Sunteți pe pagina 1din 8

Psicologia USP http://dx.doi.org/10.

1590/0103-6564D20140002

262
Assistência hospitalar na tentativa de suicídio1
Beatriz Aparecida Ozello Gutierrez*
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Resumo: Este artigo discute pontos relevantes que podem colaborar no sucesso da assistência hospitalar direcionada
à pessoa com intenção suicida. O risco de suicídio aumenta de acordo com o número de tentativas e também está
associado a intervalos de tempo menores entre essas tentativas. Assim, o acolhimento à pessoa com tentativa de
suicídio durante a assistência hospitalar é fundamental, pois se realizado com segurança, prontidão e qualidade é
possível determinar a aceitação e a adesão do paciente ao tratamento. Essas ações devem estar direcionadas ao
cuidado integral prestado à tríade – paciente/família/equipe de profissionais de saúde e da área social. Existem
fatores cruciais no alcance da qualidade assistencial que estão atrelados às condições para favorecer a adesão ao
tratamento e a criação de uma equipe multidisciplinar com competência de utilizar uma combinação de fatores
biológicos, psicológicos e intervenções sociais por meio de educação continuada.
Palavras-chave: suicídio, tentativa de suicídio, assistência hospitalar, multidisciplinaridade.

Introdução Assim, estimular a conscientização das tendências


epidemiológicas relacionadas às tentativas de suicídio e le-
Nos últimos 45 anos as taxas de suicídio au- são autodestrutiva é um dos primeiros e mais importantes
mentaram 60% em todo o mundo. Segundo as estimati- passos para o desenvolvimento de estratégias eficazes para
vas do World Health Organization (WHO, 1998) a cada a prevenção de comportamentos suicidas recorrentes ou fa-
ano cerca de um milhão de pessoas morrem por suicí- tais (Ting et al., 2012).
dio. Este está entre as três principais causas de morte A realização do acolhimento à pessoa com trans-
na faixa etária de 15-44 anos, em alguns países, bem torno mental em situação de emergência também é fun-
como é considerado a segunda principal causa de morte damental, pois se realizado com segurança, prontidão e
no grupo de 10-24 anos de idade. No entanto, esses nú- qualidade é possível determinar a aceitação e a adesão do
meros ignoram as tentativas de suicídio que são até 20 paciente ao tratamento. O acolhimento representa a mais
vezes mais frequentes quando comparadas ao suicídio importante tecnologia de um serviço de emergência, pois
consumado (WHO, 1998). possibilita a escuta ativa pelo profissional, favorecendo a
O risco de suicídio aumenta de acordo com o nú- empatia, oferecendo-lhe cuidado integral com respostas
mero de tentativas e também está associado a intervalos de adequadas e resolutividade, no âmbito intra e extra-hos-
tempo menores entre essas tentativas. Dentre os pacientes pitalar, isto é, articulando as possibilidades oferecidas na
atendidos em setores de emergência por tentativa de au- rede de serviços do sistema de saúde e social (Azevedo &
toextermínio, estima-se que 30% a 60% tiveram tentativas Barbosa, 2007; França, 2005).
prévias e que 10% a 25% tentarão novamente no prazo de Nessa abordagem, durante o acolhimento existem
um ano. As taxas de prevalência de tentativas de suicídio ações que devem ser priorizadas para o alcance desses
ao longo da vida variam de 0,4% a 4,2% (Bertolote et al., objetivos visando diminuir tanto o número relacionado
2005). às tentativas de suicídio quanto o próprio suicídio. Essas
As ocorrências de tentativas de suicídio ou o suicí- ações devem estar direcionadas ao cuidado integral pres-
dio consumado atingem milhões de pessoas, considerando- tado à tríade – paciente/família/equipe de profissionais da
se o fato de que a sociedade diariamente sofre prejuízos área da saúde e da área social. Assim, este artigo procurará
no âmbito físico, econômico e emocional advindos dessas desenvolver aspectos relacionados a essa tríade durante a
situações que acontecem em rodovias, ferrovias, metro- assistência hospitalar, dividindo-se em cinco partes. A pri-
vias, viadutos, edifícios, instituições públicas e privadas, meira parte trata sobre o cuidado. A segunda aborda a ne-
e domicílios. cessidade da integralidade do cuidado prestado no hospital.
A terceira contempla a atuação da equipe multiprofissional
frente ao paciente e aos familiares. A quarta descreve a
1 Texto referente à palestra intitulada “Atendimento hospitalar nas tenta- avaliação e possibilidades de melhoria das competên-
tivas de suicídio” ministrada na II Jornada do Laboratório de Estudos cias da equipe de saúde. E por fim, a última parte se
sobre a Morte do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. destina à conclusão sobre as reflexões geradas pelo
* Autor correspondente: biagutierrez@usp.br estudo.

2014 I volume 25 I número 3 I 262-269 262


Assistência hospitalar na tentativa de suicídio

O cuidado consiste em proporcionar à população assistência médica


integral, curativa e preventiva, sob os regimes de atendi-
Para Boff (1999) a essência humana está no cuida- mento, inclusive o domiciliar, constituindo-se também em
do, sendo este o suporte da criatividade, da liberdade e da centro de educação, capacitação de recursos humanos e de
inteligência, permeada pelos princípios, valores e as atitu- pesquisas em saúde, bem como de encaminhamento de pa-
des presentes no agir e no viver. cientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabeleci-
O cuidado na ótica de Silva (1997) floresce da esfera mentos de saúde a ele vinculados” (Brasil, 1977).
ciência-arte-espiritualidade, e faz parte de um processo de in- Enfatiza-se que é possível controlar alguns proble-
teração dinâmico e contínuo que requer novas habilidades/ca- mas existentes na tentativa de suicídio por meio de assis-
pacidades dos seres cuidadores, que invadem as capacidades tência adequada oferecida no âmbito hospitalar e, assim,
intelectuais/racionais, para incluir o amor, a sabedoria, a com- garantir qualidade de vida para essas pessoas. Dessa for-
paixão, a solidariedade, a intuição, a criatividade, a sensibili- ma, entende-se, no âmbito biopsicossocial, a necessidade
dade, a imaginação e as formas multissensoriais de percepção. da integralidade do cuidado prestado.
Dentre as formas de cuidar, destacamos a utilização Para alcançar a integralidade no cuidado de pes-
de técnicas da comunicação e de relacionamento terapêuticos soas, grupos e coletividade é necessário visualizar o
para abordagem mais efetiva, incluindo situações de emer- paciente como indivíduo histórico, social e político, ar-
gência, nas quais há manifestações de intenso sofrimento. ticulado ao seu contexto familiar, ao meio ambiente e à
Deste modo, é possível evitar técnicas restritivas e propor- sociedade no qual se insere, de modo que o atendimento in-
cionar assistência de maior qualidade, que transcenda o cui- tegral extrapole a estrutura organizacional hierarquizada e
dado voltado somente para o corpo, incorporando o cuidado regionalizada da assistência de saúde, prolongando-se pela
que considere a dimensão existencial, relacional, histórica, qualidade real da atenção individual e coletiva assegurada
cultural e situacional dos pacientes, como sujeitos humanos aos usuários do sistema de saúde e pelo compromisso com
desejantes (Kondo, Vilella, Borba, Moraes, & Maftum, 2011). o contínuo aprendizado e com a prática multiprofissional
O caminho para o humanismo está na compreensão (Mattos, 2004).
dos indivíduos, sendo que a prática da moral e da ética de Nessa abordagem, os serviços de saúde devem fun-
um homem de bem e da preservação do humano precisa cionar atendendo o indivíduo como um ser humano inte-
ser buscada dentro do próprio ser humano, pois o conheci- gral submetido a diferentes situações de vida e trabalho,
mento da ciência é insuficiente para atingir esses requisitos que o levam a adoecer e a desejar morrer.
(Money-Kirlei, 1969). Na dimensão biopsicossocioespiritual, a assistência
Nesse sentido, Boff (1999) afirma que o cuidado só da pessoa deverá ser realizada para além de sua doença,
existe a partir do momento que o cuidador valoriza o indiví- sendo que as ações de saúde devem ser combinadas e vol-
duo que necessita de cuidado. Desde então, passa a compar- tadas ao mesmo tempo para a prevenção e cura ou mesmo
tilhar de seu destino, de suas buscas, de seus sofrimentos e para cuidar daqueles que se encontram fora de possibilida-
de seus sucessos, isto é, de sua vida. Por isso, torna-se coe- des de cura. Isso exige que essa assistência compreenda a
rente nessa relação, o florescer do cuidado humanizado. erradicação das causas, a diminuição dos riscos e o trata-
Knobel (1999) salienta que a humanização significa mento dos danos.
cuidar do paciente em sua totalidade, valorizando o con- Portanto, esperamos que a atenção integral ao pa-
texto familiar e social, respeitando os valores, as esperan- ciente hospitalizado possa representar o esforço da abor-
ças, os aspectos culturais e as preocupações de cada um. dagem completa e holística de cada profissional que ao
Salienta ainda sobre a necessidade de manter e preservar assistir o paciente, respeite-o como uma pessoa portadora
a dignidade do paciente respeitando-o como ser humano, a de necessidades de saúde que, por determinado período
partir dos princípios morais e éticos. de sua vida, está precisando de cuidados hospitalares. Tal
A partir do momento que se reconhece o outro que abordagem implica em garantir desde o consumo de todas
está à sua frente e se coloca em seu lugar, imagina-se rece- as tecnologias de saúde disponíveis para melhorar e pro-
ber a verdadeira assistência com qualidade. Nesse momento, longar a vida, até a criação de um ambiente que resulte em
o profissional de saúde que se vê como um ser humano, que conforto e segurança para a pessoa hospitalizada, visando
gosta de si mesmo e se valoriza, deixará a mecanização de uma vida digna.
lado e conseguirá dar o melhor de si para o outro. Assim, a O cuidado, nas organizações de saúde em geral, e,
pessoa cuidada integralmente terá a oportunidade de buscar em particular, no hospital é por natureza, necessariamen-
um novo sentido para a sua vida e, tentar encontrar forças te, multidisciplinar e multiprofissional, isto é, depende da
para enfrentar essa fase, por mais dolorosa que seja. conjugação do saber e do trabalho de vários profissionais.
Significa dizer que o cuidado recebido e vivenciado pelo
A necessidade da integralidade do cuida- paciente é a somatória de pequenos cuidados que vão se
do prestado no hospital complementando, de maneira mais ou menos consciente
e negociada, entre os vários trabalhadores que circulam
O hospital é conceituado como: “parte integrante e produzem a vida do hospital. Assim, uma rede de atos,
de uma organização médica e social, cuja função básica procedimentos, fluxos, rotinas, saberes, em um processo

2014 I volume 25 I número 3 I 262-269 263


Beatriz Aparecida Ozello Gutierrez

de complementação, vai compondo o cuidado em saúde estiver em unidade hospitalar. Capacitado, o profissional
(Cecílio & Merhy, 2003). será capaz de verificar a existência de possíveis vulnerabi-
Logo, a integralidade do cuidado deve ser vista em lidades nessa população assistida.
rede, fazendo que a equipe do serviço de saúde, por meio
da articulação de suas práticas, consiga escutar e atender, A atuação da equipe multiprofissional
da melhor forma possível, as necessidades advindas do frente ao paciente e aos seus familiares
processo de saúde/doença trazidas pelo paciente.
Tal dinâmica existente no cotidiano dos hospitais é No âmbito hospitalar, este trabalho é realizado por
um aspecto central cada vez mais a ser considerado na dis- uma equipe multiprofissional, em que se destacam princi-
cussão da integralidade e na sua correlação com o processo palmente os profissionais da equipe médica, de enferma-
de gestão. Uma coisa é pensar o trabalho em equipe como gem, de nutricionistas, de psicólogos, de fisioterapeutas,
a somatória das ações específicas de cada profissional e de farmacêuticos e demais trabalhadores de atividades de
como linha de montagem do tratamento da doença, tendo apoio.
a cura como ideal, outra, é pensar arranjos institucionais, Nas últimas décadas, a introdução de novas tec-
modos de operar a gestão do cotidiano sobre a micropolíti- nologias no trabalho em algumas áreas tem exigido do
ca do trabalho que resultem em uma atuação mais solidária profissional a utilização de outro tipo de esforço mental
e concertada advinda do grande número de profissionais para a realização das atividades laborais. Com isso, mui-
envolvidos no cuidado (Cecílio, 2001). tos estudos foram desenvolvidos na tentativa de explicar e
Desse modo, a integralidade do cuidado no hospital solucionar esse novo problema. Os resultados desses estu-
como nos demais serviços de saúde passa, necessariamen- dos indicam a necessidade de se reconhecer a importância
te, pelo aperfeiçoamento da coordenação do trabalho em das vivências subjetivas na dinâmica do processo saúde/
equipe. doença. Ao mesmo tempo, também foram feitos estudos in-
Tendo o hospital como equipamento de saúde pelo dagando a dominância de princípios e lógicas econômicas
qual circulam os mais variados tipos de pessoas, portadoras que contrariam propriedades de natureza ética.
das mais diferentes necessidades, em diferentes momentos Lima Júnior e Esthér (2001) ressaltam que apesar
de suas vidas, pode-se imaginar que há outras formas de do hospital ter como missão salvar vidas e recuperar a saú-
trabalhar a integralidade. Por exemplo, o momento de alta de dos indivíduos doentes, propicia o desequilíbrio no es-
do paciente que tentou suicídio deve ser pensado como um tado de saúde de seus trabalhadores, devido ao fato de ser
momento privilegiado para se produzir a continuidade do um ambiente insalubre e penoso.
tratamento em outros serviços, visando à construção ativa Waldow (1998) aponta que os profissionais têm
da linha de cuidado necessário àquele indivíduo específico, consciência da necessidade do cuidado humano. No entan-
não apenas como uma forma burocrática, que cumpre um to, o cuidado técnico impera em alguns setores dentro do
papel de contrarreferência. O período da internação pode, hospital.
inclusive, ser aproveitado para apoiar o paciente na direção Os pacientes após a tentativa de suicídio geralmente
de conquistar maior autonomia e na reconstrução e ressig- estão muito fragilizados, alguns demonstram que se sen-
nificação do seu modo de viver. tem incompetentes por não terem alcançado o ato deseja-
Para Cecílio (2001) as necessidades em saúde devem do. Já os seus familiares encontram-se assustados com o
ser relacionadas à integralidade tanto em suas dimensões fato, preocupados com o estado de saúde do paciente, e em
macroestruturais (modos de gestão) quanto microestrutu- alerta para o que possa ocorrer. Por isso, é fundamental a
rais (organização das ações) em saúde. presença de carinho, de delicadeza e de dedicação durante
Pensando na dimensão microestrutural do cuidado o convívio com esses pacientes e seus familiares.
ao paciente que tentou o suicídio, tornam-se fundamen- Diante dos pacientes que tentaram o suicídio, é rele-
tais reflexões sobre a sua vulnerabilidade. Ao abordar vante que o planejamento das práticas de saúde direcione o
esta vulnerabilidade individual é necessário compreender acesso universal aos serviços de saúde almejando a integra-
os aspectos biológicos, emocionais, cognitivos, atitudi- lidade do cuidado. Dessa forma, é essencial a capacitação
nais e referentes às relações sociais desse paciente (Ayres, dos profissionais de saúde da atenção básica, das unidades
Calazans, Saletti Filho, & França Jr., 2006). Quando se de emergência e dos serviços de saúde mental, os quais de-
pensa, então, na vulnerabilidade individual, inferimos que veriam se articular de forma organizada e resolutiva dentro
um ou vários desses aspectos podem causar algum dese- da rede social e de saúde (Vidal, Gontijo, & Lima, 2013).
quilíbrio e afetar o bem-estar do indivíduo. No espaço de interface do cuidado, sempre existirá
Considerando a relevância do bem-estar do pacien- novos aspectos de interesse, de trocas afetivas de envol-
te, é preciso que a equipe de saúde tenha competência téc- vimento e interação humana (Steiner, 1986). Nesta linha
nica e utilize instrumentos de avaliação que permitam um de pensamento, devemos acreditar que o discurso de toda
diagnóstico abrangente das condições físicas, psíquicas, a equipe interdisciplinar, será importante na assistência a
sociais e de recursos de saúde, que colaborem no conhe- estes pacientes e familiares que necessitam de ajuda.
cimento da vulnerabilidade desse paciente, estando este Sabemos que as cinco maiores áreas de prevenção
em qualquer área de atenção à saúde e, principalmente, se do suicídio relacionam-se à educação e aos programas de

264 Psicologia USP I www.scielo.br/pusp


Assistência hospitalar na tentativa de suicídio

conscientização para o público em geral e os profissionais; Salientamos que os familiares, pessoas próxi-
aos métodos de rastreamento para indivíduos de alto ris- mas e entes queridos dos pacientes podem desempe-
co; ao tratamento para transtornos psiquiátricos; ao acesso nhar um papel importante na prevenção do suicídio,
restrito a métodos letais e ao papel da mídia (Mann et al., pois são capazes de ajudar os profissionais de saúde
2005). na detecção precoce e no gerenciamento do paciente em
O estudo evidencia a necessidade de se estabelecer risco de suicídio (Barrero, 2008, Ram, Darshan, Rao, &
processos de educação permanente à equipe de enferma- Honagodu, 2012).
gem para o atendimento em saúde mental. Os entrevistados A fim de atingir este objetivo, toda a família
reconhecem a necessidade de maior conhecimento nessa deve ser informada quanto à prevenção do suicídio,
área para sua prática profissional e de estrutura mais ade- pois é uma causa evitável de morte (Barrero, 2008).
quada (Buriola et al., 2011). Existem quatro medidas essenciais que os familiares
A educação permanente é uma estratégia para a precisam saber em relação à prevenção: nunca deixar
consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), e reco- o paciente sozinho; verificar se todos os familiares
menda-se que seja realizado um projeto de educação em estão cientes da tentativa de suicídio e da necessida-
serviço na área da saúde mental, utilizando-se como méto- de de colaborar na vigilância e no fornecimento do
do de ensino/aprendizagem a problematização do processo apoio emocional ao paciente e contactuar uma ins-
de trabalho, visando a ruptura dos paradigmas das práticas tituição de saúde mental para que o paciente receba
profissionais de modo que teoria e prática não seja uma di- um atendimento profissional especializado (Barrero,
cotomia (Kondo et al., 2011).
Nessa abordagem, mesmo 2008).
depois que um paciente tenha concluído suicídio, as Entende-se que o suicídio possui duas vertentes de
causas do suicídio bem como a eficácia do tratamen- análise constituídas por fatores relacionados aos contextos
to oferecido, as atividades assistenciais e preventivas sociais e interpessoal nos quais o paciente está inserido,
podem ser exploradas para tornarem-se uma fonte isto é, determinantes intrínsecos e extrínsecos. Por isso,
de aprendizado. Também, deve-se lembrar que os in- para reduzir o número de suicídios é necessária a presen-
quéritos retrospectivos ou autópsias psicológicas en- ça de ações intersetoriais de enfrentamento contempladas
volvem a aquisição de informações fornecidas pela por abordagem multidisciplinar e transdisciplinar (Bezerra
equipe, parentes, familiares e amigos de uma pessoa Filho et al., 2012). Nesse sentido, a estratégia de estudo de
que cometeu suicídio (Beskow, Runeson, & Asgard caso torna-se enriquecedora e propicia o alcance da exce-
1990; Pouliot & De Leo, 2006). lência da qualidade da assistência prestada.
Assim, os objetivos desse procedimento visam No entanto, precisamos nos conscientizar que
aumentar o conhecimento que é útil para futuras ati- em alguns casos podem ocorrer o suicídio. Nesta
vidades de tratamento e prevenção, para melhorar a situação, a equipe de saúde deve entrar em contato
eficácia de rotinas de cuidados de saúde, e para inter- com a família do paciente, de preferência na primeira
rogar a equipe de cuidados de saúde e ajudá-la a ge- semana após o ato suicida, e oferecer apoio emo-
renciar o estresse, quando um paciente comete suicídio cional para adultos e crianças. As famílias também
(Grad, 2009). devem ser informadas sobre a existência de orga-
Muitas vezes, percebemos que o profissional está nizações que ajudam os sobreviventes do suicídio
despreparado para aproximar-se dos familiares de pa- (Andriessen, 2009).
cientes que tentaram o suicídio, mesmo que esta aproxi- Nessa abordagem, é essencial a existência de
mação seja apenas no sentido de segurar na sua mão ou vínculo entre a tríade – paciente/família/profissionais
então, olhar diretamente nos olhos de uma pessoa que de saúde – pois essa relação facilitará a integralidade
está precisando receber um conforto, um aconchego. do cuidado.
Apesar de todo um discurso do assistir o paciente/fami-
liares holisticamente objetivando o cuidado humaniza- Avaliação e possibilidades de melhoria das
do, esse enfrentamento causa ao profissional angústia e competências da equipe de saúde
sofrimento.
Observa-se que o contato inicial com a família é Pacientes suicidas em crise são, muitas vezes,
pontual, restringe-se apenas à coleta de informações re- assistidos pelos profissionais de saúde mental, quer após
ferentes à tentativa de suicídio. Espera-se que nesse mo- uma tentativa de suicídio ou quando atormentado por
mento, os profissionais ofereçam cuidado, apoio, zelo e ideia suicida grave. Em ambos os casos, um exame
esclarecimentos, porém isso não acontece. A justificativa diagnóstico rigoroso deve ser realizado. Mesmo que
dessa falta de acolhimento são as precárias condições es- esta primeira avaliação ocorra no departamento de
truturais das instituições, pela dinâmica de trabalho estres- emergência de um hospital geral, é importante que se
sante das unidades de emergência, pela enorme demanda realize a entrevista em uma área isolada e em uma at-
de pacientes nestes setores e ainda pelo despreparo profis- mosfera de empatia. Se possível, a informação dada
sional para atuar em situações mais complexas (Buriola et pelo paciente deve ser confirmada com fontes colate-
al., 2011). rais, incluindo a família (Wasserman et al., 2012).

2014 I volume 25 I número 3 I 262-269 265


Beatriz Aparecida Ozello Gutierrez

Na prática, existem vários tipos de intervenção emocional extremo e ajudar a reduzir o risco de uma
utilizados por profissionais que trabalham juntos para crise suicida (Overholser et al., 2012).
reduzir o risco de suicídio. A intervenção em crise A educação continuada da equipe de saúde mental
deve ser intensiva, rápida e precoce. A avaliação do e o exame de rotinas são necessários também, a fim de
potencial para o suicídio é a primordial, pois ao to- gradual e constantemente melhorar o tratamento e as es-
mar consciência da crise pode levar a uma diminuição tratégias de prevenção de suicídio por meio de tratamento
do risco de agir a curto, médio e longo prazo (Ionita, psiquiátrico (Wasserman & Wasserman, 2009).
Flórea, & Courtet, 2009). Estudos recentes discutem a importância de
Para minimizar a probabilidade de futuras tentati- programas de capacitação médica na atenção primária
vas de suicídio, os hospitais devem colocar em prática a visando garantir o tratamento adequado aos pacientes
capacitação profissional relacionada ao cuidado ao pacien- com sintomas depressivos e comportamento suicida
te com risco de suicídio. Por exemplo, os pacientes com (Hegerl, Althaus, Schmidtke, & Niklewski, 2006; Szanto
diagnóstico de risco de vida que se apresentarem agitados, et al., 2007; Roskar et al., 2010). Por isso, educar profis-
desanimados, retraídos ou forem portadores de dor intra- sionais de saúde para a prevenção de suicídio é um mé-
tável serão candidatos para
​​ rastreio de suicídio (Ballard et todo eficaz baseado em evidências (Mann et al., 2005).
al., 2008). Logo, a educação continuada regular deve ser ministra-
Em estudo realizado com objetivo de iden- da a todos os psiquiatras e aos profissionais de saúde
tificar as características e potencialidades das ne- que trabalham em atendimento psiquiátrico, com foco
cessidades de três grupos diferentes de pacientes nos novos desenvolvimentos do conhecimento e so-
– grupo internado em enfermaria psiquiátrica (grupo bre os aspectos éticos e legais (Ramberg & Wasserman,
HIPW), grupo de centro de cuidados intensivos (gru- 2004; Wasserman et al., 2012).
po HICCC) e grupo não hospitalizado (NH grupo) –, Nessa linha de pensamento, observamos que os pro-
obteve-se que o grupo de pacientes da HICCC preci- cessos de educação permanente devem estar atrelados aos
sa de psiquiatras, assistentes sociais e psicoterapeu- processos educativos formais (residências, especializações
tas clínicos para iniciar imediatamente um cuidado e capacitações) e ainda, aos processos de aprendizagem
integral por uma equipe multiprofissional. O grupo vivenciados no cotidiano do trabalho, frente ao contato e
HIPW necessita de educação psicológica para evitar troca de experiências multiprofissionais com os pacientes
a repetição de tentativas de suicídio, de equipe qua- (Bonfim, Bastos, Góis, & Tófoli, 2013). Assim, iniciam-se
lificada para realização do tratamento físico e ainda, mudanças de paradigmas na ideologia do cuidar, pois atual-
equipe com habilidade de gestão na ala psiquiátrica. mente, além do conhecimento adquirido nas instituições
Já os pacientes do grupo NH precisam de um sistema acadêmicas, institui-se a valorização da experiência advin-
de apoio para convencê-los sobre os riscos de tenta- da tanto do cuidar do paciente quanto de sua família.
tiva de suicídio e levar a resolução de problemas com No momento em que os profissionais de saúde as-
abordagem de questões específicas (Kudo et al., 2010). sistem os seres humanos, eles se deparam diante de sua
Outro estudo com pacientes em risco de suicídio própria existência em vários aspectos – saúde ou doença,
mostrou que a intervenção de uma equipe interdisciplinar conflitos e frustrações. Desta maneira, na tentativa de evi-
foi imprescindível para assegurar uma abordagem terapêu- tar o contato com esses fenômenos utilizam-se de subter-
tica integral, capaz de cumprir também o papel de media- fúgios, como mecanismos rígidos de defesa, que podem
dora do serviço entre os demais recursos da rede sanitária causar-lhes danos tanto na esfera profissional como na pes-
e social, cabendo à equipe a função de interlocutora com a soal (Martins, 2001).
clientela, cujas necessidades envolviam família, trabalho, Um ato suicida não deve ser considerado necessa-
justiça e outras situações (França, 2005). riamente como reflexo de fracasso profissional na identi-
A avaliação adequada do risco de suicídio pode ficação, avaliação ou na intervenção terapêutica, pois se
ser realizada por meio de um modelo que deve incluir os profissionais cumpriram suas responsabilidades relacio-
uma avaliação abrangente das características demo- nadas à avaliação cuidadosa quanto ao risco de suicídio, à
gráficas, fatores estressores recentes e diagnóstico atuação profissional no tratamento baseado em evidências
psiquiátrico. Esse modelo fornece uma estrutura sim- e ao planejamento do monitoramento da pessoa com risco
ples que pode ser usado para educar os professores, suicida, eles poderão manter-se tranquilos e cientes de que
orientadores, policiais, líderes espirituais e profissionais os fatores relacionados à competência profissional da equi-
de saúde, isto é, profissionais de diversas áreas po- pe foram cumpridos. Pensando assim, a equipe profissional
dem aprender a estar atentos a esses domínios e ser se conscientiza de que o aspecto desencadeador do suicídio
ágeis em situações críticas (Overholser, Braden, & encontrava-se fora de sua governança.
Dieter, 2012).
Além disso, o apoio e a intimidade que, muitas Conclusão
vezes, são fornecidos por meio de um relacionamen-
to marital podem desempenhar um papel importante O suicídio e sua tentativa podem ser prevenidos por
na proteção de indivíduos em períodos de estresse meio de tratamentos adequados. Porém, nem sempre existe

266 Psicologia USP I www.scielo.br/pusp


Assistência hospitalar na tentativa de suicídio

a possibilidade dos médicos atuarem na previsão de risco dos pacientes com ideia suicida. No entanto, é fundamental
suicida o mais rapidamente possível, pois muitas vítimas que a equipe de saúde mental possua habilidade, conhe-
de suicídio, especialmente as mais velhas, morrem no seu cimento e atitude, isto é, sejam eficientes ao assistir o pa-
primeiro ato suicida, logo, a coleta de informações sobre os ciente de risco de suicídio e seus familiares. Assim, faz-se
fatores de risco de suicídio ficam prejudicadas. Também o necessária a capacitação profissional dessa equipe.
suicídio, em alguns casos, não pode ser evitado devido à Além da assistência destes profissionais, também
adesão ineficaz ao tratamento. Nessa abordagem, fatores devemos considerar que os familiares e pessoas próximas
cruciais no alcance de um bom resultado estão atrelados ao paciente são elementos-chave que podem colaborar na
às condições para favorecer a adesão ao tratamento e a prevenção do suicídio.
criação de uma equipe multidisciplinar com competência Finalmente, a intervenção de uma política de saúde,
de utilizar uma combinação de fatores biológicos, psico- instituindo a utilização de um método padronizado à assis-
lógicos e intervenções sociais (Wasserman & Wasserman, tência integral prestada à tríade paciente/familiares/equi-
2009). pe pode ter implicações importantes no que diz respeito à
Dessa maneira, os profissionais precisam conside- prestação de cuidados à saúde, coordenação de cuidados,
rar os aspectos biopsicossociais para que estes permane- alocação de recursos humanos e financeiros destinados aos
çam engrenados para conseguir revitalizar a chama da vida temas: tentativa de suicídio e suicídio.

Hospital care in suicide attempts

Abstract: It is relevant to discuss points that can help in the success of hospital care directed to the person with suicidal intents. The
risk of suicide increases with the number of attempts. Thus, the reception given to this person during hospital care is crucial, because,
if done safely, with promptness and quality, it is possible to determine acceptance and adherence to the treatment. These actions
must be directed to the comprehensive care provided to the triad (patient/family/team of professionals). There are crucial factors
for achieving quality of care which are tied to conditions to optimize adherence to treatment and the creation of a multidisciplinary
team competent to use a combination of biological, psychological and social interventions through continuous education.

Keywords: suicide, suicide attempt, hospital care, multidisciplinarity.

Assistance hospitalière de soins de tentative de suicide

Résumé: Il s’agit de discuter des questions pertinentes qui peuvent contribuer à la réussite des soins hospitaliers adressés à la
personne avec l’intention suicidaire. Le risque de suicide augmente avec le nombre de tentatives. Ainsi, l’hôte de cette personne
au cours de soins hospitaliers est crucial, car si cela se fait en toute sécurité, la rapidité et la qualité est possible de déterminer
l’acceptation et l’adhésion au traitement. Ces actions doivent être adressées à la prise en charge globale prévue à la triade - le
patient / famille / équipe de professionnels. Il y a des facteurs cruciaux dans la réalisation de la qualité des soins qui sont liés aux
conditions d’optimiser l’adhérence au traitement et à la création d’une équipe multidisciplinaire qui acquiert la compétence
d’utiliser une combinaison d’interventions biologiques, psychologiques et sociaux à travers la formation continue.

Mots-clés: suicide, tentative de suicide, soins hospitaliers, multidisciplinarité.

Atención hospitalaria en intento de suicidio

Resumen: Este artículo trata de discutir temas relevantes que pueden contribuir al éxito de la atención hospitalaria dirigida a la
persona con intención de suicidio. El riesgo de suicidio aumenta con el número de intentos y también está asociado a menores
periodos de tiempo entre éstos. Por lo tanto, la acogida a esta persona durante la atención hospitalaria es crucial, porque
si se hace con seguridad, rapidez y calidad es posible determinar la aceptación y adhesión al tratamiento. Estas acciones deben
ser dirigidas a la atención integral a la tríada – paciente/familia/equipo de profesionales de salud y área social. Hay factores de-
cisivos para llegar a la calidad de la atención que están vinculados a las condiciones para optimizar la adhesión al tratamiento y
la creación de un equipo multidisciplinario que adquiere la facultad de utilizar una combinación de intervenciones biológicas,
psicológicas y sociales a través de la educación continua.

Palabras clave: suicidio, intento de suicidio, atención hospitalaria, multidisciplinaridad.

2014 I volume 25 I número 3 I 262-269 267


Beatriz Aparecida Ozello Gutierrez

Referências

Andriessen, K. (2009). The role of volunteer organizations in Courtet, R. P. (2009). Prise en charge de la crise suicidaire.
suicide prevention. In D. Wasserman & C. Wasserman L’Encéphale, (Supplément 4), S129–S132.
(Eds.), Oxford textbook of suicidology and suicide França, I. G. (2005). Reflexões acerca da implantação e
prevention: A global perspective. Oxford: Oxford funcionamento de um plantão de emergência em saúde
University Press. mental. Psicologia: Ciência e Profissão, 5(1), 146-63.
Ayres, J., Calazans, G. J., Saletti Filho, H. C., & França Jr., I. Grad, O. T. (2009). Therapists as survivors of suicide loss. In
(2006). Risco, vulnerabilidade e práticas de prevenção e D. Wasserman & C. Wasserman (Eds.), Oxford textbook of
promoção de saúde. In G. Campos, M. C. S Minayo, M. suicidology and suicide prevention: A global perspective
Akerman & M. Drumond Jr. (Eds.), Tratado de saúde (pp. 609-613). Oxford: Oxford University Press.
coletiva (pp. 375-417). São Paulo, SP: Hucitec. Hegerl, U., Althaus, D., Schmidtke, A., & Niklewski,
Azevedo, J. M. R., & Barbosa, M. A. (2007). Triagem em G. (2006). The alliance against depression: 2-year
serviços de saúde: percepção dos usuários. Revista de evaluation of a community-based intervention to reduce
Enfermagem da UERJ, 15(1), 33-9. suicidality. Psychological Medicine, 36, 1225–33.
Ballard, E. D, Pão, M., Horowitz, L., Lee, L. M., Henderson, Knobel, E. (1999). Condutas no paciente grave (2a ed). São
D. K., & Rosenstein, D. L. (2008). Aftermath of suicide Paulo, SP: Atheneu.
in the hospital: Institutional response. Psychosomatics, Kondo, E. K., Vilella, J. C., Borba, L. O., Moraes, M. R.,
49, 461–469. & Maftum, M. A. (2011). Abordagem da equipe de
Barrero, S. A. P. (2008). Preventing suicide: A resource enfermagem ao usuário na emergência em saúde mental
for the family. Annals of General Psychiatry, 7(1). em um pronto atendimento. Revista da Escola de
Recuperado de http://www.annals-general-psychiatry. Enfermagem da USP, 45(2), 501-507.
com/content/7/1/1 Ionita, A., Florea, R., & Courtet, P. (2009). Prise en charge
Bertolote, J. M., Fleischmann, A., De Leo, D., Bolhar, de la crise suicidaire. L’Encéphale, (Supplément 4),
J., Botega, N., Silva, D., . . . Wasserman, D. (2005). S129–S132
Suicide attempts, plans, and ideation in culturally diverse Kudo, K., Otsuka, K., Endo, J., Yoshida, T., Isono, H., Takehito
sites: The WHO SUPRE-MISS community survey. Yambe, T., . . . Sakai, A. (2010). Study of the outcome
Psychological Medicine, 35, 1457-65. of suicide attempts: Characteristics of hospitalization
Beskow, J., Runeson, B., & Asgard, U. (1990). Psychological in a psychiatric ward group, critical care center group,
autopsies: Methods and ethics. Suicide Life Threatening and nonhospitalized group. BMC Psychiatry, 10(4).
Behavior, 20, 307–23. Recuperado de http://www.biomedcentral.com/1471-
Bezerra Filho, J. G., Werneck, G. L., Almeida, R. L. 244X/10/4
F., Oliveira, M. I. V., & Magalhães, F. B. (2012). Lima Junior, J. H. V., & Esther, A. B. (2001). Transições,
Estudo ecológico sobre os possíveis determinantes prazer e dor no trabalho de enfermagem. Revista de
socioeconômicos, demográficos e fisiográficos do Administração Empresas, 41(3), 20-30.
suicídio no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, 1998-2002. Mann, J. J., Apter, A., Bertolote, J., Beautrais, A., Currier,
Cadernos de Saúde Pública, 28(5), 833-44. D., Haas, A., . . . Hendin, H. (2005). Suicide prevention
Boff, L. (1999). Saber cuidar. Ética do humano - compaixão strategies: A systematic review. JAMA, 294, 2064–74.
pela terra (8a ed.). Petrópolis, RJ: Vozes. Martins, M. C. F. N. (2001). Humanização das relações
Bonfim, I. G., Bastos, E. N. E., Góis, C. W. L., & Tófoli, L. assistenciais: a formação do profissional de Saúde. São
F. (2013). Interface, 17(45), 287-300. Paulo, SP: Casa do Psicólogo.
Brasil. (1977). Conceitos e definições em saúde. Portaria Mattos, R. A. (2004). A integralidade na prática (ou sobre
n. 30 – Bsb, de 11 de fevereiro de 1977. Ministério da a prática da integralidade). Cadernos de Saúde Pública,
Saúde. Brasília. 20(5), 1411-16.
Buriola, A. A., Arnauts, I., Decesaro, M. N., Oliveira, M. L. Money-Kirlei, R. E. (1969). Psicanálise e ética. In M. Klein,
F., & Marcon, S. S. (2011). Assistência de enfermagem P. Heimann & R. E. Money-Kirlei (Orgs.), Temas de
à família de indivíduos que tentaram o suicídio. Escola psicanálise aplicada (pp. 140-162). Rio de Janeiro, RJ:
Anna Nery Revista de Enfermagem, 15(4), 710-716. Zahar.
Cecílio, L. C. O. (2001). As necessidades de saúde como Overholser, J. C., Braden, A., & Dieter, L. (2012).
conceito estruturante na luta pela integridade e eqüidade Understanding suicide risk: Identification of high risk
na atenção em saúde. In R. Pinheiro & R. A Mattos groups during high risk times. Journal of Clinical
(Orgs.), Os sentidos da integralidade na atenção e Psychology, 68(3), 349–56.
no cuidado à saúde (pp. 113-126). Rio de Janeiro: Pouliot L., & De Leo, D. (2006). Critical issues in
ABRASCO. psychological autopsy studies. Suicide and Life-
Cecílio, L. C. O., & Merhy, E. E. (2003). Integralidade do Threatening Behavior, 36, 491–510.
cuidado como eixo da gestão hospitalar. Campinas, SP. Ram, D., Darshan, M., S., Rao, T. S., & Honagodu, A. R.
(Trabalho não publicado) (2012). Suicide prevention is possible: A perception

268 Psicologia USP I www.scielo.br/pusp


Assistência hospitalar na tentativa de suicídio

after suicide attempt. Indian Journal of Psychiatry, Vidal, C. E. L., Gontijo, E. C. D. M., & Lima, L. A. (2013).
54(2), 172-176. Tentativas de suicídio: fatores prognósticos e estimativa
Ramberg, I. L., & Wasserman, D. (2004). Benefits of do excesso de mortalidade. Cadernos de Saúde Pública,
implementing an academic training of trainers program to 29(1), 175-187.
promote knowledge and clarity in work with psychiatric Waldow, V. R. (1998). Cuidado humano: o resgate
suicidal patients. Archives of Suicide Research, 8, 331– necessário. Porto Alegre, RS: Sagra Luzzata.
343. Wasserman, D., & Wasserman, C. (2009). Oxford textbook of
Roskar, S., Podlesek, A., Zorko, M., Tavcar, R., Dernovsek, suicidology and suicide prevention: A global perspective.
M. Z., Groleger, U., . . . Murisic, A. (2010). Effects of Oxford: Oxford University Press.
training program on recognition and management of Wasserman, D., Rihmer, Z., Rujescu, D., Sarchiapone, M.,
depression and suicide risk evaluation for Slovenian Sokolowski, M., Titelman, D., . . . Carli, V. (2012). The
primary-care physicians: Follow-up study. Croatian European Psychiatric Association (EPA): Guidance on
Medical Journal, 51, 237–242. suicide treatment and prevention. European Psychiatry,
Silva, A. L. (1997). Cuidado transdimensional: um 27, 129–141.
paradigma emergente. Pelotas, RS: Ed. Universitária. World Health Organization. (1998). Primary prevention
Steiner, C. M. (1986). Obediência: por que aceitamos o of mental, neurological and psychosocial disorders.
controle dos outros. In O outro lado do poder (pp. 41-9). Geneva: World Health Organization; 1998. Recuperado
São Paulo, SP: Nobel. em 12 de setembro de 2013, da World Health
Szanto, K., Kalmar, S., Hendin, H., Rihmer, Z., & Mann, J. Organization. Suicide prevention (SUPRE). Recuperado
J. (2007). A suicide prevention program in a region with de, http://www.who.int/mental_health/prevention/
a very high suicide rate. Archives of General Psychiatry, suicide/suicideprevent/en/index.html.
64, 914–920.
Ting, S. A., Sullivan A. F., Boudreaux, E. D., Miller, I.,
& Camargo Jr, A. (2012). Trends in US emergency
department visits for attempted suicide andself-inflicted Recebido: 21/09/2013
injury, 1993–2008. General Hospital Psychiatry, 34, Revisado: 14/11/2013
557–565. Aceito: 20/03/2014

2014 I volume 25 I número 3 I 262-269 269

S-ar putea să vă placă și