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Mas e se não der certo? Se a revolução soçobrar? A primeira coisa que deve ser
dita é que, na história da humanidade, os conceitos de "êxito" e "fracasso" são relativos.
Um pobre carpinteiro palestino foi subjugado a pauladas e crucificado, não obstante sua
doutrina hoje tem alcance planetário. A Comuna de Paris, reprimida em sangue, mas
sempre um modelo de "assalto ao céu". No mito, Tróia saqueada e queimada, mas é dela
que veio o povo romano que conquistou o mundo. E os exemplos se sucedem, na vida
real e na imaginação mitológica, de fracassos que redundam em vitória, de insucessos
que, no fundo, foram muito mais exitosos que conquistas evidentes. Isso é a dialética.
No erro há o acerto, e também o acerto traz sua carga de erro. É questão de enfoque, de
ponto de vista.
Quem Se Defende
E com este:
Sobre A Violência
A paz não pode ser a do cemitério. Mas não é sobre violência das revoluções que
quero falar- e sim sobre o saldo. Ainda a Francesa. Gerou a ditadura de Napoleão e
desembocou no Congresso de Viena, com a restauração das monarquias destronadas.
Um fracasso retumbante, como se vê, mas por outro lado um estrondoso sucesso: já era
tarde para o Ancien Régime, já era tarde para os senhores feudais e as formas arcaicas
pré-capitalistas. A burguesia assenhoreava-se, desde então, do mundo.