimo um polo
dentro do paralelogramo fundamental. Mas desde que a soma dos seus resíduos
deve ser nulo, a função não pode ter apenas um polo de ordem 1. Para funções
elípticas, o número (contando multiplicidades) de polos dentro de um paralelogramo
fundamental é chamado de ordem de uma função elíptica. O menor ordem possível é
dois:
1) Um polo de ordem 2, isto é, de multiplicidade 2 (isto acontece com as funções de
Weierstrass que discutiremos na próxima seção).
2) Dois polos simples (isto acontece com as funções de Jacobi que discutiremos mais
para frente).
Não há outra forma de isto ser realizado.
Pelo item b) do teorema 2.3, para qualquer função elíptica a soma das ordens de
zeros dentro de um paralelogramo fundamental é igual a soma da ordens de seus
polos, isto é, é igual a ordem desta função. Como é claro que os polos da função
f (z) − c é o mesmo que da f (z). Concluímos que para funções elípticas de ordem r
(contando multiplicidades) ela assume exatamente r vezes qualquer valor finito dentro
de um paralelogramo fundamental.
2.3: A Função de Weierstrass 27
1 1 2zω − z2 ω 2x − z2 /ω
− = = · .
( z − ω )2 ω 2 ω 2 ( z − ω )2 ω 4 (z/ω − 1)2
−z /ω 2
Se |ω | é grande, então uma aproximação razoável para (2x z/ω −1)2
é 2z. Portanto, para
todo ω ∈ Λ com um valor suficientemente grande de |ω | e para todo z ∈ K existe uma
constante M tal que
1 1 M
( z − ω )2 − ω 2 < | ω |3 .
onde h = min {|ω1 |, |ω2 |} é o menor dos dois lados do paralelogramo fundamental.
Disso segue, que ℘(z) é uma função meromorfa com polos e zeros no reticulado.
Chamada de função de Weierstrass. Vamos provar a periodicidade da função de
Weierstrass. Para isso, considere a derivada
℘ ′ ( z ) = −2 ∑ ( z − ω ) −3 .
Teorema 2.4 Seja f (z) uma função elíptica arbitrária e ℘(z) uma função de Weierstrass de
mesmo período. Então deve existir funções racionais R e R1 tais que
f = R(℘) + R1 (℘)℘′ .
2o Se é uma função par e elíptica e u ≡ −u( mod Γ), então a ordem do zero ou polo
de f em u deve ser par. Vamos considerar somente os zeros (desde que para os polos
podemos considerar 1/ f ao invés de f ). A condição u ≡ −u( mod Γ) é equivalente
ao fato de
ω ω + ω2 ω2
u ≡ 0, 1 , 1 , ( mod Γ).
2 2 2
Além disso, a periodicidade de f ′ implica f ′ (u) = − f ′ (u). Mas a derivada de uma
função par é ímpar, f ′ (u) = 0. Portanto, se a função f tem um zero em u; então este
zero é de multiplicidade no mínimo 2. Para qualquer dos casos
ω1 ω1 + ω2 ω2
u≡ , , ( mod Γ)
2 2 2
a função F (z) = ℘(z) − ℘(u) tem um zero de ordem 2 em u e se u ≡ 0( mod Γ), então
a função F (z) = 1/℘(z) tem a propriedade. Usando F, podemos construir uma função
par elíptica f 1 (z) = f (z)/F (z) o qual a ordem do zero em u é no mínimo o grau de f
menos 2. Daí, se f 1 (u) ̸= 0, então a ordem do zero de f em u é igual a 2 e se f 1 (u) = 0,
então podemos aplicar o mesmo argumento para f 1 ao invés de f , etc.
Pelas propriedades descritas acima para os zeros e polos de uma função elíptica par
f elas podem ser divididas em pares da forma (x,-x). Selecionando um representante
de cada um dos pares com a1 , a2 , . . . , ak representando os zeros e b1 , b2 , . . . , bk
representando os polos. Considere as funções elípticas
∏(℘(z) − ℘( ai ))
Q(z) = R(℘(z)) = ,
∏(℘(z) − ℘(bi )))
onde tomamos apenas aqueles ai e bi que são distintos dos nós do reticulado (Desde
que os nós da função ℘ são infinitos). Se negligenciarmos os nós do reticulado, então o
sistema completo de zeros e polos de Q é o mesmo que de f , e desde que ℘(z) = ℘( a)
se e só se z ≡ ± a( mod Γ). Mas pelo teorema 2.3b) para uma função elíptica temos
que a soma das ordens de seus zeros e polos dentro de um paralelogramo fundamental
é igual a zero; daí, a ordem dos zeros ou polos em um nó do reticulado é unicamente
determinado pelas ordens dos outros zeros e polos. Portanto, f (z)/Q(z) é uma função
elíptica sem polos, isto é, uma constante. Como resultado, temos que f (z) = cR(℘(z))
como queríamos.
( ω1 ) ( ω2 ) ( )
ω1 + ω2
onde e1 = ℘ 2 , e2 = ℘ 2 e e3 = ℘ 2 . Desde que ℘(z) = z−2 + · · · e
℘′ (z) = z−3 + · · · , segue que c = 4.
Há uma outra maneira de obter uma equação diferencial para ℘(z). Devemos usar
o fato que se os coeficientes das potências não negativas de z na série de potências de
Laurent da expansão das funções (℘′ (z))2 e a℘3 ( x ) + b℘2 (z) + c℘(z) + d coincidem,
então estas funções são iguais. De fato, sua diferença é uma função elíptica com polo
em 0 no valor igual a 0. Daí, sua diferença deve ser igual a zero.
Como ( )2 ( )
1 d 1
= = 1 + 2x + 3x2 + · · · ,
1−x dx 1 − x
segue disso que
[ ]
1 1 1
℘(z) = 2 + ∑ −
z ( z − ω )2 ω 2
[ ( ( z )2 ) ]
1 1 z 1
= 2 +∑ 1+2 +3 +··· − 2
z ω2 ω ω ω
1
= 2 + 3G4 z2 + 5G6 z4 + · · · ,
z
−
onde Gk = ∑ ω (para k ímpar esta soma dá zero). Nas igualdades abaixo escrevemos
k
(℘′ )2 = 4℘3 − g2 ℘ − g3 .
( ax + b)2 = 4x3 − g2 x − g3
y2 = G4 ( x ),
2.6: Exercícios 33
2.6 Exercícios
1. As funções elípticas f e g tem o mesmo período e em cada polo elas tem a mesma
parte principal
g2 3 3g3 g22
4. Prove que e12 + e22 + e32 = 2 , e1 + e23 + e33 = 4 e e14 + e24 + e34 = 8.
dl = 1 − k2 sen2 φdφ.
Neste caso o comprimento de arco da elipse entre o ponto inicial sobre o eixo menor
B, e o ponto M = ( a cos φ, b sen φ) é igual a
∫ φ√
1 − k2 sen2 θ dθ.
0
A necessidade de introduzir novas funções, não é algo muito exótico, basta lembrar
que para integrar
∫ ∫ ∫
dx dx dx
, 2
e √
x 1+x 1 − x2
precisamos das funções transcendentais ln x, arctg x e arcsen x.
Além disso, nos cursos de cálculo sabemos que é possível integrar todo tipo de
função racional, naquelas que contém uma raiz que contém um polinômio p( x ) de
grau menor ou igual 2, isto é, √
R( x, G ( x )),
35
36 Capítulo 3: Arcos de Curvas e Integrais Elípticas
considera polinômios de grau 3 e 4, isto nos conduz a funções elípticas, cuja principal
característica é serem de período duplo.
Considerações sobre integrais racionais já apareceram em Wallis (1616 − 1703) e de
Giacomo (1654 − 1705) e Giovani I Bernoulli (1667 − 1748). Um outro matemático que
teve um desempenho importante no estudo das funções elípticas foi Count Fagnano
(1682 − 1766) foi ele quem forjou o termo integral elíptica. Ele teve contribuições
nos teoremas aditivos das cúbicas e também nos processos de divisão da Leminiscata
de Bernoulli, a sua produção matemática foi coletada e publicada sobre o nome de
Produzioni Matematiche. A Acadêmia de Berlin pediu a Leonard Euler para ele
escrever uma introdução para esta coletânea. Os trabalhos de Fagnano estimularam
o interesse de Euler pelas integrais elípticas. Em seus numerosos trabalhos Euler fez
progressos e generalizações dos resultados de Fagnano.
Gauss também se interessou por estes assuntos, ele desenvolveu métodos que
envolviam as progressões aritméticas e geométricas que permite resolver as integrais
elípticas, mas que não são tratados nestes material. Quem quiser saber mais sobre isso,
veja ([1]). Além disso, ele se interessou nas equações para a divisão da Leminiscata. Por
exemplo ele mostrou que uma equação de grau 25 relativa a divisão da Leminiscata
em 5 partes era solúvel por radicais. Gauss não publicou as suas investigações mas
em seu livro Disquisitiones Arithmeticae (Estudos aritméticos), o qual apareceu em
1801, ele menciona que os métodos que ele desenvolveu não eram somente ∫ dx aplicáveis
para funções trignométricas, mas também para integrais da forma √ 2 . E estas
1− x
afirmação intrigou Abel.
Em ordem, depois de Euler, Legendre trabalhou incansavelmente por muitos anos
para desenvolver a teoria das integrais Elípticas. Ele resumiu os seus resultados em
um livro Exercises de calcul intégral, publicado em 1811 e 1819. Uma edição revisitada
deste livro foi publicada entre 1827 − 1932 sobre o nome Traité des fonctions elliptiques
et des intégrales eulériennes. Estes três largos volumes contém inúmeros resultados a
respeito de integrais elípticas e de suas aplicações.
Nos trabalhos de Legendre ele chegou a três tipos de integrais:
∫ φ
dφ
F ( φ) = F ( φ, k) = √
0 1 − k2 sen2 φ
∫ φ√
E( φ) = E( φ, k ) = 1 − k2 sen2 φ dφ
0
∫ φ
dφ
Π( φ) = Π( φ, c, k ) = √
0 (sen φ − c) 1 − k2 sen2 φ
que chamou de primeiro, segundo e terceiro tipo, respectivamente. Se fizermos a
mudança de coordenadas sen θ = x, obtemos
∫
dx
√
(1 − x2 )(1 − k2 x2 )
√
∫
1 − k2 x2
dx
1 − x2
∫
dx
√ .
(1 + nx2 ) (1 − x2 )(1 − k2 x2 )
3.2: Integrais Elípticas 37
Em cada uma das frações podemos dividir o numerador pelo denominador e obter um
resto. Depois de fazer os procedimentos acima um número finito de vezes, obtemos
um polinômio A( x ) somado com termos do tipo P( x )/( x − a)n , onde deg P( x ) < n. A
demonstração se completa ao observar que p( x ) tem a forma
P( x ) = b1 ( x − a)n−1 + b2 ( x − a)n−2 + · · · + bn .
função linear.
∫ Vamos aplicar esta mudança de coordenadas para conseguir calcular a
y
integral R( x, y) dx, onde y2 = G ( x ). Façamos, x = x11 + α, y = x11 com a restrição de
que G (α) = 0. Então dx = − dx
x2
1
e
1
∫ ∫ R( 1 + α, y1 ) ∫
x1 x1
R( x, y) dx = − dx1 = R1 ( x1 , y1 ) dx1 ,
x12
3.2: Integrais Elípticas 39
Teorema 3.1 (Legendre) As integrais elípticas podem ser representadas como combinação
linear de funções racionais em x e y, e de integrais de funções racionais de x, e das integrais
∫ ∫ ∫ ∫
dx xdx x2 dx dx
, , e .
y y y ( x − c)y
Demonstração: Desde que y2 pode ser expresso em termos de x, podemos assumir que
as funções racionais R não contem yk para k ≥ 2. Além disso,
a + by ( a + by)(c − dy)y A
= = + B,
c + dy (c + dy)(c − dy)y y
∫
onde A e B são funções racionais só de x. Portanto, no calculo das integrais R( x, y) dx
∫ ∫ A(x)dx
podemos reduzir por analisar as integrais B( x ) dx e y . As funções racionais
A( x ) podem ser representadas na forma
ar,m
A( x ) = ∑ a n x n + ∑ ( x − cr ) m .
Daí, só nos resta considerar integrais do tipo
∫ ∫
x n dx dx
Jn = , (n ≥ 0) e Hm = ( m ≥ 1).
y ( x − c)m y
Como [ ]
d m m −1 m dy 1 m −1 2 1 m d 2
( x y) = mx y+x = mx y + x (y )
dx dx y 2 dx
x m +3 x m +2
= ( m + 2) a0 + 2(2m + 3) a1
y y
x m + 1 xm x m −1
+ 6( m + 1) a2 + 2(2m + 1) a3 + ma4 ,
y y y
40 Capítulo 3: Arcos de Curvas e Integrais Elípticas
d ( x − c ) m +3 ( x − c ) m +2
[( x − c)m y] = (m + 2)b0 + 3(2m + 3)b1
dx y y
( x − c ) m +1 ( x − c)m ( x − c ) m −1
+ 6(m + 1)b2 + 2(2m + 1)b3 + mb4 .
y y y
∫ ( x − c )2 ∫ c
y
x −c = b0 y dx +2b1 x− y dx −2b3 H1 −b4 H2 ,
y
( x − c )2
= +2b1 J0 −6b2 H1 −6b3 H2 −2b4 H3 ,
y
( x − c )2
= −b0 J0 −6b1 J1 −12b2 H2 −10b3 H3 −3b4 H3 ,
··· ··· ··· ··· ···
Como mencionamos
∫ qualquer integral elíptica pode ser reduzida a uma integral
da forma R( x, y) dx onde y2 = 4x3 − g2 x − g3 . Desta forma as integrais elípticas
são ditas na forma de Weierstrass. No caso a0 = 0, segue que J2 pode ser expressa em
termos de J1 e J1 ; portanto, existem três tipos de integrais as quais restam para serem
calculadas:
∫ ∫ ∫
dx xdx dx
√ , √ e √ .
4x3 − g2 x − g3 4x3 − g2 x − g3 ( x − c) 4x3 − g2 x − g3
Outra forma muito usada de integrais elípticas é a forma de Legendre. Para esta a
equação
y2 = (1 − x2 )(1 − k2 x2 )
é usada. Podemos passar da forma de Weierstrass para a forma de Legendre da
seguinte forma. Usando a mudança de coordenadas x = ax1 + b passamos da forma
4x3 − g2 x − g3 para x1 ( x1 − 1)( x1 − k2 ). O próximo passo, é fazer a mudança de
coordenadas ξ 2 = 1/x1 , η = y2 /x13 , para obter η 2 = (1 − ξ 2 )(1 − k2 ξ 2 ).
3.3: Teoremas Aditivos para F ( φ) e E( φ) 41
∫ ∫ ∫ √
sen2 φdφ dφ
k2 √ = √ − 1 − k2 sen2 φ dφ.
1 − k2 sen2 φ 1 − k2 sen2 φ
∫
√sen 2φdφ2
2
Observação 3.2 É um abuso de linguagem nos referirmos a como integral
1−k sen φ
elíptica
∫√ de segundo tipo porque na literatura este termo é aplicado para a integral
1 − k2 sen2 φ dφ.
f (u) = eu
42 Capítulo 3: Arcos de Curvas e Integrais Elípticas
e como
eu · ev = eu+v
ou
f (u) · f (v) = f (u + v)
tais equações possibilitam determinar o valor da função pela soma dos seus
argumentos. Chamamos este tipo de relação de teoremas aditivos.
Um exemplo do que faremos é melhor exemplificado com a função tg( x ), pois
tg u + tg v
tg(u + v) = .
1 − tg u tg v
Fagnano havia provado alguns resultados que reformulados ficam da seguinte
forma: Seja ϕ(u) definida como solução de
∫ ϕ(u)
dt
u= √ .
0 1 − t4
Então √
2ϕ(u) 1 − ϕ2 (u)
ϕ(2u) = ϕ(u + u) = .
1 + ϕ4 ( u )
Euler estendeu estes resultados, faremos isso mas em outra linguagem.
Seja
∫ φ ∫ φ
dφ
F ( φ) = e E( φ) = ∆( φ) dφ,
0 ∆( φ) 0
√
onde ∆( φ) = 1 − k2 sen2 φ. se F ( φ) + F (ψ) = F (µ), então sen µ pode ser
algébricamente expresso em termo de sen φ e sen ψ. Para provar isso, considere a
equação diferencial
dφ dψ
√ +√ = 0. (1)
1 − k2 sen φ 1 − k2 sen ψ
A integral disso nos fornece F ( φ) + F (ψ) − F (µ) = 0, onde µ é constante. Levando
em consideração que F é uma função ímpar, a integral pode ser expressa da forma
F ( φ) + F (ψ) + F (−µ) = 0. Vamos mostrar que a integral da equação diferencial 1
satisfaz a seguinte relação
√
cos φ cos ψ − sen φ sen ψ 1 − k2 sen2 µ = cos µ. (2)
De fato, ele pode ser reescrito, depois de elevar ao quadrado, em uma forma mais
simétrica:
cos2 φ + cos2 ψ + cos2 µ − 2 cos φ cos ψ cos µ + k2 sen2 φ sen2 ψ sen2 µ = 1 (3)
O termo "simétrico” significa que não só (1) satisfazem mas também as relações:
√
cos µ cos φ − sen µ sen φ 1 − k2 sen2 ψ = cos ψ (4)
√
cos µ cos ψ − sen µ sen ψ 1 − k2 sen2 φ = cos φ, (5)
3.4: As Funções Elípticas de Jacobi 43
Segue, que (2) é de fato uma integral da equação diferencial (1). Mas não podemos ter
duas integrais independentes e, portanto, a igualdade F ( φ) + F (ψ) = F (µ) implica
√
cos φ cos ψ − sen φ sen ψ 1 − k2 sen2 µ = cos µ.
Esta equação nos fornece uma relação para cos µ. Fazendo x = cos µ, então sen2 µ =
1 − x2 . A relação (3) pode ser considerada como uma equação de segundo grau em x.
Resolvendo ela em x obtemos
cos φ cos ψ − sen φ sen ψ∆( φ)∆(ψ)
cos µ = . (6)
1 − k2 sen2 φ sen2 ψ
(a escolha do sinal nas fórmula (6) e (2) devem ser compatíveis para pequenos valores
de φ e ψ.)
Por transformações algébricas podemos derivar de (6) a seguintes expressões para
sen µ e ∆(µ):
sen φ cos ψ∆(ψ) + sen ψ cos φ∆( φ)
sen µ = , (7)
1 − k2 sen2 φ sen2 φ
∆( φ)∆(ψ) − k2 sen φ sen ψ cos φ cos ψ
∆(µ) = . (8)
1 − k2 sen2 φ sen2 ψ
Dividindo (7) por (6) temos
tg µ∆( φ) + tg ψ∆(ψ)
tg µ = . (9)
1 − tg φ tg ψ∆( φ)∆(ψ)
Por exemplo, se F ( φ) + F (ψ) = F (µ), então sen µ pode ser expresso em termo de sen φ
e sen ψ pela fórmula que deduzimos na seção anterior
cn u cn v − sn u sen v dn u dn v
cn(u + v) = , (11)
1 − k2 sn2 u sn2 v
sn u cn v dn v + sn v cn u dn u
sn(u + v) = , (12)
1 − k2 sn2 u sn2 v
dn u dn v − k2 sn u sn v cn u cn v
dn(u + v) = . (13)
1 − k2 sn2 u sn2 v
As funções sn u, cn u e dn u são usualmente chamadas de funções elípticas de Jacobi.
Estas funções tem muitas propriedades estabelecidas, algumas destas propriedades,
são extensões de propriedades estabelecidas por Legendre e Abel antes de Jacobi.
A propriedade mais importante das funções sn u, cn u e dn u é de serem de período
duplo. A existência de um período é claro. De fato, as funções sen φ e cos φ tem
período 2π = 4( π2 ) e a função sen2 φ tem período π = 2( π2 ). Portanto, as funções sn u
e cn u tem período igual 4K, onde
∫ π/2
dφ
K= √ ;
0 1 − k2 sen2 φ
√
e a função dn u = 1 − k2 sen2 u tem período de 2K. Substituíndo obtemos
√
sn K = 1, cn K = 0 e dn K = 1 − k2 ,
3.4: As Funções Elípticas de Jacobi 45
É mais difícil mostrar que as funções elípticas de Jacobi tem outro período. Para
isso, recordemos que
∫
dφ
√
1 − k2 sen2 φ
foi obtida da integral
∫
dx
√
(1 − x2 )(1 − k2 x2 )
com a ajuda da mudança de coordenadas x = sen φ. Ela deverá ser mais conveniente
que a integral original. Vamos considerar esta integral sobre C, a função
∫ z
dz
u(z) = √
0 (1 − z2 )(1 − k2 z2 )
sn(α + 2K ) = sn(−α) = − sn α,
cn(α + 2K ) = − cn(−α) = − cn α,
dn(α + 2K ) = dn(−α) = dn α.
46 Capítulo 3: Arcos de Curvas e Integrais Elípticas
Agora, vamos considerar a integrais ao longo da curva que aparece na figura (3.2).
Seja
∫ 1
′ k dz
iK = √ .
0 (1 − z2 )(1 − k2 z2 )
√
(o número K ′ ŕeal uma vez que 1 − z2 é imaginário puro com z ∈ (1, 1k )). Portanto,
os valores da integral no ponto X são α e K + iK ′ + iK ′ − (K − α). Aqui somente o sinal
do último somando precisa ser analisado.
Observe que aqui ocorre três mudanças de sinal: a direção√da curva√tem duas
mudanças, assim como fizeram os sinais de ambas as funções 1 − z2 e 1 − k2 z2 .
Como resultado, temos
sn(α) = sn(α + 2iK ′ ),
cn(α) = − cn(α + 2iK ′ ),
dn(α) = − dn(α + 2iK ′ ).
Portanto, as funções sn u, cn u e dn u tem período 2iK ′ , 4iK ′ e 4iK ′ , respectivamente.
Além disso, a função cn u tem período 2K + i2K ′ . De fato,
cn(α + 2K + i2K ′ ) = − cn(α + i2K ′ ) = cn α.
Disto, a função sn u tem períodos 4K e 2iK ′ ; a função cn u tem períodos 4K e
2K + 2iK ′ ; e a função dn u tem períodos 2K e 4iK ′ .
Neste caso o comprimento de arco da elipse entre o ponto inicial sobre o eixo menor
B, e o ponto M = ( a sen φ, b cos φ) é igual a
∫ φ√
E( φ) = 1 − k2 sen2 θ dθ.
0
2 y2
Uma parametrização simples da hipérbole xa2 − b2 = 1 é obtida usando as funções
hipérbolicas x = a cosh t, y = b senh t. Para expressar o comprimento de arco da
hipérbole em termos de F ( φ) e E( φ), no entanto, precisamos parametrizar a hipérbole
com funções trignométricas. Uma tal parametrização é dada pelas fórmulas
a
x= , y = b tg φ.
cos φ
Sobre tal parametrização a diferencial do comprimento de arco fica
√
1
a2 sen2 φ + b2 dφ
cos2 φ
e esta fórmula não fornece uma expressão desejada. Portanto, consideremos outra
parametrização por colocar y = b2 tg φ. Então
( )2 ( )
a
2
x = 1 − (1 − b2 ) sen2 φ .
cos φ
Em particular, se a2 = 1 − b2 = k2 nos dá
√
1
x= 1 − k2 sen2 φ e y = (1 − k2 ) tg φ
cos φ
daí,
(1 − k2 )dφ
√
dl = .
cos2 φ 1 − k2 sen2 φ
Então o comprimento do arco AM sobre a hipérbole é igual a
∫ φ ∫ φ
(1 − k2 )dψ (1 − k2 )dψ
Γ( φ) = √ = ,
0 cos2 ψ 1 − k2 sen2 ψ 0 cos2 ψ∆(ψ)
48 Capítulo 3: Arcos de Curvas e Integrais Elípticas
√ k2 sen ψ cos ψ
onde ∆(ψ) = 1 − k2 sen2 ψ. Desde que ∆′ (ψ) = − ∆(ψ)
, disto segue que
′ k2 sen2 ψ ∆(ψ) 1 − k2 1 − k2
(∆(ψ) tg ψ) = − + = − + ∆(ψ)
∆(ψ) cos2 ψ cos2 ψ∆(ψ) ∆(ψ)
e temos ∫ φ ∫ φ
dψ
Γ( φ) = ∆( φ) tg φ − ∆(ψ)dψ + (1 − k ) 2
0 0 ∆(ψ)
= ∆( φ) tg φ − E( φ) + (1 − k ) F ( φ).
2
3.6 Exercícios
1. Prove que a mudança de coordenadas 1
+ x3 = 2t−3/2 transforma a
∫ x3
(1 + x6 )−1/3 dx em uma integral elíptica.
2.
∫ Prove que a mudança de coordenadas t(1 − x ) = (1 − x3 )1/3 transforma a
(1 − x3 )−2/3 dx em uma integral elíptica.
Capítulo 4
4.1 História
Este capítulo pretende apenas apresentar alguns fatos históricos e de como eles
apareceram e se relacionaram com as integrais elípticas.
Uma lemniscata é uma curva cuja equação em coordenadas polares é da forma
r2 = cos 2θ. O nome "lemniscata” vem da palavra latina lemniscatus - decorada com
faixas. Em coordenadas cartesianas ( x, y), onde x = r cos θ e y = r sen θ, a equação da
curva é
( x 2 + y2 )2 = x 2 − y2 .
De fato, x2 + y2 = r2 e x2 − y2 = r2 cos 2θ.
O astrônomo francês de origem Italiano Jean-Dominique (Giovanni Dominico)
Cassini (1625 − 1712) foi o primeiro a estudar a lemniscata. Ele considerou curvas mais
gerais cujo lugar geométrico são os pontos cujo o produto da distância a dois pontos
fixos F1 e F2 era uma constante (faz lembrar a definição de elipse).
Através de suas observações astronômicas Cassini acreditava que com a ajuda de
tais curvas o movimento dos planetas deveriam ser descritos com maior precisão do
que com as elipses. Agora estas curvas são chamadas de Ovais de Cassini. Mas o livro de
Casssini Eléments d’astronomie, no qual as ovais foram estudadas, só foi publicando em
1749, muitos anos depois da sua morte. Para a comunidade matemática a lemniscata
tornou conhecida através dos artigos de J. Bernoulli e I. Bernoulli publicados em 1694
e, portanto, é chamada de lemniscata de Bernoulli.
As ovais de Cassini tem equação dada por
49
50 Capítulo 4: A Lemniscata e o Teorema de Mordell
( a )2 ( )2
b
+ = 1,
c c
52 Capítulo 4: A Lemniscata e o Teorema de Mordell
Uma solução óbvia é (−1, 0). Se t = 0, então a reta ℓ fica sobre o eixo x e a outra
solução é (1, 0). Para encontrar as outras soluções considere t ̸= 0 e isolando x na
primeira equação x = (y − t)/t e substituindo na segunda
( )
y−t 2
+ y2 = 1,
t
y−t
2t
1+ t2
−t 1 − t2
x= = = .
t t 1 + t2
( px + q)2 = x3 + ax + b,
54 Capítulo 4: A Lemniscata e o Teorema de Mordell
y1 − y2 3x2 + a
lim = y ′ ( x1 ) = 1 .
x2 → x1 x1 − x2 2y1
Deveremos considerar separadamente os casos x1 = x2 e y1 ̸= y2 . Neste caso a soma
dos pontos é um ponto no infinito.
As fórmulas obtidas mostram que se for conhecido um ponto racional P da curva
y2 = x3 + ax + b podemos encontrar 2P, 3P, etc. Consideremos, por exemplo, a curva
y2 = x3 − 2 e o ponto (3, 5). Então
129 383
2P = ( ,− )
100 1000
o qual é um novo ponto racional. Podemos calcular 3P, 4P, etc. Em cada passo do
calculo o valor cresce consideravelmente.
Vale a pena observar que os pontos 2P, 3P, 4P não são necessariamente distinto. Se
algum deles coincidem, então deve existir um menor valor m positivo para o qual mP
é o elemento neutro do grupo, isto é, o ponto no infinito, chamamos este valor m de
ordem de P.
y2 = x3 + ax + b
ou por
y2 + 2cy = x2 + ax + b
a qual podemos reduzir ao caso precedente por fazer a seguinte mudança de
coordenadas y 7→ y + c.
Mantendo o foco nos pontos racionais da curva E; que deveremos denotar por
E(Q). Este conjunto, como já dissemos é um grupo abeliano, cujo o elemento neutro é
o ponto no infinito da curva.
y2 + y = x3 − x.
4.3: Exemplos e Teorema de Mordell 55
(0, 0), (1, 0), (−1, 0), (0, −1) e (−1, −1).
Figura 4.7:
(1, 0) = 2P, (−1, 0) = −3P, (0, −1) = − P, (1, −1) = −2P, (−1, −1) = 3P.
O ponto P gera um grupo cíclico infinito. Todos os pontos da forma (2n + 1) P pertence a
componente que contém o ponto P; os pontos da forma 2nP estão na componente não limitada
e tendem ao infinito.
y2 + y = x 3 − x 2
A tangente a curva E em (1,0) intercepta a curva E no ponto (0,-1); isto significa que
2(1, 0) = (0, 0); como 2(1, −1) = (0, 1). A tangente a E no ponto (0, 0) intercepta E no
56 Capítulo 4: A Lemniscata e o Teorema de Mordell
Figura 4.8:
ponto (1,0), isto dá que 2(0, 0) = (1, −1). A equação 2(1, 0) = (0, 0), 2(1, −1) = −(1, 0)
implicam 4(1, 0) = (1, −1) = −(1, 0), isto é, 5(1, 0) = 0. Segue que
e temos um subgrupo de ordem 5 em E(Q). Usando outras técnicas que não abordamos nestas
notas se pode mostrar que não há outros pontos racionais sobre esta curva.
y2 + y = x 3 + x 2 .
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2P = (−1, −1), −3P = (1, 1), 3P = (1, −2), 4P = (2, 3), 5P = (− , − ).
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A tangente T no ponto −2P intersecta a curva o ponto 4P, a reta L que passa por 2P e P
intersecta a curva em ponto −3P; o ponto −5P é construído ou usando L1 através de P e 4P
ou usando L2 através de 2P e 3P.
Figura 4.9:
[1] Adlaj, S., An Eloquent Formula for the Perimeter of an Ellipse, Notice Amer. Math.
Soc., 59(8), (2012), 1094-1099.
[2] Garcia A. e Lequain, Y., Elementos de Álgebra, IMPA, Projeto Euclides, 4a Edição,
2003.
[4] Koblitz, N., Introduction to elliptic curves and modular form, Spring-Verlag,
Hildelberg, 1984.
[5] Lawden, D.F., Elliptic functions and applications, Applied mathematical sciences, 80,
Spring-Verlag, New York, 1987.
[6] Prasolov, V.V. e Solovyev, Y., Elliptic functions and elliptic integrals, Translations of
Mathematical Monographs, vol.170, AMS, Providence, 1997.
[7] Rosen, M., Abel’s theorem on the lemniscate, Amer. Math. Mountly, 88 (1981), 387-
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[8] Silverman, J.H., The arithmetic of algebraic curves, Spring-Verlag, Hildelberg, 1986.
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