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ELOGIO DA REVOLUÇÃO

JOYCEMAR TEJO, advogado no Rio de


Janeiro. Texto originariamente em
http://www.elogiodadialetica.com/2010/09/elo
gio-da-revolucao.html (03/ 09/ 2010)

Perguntam-me se o ser humano é um eterno insatisfeito. A resposta é sim, e o


"querer" é justamente inerente à vida, conforme já falamos em outras postagens. Mas, se
se pergunta se essa insatisfação será entrave para a sociedade comunista, eu digo não,
naturalmente. Se justamente a insatisfação é o que nos faz chegar até ela, enojados que
estamos com o velho sistema, com a velha exploração do homem sobre o homem. A
classe trabalhadora -hoje, lato sensu: não mais apenas o trabalhador de fábrica, mas
todos aqueles que têm sobre si o peso do Capital, todos aqueles, independentemente de
origem classista, que odeiam a forma de produção capitalista- se une, um anseio em
comum, e promove a revolução social. Também aqui é a vontade que gira a roda.

Mas e se não der certo? Se a revolução soçobrar? A primeira coisa que deve ser
dita é que, na história da humanidade, os conceitos de "êxito" e "fracasso" são relativos.
Um pobre carpinteiro palestino foi subjugado a pauladas e crucificado, não obstante sua
doutrina hoje tem alcance planetário. A Comuna de Paris, reprimida em sangue, mas
sempre um modelo de "assalto ao céu". No mito, Tróia saqueada e queimada, mas é dela
que veio o povo romano que conquistou o mundo. E os exemplos se sucedem, na vida
real e na imaginação mitológica, de fracassos que redundam em vitória, de insucessos
que, no fundo, foram muito mais exitosos que conquistas evidentes. Isso é a dialética.
No erro há o acerto, e também o acerto traz sua carga de erro. É questão de enfoque, de
ponto de vista.

As revoluções burguesas, por exemplo. Não têm reiteradamente falhado?


Peguemos a maior de todas, aquela que efetivamente deu ao termo "revolução" o
sentido que tem hoje, a Francesa. Começou com "liberdade, igualdade e fraternidade" e
culminou na...guilhotina. Será que somos nós os comunistas os únicos a cometer
excessos? Seria bom se não houvesse medidas extremas: mas não há revolução sem
elas. Isso choca os pacifistas, os diáfanos, os suaves, os bonzinhos. Também choca a
mim: mas estou ciente de que as classes dominantes jamais renunciam voluntariamente
ao domínio (Afanasiev). É por isso que, sem aplaudir, entendo o Terror dos jacobinos.

Fala-se muito, afinal, da violência de quem se levanta. Mas se esquece da


violência de quem subjuga, de quem forçou o levante. Não se pode repetir a
mentalidade do leão da fábula que, ao atacar sua presa e ser repelido por ela, vai embora
lambendo as feridas indignado: "aquele animal é muito cruel, ele se defende quando
atacado".

É o que Brecht quis dizer com este poema:

Quem Se Defende

Quem se defende porque lhe tiram o ar


Ao lhe apertar a garganta, para este há um parágrafo
Que diz: ele agiu em legitima defesa. Mas
O mesmo parágrafo silencia
Quando vocês se defendem porque lhes tiram o pão.
E no entanto morre quem não come, e quem não come
o suficiente
Morre lentamente. Durante os anos todos em que morre
Nao lhe é permitido se defender.

E com este:

Sobre A Violência

A corrente impetuosa é chamada de violenta


Mas o leito do rio que a contém
Ninguém chama de violento.

A tempestade que faz dobrar as bétulas


é tida como violenta
E a tempetasde que faz dobrar
Os dorsos dos operários na rua?

A paz não pode ser a do cemitério. Mas não é sobre violência das revoluções que
quero falar- e sim sobre o saldo. Ainda a Francesa. Gerou a ditadura de Napoleão e
desembocou no Congresso de Viena, com a restauração das monarquias destronadas.
Um fracasso retumbante, como se vê, mas por outro lado um estrondoso sucesso: já era
tarde para o Ancien Régime, já era tarde para os senhores feudais e as formas arcaicas
pré-capitalistas. A burguesia assenhoreava-se, desde então, do mundo.

E a Revolução Russa? Os detratores, os anticomunistas, apontam sua queda.


Perguntam em tom de ironia onde está a União Soviética, e dizem, como já ouvi, que a
foice e o martelo estão manchados de sangue. De fato estão: mas do sangue dos
exploradores.

A Revolução Russa trouxe ao mundo o primeiro Estado Operário da História. E,


das ruínas de um país semi-feudal arrasado pela guerra civil e pela invasão armada de
quase uma dezena de países capitalistas, deu à luz uma super-potência.

Isso não é pouca coisa. É algo a ser respeitado.

A Revolução Francesa teve Robespierre e Saint Just à frente, a Russa, Lênin e


Trotsky. Os franceses foram executados no golpe termidoriano de direita, no seio da
própria revolução. Lênin teve um colapso, mas Trotsky, também ele, foi morto pelo
golpe termidoriano dentro da própria revolução. A burocracia stalinista, a
burocracia termidoriana, como ele a chamava, foi buscá-lo, já idoso e isolado, no
México. A revolução traz dentro de si a contrarrevolução, gera, dialeticamente, seu
próprio adversário. Com o golpe pela direita em seu próprio interior, a Russa não
exauriu seus objetivos, como mais de um século antes também não a Francesa. O
stalinismo cumpriu a profecia de Marx no "18 Brumário", sobre como a História se
repete como farsa.
Mas, assim como no caso francês, os bolcheviques plantaram sementes sólidas
em nossos corações. O legado, o exemplo- isso está gravado, é indelével. Não
esqueceremos a lição.

Tudo vale a pena se a alma não é pequena, diz Fernando Pessoa. Os


revolucionários não falham jamais- por mais que o resultado verificável diga o
contrário. Quem falha, quem fracassa, são os reacionários, os conservadores, os
acomodados. Os que têm medo da mudança. Não entendem que a própria vida é uma
revolução constante, diária. O céu está aí para ser alcançado. Pode-se cair (e se tem
caído) nesta busca pelas estrelas, mas é preferível à segurança mesquinha do ciscar em
terra.

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